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SUMÁRIO
EXERCÍCIOS ........................................................................................................................................................ 2

MUDE SUA VIDA!


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EXERCÍCIOS
Banca: CESPE
Órgão: DPE-DF
Ano: 2019
Assunto: Crimes contra a Administração Pública
Cargo: Defensor Público
Com relação aos delitos tipificados na parte especial do Código Penal, julgue o item
subsecutivo.
1. Segundo o STJ, a previsão legal do crime de desacato a funcionário público no exercício
da função não viola o direito à liberdade de expressão e de pensamento previstos no
Pacto de São José da Costa Rica.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: CERTO
Comentário: O crime de desacato é previsto no art. 331 do Código Penal e
classifica-se como crime praticado por particular contra a Administração em Geral.
O desacato exige que a ofensa seja proferida na presença do funcionário
público, do contrário, ter-se-ia crime contra a honra de funcionário público.
A questão aborda uma polêmica decisão do STJ (Info 596) em que o Tribunal
chegou a reconhecer a incompatibilidade do tipo penal do desacato com o Pacto de
San José da Costa Rica sob argumento de que violaria a liberdade de expressão.
Contudo, em posterior julgado da Terceira Seção do STJ e, também, do STF
restou pacificado o entendimento de que o desacato continua a ser crime e, inclusive,
compatível com o mencionado tratado internacional, já que a liberdade de expressão
deve ser exercida dentro dos limites legais, não devendo se confundir contra ofensas
aos agentes públicos.

Banca: CESPE
Órgão: DPE-DF
Ano: 2019
Assunto: Furto
Cargo: Defensor Público
Com relação aos delitos tipificados na parte especial do Código Penal, julgue o item
subsecutivo.
2. Situação hipotética: Pedro, réu primário, valendo-se da confiança que lhe
depositava o seu empregador, subtraiu para si mercadoria de pequeno valor do
estabelecimento comercial em que trabalhava. Assertiva: Nessa situação, apesar
de configurar a prática de furto qualificado pelo abuso de confiança, o juiz poderá
reconhecer o privilégio.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: ERRADO
Comentário: No caso concreto, Pedro praticou o crime de furto qualificado pelo
abuso de confiança (CP, art. 155, §4º, II).
Como sabido, o abuso de confiança é uma qualificadora subjetiva, portanto,
incompatível com a figura privilegiada do furto (CP, art. 155, §2º).

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Segundo a jurisprudência dos Tribunais Superiores, o furto privilegiado-


qualificado requer uma qualificadora objetiva, já que o privilégio tem caráter
subjetivo (ou seja, relacionada com a figura do agente).

Banca: CESPE
Órgão: DPE-DF
Ano: 2019
Assunto: Lei Penal no Espaço
Cargo: Defensor Público
Considerando o Código Penal brasileiro, julgue o item a seguir, com relação à aplicação da
lei penal, à teoria de delito e ao tratamento conferido ao erro.
3. Em razão da teoria da ubiquidade, considera-se praticado o crime no lugar em que
ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria
ter sido produzido o resultado.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: CERTO
Comentário: A questão é mera reprodução do art. 6º do Código Penal:
Art. 6º do CP: “Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação
ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-
se o resultado.”
Dessa forma, percebe-se que o Código Penal optou por considerar o local do
crime tanto o da atividade, quanto o do resultado, ou seja, teoria mista, também
conhecida como teoria da ubiquidade.

Banca: CESPE
Órgão: CGE-CE
Ano: 2019
Assunto: Crimes contra a Administração Pública
Cargo: Auditor de Controle Interno
Milton, valendo-se de sua condição de servidor público e cedendo a pedido de
amigo íntimo, deixou de cumprir seu dever funcional ao não ter promovido ação para
apurar infração de determinada empresa vinculada à administração pública.
4. Nessa situação hipotética, apurada a conduta de Milton, ele deverá responder pelo crime
de
a) advocacia administrativa qualificada.
b) corrupção passiva privilegiada.
c) corrupção ativa.
d) concussão.
e) condescendência criminosa.

Gabarito: B
Comentário: O caso concreto amolda-se ao tipo penal da corrupção passiva
privilegiada (CP, art. 317, §2º).
Art. 317, §2º, CP: “Se o funcionário pratica, deixa de praticar ou retarda ato de
ofício, com infração do dever funcional, cedendo a pedido ou influência de
outrem:
Pena – detenção, de três meses a um ano, ou multa.”

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É muito comum o candidato confundir a corrupção passiva privilegiada com a


prevaricação (CP, art. 319, caput).
Contudo, apesar do agente público, em ambos os casos, deixar de praticar ato
de ofício (ou praticá-lo irregularmente), na corrupção passiva privilegiada, o agente
age por pedido de terceiro, ao passo que, na prevaricação, age para satisfazer
sentimento pessoal.

Banca: CESPE
Órgão: TJ-SC
Ano: 2019
Assunto: Crimes contra a Administração Pública
Cargo: Juiz Substituto
Joaquim, fiscal de vigilância sanitária de determinado município brasileiro, estava
licenciado do seu cargo público quando exigiu de Paulo determinada vantagem
econômica indevida para si, em função do seu cargo público, a fim de evitar a ação da
fiscalização no estabelecimento comercial de Paulo.
5. Nessa situação hipotética, Joaquim praticou o delito de
a) constrangimento ilegal.
b) extorsão.
c) corrupção passiva.
d) concussão.
e) excesso de exação.

Gabarito: D
Comentário: Joaquim praticou o crime de concussão (CP, art. 316, caput), pois
exigiu para si vantagem econômica indevida.
Por outro lado, se tivesse solicitado vantagem econômica indevida, ter-se-ia o
crime de corrupção passiva (CP, art. 317).
Uma “pegadinha” muito comum ocorre quando o enunciado menciona o verbo
“exigir” acrescido da violência ou da grave ameaça, nesse caso, ainda que seja
praticado por um funcionário público, trata-se do crime de extorsão (CP, art. 158,
caput).

Banca: CESPE
Órgão: PGE-PE
Ano: 2019
Assunto: Crimes contra a Administração Pública
Cargo: Analista Judiciário
João, valendo-se da sua condição de servidor público de determinado estado, livre
e conscientemente, apropriou-se de bens que tinham sido apreendidos pela entidade
pública onde ele trabalha e que estavam sob sua posse em razão de seu cargo. João
chegou a presentear diversos parentes com alguns dos referidos produtos. Após a
apuração dos fatos, João devolveu os referidos bens, mas, ainda assim, foi denunciado
pela prática de peculato-apropriação, crime para o qual é prevista pena privativa de
liberdade, de dois anos a doze anos de reclusão, e multa.
A partir dessa situação hipotética, julgue o item subsecutivo, considerando a disciplina
acerca dos crimes contra a administração pública.

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6. De acordo com o entendimento do STJ, se João for réu primário e o prejuízo ao erário
causado por ele tiver sido de pequena monta, será possível a aplicação do princípio da
insignificância.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: ERRADO
Comentário: Apesar de decisões do STF admitindo a aplicação do princípio da
insignificância para os crimes contra a Administração Pública, o entendimento a ser
adotado na banca CESPE é o prescrito na Súmula nº 599 do STJ, que veda,
expressamente, o princípio da bagatela para os crimes contra a Administração
Pública.
Súmula nº 599 do STJ: “O princípio da insignificância é inaplicável aos crimes
contra a Administração Pública.”
Registra-se que mesmo o STJ admite a aplicação do princípio da insignificância
para o crime de descaminho (CP, art. 334), que se classifica como crime praticado
por particular contra a Administração em Geral.

Banca: CESPE
Órgão: PGE-PE
Ano: 2019
Assunto: Lei Penal no Tempo
Cargo: Analista Judiciário
Com relação ao tempo e ao lugar do crime e à aplicação da lei penal no tempo, julgue o
item seguinte.
7. A superveniência de lei penal mais gravosa que a anterior não impede que a nova lei se
aplique aos crimes continuados ou ao crime permanente, caso o início da vigência da
referida lei seja anterior à cessação da continuidade ou da permanência.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: CERTO
Comentário: Não obstante a regra da aplicação da lei penal benéfica prevista
no art. 2º, parágrafo único, do Código Penal, no caso de crime continuado ou de
crime permanente, se a lei penal mais gravosa entrar em vigor antes da cessação da
continuidade ou da permanência, deverá ser aplicada ao caso concreto.

Banca: CESPE
Órgão: TJ-PR
Ano: 2019
Assunto: Roubo
Cargo: Juiz Substituto
Múcio, com o objetivo de ter a posse de um carro, abordou Cláudia, que dirigia
devagar na saída de um estacionamento. Ao surpreendê-la, ele fez sinal para que ela
parasse e, após Cláudia sair do veículo, Múcio a colocou, com violência, dentro do porta-
malas, para impedir que ela se comunicasse com policiais que estavam próximos ao
local. Horas depois do crime, Múcio liberou a vítima em local ermo.

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8. Nessa situação hipotética, a conduta de Múcio o sujeita a responder pelo crime de


a) extorsão mediante sequestro.
b) roubo em concurso material com sequestro.
c) extorsão qualificada mediante a restrição da liberdade da vítima.
d) roubo qualificado, pelo agente ter mantido a vítima em seu poder, restringindo-lhe a
liberdade.

Gabarito: D
Comentário: Inicialmente, é importante ressaltar que há um equívoco na
alternativa correta, pois não se trata de roubo qualificado, mas majorado (com
aumento de pena).
A restrição da liberdade da vítima é prevista no art. 157, §2º, V, do Código
Penal como majorante do roubo.
Art. 157, §2º, V, do CP: “(...) se o agente mantém a vítima em seu poder,
restringindo sua liberdade.”
Assim, quando o agente restringe a liberdade da vítima apenas para assegurar
a subtração patrimonial, não há autonomia suficiente para caracterizar o crime de
sequestro.

Banca: CESPE
Órgão: TJ-PR
Ano: 2019
Assunto: Lei Penal no Tempo
Cargo: Juiz Substituto
Nas disposições penais da Lei Geral da Copa, foi estabelecido que os tipos penais previstos
nessa legislação tivessem vigência até o dia 31 de dezembro de 2014.
9. Considerando-se essas informações, é correto afirmar que a referida legislação é um
exemplo de lei penal.
a) excepcional.
b) temporária.
c) corretiva.
d) intermediária.

Gabarito: B
Comentário: Como a Lei Geral da Copa estabeleceu prazo final de vigência dos
tipos penais, trata-se de lei penal temporária.
É importante destacar que, mesmo após sua revogação, a lei penal temporária
será aplicada para os fatos praticados durante sua vigência.
Art. 3º do CP: “A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de
sua duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato
praticado durante sua vigência.”

Banca: CESPE
Órgão: PRF
Ano: 2019
Assunto: Crime contra a Administração Pública
Cargo: Policial Rodoviário Federal

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Em uma rodovia federal, próxima à fronteira do Brasil com o Paraguai, um


caminhão foi parado e vistoriado por policiais rodoviários federais. Além do motorista e
de um passageiro, o veículo transportava, ilegalmente, grande quantidade de
mercadoria lícita de procedência estrangeira, mas sem o pagamento dos devidos
impostos de importação. O motorista, penalmente imputável e proprietário do
caminhão, admitiu a propriedade dos produtos. O passageiro, que se identificou como
servidor público alfandegário lotado no posto de fiscalização fronteiriço pelo qual o
veículo havia passado para adentrar no território nacional, alegou desconhecer a
existência dos produtos no caminhão e que apenas pegou carona com o motorista.
Tendo como referência essa situação hipotética, julgue o item a seguir.
10. Caso fique comprovada a participação do servidor público na conduta delituosa, ele
responderá pelo delito de descaminho em sua forma qualificada: ela tinha o dever
funcional de prevenir e de reprimir o crime.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: ERRADO
Comentário: A questão está errada, pois se trata de uma exceção (pluralista)
à teoria monista.
A teoria monista afirma que, no concurso de pessoas, os envolvidos num
mesmo contexto criminoso, devem responder pelo mesmo tipo penal.
Contudo, excepcionalmente, é possível que a imputação aos agentes seja
diversa.
No caso concreto, há exceção à teoria monista, já que os particulares
respondem pelo descaminho (CP, art. 334) e os agentes públicos pelo crime de
facilitação de descaminho (CP, art. 318).
É importante ressaltar que o tema é recorrentemente questionado em
concursos públicos federais, pois, muitas vezes, o candidato se esquece do tipo penal
do art. 318 do CP.

Banca: CESPE
Órgão: PRF
Ano: 2019
Assunto: Crime contra a Administração Pública
Cargo: Policial Rodoviário Federal
Em uma rodovia federal, próxima à fronteira do Brasil com o Paraguai, um
caminhão foi parado e vistoriado por policiais rodoviários federais. Além do motorista e
de um passageiro, o veículo transportava, ilegalmente, grande quantidade de
mercadoria lícita de procedência estrangeira, mas sem o pagamento dos devidos
impostos de importação. O motorista, penalmente imputável e proprietário do
caminhão, admitiu a propriedade dos produtos. O passageiro, que se identificou como
servidor público alfandegário lotado no posto de fiscalização fronteiriço pelo qual o
veículo havia passado para adentrar no território nacional, alegou desconhecer a
existência dos produtos no caminhão e que apenas pegou carona com o motorista.
Tendo como referência essa situação hipotética, julgue o item a seguir.
11. A conduta do motorista configura crime de descaminho em sua forma consumada, ainda
que não tenha havido constituição definitiva do crédito tributário e a ocorrência de
efetivo prejuízo ao erário.
Certo ( ) Errado ( )

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Gabarito: CERTO
Comentário: A questão está correta. De fato, o crime de descaminho (CP, art.
334) é formal, ou seja, prescinde da constituição definitiva do crédito tributário.
Dessa forma, não se aplica ao descaminho a Súmula Vinculante nº 24 do STF,
como ocorre com os crimes tributários materiais da Lei nº 8.137/90.

Banca: CESPE
Órgão: SEFAZ-RS
Ano: 2019
Assunto: Lei Penal Benéfica
Cargo: Auditor Fiscal da Receita Estadual
12. No que tange à aplicação da lei penal, a lei penal nova que
a) diminui a pena de crime contra a ordem tributária não retroage.
b) tipifica penalmente a conduta de deixar de cumprir alguma obrigação fiscal acessória retroage.
c) torna atípica determinada conduta aplica-se aos fatos anteriores, desde que ainda não decididos por
sentença condenatória transitada em julgado.
d) estabelece nova hipótese de extinção de punibilidade não se aplica aos fatos anteriores.
e) torna atípica determinada conduta cessa os efeitos penais da sentença condenatória decorrente
dessa prática, ainda que já tenha transitado em julgado.

Gabarito: E
Comentário: O art. 2º, parágrafo único, do Código Penal prevê a retroatividade
da lei penal benéfica para fatos anteriores, mesmo que tenham sido decididos por
sentença condenatória transitada em julgado.
Assim, o item E está correto, pois afirma que uma lei posterior que torna atípica
determinada conduta (lei penal benéfica) é aplicada, ainda que já tenha transitado
em julgado.

Banca: CESPE
Órgão: SEFAZ-RS
Ano: 2019
Assunto: Crimes contra a Administração Pública
Cargo: Auditor Fiscal da Receita Estadual
Determinado auditor fiscal da SEFAZ exigiu do contribuinte o pagamento de tributo
que sabia ser indevido, afirmando que iria recolher o valor aos cofres públicos.
13. Nessa situação hipotética, o auditor fiscal deverá responder pelo cometimento do crime
de
a) peculato.
b) excesso de exação.
c) corrupção passiva.
d) peculato mediante erro de outrem.
e) crime funcional contra a ordem tributária.

Gabarito: B

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Comentário: A conduta descrita no enunciado amolda-se ao tipo penal do art.


316, §1º, do Código Penal.
Art. 316, §1º, do CP: “Se o funcionário exige tributo ou contribuição social que
sabe ou deveria saber indevido, ou, quando devido, emprega na cobrança meio
vexatório ou gravoso, que a lei não autoriza (...).”
Trata-se de crime contra a Administração Pública praticado por funcionário
público responsável pela atividade fiscal, não devendo se confundir, portanto, com o
crime de concussão, que possui o mesmo núcleo “exigir”.

Banca: CESPE
Órgão: SEFAZ-RS
Ano: 2018
Assunto: Lei Penal no Tempo
Cargo: Assistente Administrativo Fazendário
14. Em relação à aplicação da lei penal, assinale a opção correta.
a) A lei penal não admite a extraterritorialidade.
b) A falta de cominação legal não inviabiliza a aplicação de pena.
c) A lei penal não retroage quando uma conduta deixa de ser considerada crime.
d) A lei penal retroage quando uma conduta passa a ser considerada crime pelo ordenamento
jurídico.
e) A lei temporária continua aplicável a fato praticado em sua vigência, ainda que decorrido
o seu período de duração.

Gabarito: E
Comentário: O item A está errado, pois, excepcionalmente, é cabível a
aplicação da extraterritorialidade, nos termos do art. 7º do Código Penal.
O item B está errado, pois, pelo princípio da legalidade, só há cominação legal
mediante lei em sentido estrito, nos termos do art. 1º do Código Penal.
O item C e D estão errados, uma vez que a lei penal mais benéfica retroage em
benefício do réu, nos termos do art. 2º, parágrafo único, do Código Penal.
O item E está correto, já que de acordo com o art. 3º do Código Penal.
Art. 3º do CP: “A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de
sua duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato
praticado durante sua vigência.”

