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Da Jurisprudência dos
Juizados Especiais Federais
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Pedido de Uniformização de Interpretação de Lei Federal
Processo nº: 2006.83.00.51.8147-3
Origem: Seção Judiciária de Pernambuco
Requerente: União
Advogado: Advogado da União
Requerido: Carlos Alberto da Silva
Advogado: Maria da Penha Lima
Relator: Juiz Federal Sebastião Ogê Muniz
RELATÓRIO
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Turma Nacional de Uniformização
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Juizados Especiais Federais
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Num primeiro momento, neguei seguimento ao pedido de
uniformização. Ulteriormente, em face do pleito da parte que o interpôs, o
qual recebi como agravo regimental, retratei-me da aludida decisão.
É o relatório.
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Pedido de Uniformização de Interpretação de Lei Federal
Processo nº: 2006.83.00.51.8147-3
Origem: Seção Judiciária de Pernambuco
Requerente: União
Advogado: Advogado da União
Requerido: Carlos Alberto da Silva
Advogado: Maria da Penha Lima
Relator: Juiz Federal Sebastião Ogê Muniz
VOTO
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09. É verdade que, no caso de ontem, o dano em si foi
mais grave, dada a reiteração. Também não se pode
perder de vista que não se relata aqui nenhum problema
de saúde em virtude dos fatos. Todavia, aqui uma outra
característica é determinante: a remuneração do autor é
bem superior à do segurado de ontem, já que percebe
proventos no valor aproximado de R$ 1.700,00, de modo
que os transtornos também foram mais ‘caros’, tanto que
perdeu um contrato de seguro de vida cujo prêmio vinha
pagando mensalmente há cerca de 20 (vinte) anos e cuja
indenização remonta a R$ 50.000,00. Os fatos econômicos
devem ser levados em consideração sob o aspecto
subjetivo, a fim de que o autor seja adequadamente
compensado pelos prejuízos morais suportados.”
“Ementa
AGRAVO REGIMENTAL. AGRAVO DE INSTRUMENTO.
RESPONSABILIDADE CIVIL. DANO MORAL CONFIGURADO.
REVISÃO. IMPOSSIBILIDADE. ÓBICE NA SÚMULA 7/STJ.
AGRAVO REGIMENTAL IMPROVIDO.
I - A jurisprudência desta Corte firmou entendimento de
que não há falar em prova do dano moral, mas, sim, na
prova do fato que gerou a dor, o sofrimento, sentimentos
íntimos que o ensejam (REsp 86.271/SP, 3ª Turma, Rel. Min.
MENEZES DIREITO, DJ 9.12.97)
II - O Tribunal a quo julgou com base no conjunto fático-
probatório e em cláusulas contratuais, assim, impossível se
torna o exame do recurso, nos termos das Súmulas 5 e 7 do
STJ.
Agravo regimental improvido.”
(AgRg no Ag 707741/RJ, Relator Ministro SIDNEI BENETI,
Terceira Turma, DJe de 15/08/2008)
“Ementa
RECURSO ESPECIAL. ALEGADA VIOLAÇÃO DO ART. 535,
DO CPC. INEXISTÊNCIA. DISSÍDIO JURISPRUDENCIAL NÃO
CARACTERIZADO. ACIDENTE DE TRABALHO. DANO
MORAL CONFIGURADO. INDENIZAÇÃO. INCIDÊNCIA DA
SÚMULA 7 DO STJ. PAR. ÚNICO DO ART. 538 DO CPC.
MULTA. MERA PRETENSÃO DE REDISCUSSÃO DA
MATÉRIA. APLICABILIDADE. RECURSO PARCIALMENTE
CONHECIDO, E, NESSA EXTENSÃO, IMPROVIDO.
1. Os embargos interpostos na instância anterior, em
verdade, sutilmente se aprestavam a rediscutir questões
apreciadas no v. acórdão; não cabia, porém, redecisão,
nessa trilha, quando é da índole do recurso apenas
reexprimir, no dizer peculiar de PONTES DE MIRANDA,
que a jurisprudência consagra, arredando,
sistematicamente, embargos declaratórios, com feição,
mesmo dissimulada, de infringentes (R.T.J. 121/260).
2. No tocante à insurgência relativa à alínea "c", cabe
registrar que o recurso especial, para merecer
conhecimento, deve conter em seu arrazoado a descrição
detalhada dos pontos fáticos convergentes e dos desates
jurídicos diversos dados à causa de pedir, não sendo
suficiente, para tanto, a mera transcrição da ementa
divergente.
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3. É de se distinguir o dano material do dano moral, tendo
em vista que não restou configurado o primeiro, face à
ausência de comprovação quanto à incapacidade
laborativa do autor; o que não afasta, porém, o segundo,
decorrente da deficiência física, ainda que em proporção
reduzida, adquirida durante o pacto laboral, junto à ora
recorrente.
4. Demais disso, consoante jurisprudência remansosa deste
Sodalício Superior, "não há falar em prova do dano moral,
mas, apenas, do fato que lhe deu causa" (REsp 595355/MG,
Rel. Min. CARLOS ALBERTO MENEZES DIREITO, DJ
11.04.2005).
5. Não restou clara nos aclaratórios a intenção de
prequestionamento das matérias controvertidas, tendo a
ora recorrente, naquela oportunidade, se limitado a uma
simples tentativa de forçar o órgão julgador a acatar tese já
anteriormente, afastada, pelo que deve ser mantida a multa
aplicada no Tribunal de origem, nos termos do art. 538,
parágrafo único, do Código de Processo Civil.
