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Aula 03

PM-RN (Praça - Aluno Soldado) Direito


Penal - 2023 (Pós-Edital)

Autor:
Renan Araujo

04 de Fevereiro de 2023

20968953751 - João Lucas Bonfim Silva


Renan Araujo
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Índice
1) Crimes Praticados por Particular Contra a Administração em Geral
..............................................................................................................................................................................................3

2) Questões Comentadas - Crimes Praticados por Particular Contra a Administração em Geral - Multibancas
..............................................................................................................................................................................................
29

3) Lista de Questões - Crimes Praticados por Particular Contra a Administração em Geral - Multibancas
..............................................................................................................................................................................................
68

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​ CRIMES PRATICADOS POR PARTICULAR


CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL
Estes crimes, assim como os crimes do capítulo anterior do CP, são crimes que possuem a
administração pública como sujeito passivo, sempre, podendo haver, ainda, casos em que,
eventualmente, algum particular também seja sujeito passivo do crime.

Naqueles crimes, no entanto, exige-se que o sujeito ativo seja funcionário público, e tenha
se valido do cargo para praticar o delito. Diz-se, portanto, que são crimes próprios, embora seja
admitido o concurso de pessoas, respondendo o particular pelo delito, desde que conheça a
qualidade de funcionário público do agente.

Aqui, os crimes são comuns, ou seja, podem ser praticados por qualquer pessoa.

Usurpação de função pública

Este crime está previsto no art. 328 do CP:

Art. 328 - Usurpar o exercício de função pública:


Pena - detenção, de três meses a dois anos, e multa.

Aqui, diferentemente do que ocorre no crime de exercício funcional ilegal, o agente não
possui qualquer vínculo com a administração pública ou, caso possua, suas funções são
absolutamente estranhas à função usurpada.1

CUIDADO! O funcionário público que exerce função na qual não fora investido
comete este crime, pois nesse caso é considerado particular, já que a conduta
não guarda qualquer relação com sua função pública.

É necessário que o agente pratique atos inerentes à função. Não basta que apenas se
apresente a terceiros como funcionário público.2

1
BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. Cit., p. 193
2
BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. Cit., p. 194

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A consumação se dá quando o agente pratica qualquer ato inerente à função, e a tentativa


é plenamente possível, uma vez que se pode fracionar o iter criminis do delito.

O § único estabelece, ainda, uma forma qualificada do delito:

Parágrafo único - Se do fato o agente aufere vantagem:


Pena - reclusão, de dois a cinco anos, e multa.

A Doutrina entende que esta “vantagem” pode ser de qualquer natureza, não
necessariamente uma vantagem financeira, podendo ser, inclusive, um favor sexual, etc.3

Resistência

Art. 329 - Opor-se à execução de ato legal, mediante violência ou ameaça a


funcionário competente para executá-lo ou a quem lhe esteja prestando auxílio:
Pena - detenção, de dois meses a dois anos.

A conduta punida é a resistência comissiva (ação), ou seja, aquela na qual o agente pratica
uma conduta, qual seja, o emprego de violência ou ameaça ao funcionário que irá executar o ato
legal.

Entende-se, ainda, que essa violência deve ser contra o funcionário público, não contra
coisas (chutar a viatura da polícia, por exemplo).4

Aquele que resiste à prisão em razão de estar sendo preso em flagrante por crime que
exige a violência ou grave ameaça para sua caracterização, não responde por este crime,
considerando-se a violência aqui empregada como mero desdobramento do crime principal
(posição Doutrinária).5

O ato deve ser legal, ou seja, deve estar fundamentado na Lei ou em decisão judicial.
Assim, a decisão judicial injusta pode ser ato legal. Não pode o particular se rebelar contra ela
desta maneira, pois o meio próprio para isso é a via recursal. Entretanto, se a prisão, por
exemplo, decorre de uma sentença que não a determinou, ou a determinou em face de outra
pessoa, o ato de prisão é ilegal, e a resistência está amparada por uma causa de exclusão da
ilicitude (ou da tipicidade, para alguns).6

E se o particular resistir à prisão em flagrante executada por um particular (atitude


permitida pelo art. 301 do CPP)? Nesse caso, não pratica o crime em questão, pois o particular
não é considerado funcionário público7, não podendo ser realizada analogia in malam partem.

3
CUNHA, Rogério Sanches. Op. Cit., p. 767
4
BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. Cit., p. 200
5
BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. Cit., p. 200
6
É irrelevante se o ato é ou não manifestamente ilegal. Basta que seja ilegal para que esteja legitimada a resistência.
BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. Cit., p. 202/203
7
CUNHA, Rogério Sanches. Op. Cit., p. 769

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A tentativa sempre será possível quando a resistência puder se dar mediante fracionamento
da conduta. É o caso da resistência mediante ameaça via carta.

Se o ato não é executado, há a figura do crime qualificado, nos termos do § 1°:

§ 1º - Se o ato, em razão da resistência, não se executa:


Pena - reclusão, de um a três anos.

Além disso, caso o crime seja praticado mediante violência o agente responde não só pelo
crime de resistência, mas responde de maneira autônoma pela violência:

Art. 329 (...) § 2º - As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuízo das
correspondentes à violência.

Ou seja: em se tratando de resistência praticada mediante ameaça, esta fica absorvida pelo
crime de resistência (o agente responde só pelo crime de resistência); todavia, se o crime de
resistência for praticado mediante violência, o agente responderá pelo crime de resistência e pela
violência.

EXEMPLO: José se opõe à execução de um ato legal, agredindo o funcionário


responsável com um soco. O funcionário sofre lesões corporais graves. Neste
caso, José responderá pelos crimes de resistência e lesão corporal grave.

Desobediência

Está tipificado no art. 330 do CP:

Art. 330 - Desobedecer a ordem legal de funcionário público:


Pena - detenção, de quinze dias a seis meses, e multa.

Aqui o agente deixa de fazer algo que lhe fora determinado ou faz algo cuja abstenção lhe
fora imposta mediante ordem de funcionário público competente. Trata-se, portanto, de crime
omissivo ou comissivo, a depender da conduta do agente.

Esse crime não se configura quando o réu desobedece a ordem que possa lhe incriminar,
pois não está obrigado a contribuir para sua incriminação.8

A tentativa só será admitida nas hipóteses de desobediência mediante atitude comissiva


(ação).

8
CUNHA, Rogério Sanches. Op. Cit., p. 774

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Diversas Leis Especiais preveem tipos penais que criminalizam condutas específicas de
desobediência. Nesses casos, aplica-se a legislação especial, aplicando-se este artigo do CP
apenas quando não houver lei específica tipificando a conduta.

Desacato

Nos termos do art. 331 do CP:

Art. 331 - Desacatar funcionário público no exercício da função ou em razão dela:


Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.

É inegável que haverá o crime quando o desacato partir de um particular. Mas e se quem
cometer o desacato for funcionário público? Três correntes existem:

● Não é possível – A lei determina que somente o extraneus (particular) pode cometer
este delito, pois ele se encontra no capítulo dos crimes praticados por particular;
● É possível, desde que o funcionário desacate seu superior hierárquico – Para esta
corrente, se entre os funcionários não há relação hierárquica, não há o crime em
questão;
● É possível, em qualquer caso9 – Essa é a predominante10, e entende que o
funcionário público que desacata outro funcionário público estará praticando o crime
do art. 331 do CP. Assim, de superior ou inferior hierarquia, o agente poderá
responder pelo crime de desacato.11

O conceito de “desacatar” pode ser definido como a falta de respeito, a humilhação, com
gestos ou palavras, vias de fato, até mesmo agressões físicas, etc.

Entretanto, isto não significa que a mera crítica ao exercício da função pelo servidor seja
considerada desacato, desde que seja realiza de maneira condizente com os padrões de respeito
e urbanidade.

Não se exige que o funcionário esteja na repartição ou no horário de trabalho, mas sim que
o desacato ocorra em razão da função exercida pelo servidor.12

EXEMPLO: Se o particular desacata um Delegado de Polícia no domingo à tarde,


quando este estava na praia, em razão de ter sido preso por ele meses antes,
pratica o crime de desacato. No entanto, se um particular ofende o mesmo
Delegado, dentro da Delegacia, no horário do expediente, mas em razão de uma
rixa particular (venda de um carro defeituoso, por exemplo), não há desacato,

9
(HC 104.921/SP, Rel. Ministra JANE SILVA (DESEMBARGADORA CONVOCADA DO TJ/MG), SEXTA TURMA,
julgado em 21/05/2009, DJe 26/10/2009)
10
CUNHA, Rogério Sanches. Op. Cit., p. 777
11
COSTA, Álvaro Mayrink da. Direito Penal. Parte especial. Vol. 7. 6º edição. Editora Forense – Rio de Janeiro, 2011,
p. 223
12
CUNHA, Rogério Sanches. Op. Cit., p. 778

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pois a ofensa se dirige ao homem, à pessoa, e não à figura do funcionário


público, podendo ser o agente responsabilizado pelo crime de injúria.

Parte da Doutrina entende que o agente deve ter a intenção de ofender a administração
pública e a honra subjetiva do funcionário, e que esta intenção não se coaduna com estado de
exaltação ou ânimo. No entanto, para a maioria da Doutrina e da Jurisprudência, o fato de o
agente estar exaltado ou irritado não descaracteriza o crime.

Considera-se o crime formal, pois basta que a ofensa exista, ainda que o resultado não
ocorra (ainda que o funcionário público não se sinta ofendido ou menosprezado pela conduta).

Quanto à tentativa, há divergência. Parte entende incabível pois, exigindo-se que o


funcionário público esteja presente no momento do desacato, é inviável a tentativa, por se tratar
de crime unissubsistente (praticado mediante um único ato). Outra parcela entende cabível a
tentativa, embora de difícil caracterização13.

Por fim, exige-se que o ato seja praticado na presença do funcionário público14. Além disso,
entende-se que se o ofendido já não é mais funcionário público (demitido, aposentado, etc.), o
crime de desacato não se caracteriza, ainda que praticado em razão da função anteriormente
exercida pelo funcionário.15

CUIDADO! O STJ chegou a proferir decisão16 reconhecendo a descriminalização


do crime de desacato. Isso mesmo. Sustentou o STJ, nessa decisão, que a
criminalização da conduta de desacato atenta contra o art. 13 do Pacto de San
José da Costa Rica (Convenção Americana de Direitos Humanos), ao colocar os
funcionários públicos em posição superior à dos demais cidadãos no que toca à
crítica à sua atuação funcional.

Todavia, tal entendimento não durou muito tempo. A Terceira Seção do STJ,
posteriormente, uniformizou entendimento no sentido de que o desacato CONTINUA sendo
crime no nosso ordenamento jurídico.

(...) 1. A Terceira Seção deste Superior Tribunal, no julgamento do Habeas Corpus


n. 379.269/MS, uniformizou o entendimento de que o art. 13 da Convenção
Americana sobre Direitos Humanos não excluiu do ordenamento jurídico a figura
típica do crime de desacato e, consequentemente, o ato infracional análogo.
(...)
(AgRg no HC 359.880/SC, Rel. Ministro JOEL ILAN PACIORNIK, QUINTA TURMA,
julgado em 26/09/2017, DJe 06/10/2017)

13
Exemplo de possibilidade da ocorrência da tentativa se dá quando o agente é impedido por alguém de atirar
objetos sobre o funcionário público (com a intenção de ofender). CUNHA, Rogério Sanches. Op. Cit., p. 779
14
CUNHA, Rogério Sanches. Op. Cit., p. 778
15
BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. Cit., p. 216
16
STJ - REsp nº 1640084

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Tráfico de influência

Esta é a conduta do “malandro” que pretende obter vantagem em face de um particular,


sob o argumento de que poderá influenciar na prática de determinado ato por um servidor
público. É uma espécie de “estelionato”, pois o agente promete usar uma influência que não
possui.

A Doutrina entende que o particular que paga ao agente para a suposta intermediação
NÃO É SUJEITO ATIVO, mas sujeito PASSIVO17 do delito, pois, embora sua conduta seja imoral,
não é penalmente relevante, tendo sido ele também lesado pela conduta do agente, que o
enganou.

Na verdade, entende-se que aquele que paga pelo suposto tráfico de influência é um
corruptor putativo, pois imagina que está corrompendo a administração pública, no entanto, essa
possibilidade não existe, face à ausência de influência do agente que recebe a vantagem.

Se a influência do agente for REAL, tanto ele quanto aquele que paga por ela são
considerados CORRUPTORES ATIVOS (art. 333 do CP).

O crime se consuma quando o agente solicita, cobra ou exige a vantagem do terceiro.

CUIDADO! Assim, a obtenção da vantagem é mero exaurimento, sendo


dispensável para a consumação do crime. No entanto, parte da Doutrina entende
que, por haver no núcleo do tipo também o verbo “obter”, nessa última
modalidade, o crime seria material.18

Se, por fim, o agente diz que parte da vantagem se destina ao funcionário público que
deverá praticar o ato, em razão de essa conduta contribuir ainda mais para o descrédito da
moralidade administrativa, sua pena é aumentada, nos termos do § único do artigo 332 do CP:

Art. 332 - Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para outrem, vantagem ou
promessa de vantagem, a pretexto de influir em ato praticado por funcionário
público no exercício da função: (Redação dada pela Lei nº 9.127, de 1995)
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº
9.127, de 1995)
Parágrafo único - A pena é aumentada da metade, se o agente alega ou insinua
que a vantagem é também destinada ao funcionário. (Redação dada pela Lei nº
9.127, de 1995)

17
CUNHA, Rogério Sanches. Op. Cit., p. 780. Em sentido contrário, BITENCOURT. BITENCOURT, Cezar Roberto.
Op. Cit., p. 227
18
CUNHA, Rogério Sanches. Op. Cit., p. 781

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Corrupção ativa

Art. 333 - Oferecer ou prometer vantagem indevida a funcionário público, para


determiná-lo a praticar, omitir ou retardar ato de ofício:
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº
10.763, de 12.11.2003)

Este crime pode ser cometido de duas formas diferentes (é, portanto, crime de ação
múltipla): oferecer ou prometer vantagem indevida a funcionário público.

O elemento subjetivo é o dolo, exigindo-se que o agente possua a finalidade especial de


agir consistente no objetivo de fazer com que, mediante a vantagem oferecida ou prometida, o
funcionário público aja de tal ou qual maneira.

Aqui, não se pune a corrupção subsequente. O que seria isto? Vejam que se exige que a
promessa ou oferecimento seja anterior à prática do ato19, não havendo o crime se o ato já fora
praticado pelo funcionário público.

Note-se que a existência da corrupção ativa independe da passiva, e vice-versa. Assim,


pode acontecer de o agente oferecer ou prometer a vantagem e funcionário não a aceitar. Neste
caso, haverá apenas corrupção ativa.

CUIDADO! Se o funcionário público solicita a vantagem indevida e o particular a


fornece (paga uma quantia, por exemplo), o particular NÃO comete o crime de
corrupção ativa, eis que o tipo somente prevê os verbos de OFERECER e
PROMETER vantagem indevida, que pressupõem que o particular tome a
iniciativa.

A Doutrina entende que o mero pedido de favor, o famoso “jeitinho”, não configura o
crime de corrupção ativa.20

O § único estabelece, ainda, que se em razão da vantagem oferecida ou prometida o


funcionário público age da maneira que não deveria, a pena é aumentada:

19
CUNHA, Rogério Sanches. Op. Cit., p. 783
20
CUNHA, Rogério Sanches. Op. Cit., p. 783

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Parágrafo único - A pena é aumentada de um terço, se, em razão da vantagem


ou promessa, o funcionário retarda ou omite ato de ofício, ou o pratica
infringindo dever funcional.

Existe, ainda, a figura da corrupção ativa em transação comercial, à qual se aplicam as


mesmas regras, inclusive no que tange à causa de aumento de pena. Está prevista no art. 337-B
do CP, e seu § único:

Art. 337-B. Prometer, oferecer ou dar, direta ou indiretamente, vantagem indevida


a funcionário público estrangeiro, ou a terceira pessoa, para determiná-lo a
praticar, omitir ou retardar ato de ofício relacionado à transação comercial
internacional: (Incluído pela Lei nº 10467, de 11.6.2002)
Pena - reclusão, de 1 (um) a 8 (oito) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 10467, de
11.6.2002)
Parágrafo único. A pena é aumentada de 1/3 (um terço), se, em razão da
vantagem ou promessa, o funcionário público estrangeiro retarda ou omite o ato
de ofício, ou o pratica infringindo dever funcional. (Incluído pela Lei nº 10467, de
11.6.2002)

Por fim, existe uma última modalidade de corrupção ativa especial prevista no CP, que é a
corrupção ativa de testemunha, perito, tradutor, contador ou intérprete, que é um crime contra a
administração da Justiça, previsto no art. 343 do CP:

Art. 343. Dar, oferecer ou prometer dinheiro ou qualquer outra vantagem a


testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete, para fazer afirmação falsa,
negar ou calar a verdade em depoimento, perícia, cálculos, tradução ou
interpretação: (Redação dada pela Lei nº 10.268, de 28.8.2001)
Pena - reclusão, de três a quatro anos, e multa.(Redação dada pela Lei nº 10.268,
de 28.8.2001)
Parágrafo único. As penas aumentam-se de um sexto a um terço, se o crime é
cometido com o fim de obter prova destinada a produzir efeito em processo
penal ou em processo civil em que for parte entidade da administração pública
direta ou indireta. (Redação dada pela Lei nº 10.268, de 28.8.2001)

Nesse caso, a única diferença em relação ao crime de corrupção ativa comum é que a causa
de aumento da pena ocorre não quando o funcionário público age da maneira que não deveria,
mas quando a corrupção ocorre no bojo de processo em que seja parte a administração pública
direta ou indireta.

Contrabando E Descaminho

Descaminho (Redação dada pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)

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Art. 334. Iludir, no todo ou em parte, o pagamento de direito ou imposto devido


pela entrada, pela saída ou pelo consumo de mercadoria (Redação dada pela Lei
nº 13.008, de 26.6.2014)
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. (Redação dada pela Lei nº 13.008, de
26.6.2014)
§ 1º Incorre na mesma pena quem: (Redação dada pela Lei nº 13.008, de
26.6.2014)
I - pratica navegação de cabotagem, fora dos casos permitidos em lei; (Redação
dada pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)
II - pratica fato assimilado, em lei especial, a descaminho; (Redação dada pela Lei
nº 13.008, de 26.6.2014)
III - vende, expõe à venda, mantém em depósito ou, de qualquer forma, utiliza
em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial,
mercadoria de procedência estrangeira que introduziu clandestinamente no País
ou importou fraudulentamente ou que sabe ser produto de introdução
clandestina no território nacional ou de importação fraudulenta por parte de
outrem; (Redação dada pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)
IV - adquire, recebe ou oculta, em proveito próprio ou alheio, no exercício de
atividade comercial ou industrial, mercadoria de procedência estrangeira,
desacompanhada de documentação legal ou acompanhada de documentos que
sabe serem falsos. (Redação dada pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)
§ 2º Equipara-se às atividades comerciais, para os efeitos deste artigo, qualquer
forma de comércio irregular ou clandestino de mercadorias estrangeiras, inclusive
o exercido em residências. (Redação dada pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)
§ 3º A pena aplica-se em dobro se o crime de descaminho é praticado em
transporte aéreo, marítimo ou fluvial. (Redação dada pela Lei nº 13.008, de
26.6.2014)
Contrabando
Art. 334-A. Importar ou exportar mercadoria proibida: (Incluído pela Lei nº
13.008, de 26.6.2014)
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos. (Incluído pela Lei nº 13.008, de
26.6.2014)
§ 1º Incorre na mesma pena quem: (Incluído pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)
I - pratica fato assimilado, em lei especial, a contrabando; (Incluído pela Lei nº
13.008, de 26.6.2014)
II - importa ou exporta clandestinamente mercadoria que dependa de registro,
análise ou autorização de órgão público competente; (Incluído pela Lei nº 13.008,
de 26.6.2014)

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III - reinsere no território nacional mercadoria brasileira destinada à exportação;


(Incluído pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)
IV - vende, expõe à venda, mantém em depósito ou, de qualquer forma, utiliza
em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial,
mercadoria proibida pela lei brasileira; (Incluído pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)
V - adquire, recebe ou oculta, em proveito próprio ou alheio, no exercício de
atividade comercial ou industrial, mercadoria proibida pela lei brasileira. (Incluído
pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)
§ 2º - Equipara-se às atividades comerciais, para os efeitos deste artigo, qualquer
forma de comércio irregular ou clandestino de mercadorias estrangeiras, inclusive
o exercido em residências. (Incluído pela Lei nº 4.729, de 14.7.1965)
§ 3º A pena aplica-se em dobro se o crime de contrabando é praticado em
transporte aéreo, marítimo ou fluvial. (Incluído pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)

Existem, aqui, dois crimes distintos, cada um correspondente a um TIPO PENAL distinto.
Tratarei ambos no mesmo tópico porque facilita nosso estudo e porque até bem pouco tempo
ambos faziam parte do mesmo tipo penal.