Banca: CESPE
Órgão: SEFAZ-RS
Ano: 2018
Assunto: Crimes contra a Administração Pública
Cargo: Técnico Tributário da Receita Estadual
15. para efeitos penais, o conceito de funcionário público
a) engloba somente os empregados públicos regidos pela CLT das empresas públicas.
b) abrange empregado de empresa prestadora de serviço público contratada pelo poder
público.
c) não abrange aquele que exerce função pública de forma transitória.
d) não abrange aquele que exerce função pública de forma gratuita, sem remuneração.
e) não abrange ocupante de cargo eletivo.

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Gabarito: B
Comentário: Não obstante o gabarito ser B, há evidente equívoco na
classificação adotada, pois o empregado de empresa prestadora de serviço público
contratada pelo poder público se amolda à figura de “equiparado” a funcionário
público, nos termos do art. 327, §1º, do Código Penal.
Art. 327, §1º, do CP: “Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo,
emprego ou função em entidade paraestatal, e quem trabalha para empresa
prestadora de serviço contratada ou conveniada para a execução de atividade típica
da Administração Pública.”

Banca: CESPE
Órgão: MPU
Ano: 2018
Assunto: Crime contra a Administração Pública
Cargo: Analista
Com relação aos crimes em espécie, julgue o item que se segue, considerando o
entendimento firmado pelos tribunais superiores e a doutrina majoritária.
16. No crime de peculato, o proveito a que se refere o tipo penal pode ser tanto material
quanto moral, consumando-se o delito mesmo que a vantagem auferida pelo agente não
seja de natureza econômica.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: CERTO
Comentário: O item está correto. Em relação ao peculato-desvio (parte final do
art. 312, caput, do Código Penal) o proveito a que se refere a lei tanto pode ser
material como moral, auferindo o agente qualquer vantagem ainda que não de
natureza econômica.
Art. 312, caput, do CP: “(...) ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio (...)”

Banca: CESPE
Órgão: MPU
Ano: 2018
Assunto: Roubo
Cargo: Analista
Com relação aos crimes em espécie, julgue o item que se segue, considerando o
entendimento firmado pelos tribunais superiores e a doutrina majoritária.
17. Situação hipotética: Um indivíduo, penalmente imputável, ameaçou com arma de fogo
um adolescente e subtraiu-lhe todos os pertences, incluindo-se valores e objetos
pessoais. O autor foi preso logo depois, em flagrante delito, todavia, quando da
abordagem policial, já não mais portava a arma utilizada no roubo. Assertiva: Nessa
situação, o agente responderá pelo roubo na forma simples, sendo indispensável a
apreensão da arma de fogo pela autoridade policial para a caracterização da
correspondente majorante do crime.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: ERRADO
Comentário: Segundo o STJ, o reconhecimento da majorante do roubo pelo uso
de arma de fogo prescinde da apreensão e da realização de perícia na arma.

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Contudo, caso seja possível a realização de perícia e for constatada a inaptidão


para a produção de disparos, o roubo será na modalidade simples.

Banca: CESPE
Órgão: MPU
Ano: 2018
Assunto: Crimes contra a Pessoa
Cargo: Analista
Com relação aos crimes em espécie, julgue o item que se segue, considerando o
entendimento firmado pelos tribunais superiores e a doutrina majoritária.
18. Situação hipotética: João, penalmente imputável, dominado por violenta emoção após
injusta provocação de José ateou fogo nas vestes do provocador, que veio a falecer em
decorrência das graves queimaduras sofridas. Assertiva: Nessa situação, João
responderá por homicídio na forma privilegiada-qualificada, sendo possível a
concorrência de circunstâncias que, ao mesmo tempo, atenuam e agravam a pena.,
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: CERTO
Comentário: A doutrina e jurisprudência admitem a figura do homicídio
privilegiado-qualificado, isso, quando concorrem uma causa de privilégio (CP, art.
121, §1º) e uma qualificadora de caráter objetivo (relacionada ao meio empregado
para o crime).
É importante ressaltar que, apesar da existência de uma qualificadora, o
homicídio privilegiado-qualificado não é classificado como crime hediondo.

Banca: CESPE
Órgão: MPU
Ano: 2018
Assunto: Princípio da Legalidade
Cargo: Analista
Cada um do item a seguir apresenta uma situação hipotética seguida de uma assertiva a
ser julgada, a respeito da aplicação e da interpretação da lei penal, do concurso de pessoas e da
culpabilidade.
19. Um indivíduo, penalmente imputável, em continuidade delitiva, foi flagrado por
autoridade policial no decorrer da prática criminosa de furtar sinal de TV a cabo. Nessa
situação, de acordo com o atual entendimento do Supremo Tribunal Federal, aplica-se a
analogia ao caso concreto, no sentido de imputar ao agente a conduta típica do crime de
furto de energia elétrica.
Certo ( ) Errado ( )

Gabarito: ERRADO
Comentário: O princípio da legalidade exige lei em sentido estrito para se criar
crime e cominar penas.
Dessa forma, não é possível a utilização da analogia (integração da lei) para
criar tipos penais não previstos na lei.
Não obstante o art. 155, §3º, do Código Penal prever o furto de energia elétrica,
tal tipo penal não pode ser estendido, por analogia, para a hipótese de furtar sinal
de TV a cabo.

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Banca: CESPE
Órgão: PC-SE
Ano: 2018
Assunto: Homicídio
Cargo: Delegado
Em um clube social, Paula, maior e capaz, provocou e humilhou injustamente
Carlos, também maior e capaz, na frente de amigos. Envergonhado e com muita raiva,
Carlos foi à sua residência e, sem o consentimento de seu pai, pegou um revólver
pertencente à corporação policial de que seu pai faz parte. Voltando ao clube depois de
quarenta minutos, armado com o revólver, sob a influência de emoção extrema e na
frente dos amigos, Carlos fez disparos da arma contra a cabeça de Paula, que faleceu no
local antes mesmo de ser socorrida.
Acerca dessa situação hipotética, julgue o próximo item.
20. Na situação considerada, em que Paula foi vitimada por Carlos por motivação torpe, caso
haja vínculo familiar entre eles, o reconhecimento das qualificadoras da motivação torpe
e de feminicídio não caracterizará bis in idem.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: CERTO
Comentário: Segundo o STJ (Info 625), não há bis in idem no caso de
reconhecimento das qualificadoras da motivação torpe e feminicídio, pois esta é de
ordem objetiva, compatível, portanto, com a torpeza (qualificadora de caráter
subjetivo).

Banca: CESPE
Órgão: Polícia Federal
Ano: 2018
Assunto: Princípios
Cargo: Agente
Depois de adquirir um revólver calibre 38, que sabia ser produto de crime, José
passou a portá-lo municiado, sem autorização e em desacordo com determinação legal.
O comportamento suspeito de José levou-o a ser abordado em operação policial de
rotina. Sem a autorização de porte de arma de fogo, José foi conduzido à delegacia, onde
foi instaurado inquérito policial.
Tendo como referência essa situação hipotética, julgue o item seguinte.
21. Se, durante o processo judicial a que José for submetido, for editada nova lei que diminua
a pena para o crime de receptação, ele não poderá se beneficiar desse fato, pois o direito
penal brasileiro norteia-se pelo princípio de aplicação da lei vigente à época do fato.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: ERRADO
Comentário: A lei penal benéfica tem efeito retroativo, razão pela qual deve
beneficiar José, nos termos do art. 2º, parágrafo único, do Código Penal.
Art. 2º, parágrafo único, do CP: “A lei posterior, que de qualquer modo
favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença
condenatória transita em julgado.”

Banca: CESPE
Órgão: Polícia Federal
Ano: 2018

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Assunto: Lei Penal no Espaço


Cargo: Papiloscopista
Na tentativa de entrar em território brasileiro com drogas ilícitas a bordo de um
veículo, um traficante disparou um tiro contra agente policial federal que estava em
missão em unidade fronteiriça. Após troca de tiros, outros agentes prenderam o
traficante em flagrante, conduziram-no à autoridade policial local e levaram o colega
ferido ao hospital da região.
22. Nessa situação hipotética, para definir o lugar do crime praticado pelo traficante, o
Código Penal brasileiro adota o princípio da ubiquidade.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: CERTO
Comentário: De fato, o Código Penal brasileiro adota a teoria da ubiquidade
para o local do crime, conforme preceitua o art. 6º do Código Penal.
Art. 6º do CP: “Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação
ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-
se o resultado.”

Banca: CESPE
Órgão: Polícia Federal
Ano: 2018
Assunto: Crime contra a Administração Pública
Cargo: Escrivão
João integra uma organização criminosa que, além de contrabandear e armazenar,
vende, clandestinamente, cigarros de origem estrangeira nas ruas de determinada
cidade brasileira.
A partir dessa situação hipotética, julgue o item subsequente.
Considere que João e sua organização criminosa utilizem transporte marítimo clandestino
para fazer ingressarem no território brasileiro os cigarros contrabandeados.
23. Nessa situação, a pena pelo crime de contrabando será aumentada pela metade.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: ERRADO
Comentário: A questão está errada, pois afirma que o aumento de pena é de
metade, quando, na realidade, a pena é dobrada, nos termos do art. 334-A, §3º, do
Código Penal.
Art. 334-A, §3º, do CP: “A pena aplica-se em dobro se o crime de contrabando
é praticado em transporte aéreo, marítimo ou fluvial.”

Banca: CESPE
Órgão: Polícia Federal
Ano: 2018
Assunto: Crime contra a Administração Pública
Cargo: Escrivão
João integra uma organização criminosa que, além de contrabandear e armazenar,
vende, clandestinamente, cigarros de origem estrangeira nas ruas de determinada
cidade brasileira.
A partir dessa situação hipotética, julgue o item subsequente.

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24. O crime de contrabando, como o praticado por João e sua organização criminosa, foi
tipificado no Código Penal brasileiro em decorrência do princípio da continuidade
normativo-típica.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: CERTO
Comentário: Antes de 2014, o contrabando e o descaminho eram tipificados no
art. 334 do Código Penal.
Contudo, por meio de alteração legislativa, foi criado o tipo penal do art. 344-
A do Código Penal, prevendo, especificamente, o crime de contrabando e mantendo
o descaminho, sozinho, no art. 344 do Código Penal.
Dito isso, o princípio da continuidade normativo-típica ocorre quando a
alteração legislativa não afasta a tipicidade da conduta, hipótese em que a subsunção
se dará por meio de outro tipo penal, como ocorreu com a revogação do crime de
atentado violento ao pudor, hoje, tipificado no crime de estupro.

Banca: CESPE
Órgão: Polícia Federal
Ano: 2018
Assunto: Roubo
Cargo: Delegado
Em cada item seguinte, é apresentada uma situação hipotética seguida de uma assertiva a
ser julgada com base na legislação de regência e na jurisprudência dos tribunais superiores a
respeito de exclusão da culpabilidade, concurso de agentes, prescrição e crime contra o
patrimônio.
25. Severino, maior e capaz, subtraiu, mediante o emprego de arma de fogo, elevada quantia
de dinheiro de uma senhora, quando ela saía de uma agência bancária. Um policial que
presenciou o ocorrido deu voz de prisão a Severino, que, embora tenha tentado fugir, foi
preso pelo policial após breve perseguição. Nessa situação, Severino responderá por
tentativa de roubo, pois não teve a posse mansa e pacífica do valor roubado.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: ERRADO
Comentário: Ao contrário do afirmado no enunciado, a consumação do roubo
ocorre com a chamada inversão da posse, conforme preceitua a teoria da amotio.
O tema é inclusive objeto da Súmula nº 582 do STJ, com a seguinte redação:
“Consuma-se o crime de roubo com a inversão da posse do bem, mediante emprego
de violência ou grave ameaça, ainda que por breve tempo e em seguida a
perseguição imediata ao agente e recuperação da coisa roubada, sendo prescindível
a posse mansa e pacífica ou desvigiada.”
Vale ressaltar que a teoria da amotio também é aplicável ao crime de furto.

Banca: CESPE
Órgão: Polícia Federal
Ano: 2018
Assunto: Roubo
Cargo: Delegado
Em cada item a seguir, é apresentada uma situação hipotética, seguida de uma assertiva a
ser julgada com base na legislação de regência e na jurisprudência dos tribunais superiores a

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respeito de execução penal, lei penal no tempo, concurso de crimes, crime impossível e
arrependimento posterior.
26. Sílvio, maior e capaz, entrou em uma loja que vende aparelhos celulares, com o propósito
de furtar algum aparelho. A loja possui sistema de vigilância eletrônica que monitora as
ações das pessoas, além de diversos agentes de segurança. Sílvio colocou um aparelho no
bolso e, ao tentar sair do local, um dos seguranças o deteve e chamou a polícia. Nessa
situação, está configurado o crime impossível por ineficácia absoluta do meio, uma vez
que não havia qualquer chance de Sílvio furtar o objeto sem que fosse notado.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: ERRADO
Comentário: O entendimento sumulado do STJ é no sentido de que a existência
de sistema de monitoramento eletrônico, por si só, não configura hipótese de crime
impossível.
Súmula nº 567 do STJ: “Sistema de vigilância realizado por monitoramento
eletrônico ou por existência de segurança no interior do estabelecimento comercial,
por si só, não torna impossível a configuração do crime de furto.”.
No caso concreto, trata-se de hipótese de roubo consumado, tendo em vista
que o Direito Penal brasileiro adota a teoria da amotio, ou seja, basta a inversão da
posse para a consumação do crime.

Banca: CESPE
Órgão: Polícia Federal
Ano: 2018
Assunto: Lei Penal no Tempo
Cargo: Delegado
Em cada item a seguir, é apresentada uma situação hipotética, seguida de uma assertiva a
ser julgada com base na legislação de regência e na jurisprudência dos tribunais superiores a
respeito de execução penal, lei penal no tempo, concurso de crimes, crime impossível e
arrependimento posterior.
27. Manoel praticou conduta tipificada como crime. Com a entrada em vigor de nova lei, esse
tipo penal foi formalmente revogado, mas a conduta de Manoel foi inserida em outro tipo
penal. Nessa situação, Manoel responderá pelo crime praticado, pois não ocorreu
a abolitio criminis com a edição da nova lei.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: CERTO
Comentário: De fato, não houve revogação do crime (abolitio criminis), mas o
fenômeno conhecido como continuidade normativo-típica, ou seja, ocorreu apenas
um deslocamento do tipo penal para outro, mantendo, portanto, a tipicidade da
conduta praticada.

Banca: CESPE
Órgão: EMAP
Ano: 2018
Assunto: Crimes contra a Administração Pública
Cargo: Analista Portuário
Julgue o item seguinte, a respeito dos crimes contra a administração pública.

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28. As condutas dos ilícitos de corrupção passiva e de corrupção ativa são bilaterais e, assim,
a condenação do corrupto passivo está vinculada à condenação do corruptor ativo.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: ERRADO
Comentário: Para responder a questão, faz-se transcrição do voto dado no STJ
(Info 551):
“Prevalece o entendimento de que, em regra, os crimes de corrupção passiva
e ativa, por estarem previstos em tipos penais distintos e autônomos, são
independentes, de modo que a comprovação de um deles não pressupõe a do outro.
Tal compreensão foi reafirmada pelo STF no julgamento da Ação Penal 470-DF,
extraindo-se, dos diversos votos nela proferidos, a assertiva de que a exigência de
bilateralidade não constitui elemento integrante da estrutura do tipo penal do delito
de corrupção.”

Banca: CESPE
Órgão: EMAP
Ano: 2018
Assunto: Crimes contra a Administração Pública
Cargo: Analista Portuário
Julgue o item seguinte, a respeito dos crimes contra a administração pública.
29. Funcionário público que utilizar o cargo para exercer defesa de interesse privado lícito e
alheio perante a administração pública, ainda que se valendo de pessoa interposta,
cometerá o crime de advocacia administrativa.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: CERTO
Comentário: O enunciado descreve, com perfeição, o tipo penal do art. 321 do
Código Penal (advocacia administrativa).
Ressalta-se que a advocacia administrativa pode ser praticada por meio de
interposta pessoa, ou seja, de forma indireta, como prevê, taxativamente, o tipo
penal.
Art. 321 do CP: “Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante
a administração pública, valendo-se da qualidade de funcionário: Pena – detenção,
de um a três meses, ou multa.”.

Banca: CESPE
Órgão: EMAP
Ano: 2018
Assunto: Crimes contra a Administração Pública
Cargo: Analista Portuário
Julgue o item seguinte, a respeito dos crimes contra a administração pública.
30. Constitui crime de peculato na modalidade de desvio a aplicação de recurso para o
alcance de finalidade diversa da prevista em lei, ainda que tal aplicação atenda ao
interesse público.
Certo ( ) Errado ( )

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Gabarito: ERRADO
Comentário: No crime de peculato-desvio (CP, art. 312), o agente dá
destinação indevida ao recurso público em proveito próprio ou alheio.
Por outro lado, no crime de emprego irregular de verbas ou rendas públicas
(CP, art. 315), o agente desvia o recurso, mas mantém o interesse público em sua
destinação. Por exemplo, agente público, ao invés de alocar os recursos na
construção de uma creche (como previa a lei), decide aplicar o dinheiro na reforma
de um hospital.
Não há dúvidas que há maior desvalor na prática do peculato ao se comprar
com o crime de emprego irregular de verbas ou rendas públicas.