6. Recurso não conhecido.”
(REsp 594900/MG, Relator Ministro HÉLIO QUAGLIA
BARBOSA, Quarta Turma, DJU de 28/05/2007, p. 345)
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Superior Tribunal de Justiça ou de Turma Recursal de outra região – foi
invocado.
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Requerente: UNIÃO
Proc./Adv.: HERBERTT CAETANO BARRETO
CERTIDÃO
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PROCESSO : 2006.83.00.51.8147-3
CLASSE : PEDIDO DE UNIFORMIZAÇÃO DE
INTERPRETAÇÃO DE LEI FEDERAL
RELATOR : JUIZ FEDERAL SEBASTIÃO OGÊ MUNIZ
REQUERENTE : UNIÃO
PROCURADOR : HERBERTT CAETANO BARRETO
REQUERIDO : CARLOS ALBERTO DA SILVA
ADVOGADO : MARIA DA PENHA LIMA
ORIGEM : SEÇÃO JUDICIÁRIA DE PERNAMBUCO
VOTO-VISTA
Após o voto do Relator, o Juiz Federal Sebastião Ogê Muniz, que negou
provimento, na parte conhecida, ao pedido de uniformização, pedi vista dos autos para
melhor examinar a questão da admissibilidade do incidente.
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498.192/RJ, Quarta Turma, Ministro Jorge Scartezzini, DJ 22/11/2004; AgRg nos ERESP
284.586/RJ, Segunda Seção, Ministro Castro Filho, DJ 15/09/2004; AgRg na PET
2.162/MG, Terceira Seção, Ministro Gilson Dipp, DJ 17/05/2004; RESP 20.250/CE,
Segunda Turma, Ministro João Otávio de Noronha, DJ 12/04/2004; AgRg no AG
498.935/RS, Quarta Turma, relator para acórdão o Ministro Fernando Gonçalves, DJ
05/04/2004; JEF, TNU, PUILF 2003.38.00.709461-3/MG, Juiz Federal Renato
Toniasso, DJ 19/08/2004; PUILF 2003.38.00.719919-7/MG, Juíza Federal Mônica
Sifuentes, DJ 29/09/2004.)
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houve, no caso concreto, comprovação do dano moral sofrido, merecendo transcrição
o seguinte trecho do julgado, verbis:
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09. É verdade que, no caso de ontem, o dano em si foi mais grave, dada a
reiteração. Também não se pode perder de vista que não se relata aqui
nenhum problema de saúde em virtude dos fatos. Todavia, aqui uma outra
característica é determinante: a remuneração do autor é bem superior à da
segurada de ontem, já que percebe proventos no valor aproximado de R$
1.700,00, de modo que os transtornos também foram mais “caros”, tanto que
perdeu um contrato de seguro de vida cujo prêmio vinha pagando
mensalmente há cerca de 20 (vinte) anos e cuja indenização remonta a R$
50.000,00. Os fatos econômicos devem ser levados em consideração sob o
aspecto subjetivo, a fim de que o autor seja adequadamente compensado
pelos prejuízos morais suportados.
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Ademais, faz-se necessário destacar que, ao contrário do
entendimento proferido pelas instâncias anteriores, o autor não comprovou, de
fato, a efetiva ocorrência dos danos morais.
A leitura da sentença singular, especialmente do item 09,
transcrito abaixo, revela que o fator fundamental para o eminente Julgador
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singular visualizar a ocorrência do dano moral não restou suficientemente
provada pelo autor, conforme adiante será demonstrado.
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Analisando-se os autos pode-se verificar que o autor apenas
anexou carta da seguradora informando o não pagamento de determinada
parcela, e que tal débito poderia ser pago através de autorização para que
fosse debitado de sua conta “POUPEX”, onde o recorrido certamente tinha
saldo.
Em audiência informou o autor que o seguro em questão havia
sido, efetivamente, cancelado, imputando toda a responsabilidade à demora no
recebimento de seus proventos.
Ora, ilustres Julgadores, não há, nos autos, qualquer prova de
que o seguro do recorrente foi efetivamente cancelado, há, apenas,
comunicação da seguradora a respeito da inadimplência observada, bem como
de maneira alternativa para saldá-la.
Dessa forma, não restou comprovado o dano moral sofrido pelo
autor, uma vez, repita-se, não há comprovação de que o seu seguro foi
realmente cancelado. Por outro lado, ainda que tal fato tenha ocorrido, não se
pode ignorar o fato de que o autor tinha condições de evitá-lo, pois conforme
informação da própria entidade seguradora, o adimplemento poderia ser feito
através de débito em conta “POUPEX”, sendo, portanto, também responsável
pelo suposto, já que não comprovado, dano que alega ter sofrido.
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É como voto.
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Requerente: UNIÃO
Proc./Adv.: HERBERTT CAETANO BARRETO
CERTIDÃO
Prosseguindo o julgamento, após o voto-vista do Juiz Federal João Carlos Mayer não
conhecendo do Incidente, a Turma, preliminarmente, por maioria, conheceu em parte
do Incidente de Uniformização, vencidos os Juízes Federais João Carlos Mayer, Élio
Wanderley e Manoel Rolim que não conheciam do Incidente, e, no mérito, por
unanimidade, negou-lhe provimento, nos termos do voto do Juiz Relator, sendo que os
vencidos, no conhecimento, o faziam por fundamentação diversa.
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EMENTA
ACÓRDÃO
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