A figura do descaminho ocorre quando o agente ilude, no todo em parte, o pagamento de


direito ou imposto devido pela entrada, saída ou consuma da mercadoria.

O segundo crime é a conduta de importar ou exportar mercadoria proibida. Esta é a


conduta do CONTRABANDO.

No caso do contrabando, a mercadoria é ilícita, ou seja, a sua importação ou exportação,


por si só, é vedada. No caso do descaminho, a importação, exportação ou consumo não são
ilícitos. O que se pune, no descaminho, é a burla ao sistema tributário.

Entretanto, estas são figuras típicas genéricas. Assim, o contrabando de substância


entorpecente configura hipótese específica de contrabando, prevista no art. 40, I da Lei
11.343/05 (Tráfico internacional de Drogas). Havendo lei específica, aplica-se esta, e não o CP.

Ambos são crimes comuns, ou seja, podem ser praticados por qualquer pessoa. Se algum
funcionário público, valendo-se da função, concorrer para a prática do delito, não responde por
este, mas pelo crime do art. 318 do CP (facilitação de contrabando ou descaminho), em
verdadeira exceção à teoria monista do concurso de pessoas.

O STF possui algumas decisões no sentido de que a mera omissão em declaração ao fisco,
acerca da quantidade de mercadoria, configura o crime de descaminho.

A consumação de cada um dos delitos ocorre em momento diferente. O contrabando se


consuma quando a mercadoria ilícita ultrapassa a barreira alfandegária, sendo liberada pelas
autoridades. Se o crime é praticado por via clandestina, exige-se, somente, que o agente
ultrapasse a fronteira do país.

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O descaminho, por sua vez, irá se consumar com a liberação na alfândega, sem o
pagamento dos impostos devidos21. Trata-se de crime FORMAL.

Admite-se a tentativa em ambos os crimes.

Em relação ao DESCAMINHO, a Jurisprudência entende, ainda, que em se tratando de prejuízo


inferior a ao patamar estabelecido pela Fazenda Nacional como irrelevante para fins de
execução fiscal, temos hipótese de aplicação do PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA22, de forma a
afastar a tipicidade do fato, ou seja, o fato seria atípico (por ausência de lesividade social apta a
justificar a tutela penal, já que por esse valor a Fazenda sequer promove a execução fiscal, de
modo que não faz sentido aplicar o Direito Penal se não se aplica nem o Direito Administrativo ao
caso). Vejamos:

(...) A pertinência do princípio da insignificância deve ser avaliada


considerando-se todos os aspectos relevantes da conduta imputada. 2. Para
crimes de descaminho, considera-se, na avaliação da insignificância, o patamar
previsto no art. 20 da Lei 10.522/2002, com a atualização das Portarias 75 e
130/2012 do Ministério da Fazenda. Precedentes. (...)
(HC 123035, Relator(a): Min. ROSA WEBER, Primeira Turma, julgado em
19/08/2014, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-177 DIVULG 11-09-2014 PUBLIC
12-09-2014)

CUIDADO! Isso só se aplica aos tributos federais, já que a Lei 10.522/02 foi editada dirigindo-se
à Fazenda Nacional.

CUIDADO II – A Portaria MF nº 75 aumentou para R$ 20.000,00 o valor dos créditos tributários


federais considerados irrelevantes para fins de execução fiscal, dispensando sua cobrança, de
forma que o STF passou a entender que este é o patamar para se aplicar o princípio da
insignificância a tal delito.

Todavia, a terceira seção do STJ havia firmado entendimento no sentido de que o valor deveria
ser o de R$ 10.000,00, seguindo o patamar previsto na Lei 10.522/02.

Porém, mais recentemente, a própria Terceira Seção do STJ decidiu que o patamar deve ser o de
R$ 20.000,00:

21
(AgRg no REsp 1493968/PR, Rel. Ministro GURGEL DE FARIA, QUINTA TURMA, julgado em 07/05/2015, DJe
26/05/2015)
22
Importante lembrar, ainda, que devem estar presentes os demais requisitos que autorizam o reconhecimento da
insignificância, dentre eles o fato de NÃO ser o agente um criminoso “contumaz”. A reiteração delitiva impede o
reconhecimento da insignificância, conforme entendimento do STJ e do STF:

STF - HC 124867 AgR / PR

STJ - AgRg no REsp 1511445 / RS

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Aula 03

(...) Considerando os princípios da segurança jurídica, da proteção da confiança e


da isonomia, nos termos do art. 927, § 4º, do Código de Processo Civil, afetou-se
recurso especial para fins de revisão da tese fixada no REsp n. 1.112.748/TO
(representativo da controvérsia) - Tema 157 (Relator Ministro Felix Fischer, DJe
13/10/2009), a fim de adequá-la ao entendimento externado pela Suprema
Corte, no sentido de considerar o parâmetro fixado nas Portarias n. 75 e 130/MF
- R$ 20.000,00 (vinte mil reais), para aplicação do princípio da insignificância aos
crimes tributários federais e de descaminho.
(ProAfR no REsp 1709029/MG, Rel. Ministro SEBASTIÃO REIS JÚNIOR, TERCEIRA
SEÇÃO, julgado em 28/11/2017, DJe 01/12/2017)

Existem algumas decisões no âmbito do STF entendendo que o pagamento do tributo


devido, no caso do descaminho, antes do recebimento da denúncia, gera a extinção da
punibilidade.

O STJ até já proferiu alguns julgados nesse sentido. Entretanto, mais recentemente vem
prevalecendo o entendimento (no STJ) de que o pagamento não pode gerar a extinção da
punibilidade (no descaminho).23

A Lei 13.008/14 alterou a disposição dos crimes de contrabando e descaminho, previstos no


CP.

Nada mudou quanto ao núcleo estrutural de cada um dos tipos penais; Contrabando
continua sendo, basicamente, a importação ou exportação de mercadoria proibida; Descaminho
continua sendo a conduta de “tentar não pagar imposto” que incidiria pela entrada, saída ou
consumo de mercadoria.

Contudo, embora as bases estruturais de ambos os delitos tenham permanecido


inalteradas, algumas modificações interessantes foram realizadas.

A primeira delas, já reclamada pela Doutrina há algum tempo, foi a SEPARAÇÃO dos crimes
em dois tipos penais distintos. Antes, ambos se encontravam no tipo penal do art. 334 do CP.
Com a nova redação, o crime de descaminho permanece no art. 334 e o crime de contrabando
vai para o recém-criado art. 334-A. Vejamos:

Descaminho (Redação dada pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)


Art. 334. Iludir, no todo ou em parte, o pagamento de direito ou imposto devido
pela entrada, pela saída ou pelo consumo de mercadoria (Redação dada pela Lei
nº 13.008, de 26.6.2014)
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. (Redação dada pela Lei nº 13.008, de
26.6.2014)
(...)
Contrabando

23
(RHC 43.558/SP, Rel. Ministro JORGE MUSSI, QUINTA TURMA, julgado em 05/02/2015, DJe 13/02/2015)

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Aula 03

Art. 334-A. Importar ou exportar mercadoria proibida: (Incluído pela Lei nº


13.008, de 26.6.2014)
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos. (Incluído pela Lei nº 13.008, de
26.6.2014)

Esta modificação, porém, não traz consequências relevantes para o sistema


jurídico-penal, eis que não houve “extinção” e “criação” de crime, apenas continuidade
típico-normativa (um delito passa a ser tratado em outro tipo penal).

Contudo, podemos perceber a primeira alteração substancial da nova Lei: A pena para o
delito de descaminho permanece a mesma (1 a 4 anos de reclusão), mas a pena do delito de
contrabando foi AUMENTADA para 02 a 05 anos de reclusão.

Essa alteração na quantidade da pena produz consequências negativas para o réu (e,
portanto, sabemos que NÃO IRÁ RETROAGIR). Vejamos:

● Não cabe mais suspensão condicional do processo (a pena mínima ultrapassa um ano)
● Passa a admitir prisão preventiva (antes só cabia em hipóteses excepcionais)
● O prazo prescricional passa de 08 para 12 anos (art. 109, III do CP)

Podemos dizer que esta tenha sido a alteração mais sensível da nova lei.

A nova lei trouxe, ainda, algumas outras inovações.

Tanto no crime de descaminho quanto no crime de contrabando, a redação anterior do CP


considerava que a pena seria aplicada em dobro se o delito fosse cometido mediante transporte
AÉREO. Pois bem, a nova lei estendeu esta previsão também para os transportes marítimos ou
fluviais (mares ou rios). Vejamos:

Art. 334 (...)


§ 3º A pena aplica-se em dobro se o crime de descaminho é praticado em
transporte aéreo, marítimo ou fluvial. (Redação dada pela Lei nº 13.008, de
26.6.2014)
(...)
Art. 334-A (...)
§ 3º A pena aplica-se em dobro se o crime de contrabando é praticado em
transporte aéreo, marítimo ou fluvial. (Incluído pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)

Em relação ao crime de CONTRABANDO, foram inseridas duas novas formas


“equiparadas”:

Art. 334-A (...)


§ 1º Incorre na mesma pena quem: (Incluído pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)

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Aula 03

(...)
II - importa ou exporta clandestinamente mercadoria que dependa de registro,
análise ou autorização de órgão público competente; (Incluído pela Lei nº 13.008,
de 26.6.2014)
III - reinsere no território nacional mercadoria brasileira destinada à
exportação; (Incluído pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)

Não há grandes considerações a fazer sobre estas figuras. No primeiro caso, podemos dizer
que já havia tal previsão, ainda que “implicitamente”. Isto porque a importação ou exportação
clandestina de uma mercadoria que dependa de registro, análise ou autorização do órgão
competente, na prática, é o mesmo que importar ou exportar uma mercadoria proibida, já que
sem o registro, análise ou autorização sua importação ou exportação é vedada. De qualquer
forma, isso agora está explícito.

Um exemplo clássico em relação a esta figura é a importação de determinados produtos


alimentícios sem autorização da Vigilância Sanitária (alguns queijos, por exemplo, que muita
gente traz da Holanda).

Em relação ao inciso III, podemos chegar à mesma conclusão, ou seja, se a reimportação de


mercadoria destinada à exportação já era proibida, isso significa que tal conduta já estava
inserida na vedação do caput do artigo (importação de mercadoria proibida), logo, entendo
como desnecessária esta previsão.

Esta figura tem por finalidade punir aqueles que trazem de volta ao país determinados
produtos que são aqui fabricados e depois exportados e não podem ser aqui comercializados,
especialmente por questões tributárias.

EXEMPLO: Alguns cigarros são fabricados no Brasil e exportados para o


Paraguai. Alguns brasileiros “reimportam” de forma clandestina estes produtos,
para aqui revendê-los. Como os cigarros foram destinados à exportação,
possuem preço mais baixo, eis que o regime tributário é diferenciado. Assim, a
compra de tais produtos fora do país é financeiramente mais vantajosa e,
também, ilegal.

CUIDADO! Importação clandestina de “cigarros” pode ser tanto descaminho quanto


contrabando. Se a entrada destes produtos era LEGAL, e houve apenas finalidade de deixar de
pagar o imposto devido pela importação, temos DESCAMINHO. Se a importação é VEDADA (no
casso de cigarros legalmente exportados e ilegalmente reimportados), teremos
CONTRABANDO.

Impedimento, perturbação ou fraude de concorrência

Art. 335 - Impedir, perturbar ou fraudar concorrência pública ou venda em hasta


pública, promovida pela administração federal, estadual ou municipal, ou por

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Aula 03

entidade paraestatal; afastar ou procurar afastar concorrente ou licitante, por


meio de violência, grave ameaça, fraude ou oferecimento de vantagem:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa, além da pena
correspondente à violência.

A Doutrina entende que este artigo foi parcialmente revogado pela Lei 8.666/93, que
estabeleceu diversos crimes em processos licitatórios. No entanto, é pacífico o entendimento de
que o crime permanece em vigor em relação à conduta referente à venda em Hasta Pública, pois
não se insere no bojo de procedimento licitatório.24

As condutas podem ser de fraude, impedimento ou perturbação da própria venda em hasta


pública, promovida pela administração federal, ou, ainda, de tentativa de afastamento de
concorrente mediante fraude, vantagem, violência ou ameaça.

Na primeira conduta, exige-se apenas o dolo. Na segunda, exige-se, ainda, a finalidade


especial de agir, consistente na finalidade de afastar o concorrente do certame. Na primeira,
trata-se de crime material, pois se exige que o agente efetivamente perturbe, impeça ou fraude a
venda. Na segunda, temos um crime formal, pois se exige apenas que o agente empregue os
meios narrados para afastar o concorrente, não se exigindo que consiga, efetivamente, afastá-lo.

No entanto, o § único estabelece que se o outro concorrente se abstiver de participar da


venda em razão da VANTAGEM oferecida, incidirá nas mesmas penas:

Parágrafo único - Incorre na mesma pena quem se abstém de concorrer ou licitar,


em razão da vantagem oferecida.

Assim, MUITO CUIDADO! Se o terceiro se abstém não em razão da vantagem, mas em


razão da violência empregada pelo agente, ou ainda, em razão de grave ameaça ou fraude, não
incide nas penas relativas a este crime.

Inutilização de edital ou de sinal

Art. 336 - Rasgar ou, de qualquer forma, inutilizar ou conspurcar edital afixado
por ordem de funcionário público; violar ou inutilizar selo ou sinal empregado,
por determinação legal ou por ordem de funcionário público, para identificar ou
cerrar qualquer objeto:
Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa.

Trata-se de duas condutas diversas. A primeira consiste em inutilizar (tornar inválido à


finalidade destinada), conspurcar (sujar, de modo a impedir a leitura) ou rasgar de edital afixado
por funcionário público. Pode ser edital judicial, administrativo, etc. Nesse caso, se o agente
pratica a conduta após o prazo de utilidade do edital, não há este crime25. Assim, se um edital foi

24
CUNHA, Rogério Sanches. Op. Cit., p. 798
25
BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. Cit., p. 289

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Aula 03

publicado pelo prazo de 30 dias, mas expirado o prazo, lá permaneceu por seis meses, e um
particular o inutilizou, não cometeu este crime.

A segunda consiste em violação de selo ou sinal empregado por funcionário público para
identificar ou cerrar (fechar) qualquer objeto.

A Doutrina entende que não comete este crime o particular que inutiliza o selo ou sinal
empregado de maneira ilegal por funcionário público. Exemplo: Particular que rasga cópia do
mandado de despejo afixado abusivamente na porta de sua casa, para que todos os vizinhos
vejam.

Não se exige finalidade especial de agir em nenhuma das condutas, apenas o dolo simples.

Subtração ou inutilização de livro ou documento

Art. 337 - Subtrair, ou inutilizar, total ou parcialmente, livro oficial, processo ou


documento confiado à custódia de funcionário, em razão de ofício, ou de
particular em serviço público:
Pena - reclusão, de dois a cinco anos, se o fato não constitui crime mais grave.

A conduta pode ser tanto de subtrair quanto de inutilizar livro, processo ou documento. A
subtração e a inutilização podem ser totais ou parciais.

Não se exige nenhuma finalidade especial de agir (dolo específico) por parte do agente,
bastando o dolo genérico.

A consumação divide a Doutrina: uns entendem que se consuma com a subtração ou


inutilização do documento, livro ou processo. Outros entendem que deve haver prejuízo, dano ao
regular desenvolvimento da atividade administrativa.26

Se o documento, livro ou processo é restituído sem que haja qualquer prejuízo, uns
entendem que este fato (espécie de reparação do erro) é causa que beneficia o agente na fixação
da pena, e outra parte da Doutrina entende que isso desconfigura o crime, podendo permanecer
eventual desacato.

Sonegação de contribuição previdenciária

Art. 337-A. Suprimir ou reduzir contribuição social previdenciária e qualquer


acessório, mediante as seguintes condutas: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
I - omitir de folha de pagamento da empresa ou de documento de informações
previsto pela legislação previdenciária segurados empregado, empresário,
trabalhador avulso ou trabalhador autônomo ou a este equiparado que lhe
prestem serviços; (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)

26
CUNHA, Rogério Sanches. Op. Cit., p. 804/805

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Aula 03

II - deixar de lançar mensalmente nos títulos próprios da contabilidade da


empresa as quantias descontadas dos segurados ou as devidas pelo empregador
ou pelo tomador de serviços; (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
III - omitir, total ou parcialmente, receitas ou lucros auferidos, remunerações
pagas ou creditadas e demais fatos geradores de contribuições sociais
previdenciárias: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 9.983,
de 2000)

A conduta é a de suprimir ou reduzir contribuição social previdenciária ou qualquer de seus


acessórios, e pode ser praticada nas três modalidades diferentes previstas nos incisos I, II e III do
art. 337-A do CP.

Este crime NÃO É COMUM! Trata-se de CRIME PRÓPRIO! Somente o particular que tinha a
incumbência de realizar corretamente o lançamento de informações, etc., é quem pode cometer
o crime.27 O sujeito passivo aqui é, mais precisamente, a previdência social.

As condutas incriminadas são normas penais em branco, pois carecem de complementação,


já que a lei não diz quais são os documentos que devem conter as informações, prazos, etc.

A Doutrina majoritária entende tratar-se de crime omissivo. Entretanto, alguns doutrinadores


(prestem atenção nisso!) entendem que se trata de crime comissivo, pois, na verdade, quando o
agente deixa de lançar o tributo próprio, está lançando um errado. Quando omite receitas e
lucros, está declarando outros, ou seja, está prestando declaração falsa.

A Doutrina entende que este crime é material, ou seja, é necessária a efetiva ocorrência da
obtenção da vantagem relativa à redução ou supressão da contribuição social devida. Se o
agente, mesmo praticando as condutas, não obtém êxito, o crime é tentado.28

Se antes do início da ação do fisco o agente se retrata e presta as informações corretas,


extingue-se a punibilidade (não se exige o pagamento!). Nos termos do § 1°:

§ 1º É extinta a punibilidade se o agente, espontaneamente, declara e confessa


as contribuições, importâncias ou valores e presta as informações devidas à
previdência social, na forma definida em lei ou regulamento, antes do início da
ação fiscal. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)

ATENÇÃO! Existe outra hipótese de extinção da punibilidade para este delito, mas que
pressupõe o PAGAMENTO INTEGRAL DO TRIBUTO ou contribuição social (inclusive acessórios).
O pagamento poderá ocorrer mesmo depois de iniciada a ação do fisco, mas antes do
recebimento da denúncia, mas com fundamento no art. 34 da Lei 9.249/95. Muita atenção a isso!

27
CUNHA, Rogério Sanches. Op. Cit., p. 806
28
CUNHA, Rogério Sanches. Op. Cit., p. 809

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Aula 03

CUIDADO! O STF entende que o pagamento integral do débito, ANTES DO TRÂNSITO EM


JULGADO (mesmo após o julgamento), extingue a punibilidade, com base no art. 69 da Lei
11.941/09:

“Em conclusão de julgamento, o Plenário, por maioria, acolheu embargos de


declaração e declarou extinta a punibilidade de parlamentar apenado pela
prática dos crimes de apropriação indébita previdenciária e de sonegação de
contribuição previdenciária (CP, art. 168-A, § 1º, I, e art. 337-A, III, c/c o art. 71,
caput, e art. 69). O embargante alegava que o acórdão condenatório omitira-se
sobre o entendimento desta Corte acerca de pedido de extinção de punibilidade
pelo pagamento integral de débito fiscal, bem assim sobre a ocorrência de
prescrição retroativa da pretensão punitiva do Estado — v. Informativos 650, 705
e 712. Preponderou o voto do Ministro Luiz Fux, que deu provimento aos
embargos. No tocante à assertiva de extinção da punibilidade pelo pagamento
do débito tributário, realizado após o julgamento, mas antes da publicação do
acórdão condenatório, reportou-se ao art. 69 da Lei 11.941/2009 (“Extingue-se a
punibilidade dos crimes referidos no art. 68 quando a pessoa jurídica relacionada
com o agente efetuar o pagamento integral dos débitos oriundos de tributos e
contribuições sociais, inclusive acessórios, que tiverem sido objeto de concessão
de parcelamento”). Sublinhou que eventual inconstitucionalidade do preceito
estaria pendente de exame pela Corte, nos autos da ADI 4273/DF. Entretanto,
haja vista que a eficácia do dispositivo não estaria suspensa, entendeu que o
pagamento do tributo, a qualquer tempo, extinguiria a punibilidade do crime
tributário, a teor do que já decidido pelo STF (HC 81929/RJ, DJU de 27.2.2004).
Asseverou que, na aludida disposição legal, não haveria qualquer restrição
quanto ao momento ideal para realização do pagamento. Não caberia ao
intérprete, por isso, impor restrições ao exercício do direito postulado. Incidiria,
dessa maneira, o art. 61, caput, do CPP (“Em qualquer fase do processo, o juiz,
se reconhecer extinta a punibilidade, deverá declará-lo de ofício”). (...) AP 516
ED/DF, rel. orig. Min. Ayres Britto, red. p/ o acórdão Min. Luiz Fux, 5.12.2013.
(AP-516) – INFORMATIVO 731 DO STF.
O § 2° prevê a possibilidade de concessão do perdão judicial ou aplicação
apenas da pena de multa, caso presentes todos os requisitos ali enumerados:
§ 2º É facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou aplicar somente a de multa se
o agente for primário e de bons antecedentes, desde que: (Incluído pela Lei nº
9.983, de 2000)
I - (VETADO) (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
II - o valor das contribuições devidas, inclusive acessórios, seja igual ou inferior
àquele estabelecido pela previdência social, administrativamente, como sendo o
mínimo para o ajuizamento de suas execuções fiscais. (Incluído pela Lei nº 9.983,
de 2000)

Assim, são três os requisitos para o perdão judicial ou aplicação apenas da pena de multa:

a) Ter o agente bons antecedentes

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Aula 03

b) Ser primário
c) O valor das contribuições não ser superior ao valor estabelecido pela Previdência
Social como o mínimo ao ajuizamento de execuções fiscais

Isso se justifica pela mesma razão que no crime de descaminho: se a conduta não é
considerada relevante nem na seara cível ou administrativa, não pode ser considerada
penalmente relevante, pois o Direito Penal é a ultima ratio, ou seja, só pode ser aplicado quando
os outros ramos do Direito forem insuficientes.