Banca: CESPE
Órgão: EMAP
Ano: 2018
Assunto: Princípio da Legalidade
Cargo: Analista Portuário
A respeito da aplicação da lei penal, julgue o item a seguir.
31. A analogia constitui meio para suprir lacuna do direito positivado, mas, em direito penal,
só é possível a aplicação analógica da lei penal in bonam partem, em atenção ao princípio
da reserva legal, expresso no artigo primeiro do Código Penal.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: CERTO
Comentário: De fato, segundo o princípio da legalidade, previsto no art. 1º do
Código Penal, somente por meio de lei em sentido estrito é possível criar crimes e
cominar penas.
De todo modo, a jurisprudência e doutrina admitem a utilização da analogia no
Direito Penal, desde que sua aplicação seja em prol do acusado (in bonam partem).

Banca: CESPE
Órgão: EMAP
Ano: 2018
Assunto: Lei Penal no Tempo
Cargo: Analista Portuário
A respeito da aplicação da lei penal, julgue o item a seguir.
32. No ordenamento jurídico brasileiro, é adotada a teoria da ubiquidade quando se fala do
tempo do crime, ou seja, o crime é considerado praticado no momento da ação ou da
omissão.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: ERRADO
Comentário: Ao contrário do afirmado no enunciado, o Código Penal adota a
teoria da atividade em relação ao tempo do crime (CP, art. 4º).
Por outro lado, a teoria da ubiquidade é adotada para o local do crime, conforme
previsto no art. 6º do Código Penal.

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Banca: CESPE
Órgão: EMAP
Ano: 2018
Assunto: Lei Penal no Espaço
Cargo: Analista Portuário
A respeito da aplicação da lei penal, julgue o item a seguir.
33. Aplica-se a lei penal brasileira a crimes cometidos dentro de navio que esteja a serviço
do governo brasileiro, ainda que a embarcação esteja ancorada em território estrangeiro.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: CERTO
Comentário: O conceito de território para o Direito Penal abrange, além do
território geográfico, as embarcações e aeronaves brasileiras de natureza pública ou
a serviço do governo brasileiro onde quer que se encontrem (CP, art. 5º, §1º).
Dessa forma, como o navio estava a serviço do governo brasileiro, será aplicada
a lei brasileira para o crime cometido dentro da embarcação, uma vez que, para fins
penais, é território brasileiro.

Banca: CESPE
Órgão: EMAP
Ano: 2018
Assunto: Lei Penal no Tempo
Cargo: Analista Portuário
A respeito da aplicação da lei penal, julgue o item a seguir.
34. Situação hipotética: João cometeu crime permanente que teve início em fevereiro de
2011 e fim em dezembro desse mesmo ano. Em novembro de 2011, houve alteração
legislativa que agravou a pena do crime por ele cometido. Assertiva: Nessa situação, deve
ser aplicada a lei que prevê pena mais benéfica em atenção ao princípio da
irretroatividade da lei penal mais gravosa.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: ERRADO
Comentário: Em regra, aplica-se retroativamente a lei penal mais benéfica.
Contudo, nos crimes continuados e nos crimes permanentes, deve ser aplicada a lei
vigente no momento da cessão da continuação ou da permanência, mesmo que a
norma trate o tema de forma mais gravosa.
Súmula nº 711 do STF: “A lei penal mais gravosa aplica-se ao crime continuado
ou permanente se era a lei vigente quando da cessação da permanência ou
continuidade.”.

Banca: CESPE
Órgão: EBSERH
Ano: 2018
Assunto: Crimes contra o Patrimônio
Cargo: Advogado
Julgue o item seguinte, relativos aos tipos penais dispostos no Código Penal e nas leis
penais extravagantes.

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35. A distinção entre o roubo e a extorsão está no grau de participação da vítima, tendo em
vista que, no segundo tipo penal, é exigida a participação efetiva do agente lesado.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: CERTO
Comentário: O roubo (CP, art. 157) e a extorsão (CP, art. 158) se assemelham
pela subtração patrimonial da vítima e pela existência de violência ou grave ameaça.
Contudo, no roubo, o comportamento da vítima é irrelevante para a subtração
patrimonial, ao passo que na extorsão, para que o agente, de fato, consiga obter a
vantagem indevida, a vítima deve ceder a coação sofrida.
Diante disso, a questão está correta, pois o grau de participação da vítima, no
crime de extorsão, deve ser efetiva, o que não ocorre no caso de roubo.

Banca: CESPE
Órgão: EBSERH
Ano: 2018
Assunto: Lei Penal no Tempo
Cargo: Advogado
Com referência à lei penal no tempo, ao erro jurídico-penal, ao concurso de agentes e aos
sujeitos da infração penal, julgue o item que se segue.
36. Situação hipotética: Um crime foi praticado durante a vigência de lei que cominava pena
de multa para essa conduta. Todavia, no decorrer do processo criminal, entrou em vigor
nova lei, que, revogando a anterior, passou a atribuir ao referido crime a pena privativa
de liberdade. Assertiva: Nessa situação, dever-se-á aplicar a lei vigente ao tempo da
prática do crime.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: CERTO
Comentário: No enunciado, como a lei posterior é mais gravosa que a lei
vigente no momento da conduta, deve esta ser aplicada ao caso concreto.
É importante ressaltar que a lei penal gravosa não tem efeito retroativo, apenas
a lei penal mais benéfica.

Banca: CESPE
Órgão: STJ
Ano: 2018
Assunto: Crime contra o Patrimônio
Cargo: Técnico Judiciário
No que diz respeito à extinção da punibilidade, julgue o item seguinte.
37. A extinção da punibilidade pela prática do crime de furto alcança o crime de receptação,
haja vista que este último só foi possível em razão do primeiro.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: ERRADO
Comentário: O crime de receptação (CP, art. 180) é classificado como crime
acessório, ou seja, depende da existência de um crime antecedente.
Contudo, ainda que seja acessório, é possível afirmar que, também, é
autônomo. Em outras palavras, a isenção de pena no crime antecedente não

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repercute na receptação. Isso, inclusive, tem expressa previsão legal, nos termos do
art. 180, §4º, do Código Penal.
Art. 180, §4º, do CP: “A receptação é punível, ainda que desconhecido ou isento
de pena o autor do crime de que proveio a coisa.”.

Banca: CESPE
Órgão: STJ
Ano: 2018
Assunto: Crime contra a Administração Pública
Cargo: Analista Judiciário – Oficial de Justiça
Considerando a doutrina e a jurisprudência dos tribunais superiores acerca dos crimes
em espécie, julgue o seguinte item.
38. Situação hipotética: Um médico de hospital particular conveniado ao Sistema Único de
Saúde praticou conduta delituosa em razão da sua função, configurando-se, a princípio,
o tipo penal do peculato-furto. Assertiva: Nessa situação, como não detém a qualidade de
servidor público, o agente responderá pelo crime de furto em sua forma qualificada.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: ERRADO
Comentário: O conceito de funcionário público para fins penais é amplo, nos
termos do art. 327 do Código Penal.
Além disso, no art. 327, §1º, do Código Penal, há a figura do equiparado à
funcionário público, categoria em que se enquadra o médico de hospital particular
conveniado ao SUS.
Art. 327, §1º, do CP: “Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo,
emprego ou função em entidade paraestatal, e quem trabalha para empresa
prestadora de serviço contratada ou conveniada para a execução de atividade típica
da Administração Pública.”
Nesse sentido, deverá o agente infrator responder por crime próprio, no caso
concreto, peculato-furto.

Banca: CESPE
Órgão: STJ
Ano: 2018
Assunto: Crime contra a Administração Pública
Cargo: Analista Judiciário – Oficial de Justiça
Julgue o item que se segue, acerca de extinção da punibilidade no direito penal brasileiro.
39. É causa de extinção da punibilidade a reparação de dano decorrente de peculato culposo
por funcionário público, antes do trânsito em julgado de sentença condenatória.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: CERTO
Comentário: O peculato-culposo (CP, art. 312, §2º) concede ao agente que
reparar o dano a extinção de punibilidade, desde que o faça antes da sentença
irrecorrível, ou seja, antes do trânsito em julgado.
Art. 312, §3º, do CP: “No caso do parágrafo anterior, a reparação do dano, se
precede à sentença irrecorrível, extingue a punibilidade; se lhe é posterior, reduz de
metade a pena imposta.”

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Ressalta-se que a extinção de punibilidade por meio da reparação do dano só


é cabível para o peculato-culposo, jamais para a modalidade dolosa.

Banca: CESPE
Órgão: STJ
Ano: 2018
Assunto: Roubo
Cargo: Analista Judiciário
Tendo como referência a jurisprudência sumulada dos tribunais superiores, julgue o item
a seguir, acerca de crimes, penas, imputabilidade penal, aplicação da lei penal e institutos.
40. Na hipótese de tentativa de subtração patrimonial e morte consumada, o agente
responderá pelo crime de latrocínio consumado.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: CERTO
Comentário: O latrocínio é uma modalidade qualificada de roubo (CP, art. 157,
§3º, II), contudo, mesmo se tratando de crime contra o patrimônio, a consumação
será determinada pela ocorrência (ou não) do evento morte.
Nesse sentido, mesmo que não haja efetiva subtração patrimonial, mas
morrendo a vítima, tratar-se-á de hipótese de latrocínio consumado.
Por outro lado, subtraída a coisa mas não ocorrendo a morte, o latrocínio será
na modalidade tentada.

Banca: CESPE
Órgão: STJ
Ano: 2018
Assunto: Lei Penal no Tempo
Cargo: Analista Judiciário
Tendo como referência a jurisprudência sumulada dos tribunais superiores, julgue o item
a seguir, acerca de crimes, penas, imputabilidade penal, aplicação da lei penal e institutos.
41. Tratando-se de crimes permanentes, aplica-se a lei penal mais grave se esta tiver vigência
antes da cessação da permanência
Certo ( ) Errado ( ).
Gabarito: CERTO
Comentário: Não obstante a regra da aplicação retroativa da lei penal mais
benéfica, nos casos de crime continuado e crime permanente, deve ser aplicada a lei
vigente no momento da cessação da continuidade ou permanência.
Súmula nº 711 do STF: “A lei penal mais gravosa aplica-se ao crime continuado
ou permanente se era a lei vigente quando da cessação da permanência ou
continuidade.”

Banca: CESPE
Órgão: ABIN
Ano: 2018
Assunto: Lei Penal no Tempo
Cargo: Oficial Técnico
À luz do Código Penal, julgue o item que se segue.

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42. No caso de entrar em vigor lei penal que inove o ordenamento jurídico ao prever como
crime conduta até então considerada atípica, será aplicada a retroatividade.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: ERRADO
Comentário: A lei penal posterior que torna típica conduta atípica, ou seja, que
cria nova hipótese de crime é considerada gravosa, portanto, não se aplica a
retroatividade.

Banca: CESPE
Órgão: ABIN
Ano: 2018
Assunto: Crimes contra a Administração Pública
Cargo: Oficial Técnico
Acerca dos crimes contra a administração pública, julgue o item a seguir.
43. Para a configuração do crime de prevaricação faz-se necessário um ajuste de vontade
entre o agente do Estado e o beneficiário do seu ato.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: ERRADO
Comentário: No crime de prevaricação, ao contrário do enunciado, o funcionário
público deixa de praticar, ou pratica irregularmente, ato de ofício para atender
sentimento pessoal.
Em outras palavras, não há pedido de particular em prol da atuação desviada
do agente público, como ocorre, por exemplo, na chamada corrupção passiva
privilegiada (CP, art. 317, §2º).
Art. 319 – “Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou
praticá-lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento
pessoal:
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.”

Banca: CESPE
Órgão: ABIN
Ano: 2018
Assunto: Crimes contra a Administração Pública
Cargo: Oficial Técnico
Acerca dos crimes contra a administração pública, julgue o item a seguir.
44. O crime de corrupção ativa e o de corrupção passiva são considerados crimes próprios
praticados contra a administração pública.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: ERRADO
Comentário: Crime próprio é aquele que exige alguma característica particular
do agente, por exemplo, o crime de infanticídio (só pode praticar o tipo penal a mãe
no estado puerpural).
Dessa forma, não obstante a corrupção passiva (CP, art. 317) exigir a condição
de funcionário público do agente, a corrupção ativa (CP, art. 333) pode ser praticado
por qualquer pessoa.

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Banca: CESPE
Órgão: ABIN
Ano: 2018
Assunto: Crimes contra a Administração Pública
Cargo: Oficial Técnico
Acerca dos crimes contra a administração pública, julgue o item a seguir.
45. O crime de peculato pode ser praticado por quem exerce emprego público, ainda que sua
atividade seja transitória ou sem remuneração.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: CERTO
Comentário: O conceito de funcionário público para fins penais é ampliativo,
abarcando todo aquele que exerce cargo, emprego ou função pública, mesmo que
transitoriamente ou sem remuneração, nos termos do art. 327, caput, do Código
Penal.
Assim, por se tratar de crime funcional, o crime de peculato exige que o agente
seja funcionário público, hipótese que se adequa ao enunciado.

Banca: CESPE
Órgão: PRF
Ano: 2019
Assunto: Princípio da Legalidade
Cargo: Policial Rodoviário Federal
O art. 1.º do Código Penal brasileiro dispõe que “não há crime sem lei anterior que
o defina. Não há pena sem prévia cominação legal”.
Considerando esse dispositivo legal, bem como os princípios e as repercussões jurídicas
dele decorrentes, julgue o item que se segue.
46. O presidente da República, em caso de extrema relevância e urgência, pode editar medida
provisória para agravar a pena de determinado crime, desde que a aplicação da pena
agravada ocorra somente após a aprovação da medida pelo Congresso Nacional.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: ERRADO
Comentário: O princípio da legalidade afirma que a criação de crimes e
cominação de penas exige lei em sentido estrito.
Dessa forma, medida provisória não é apta para criar crimes, até mesmo diante
da vedação constitucional prevista no art. 62, §1º, I, b, do Código Penal.
Contudo, segundo pacífica jurisprudência do STF, a vedação constitucional deve
ser restrita às hipóteses em que a medida provisória veicule matéria penal de forma
gravosa ao acusado, ou seja, caso a MP seja benéfica, não há óbice para tratar sobre
o tema.
Na questão, percebe-se que a medida provisória seria utilizada para gravar a
pena do tipo penal, razão pela qual não seria vedada (medida provisória in malam
partem).

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Banca: CESPE
Órgão: PRF
Ano: 2019
Assunto: Princípio da Legalidade
Cargo: Policial Rodoviário Federal
O art. 1.º do Código Penal brasileiro dispõe que “não há crime sem lei anterior que
o defina. Não há pena sem prévia cominação legal”.
Considerando esse dispositivo legal, bem como os princípios e as repercussões jurídicas
dele decorrentes, julgue o item que se segue.
47. A norma penal deve ser instituída por lei em sentido estrito, razão por que é proibida, em
caráter absoluto, a analogia no direito penal, seja para criar tipo penal incriminador, seja
para fundamentar ou alterar a pena.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: ERRADO
Comentário: De fato, a norma penal deve ser instituída por lei em sentido
estrito.
Contudo, a doutrina e jurisprudência entendem ser cabível a analogia (hipótese
de integração legislativa) no Direito Penal, desde que seja em benefício do acusado,
ou seja, analogia in bonam partem.
Assim, a vedação não é absoluta, mas restrita à analogia in malam partem,
razão pela qual a questão está errada.

Banca: CESPE
Órgão: PC-SE
Ano: 2018
Assunto: Princípios
Cargo: Delegado
Julgue o item seguinte, relativo aos direitos e deveres individuais e coletivos e às garantias
constitucionais.
48. O princípio da individualização da pena determina que nenhuma pena passará da pessoa
do condenado, razão pela qual as sanções relativas à restrição de liberdade não
alcançarão parentes do autor do delito.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: ERRADO
Comentário: O enunciado descreve o princípio da intranscendência da pena
(pessoalidade).
Por outro lado, o princípio da individualização da pena, prevista no art. 5º, XLVI,
da CF/88, afirma que a pena deve ser individualizada para cada agente infrator,
conforme a gravidade do delito praticado.

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Banca: CESPE
Órgão: PC-SE
Ano: 2018
Assunto: Princípios
Cargo: Delegado
Julgue o item seguinte, relativo aos direitos e deveres individuais e coletivos e às garantias
constitucionais.
49. Em razão do princípio da legalidade penal, a tipificação de conduta como crime deve ser
feita por meio de lei em sentido material, não se exigindo, em regra, a lei em sentido
formal.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: ERRADO
Comentário: Para o princípio da legalidade (CP, art. 1º), a criação de crimes e
cominação de penas exige lei em sentido estrito, ou seja, lei em sentido material e
formal.
Vale registrar que lei em sentido material é ter conteúdo de norma, ao passo
que lei em sentido formal é obedecer ao processo legislativo de criação de lei.
Por envolver restrição de direitos fundamentais (liberdade), a criação de um
tipo penal exige tanto conteúdo, quanto forma de lei.