Embora não haja unanimidade na jurisprudência dos Tribunais Superiores, o STJ vem
entendendo que se o valor das contribuições sonegadas for inferior a este valor, não há hipótese
de perdão judicial ou aplicação da pena de multa, mas sim atipicidade da conduta, em razão do
princípio da insignificância29.

O § 3° estabelece uma espécie de crime privilegiado, quando o sonegador não for pessoa
==2a8243==

jurídica (obviamente, então, deve ser pessoa física ☺) e sua folha de pagamento é módica:

§ 3º Se o empregador não é pessoa jurídica e sua folha de pagamento mensal


não ultrapassa R$ 1.510,00 (um mil, quinhentos e dez reais), o juiz poderá reduzir
a pena de um terço até a metade ou aplicar apenas a de multa. (Incluído pela Lei
nº 9.983, de 2000)
§ 4º O valor a que se refere o parágrafo anterior será reajustado nas mesmas
datas e nos mesmos índices do reajuste dos benefícios da previdência social.
(Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)

Em casos tais, o Juiz poderá conceder ao agente os seguintes benefícios:

⇒ Redução de pena de um terço até a metade


⇒ Aplicação apenas a de multa

A aplicação não é cumulativa, ou seja, o Juiz concederá um dos dois benefícios.

​ DISPOSITIVOS LEGAIS IMPORTANTES

CÓDIGO PENAL

29
(AgRg no REsp 1609757/SP, Rel. Ministro ANTONIO SALDANHA PALHEIRO, SEXTA TURMA, julgado em
27/02/2018, DJe 08/03/2018)

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⮲ Arts. 328 a 337-A do CP – Tipificam os crimes praticados por particular contra a administração
em geral:

Usurpação de função pública


Art. 328 - Usurpar o exercício de função pública:
Pena - detenção, de três meses a dois anos, e multa.
Parágrafo único - Se do fato o agente aufere vantagem:
Pena - reclusão, de dois a cinco anos, e multa.
Resistência
Art. 329 - Opor-se à execução de ato legal, mediante violência ou ameaça a
funcionário competente para executá-lo ou a quem lhe esteja prestando auxílio:
Pena - detenção, de dois meses a dois anos.
§ 1º - Se o ato, em razão da resistência, não se executa:
Pena - reclusão, de um a três anos.
§ 2º - As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuízo das correspondentes à
violência.
Desobediência
Art. 330 - Desobedecer a ordem legal de funcionário público:
Pena - detenção, de quinze dias a seis meses, e multa.
Desacato
Art. 331 - Desacatar funcionário público no exercício da função ou em razão dela:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.
Tráfico de Influência (Redação dada pela Lei nº 9.127, de 1995)
Art. 332 - Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para outrem, vantagem ou
promessa de vantagem, a pretexto de influir em ato praticado por funcionário
público no exercício da função: (Redação dada pela Lei nº 9.127, de 1995)
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº
9.127, de 1995)
Parágrafo único - A pena é aumentada da metade, se o agente alega ou insinua
que a vantagem é também destinada ao funcionário. (Redação dada pela Lei nº
9.127, de 1995)
Corrupção ativa
Art. 333 - Oferecer ou prometer vantagem indevida a funcionário público, para
determiná-lo a praticar, omitir ou retardar ato de ofício:

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Aula 03

Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº
10.763, de 12.11.2003)
Parágrafo único - A pena é aumentada de um terço, se, em razão da vantagem
ou promessa, o funcionário retarda ou omite ato de ofício, ou o pratica
infringindo dever funcional.
Descaminho
Art. 334. Iludir, no todo ou em parte, o pagamento de direito ou imposto devido
pela entrada, pela saída ou pelo consumo de mercadoria (Redação dada pela Lei
nº 13.008, de 26.6.2014)
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. (Redação dada pela Lei nº 13.008, de
26.6.2014)
§ 1º Incorre na mesma pena quem: (Redação dada pela Lei nº 13.008, de
26.6.2014)
I - pratica navegação de cabotagem, fora dos casos permitidos em lei; (Redação
dada pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)
II - pratica fato assimilado, em lei especial, a descaminho; (Redação dada pela Lei
nº 13.008, de 26.6.2014)
III - vende, expõe à venda, mantém em depósito ou, de qualquer forma, utiliza
em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial,
mercadoria de procedência estrangeira que introduziu clandestinamente no País
ou importou fraudulentamente ou que sabe ser produto de introdução
clandestina no território nacional ou de importação fraudulenta por parte de
outrem; (Redação dada pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)
IV - adquire, recebe ou oculta, em proveito próprio ou alheio, no exercício de
atividade comercial ou industrial, mercadoria de procedência estrangeira,
desacompanhada de documentação legal ou acompanhada de documentos que
sabe serem falsos. (Redação dada pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)
§ 2º Equipara-se às atividades comerciais, para os efeitos deste artigo, qualquer
forma de comércio irregular ou clandestino de mercadorias estrangeiras, inclusive
o exercido em residências. (Redação dada pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)
§ 3º A pena aplica-se em dobro se o crime de descaminho é praticado em
transporte aéreo, marítimo ou fluvial. (Redação dada pela Lei nº 13.008, de
26.6.2014)
Contrabando
Art. 334-A. Importar ou exportar mercadoria proibida: (Incluído pela Lei nº
13.008, de 26.6.2014)
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos. (Incluído pela Lei nº 13.008, de
26.6.2014)
§ 1º Incorre na mesma pena quem: (Incluído pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)

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Aula 03

I - pratica fato assimilado, em lei especial, a contrabando; (Incluído pela Lei nº


13.008, de 26.6.2014)
II - importa ou exporta clandestinamente mercadoria que dependa de registro,
análise ou autorização de órgão público competente; (Incluído pela Lei nº 13.008,
de 26.6.2014)
III - reinsere no território nacional mercadoria brasileira destinada à exportação;
(Incluído pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)
IV - vende, expõe à venda, mantém em depósito ou, de qualquer forma, utiliza
em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial,
mercadoria proibida pela lei brasileira; (Incluído pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)
V - adquire, recebe ou oculta, em proveito próprio ou alheio, no exercício de
atividade comercial ou industrial, mercadoria proibida pela lei brasileira. (Incluído
pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)§ 2º - Equipara-se às atividades comerciais, para
os efeitos deste artigo, qualquer forma de comércio irregular ou clandestino de
mercadorias estrangeiras, inclusive o exercido em residências. (Incluído pela Lei
nº 4.729, de 14.7.1965)
§ 3º A pena aplica-se em dobro se o crime de contrabando é praticado em
transporte aéreo, marítimo ou fluvial. (Incluído pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)
Impedimento, perturbação ou fraude de concorrência
Art. 335 - Impedir, perturbar ou fraudar concorrência pública ou venda em hasta
pública, promovida pela administração federal, estadual ou municipal, ou por
entidade paraestatal; afastar ou procurar afastar concorrente ou licitante, por
meio de violência, grave ameaça, fraude ou oferecimento de vantagem:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa, além da pena
correspondente à violência.
Parágrafo único - Incorre na mesma pena quem se abstém de concorrer ou licitar,
em razão da vantagem oferecida.
Inutilização de edital ou de sinal
Art. 336 - Rasgar ou, de qualquer forma, inutilizar ou conspurcar edital afixado
por ordem de funcionário público; violar ou inutilizar selo ou sinal empregado,
por determinação legal ou por ordem de funcionário público, para identificar ou
cerrar qualquer objeto:
Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa.
Subtração ou inutilização de livro ou documento
Art. 337 - Subtrair, ou inutilizar, total ou parcialmente, livro oficial, processo ou
documento confiado à custódia de funcionário, em razão de ofício, ou de
particular em serviço público:
Pena - reclusão, de dois a cinco anos, se o fato não constitui crime mais grave.
Sonegação de contribuição previdenciária (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)

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Aula 03

Art. 337-A. Suprimir ou reduzir contribuição social previdenciária e qualquer


acessório, mediante as seguintes condutas: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
I – omitir de folha de pagamento da empresa ou de documento de informações
previsto pela legislação previdenciária segurados empregado, empresário,
trabalhador avulso ou trabalhador autônomo ou a este equiparado que lhe
prestem serviços; (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
II – deixar de lançar mensalmente nos títulos próprios da contabilidade da
empresa as quantias descontadas dos segurados ou as devidas pelo empregador
ou pelo tomador de serviços; (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
III – omitir, total ou parcialmente, receitas ou lucros auferidos, remunerações
pagas ou creditadas e demais fatos geradores de contribuições sociais
previdenciárias: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 9.983,
de 2000)
§ 1º É extinta a punibilidade se o agente, espontaneamente, declara e confessa
as contribuições, importâncias ou valores e presta as informações devidas à
previdência social, na forma definida em lei ou regulamento, antes do início da
ação fiscal. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
§ 2º É facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou aplicar somente a de multa se
o agente for primário e de bons antecedentes, desde que: (Incluído pela Lei nº
9.983, de 2000)
I – (VETADO) (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
II – o valor das contribuições devidas, inclusive acessórios, seja igual ou inferior
àquele estabelecido pela previdência social, administrativamente, como sendo o
mínimo para o ajuizamento de suas execuções fiscais. (Incluído pela Lei nº 9.983,
de 2000)
§ 3º Se o empregador não é pessoa jurídica e sua folha de pagamento mensal
não ultrapassa R$ 1.510,00 (um mil, quinhentos e dez reais), o juiz poderá reduzir
a pena de um terço até a metade ou aplicar apenas a de multa. (Incluído pela Lei
nº 9.983, de 2000)
§ 4º O valor a que se refere o parágrafo anterior será reajustado nas mesmas
datas e nos mesmos índices do reajuste dos benefícios da previdência social.
(Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)

​ JURISPRUDÊNCIA CORRELATA
⮲ STJ - HC 104.921/SP – O STJ decidiu no sentido de que o funcionário público que desacata
outro funcionário público é, neste momento, apenas mais um particular, devendo responder pelo
crime de desacato. Exige-se, apenas, que o infrator não esteja no exercício de suas funções:

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Aula 03

(...) É possível a prática do crime de desacato por funcionário público contra


pessoa no exercício de função pública, pois se trata de crime comum em que a
vítima imediata é o Estado e a mediata aquela que está sendo ofendida.
(...) Ordem denegada. (HC 104.921/SP, Rel. Ministra JANE SILVA
(DESEMBARGADORA CONVOCADA DO TJ/MG), SEXTA TURMA, julgado em
21/05/2009, DJe 26/10/2009)

⮲ STJ - AgRg no REsp 1493968/PR – Durante algum tempo houve divergência quanto à
necessidade de constituição definitiva do crédito tributário para a consumação do delito de
descaminho. A sexta turma do STJ entendia necessária a constituição definitiva do crédito,
entendendo tratar-se de crime material. A quinta turma do STJ, por sua vez, entendia
desnecessária a constituição definitiva, por entender que se tratava de crime material. A matéria,
por fim, foi pacificada, no sentido de que se trata de crime formal, dispensando a constituição
definitiva do crédito para sua consumação, o que implica, inclusive, a não aplicação da Súmula
Vinculante 24:

(...) 1. Consolidado no Supremo Tribunal Federal e neste Superior Tribunal o


entendimento de que o crime de descaminho é formal, não dependendo sua
caracterização da constituição definitiva do débito tributário.
2. O delito de descaminho "não se submete à Súmula Vinculante nº 24 do
Supremo Tribunal Federal, expressa em exigir o exaurimento da via
administrativa somente em crime material contra a ordem tributária, previsto no
art. 1º, incisos I a IV, da Lei nº 8.137/90" (STJ, HC 270285/RS, Rel. Min. Laurita
Vaz, QUINTA TURMA, DJe 02/09/2014).
(...) (AgRg no REsp 1493968/PR, Rel. Ministro GURGEL DE FARIA, QUINTA
TURMA, julgado em 07/05/2015, DJe 26/05/2015)

⮲ STJ - AgRg no AREsp 812.459/PR – O STJ consolidou entendimento no sentido de que não
cabe a aplicação do princípio da insignificância ao delito de descaminho quando, a despeito do
valor insignificante, fica configurada a reiteração delitiva por parte do agente, caracterizada pela
reiteração em delitos da mesma natureza:

1. Segundo o entendimento deste Tribunal, não é possível a aplicação do


princípio da insignificância no crime de descaminho quando a existência de
informações acerca da reiteração criminosa em delitos da mesma natureza
demostra elevado grau de reprovabilidade da conduta e maior grau de
lesividade jurídica provocada, sendo que, inclusive as reiteradas autuações em
processos administrativos fiscais, os inquéritos e ações penais em curso,
mesmo não configurando reincidência, são suficientes para caracterizar a
habitualidade criminosa. Precedentes.
(...) (AgRg no AREsp 812.459/PR, Rel. Ministro SEBASTIÃO REIS JÚNIOR, SEXTA
TURMA, julgado em 17/05/2016, DJe 09/06/2016)

⮲ STJ - AgRg no REsp 1602575/PR – Ainda sobre o crime de descaminho, o mesmo STJ, porém,
entendeu que mesmo em casos nos quais resta comprovada a reiteração delitiva é possível,

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Aula 03

excepcionalmente, a aplicação do princípio da insignificância, desde que a medida seja


socialmente recomendável:

(...) 2. Excepcionalmente, porém, verificadas pelas instâncias ordinárias as


especificidades do caso em análise, admite-se a aplicação da princípio da
insignificância ainda que verificada a reiteração delitiva, tendo a Terceira Seção
deste Superior Tribunal de Justiça, no recente julgamento dos Embargos de
Divergência 1.276.607/RS, acolhido a tese esposada pelo eminente Ministro
Reynaldo Soares da Fonseca, Relator, segundo a qual "a reiteração criminosa
inviabiliza a aplicação do princípio da insignificância nos crimes de
descaminho, ressalvada a possibilidade de, no caso concreto, as instâncias
ordinárias verificarem que a medida é socialmente recomendável." 3.
Considerando que, como no caso analisado pela Terceira Seção, também na
hipótese ora em exame as instâncias ordinárias não apontaram dados
concretos nos autos que indicassem a excepcional possibilidade de aplicação
do princípio em tela, na linha do entendimento firmado pelo referido
Colegiado cumpre afastar sua incidência, determinando o retorno dos autos
à origem para prosseguimento do feito.
4. Agravo regimental improvido.
(AgRg no REsp 1602575/PR, Rel. Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA,
SEXTA TURMA, julgado em 21/06/2016, DJe 30/06/2016)

⮲ STJ - RHC 43.558/SP – O STJ já proferiu algumas decisões no sentido de que o pagamento do
tributo devido (inclusive acessórios), no crime de descaminho, geraria a extinção da punibilidade.
Entretanto, mais recentemente vem prevalecendo o entendimento (no STJ) de que o pagamento
não pode gerar a extinção da punibilidade (no descaminho).

(...) 3. Assim, o descaminho não pode ser equiparado aos crimes materiais contra
a ordem tributária, o que revela a impossibilidade de que o agente tenha a sua
punibilidade extinta pelo pagamento do tributo. (...)
(RHC 43.558/SP, Rel. Ministro JORGE MUSSI, QUINTA TURMA, julgado em
05/02/2015, DJe 13/02/2015)

⮲ STJ - HC 299.165/RS – O STJ já decidiu no sentido de que o descumprimento das medidas


protetivas de urgência não configura crime algum, nem mesmo o delito de desobediência, pois o
Estado pode fazer valer sua decisão por meio de força policial ou da decretação da prisão:

(...) 2. O descumprimento das medidas protetivas emanadas no âmbito da Lei


Maria da Penha admite requisição de auxílio policial e também a decretação da
prisão, nos termos do art. 313 do Código de Processo Penal, com o objetivo de
garantir a execução da ordem da autoridade, afastando, desse modo, a
caracterização do delito de desobediência.
Precedentes.
3. Na espécie, o paciente foi denunciado pelo crime de desobediência à decisão
judicial sobre perda ou suspensão de direito, porque teria descumprido medida
protetiva consistente na proibição de se aproximar da vítima Neraci, de seus

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Aula 03

filhos e familiares, de frequentar a casa onde a vítima reside e guardar distância


mínima de 300 (trezentos metros), conduta que não configura, de forma
autônoma, o crime tipificado no art. 330 do Código Penal.
4. Habeas corpus não conhecido. Ordem concedida, de ofício, para restabelecer
a absolvição do paciente quanto ao crime tipificado no art. 330 do Código Penal,
na ação penal originária n.
020/2.10.0002990-8, em trâmite na Comarca de Palmeira das Missões/RS.
(HC 299.165/RS, Rel. Ministro WALTER DE ALMEIDA GUILHERME
(DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TJ/SP), QUINTA TURMA, julgado em
04/12/2014, DJe 12/12/2014)

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Aula 03

EXERCÍCIOS COMENTADOS
1. (VUNESP – 2018 – TJ-SP – ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO) A respeito dos crimes
praticados por particulares contra a administração, em geral (arts. 328; 329; 330; 331; 332; 333;
335; 336 e 337 do CP), assinale a alternativa correta.
(A) Não há previsão de modalidade culposa.
(B) Aquele que se abstém de licitar em hasta pública, em razão de vantagem indevida, não é
punido pelo crime de impedimento, perturbação ou fraude de concorrência, já que se trata de
conduta atípica.
(C) O crime de desacato não se configura se o funcionário público não estiver no exercício da
função, ainda que o desacato seja em razão dela.
(D) Para se configurar, o crime de corrupção ativa exige o retardo ou a omissão do ato de ofício,
pelo funcionário público, em razão do recebimento ou promessa de vantagem indevida.
(E) Para se configurar, o crime de usurpação de função pública exige que o agente, enquanto na
função, obtenha vantagem.

COMENTÁRIOS

a) CORRETA: Item correto, pois não há previsão de modalidade culposa para nenhum destes
delitos.

b) ERRADA: Item errado, pois tal agente também é punido, na forma do art. 335, § único do CP.

c) ERRADA: Item errado, pois o crime de desacato pode ocorrer mesmo que o funcionário não
esteja, naquele momento, exercendo a função, desde que a conduta se dê em razão da função
por ele exercida, na forma do art. 331 do CP.

D) ERRADA: Item errado, pois tal delito se configura no momento em que o particular oferece ou
promete a vantagem indevida ao funcionário público, na forma do art. 333 do CP.

e) ERRADA: Item errado, pois não é necessário, para a consumação de tal delito, que o agente
obtenha qualquer vantagem. Caso isso ocorra, teremos a forma qualificada do delito, prevista no
art. 328, § único do CP.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.

2. (VUNESP – 2017 – TJ SP – ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO) O crime de “impedimento,


perturbação ou fraude de concorrência”, do art. 335 do CP, está assim definido: “impedir,
perturbar ou fraudar concorrência pública ou venda em hasta pública, promovida pela
administração federal, estadual ou municipal, ou por entidade paraestatal; afastar ou procurar

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Aula 03

afastar concorrente ou licitante, por meio de violência, grave ameaça, fraude ou oferecimento de
vantagem.” Incorre na mesma pena estabelecida para o crime citado, nos termos do parágrafo
único do mesmo artigo, quem
(A) faz proposta em certame licitatório que, posteriormente, deixa de cumprir.
(B) se abstém de concorrer ou licitar, em razão da vantagem oferecida.
(C) sendo agente público deixa de inabilitar concorrente sabendo-o fraudador.
(D) sabendo da ocorrência do fato não o denuncia às autoridades públicas.
(E) sendo agente público homologa certame sabendo-o fraudado.

COMENTÁRIOS

Neste caso, incorre nas mesmas penas quem se abstém de concorrer ou licitar, em razão da
VANTAGEM oferecida, conforme estabelece o art. 335, § único do CP.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.

3. (VUNESP – 2017 – PREF. DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS-SP – PROCURADOR) Considerando


os Crimes contra a Administração, nos exatos termos do art. 334-A, § 1° , III, quem reinsere no
território nacional mercadoria brasileira destinada à exportação incorre na mesma pena do crime
de
a) sonegação fiscal.
b) descaminho.
c) fraude de concorrência.
d) contrabando.
e) corrupção ativa em transação comercial internacional.

COMENTÁRIOS

Tal conduta configura o delito de contrabando:

Contrabando

Art. 334-A. Importar ou exportar mercadoria proibida: (Incluído pela Lei nº 13.008,
de 26.6.2014)

Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos. (Incluído pela Lei nº 13.008, de


26.6.2014)

§ 1º Incorre na mesma pena quem: (Incluído pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)

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Aula 03

(...)

III - reinsere no território nacional mercadoria brasileira destinada à exportação;


(Incluído pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.

4. (VUNESP – 2017 – CÂMARA DE COTIA-SP – PROCURADOR LEGISLATIVO - ADAPTADA) O


crime de usurpação de função pública somente se caracteriza se o agente usurpador obtém
vantagem enquanto na função.

COMENTÁRIOS

Item errado, pois tal delito se configura ainda que o agente não obtenha vantagem. Caso o agente
obtenha vantagem, teremos a forma qualificada de tal delito, conforme art. 328, § único do CP.

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.

5. (VUNESP – 2017 – CÂMARA DE COTIA-SP – PROCURADOR LEGISLATIVO - ADAPTADA) O


crime de resistência caracteriza-se pela oposição à execução de ato, ainda que ilegal, mediante
violência ou grave ameaça, a funcionário competente para executá-lo ou a quem lhe esteja
prestando auxílio.

COMENTÁRIOS

Item errado, pois o crime de resistência se verifica quando há oposição à execução de ato LEGAL
por parte de funcionário público, mediante violência ou grave ameaça, ao funcionário competente
para executá-lo ou a quem lhe esteja prestando auxílio, conforme art. 329 do CP.

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.

6. (VUNESP – 2017 – CÂMARA DE COTIA-SP – PROCURADOR LEGISLATIVO - ADAPTADA) O


crime de tráfico de influência caracteriza-se independentemente de o agente influir em ato
praticado por funcionário público no exercício da função.

COMENTÁRIOS

Item correto, pois não é necessário que o agente influencie o funcionário público. Na verdade, a
Doutrina sustenta que o crime do art. 332 se verifica exatamente quando o particular busca obter
vantagem, em prejuízo de terceiro, alegando que irá influenciar em ato a ser praticado pelo
funcionário, mas não pretende agir dessa forma.

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA.

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Aula 03

7. (VUNESP – 2017 – CÂMARA DE COTIA-SP – PROCURADOR LEGISLATIVO - ADAPTADA) A


reinserção no território brasileiro de mercadoria destinada à exportação, em tese, caracteriza o
crime de descaminho.

COMENTÁRIOS

Item errado, pois tal conduta configura o delito de contrabando:

Contrabando

Art. 334-A. Importar ou exportar mercadoria proibida: (Incluído pela Lei nº 13.008,
de 26.6.2014)

Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos. (Incluído pela Lei nº 13.008, de


26.6.2014)

§ 1º Incorre na mesma pena quem: (Incluído pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)

(...)

III - reinsere no território nacional mercadoria brasileira destinada à exportação;


(Incluído pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.

8. (VUNESP – 2016 – CÂMARA DE MARÍLIA-SP – PROCURADOR) Funcionários públicos estão


executando um ato legal. Mediante violência, um indivíduo opõe-se à execução do ato, e acaba
causando lesão corporal leve em um particular que prestava auxílio aos funcionários públicos. Em
que pese a oposição o ato se executa. O indivíduo
a) comete crime de resistência e também responderá pela violência (lesão corporal).
b) comete crime de desobediência, o qual terá sua pena aumentada por conta da violência (lesão
corporal).
c) apenas responderá pela violência (lesão corporal), não havendo porque se cogitar de outro
crime, pois o ato foi executado.
d) apenas comete crime de resistência, não havendo porque se cogitar de outro crime, uma vez
que a vítima de violência (lesão corporal) não se trata de funcionário público.
e) não comete crime algum.

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Neste caso o indivíduo pratica o crime de resistência e também responderá pela violência (lesão
corporal) praticada, na forma do art. 329 e seu §2º do CP:

Resistência

Art. 329 - Opor-se à execução de ato legal, mediante violência ou ameaça a


funcionário competente para executá-lo ou a quem lhe esteja prestando auxílio:

Pena - detenção, de dois meses a dois anos.

(...)

§ 2º - As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuízo das correspondentes à


violência.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.

9. (VUNESP – 2016 – CÂMARA DE MARÍLIA-SP – PROCURADOR) A conduta de iludir, no todo


ou em parte, o pagamento de direito ou imposto devido pela entrada, pela saída ou pelo consumo
de mercadoria constitui
a) crime de contrabando.
b) crime de descaminho.
c) crime de sonegação de contribuição previdenciária.
d) mero ilícito fiscal-aduaneiro, sem repercussão na esfera penal.
e) mero ilícito fiscal-tributário que sujeita a respectiva mercadoria a perdimento, sem repercussão
na esfera penal.

COMENTÁRIOS

Tal conduta configura o crime de descaminho, previsto no art. 334 do CP:

Descaminho

Art. 334. Iludir, no todo ou em parte, o pagamento de direito ou imposto devido


pela entrada, pela saída ou pelo consumo de mercadoria (Redação dada pela Lei
nº 13.008, de 26.6.2014)

Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. (Redação dada pela Lei nº 13.008, de
26.6.2014)

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.

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10. (VUNESP – 2016 – IPSMI – PROCURADOR – ADAPTADA) Importar mercadoria, sem o


pagamento do imposto devido pela entrada, caracteriza o crime de contrabando, de competência
da Justiça Federal.

COMENTÁRIOS

Item errado, pois tal conduta configura o crime de descaminho, previsto no art. 334 do CP:

Descaminho

Art. 334. Iludir, no todo ou em parte, o pagamento de direito ou imposto devido


pela entrada, pela saída ou pelo consumo de mercadoria (Redação dada pela Lei
nº 13.008, de 26.6.2014)

Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. (Redação dada pela Lei nº 13.008, de
26.6.2014)

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.

11. (VUNESP – 2016 – IPSMI – PROCURADOR – ADAPTADA) O crime de desobediência (artigo


330 do Código Penal) somente se caracteriza se do não atendimento à ordem resultar prejuízo à
Administração Pública.

COMENTÁRIOS

Item errado, pois a ocorrência de prejuízo não é elemento do tipo de desobediência, motivo pelo
qual é irrelevante para a consumação de tal delito.

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.

12. (VUNESP – 2016 – CÂMARA MUNICIPAL DE POÁ-SP – PROCURADOR) A fim de evitar o


cumprimento de reintegração de posse, indivíduo lança pedras contra Oficial de Justiça que está
dando cumprimento ao respectivo mandado judicial. Tal conduta configura o crime de
a) desacato.
b) resistência.
c) desobediência.
d) arremesso de projétil.
e) usurpação de função pública.

COMENTÁRIOS

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Tal conduta configura o crime de resistência, previsto no art. 329 do CP:

Resistência

Art. 329 - Opor-se à execução de ato legal, mediante violência ou ameaça a


funcionário competente para executá-lo ou a quem lhe esteja prestando auxílio:

Pena - detenção, de dois meses a dois anos.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.

13. (VUNESP – 2015 – CRO-SP – ADVOGADO JÚNIOR) A conduta de “opor-se à execução de


ato legal, mediante violência ou ameaça a funcionário competente para executá-lo ou a quem lhe
esteja prestando auxílio" caracteriza o crime de
a) desacato.
b) usurpação.
c) resistência.
d) descaminho.
e) desobediência.

COMENTÁRIOS

Tal conduta configura o crime de resistência, previsto no art. 329 do CP:

Resistência

Art. 329 - Opor-se à execução de ato legal, mediante violência ou ameaça a


funcionário competente para executá-lo ou a quem lhe esteja prestando auxílio:

Pena - detenção, de dois meses a dois anos.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.

14. (VUNESP – 2015 – CRO-SP – ADVOGADO JÚNIOR) Imagine que determinado dentista, por
meio de um site de compras na Internet adquire, do exterior, um instrumento odontológico cuja
utilização é proibida no Brasil. A encomenda não é barrada pelos controles aduaneiros e o dentista
começa a utilizar o instrumento. É correto afirmar que
a) tipificou-se crime de descaminho.
b) tipificou-se crime de contrabando.
c) tipificou-se crime de exercício irregular da profissão.

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d) tipificou-se crime de tráfico de influência em transação comercial internacional.


e) não houve tipificação de nenhum crime ou contravenção, tendo em vista o consentimento tácito
da autoridade de controle aduaneiro.

COMENTÁRIOS

Tal conduta configura o delito de contrabando, conforme art. 334-A do CP:

Contrabando

Art. 334-A. Importar ou exportar mercadoria proibida: (Incluído pela Lei nº 13.008,
de 26.6.2014)

Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos. (Incluído pela Lei nº 13.008, de


26.6.2014)

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.

15. (VUNESP – 2015 – CÂMARA MUNICIPAL DE ITATIBA-SP – ADVOGADO – ADAPTADA)


Pratica o crime de contrabando aquele que ilude, no todo ou em parte, o pagamento de direito
ou imposto devido pela entrada, saída ou consumo de mercadoria.

COMENTÁRIOS

Item errado, pois tal conduta configura o crime de descaminho, previsto no art. 334 do CP:

Descaminho

Art. 334. Iludir, no todo ou em parte, o pagamento de direito ou imposto devido


pela entrada, pela saída ou pelo consumo de mercadoria (Redação dada pela Lei
nº 13.008, de 26.6.2014)

Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. (Redação dada pela Lei nº 13.008, de
26.6.2014)

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.

16. (VUNESP – 2015 – CÂMARA MUNICIPAL DE ITATIBA-SP – ADVOGADO – ADAPTADA) O


crime de resistência se configura com a oposição mediante violência ou ameaça à execução de
ato legal ou ilegal praticado por funcionário público competente para executá-lo.

COMENTÁRIOS

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Item errado, pois o crime de resistência se verifica quando há oposição à execução de ato LEGAL
por parte de funcionário público, mediante violência ou grave ameaça, ao funcionário competente
para executá-lo ou a quem lhe esteja prestando auxílio, conforme art. 329 do CP.

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.

17. (VUNESP – 2015 – PREF. DE CAIEIRAS-SP – ASSESSOR JURÍDICO) Antônio foi abordado
por Policiais Militares na via pública e, quando informado que seria conduzido para a Delegacia de
Polícia, pois era “procurado” pela Justiça, passou a desferir socos e pontapés contra um dos
policiais. Sobre a conduta de Antônio, pode-se afirmar que
a) praticou o crime de desacato, previsto no artigo 331 do Código Penal.
b) praticou o crime de resistência, previsto no artigo 329 do Código Penal.
c) praticou o crime de desobediência, previsto no artigo 330 do Código Penal.
d) não praticou nenhum crime, pois todo cidadão tem direito à sua autodefesa.
e) praticou o crime de corrupção ativa, previsto no artigo 333 do Código Penal, pois pretendeu,
com sua reação, corromper o funcionário público a não cumprir ato de ofício.

COMENTÁRIOS

Tal conduta configura o crime de resistência, previsto no art. 329 do CP, pois o agente se opôs a
execução de ato legal por meio de violência:

Resistência

Art. 329 - Opor-se à execução de ato legal, mediante violência ou ameaça a


funcionário competente para executá-lo ou a quem lhe esteja prestando auxílio:

Pena - detenção, de dois meses a dois anos.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.

18. (VUNESP – 2015 – PREF. DE CAIEIRAS-SP – ASSESSOR JURÍDICO) Sobre o delito de


corrupção ativa, pode-se afirmar que
a) é crime próprio.
b) tem como objeto jurídico a honestidade do funcionário público.
c) é crime formal.
d) é crime de concurso necessário
e) admite forma culposa.

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COMENTÁRIOS

O delito de corrupção ativa (art. 333 do CP) é crime comum, podendo ser praticado por qualquer
pessoa, e não crime próprio. Trata-se de crime formal, pois se consuma com a prática da conduta
pelo particular (correta a letra C), ainda que o funcionário não aceite a vantagem ou não infrinja
seu dever funcional (errada, portanto, a letra B). Trata-se de crime de concurso eventual, pois pode
ser praticado por uma única pessoa e não admite forma culposa (erradas as letras D e E).

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.

19. (VUNESP – 2015 – PC-CE – DELEGADO) O crime de usurpação de função pública é


qualificado se
a) do fato resulta prejuízo patrimonial para a Administração.
==2a8243==

b) do fato o agente aufere vantagem.


c) ocorre em local ermo ou de difícil acesso ou durante repouso noturno.
d) praticado mediante o uso de uniforme ou insígnias ou qualquer outro elemento distintivo da
atividade usurpada.
e) praticado em concurso de pessoas.

COMENTÁRIOS

O crime de usurpação de função pública é qualificado se do fato o agente aufere vantagem,


conforme art. 328, § único do CP:

Usurpação de função pública

Art. 328 - Usurpar o exercício de função pública:

Pena - detenção, de três meses a dois anos, e multa.

Parágrafo único - Se do fato o agente aufere vantagem:

Pena - reclusão, de dois a cinco anos, e multa.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.

20. (VUNESP – 2014 – CÂMARA DE SERTÃOZINHO-SP – PROCURADOR) A conduta de “iludir,


no todo ou em parte, o pagamento de direito ou imposto devido pela entrada, pela saída ou pelo
consumo de mercadoria” configura crime de
a) descaminho
b) contrabando.

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c) falsidade ideológica
d) sonegação de contribuição.
e) falsificação de selo ou sinal público.

COMENTÁRIOS

Tal conduta configura o crime de descaminho, previsto no art. 334 do CP:

Descaminho

Art. 334. Iludir, no todo ou em parte, o pagamento de direito ou imposto devido


pela entrada, pela saída ou pelo consumo de mercadoria (Redação dada pela Lei
nº 13.008, de 26.6.2014)

Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. (Redação dada pela Lei nº 13.008, de
26.6.2014)

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.

21. (VUNESP – 2014 – TJ-PA – ANALISTA JUDICIÁRIO) Quem se opõe à execução de ato legal,
mediante ameaça a pessoa que está prestando auxílio a funcionário competente para executá-lo,
comete crime de
a) usurpação de função pública.
b) desobediência.
c) resistência.
d) desacato.
e) exercício arbitrário das próprias razões.

COMENTÁRIOS

Tal conduta configura o crime de resistência, previsto no art. 329 do CP:

Resistência

Art. 329 - Opor-se à execução de ato legal, mediante violência ou ameaça a


funcionário competente para executá-lo ou a quem lhe esteja prestando auxílio:

Pena - detenção, de dois meses a dois anos.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.

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22. (VUNESP – 2014 – DESENVOLVESP – ADVOGADO) A conduta de “solicitar, exigir, cobrar


ou obter, para si ou para outrem, vantagem ou promessa de vantagem, a pretexto de influir em
ato praticado por funcionário público no exercício da função” caracteriza crime de
a) corrupção ativa.
b) corrupção passiva.
c) tráfico de influência.
d) exploração de prestígio.
e) condescendência criminosa.

COMENTÁRIOS

Tal conduta corresponde ao crime de tráfico de influência, previsto no art. 332 do CP:

Tráfico de Influência (Redação dada pela Lei nº 9.127, de 1995)

Art. 332 - Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para outrem, vantagem ou
promessa de vantagem, a pretexto de influir em ato praticado por funcionário
público no exercício da função: (Redação dada pela Lei nº 9.127, de 1995)

Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº
9.127, de 1995)

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.

23. (VUNESP – 2015 – MPE/SP – ANALISTA DE PROMOTORIA - ADAPTADA) O crime de


resistência previsto no artigo 329 do CP tem sua pena aplicada sem prejuízo da pena
correspondente à violência grave.

COMENTÁRIOS

Item correto, nos termos do art. 329, §2º do CP:

Art. 329 - Opor-se à execução de ato legal, mediante violência ou ameaça a


funcionário competente para executá-lo ou a quem lhe esteja prestando auxílio:
Pena - detenção, de dois meses a dois anos.

(...) § 2º - As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuízo das correspondentes à
violência.

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA.

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24. (VUNESP – 2015 – MPE/SP – ANALISTA DE PROMOTORIA - ADAPTADA) O delito de


desobediência, previsto no artigo 330, CP, é crime comum, tendo como sujeito ativo qualquer
pessoa, com exceção do funcionário público, que mesmo quando não está no exercício da função,
não perde essa condição para efeitos penais.

COMENTÁRIOS

Item errado, pois o funcionário público pode praticar o delito de desobediência, na qualidade de
particular, quando estiver fora do exercício das funções.

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.

25. (VUNESP – 2015 – MPE/SP – ANALISTA DE PROMOTORIA - ADAPTADA) O delito de


desacato (art. 331, CP), dado o objeto material (o funcionário público e sua honra), tem como
sujeito passivo apenas o funcionário público humilhado.

COMENTÁRIOS

Item errado, pois o Estado também é sujeito passivo deste delito.

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.

26. (VUNESP – 2015 – CÂMARA DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO/SP – ADVOGADO) José, policial
militar, no exercício da sua função, decidiu abordar João na via pública, pois este passou a correr
quando percebeu a aproximação da viatura policial. Durante a abordagem, João passou a
desprestigiar e ofender José, em razão do seu salário de policial militar, inclusive proferindo
palavras de baixo calão contra ele. Com relação à conduta de João, pode-se afirmar sobre ele que
(A) ao sair correndo, quando viu a viatura policial, praticou o delito de resistência.
(B) cometeu o delito de desobediência.
(C) sua conduta é atípica.
(D) é passível de queixa-crime, ajuizada por José, no prazo de 6 meses, a contar da data do fato,
caso sinta que sua honra profissional tenha sido ofendida.
(E) praticou o crime de desacato.

COMENTÁRIOS

João, neste caso, praticou o delito de desacato, previsto no art. 331 do CP:

Desacato

Art. 331 - Desacatar funcionário público no exercício da função ou em razão dela:

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Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.

27. (VUNESP – 2015 – CÂMARA DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO/SP – ADVOGADO) Sobre o
delito de corrupção ativa, previsto no artigo 333 do Código Penal, pode-se afirmar que
(A) é crime comum, pode ser praticado por qualquer pessoa, inclusive por um funcionário público
que não esteja agindo nessa qualidade e tem como sujeito passivo o Estado.
(B) é crime material.
(C) mesmo quando a vantagem oferecida ou prometida for posterior à conduta praticada pelo
funcionário público, ocorrerá o crime de corrupção ativa.
(D) não se configura o delito de corrupção ativa, caso a vantagem não tenha sido endereçada ao
funcionário diretamente (mas a terceira pessoa), assim como também não se configura o delito,
caso o funcionário venha a repelir a vantagem oferecida pelo particular.
(E) ocorrerá todas as vezes que o funcionário público ceder à exigência do particular para realizar,
omitir ou deixar de praticar ato de ofício.

COMENTÁRIOS

A) CORRETA: Trata-se de crime praticado por PARTICULAR contra a administração em geral, ou


seja, qualquer pessoa pode praticá-lo, inclusive um funcionário público que não esteja no exercício
das funções.

B) ERRADA: Trata-se de crime FORMAL, que se consuma com a mera prática da conduta,
independentemente da obtenção do resultado pretendido.

C) ERRADA: Item errado, pois a conduta deve ser anterior à prática do ato, pois o tipo penal exige
que a conduta seja praticada para “determiná-lo a praticar, omitir ou retardar ato de ofício”.

D) ERRADA: Item errado, pois o crime se configura mesmo quando é realizado por interposta
pessoa, e a eventual recusa do funcionário público é irrelevante, pois o delito já estará consumado.

E) ERRADA: O crime ocorre quando o particular pratica sua conduta. Caso o funcionário público
efetivamente infrinja seu dever funcional, haverá aumento de pena, nos termos do art. 333, § único
do CP.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.