Banca: CESPE
Órgão: Polícia Federal
Ano: 2018
Assunto: Crimes contra a Pessoa
Cargo: Perito Criminal
Uma mulher de vinte e oito anos de idade foi presa acusada do crime de infanticídio,
após ter jogado em uma centrífuga o bebê que ela havia dado à luz. Segundo a ocorrência
policial, um familiar da suspeita disse que ela havia escondido a gravidez e que negava
que houvesse praticado aborto.
A partir dessa situação hipotética, julgue o item a seguir.
50. A configuração do crime de infanticídio independe da existência de estado puerperal,
bastando para tal que o sujeito passivo seja uma criança.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: ERRADO
Comentário: O estado puerpural é elemento essencial do tipo penal do
infanticídio (CP, art. 123).
Art. 123 do CP: “Matar, sob a influência do estado puerpural, o próprio filho,
durante o parto ou logo após: Pena – detenção, de dois a seis anos.”
Assim, caso a mãe mate a criança sem sofrer influência do estado puerpural,
responderá pelo homicídio (CP, art. 121).

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Banca: CESPE
Órgão: PC-MA
Ano: 2018
Assunto: Crime contra o Patrimônio
Cargo: Investigador
Antônio utilizava diariamente o serviço de manobrista de determinado shopping
center para estacionar seu carro. Lara, frequentadora do mesmo local, passou a observar
a rotina de Antônio e, certa tarde, se apresentou ao manobrista como namorada daquele,
informando que havia vindo buscar o carro a pedido do namorado. O manobrista
entregou as chaves do carro a Lara, que entrou no veículo e saiu da garagem do
estabelecimento em alta velocidade.
51. A conduta de Lara caracteriza crime de
a) estelionato.
b) furto mediante fraude.
c) furto com abuso de confiança.
d) apropriação de coisa havida por erro.

e) apropriação indébita.

Gabarito: A
Comentário: No crime de estelionato (CP, art. 171), a fraude serve para que a
vítima entregue o bem ao agente.
Assim, como no caso concreto o manobrista entregou a chave à Lara, que se
passou por namorada de Antônio, tem-se hipótese de estelionato.
Por outro lado, se a fraude servisse para diminuir a vigilância da vítima de modo
que facilitasse a subtração do bem, ter-se-ia o crime de furto mediante fraude (CP,
art. 155, §4º, II).

Banca: CESPE
Órgão: STJ
Ano: 2018
Assunto: Princípio da Insignificância
Cargo: Analista Judiciário
Tendo como referência a jurisprudência sumulada dos tribunais superiores, julgue o item
a seguir, acerca de crimes, penas, imputabilidade penal, aplicação da lei penal e institutos.
52. É possível a aplicação do princípio da insignificância nos crimes contra a administração
pública, desde que o prejuízo seja em valor inferior a um salário mínimo.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: ERRADO
Comentário: O enunciado faz referência à jurisprudência sumulada dos
Tribunais Superiores, por tal razão, invoca-se a Súmula nº 599 do STJ para solucionar
a questão.
Súmula nº 599 do STJ: “O princípio da insignificância é inaplicável aos crimes
contra a Administração Pública.”
De toda forma, a parte final do enunciado, ao apontar um valor limite para
aplicação do princípio da insignificância, está errada, pois não há tal previsão.

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Banca: CESPE
Órgão: EMAP
Ano: 2018
Assunto: Princípio da Insignificância
Cargo: Analista Portuário
Julgue o item seguinte, a respeito dos crimes contra a administração pública.
53. Em razão do princípio da proteção da coisa pública, o tipo penal que prevê o crime de
descaminho não permite a aplicação do princípio da insignificância.
Gabarito: ERRADO
Comentário: O princípio da insignificância é aplicável ao tipo penal do
descaminho, desde que limitado ao valor de R$ 20.000,00 (vinte mil reais) em
tributos não declarados.
Antigamente, havia uma divergência entre os Tribunais Superiores (STF e STJ)
quanto ao valor limite de aplicação, contudo, hoje, o tema se encontra pacificado.
Vale registrar que o descaminho é a conduta de deixar de pagar os tributos de
importação quando da entrada do produto no território nacional. Ex: compras feitas
no exterior sem a declaração na chegada ao Brasil.
Por outro lado, o contrabando é a internalização de produto proibido no país,
ou seja, não se trata de pagamento de tributo, mas da entrada irregular de produtos
que o Brasil entendeu serem vedados.
Em regra, não se aplica o princípio da insignificância para o crime de
contrabando, contudo, em hipóteses excepcionais, a jurisprudência dos Tribunais
Superiores admite o instituto, como no caso em que o agente trouxe do exterior
pequena quantidade de medicamento, para uso próprio, que não tinha autorização
nos órgão sanitários brasileiros.
De toda forma, a regra é: aplica-se o princípio da insignificância para o
descaminho e não se aplica para o contrabando.

Banca: CESPE
Órgão: PC-MA
Ano: 2018
Assunto: Lesão Corporal
Cargo: Médico Legista
Mário, ao envolver-se em uma briga, lesionou Júlio.
54. Nessa situação hipotética, Mário responderá por lesão corporal de natureza grave se
tiver
a) causado a morte de Júlio em circunstâncias que evidenciem que Mário assumiu o risco de
produzir o resultado.
b) provocado a incapacitação de Júlio para ocupações habituais, como, por exemplo, o
trabalho e o estudo, por quinze dias.
c) provocado em Júlio debilidade permanente de função, como, por exemplo, a redução da
capacidade mastigatória pela perda dentária.
d) ofendido a integridade corporal de Júlio, causando-lhe diversas escoriações no corpo.
e) causado a morte de Júlio, ainda que em circunstâncias que evidenciem que Mário não
queria matá-lo.

Gabarito: C

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Comentário: Em relação ao tipo penal de lesão corporal (CP, art. 129) é


importante saber distinguir quais são as hipóteses das espécies: GRAVE e
GRAVÍSSIMA.
Na questão, o examinador apresentou diversas situações e a resposta correta
corresponde ao art. 129, §1º, III, do Código Penal.
Art. 129, § 1º, do CP: “Se resulta:
I - Incapacidade para as ocupações habituais, por mais de trinta dias;
II - perigo de vida;
III - debilidade permanente de membro, sentido ou função;
IV - aceleração de parto:
Pena - reclusão, de um a cinco anos.”

Banca: CESPE
Órgão: PC-MA
Ano: 2018
Assunto: Princípios
Cargo: Investigador
55. O princípio da legalidade compreende
a) a capacidade mental de entendimento do caráter ilícito do fato no momento da ação ou da
omissão, bem como de ciência desse entendimento.
b) o juízo de censura que incide sobre a formação e a exteriorização da vontade do
responsável por um fato típico e ilícito, com o propósito de aferir a necessidade de
imposição de pena.
c) a oposição entre o ordenamento jurídico vigente e um fato típico praticado por alguém
capaz de lesionar ou expor a perigo de lesão bens jurídicos penalmente protegidos.
d) a obediência às formas e aos procedimentos exigidos na criação da lei penal e,
principalmente, na elaboração de seu conteúdo normativo.
e) a conformidade da conduta reprovável do agente ao modelo descrito na lei penal vigente
no momento da ação ou da omissão.

Gabarito: D
Comentário: O princípio da legalidade, previsto no art. 1º do Código Penal,
afirma que para se criar crimes e cominar penas é necessário lei em sentido estrito,
ou seja, lei sentido material (conteúdo) e formal (obediência aos procedimentos).
Dessa forma, a resposta correta é a letra D.

Banca: CESPE
Órgão: PC-MA
Ano: 2018
Assunto: Crimes contra a Administração Pública
Cargo: Investigador
Uma investigadora de polícia exigiu de um traficante de drogas o pagamento de
determinada importância em dinheiro a fim de que evitasse o indiciamento dele em
inquérito policial. O traficante pediu um prazo para o pagamento do valor acordado e,
dois dias depois, entregou o dinheiro à investigadora, a qual, então, ocultou as provas
contra o traficante.

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56. Com relação a essa situação hipotética, assinale a opção correta.


a) A conduta da investigadora configura crime de concussão, consumado quando ela exigiu
do traficante o pagamento do valor pecuniário.
b) A investigadora e o traficante, pela aplicação da teoria monista, deverão responder pelo
mesmo tipo penal.
c) A investigadora cometeu crime de corrupção passiva, consumado a partir do momento em
que o traficante efetuou o pagamento.
d) O cumprimento, pela investigadora, do acordado com o traficante configura circunstância
qualificadora do crime.
e) O traficante deverá responder pelo crime de corrupção ativa, consumado a partir do
momento em que as provas contra ele foram ocultadas.

Gabarito: A
Comentário: A investigadora praticou o crime de concussão (CP, art. 316,
caput), pois exigiu para si vantagem econômica indevida.
Por outro lado, se tivesse solicitado vantagem econômica indevida, ter-se-ia o
crime de corrupção passiva (CP, art. 317).
Uma “pegadinha” muito comum ocorre quando o enunciado menciona o verbo
“exigir” acrescido da violência ou da grave ameaça. Nesse caso, ainda que seja
praticado por um funcionário público, trata-se do crime de extorsão (CP, art. 158,
caput).
A modalidade é consumada, pois o crime de concussão é classificado como
formal, ou seja, independe da obtenção da vantagem indevida pelo agente, bastando,
portanto, apenas a prática da exigência.

Banca: CESPE
Órgão: PC-MA
Ano: 2018
Assunto: Escusas Absolutórias
Cargo: Escrivão
Por estar com problemas financeiros, Lara convidou um colega para subtrair bens
do patrimônio de Jair. O colega aceitou o convite e o ilícito foi cometido.
57. Nessa situação, haverá isenção de pena se
a) Jair for genitor de Lara, ainda que não tenha reconhecido formalmente a paternidade.
b) Jair for avô de Lara e tiver idade superior a sessenta anos.
c) Lara for mãe dos filhos de Jair, mesmo que ambos estejam divorciados.
d) o crime tiver sido praticado sem violência física, mesmo que sob grave ameaça.
e) o colega dela não tiver vínculo familiar com Jair, ainda que saiba da existência de
parentesco entre este e aquela.

Gabarito: A
Comentário: A questão aborda o tema: escusas absolutórias.
Em linhas gerais, as escusas absolutórias são hipóteses de abrandamento de
aplicação do Direito Penal em crimes patrimoniais quando haja, entre agente e
vítima, vínculo familiar.
A intenção do legislador, portanto, foi preservar os laços familiares em
detrimento da proteção do bem jurídico patrimônio.

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As escusas absolutórias são de 02 espécies: 1) isenção de pena (CP, art. 181);


2) necessidade de representação (CP, art. 182).
No enunciado, o examinador indaga a respeito da 1ª modalidade, razão pela
qual a resposta correta é letra A, já que Jair é genitor de Lara, mesmo que não
reconhecida (ilegítima).

Banca: CESPE
Órgão: PC-MA
Ano: 2018
Assunto: Crimes contra a Administração Pública
Cargo: Escrivão
Adão, alegando ter poder de persuasão sobre seu primo, delegado de polícia que
presidia inquérito policial em que Cláudio estava sendo investigado, solicitou deste
determinada quantia de dinheiro, a pretexto de repassá-la ao delegado, para impedir o
indiciamento de Cláudio pela prática de estupro.
58. Nessa situação hipotética, a conduta de Adão configurou o crime de
a) corrupção passiva privilegiada.
b) advocacia administrativa.
c) tráfico de influência.
d) exploração de prestígio.
e) corrupção passiva.

Gabarito: C
Comentário: O tráfico de influência ocorre quando o agente, sob a alegação de
poder influenciar o ato de um funcionário público, solicita, exige ou cobra
vantagem indevida, nos termos do art. 332 do Código Penal.
Nesse sentido, como o Delegado de Polícia se enquadra na definição de
funcionário público, a resposta certa é letra C.
Contudo, é importante destacar que o tipo penal denominado exploração de
prestígio (CP, art. 357), apesar de similar com o tráfico de influência, trata da
possibilidade de influenciar juiz, jurado, MP, etc, ou seja, funcionário público, mas
ligado à Justiça, sendo, portanto, mais específico do que este.

Banca: CESPE
Órgão: PC-MA
Ano: 2018
Assunto: Lei Penal no Tempo
Cargo: Escrivão
59. A aplicação do princípio da retroatividade benéfica da lei penal ocorre quando, ao tempo
da conduta, o fato é
a) típico e lei posterior suprime o tipo penal.
b) típico e lei posterior provoca a migração do conteúdo criminoso para outro tipo penal.
c) típico e lei posterior aumenta a pena correspondente ao crime.
d) típico e lei posterior acrescenta hipótese de aumento de pena.
e) atípico e lei posterior o torna típico.

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Gabarito: A
Comentário: Nos termos do art. 2º, parágrafo único, do Código Penal, a lei
penal benéfica terá efeito retroativo.
Dessa forma, para que se tenha o efeito retroativo, deve sobrevir uma lei
posterior benéfica em relação à lei vigente.
No enunciado, é o que ocorre no item A, já que uma conduta típica deixou de
ser, ou seja, a conduta não é mais considerada criminosa (lei penal benéfica
posterior, portanto, com efeito retroativo).

Banca: CESPE
Órgão: PC-MA
Ano: 2018
Assunto: Crimes contra a Administração Pública
Cargo: Delegado
60. Com relação aos crimes contra a administração pública, assinale a opção correta.
a) irrelevantes para a formulação da pena-base dos crimes contra a administração pública.
b) A corrupção ativa não pode existir na ausência de corrupção passiva, pois tais condutas
são tipicamente bilaterais.
c) O princípio da insignificância poderá ser aplicado aos crimes contra a administração
pública quando o agente for primário e o prejuízo causado ao erário for inexpressivo.
d) A circunstância elementar do crime de peculato se comunica ao coautor ou partícipe,
mesmo que estes não integrem o serviço público.
e) O crime de corrupção ativa é de natureza material e se consuma com a efetiva entrega da
vantagem oferecida.

Gabarito: D
Comentário: O item A está errado, pois a condição de ser membro de poder ou
exercer cargo de elevada envergadura pode não levar a aplicação imediata da causa
de aumento de pena do art. 327, §2º, do Código Penal, mas pode influenciar,
negativamente, na culpabilidade, quando da dosimetria da pena.
O item B está errado, pois a corrupção, em ambas modalidades, não exige
como condição de tipicidade a prática de sua contraparte, sendo exceção à
denominada teoria monista.
O item C está em discordância com a Súmula nº 599 do STJ. Além disso, mesmo
para a corrente favorável à aplicação do princípio da insignificância para os crimes
contra a Administração Pública, não há os requisitos apresentados no enunciado
(primariedade e inexpressivo prejuízo ao erário).
Em relação ao item D, de fato, o particular, conhecedor da qualidade de
funcionário público de seu comparsa, pode praticar crime funcional, devido a
comunicabilidade das circunstâncias pessoais de caráter pessoal, nos termos do art.
30 do Código Penal.
Por fim, o item E está errado, pois o crime de corrupção ativa é formal, não
havendo a necessidade de recebimento da vantagem indevida pelo funcionário
público para sua consumação, sendo, portanto, mero exaurimento.

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Banca: CESPE
Órgão: PC-MA
Ano: 2018
Assunto: Furto
Cargo: Delegado
No interior de um estabelecimento comercial, João colocou em sua mochila diversos
equipamentos eletrônicos, com a intenção de subtraí-los para si. Após conseguir sair do
estabelecimento sem pagar pelos produtos, João foi detido, ainda nas proximidades do local,
por agentes de segurança que visualizaram trechos de sua ação pelo sistema de câmeras de
vigilância. Os produtos em poder de João foram recuperados e avaliados em R$ 1.200.
61. Nessa situação hipotética, caracterizou-se
a) uma tentativa inidônea de crime de furto.
b) um fato atípico, pela incidência do princípio da insignificância.
c) a prática de crime de furto.
d) uma situação de crime impossível por ineficácia absoluta do meio.
e) uma situação de crime impossível por absoluta impropriedade do objeto.

Gabarito: C
Comentário: O entendimento sumulado do STJ é no sentido de que a existência
de sistema de monitoramento eletrônico, por si só, não configura hipótese de crime
impossível.
Súmula nº 567 do STJ: “Sistema de vigilância realizado por monitoramento
eletrônico ou por existência de segurança no interior do estabelecimento comercial,
por si só, não torna impossível a configuração do crime de furto.”.
Portanto, de pronto, eliminam-se as alternativas A, D e E.
Por outro lado, o crime de furto se consuma no momento em que há inversão
da posse (teoria da amotio), ou seja, quando João coloca os equipamentos na sua
mochila.
O valor dos bens subtraídos (R$ 1.200) impede a aplicação do princípio da
insignificância no enunciado, portanto, a resposta certa é letra C.