28. (VUNESP – 2015 – MPE/SP – ANALISTA DE PROMOTORIA) Assinale a alternativa correta


sobre os crimes praticados pelo particular contra a Administração em geral.

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(A) O crime de resistência previsto no artigo 329 do CP tem sua pena aplicada sem prejuízo da
pena correspondente à violência grave.
(B) O delito de desobediência, previsto no artigo 330, CP, é crime comum, tendo como sujeito
ativo qualquer pessoa, com exceção do funcionário público, que mesmo quando não está no
exercício da função, não perde essa condição para efeitos penais.
(C) O crime de falso testemunho ou falsa perícia (art. 342, CP) admite retratação do agente que
poderá ser manifestada em qualquer instância e grau de jurisdição, ocasionando a extinção da
punibilidade.
(D) O delito de desacato (art. 331, CP), dado o objeto material (o funcionário público e sua honra),
tem como sujeito passivo apenas o funcionário público humilhado.
(E) O crime de coação no curso do processo (art. 344, CP) não admite violência, mas apenas ameaça
por parte do agente, que busca favorecer interesse próprio ou alheio, contra autoridade, parte ou
qualquer outra pessoa que funciona ou é chamada a intervir em processo judicial, policial,
administrativo ou em juízo arbitral.

COMENTÁRIOS

A) CORRETA: Item correto, nos termos do art. 329, §2º do CP:

Art. 329 - Opor-se à execução de ato legal, mediante violência ou ameaça a


funcionário competente para executá-lo ou a quem lhe esteja prestando auxílio:

Pena - detenção, de dois meses a dois anos.

(...)

§ 2º - As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuízo das correspondentes à


violência.

B) ERRADA: O funcionário público pode praticar o delito de desobediência, na qualidade de


particular, quando estiver fora do exercício das funções.

C) ERRADA: A retratação do agente, no crime de falso testemunho, somente extingue a


punibilidade se o agente a realiza antes da sentença no processo em que ocorreu o fato, nos
termos do art. 342, §2º do CP.

D) ERRADA: O Estado também sujeito passivo deste delito.

E) ERRADA: Item errado, pois tal delito também pode ser praticado por meio de violência, nos
termos do art. 344 do CP.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.

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29. (VUNESP – 2015 – MPE/SP – ANALISTA DE PROMOTORIA) Antônio foi abordado por
Policiais Militares na via pública e, quando informado que seria conduzido para a Delegacia de
Polícia, pois era “procurado” pela Justiça, passou a desferir socos e pontapés contra um dos
policiais. Sobre a conduta de Antônio, pode-se afirmar que
(A) praticou o crime de desacato, previsto no artigo 331 do Código Penal.
(B) praticou o crime de resistência, previsto no artigo 329 do Código Penal.
(C) praticou o crime de desobediência, previsto no artigo 330 do Código Penal.
(D) não praticou nenhum crime, pois todo cidadão tem direito à sua autodefesa.
(E) praticou o crime de corrupção ativa, previsto no artigo 333 do Código Penal, pois pretendeu,
com sua reação, corromper o funcionário público a não cumprir ato de ofício.

COMENTÁRIOS

Neste caso o agente praticou o delito de resistência, previsto no art. 329 do CP:

Resistência

Art. 329 - Opor-se à execução de ato legal, mediante violência ou ameaça a


funcionário competente para executá-lo ou a quem lhe esteja prestando auxílio:

Pena - detenção, de dois meses a dois anos.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.

30. (VUNESP – 2015 – MPE/SP – ANALISTA DE PROMOTORIA) Sobre o delito de corrupção


ativa, pode-se afirmar que
(A) é crime próprio.
(B) tem como objeto jurídico a honestidade do funcionário público.
(C) é crime formal.
(D) é crime de concurso necessário.
(E) admite forma culposa.

COMENTÁRIOS

O crime de corrupção ativa é COMUM (pode ser praticado por qualquer pessoa) e tem como
objeto (bem jurídico) a moralidade e a probidade da administração pública. Além disso, é crime
de concurso EVENTUAL e não admite forma culposa. Por fim, trata-se de crime FORMAL, pois se
consuma com a mera prática da conduta, independentemente de o agente obter o resultado
pretendido.

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Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.

31. (VUNESP – 2015 – MPE/SP – ANALISTA DE PROMOTORIA) José solicita e recebe dinheiro
de um empresário que participará de uma licitação pública a pretexto de ajudá-lo a vencer o
certame, sob o argumento de que tem muitos amigos no comando da Administração Pública.
Sobre a conduta de José, está correto afirmar que
(A) praticou o crime de usurpação da função pública (art. 328, Código Penal).
(B) praticou o crime de corrupção ativa (art. 333, Código Penal).
(C) praticou o crime de impedimento, perturbação ou fraude concorrência (art. 335, Código Penal).
(D) praticou o crime de tráfico de influência (art. 332, Código Penal).
(E) não praticou nenhum crime (fato atípico), pois quem decide o resultado de licitação é o agente
público e não o particular.

COMENTÁRIOS

José praticou o delito de tráfico de influência, previsto no art. 332 do CP:

Tráfico de Influência (Redação dada pela Lei nº 9.127, de 1995)

Art. 332 - Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para outrem, vantagem ou
promessa de vantagem, a pretexto de influir em ato praticado por funcionário
público no exercício da função: (Redação dada pela Lei nº 9.127, de 1995)

Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº
9.127, de 1995)

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.

32. (VUNESP – 2015 – PREF. SÃO JOSÉ DOS CAMPOS/SP – AUDITOR) Cidadão solicita a poda
de uma árvore que se encontra no passeio público em frente a sua residência, ao agente público
municipal, responsável por atividades de zeladoria urbana. Tal agente afirma que tal serviço
demorará de 2 a 3 meses, mas que se o cidadão quiser maior rapidez, pode lhe pagar R$ 100,00,
que enviará a equipe para realizar o serviço no dia seguinte. O interessado paga a quantia e recebe
o serviço, conforme combinado. Nesse caso, as condutas do agente público municipal e do
cidadão são crimes contra a Administração Pública, respectivamente previstos como
(A) corrupção passiva e corrupção ativa.
(B) corrupção ativa e peculato.
(C) peculato e corrupção passiva.
(D) concussão e peculato.

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(E) corrupção ativa e concussão.

COMENTÁRIOS

Questão polêmica. É pacífico na Doutrina que se o agente apenas cede ao pedido do funcionário
público e dá a vantagem indevida solicitada, não pratica o delito de corrupção ativa, pois o tipo
penal do art. 333 do CP não abarca este verbo (pagar ou dar).

Contudo, a questão deixa claro que o funcionário público não solicitou a verba, apenas esclareceu
como funcionava o “esquema”. O particular, por livre e espontânea vontade, ofereceu a vantagem
indevida, caracterizando o delito de corrupção ativa.

O funcionário público, por sua vez, praticou o delito de corrupção passiva ao aceitar a vantagem.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.

33. (VUNESP – 2013 – ITESP – ADVOGADO) O fazendeiro de uma cidade do interior de São
Paulo, que solicita aos assentados dinheiro a pretexto de influir na atuação de funcionário do ITESP
a fim de facilitar a concessão de títulos de domínio visando a regularização fundiária, comete o
crime de:
a) corrupção passiva qualificada.
b) tráfico de influência.
c) advocacia administrativa.
d) exploração de prestígio.
e) estelionato

COMENTÁRIOS

A conduta do fazendeiro caracteriza o delito de tráfico de influência, nos termos do art. 332 do CP:

Tráfico de Influência (Redação dada pela Lei nº 9.127, de 1995)

Art. 332 - Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para outrem, vantagem ou
promessa de vantagem, a pretexto de influir em ato praticado por funcionário
público no exercício da função: (Redação dada pela Lei nº 9.127, de 1995)

Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº
9.127, de 1995)

Parágrafo único - A pena é aumentada da metade, se o agente alega ou insinua


que a vantagem é também destinada ao funcionário. (Redação dada pela Lei nº
9.127, de 1995)

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Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.

34. (VUNESP – 2012 – TJ/SP – ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO) A pena prevista pelo
Código Penal para o crime de "resistência" (CP, art. 329), por expressa disposição legal, é
A) de reclusão e de multa.
B) de reclusão, de seis meses a um ano.
C) maior, se o funcionário público, em razão da violência, fica afastado do cargo.
D) maior se o ato, em razão da resistência, não se executa.
E) diminuída de um a dois terços se a resistência não é praticada com violência.

COMENTÁRIOS

A resposta é a letra D.

Para resolvermos a questão é necessária a transcrição do art. 329 do CP, que define o tipo penal
do delito de resistência. Vejamos:

Resistência
Art. 329 - Opor-se à execução de ato legal, mediante violência ou ameaça a
funcionário competente para executá-lo ou a quem lhe esteja prestando auxílio:

Pena - detenção, de dois meses a dois anos.

§ 1º - Se o ato, em razão da resistência, não se executa:

Pena - reclusão, de um a três anos.

Vemos, então, que a pena, em regra, é de detenção, de dois meses a dois anos.

Contudo, caso o ato não se execute em razão da resistência, a pena será maior, e será de reclusão,
de um a três anos.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.

35. (VUNESP – 2007 – TJ/SP – ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO) A resistência qualificada


consiste
A) na oposição do agente ao ato legal mediante violência.
B) na oposição do agente ao ato legal, causando considerável prejuízo à vítima.
C) na oposição do agente ao ato legal mediante o emprego da violência ou ameaça.

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D) na vontade exteriorizada do agente de empregar violência ou usar de ameaça contra o


funcionário competente para executar o ato legal, ou ainda, a quem lhe esteja prestando auxílio.
E) na não execução do ato legal diante da resistência do agente.

COMENTÁRIOS

Tal delito se caracteriza, na forma qualificada, quando o ato não é executado em razão da
resistência do agente. Vejamos:

Art. 329 - Opor-se à execução de ato legal, mediante violência ou ameaça a


funcionário competente para executá-lo ou a quem lhe esteja prestando auxílio:

Pena - detenção, de dois meses a dois anos.

§ 1º - Se o ato, em razão da resistência, não se executa:

Pena - reclusão, de um a três anos.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.

36. (VUNESP – 2007 – TJ/SP – ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO) Assinale a alternativa que
exemplifica o crime de desacato.
A) "X", de forma muito humilhante, diz a seu vizinho, funcionário público, durante um churrasco
entre amigos, que ele é a pessoa mais preguiçosa e lenta que já conheceu.
B) "X" descumpre a ordem dada pelo juiz em audiência e continua fotografando a vítima do crime
sob julgamento.
C) "X", ao deparar-se no fórum com a escrevente "Z", dirige a ela as seguintes palavras: que coisa
mais linda, até parece um anjo!
D) "X", ao ter seu veículo apreendido pelo Delegado de Polícia "Z", gesticula a ele de forma
obscena utilizando o dedo médio da mão.
E) "X", que assiste a uma partida de vôlei, zomba de um dos jogadores: Vejam como o nosso
promotor público enfeita a quadra, até parece uma borboleta!

COMENTÁRIOS

O delito de desacato está previsto no art. 331 do CP. Vejamos:

Desacato

Art. 331 - Desacatar funcionário público no exercício da função ou em razão dela:

Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.

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Aula 03

O crime de desacato deve ser praticado contra o funcionário público NO EXERCÍCIO DA FUNÇÃO
(quando estiver exercendo a função) ou EM RAZÃO DELA (mesmo fora do local do exercício da
função, mas em razão da função).

No caso em tela, somente a alternativa D traz uma hipótese de caracterização do delito de


desacato.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.

37. (VUNESP – 2006 – TJ/SP – ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO) São pressupostos do delito
de resistência que
I. o ato ao qual se opõe seja legal;
II. a violência ou ameaça seja praticada contra o policial que executar o ato;
III. a oposição seja praticada mediante violência ou ameaça.
Está correto o contido em
a) I, apenas.
b) II, apenas.
c) I e II, apenas.
d) I e III, apenas.
e) I, II e III.

COMENTÁRIOS

O delito de resistência está previsto no art. 329 do CP:

Resistência

Art. 329 - Opor-se à execução de ato legal, mediante violência ou ameaça a


funcionário competente para executá-lo ou a quem lhe esteja prestando auxílio:

Pena - detenção, de dois meses a dois anos.

Assim, vemos que o ato ao qual se opõe deve ser LEGAL. A violência ou ameaça deve ser praticada
contra o funcionário competente para praticar o ato, e não necessariamente um policial. Por fim, A
oposição ao ato deve ser praticada necessariamente com violência ou ameaça.

Assim, as afirmativas I e III estão corretas.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.

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Aula 03

38. (VUNESP – 2006 – TJ/SP – ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO) A conduta de opor-se


mediante violência ou ameaça à execução de ordem legal advinda de funcionário competente
tipifica o crime de
A) desobediência.
B) desacato.
C) fraude processual.
D) resistência.
E) exercício arbitrário das próprias razões.

COMENTÁRIOS

A conduta descrita caracteriza o delito do art. 329 do CP, ou seja, crime de RESISTÊNCIA. Vejamos:

Resistência

Art. 329 - Opor-se à execução de ato legal, mediante violência ou ameaça a


funcionário competente para executá-lo ou a quem lhe esteja prestando auxílio:

Pena - detenção, de dois meses a dois anos.

§ 1º - Se o ato, em razão da resistência, não se executa:

Pena - reclusão, de um a três anos.

§ 2º - As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuízo das correspondentes à


violência.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.

39. (VUNESP – 2009 – TJ/SP – OFICIAL DE JUSTIÇA) Examine as afirmações sobre o crime de
tráfico de influência.
I. Ocorre se o agente solicita para si ou para outrem vantagem a pretexto de influir em ato
praticado por funcionário público no exercício da função.
II. É praticado, ainda que sem intenção, e de forma imprudente, se o agente exige para si ou para
outrem vantagem a pretexto de influir em ato praticado por funcionário público no exercício da
função.
III. Tem a sua pena aumentada se o agente alega que a vantagem solicitada é também destinada
ao funcionário público que se deixará influenciar.
Está correto o contido em
A) I, somente.

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Aula 03

B) I e II, somente.
C) I e III, somente.
D) II e III, somente.
E) I, II e III.

COMENTÁRIOS

I - CORRETA: Esta é a redação do tipo penal previsto no art. 332 do CP, caracterizando o delito
de tráfico de influência;

II - ERRADA: O crime somente é punido a título de dolo, não havendo previsão de forma culposa;

III - CORRETA: Esta é a causa de aumento de pena prevista no art. 332, § único do CP,
aumentando-se a pena em metade.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.

40. (VUNESP – 2010 – TJ/SP – AGENTE DE FISCALIZAÇÃO JUDICIÁRIA) Considere as seguintes


assertivas no que pertine aos Crimes Praticados por Particular Contra a Administração em Geral e
assinale a alternativa que corresponde ao regramento estabelecido pelo texto do Código Penal.
I. Somente comete crime de resistência aquele que age com violência ou ameaça.
II. Quem desobedece à ordem ilegal de funcionário público não comete crime de desobediência.
III. Apenas se configura o crime de desacato se a ação for praticada contra funcionário no exercício
da função ou em razão dela.
(A) Nenhuma assertiva é correta.
(B) Todas as assertivas são corretas.
(C) Somente II é correta.
(D) Somente III é correta.
(E) Somente II e III são corretas.

COMENTÁRIOS

I – CORRETA: Item correto, pois é necessário que o agente resista à ordem legal utilizando-se de
violência ou grave ameaça, nos termos do art. 329 do CP.

II – CORRETA: Para que tal crime se configure é necessário que a ordem do funcionário público
seja LEGAL, nos termos do art. 330 do CP.

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Aula 03

III – CORRETA: É indispensável, no delito de desacato, que o funcionário desacatado esteja no


exercício da função ou, pelo menos, que o desacato se dê em razão da função, nos termos do art.
331 do CP.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.

41. (FCC – 2019 – TRF4 – OFICIAL DE JUSTIÇA) Tício e Tácito, trabalhadores autônomos do
ramo de construção civil, fazendo-se passar por policiais civis, compareceram na empresa “X”
aduzindo ter em mãos um mandado de busca e apreensão diante de suspeita de crime tributário,
e de um mandado de prisão temporária contra Manoel, um dos sócios daquela empresa. Para não
cumprir os mandados, Tício e Tácito solicitaram e receberam a quantia de R$ 3.000,00 em dinheiro
de Rodrigo, o outro sócio diretor da empresa. No caso apresentado, Tício e Tácito cometeram
crime de
(A) corrupção ativa.
(B) usurpação de função pública.
(C) corrupção passiva.
(D) concussão.
(E) exercício arbitrário ou abuso de poder

COMENTÁRIOS

Tício e Tácito praticaram, no caso, o crime de usurpação de função pública, previsto no art. 328 do
CP (sem prejuízo de eventual crime patrimonial, como estelionato):

Art. 328 - Usurpar o exercício de função pública:

Pena - detenção, de três meses a dois anos, e multa.

GABARITO: Letra B

42. (FCC – 2018 – TRT-15 – TÉCNICO JUDICIÁRIO – SEGURANÇA) Astolfo, é surpreendido na


prática de crime de roubo e recebe ordem de prisão por dois policiais militares do Estado X que
estão devidamente fardados e com viatura. Para evitar a prisão, Astolfo arremessa pedras em
direção aos policiais ferindo a ambos que, ainda assim, conseguem prendê-lo com o uso da força
necessária. Em relação à ação contra a execução de ordem legal praticada por Astolfo, sem
prejuízo de outros crimes decorrentes da violência, ele poderá responder pelo crime de
a) Desacato.
b) Desobediência.
c) Resistência.

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Aula 03

d) Obstrução à justiça.
e) Desinteligência.

COMENTÁRIOS

O agente praticou aqui o crime de resistência, na forma do art. 329 do CP, pois se opôs à execução
do ato legal mediante violência:

Resistência

Art. 329 - Opor-se à execução de ato legal, mediante violência ou ameaça a


funcionário competente para executá-lo ou a quem lhe esteja prestando auxílio:

Pena - detenção, de dois meses a dois anos.

(...)§ 2º - As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuízo das correspondentes à
violência.

Vale frisar que o agente responderá, ainda, pelas lesões causadas nos policiais.

GABARITO: Letra C

43. (FCC – 2017 – TRF5 – TÉCNICO JUDICIÁRIO) José desatendeu ordem ilegal de funcionário
Público e deixou o local em que tal ordem lhe fora dada. A conduta de José
a) caracterizou o delito de desacato.
b) caracterizou o delito de resistência no tipo legal fundamental.
c) configurou o crime de desobediência.
d) não tipificou os crimes de desobediência, desacato ou resistência.
e) configurou o crime de resistência na forma agravada.

COMENTÁRIOS

Se a ordem dada pelo funcionário público era ILEGAL, José não cometeu crime algum ao
desobedecer a ordem, pois o crime de desobediência, do art. 330 do CP, só se verifica quando o
agente desobedece a ordem LEGAL de funcionário público.

Não há que se falar, ainda, nos crimes de desacato ou resistência, pois a conduta praticada não
corresponde a qualquer destes tipos penais.

Portanto, a ALTERNARTIVA CORRETA É A LETRA D.

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Aula 03

44. (FCC – 2017 – TRF5 – TÉCNICO JUDICIÁRIO) O particular que atenta contra a Administração
em Geral, com a característica de iludir, no todo ou em parte, o pagamento de direito ou imposto
devido pela entrada, pela saída ou pelo consumo de mercadoria no país, comete, segundo o
Código Penal, o crime de
a) fraude de concorrência.
b) contrabando.
c) descaminho.
d) sonegação de contribuição previdenciária.
e) impedimento de concorrência.

COMENTÁRIOS

Tal conduta configura o crime de descaminho, previsto no art. 334 do CP:

Descaminho

Art. 334. Iludir, no todo ou em parte, o pagamento de direito ou imposto devido


pela entrada, pela saída ou pelo consumo de mercadoria (Redação dada pela Lei
nº 13.008, de 26.6.2014)

Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. (Redação dada pela Lei nº 13.008, de
26.6.2014)

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.

45. (FCC – 2017 – TRF5 – TÉCNICO JUDICIÁRIO) Marcelino, dirigindo seu veículo, é abordado
por policiais militares que o vistoriaram e nada encontraram de irregular, nem com a documentação
do veículo, tampouco com os documentos pessoais, os quais estavam plenamente válidos. Apenas
por precaução, os policiais o convidaram para ir à Delegacia de Polícia para fazer uma melhor
averiguação de sua vida pregressa já que não simpatizaram com ele. Marcelino se recusa a
acompanhá-los e, os policiais o alertam que o conduzirão à força, caso ele não concorde. No
entanto, ele novamente não aceita acompanhá-los resistindo à ordem. A conduta de Marcelino
a) configura crime de desacato e de resistência.
b) configura crime de resistência, somente.
c) configura crime de resistência e de desobediência.
d) configura crime de desacato e de desobediência.
e) não configura crime.