Banca: CESPE
Órgão: PC-MA
Ano: 2018
Assunto: Lei Penal no Tempo
Cargo: Delegado
62. Em relação à lei penal no tempo e à irretroatividade da lei penal, é correto afirmar que à
lei penal mais
a) severa aplica-se o princípio da ultra-atividade.
b) benigna aplica-se o princípio da extra-atividade.
c) severa aplica-se o princípio da retroatividade mitigada.
d) severa aplica-se o princípio da extra-atividade.
e) benigna aplica-se o princípio da não ultra-atividade.

Gabarito: B
Comentário: O efeito extra-ativo (retroativo e ultra-ativo) é característica
apenas da lei penal benéfica, jamais da lei penal severa (gravosa).

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Portanto, a resposta certa é letra B.

Banca: CESPE
Órgão: DPE-PE
Ano: 2018
Assunto: Homicídio
Cargo: Defensor Público
63. No que se refere aos crimes contra a pessoa, assinale a opção correta.
a) Ocorre o feminicídio quando o homicídio é praticado contra a mulher por razões da
condição de sexo feminino, como quando o crime envolve a violência doméstica e familiar
ou o menosprezo ou a discriminação à condição de mulher.
b) A pena pela prática do homicídio doloso simples será aumentada de um terço se o agente
deixar de prestar imediato socorro à vítima, não procurar diminuir as consequências do
seu ato ou fugir para evitar a prisão em flagrante.
c) Em se tratando de homicídio doloso simples, o juiz poderá deixar de aplicar a pena caso as
consequências da infração atinjam o próprio agente de forma tão grave que a sanção penal
se torne desnecessária.
d) A pena do feminicídio poderá ser aumentada se o crime for praticado durante a gestação
ou nos seis meses posteriores ao parto.
e) Se o agente cometer o crime de homicídio qualificado sob violenta emoção, logo após
injusta provocação da vítima, o juiz deve considerar essa circunstância como atenuante
genérica na aplicação da pena.

Gabarito: A
Comentário: O item A está correto é a definição legal do homicídio qualificado
pelo feminicídio, nos termos do art. 121, §2º, VI, c/c art. 121, §2º-A, ambos, do
Código Penal.
No item B, o erro está em afirmar que o aumento de pena ocorre no crime de
homicídio doloso, quando, na verdade, é na modalidade culposa, nos termos do art.
121, §4º, do CP.
No item C, o perdão judicial só pode ser aplicado ao homicídio culposo, nos
termos do art. 121, §5º, do CP.
No item D, o erro está no prazo, que é de 03 meses, nos termos do art. Art.
121, §7º, do CP.
Por fim, no item E, não se trata de atenuante genérica, mas de modalidade
privilegiada de homicídio, nos termos do art. 121, §1º, do CP.

Banca: CESPE
Órgão: TCE-PB
Ano: 2018
Assunto: Crimes contra a Administração Pública
Cargo: Auditor de Contas
64. O funcionário público que, aproveitando-se de seu cargo, utilizar-se ilegalmente de
passagens e diárias pagas pelos cofres públicos cometerá o delito denominado
a) prevaricação.
b) conduta atípica.
c) corrupção passiva.

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d) peculato culposo.
e) peculato.

Gabarito: E
Comentário: A conduta de utilizar-se, ilegalmente, de passagens e diárias
configura o crime de peculato-desvio, nos termos do art. 312, caput, do Código Penal
(parte final).
Art. 312, caput, do CP: “(...) ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio (...)”

Banca: CESPE
Órgão: TCE-PB
Ano: 2018
Assunto: Crimes contra a Administração Pública
Cargo: Auditor de Contas
65. Para fins penais, considera-se funcionário(a) público(a)
a) o tutor.
b) o inventariante.
c) o dirigente sindical.
d) a esposa pensionista de servidor público falecido.
e) o estagiário de defensoria pública.

Gabarito: E
Comentário: A definição de funcionário público se encontra no art. 327, caput,
do Código Penal.
Art. 327, caput, do CP: “Considera-se funcionário público, para os efeitos
penais, quem, embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo,
emprego ou função pública.”
Dessa forma, o estagiário da Defensoria Pública se amolda, perfeitamente, à
definição de funcionário público, já que abarca situações transitórias ou sem
remuneração.

Banca: CESPE
Órgão: TRF 1ª Região
Ano: 2017
Assunto: Crimes contra a Administração Pública
Cargo: Analista Judiciário
Julgue o item subsequente, relativo a crimes contra a administração pública.
66. A distinção fundamental entre os tipos penais tráfico de influência e exploração de
prestígio diz respeito à pessoa sobre a qual recairá a suposta prática delitiva .
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: CERTO
Comentário: O tráfico de influência ocorre quando o agente, sob a alegação de
poder influenciar o ato de um funcionário público, solicita, exige ou cobra
vantagem indevida, nos termos do art. 332 do Código Penal.
Por outro lado, o tipo penal denominado exploração de prestígio (CP, art. 357),
apesar de similar com o tráfico de influência, trata da possibilidade de influenciar

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juiz, jurado, MP, etc, ou seja, funcionário público, mas ligado à Justiça, sendo,
portanto, mais específico do que esse.

Banca: CESPE
Órgão: TRF 1ª Região
Ano: 2017
Assunto: Crimes contra a Administração Pública
Cargo: Analista Judiciário
Julgue o item seguinte, acerca do tratamento do sigilo e do segredo no direito penal no
âmbito dos crimes contra a administração pública.
67. O empréstimo de senha entre servidores de uma mesma repartição para acesso a banco
de dados ou a sistema de informações da administração pública comum aos usuários
caracteriza crime contra a administração pública.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: ERRADO
Comentário: Ao contrário do apresentado no enunciado, a figura típica do crime
de violação de sigilo funcional exige que a senha seja compartilhada com pessoas
não autorizadas, nos termos do art. 325, §1º, I, do Código Penal.
Art. 325, § 1º, do CP: “Nas mesmas penas deste artigo incorre quem:
I – permite ou facilita, mediante atribuição, fornecimento e empréstimo de
senha ou qualquer outra forma, o acesso de pessoas não autorizadas a sistemas de
informações ou banco de dados da Administração Pública;”

Banca: CESPE
Órgão: TRF 1ª Região
Ano: 2017
Assunto: Crimes contra a Administração Pública
Cargo: Analista Judiciário
Julgue o item seguinte, acerca do tratamento do sigilo e do segredo no direito penal no
âmbito dos crimes contra a administração pública.
68. Servidor público que tenha revelado fato do qual teve conhecimento em razão do cargo
que exerce e que deveria permanecer em segredo terá cometido crime de divulgação de
segredo.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: ERRADO
Comentário: A conduta descrita no enunciado corresponde ao crime de violação
de sigilo funcional, já que a divulgação se deu em razão do cargo.
Art. 325 do CP: “Revelar fato de que tem ciência em razão do cargo e que deva
permanecer em segredo, ou facilitar-lhe a revelação:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa, se o fato não constitui
crime mais grave.”
Por outro lado, o crime de divulgação de segredo se dá em razão da função,
ministério, ofício ou profissão, não sendo, portanto, um crime contra a
Administração Pública.
Art. 154 do CP: “Revelar alguém, sem justa causa, segredo, de que tem ciência
em razão de função, ministério, ofício ou profissão, e cuja revelação possa produzir
dano a outrem:

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Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa de um conto a dez contos


de réis.”

Banca: CESPE
Órgão: TRF 1ª Região
Ano: 2017
Assunto: Lei Penal no Tempo
Cargo: Técnico Judiciário
Em sete de janeiro de 2017, João praticou conduta que, à época, configurava crime
punível com prisão. O resultado desejado pelo autor, no entanto, foi alcançado somente
dois meses depois, ou seja, em sete de março do mesmo ano, momento no qual a conduta
criminosa tinha previsão de ser punida com pena menos grave, de restrição de direitos.
69. Nessa situação hipotética, de acordo com a lei penal, considera-se praticado o crime
somente em sete de março de 2017, momento em que se alcançou o resultado desejado.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: ERRADO
Comentário: A questão está errada, pois o Código Penal, em seu art. 6º, adotou
a chamada teoria da atividade, ou seja, considera-se o crime praticado no momento
da ação ou omissão.
Dessa forma, considera-se praticado o crime no dia 07 de janeiro de 2017,
oportunidade em que João praticou a conduta.

Banca: CESPE
Órgão: TRF 1ª Região
Ano: 2017
Assunto: Lei Penal no Tempo
Cargo: Técnico Judiciário
Em sete de janeiro de 2017, João praticou conduta que, à época, configurava crime
punível com prisão. O resultado desejado pelo autor, no entanto, foi alcançado somente
dois meses depois, ou seja, em sete de março do mesmo ano, momento no qual a conduta
criminosa tinha previsão de ser punida com pena menos grave, de restrição de direitos.
Nessa situação hipotética, de acordo com a lei penal,
70. João não poderá ser condenado com a pena de prisão em razão da retroatividade da lei
mais benéfica.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: CERTO
Comentário: De fato, sobrevindo lei que preveja a punição de restrição de
direitos (benéfica), deve ser aplicada de forma retroativa, nos termos do art. 2º,
parágrafo único, do Código Penal.

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Banca: CESPE
Órgão: PJC-MT
Ano: 2017
Assunto: Princípio da Insignificância
Cargo: Delegado de Polícia
71. De acordo com o entendimento do STF, a aplicação do princípio da insignificância
pressupõe a constatação de certos vetores para se caracterizar a atipicidade material do
delito. Tais vetores incluem o(a)
a) reduzidíssimo grau de reprovabilidade do comportamento.
b) desvalor relevante da conduta e do resultado.
c) mínima periculosidade social da ação.
d) relevante ofensividade da conduta do agente.
e) expressiva lesão jurídica provocada.

Gabarito: A
Comentário: O princípio da insignificância afirma que não basta apenas a
adequação formal da conduta ao tipo penal, mas, também, relevância material, ou
seja, verdadeira violação ao bem jurídico penalmente tutelado.
Diante disso, grande parte da doutrina afirma que o princípio da insignificância
(ou bagatela) é causa de exclusão da tipicidade.
É importante frisar que o princípio da insignificância não tem previsão legal,
portanto, todos os requisitos de sua aplicação foram criados por meio da doutrina e
da jurisprudência.
Aliás, quanto aos requisitos objetivos, o STF exige: 1) ausência de
periculosidade social; 2) reduzido grau de reprovabilidade do comportamento; 3)
mínima ofensividade da conduta; 4) inexpressividade da lesão jurídica.
Portanto, a resposta certa é o item A.

Banca: CESPE
Órgão: DPU
Ano: 2017
Assunto: Crimes contra o Patrimônio
Cargo: Defensor Público
O item a seguir, a respeito de crimes contra o patrimônio, apresenta uma situação
hipotética seguida de uma assertiva a ser julgada à luz da doutrina e da jurisprudência
pertinentes.
72. Caio, com dezoito anos de idade, reside com seu pai, de cinquenta e oito anos de idade, e
com seu tio, de sessenta e um anos de idade. Sem dinheiro para sair com os amigos, Caio
subtraiu dinheiro de seu pai e, ainda, o aparelho celular do tio. Nessa situação, Caio será
processado, mediante ação penal pública, por apenas um crime de furto.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: CERTO
Comentário: A questão aborda o tema: escusas absolutórias.
Em linhas gerais, as escusas absolutórias são hipóteses de abrandamento de
aplicação do Direito Penal em crimes patrimoniais quando haja, entre agente e
vítima, vínculo familiar.

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A intenção do legislador, portanto, foi preservar os laços familiares em


detrimento da proteção do bem jurídico patrimônio.
As escusas absolutórias são de 02 espécies: 1) isenção de pena (CP, art. 181);
2) necessidade de representação (CP, art. 182).
No enunciado, aplica-se a isenção de pena em relação ao pai de Caio e aplicar-
se-ia a necessidade de representação em relação ao tio, contudo, este tem mais de
60 anos, circunstância que impede a incidência da escusa absolutória.
Portanto, Caio responderá por uma ação penal pública por conta do furto
praticado contra seu tio.

Banca: CESPE
Órgão: TCE-PE
Ano: 2017
Assunto: Crimes contra a Administração Pública
Cargo: Auditor de Controle Externo
No que se refere aos crimes praticados por funcionário público contra a administração em
geral, julgue o seguinte item.
73. O vereador que, em razão do seu cargo, solicitar parte do salário de seus assessores em
benefício próprio praticará o crime de concussão.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: ERRADO
Comentário: O vereador praticou o crime de corrupção passiva (CP, art. 317,
caput), pois solicitou para si vantagem econômica indevida.
Por outro lado, se tivesse exigido vantagem econômica indevida, ter-se-ia o
crime de concussão (CP, art. 316).
Uma “pegadinha” muito comum ocorre quando o enunciado menciona o verbo
“exigir” acrescido da violência ou da grave ameaça, nesse caso, ainda que seja
praticado por um funcionário público, trata-se do crime de extorsão (CP, art. 158,
caput).

Banca: CESPE
Órgão: TCE-PE
Ano: 2017
Assunto: Crimes contra a Administração Pública
Cargo: Auditor de Controle Externo
No que se refere aos crimes praticados por funcionário público contra a administração em
geral, julgue o seguinte item.
74. Praticará o crime de corrupção passiva o médico — seja ele servidor público ou não —
que, em atendimento pelo Sistema Único de Saúde, exigir do segurado quantia em
dinheiro para a realização de consulta.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: ERRADO
Comentário: O médico praticou o crime de concussão (CP, art. 316, caput), pois
exigiu para si vantagem econômica indevida.
Por outro lado, se tivesse solicitado vantagem econômica indevida, ter-se-ia o
crime de corrupção passiva (CP, art. 317).

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É importante ressaltar que o médico, prestando atividade ao SUS, é


considerado funcionário público para fins penais, mesmo que privado, pois se
enquadraria na definição de funcionário público por equiparação (CP, art. 327, §1º).

Banca: CESPE
Órgão: TRE-BA
Ano: 2017
Assunto: Crimes contra a Administração Pública
Cargo: Técnico Judiciário
O diretor de uma empresa multinacional dirigiu-se a sua seção eleitoral a fim de
solicitar a emissão da segunda via de seu título de eleitor. Ao chegar à seção, foi
informado por um técnico judiciário de que o expediente havia se encerrado e de que,
por isso, os funcionários não poderiam mais recebê-lo naquele dia. Descontente, o
empresário exigiu ser atendido, afirmando ocupar posição social superior à do técnico e
submetendo-o a tratamento vexatório, com o uso de palavras insultuosas.
75. Nessa situação hipotética, o empresário praticou crime tipificado como
a) resultante de preconceito.
b) desacato.
c) abuso de autoridade.
d) desobediência.
e) resistência.

Gabarito: B
Comentário: O diretor da empresa praticou o crime de desacato, previsto no
art. 331 do Código Penal, pois proferiu palavras insultuosas ao funcionário público
em sua presença.
Caso as ofensas tivessem sido proferidas sem sua presença, tratar-se-ia de
crime contra a honra de funcionário público.

Banca: CESPE
Órgão: TRE-BA
Ano: 2017
Assunto: Crimes contra a Administração Pública
Cargo: Analista Judiciário
No exercício de suas atribuições, um funcionário público prestava atendimento a
um cidadão quando necessitou buscar, no interior da repartição, um documento para
concluir um procedimento. Por descuido do funcionário, um laptop da instituição, que
estava sendo utilizado por ele, ficou desvigiado, às vistas do cidadão que recebia o
atendimento. Quando o funcionário retornou, não encontrou o cidadão e observou que
o laptop havia sumido. Posteriormente, as investigações policiais concluíram que aquele
cidadão havia furtado o laptop, que não foi recuperado.
76. Nesse caso, o funcionário público
a) não praticou crime, uma vez que não anuiu à conduta delituosa.
b) i partícipe do crime de furto praticado e, por isso, será condenado às penas cominadas para
esse crime, na medida de sua culpabilidade.
c) praticou peculato culposo, podendo a punibilidade ser extinta caso ele repare o dano ao
órgão até o trânsito em julgado da sentença penal condenatória.

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d) cometeu crime de peculato-furto, pois concorreu para a realização do furto, podendo ser
reconhecida a atipicidade do fato pelo princípio da insignificância.
e) responderá por peculato impróprio desde que o cidadão seja condenado por furto.

Gabarito: C
Comentário: A conduta do funcionário público amolda-se ao tipo penal do
peculato culposo (CP, art. 312, §2º, do Código Penal, pois, com seu descuido,
permitiu que o bem público fosse subtraído.
Contudo, conforme consta no art. 312, §3º, do Código Penal, caso o agente
repare o dano, integralmente, até o trânsito em julgado da sentença condenatória,
há extinção da punibilidade.
É importante frisar que a hipótese de extinção de punibilidade só é cabível na
modalidade culposa do peculato, ou seja, não se aplica ao peculato doloso.

Banca: CESPE
Órgão: SERES-PE
Ano: 2017
Assunto: Crimes contra a Administração Pública
Cargo: Agente de Segurança Penitenciária
Maria, que trabalhava havia anos em serviço terceirizado de limpeza,
aproveitando-se de que o delegado-chefe da delegacia de polícia de Recife, onde
trabalhava à época, estava ausente, entrou em sua sala e subtraiu para si um telefone
celular que estava sobre a mesa. O delegado tinha total confiança em Maria, tanto que
muitas vezes deixava bens públicos e privados sob seus cuidados. O bem subtraído foi
avaliado em R$ 3.000.
77. Nessa situação hipotética, Maria responderá por
a) furto qualificado por abuso de confiança.
b) furto privilegiado.
c) peculato.
d) apropriação indébita.
e) extravio.