COMENTÁRIOS

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Aula 03

Neste caso, Marcelino NÃO PRATICOU CRIME ALGUM, pois recebeu uma ordem ILEGAL dos
policiais. Se Marcelino não possuía mandado de prisão ou condução coercitiva em seu desfavor,
tampouco estava sem situação de flagrante delito, tal condução é absolutamente ilegal. Se a
ordem dada pelo funcionário público era ILEGAL, Marcelino não cometeu crime algum ao
desobedecer a ordem, pois o crime de desobediência, do art. 330 do CP, só se verifica quando o
agente desobedece a ordem LEGAL de funcionário público.

Não há que se falar, ainda, nos crimes de desacato ou resistência, pois a conduta praticada não
corresponde a qualquer destes tipos penais.

Portanto, a ALTERNARTIVA CORRETA É A LETRA E.

46. (FCC – 2015 – TRE-RR – ANALISTA JUDICIÁRIO) Paulo é estudante de uma determinada
faculdade do Estado de Roraima, cursando o primeiro semestre. No início deste ano de 2015 Paulo
é submetido a um trote acadêmico violento e, amarrado, é obrigado a consumir à força bebida
alcoólica e substância entorpecente. Após o trote, Paulo, completamente embriagado e
incapacitado de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse
entendimento por conta desta embriaguez e do uso de droga, desloca-se até uma Delegacia de
Polícia da cidade de Boa Vista, onde tramita um inquérito contra ele por crime de lesão corporal
dolosa decorrente de uma briga em uma casa noturna, e oferece R$ 10.000,00 em dinheiro ao
Delegado de Polícia para que este não dê prosseguimento às investigações. Paulo acaba preso
em flagrante pela Autoridade Policial. No caso hipotético exposto, Paulo
a) praticou crime de corrupção ativa e terá a pena reduzida de um a dois terços no caso de
condenação.
b) é isento de pena pelo crime cometido nas dependências da Delegacia de Polícia.
c) praticou crime de corrupção ativa e não terá a pena reduzida no caso de condenação pela
embriaguez.
d) praticou crime de concussão e não terá a pena reduzida no caso de condenação.
e) praticou crime de concussão e terá a pena reduzida de um a dois terços no caso de condenação.

COMENTÁRIOS

Paulo praticou a conduta típica prevista no art. 333 do CP, ou seja, em tese teria praticado o delito
de corrupção ativa.

Contudo, a questão deixa claro que ele se encontrava inteiramente incapaz de entender o caráter
ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com este entendimento, situação decorrente de
embriaguez ocasionada por FORÇA MAIOR. Assim, Paulo é inimputável e, segundo o CP, isento
de pena (afasta a culpabilidade), nos termos do art. 28, §1º do CP.

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Aula 03

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.

47. (FCC – 2015 – SEFAZ-PE – JULGADOR TRIBUTÁRIO) O advogado de um contribuinte


mencionou que seu procedimento administrativo poderia ter o andamento mais célere, caso
efetivasse o pagamento de uma “taxa de andamento” ao funcionário responsável pelo
encaminhamento processual, mediante o conhecimento e a amizade que ele possuía com o
referido funcionário. Efetivado o acordo, o cliente lhe entregou os valores. A conduta do advogado
está inserida no crime de
a) fato atípico pela cobrança de honorários.
b) advocacia administrativa.
c) corrupção ativa.
d) tráfico de influência.
e) estelionato.

COMENTÁRIOS

A conduta do agente, aqui, configura o delito de tráfico de influência, previsto no art. 332 do CP:

Tráfico de Influência (Redação dada pela Lei nº 9.127, de 1995)

Art. 332 - Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para outrem, vantagem ou
promessa de vantagem, a pretexto de influir em ato praticado por funcionário
público no exercício da função: (Redação dada pela Lei nº 9.127, de 1995)

Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº
9.127, de 1995)

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.

48. (FCC – 2015 – TCM-GO – AUDITOR) José ofereceu R$ 1.000,00 para João, Oficial de Justiça,
deixar de citá-lo numa ação cível. João aceitou a oferta, mas José deixou de honrá-la. Nesse caso,
José responderá por corrupção ativa
a) consumada e João por corrupção ativa tentada.
b) tentada e João por prevaricação.
c) tentada e João por corrupção ativa consumada.
d) consumada e João por corrupção passiva consumada.
e) tentada e João por corrupção ativa tentada.

COMENTÁRIOS

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Aula 03

José responderá por corrupção ATIVA CONSUMADA (pois o mero oferecimento já consuma o
delito), nos termos do art. 333 do CP. João, por sua vez, responderá pelo delito de corrupção
PASSIVA CONSUMADA, pois a mera aceitação da vantagem já consuma o delito, nos termos do
art. 317 do CP.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.

49. (FCC – 2015 – TCM-GO – AUDITOR) Paulo, sócio administrador de agência de turismo,
ofereceu uma viagem à Europa a Jack, agente fiscal de rendas, para determiná-lo a não autuá-lo
por sonegação de tributo estadual. Jack aceitou a oferta, viajou e, quando voltou, foi até a empresa
e lavrou auto de infração pela sonegação do referido tributo. Nesse caso,
a) Paulo responderá por corrupção ativa e Jack não responderá por nenhum delito por ter lavrado
o auto de infração.
b) Jack responderá por corrupção passiva e Paulo por prevaricação.
c) Paulo responderá por corrupção ativa e Jack por prevaricação.
d) não há crime, porque o auto de infração foi lavrado, não tendo havido prejuízo para a
Administração pública.
e) Jack responderá por corrupção passiva e Paulo por corrupção ativa.

COMENTÁRIOS

Paulo responderá por corrupção ATIVA CONSUMADA (pois o mero oferecimento já consuma o
delito), nos termos do art. 333 do CP. Jack, por sua vez, responderá pelo delito de corrupção
PASSIVA CONSUMADA, pois a mera aceitação da vantagem já consuma o delito. Contudo, a
“corrupção passiva” que Jack praticou não foi a do art. 317 do CP, pois quando se trata de
aceitação de vantagem indevida por funcionário da administração tributária, cuja finalidade é o
não lançamento de tributo ou lançamento parcial (contrariamente à Lei), teremos uma modalidade
especial de corrupção passiva, que é a “corrupção passiva tributária”, prevista no art. 3º, II da Lei
8.137/90.

A resposta da questão poderia ter sido mais completa, de forma a não dar margem para anulação.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.

50. (FCC – 2015 – TJ-AL – JUIZ) NÃO constitui crime praticado por particular contra a
Administração em geral
a) o tráfico de influência.
b) a desobediência.
c) a resistência.

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d) a advocacia administrativa.
e) o desacato.

COMENTÁRIOS

Dentre as alternativas apresentadas, apenas a letra D traz um crime que não constitui “crime
praticado por particular contra a Administração em geral”, eis que tal delito é um crime praticado
por FUNCIONÁRIO PÚBLICO contra a administração em geral, nos termos do art. 321 do CP.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.

51. (FCC - 2007 - MPU - ANALISTA – PROCESSUAL) A respeito dos crimes contra a
Administração Pública, é correto afirmar:
a) Não configura o crime de contrabando a exportação de mercadoria proibida.
b) Constitui crime de desobediência o não atendimento por funcionário público de ordem legal de
outro funcionário público.
c) Comete crime de corrupção ativa quem oferece vantagem indevida a funcionário público para
determiná-lo a deixar de praticar medida ilegal.
d) Pratica crime de resistência quem se opõe, mediante violência, ao cumprimento de mandado
de prisão decorrente de sentença condenatória supostamente contrária à prova dos autos.
e) Para a caracterização do crime de desacato não é necessário que o funcionário público esteja
no exercício da função ou, não estando, que a ofensa se verifique em função dela.

COMENTÁRIOS

A) ERRADA: O crime de contrabando é, por definição, a exportação ou importação de mercadoria


proibida, nos termos do art. 334 do CP;

B) ERRADA: O crime de desobediência é um crime que só pode ser praticado pelo particular. Se
praticado pelo funcionário público pode, no entanto, configurar o crime de prevaricação, nos
termos dos arts. 329 e 319 do CP;

C) ERRADA: Cuidado com a pegadinha! Se a medida que o funcionário público ia praticar era
ilegal, não há crime de corrupção ativa, pois se exige que o ato que o funcionário público iria
praticar seja legal, nos termos do art. 333 do CP:

D) CORRETA: O fato de a sentença judicial que embasa o mandado de prisão ser considerada
injusta não desconfigura o crime, pois o modo correto para o agente questionar a sentença é a via
recursal. Nesse caso, o ato praticado pelo funcionário público (oficial de justiça) é plenamente legal,
pois se fundamenta em decisão judicial válida, que pode, no entanto, ser atacada pela via do
recurso.

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E) ERRADA: É necessário que a ofensa seja proferida, em qualquer caso, em razão da função
pública, esteja ou não o funcionário público no exercício da função no momento do crime.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.

52. (FCC – 2007 – AUDITOR -FISCAL DE TRIBUTOS DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO) No crime
de corrupção ativa a vantagem indevida
a) deve ser recebida pelo funcionário público
b) deve ser concedida a funcionário público
c) pode ser oferecida a funcionário público
d) é exigida pelo funcionário público
e) é solicitada pelo funcionário público

COMENTÁRIOS

No crime de corrupção ativa, a vantagem é oferecida ou prometida a um funcionário público por


um particular, não sendo exigida pelo funcionário público, o que caracterizaria o crime de
concussão (art. 316 do CP). Também não é solicitada pelo funcionário público, o que caracterizaria
crime de corrupção passiva (art. 317 do CP). A vantagem, por sua vez, não necessita ser concedida
ou recebida, pois no crime de corrupção ativa, há um crime formal, em que a ocorrência do
resultado (obtenção da vantagem) é mero exaurimento, não sendo necessário à configuração do
delito. Por fim, a vantagem pode ser oferecida a funcionário público, pois esta não é a única
conduta descrita no núcleo do tipo, que incrimina também a conduta de prometer vantagem.

Assim, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.

53. (FCC - 2007 - TRF-4R - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA - EXECUÇÃO DE


MANDADOS) Túlio assumiu o exercício de função pública sem ser nomeado ou designado,
executando ilegitimamente ato de ofício. Tal conduta caracteriza o crime de
a) desobediência.
b) tráfico de influência.
c) exercício funcional ilegalmente antecipado ou prolongado.
d) advocacia administrativa.
e) usurpação de função pública.

COMENTÁRIOS

Como Túlio não possuía qualquer vínculo com a administração pública, o exercício da função
pública, neste caso, configura o crime de usurpação de função pública, nos termos do art. 328 do

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CP. O crime de exercício funcional ilegalmente antecipado só se configuraria se Túlio tivesse sido
nomeado mas ainda não empossado no cargo, o que não ocorreu.

Assim, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.

54. (FCC - 2009 - TRT - 3ª REGIÃO (MG) - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA -
EXECUÇÃO DE MANDADOS) O crime de desobediência
A) só pode ser praticado por omissão.
B) será punido apenas com multa, se for culposo.
C) ocorre independentemente da legalidade da ordem.
D) exige violência ou grave ameaça.
E) não prescinde de dolo, ainda que eventual.

COMENTÁRIOS

O crime de desobediência só é punível na modalidade dolosa, motivo pelo qual a existência desse
elemento subjetivo do tipo é INDISPENSÁVEL.

Portanto, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.

55. (FCC – 2007 – ISS/SP – AUDITOR-FISCAL) Aquele que exige vantagem, a pretexto de influir
em ato praticado por funcionário público no exercício da função, comete o crime de
a) tráfico de influência.
b) advocacia administrativa.
c) exploração de prestígio.
d) condescendência criminosa.
e) prevaricação.

COMENTÁRIOS

A conduta de exigir vantagem a pretexto de influir em ato a ser praticado por funcionário público
pode caracterizar o delito de TRÁFICO DE INFLUÊNCIA. Vejamos o art. 332 do CP:

Tráfico de Influência (Redação dada pela Lei nº 9.127, de 1995)

Art. 332 - Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para outrem, vantagem ou
promessa de vantagem, a pretexto de influir em ato praticado por funcionário
público no exercício da função: (Redação dada pela Lei nº 9.127, de 1995)

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Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº
9.127, de 1995)

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.

56. (FCC – 2011 - TRF1 – ANALISTA JUDICIÁRIO) João, funcionário público no exercício de suas
funções, em cumprimento de mandado de citação, abordou José, o citando, ordenando-lhe que
ajoelhasse no chão para ouvir a leitura do teor do mandado. José recusou-se a ajoelhar-se, dizendo
que ouviria de pé. Nesse caso, José
a) cometeu crime de desacato.
b) cometeu crime de desobediência.
c) não cometeu nenhum delito.
d) cometeu crime de resistência simples.
e) cometeu crime de resistência qualificada.

COMENTÁRIOS

José, neste caso, não cometeu qualquer delito, pois a ordem do funcionário público não foi legal,
ou seja, não possuía qualquer amparo legal, de forma que foi plenamente válida a conduta de
José.

Inclusive, vejamos o tipo penal do crime de desobediência:

Desobediência

Art. 330 - Desobedecer a ordem legal de funcionário público:

Pena - detenção, de quinze dias a seis meses, e multa.

Vê-se, assim, que sendo ilegal a ordem emanada do funcionário público, inexigível seu
cumprimento.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.

57. (FCC - 2013 - TCE-SP - AUDITOR DO TRIBUNAL DE CONTAS) O crime de corrupção ativa
a) caracteriza-se mesmo que a oferta de vantagem indevida seja feita após a prática do ato de
ofício.
b) deixa de existir quando a vantagem indevida é aceita pelo funcionário público, caracterizando-
se, nesse caso, apenas o delito de corrupção passiva.

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c) caracteriza-se quando o agente coloca faixas e cartazes oferecendo recompensa em dinheiro


para quem informar o autor do furto de seu veículo.
d) não se caracteriza quando o agente se limita a pedir ao funcionário público que pratique, omita
ou retarde ato de ofício.
e) é punido na forma culposa quando a promessa de vantagem indevida tiver sido feita por
imprudência.

COMENTÁRIOS

A) ERRADA: O item está errado, pois é necessário que a oferta ou promessa de vantagem indevida
seja anterior à prática do ato, pois o tipo penal exige que ela seja feita “para” ocasionar a falta
funcional, e não em decorrência dela;

B) ERRADA: Em sendo aceita a oferta, o particular responde pela corrupção ativa e o funcionário
público responde pela corrupção passiva;

C) ERRADA: O item está errado, pois a oferta de vantagem deve ser dirigida a um funcionário
público especificamente e deve ser vantagem indevida, o que não ocorre no caso;

D) CORRETA: Neste caso, o particular que apenas solicita ao funcionário público um “jeitinho”
(sem nada oferecer em troca), não pratica crime. O funcionário público, entretanto, caso atenda ao
pedido, pratica crime de corrupção passiva privilegiada, nos termos do art. 317, §2º do CP:

Art. 317 (...)

§ 2º - Se o funcionário pratica, deixa de praticar ou retarda ato de ofício, com


infração de dever funcional, cedendo a pedido ou influência de outrem:

E) ERRADA: Não há previsão de punição na forma culposa.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.

58. (FCC – 2014 – TRF4 – OFICIAL DE JUSTIÇA) Processado por roubo cometido contra
empresa pública federal, Mélvio teve sua prisão preventiva legalmente decretada. Ao ser
regularmente cumprido o respectivo mandado por Oficial de Justiça, Mélvio resistiu com violência
à prisão e, ao final, foi absolvido da imputação de roubo, posto que afinal reconhecida injusta.
Com base somente nesses dados,
(A) inexistiu crime de resistência, qualquer que seja o fundamento técnico da absolvição quanto ao
roubo.
(B) inexistiu crime de resistência, desde que a absolvição seja pela negativa de autoria quanto ao
roubo.

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(C) inexistiu crime de resistência, mas responde Mélvio, de qualquer modo, por outro eventual
crime correspondente à violência.
(D) inexistiu o crime de resistência, desde que a absolvição quanto ao roubo tenha afirmado a
inexistência ou o atipicidade do fato respectivo.
(E) caracteriza-se o crime de resistência.

COMENTÁRIOS

Neste caso restou PLENAMENTE caracterizado o delito de resistência, pois o agente, mediante
violência, resistiu ao cumprimento de ato legal por parte de funcionário público. Vejamos:

Resistência

Art. 329 - Opor-se à execução de ato legal, mediante violência ou ameaça a


funcionário competente para executá-lo ou a quem lhe esteja prestando auxílio:

Pena - detenção, de dois meses a dois anos.

O fato de, posteriormente, o acusado ser absolvido da acusação criminosa (em relação ao delito
que gerou o mandado de prisão) não torna ilegal a prisão realizada e, portanto, não afasta o delito
de resistência.

Portanto, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.

59. (FCC – 2013 – TJ-PE – TITULAR NOTARIAL) Desacato implica


a) usurpação.
b) aviltamento.
c) resistência.
d) coação.
e) desobediência.

COMENTÁRIOS

O crime de desacato implica aviltamento ao funcionário público e à própria função pública em si,
não sendo necessário que haja resistência ao cumprimento de ordem, tampouco coação ou
desobediência.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.

60. (FCC – 2011 – TCE-SE – ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO) O crime de desacato


a) pode ser cometido através de ofensa feita a funcionário público pelo telefone.

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b) só se caracteriza se o funcionário, estando no local, ouça ou veja a ofensa que lhe é dirigida, em
razão de suas funções.
c) caracteriza-se mesmo que a ofensa feita ao funcionário público não diga respeito ao exercício
de suas funções.
d) pode ser reconhecido em críticas genéricas dirigidas publicamente a uma instituição.
e) pode ser cometido por escrito, através de carta dirigida ao funcionário público.

COMENTÁRIOS

Para a caracterização do crime de desacato é necessário, conforme doutrina majoritária, que a


conduta seja praticada NA PRESENÇA do funcionário público. Assim, incorretas as alternativas A
e E. A alternativa B é a correta, eis que além de dever ser praticada na presença do funcionário
público, a ofensa deve se relacionar com as funções exercidas pelo funcionário. As alternativas C
e D estão incorretas, eis que as ofensas devem ter relação com as funções exercidas, não
caracterizando o delito meras críticas genéricas a uma Instituição (Ex.: A Polícia está uma droga, o
Ministério Público não faz seu trabalho, etc.).

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.

61. (FCC – 2011 – TRE-RN – ANALISTA JUDICIÁRIO) Quem se opõe à execução de ato legal,
mediante ameaça ao funcionário competente para executá-lo, comete crime de
a) resistência.
b) desobediência.
c) desacato.
d) exercício arbitrário das próprias razões.
e) coação no curso do processo.

COMENTÁRIOS

Tal pessoa estará praticando o delito de resistência, nos termos do art. 329 do CP.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.

62. (FCC – 2010 – TCE-AP – PROCURADOR) NÃO constituem crimes praticados por particular
contra a administração em geral
a) o desacato e a fraude de concorrência.
b) a condescendência criminosa e a advocacia administrativa.
c) a corrupção ativa e a sonegação de contribuição previdenciária.
d) o tráfico de influência e a resistência.

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e) a desobediência e o contrabando.

COMENTÁRIOS

Dentre as alternativas apresentadas, apenas a letra B traz crimes que não constituem “crimes
praticado por particular contra a Administração em geral”, eis que tais delitos são crimes praticados
por FUNCIONÁRIO PÚBLICO contra a administração em geral, nos termos do art. 320 e do art.
321, ambos do CP.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.

63. (FCC – 2012 – MPE-PE – TÉCNICO) Quem se opõe à execução de ato legal, mediante
ameaça a quem esteja prestando auxílio ao funcionário público competente para executá-lo,
a) comete crime de desacato.
b) comete crime de desobediência.
c) comete crime de resistência.
d) comete crime de tráfico de influência.
e) não comete crime contra a Administração Pública.

COMENTÁRIOS

Tal pessoa estará praticando o delito de resistência, nos termos do art. 329 do CP.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.

64. (FCC – 2011 – TRE-PE – ANALISTA JUDICIÁRIO) A conduta de iludir, no todo ou em parte,
o pagamento de direito ou imposto devido pela entrada, pela saída ou pelo consumo de
mercadoria tipifica o crime de
a) contrabando.
b) descaminho.
c) peculato.
d) prevaricação.
e) excesso de exação.

COMENTÁRIOS

Tal conduta configura o delito de descaminho, previsto no art. 334 do CP.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.

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65. (FCC – 2013 – MPE-MA – ANALISTA MINISTERIAL) Ana doou um automóvel ao filho de um
fiscal, para que não autuasse sua empresa por fraudes que havia constatado. Anita, oficial de
justiça, exigiu R$ 5.000,00 de José, para não cumprir mandado de prisão que ordenava a sua
prisão. Ângela decorou a casa de um policial para determiná-lo a deixar de investigar delito que
havia praticado. Alice, médica de um posto de saúde, solicitou R$ 1.000,00 para fornecer atestado
falso a pessoa interessada em justificar faltas ao serviço. Amanda, perita judicial, recebeu R$
5.000,00 de uma das partes para favorecê-la no laudo pericial que estava elaborando. O crime de
corrupção ativa será imputável somente a
a) Anita, Alice e Amanda.
b) Ana e Ângela.
c) Alice e Amanda.
d) Alice.
e) Ana, Alice e Ângela

COMENTÁRIOS

Somente Ana e Ângela praticaram crime de corrupção ativa, pois concederam vantagem indevida
a funcionário público, a fim de determiná-lo a deixar de praticar ato de ofício, nos termos do art.
333 do CP.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.

66. (FCC – 2013 – TRT15 – TÉCNICO) No momento em que um policial, em cumprimento a


mandado judicial, deu voz de prisão a Brutus, seu irmão Paulus interveio e impediu a execução do
ato, agredindo o policial a socos e pontapés, causando-lhe ferimentos leves. Paulus responderá
a) pelo crime de desobediência.
b) somente pelo crime de lesões corporais leves.
c) somente pelo crime de resistência.
d) pelos crimes de resistência e lesões corporais leves.
e) pelos crimes de desobediência e resistência.

COMENTÁRIOS

Paulus praticou, neste caso, o delito de resistência, nos termos do art. 329 do CP, pois se opôs a
execução de ato legal por parte do funcionário público. Paulus praticou, ainda, o delito de lesões
corporais leves, eis que o delito de resistência não engloba punição pela violência praticada, de
maneira que o agente responde por ambos os delitos em concurso material, nos termos do art.
329, §2º do CP.

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Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.

67. (FGV – 2015 – PREFEITURA DE PAULÍNIA-SP – ADVOGADO) Tício, Guarda Municipal,


encontrava-se em serviço em frente a determinado prédio público, quando verificou que José
iniciava uma pichação naquele prédio. Em razão disso, ordenou a José que parasse de imediato e
entregasse o material que estava sendo utilizado na pichação. Ocorre que José, para garantir sua
fuga, desferiu chutes na canela do funcionário e, de imediato, empreendeu fuga, não vindo a ser
alcançado.
Considerando apenas as informações narradas, é correto afirmar que a conduta de José no
momento de sua fuga:
a) configura crime de resistência;
b) é atípica, pois estava no seu legítimo direito de tentar fugir;
c) configura crime de desobediência;
d) configura crime de desacato;
e) configura, unicamente, crime de lesão corporal dolosa.

COMENTÁRIOS

Neste caso, a conduta do agente configura o delito de resistência, pois se opôs, mediante
violência, ao ato legal a ser praticado pelo funcionário público (a prisão em flagrante), motivo pelo
qual responderá pelo crime do art. 329 do CP.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.

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Aula 03

EXERCÍCIOS PARA PRATICAR

1. (VUNESP – 2018 – TJ-SP – ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO) A respeito dos crimes


praticados por particulares contra a administração, em geral (arts. 328; 329; 330; 331; 332; 333;
335; 336 e 337 do CP), assinale a alternativa correta.
(A) Não há previsão de modalidade culposa.
(B) Aquele que se abstém de licitar em hasta pública, em razão de vantagem indevida, não é
punido pelo crime de impedimento, perturbação ou fraude de concorrência, já que se trata de
conduta atípica.
(C) O crime de desacato não se configura se o funcionário público não estiver no exercício da
função, ainda que o desacato seja em razão dela.
(D) Para se configurar, o crime de corrupção ativa exige o retardo ou a omissão do ato de ofício,
pelo funcionário público, em razão do recebimento ou promessa de vantagem indevida.
(E) Para se configurar, o crime de usurpação de função pública exige que o agente, enquanto na
função, obtenha vantagem.
2. (VUNESP – 2017 – TJ SP – ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO) O crime de “impedimento,
perturbação ou fraude de concorrência”, do art. 335 do CP, está assim definido: “impedir,
perturbar ou fraudar concorrência pública ou venda em hasta pública, promovida pela
administração federal, estadual ou municipal, ou por entidade paraestatal; afastar ou procurar
afastar concorrente ou licitante, por meio de violência, grave ameaça, fraude ou oferecimento de
vantagem.” Incorre na mesma pena estabelecida para o crime citado, nos termos do parágrafo
único do mesmo artigo, quem
(A) faz proposta em certame licitatório que, posteriormente, deixa de cumprir.
(B) se abstém de concorrer ou licitar, em razão da vantagem oferecida.
(C) sendo agente público deixa de inabilitar concorrente sabendo-o fraudador.
(D) sabendo da ocorrência do fato não o denuncia às autoridades públicas.
(E) sendo agente público homologa certame sabendo-o fraudado.
3. (VUNESP – 2017 – PREF. DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS-SP – PROCURADOR) Considerando
os Crimes contra a Administração, nos exatos termos do art. 334-A, § 1° , III, quem reinsere no

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Aula 03

território nacional mercadoria brasileira destinada à exportação incorre na mesma pena do crime
de
a) sonegação fiscal.
b) descaminho.
c) fraude de concorrência.
d) contrabando.
e) corrupção ativa em transação comercial internacional.
4. (VUNESP – 2017 – CÂMARA DE COTIA-SP – PROCURADOR LEGISLATIVO - ADAPTADA) O
crime de usurpação de função pública somente se caracteriza se o agente usurpador obtém
vantagem enquanto na função.
5. (VUNESP – 2017 – CÂMARA DE COTIA-SP – PROCURADOR LEGISLATIVO - ADAPTADA) O
crime de resistência caracteriza-se pela oposição à execução de ato, ainda que ilegal, mediante
violência ou grave ameaça, a funcionário competente para executá-lo ou a quem lhe esteja
prestando auxílio.
6. (VUNESP – 2017 – CÂMARA DE COTIA-SP – PROCURADOR LEGISLATIVO - ADAPTADA) O
crime de tráfico de influência caracteriza-se independentemente de o agente influir em ato
praticado por funcionário público no exercício da função.
7. (VUNESP – 2017 – CÂMARA DE COTIA-SP – PROCURADOR LEGISLATIVO - ADAPTADA) A
reinserção no território brasileiro de mercadoria destinada à exportação, em tese, caracteriza o
crime de descaminho.
8. (VUNESP – 2016 – CÂMARA DE MARÍLIA-SP – PROCURADOR) Funcionários públicos estão
executando um ato legal. Mediante violência, um indivíduo opõe-se à execução do ato, e acaba
causando lesão corporal leve em um particular que prestava auxílio aos funcionários públicos. Em
que pese a oposição o ato se executa. O indivíduo
a) comete crime de resistência e também responderá pela violência (lesão corporal).
b) comete crime de desobediência, o qual terá sua pena aumentada por conta da violência (lesão
corporal).
c) apenas responderá pela violência (lesão corporal), não havendo porque se cogitar de outro
crime, pois o ato foi executado.
d) apenas comete crime de resistência, não havendo porque se cogitar de outro crime, uma vez
que a vítima de violência (lesão corporal) não se trata de funcionário público.
e) não comete crime algum.
9. (VUNESP – 2016 – CÂMARA DE MARÍLIA-SP – PROCURADOR) A conduta de iludir, no todo
ou em parte, o pagamento de direito ou imposto devido pela entrada, pela saída ou pelo consumo
de mercadoria constitui

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Aula 03

a) crime de contrabando.
b) crime de descaminho.
c) crime de sonegação de contribuição previdenciária.
d) mero ilícito fiscal-aduaneiro, sem repercussão na esfera penal.
e) mero ilícito fiscal-tributário que sujeita a respectiva mercadoria a perdimento, sem repercussão
na esfera penal.

10. (VUNESP – 2016 – IPSMI – PROCURADOR – ADAPTADA) Importar mercadoria, sem o


pagamento do imposto devido pela entrada, caracteriza o crime de contrabando, de competência
da Justiça Federal.
11. (VUNESP – 2016 – IPSMI – PROCURADOR – ADAPTADA) O crime de desobediência (artigo
330 do Código Penal) somente se caracteriza se do não atendimento à ordem resultar prejuízo à
Administração Pública.
12. (VUNESP – 2016 – CÂMARA MUNICIPAL DE POÁ-SP – PROCURADOR) A fim de evitar o
cumprimento de reintegração de posse, indivíduo lança pedras contra Oficial de Justiça que está
dando cumprimento ao respectivo mandado judicial. Tal conduta configura o crime de
a) desacato.
b) resistência.
c) desobediência.
d) arremesso de projétil.
e) usurpação de função pública.

13. (VUNESP – 2015 – CRO-SP – ADVOGADO JÚNIOR) A conduta de “opor-se à execução de


ato legal, mediante violência ou ameaça a funcionário competente para executá-lo ou a quem lhe
esteja prestando auxílio" caracteriza o crime de
a) desacato.
b) usurpação.
c) resistência.
d) descaminho.
e) desobediência.

14. (VUNESP – 2015 – CRO-SP – ADVOGADO JÚNIOR) Imagine que determinado dentista, por
meio de um site de compras na Internet adquire, do exterior, um instrumento odontológico cuja
utilização é proibida no Brasil. A encomenda não é barrada pelos controles aduaneiros e o dentista
começa a utilizar o instrumento. É correto afirmar que
a) tipificou-se crime de descaminho.
b) tipificou-se crime de contrabando.

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Aula 03

c) tipificou-se crime de exercício irregular da profissão.


d) tipificou-se crime de tráfico de influência em transação comercial internacional.
e) não houve tipificação de nenhum crime ou contravenção, tendo em vista o consentimento tácito
da autoridade de controle aduaneiro.

15. (VUNESP – 2015 – CÂMARA MUNICIPAL DE ITATIBA-SP – ADVOGADO – ADAPTADA)


Pratica o crime de contrabando aquele que ilude, no todo ou em parte, o pagamento de direito
ou imposto devido pela entrada, saída ou consumo de mercadoria.
16. (VUNESP – 2015 – CÂMARA MUNICIPAL DE ITATIBA-SP – ADVOGADO – ADAPTADA) O
crime de resistência se configura com a oposição mediante violência ou ameaça à execução de
ato legal ou ilegal praticado por funcionário público competente para executá-lo.
17. (VUNESP – 2015 – PREF. DE CAIEIRAS-SP – ASSESSOR JURÍDICO) Antônio foi abordado
por Policiais Militares na via pública e, quando informado que seria conduzido para a Delegacia de
Polícia, pois era “procurado” pela Justiça, passou a desferir socos e pontapés contra um dos
policiais. Sobre a conduta de Antônio, pode-se afirmar que
a) praticou o crime de desacato, previsto no artigo 331 do Código Penal.
b) praticou o crime de resistência, previsto no artigo 329 do Código Penal.
c) praticou o crime de desobediência, previsto no artigo 330 do Código Penal.
d) não praticou nenhum crime, pois todo cidadão tem direito à sua autodefesa.
e) praticou o crime de corrupção ativa, previsto no artigo 333 do Código Penal, pois pretendeu,
com sua reação, corromper o funcionário público a não cumprir ato de ofício.
18. (VUNESP – 2015 – PREF. DE CAIEIRAS-SP – ASSESSOR JURÍDICO) Sobre o delito de
corrupção ativa, pode-se afirmar que
a) é crime próprio.
b) tem como objeto jurídico a honestidade do funcionário público.
c) é crime formal.
d) é crime de concurso necessário
e) admite forma culposa.
19. (VUNESP – 2015 – PC-CE – DELEGADO) O crime de usurpação de função pública é
qualificado se
a) do fato resulta prejuízo patrimonial para a Administração.
b) do fato o agente aufere vantagem.
c) ocorre em local ermo ou de difícil acesso ou durante repouso noturno.
d) praticado mediante o uso de uniforme ou insígnias ou qualquer outro elemento distintivo da
atividade usurpada.

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Aula 03

e) praticado em concurso de pessoas.

20. (VUNESP – 2014 – CÂMARA DE SERTÃOZINHO-SP – PROCURADOR) A conduta de “iludir,


no todo ou em parte, o pagamento de direito ou imposto devido pela entrada, pela saída ou pelo
consumo de mercadoria” configura crime de
a) descaminho
b) contrabando.
c) falsidade ideológica
d) sonegação de contribuição.
e) falsificação de selo ou sinal público.

21. (VUNESP – 2014 – TJ-PA – ANALISTA JUDICIÁRIO) Quem se opõe à execução de ato legal,
mediante ameaça a pessoa que está prestando auxílio a funcionário competente para executá-lo,
comete crime de
a) usurpação de função pública.
b) desobediência.
c) resistência.
d) desacato.
e) exercício arbitrário das próprias razões.

22. (VUNESP – 2014 – DESENVOLVESP – ADVOGADO) A conduta de “solicitar, exigir, cobrar


ou obter, para si ou para outrem, vantagem ou promessa de vantagem, a pretexto de influir em
ato praticado por funcionário público no exercício da função” caracteriza crime de
a) corrupção ativa.
b) corrupção passiva.
c) tráfico de influência.
d) exploração de prestígio.
e) condescendência criminosa.

23. (VUNESP – 2015 – MPE/SP – ANALISTA DE PROMOTORIA - ADAPTADA) O crime de


resistência previsto no artigo 329 do CP tem sua pena aplicada sem prejuízo da pena
correspondente à violência grave.
24. (VUNESP – 2015 – MPE/SP – ANALISTA DE PROMOTORIA - ADAPTADA) O delito de
desobediência, previsto no artigo 330, CP, é crime comum, tendo como sujeito ativo qualquer
pessoa, com exceção do funcionário público, que mesmo quando não está no exercício da função,
não perde essa condição para efeitos penais.

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Aula 03

25. (VUNESP – 2015 – MPE/SP – ANALISTA DE PROMOTORIA - ADAPTADA) O delito de


desacato (art. 331, CP), dado o objeto material (o funcionário público e sua honra), tem como
sujeito passivo apenas o funcionário público humilhado.
26. (VUNESP – 2015 – CÂMARA DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO/SP – ADVOGADO) José, policial
militar, no exercício da sua função, decidiu abordar João na via pública, pois este passou a correr
quando percebeu a aproximação da viatura policial. Durante a abordagem, João passou a
desprestigiar e ofender José, em razão do seu salário de policial militar, inclusive proferindo
palavras de baixo calão contra ele. Com relação à conduta de João, pode-se afirmar sobre ele que
(A) ao sair correndo, quando viu a viatura policial, praticou o delito de resistência.
(B) cometeu o delito de desobediência.
(C) sua conduta é atípica.
(D) é passível de queixa-crime, ajuizada por José, no prazo de 6 meses, a contar da data do fato,
caso sinta que sua honra profissional tenha sido ofendida.
(E) praticou o crime de desacato.

27. (VUNESP – 2015 – CÂMARA DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO/SP – ADVOGADO) Sobre o
delito de corrupção ativa, previsto no artigo 333 do Código Penal, pode-se afirmar que
(A) é crime comum, pode ser praticado por qualquer pessoa, inclusive por um funcionário público
que não esteja agindo nessa qualidade e tem como sujeito passivo o Estado.
(B) é crime material.
(C) mesmo quando a vantagem oferecida ou prometida for posterior à conduta praticada pelo
funcionário público, ocorrerá o crime de corrupção ativa.
(D) não se configura o delito de corrupção ativa, caso a vantagem não tenha sido endereçada ao
funcionário diretamente (mas a terceira pessoa), assim como também não se configura o delito,
caso o funcionário venha a repelir a vantagem oferecida pelo particular.
(E) ocorrerá todas as vezes que o funcionário público ceder à exigência do particular para realizar,
omitir ou deixar de praticar ato de ofício.

28. (VUNESP – 2015 – MPE/SP – ANALISTA DE PROMOTORIA) Assinale a alternativa correta


sobre os crimes praticados pelo particular contra a Administração em geral.
(A) O crime de resistência previsto no artigo 329 do CP tem sua pena aplicada sem prejuízo da
pena correspondente à violência grave.
(B) O delito de desobediência, previsto no artigo 330, CP, é crime comum, tendo como sujeito
ativo qualquer pessoa, com exceção do funcionário público, que mesmo quando não está no
exercício da função, não perde essa condição para efeitos penais.
(C) O crime de falso testemunho ou falsa perícia (art. 342, CP) admite retratação do agente que
poderá ser manifestada em qualquer instância e grau de jurisdição, ocasionando a extinção da
punibilidade.

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Aula 03

(D) O delito de desacato (art. 331, CP), dado o objeto material (o funcionário público e sua honra),
tem como sujeito passivo apenas o funcionário público humilhado.
(E) O crime de coação no curso do processo (art. 344, CP) não admite violência, mas apenas ameaça
por parte do agente, que busca favorecer interesse próprio ou alheio, contra autoridade, parte ou
qualquer outra pessoa que funciona ou é chamada a intervir em processo judicial, policial,
administrativo ou em juízo arbitral.

29. (VUNESP – 2015 – MPE/SP – ANALISTA DE PROMOTORIA) Antônio foi abordado por
Policiais Militares na via pública e, quando informado que seria conduzido para a Delegacia de
Polícia, pois era “procurado” pela Justiça, passou a desferir socos e pontapés contra um dos
policiais. Sobre a conduta de Antônio, pode-se afirmar que
(A) praticou o crime de desacato, previsto no artigo 331 do Código Penal.
(B) praticou o crime de resistência, previsto no artigo 329 do Código Penal.
(C) praticou o crime de desobediência, previsto no artigo 330 do Código Penal.
(D) não praticou nenhum crime, pois todo cidadão tem direito à sua autodefesa.
(E) praticou o crime de corrupção ativa, previsto no artigo 333 do Código Penal, pois pretendeu,
com sua reação, corromper o funcionário público a não cumprir ato de ofício.

30. (VUNESP – 2015 – MPE/SP – ANALISTA DE PROMOTORIA) Sobre o delito de corrupção


ativa, pode-se afirmar que
(A) é crime próprio.
(B) tem como objeto jurídico a honestidade do funcionário público.
(C) é crime formal.
(D) é crime de concurso necessário.
(E) admite forma culposa.

31. (VUNESP – 2015 – MPE/SP – ANALISTA DE PROMOTORIA) José solicita e recebe dinheiro
de um empresário que participará de uma licitação pública a pretexto de ajudá-lo a vencer o
certame, sob o argumento de que tem muitos amigos no comando da Administração Pública.
Sobre a conduta de José, está correto afirmar que
(A) praticou o crime de usurpação da função pública (art. 328, Código Penal).
(B) praticou o crime de corrupção ativa (art. 333, Código Penal).
(C) praticou o crime de impedimento, perturbação ou fraude concorrência (art. 335, Código Penal).
(D) praticou o crime de tráfico de influência (art. 332, Código Penal).
(E) não praticou nenhum crime (fato atípico), pois quem decide o resultado de licitação é o agente
público e não o particular.

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Aula 03

32. (VUNESP – 2015 – PREF. SÃO JOSÉ DOS CAMPOS/SP – AUDITOR) Cidadão solicita a poda
de uma árvore que se encontra no passeio público em frente a sua residência, ao agente público
municipal, responsável por atividades de zeladoria urbana. Tal agente afirma que tal serviço
demorará de 2 a 3 meses, mas que se o cidadão quiser maior rapidez, pode lhe pagar R$ 100,00,
que enviará a equipe para realizar o serviço no dia seguinte. O interessado paga a quantia e recebe
o serviço, conforme combinado. Nesse caso, as condutas do agente público municipal e do
cidadão são crimes contra a Administração Pública, respectivamente previstos como
(A) corrupção passiva e corrupção ativa.
(B) corrupção ativa e peculato.
(C) peculato e corrupção passiva.
(D) concussão e peculato.
(E) corrupção ativa e concussão.
33. (VUNESP – 2013 – ITESP – ADVOGADO) O fazendeiro de uma cidade do interior de São
Paulo, que solicita aos assentados dinheiro a pretexto de influir na atuação de funcionário do ITESP
a fim de facilitar a concessão de títulos de domínio visando a regularização fundiária, comete o
crime de:
a) corrupção passiva qualificada.
b) tráfico de influência.
c) advocacia administrativa.
d) exploração de prestígio.
e) estelionato
34. (VUNESP – 2012 – TJ/SP – ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO) A pena prevista pelo
Código Penal para o crime de "resistência" (CP, art. 329), por expressa disposição legal, é
A) de reclusão e de multa.
B) de reclusão, de seis meses a um ano.
C) maior, se o funcionário público, em razão da violência, fica afastado do cargo.
D) maior se o ato, em razão da resistência, não se executa.
E) diminuída de um a dois terços se a resistência não é praticada com violência.
35. (VUNESP – 2007 – TJ/SP – ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO) A resistência qualificada
consiste
A) na oposição do agente ao ato legal mediante violência.
B) na oposição do agente ao ato legal, causando considerável prejuízo à vítima.
C) na oposição do agente ao ato legal mediante o emprego da violência ou ameaça.