Gabarito: A
Comentário: Trata-se do crime de furto qualificado por abuso de confiança, nos
termos do art. 155, §4º, II, do Código Penal.
Cuidado, não se pode dizer que Maria praticou o crime de peculato (crime contra
a Administração Pública), pois, apesar de ser terceirizada, não desempenhava
atividades típicas da Administração Pública.
Art. 327, §1º, do CP: “Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo,
emprego ou função em entidade paraestatal, e quem trabalha para empresa
prestadora de serviço contratada ou conveniada para a execução de atividade
típica da Administração Pública.”

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Banca: CESPE
Órgão: SERES-PE
Ano: 2017
Assunto: Crimes contra o Patrimônio
Cargo: Agente de Segurança Penitenciária
Um indivíduo, sem antecedentes criminais, que, consertando e vendendo telefones
celulares novos e usados, exercia comércio clandestino no quintal de casa, expôs à venda,
em certa ocasião, um celular roubado avaliado em R$ 3.000. Ao ser indagado sobre a
procedência do bem, o comerciante alegou que o comprara de um desconhecido, sem
recibo ou nota fiscal. Embora não tenha ficado esclarecido como o celular chegara às suas
mãos ou quem o subtraíra, é inquestionável a procedência criminosa, já que a vítima,
quando do roubo, havia registrado na delegacia a ocorrência do fato, o qual fora
confirmado por testemunhas oculares.
78. Nessa situação hipotética, tal indivíduo responderá pela prática de crime de receptação
a) preterdolosa, por ter agido com dolo na conduta e culpa no resultado.
b) qualificada, mesmo que a autoria do crime anterior não seja apurada, por tratar-se de
crime parasitário ou acessório.
c) culposa, já que agiu com imprudência ao comprar produtos sem exigir recibo ou nota
fiscal.
d) simples, porque não explorava comércio regular.
e) dolosa com forma privilegiada, por ser primário e ter bons antecedentes.

Gabarito: B
Comentário: Os fatos narrados se amoldam à receptação qualificada, já que
praticada no exercício de atividade comercial.
Não se trata de modalidade culposa, na medida em que a venda do aparelho
sem nota fiscal deveria levar o indivíduo a desconfiar da origem do bem.
Nesse sentido, ao contrário da modalidade simples, a receptação qualificada
não exige o dolo direto, já que é suficiente o “dever saber”.
Art. 180, § 1º, do CP: “Adquirir, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em
depósito, desmontar, montar, remontar, vender, expor à venda, ou de qualquer
forma utilizar, em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou
industrial, coisa que deve saber ser produto de crime (...)”
Por fim, a classificação de crime parasitário decorre da necessidade da
existência de um crime antecedente para a prática da receptação, como ocorre, por
exemplo, com a lavagem de capitais.

Banca: CESPE
Órgão: Polícia Federal
Ano: 2013
Assunto: Lesão Corporal
Cargo: Perito Criminal
Tendo em vista que o médico-legista deve descrever, em seu laudo, as lesões que
eventualmente encontrar, e cuja natureza jurídica pode ser leve, grave e gravíssima, ou, ainda,
lesão corporal seguida de morte, em conformidade com o art. 129 do Código Penal, julgue o
item que se segue.

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79. A incapacidade para ocupações habituais por mais de trinta dias, a deformidade
permanente e a aceleração de parto caracterizam lesões corporais de natureza grave.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: ERRADO
Comentário: A deformidade permanente configura lesão corporal gravíssima,
nos termos do art. 129, §2º, IV, do Código Penal.

Banca: CESPE
Órgão: Polícia Federal
Ano: 2013
Assunto: Lesão Corporal
Cargo: Perito Criminal
Tendo em vista que o médico-legista deve descrever, em seu laudo, as lesões que
eventualmente encontrar, e cuja natureza jurídica pode ser leve, grave e gravíssima, ou, ainda,
lesão corporal seguida de morte, em conformidade com o art. 129 do Código Penal, julgue o
item que se segue.
80. A incapacidade permanente para o trabalho, a enfermidade incurável e a debilidade
permanente de membro, sentido e(ou) função, como resultado de lesão corporal, são
consideradas gravíssimas.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: ERRADO
Comentário: A debilidade permanente de membro configura lesão corporal
grave, nos termos do art. 129, §1º, III, do Código Penal.

Banca: CESPE
Órgão: PEFOCE
Ano: 2013
Assunto: Infanticídio
Cargo: Perito Legista
Julgue o item seguinte, relativos a puerpério e infanticídio.
81. O crime de infanticídio é caracterizado pela exposição ou pelo abandono de recém-
nascido pela mãe, movida pelo estado puerperal, para ocultar a desonra própria.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: ERRADO
Comentário: O infanticídio é espécie privilegiada de homicídio e ocorre quando
a mãe, no estado puerpural, mata seu filho recém-nascido, nos termos do art. 123
do Código Penal.
Trata-se, portanto, de crime próprio, pois exige qualidade especial do agente.
O crime descrito no enunciado é a exposição ou abandono de recém-nascido,
previsto no art. 134 do Código Penal.

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Banca: CESPE
Órgão: TCE-PR
Ano: 2016
Assunto: Crimes contra a Administração Pública
Cargo: Analista de Controle
82. À luz da jurisprudência do STJ, assinale a opção correta, no que se refere aos crimes
contra administração pública.
a) O crime de corrupção ativa se consuma com a realização da promessa ou apenas com a
oferta de vantagem indevida.
b) O crime de concussão se consuma com o recebimento das vantagens exigidas
indevidamente, sendo mero exaurimento a utilização de tais vantagens.
c) O funcionário público que se utiliza de violência ou grave ameaça para obter vantagem
indevida em razão de sua função comete o crime de concussão.
d) Em razão da incidência do princípio da bilateralidade nos crimes de corrupção passiva e
ativa, a comprovação de um deles pressupõe a do outro.
e) Para a configuração do crime de corrupção passiva, é prescindível a existência de nexo de
causalidade entre a conduta do funcionário público e a realização de ato funcional de sua
competência.

Gabarito: A
Comentário: O item A está correto, pois o crime de corrupção passiva (CP, art.
317) é formal, portanto, para sua consumação, não é necessário o recebimento da
vantagem indevida.
O item B está errado, pois a concussão, também, é um crime formal.
O item C está errado, pois a violência/grave ameaça na exigência desclassifica
o crime funcional e a tipificação recai sobre à extorsão (CP, art. 159).
O item D está errado, pois a corrupção (ativa/passiva), além de exceção à teoria
monista, não exige a bilateralidade para sua tipificação, pois previstos em tipos
penais autônomos e independentes.
O item E está errado, pois o entendimento do STJ (Info 442) é no sentido de
ser indispensável o nexo de causalidade entre a conduta do funcionário público e a
realização de ato funcional de sua competência.

Banca: CESPE
Órgão: TCE-PA
Ano: 2016
Assunto: Crimes contra a Administração Pública
Cargo: Auditor de Controle Externo
Cada item a seguir apresenta uma situação hipotética seguida de uma assertiva a ser
julgada de acordo com o Código Penal, com a legislação penal extravagante e com a
jurisprudência do STJ.

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83. Pedro, funcionário público, solicitou a Maria a quantia de R$ 10.000 para não lavrar auto
de infração decorrente de ato ilícito descoberto durante fiscalização fazendária. Ao
perceber que teria que pagar uma multa de mais de R$ 20.000, Maria prontamente
concordou com a proposta e realizou o pagamento. Nessa situação, Maria responderá
como partícipe do delito de corrupção passiva, uma vez que, quanto ao concurso de
agentes, o Código Penal adotou exclusivamente a teoria unitária do crime.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: ERRADO
Comentário: O crime de corrupção (ativa/passiva) é exceção à teoria monista,
razão pela qual o enunciado está errado.
Além disso, o particular que paga a vantagem indevida ao funcionário público
não pratica corrupção ativa (CP, art. 333), pois não consta o verbo “pagar” como
núcleo penal, apenas, oferecer ou prometer.
Art. 333 do CP: “Oferecer ou prometer vantagem indevida a funcionário público,
para determiná-lo a praticar, omitir ou retardar ato de ofício:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.”

Banca: CESPE
Órgão: TCE-PA
Ano: 2016
Assunto: Crimes contra a Administração Pública
Cargo: Auditor de Controle Externo
Cada item a seguir apresenta uma situação hipotética seguida de uma assertiva a ser
julgada de acordo com o Código Penal, com a legislação penal extravagante e com a
jurisprudência do STJ.
84. João, policial civil, exigiu vantagem indevida de particular para não prendê-lo em
flagrante. A vítima não realizou o pagamento e prontamente comunicou o fato a policiais
civis. Nessa situação, como o delito de concussão é formal, o crime consumou-se com a
exigência da vantagem indevida, devendo João por ele responder.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: CERTO
Comentário: De fato, o crime de concussão (CP, art. 317) é formal e se
consuma no momento em que o funcionário público exige a vantagem indevida.

Banca: CESPE
Órgão: Polícia Científica - PE
Ano: 2016
Assunto: Lesão Corporal
Cargo: Perito Criminal
85. De acordo com o Código Penal (CP), a lesão corporal será classificada como
a) grave, caso resulte em enfermidade incurável.
b) gravíssima, caso provoque debilidade permanente de membro, de sentido ou de função da
vítima.
c) grave, caso provoque dano estético definitivo na vítima.
d) gravíssima, caso a vítima fique permanentemente incapacitada para o trabalho.
e) gravíssima, caso provoque a aceleração do parto da vítima.

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Gabarito: D
Comentário: Nas provas do CESPE, quando o tema é lesão corporal (CP, art.
129), em regra, cobra-se a literalidade, em especial, as hipóteses de lesão grave (CP,
art. 129, §1º) e gravíssima (CP, art. 129, §2º).
No caso concreto, a alternativa correta é o item D, pois traz hipótese de lesão
corporal gravíssima.

Banca: CESPE
Órgão: TCE-PA
Ano: 2016
Assunto: Crimes contra a Administração Pública
Cargo: Auditor de Controle Externo
Com relação aos crimes contra a administração pública, julgue o item subsequente.
86. Será reduzida pela metade a pena de indivíduo condenado por crime de peculato
culposo que reparar o dano após o trânsito em julgado do acórdão.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: ERRADO
Comentário: O erro do enunciado está no prazo para que o funcionário possa
ter extinta a punibilidade no crime de peculato culposo, que é até a sentença
irrecorrível.
Art. 312, §3º, do CP: “No caso do parágrafo anterior, a reparação do dano, se
precede à sentença irrecorrível, extingue a punibilidade; se lhe é posterior, reduz
de metade a pena imposta.”

Banca: CESPE
Órgão: Polícia Científica - PE
Ano: 2016
Assunto: Roubo
Cargo: Perito Criminal
87. Considere que José tenha subtraído dinheiro de Manoel, após lhe impossibilitar a
resistência. Nessa situação hipotética, fica caracterizada a causa de aumento de pena se
José tiver cometido o crime
a) com emprego de chave falsa.
b) com restrição da liberdade de Manoel.
c) com destruição de obstáculo à subtração do dinheiro.
d) mediante fraude, escalada ou destreza.
e) durante o repouso noturno.

Gabarito: B
Comentário: A conduta praticada por José e descrita no enunciado amolda-se
ao crime de roubo (CP, art. 157), já que a subtração patrimonial se deu depois que
o agente impossibilitou a defesa da vítima.
Nesse sentido, das alternativas, a única que apresenta uma das hipóteses de
majoração do roubo é o item B, nos termos do art. 157, §2º, V, do Código Penal.

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Banca: CESPE
Órgão: PC - PE
Ano: 2016
Assunto: Lei Penal no Tempo
Cargo: Escrivão
Um crime de extorsão mediante sequestro perdura há meses e, nesse período, nova
lei penal entrou em vigor, prevendo causa de aumento de pena que se enquadra
perfeitamente no caso em apreço.
88. Nessa situação hipotética,
a) a lei penal mais grave não poderá ser aplicada: o ordenamento jurídico não admite
a novatio legis in pejus.
b) a lei penal menos grave deverá ser aplicada, já que o crime teve início durante a sua
vigência e a legislação, em relação ao tempo do crime, aplica a teoria da atividade.
c) a lei penal mais grave deverá ser aplicada, pois a atividade delitiva prolongou-se até a
entrada em vigor da nova legislação, antes da cessação da permanência do crime.
d) a aplicação da pena deverá ocorrer na forma prevista pela nova lei, dada a incidência do
princípio da ultratividade da lei penal.
e) a aplicação da pena ocorrerá na forma prevista pela lei anterior, mais branda, em virtude
da incidência do princípio da irretroatividade da lei penal.

Gabarito: C
Comentário: Em regra, aplica-se retroativamente a lei penal mais benéfica.
Contudo, nos crimes continuados e nos crimes permanentes, deve ser aplicada a lei
vigente no momento da cessão da continuação ou da permanência, mesmo que a
norma trate o tema de forma mais gravosa.
Súmula nº 711 do STF: “A lei penal mais gravosa aplica-se ao crime continuado
ou permanente se era a lei vigente quando da cessação da permanência ou
continuidade.”.

Banca: CESPE
Órgão: PC - PE
Ano: 2016
Assunto: Lei Penal no Espaço
Cargo: Agente
89. Considere que tenha sido cometido um homicídio a bordo de um navio petroleiro de uma
empresa privada hondurenha ancorado no porto de Recife – PE. Nessa situação
hipotética,
a) o comandante do navio deverá ser compelido a tirar, imediatamente, o navio da área
territorial brasileira e o crime será julgado em Honduras.
b) o crime será apurado diretamente pelo Ministério Público brasileiro, dispensando-se o
inquérito policial, em função da eventual repercussão nas relações diplomáticas entre os
países envolvidos.
c) a investigação e a punição do fato dependerão de representação do comandante do navio.
d) nada poderá fazer a autoridade policial brasileira: navios e aeronaves são extensões do
território do país de origem, não estando sujeitos às leis brasileiras.

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e) caberá à autoridade policial brasileira instaurar, de ofício, o inquérito policial para


investigar a materialidade e a autoria do delito, que será punido conforme as leis
brasileiras.

Gabarito: E
Comentário: Tendo em vista que o crime foi praticado dentro de uma
embarcação estrangeira, mas de natureza privada, ancorada no porto de Recife/PE,
considera-se que o crime ocorreu dentro do território brasileiro, conforme art. 5º,
§2º, do CP.
Nesse sentido, o item E é o correto.
É importante frisar que o território, para fins penais, é, além do geográfico, as
embarcações e aeronaves de natureza pública ou a serviço do país, bem como as
embarcações e aeronaves de natureza privada quando em alto-mar, nos termos do
art. 5º, §1º, do CP.

Banca: CESPE
Órgão: PC - PE
Ano: 2016
Assunto: Crimes contra a Administração Pública
Cargo: Agente
90. Assinale a opção correta com relação a crimes contra a administração pública.
a) Policial que exigir propina para liberar a passagem de pessoas por uma estrada cometerá
corrupção passiva.
b) O agente penitenciário que não recolher aparelhos celulares de pessoas em privação de
liberdade cometerá crime de condescendência criminosa.
c) Um governador que ordenar a aquisição de viaturas policiais e o pagamento destas com
recurso legalmente destinado à educação infantil cometerá o crime de peculato.
d) Se forem ocupantes de cargos em comissão ou de função de direção ou assessoramento de
órgão da administração direta, sociedade de economia mista, empresa pública ou fundação
instituída pelo poder público, os autores de crimes contra a administração pública terão
direito a redução de suas penas.
e) A circunstância de funcionário público é comunicável a particular que cometa o crime
sabendo dessa condição especial do funcionário.

Gabarito: E
Comentário: O item A está errado, pois ao “exigir” vantagem indevida, o policial praticou
o crime de concussão (CP, art. 316).
O item B está errado, pois a conduta descrita pelo agente penitenciário descreve o tipo
penal de prevaricação (CP, art. 319-A).
O item C está errado, pois a conduta descrita pelo governador descreve o crime de
emprego irregular de verbas ou rendas públicas (CP, art. 315). A principal diferença entre o
mencionado tipo penal e o peculato é que, naquele, a destinação continua sendo no interesse
público, ao passo que, nesse, o desvio é no interesse próprio.
O item D está errado, ao contrário de diminuição de pena, haverá aumento de pena de
um terço, nos termos do art. 327, §2º, do Código Penal.
O item E está correto, pois as circunstâncias pessoais, que são elementares do tipo, se
comunicam entre os coautores, nos termos do art. 30 do Código Penal.