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Aula 03

D) na vontade exteriorizada do agente de empregar violência ou usar de ameaça contra o


funcionário competente para executar o ato legal, ou ainda, a quem lhe esteja prestando auxílio.
E) na não execução do ato legal diante da resistência do agente.
36. (VUNESP – 2007 – TJ/SP – ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO) Assinale a alternativa que
exemplifica o crime de desacato.
A) "X", de forma muito humilhante, diz a seu vizinho, funcionário público, durante um churrasco
entre amigos, que ele é a pessoa mais preguiçosa e lenta que já conheceu.
B) "X" descumpre a ordem dada pelo juiz em audiência e continua fotografando a vítima do crime
sob julgamento.
C) "X", ao deparar-se no fórum com a escrevente "Z", dirige a ela as seguintes palavras: que coisa
mais linda, até parece um anjo!
D) "X", ao ter seu veículo apreendido pelo Delegado de Polícia "Z", gesticula a ele de forma
obscena utilizando o dedo médio da mão.
E) "X", que assiste a uma partida de vôlei, zomba de um dos jogadores: Vejam como o nosso
promotor público enfeita a quadra, até parece uma borboleta!
37. (VUNESP – 2006 – TJ/SP – ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO) São pressupostos do delito
de resistência que
I. o ato ao qual se opõe seja legal;
II. a violência ou ameaça seja praticada contra o policial que executar o ato;
III. a oposição seja praticada mediante violência ou ameaça.
Está correto o contido em
a) I, apenas.
b) II, apenas.
c) I e II, apenas.
d) I e III, apenas.
e) I, II e III.

38. (VUNESP – 2006 – TJ/SP – ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO) A conduta de opor-se


mediante violência ou ameaça à execução de ordem legal advinda de funcionário competente
tipifica o crime de
A) desobediência.
B) desacato.
C) fraude processual.
D) resistência.

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E) exercício arbitrário das próprias razões.


39. (VUNESP – 2009 – TJ/SP – OFICIAL DE JUSTIÇA) Examine as afirmações sobre o crime de
tráfico de influência.
I. Ocorre se o agente solicita para si ou para outrem vantagem a pretexto de influir em ato
praticado por funcionário público no exercício da função.
II. É praticado, ainda que sem intenção, e de forma imprudente, se o agente exige para si ou para
outrem vantagem a pretexto de influir em ato praticado por funcionário público no exercício da
função.
III. Tem a sua pena aumentada se o agente alega que a vantagem solicitada é também destinada
ao funcionário público que se deixará influenciar.
Está correto o contido em
A) I, somente.
B) I e II, somente.
C) I e III, somente.
D) II e III, somente.
E) I, II e III.
40. (VUNESP – 2010 – TJ/SP – AGENTE DE FISCALIZAÇÃO JUDICIÁRIA) Considere as seguintes
assertivas no que pertine aos Crimes Praticados por Particular Contra a Administração em Geral e
assinale a alternativa que corresponde ao regramento estabelecido pelo texto do Código Penal.
I. Somente comete crime de resistência aquele que age com violência ou ameaça.
II. Quem desobedece à ordem ilegal de funcionário público não comete crime de desobediência.
III. Apenas se configura o crime de desacato se a ação for praticada contra funcionário no exercício
da função ou em razão dela.
(A) Nenhuma assertiva é correta.
(B) Todas as assertivas são corretas.
(C) Somente II é correta.
(D) Somente III é correta.
(E) Somente II e III são corretas.

41. (FCC – 2019 – TRF4 – OFICIAL DE JUSTIÇA) Tício e Tácito, trabalhadores autônomos do
ramo de construção civil, fazendo-se passar por policiais civis, compareceram na empresa “X”
aduzindo ter em mãos um mandado de busca e apreensão diante de suspeita de crime tributário,
e de um mandado de prisão temporária contra Manoel, um dos sócios daquela empresa. Para não
cumprir os mandados, Tício e Tácito solicitaram e receberam a quantia de R$ 3.000,00 em dinheiro

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Aula 03

de Rodrigo, o outro sócio diretor da empresa. No caso apresentado, Tício e Tácito cometeram
crime de
(A) corrupção ativa.
(B) usurpação de função pública.
(C) corrupção passiva.
(D) concussão.
(E) exercício arbitrário ou abuso de poder
42. (FCC – 2018 – TRT-15 – TÉCNICO JUDICIÁRIO – SEGURANÇA) Astolfo, é surpreendido na
prática de crime de roubo e recebe ordem de prisão por dois policiais militares do Estado X que
estão devidamente fardados e com viatura. Para evitar a prisão, Astolfo arremessa pedras em
direção aos policiais ferindo a ambos que, ainda assim, conseguem prendê-lo com o uso da força
necessária. Em relação à ação contra a execução de ordem legal praticada por Astolfo, sem
prejuízo de outros crimes decorrentes da violência, ele poderá responder pelo crime de
a) Desacato.
b) Desobediência.
c) Resistência.
d) Obstrução à justiça.
e) Desinteligência.
43. (FCC – 2017 – TRF5 – TÉCNICO JUDICIÁRIO) José desatendeu ordem ilegal de funcionário
Público e deixou o local em que tal ordem lhe fora dada. A conduta de José
a) caracterizou o delito de desacato.
b) caracterizou o delito de resistência no tipo legal fundamental.
c) configurou o crime de desobediência.
d) não tipificou os crimes de desobediência, desacato ou resistência.
e) configurou o crime de resistência na forma agravada.
44. (FCC – 2017 – TRF5 – TÉCNICO JUDICIÁRIO) O particular que atenta contra a Administração
em Geral, com a característica de iludir, no todo ou em parte, o pagamento de direito ou imposto
devido pela entrada, pela saída ou pelo consumo de mercadoria no país, comete, segundo o
Código Penal, o crime de
a) fraude de concorrência.
b) contrabando.
c) descaminho.
d) sonegação de contribuição previdenciária.

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e) impedimento de concorrência.

45. (FCC – 2017 – TRF5 – TÉCNICO JUDICIÁRIO) Marcelino, dirigindo seu veículo, é abordado
por policiais militares que o vistoriaram e nada encontraram de irregular, nem com a documentação
do veículo, tampouco com os documentos pessoais, os quais estavam plenamente válidos. Apenas
por precaução, os policiais o convidaram para ir à Delegacia de Polícia para fazer uma melhor
averiguação de sua vida pregressa já que não simpatizaram com ele. Marcelino se recusa a
acompanhá-los e, os policiais o alertam que o conduzirão à força, caso ele não concorde. No
entanto, ele novamente não aceita acompanhá-los resistindo à ordem. A conduta de Marcelino
a) configura crime de desacato e de resistência.
b) configura crime de resistência, somente.
c) configura crime de resistência e de desobediência.
d) configura crime de desacato e de desobediência.
e) não configura crime.

46. (FCC – 2015 – TRE-RR – ANALISTA JUDICIÁRIO) Paulo é estudante de uma determinada
faculdade do Estado de Roraima, cursando o primeiro semestre. No início deste ano de 2015 Paulo
é submetido a um trote acadêmico violento e, amarrado, é obrigado a consumir à força bebida
alcoólica e substância entorpecente. Após o trote, Paulo, completamente embriagado e
incapacitado de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse
entendimento por conta desta embriaguez e do uso de droga, desloca-se até uma Delegacia de
Polícia da cidade de Boa Vista, onde tramita um inquérito contra ele por crime de lesão corporal
dolosa decorrente de uma briga em uma casa noturna, e oferece R$ 10.000,00 em dinheiro ao
Delegado de Polícia para que este não dê prosseguimento às investigações. Paulo acaba preso
em flagrante pela Autoridade Policial. No caso hipotético exposto, Paulo
a) praticou crime de corrupção ativa e terá a pena reduzida de um a dois terços no caso de
condenação.
b) é isento de pena pelo crime cometido nas dependências da Delegacia de Polícia.
c) praticou crime de corrupção ativa e não terá a pena reduzida no caso de condenação pela
embriaguez.
d) praticou crime de concussão e não terá a pena reduzida no caso de condenação.
e) praticou crime de concussão e terá a pena reduzida de um a dois terços no caso de condenação.
47. (FCC – 2015 – SEFAZ-PE – JULGADOR TRIBUTÁRIO) O advogado de um contribuinte
mencionou que seu procedimento administrativo poderia ter o andamento mais célere, caso
efetivasse o pagamento de uma “taxa de andamento” ao funcionário responsável pelo
encaminhamento processual, mediante o conhecimento e a amizade que ele possuía com o

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Aula 03

referido funcionário. Efetivado o acordo, o cliente lhe entregou os valores. A conduta do advogado
está inserida no crime de
a) fato atípico pela cobrança de honorários.
b) advocacia administrativa.
c) corrupção ativa.
d) tráfico de influência.
e) estelionato.
48. (FCC – 2015 – TCM-GO – AUDITOR) José ofereceu R$ 1.000,00 para João, Oficial de Justiça,
deixar de citá-lo numa ação cível. João aceitou a oferta, mas José deixou de honrá-la. Nesse caso,
José responderá por corrupção ativa
==2a8243==

a) consumada e João por corrupção ativa tentada.


b) tentada e João por prevaricação.
c) tentada e João por corrupção ativa consumada.
d) consumada e João por corrupção passiva consumada.
e) tentada e João por corrupção ativa tentada.
49. (FCC – 2015 – TCM-GO – AUDITOR) Paulo, sócio administrador de agência de turismo,
ofereceu uma viagem à Europa a Jack, agente fiscal de rendas, para determiná-lo a não autuá-lo
por sonegação de tributo estadual. Jack aceitou a oferta, viajou e, quando voltou, foi até a empresa
e lavrou auto de infração pela sonegação do referido tributo. Nesse caso,
a) Paulo responderá por corrupção ativa e Jack não responderá por nenhum delito por ter lavrado
o auto de infração.
b) Jack responderá por corrupção passiva e Paulo por prevaricação.
c) Paulo responderá por corrupção ativa e Jack por prevaricação.
d) não há crime, porque o auto de infração foi lavrado, não tendo havido prejuízo para a
Administração pública.
e) Jack responderá por corrupção passiva e Paulo por corrupção ativa.

50. (FCC – 2015 – TJ-AL – JUIZ) NÃO constitui crime praticado por particular contra a
Administração em geral
a) o tráfico de influência.
b) a desobediência.
c) a resistência.
d) a advocacia administrativa.
e) o desacato.

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51. (FCC - 2007 - MPU - ANALISTA – PROCESSUAL) A respeito dos crimes contra a
Administração Pública, é correto afirmar:
a) Não configura o crime de contrabando a exportação de mercadoria proibida.
b) Constitui crime de desobediência o não atendimento por funcionário público de ordem legal de
outro funcionário público.
c) Comete crime de corrupção ativa quem oferece vantagem indevida a funcionário público para
determiná-lo a deixar de praticar medida ilegal.
d) Pratica crime de resistência quem se opõe, mediante violência, ao cumprimento de mandado
de prisão decorrente de sentença condenatória supostamente contrária à prova dos autos.
e) Para a caracterização do crime de desacato não é necessário que o funcionário público esteja
no exercício da função ou, não estando, que a ofensa se verifique em função dela.

52. (FCC – 2007 – AUDITOR -FISCAL DE TRIBUTOS DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO) No crime
de corrupção ativa a vantagem indevida
a) deve ser recebida pelo funcionário público
b) deve ser concedida a funcionário público
c) pode ser oferecida a funcionário público
d) é exigida pelo funcionário público
e) é solicitada pelo funcionário público

53. (FCC - 2007 - TRF-4R - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA - EXECUÇÃO DE


MANDADOS) Túlio assumiu o exercício de função pública sem ser nomeado ou designado,
executando ilegitimamente ato de ofício. Tal conduta caracteriza o crime de
a) desobediência.
b) tráfico de influência.
c) exercício funcional ilegalmente antecipado ou prolongado.
d) advocacia administrativa.
e) usurpação de função pública.

54. (FCC - 2009 - TRT - 3ª REGIÃO (MG) - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA -
EXECUÇÃO DE MANDADOS) O crime de desobediência
A) só pode ser praticado por omissão.
B) será punido apenas com multa, se for culposo.
C) ocorre independentemente da legalidade da ordem.
D) exige violência ou grave ameaça.
E) não prescinde de dolo, ainda que eventual.

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55. (FCC – 2007 – ISS/SP – AUDITOR-FISCAL) Aquele que exige vantagem, a pretexto de influir
em ato praticado por funcionário público no exercício da função, comete o crime de
a) tráfico de influência.
b) advocacia administrativa.
c) exploração de prestígio.
d) condescendência criminosa.
e) prevaricação.
56. (FCC – 2011 - TRF1 – ANALISTA JUDICIÁRIO) João, funcionário público no exercício de suas
funções, em cumprimento de mandado de citação, abordou José, o citando, ordenando-lhe que
ajoelhasse no chão para ouvir a leitura do teor do mandado. José recusou-se a ajoelhar-se, dizendo
que ouviria de pé. Nesse caso, José
a) cometeu crime de desacato.
b) cometeu crime de desobediência.
c) não cometeu nenhum delito.
d) cometeu crime de resistência simples.
e) cometeu crime de resistência qualificada.
57. (FCC - 2013 - TCE-SP - AUDITOR DO TRIBUNAL DE CONTAS) O crime de corrupção ativa
a) caracteriza-se mesmo que a oferta de vantagem indevida seja feita após a prática do ato de
ofício.
b) deixa de existir quando a vantagem indevida é aceita pelo funcionário público, caracterizando-
se, nesse caso, apenas o delito de corrupção passiva.
c) caracteriza-se quando o agente coloca faixas e cartazes oferecendo recompensa em dinheiro
para quem informar o autor do furto de seu veículo.
d) não se caracteriza quando o agente se limita a pedir ao funcionário público que pratique, omita
ou retarde ato de ofício.
e) é punido na forma culposa quando a promessa de vantagem indevida tiver sido feita por
imprudência.
58. (FCC – 2014 – TRF4 – OFICIAL DE JUSTIÇA) Processado por roubo cometido contra
empresa pública federal, Mélvio teve sua prisão preventiva legalmente decretada. Ao ser
regularmente cumprido o respectivo mandado por Oficial de Justiça, Mélvio resistiu com violência
à prisão e, ao final, foi absolvido da imputação de roubo, posto que afinal reconhecida injusta.
Com base somente nesses dados,
(A) inexistiu crime de resistência, qualquer que seja o fundamento técnico da absolvição quanto ao
roubo.

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(B) inexistiu crime de resistência, desde que a absolvição seja pela negativa de autoria quanto ao
roubo.
(C) inexistiu crime de resistência, mas responde Mélvio, de qualquer modo, por outro eventual
crime correspondente à violência.
(D) inexistiu o crime de resistência, desde que a absolvição quanto ao roubo tenha afirmado a
inexistência ou o atipicidade do fato respectivo.
(E) caracteriza-se o crime de resistência.

59. (FCC – 2013 – TJ-PE – TITULAR NOTARIAL) Desacato implica


a) usurpação.
b) aviltamento.
c) resistência.
d) coação.
e) desobediência.

60. (FCC – 2011 – TCE-SE – ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO) O crime de desacato


a) pode ser cometido através de ofensa feita a funcionário público pelo telefone.
b) só se caracteriza se o funcionário, estando no local, ouça ou veja a ofensa que lhe é dirigida, em
razão de suas funções.
c) caracteriza-se mesmo que a ofensa feita ao funcionário público não diga respeito ao exercício
de suas funções.
d) pode ser reconhecido em críticas genéricas dirigidas publicamente a uma instituição.
e) pode ser cometido por escrito, através de carta dirigida ao funcionário público.

61. (FCC – 2011 – TRE-RN – ANALISTA JUDICIÁRIO) Quem se opõe à execução de ato legal,
mediante ameaça ao funcionário competente para executá-lo, comete crime de
a) resistência.
b) desobediência.
c) desacato.
d) exercício arbitrário das próprias razões.
e) coação no curso do processo.

62. (FCC – 2010 – TCE-AP – PROCURADOR) NÃO constituem crimes praticados por particular
contra a administração em geral
a) o desacato e a fraude de concorrência.
b) a condescendência criminosa e a advocacia administrativa.

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c) a corrupção ativa e a sonegação de contribuição previdenciária.


d) o tráfico de influência e a resistência.
e) a desobediência e o contrabando.
63. (FCC – 2012 – MPE-PE – TÉCNICO) Quem se opõe à execução de ato legal, mediante
ameaça a quem esteja prestando auxílio ao funcionário público competente para executá-lo,
a) comete crime de desacato.
b) comete crime de desobediência.
c) comete crime de resistência.
d) comete crime de tráfico de influência.
e) não comete crime contra a Administração Pública.
64. (FCC – 2011 – TRE-PE – ANALISTA JUDICIÁRIO) A conduta de iludir, no todo ou em parte,
o pagamento de direito ou imposto devido pela entrada, pela saída ou pelo consumo de
mercadoria tipifica o crime de
a) contrabando.
b) descaminho.
c) peculato.
d) prevaricação.
e) excesso de exação.
65. (FCC – 2013 – MPE-MA – ANALISTA MINISTERIAL) Ana doou um automóvel ao filho de um
fiscal, para que não autuasse sua empresa por fraudes que havia constatado. Anita, oficial de
justiça, exigiu R$ 5.000,00 de José, para não cumprir mandado de prisão que ordenava a sua
prisão. Ângela decorou a casa de um policial para determiná-lo a deixar de investigar delito que
havia praticado. Alice, médica de um posto de saúde, solicitou R$ 1.000,00 para fornecer atestado
falso a pessoa interessada em justificar faltas ao serviço. Amanda, perita judicial, recebeu R$
5.000,00 de uma das partes para favorecê-la no laudo pericial que estava elaborando. O crime de
corrupção ativa será imputável somente a
a) Anita, Alice e Amanda.
b) Ana e Ângela.
c) Alice e Amanda.
d) Alice.
e) Ana, Alice e Ângela

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66. (FCC – 2013 – TRT15 – TÉCNICO) No momento em que um policial, em cumprimento a


mandado judicial, deu voz de prisão a Brutus, seu irmão Paulus interveio e impediu a execução do
ato, agredindo o policial a socos e pontapés, causando-lhe ferimentos leves. Paulus responderá
a) pelo crime de desobediência.
b) somente pelo crime de lesões corporais leves.
c) somente pelo crime de resistência.
d) pelos crimes de resistência e lesões corporais leves.
e) pelos crimes de desobediência e resistência.
67. (FGV – 2015 – PREFEITURA DE PAULÍNIA-SP – ADVOGADO) Tício, Guarda Municipal,
encontrava-se em serviço em frente a determinado prédio público, quando verificou que José
iniciava uma pichação naquele prédio. Em razão disso, ordenou a José que parasse de imediato e
entregasse o material que estava sendo utilizado na pichação. Ocorre que José, para garantir sua
fuga, desferiu chutes na canela do funcionário e, de imediato, empreendeu fuga, não vindo a ser
alcançado.
Considerando apenas as informações narradas, é correto afirmar que a conduta de José no
momento de sua fuga:
a) configura crime de resistência;
b) é atípica, pois estava no seu legítimo direito de tentar fugir;
c) configura crime de desobediência;
d) configura crime de desacato;
e) configura, unicamente, crime de lesão corporal dolosa.

GABARITO

1. ALTERNATIVA A
2. ALTERNATIVA B
3. ALTERNATIVA D
4. ERRADA
5. ERRADA

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6. CORRETA
7. ERRADA
8. ALTERNATIVA A
9. ALTERNATIVA B
10. ERRADA
11. ERRADA
12. ALTERNATIVA B
13. ALTERNATIVA C
14. ALTERNATIVA B
15. ERRADA
16. ERRADA
17. ALTERNATIVA B
18. ALTERNATIVA C
19. ALTERNATIVA B
20. ALTERNATIVA A
21. ALTERNATIVA C
22. ALTERNATIVA C
23. CORRETA
24. ERRADA
25. ERRADA
26. ALTERNATIVA E
27. ALTERNATIVA A
28. ALTERNATIVA A
29. ALTERNATIVA B
30. ALTERNATIVA C
31. ALTERNATIVA D
32. ALTERNATIVA A
33. ALTERNATIVA B
34. ALTERNATIVA D
35. ALTERNATIVA E
36. ALTERNATIVA D
37. ALTERNATIVA D
38. ALTERNATIVA D
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