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Banca: CESPE
Órgão: PC - PE
Ano: 2016
Assunto: Crimes contra a Vida
Cargo: Agente
91. Acerca dos crimes contra a pessoa, assinale a opção correta.
a) Quando o homicídio for praticado por motivo fútil, haverá causa de diminuição de pena.
b) Sempre que um agente mata uma vítima mulher, tem-se um caso de feminicídio.
c) O homicídio e o aborto são os únicos tipos penais constantes no capítulo que trata de
crimes contra a vida.
d) O aborto provocado é considerado crime pelo direito brasileiro, não existindo hipóteses
de exclusão da ilicitude.
e) O aborto provocado será permitido quando for praticado para salvar a vida da gestante ou
quando se tratar de gravidez decorrente de estupro.

Gabarito: E
Comentário: O item A está errado, pois ao o motivo fútil torna o crime
qualificado, nos termos do art. 121, §2º, I, do Código Penal.
O item B está errado, pois a qualificadora do feminicídio (CP, art. 121, §2º,
VI) só incide se o homicídio for praticado em razão da condição de mulher (CP, art.
121, §2-A), caso contrário, ter-se-á, apenas, um femicídio.
O item C está errado, por exemplo, o infanticídio, previsto no art. 123 do Código
Penal, também, é um crime contra a vida.
O item D está errado, conforme o fundamento abaixo apresentado.
O item E está correto, pois o Direito Penal brasileiro prevê 02 hipóteses em que
não é considerado crime a interrupção da gestação (CP, art. 128): 1) para salvar a
vida da gestante; 2) quando a gravidez decorre de estupro.

Banca: CESPE
Órgão: PC - PE
Ano: 2016
Assunto: Princípios
Cargo: Agente
92. Acerca dos princípios básicos do direito penal brasileiro, assinale a opção correta.
a) O princípio da fragmentariedade ou o caráter fragmentário do direito penal quer dizer que
a pessoa cometerá o crime se sua conduta coincidir com qualquer verbo da descrição desse
crime, ou seja, com qualquer fragmento de seu tipo penal.
b) O princípio da anterioridade, no direito penal, informa que ninguém será punido sem lei
anterior que defina a conduta como crime e que a pena também deve ser prevista
previamente, ou seja, a lei nunca poderá retroagir.
c) É possível que uma lei penal mais benigna alcance condutas anteriores à sua vigência, seja
para possibilitar a aplicação de pena menos severa, seja para contemplar situação em que
a conduta tipificada passe a não mais ser crime.
d) O princípio da insignificância no direito penal dispõe que nenhuma vida humana será
considerada insignificante, sendo que todas deverão ser protegidas.

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e) O princípio da ultima ratio ou da intervenção mínima do direito penal significa que a


pessoa só cometerá um crime se a pessoa a ser prejudicada por esse crime o permitir.

Gabarito: C
Comentário: O item A está errado, pois o princípio da fragmentariedade afirma
que nem toda lesão a bem jurídico será sancionada pelo Direito Penal, apenas aqueles
que se revelarem mais importantes, dando a ideia de proteção em blocos
(fragmentos).
O item B está errado, pois o enunciado, na primeira parte, dá o conceito do
princípio da legalidade.
O item C está correto, já que a lei penal benéfica tem efeito retroativo (CP, art.
2º, parágrafo único).
O item D está errado, pois o princípio da insignificância é aquele que afasta a
aplicação do Direito Penal para situações em que, não obstante a adequação formal
ao tipo penal, não há relevância na lesão jurídica cometida (insignificância).
O item E está errado, pois, segundo o princípio da intervenção mínima, o Direito
Penal somente deve ser aplicado quando nenhum outro instrumento estatal se
mostrou apto a coibir a conduta vedada.

Banca: CESPE
Órgão: TCE - SC
Ano: 2016
Assunto: Lei Penal no Espaço
Cargo: Auditor Fiscal
Em relação ao direito penal, julgue o item a seguir.
93. No Código Penal brasileiro, adota-se a teoria da ubiquidade, conforme a qual o lugar do
crime é o da ação ou da omissão, bem como o lugar onde se produziu ou deveria produzir-
se o resultado.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: CERTO
Comentário: A questão está correta e é a literalidade do art. 6º do Código Penal.
Art. 6º - “Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou
omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o
resultado.”

Banca: CESPE
Órgão: TRT 8ª Região
Ano: 2016
Assunto: Crimes contra a Administração Pública
Cargo: Oficial de Justiça
94. Oficial de justiça que solicita determinada quantia em dinheiro a advogado, para deixar
de cumprir diligência de que estava incumbido, comete o crime de
a) tráfico de influência.
b) concussão.
c) prevaricação.
d) corrupção ativa.
e) corrupção passiva.

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Gabarito: E
Comentário: Ao “solicitar” a vantagem indevida, o oficial de justiça praticou o
crime de corrupção passiva, nos termos do art. 317, caput, do Código Penal.
Caso a conduta fosse “exigir” a vantagem indevida, por outro lado, o tipo penal
seria a concussão (CP, art. 316).
Por fim, o tipo penal de corrupção ativa (CP, art. 333) recai sobre o particular
que promete ou oferece vantagem indevida ao funcionário público.

Banca: CESPE
Órgão: DPU
Ano: 2016
Assunto: Princípios
Cargo: Analista Técnico
João, aproveitando-se de distração de Marcos, juiz de direito, subtraiu para si uma
sacola de roupas usadas a ele pertencentes. Marcos pretendia doá-las a instituição de
caridade. João foi perseguido e preso em flagrante delito por policiais que presenciaram
o ato. Instaurado e concluído o inquérito policial, o Ministério Público não ofereceu
denúncia nem praticou qualquer ato no prazo legal.
Considerando a situação hipotética descrita, julgue o item a seguir.
95. O fato de a vítima ser juiz de direito demonstra maior reprovabilidade da conduta de
João, o que impede o reconhecimento do princípio da insignificância.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: ERRADO
Comentário: Além dos requisitos objetivos da aplicação do princípio da
insignificância, há pressupostos de caráter subjetivo, ou seja, relacionados tanto com
o agente quanto com a vítima.
Em relação à vítima, não é possível a aplicação do princípio da insignificância
quando a conduta praticada tem relevante impacto sobre si.
Por exemplo, um furto de uma bicicleta, mesmo que de valor irrisório, jamais
poderá ser considerado insignificante se, do ponto de vista da vítima, a subtração lhe
trouxe sérios prejuízos (utilização do bem para ir trabalhar).
No caso concreto, os bens subtraídos seriam destinados à doação, o que aponta
a inexpressividade da lesão jurídica causada para a vítima, assim, ao contrário de
impedir a aplicação, percebe-se que as circunstâncias apontam pela sua
possibilidade.

Banca: CESPE
Órgão: TJ-DFT
Ano: 2015
Assunto: Lei Penal no Tempo
Cargo: Analista Judiciário
Em relação à aplicação da lei penal e aos institutos do arrependimento eficaz e do erro de
execução, julgue o item seguinte.
96. Se um indivíduo praticar uma série de crimes da mesma espécie, em continuidade
delitiva e sob a vigência de duas leis distintas, aplicar-se-á, em processo contra ele,
a lei vigente ao tempo em que cessaram os delitos, ainda que seja mais gravosa.
Certo ( ) Errado ( )

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Gabarito: CERTO
Comentário: Em regra, aplica-se retroativamente a lei penal mais benéfica.
Contudo, nos crimes continuados e nos crimes permanentes, deve ser aplicada a lei
vigente no momento da cessão da continuação ou da permanência, mesmo que a
norma trate o tema de forma mais gravosa.
Súmula nº 711 do STF: “A lei penal mais gravosa aplica-se ao crime continuado
ou permanente se era a lei vigente quando da cessação da permanência ou
continuidade.”.

Banca: CESPE
Órgão: TJ-DFT
Ano: 2015
Assunto: Homicídio
Cargo: Analista Judiciário
Acerca dos crimes previstos na parte especial do Código Penal, julgue o item a seguir.
97. De acordo com a doutrina e a jurisprudência dominantes, o chamado homicídio
privilegiado-qualificado, caracterizado pela coexistência de circunstâncias
privilegiadoras, de natureza subjetiva, com qualificadoras, de natureza objetiva, não é
considerado crime hediondo.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: CERTO
Comentário: É possível a cumulação de qualificadora objetiva (relacionada ao
meio de execução) do homicídio com um privilégio, que sempre será subjetivo.
Por outro lado, é inviável a cumulação de privilégio com uma qualificadora
subjetiva, por exemplo, um homicídio qualificado por motivo fútil (CP, art. 121, §2º,
II) é, logicamente, incompatível com as hipóteses do homicídio privilegiado (CP, art.
121, §1º).
Apesar de todos os homicídios serem classificados como crimes hediondos, a
figura do homicídio qualificado-privilegiado não é.

Banca: CESPE
Órgão: TRE-RS
Ano: 2015
Assunto: Crimes contra a Administração Pública
Cargo: Analista Judiciário
Mário, chefe e advogado do escritório onde Caio trabalhava como estagiário, mandou-o
oferecer a José, servidor de uma serventia judicial, o valor de R$ 1.000 em espécie, para que
José não juntasse aos autos de um processo petição protocolada pela parte adversa. José aceitou
a oferta, deixou de juntar a peça processual aos autos, mas a propina, que deveria ser paga
posteriormente, não foi paga

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98. No que se refere à situação hipotética apresentada, assinale a opção correta.


a) Mário cometeu o crime de corrupção ativa na modalidade tentada e José, o crime de
corrupção passiva consumada, sendo Caio isento de pena nesse caso.
b) Caio e Mário cometeram o crime de corrupção ativa e José, o crime de corrupção passiva,
todos na modalidade consumada.
c) Caio e Mário cometeram o crime de corrupção ativa, mas a conduta de José não é
considerada crime.
d) Caio e Mário cometeram o crime de corrupção passiva na modalidade tentada e José, o de
corrupção ativa, também na modalidade tentada.
e) Mário cometeu o crime de corrupção ativa e José, o crime de corrupção passiva, ambos na
modalidade consumada, não tendo Caio cometido nenhum crime, uma vez que agiu em
obediência hierárquica.

Gabarito: B
Comentário: A corrupção (ativa/passiva) é crime formal, ou seja, se consuma
independentemente do resultado naturalístico, portanto, o pagamento/recebimento
da vantagem indevida é mero exaurimento.
Para distinguir a corrupção passiva (CP, art. 317) da corrupção ativa (CP, art.
333) basta lembrar que o funcionário será corrompido (sujeito passivo, portanto,
corrupção passiva) e o particular será o corruptor (sujeito ativo, portanto, corrupção
ativa).
Por fim, não há que se falar em obediência hierárquica, na medida em que a
causa de exclusão da culpabilidade exige que a ordem não seja manifestamente
ilegal, como o é, no caso concreto.

Banca: CESPE
Órgão: TJ-DFT
Ano: 2015
Assunto: Lei Penal no Espaço
Cargo: Técnico Judiciário
99. Acerca do crime e da aplicação da lei penal no tempo e no espaço, julgue o item que se
segue.
Ainda que se trate de tentativa delituosa, considera-se lugar do crime não só aquele onde
o agente tiver praticado atos executórios, mas também aquele onde deveria produzir-se
o resultado.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: CERTO
Comentário: A teoria da ubiquidade, aplicada para o local do crime, serve não
somente para a modalidade consumada, mas, também, tentada, nos termos do art
6º do Código Penal.
Art. 6º do CP: “Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação
ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-
se o resultado.”

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Banca: CESPE
Órgão: TJ-DFT
Ano: 2015
Assunto: Lei Penal no Tempo
Cargo: Técnico Judiciário
Acerca do crime e da aplicação da lei penal no tempo e no espaço, julgue o item que se
segue.
100. A lei mais benéfica deve ser aplicada pelo juiz quando da prolação da sentença — em
decorrência do fenômeno da ultratividade — mesmo já tendo sido revogada a lei que
vigia no momento da consumação do crime.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: CERTO
Comentário: A aplicação da lei penal benéfica de forma retroativa é cabível a
qualquer tempo, mesmo que a lei vigente no momento da consumação já tenha sido
revogada.

Banca: CESPE
Órgão: TCE-RN
Ano: 2015
Assunto: Escusas Absolutórias
Cargo: Inspetor
101. Julgue o item subsequente acerca dos delitos previstos na parte especial do Código
Penal.
O furto praticado por um irmão em desfavor do outro deve ser considerado isento de
pena, por expressa previsão legal.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: ERRADO
Comentário: A questão aborda o tema: escusas absolutórias.
Em linhas gerais, as escusas absolutórias são hipóteses de abrandamento de
aplicação do Direito Penal em crimes patrimoniais quando haja, entre agente e
vítima, vínculo familiar.
A intenção do legislador, portanto, foi preservar os laços familiares em
detrimento da proteção do bem jurídico patrimônio.
As escusas absolutórias são de 02 espécies: 1) isenção de pena (CP, art. 181);
2) necessidade de representação (CP, art. 182).
No enunciado, a relação de parentesco faz incidir a 2º hipótese de escusa
absolutória, razão pela qual o item está errado.

Banca: CESPE
Órgão: TCE-RN
Ano: 2015
Assunto: Princípios
Cargo: Inspetor
Acerca do concurso de pessoas e dos princípios de direito penal, julgue o item seguinte.
102. Segundo o princípio da intervenção mínima, o direito penal somente deverá cuidar da
proteção dos bens mais relevantes e imprescindíveis à vida social.
Certo ( ) Errado ( )

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Gabarito: CERTO
Comentário: Do princípio da intervenção mínima, decorre 02 subprincípios: a)
fragmentariedade; b) subsidiariedade.
Nesse sentido, o princípio da fragmentariedade afirma que o Direito Penal deve
cuidar da proteção dos bens jurídicos mais relevantes.

Banca: CESPE
Órgão: TCE-RN
Ano: 2015
Assunto: Crimes contra a Administração Pública
Cargo: Assessor Técnico
Acerca dos delitos previstos na parte especial do Código Penal e na legislação
extravagante, julgue o item que se segue.
103. No peculato culposo, a reparação do dano antes do recebimento da denúncia incorre em
extinção da punibilidade, ao passo que a reparação realizada entre o recebimento da
denúncia e o trânsito em julgado da sentença condenatória possibilita a aplicação de
causa de diminuição de pena.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: ERRADO
Comentário: De fato, o peculato culposo (CP, art. 312, §2º) admite a possibilidade
de reparação do dano com benefício ao agente.
Nesse sentido, se a reparação antecede a sentença irrecorrível há extinção de
punibilidade, contudo, se posterior, reduz a pena até a metade.
O erro da questão está em afirmar que o marco temporal seria o recebimento da
denúncia.

Banca: CESPE
Órgão: TCE-RN
Ano: 2015
Assunto: Lei Penal no Espaço
Cargo: Assessor Técnico
Acerca da aplicação da lei penal, dos princípios de direito penal e do arrependimento
posterior, julgue o item a seguir.
104. O crime contra a fé pública de autarquia estadual brasileira cometido no território da
República Argentina fica sujeito à lei do Brasil, ainda que o agente seja absolvido naquele
país.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: CERTO
Comentário: O caso narrado no enunciado amolda-se à hipótese de
extraterritorialidade incondicionada, nos termos do art. 7º, I, b, do Código Penal.
Art. 7º - “Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro:
I - os crimes:
b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado,
de Território, de Município, de empresa pública, sociedade de economia mista,
autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público;”
Diante disso, aplica-se o disposto no art. 7º, §1º, do Código Penal.

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§ 1º - “Nos casos do inciso I, o agente é punido segundo a lei brasileira, ainda


que absolvido ou condenado no estrangeiro.”

Banca: CESPE
Órgão: TCE-RN
Ano: 2015
Assunto: Lei Penal no Espaço
Cargo: Auditor
Julgue o item a seguir, referentes à lei penal no tempo e no espaço e aos princípios
aplicáveis ao direito penal.
105. Situação hipotética: João, brasileiro, residente em Portugal, cometeu crime de
corrupção e de lavagem de dinheiro no território português, condutas essas tipificadas
tanto no Brasil quanto em Portugal. Antes do fim das investigações, João fugiu e retornou
ao território brasileiro. Assertiva: Nessa situação, a lei brasileira pode ser aplicada ao
crime praticado por João em Portugal.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: CERTO
Comentário: O enunciado narra hipótese de aplicação da chamada
extraterritorialidade condicionada, pois o crime de lavagem de dinheiro e corrupção
são previstos em tratados internacionais (CP, art. 7º, II, a).
Por outro lado, as condições previstas no art. 7º, §2º, do Código Penal, também
estão presentes no caso concreto, razão pela qual é aplicável à lei brasileira contra
João.
§ 2º - “Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira depende do concurso
das seguintes condições:
a) entrar o agente no território nacional;
b) ser o fato punível também no país em que foi praticado;
c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a
extradição;
d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a
pena;
e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não
estar extinta a punibilidade, segundo a lei mais favorável.”

Banca: CESPE
Órgão: AGU
Ano: 2015
Assunto: Crimes contra a Administração Pública
Cargo: Advogado
João, empregado de uma empresa terceirizada que presta serviço de vigilância a órgão da
administração pública direta, subtraiu aparelho celular de propriedade de José, servidor
público que trabalha nesse órgão.
A respeito dessa situação hipotética, julgue o item que se segue.
106. João é funcionário público por equiparação, devendo ser a ele aplicado o procedimento
especial previsto no CP, o que possibilita a apresentação de defesa preliminar antes do
recebimento da denúncia.
Certo ( ) Errado ( )

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Gabarito: ERRADO
Comentário: Não é possível equiparar João à funcionário público, pois sua
atividade não é típica da Administração Pública, pois presta, apenas, serviço de
vigilância no órgão da administração pública.
Art. 327, §1º, do CP: “Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo,
emprego ou função em entidade paraestatal, e quem trabalha para empresa
prestadora de serviço contratada ou conveniada para a execução de atividade típica
da Administração Pública.”

Banca: CESPE
Órgão: AGU
Ano: 2015
Assunto: Crimes contra a Administração Pública
Cargo: Advogado
João, empregado de uma empresa terceirizada que presta serviço de vigilância a órgão da
administração pública direta, subtraiu aparelho celular de propriedade de José, servidor
público que trabalha nesse órgão
A respeito dessa situação hipotética, julgue o item que se segue
107. O ato praticado por João configura crime de peculato-furto, em que o sujeito passivo
imediato é José e o sujeito passivo mediato é a administração pública.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: ERRADO
Comentário: Não é possível equiparar João à funcionário público, pois sua
atividade não é típica da Administração Pública, pois presta, apenas, serviço de
vigilância no órgão da administração pública.
Art. 327, §1º, do CP: “Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo,
emprego ou função em entidade paraestatal, e quem trabalha para empresa
prestadora de serviço contratada ou conveniada para a execução de atividade típica
da Administração Pública.”
Por essa razão, João não poderia praticar crime funcional, mas o crime de furto.

Banca: CESPE
Órgão: STJ
Ano: 2015
Assunto: Crimes contra a Administração Pública
Cargo: Analista Judiciário
Acerca dos crimes contra a administração pública, julgue o item a seguir.
108. Cometerá crime de prevaricação o servidor público que deixar de responsabilizar, por
clemência, o seu subordinado que tenha cometido infração no exercício do cargo.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: ERRADO
Comentário: A conduta descrita no enunciado amolda-se ao crime de
condescendência criminosa, nos termos do art. 320 do Código Penal.
Art. 320 – “Deixar o funcionário, por indulgência, de responsabilizar
subordinado que cometeu infração no exercício do cargo ou, quando lhe falte
competência, não levar o fato ao conhecimento da autoridade competente:

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Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.”

Banca: CESPE
Órgão: STJ
Ano: 2015
Assunto: Crimes contra a Administração Pública
Cargo: Analista Judiciário
Acerca dos crimes contra a administração pública, julgue o item a seguir.
109. Incorre em crime de peculato o servidor público que, embora não tendo posse de
determinado bem, concorra para sua subtração, em proveito próprio ou alheio, valendo-
se de facilidade proporcionada pelo cargo que ocupe.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: CERTO
Comentário: De fato, o peculato doloso possui 03 espécies: 1) peculato-
apropriação; 2) peculato-desvio; 3) peculato-furto.
No caso concreto, a conduta do servidor amolda-se ao chamado peculato-furto,
previsto no art. 312, §1º, do Código Penal.
§ 1º - “Aplica-se a mesma pena, se o funcionário público, embora não tendo a
posse do dinheiro, valor ou bem, o subtrai, ou concorre para que seja subtraído, em
proveito próprio ou alheio, valendo-se de facilidade que lhe proporciona a qualidade
de funcionário.”

Banca: CESPE
Órgão: STJ
Ano: 2015
Assunto: Crimes contra a Administração Pública
Cargo: Analista Judiciário
Acerca dos crimes contra a administração pública, julgue o item a seguir.
110. A pessoa que exerça temporariamente cargo público, mesmo sem remuneração, poderá
ser enquadrada em crime de advocacia administrativa.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: CERTO
Comentário: A pessoa que exerça temporariamente cargo público, mesmo sem
remuneração, enquadra-se na definição legal de funcionário público, nos termos do
art. 327, caput, do Código Penal.
Assim, considerando que o crime de advocacia administrativa (CP, art. 321) é
um crime funcional, ou seja, praticado por funcionário público, o item está correto.

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Banca: CESPE
Órgão: STJ
Ano: 2015
Assunto: Crimes contra o Patrimônio
Cargo: Analista Judiciário
A respeito dos crimes contra a pessoa e o patrimônio, julgue o item que se segue.
111. Situação hipotética: Paulo tinha a intenção de praticar a subtração do automóvel de
Tiago sem uso de violência. No entanto, durante a execução do crime, estando Paulo já
dentro do veículo, Tiago apareceu e correu em direção ao veículo. Paulo, para assegurar
a detenção do carro, ameaçou Tiago gravemente, conseguindo, assim, cessar a ação da
vítima e fugir com o automóvel. Assertiva: Nessa situação, Paulo responderá pelos
crimes de ameaça e furto, em concurso material.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: ERRADO
Comentário: A situação descrita no enunciado amolda-se ao crime de roubo
impróprio, previsto no art. 157, §1º, do Código Penal.
§ 1º - “Na mesma pena incorre quem, logo depois de subtraída a coisa,
emprega violência contra pessoa ou grave ameaça, a fim de assegurar a impunidade
do crime ou a detenção da coisa para si ou para terceiro.”
Nesse sentido, o roubo impróprio ocorre quando o agente, inicialmente, com a
intenção de furtar, se vê obrigado a praticar a violência ou grave ameaça para
garantir a subtração patrimonial, daí utilizar-se a expressão: “furto que deu errado”.

Banca: CESPE
Órgão: STJ
Ano: 2015
Assunto: Crimes contra a Vida
Cargo: Analista Judiciário
A respeito dos crimes contra a pessoa e o patrimônio, julgue o item que se segue.
112. Situação hipotética: Lucas, descuidadamente, sem olhar para trás, deu marcha a ré em
seu veículo, em sua garagem, e atropelou culposamente seu filho, que faleceu em
consequência desse ato. Assertiva: Nessa situação, o juiz poderá deixar de aplicar a pena,
se verificar que as consequências da infração atingiram Lucas de forma tão grave que a
sanção penal se torne desnecessária
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: CERTO
Comentário: Lucas praticou um homicídio culposo, conforme o art. 121, §1º,
do Código Penal.
Diante disso, é possível que o juiz, ao analisar as consequências do crime para
o agente, pode aplicar o instituto do perdão judicial, que é uma espécie de extinção
de punibilidade, nos termos do art. 121, §5º, do Código Penal.
§ 5º - “Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar de aplicar a
pena, se as consequências da infração atingirem o próprio agente de forma tão grave
que a sanção penal se torne desnecessária.”

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Banca: CESPE
Órgão: STJ
Ano: 2015
Assunto: Crimes contra a Vida
Cargo: Analista Judiciário
A respeito dos crimes contra a pessoa e o patrimônio, julgue o item que se segue.
113. Situação hipotética: Telma, sabendo que sua genitora, Júlia, apresentava sérios
problemas mentais, que retiravam dela a capacidade de discernimento, e com o intuito
de receber a herança decorrente de sua morte, induziu-a a cometer suicídio. Em
decorrência da conduta de sua filha, Júlia cortou os próprios pulsos, mas, apesar das
lesões corporais graves sofridas, ela não faleceu. Assertiva: Nessa situação, Telma
cometeu o crime de induzimento, instigação ou auxílio a suicídio, na forma consumada.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: ERRADO
Comentário: No enunciado, o fato de Júlia apresentar sérios problemas
mentais, que retiravam dela a capacidade de discernimento, afasta o tipo penal de
induzimento ao suicídio a suicídio (CP, art. 122).
Para tal crime, é necessário que a vítima tenha, no mínimo, razoável
discernimento a fim de configurar a modalidade majorada (CP, art. 122, II).
Assim, a conduta de Telma será tipificado como crime de homicídio qualificado
pelo motivo torpe, já que seu interesse era o recebimento da herança (CP, art. 121,
§2º, I).

Banca: CESPE
Órgão: TCU
Ano: 2015
Assunto: Princípios
Cargo: Auditor
No que se refere aos princípios do direito penal e às causas de exclusão da ilicitude, julgue
o próximo item.
114. Em consequência da fragmentaridade do direito penal, ainda que haja outras formas de
sanção ou outros meios de controle social para a tutela de determinado bem jurídico, a
criminalização, pelo direito penal, de condutas que invistam contra esse bem será
adequada e recomendável.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: ERRADO
Comentário: A questão está errada, pois o princípio apresentado seria o da
subsidiariedade e seu conceito, ainda assim, seria o oposto do descrito no enunciado.
Nesse sentido, segundo o princípio da subsidiariedade, o Direito Penal só pode
ser utilizado quando nenhum outro instrumento de controle social se mostrou apto à
tutela de determinado bem jurídico.
É importante ressaltar que tanto o princípio da fragmentariedade, quanto o
princípio da subsidiariedade, são subprincípios da intervenção mínima.

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Banca: CESPE
Órgão: Polícia Federal
Ano: 2013
Assunto: Lei Penal no Tempo
Cargo: Todos os cargos
Julgue o item subsequente, relativo à aplicação da lei penal e seus princípios.
115. No que diz respeito ao tema lei penal no tempo, a regra é a aplicação da lei apenas
durante o seu período de vigência; a exceção é a extra-atividade da lei penal mais
benéfica, que comporta duas espécies: a retroatividade e a ultra-atividade.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: CERTO
Comentário: De fato, a regra é a aplicação da lei vigente, como ocorre em
qualquer ramo do Direito.
Contudo, o Direito Penal comporta uma exceção: aplicação retroativa da lei
penal benéfica.
De tal exceção, é possível que a lei penal benéfica tenha o chamado efeito
extra-ativo, sendo, portanto, retroativo e ultra-ativo.

Banca: CESPE
Órgão: Polícia Federal
Ano: 2013
Assunto: Crimes contra a Administração Pública
Cargo: Todos os cargos
No que concerne a infração penal, fato típico e seus elementos,formas consumadas e
tentadas do crime, culpabilidade, ilicitude e imputabilidade penal, julgue o item que se segue.
116. O peculato é conceituado doutrinariamente como crime funcional impróprio ou misto,
porquanto na hipótese de não ser praticado por funcionário público, opera tipicidade
relativa, passando a constituir tipo penal diverso.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: CERTO
Comentário: De fato, a condição de funcionário público é uma elementar dos
crimes funcionais.
Há uma classificação em crimes funcionais: próprios e impróprios.
Nos crimes funcionais impróprios, caso seja retirada a circunstância pessoal de
funcionário público, há desclassificação para outro tipo penal, como ocorre no
peculato-apropriação (CP, art. 312, caput) para a apropriação indébita (CP, art. 168).
Por outro lado, nos crimes funcionais próprios, a falta de condição de
funcionário público leva à atipicidade da conduta, por exemplo, a prevaricação (CP,
art. 319).

Banca: CESPE
Órgão: Polícia Federal
Ano: 2013
Assunto: Crimes contra o Patrimônio
Cargo: Delegado
Em cada item a seguir, é apresentada uma situação hipotética, seguida de uma assertiva a
ser julgada com base no direito penal.

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117. Três criminosos interceptaram um carro forte e dominaram os seguranças, reduzindo-


lhes por completo qualquer possibilidade de resistência, mediante grave ameaça e
emprego de armamento de elevado calibre. O grupo, entretanto, encontrou vazio o cofre
do veículo, pois, por erro de estratégia, efetuara a abordagem depois que os valores e
documentos já haviam sido deixados na agência bancária. Por fim, os criminosos
acabaram fugindo sem nada subtrair. Nessa situação, ante a inexistência de valores no
veículo e ante a ausência de subtração de bens, elementos constitutivos dos delitos
patrimoniais, ficou descaracterizado o delito de roubo, subsistindo apenas o crime de
constrangimento ilegal qualificado pelo concurso de pessoas e emprego de armas.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: ERRADO
Comentário: Segundo o STF, a inexistência de bens ou dinheiro em poder da
vítima de roubo não caracteriza a hipótese de crime impossível, já que o roubo, por
ser um crime complexo, se inicia com a violência ou grave ameaça.
Por tal razão, trata-se de crime de roubo qualificado na modalidade tentada.

Banca: CESPE
Órgão: TJ-DFT
Ano: 2015
Assunto: Crimes contra a Administração Pública
Cargo: Juiz Substituto
Luiz, policial civil lotado em uma delegacia de polícia, deixou de dar andamento a
inquérito no qual Francisco estava sendo investigado. Tal interrupção no andamento do
inquérito deveu-se ao fato de Mauro, irmão de Francisco, ter pagado ao policial,
voluntariamente, a quantia de dois mil reais.
118. Nessa situação hipotética, Luiz cometeu, em tese, o crime de
a) advocacia administrativa.
b) prevaricação.
c) corrupção passiva.
d) peculato.
e) concussão.

Gabarito: C
Comentário: Trata-se de hipótese de corrupção passiva com a prática do núcleo
“receber”, nos termos do art. 317, caput, do Código Penal.
Art. 317 – “Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou
indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela,
vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.”

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Banca: CESPE
Órgão: TJ-DFT
Ano: 2015
Assunto: Crimes contra a Vida
Cargo: Juiz Substituto
119. Constitui homicídio qualificado o crime
a) cometido contra deficiente físico.
b) praticado com emprego de arma de fogo.
c) concretizado com o concurso de duas ou mais pessoas.
d) praticado com o emprego de asfixia.
e) praticado contra menor de idade.

Gabarito: D
Comentário: Trata-se de hipótese de homicídio qualificado previsto no art. 121,
§2º, III, do Código Penal.
III – “com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio
insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum;”

Banca: CESPE
Órgão: TRF 1ª Região
Ano: 2015
Assunto: Princípios
Cargo: Juiz Substituto
120. Conforme a jurisprudência do STF, o princípio da insignificância
a) não se aplica ao crime de contrabando.
b) não se aplica ao tráfico internacional de armas de fogo, exceto em casos que se restrinjam
a cápsulas de munição.
c) deve ser adotado em casos de crime de tráfico de drogas.
d) é aplicável ainda que o agente seja reincidente ou tenha cometido o mesmo gênero de
delito reiteradas vezes.
e) é aplicável ao crime de roubo.

Gabarito: A
Comentário: O item A está correto. O princípio da insignificância não se aplica,
em regra, ao crime de contrabando, pois, ao contrário do descaminho, não se trata
de mera sonegação de tributos de importação, mas da proibição de entrada de
produtos que sejam prejudiciais, por exemplo, para a economia interna, saúde
pública, etc.
O item B está errado, pois não há a mencionada exceção.
O item C está errado, pois o entendimento dos Tribunais Superiores é no
sentido de não ser aplicado o princípio da insignificância para o crime de tráfico de
drogas.
O item D está errado, pois, não obstante a possibilidade de aplicação do
princípio da insignificância para o reincidente, trata-se de hipótese excepcional, não
se estendendo para aquele que, reiteradamente, pratica o mesmo gênero de delitos.
O item E está errado, pois não se pode dizer que a violência ou grave ameaça
existente no roubo é insignificante.

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Banca: CESPE
Órgão: TRE-GO
Ano: 2015
Assunto: Crimes contra a Administração Pública
Cargo: Analista Judiciário
No que se refere aos crimes contra o patrimônio, contra a dignidade sexual e contra a fé e
a administração públicas, julgue o item que se segue.
121. Cometerá o crime de extorsão o servidor público que, em razão do cargo e mediante
grave ameaça, exigir para si vantagem econômica.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: CERTO
Comentário: A condição de funcionário público e núcleo “exigir” pode levar,
erroneamente, a conclusão de que se trata do crime de concussão (CP, art. 316).
Contudo, o elemento “grave ameaça” desclassifica o crime funcional e faz incidir
o tipo penal da extorsão (CP, art. 158).

Banca: CESPE
Órgão: TRE-GO
Ano: 2015
Assunto: Princípios
Cargo: Analista Judiciário
No que concerne à lei penal no tempo, tentativa, crimes omissivos, arrependimento
posterior e crime impossível, julgue o item a seguir.
122. A revogação expressa de um tipo penal incriminador conduz a abolitio criminis, ainda
que seus elementos passem a integrar outro tipo penal, criado pela norma revogadora.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: ERRADO
Comentário: Em regra, a revogação do tipo penal gera a chamada abolitio
criminis, contudo, em determinadas situações, pode ocorrer o fenômeno da
continuidade normativo-típica, que ocorre quando um tipo penal, mesmo revogado,
é continua a ser típico, pois houve transferência para outro artigo de lei.
Por exemplo, é o que ocorreu com o crime de contrabando que, mesmo
revogado no art. 334 do CP, teve sua normatividade mantida no art. 334-A do CP.

Banca: CESPE
Órgão: BACEN
Ano: 2015
Assunto: Crimes contra a Administração Pública
Cargo: Analista
No que se refere à aplicação do direito penal no tempo e no espaço aos diversos crimes
previstos em leis extravagantes, julgue o item subsecutivo.
123. Para efeitos penais, equipara-se ao funcionário público quem trabalha para empresa
prestadora de serviço contratada para a execução de atividade típica da administração
pública.
Certo ( ) Errado ( )

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Gabarito: CERTO
Comentário: A questão é mera reprodução do art. 327, §1º, do Código Penal,
que prevê a figura do equiparado a funcionário público.
Art. 327, §1º, do CP: “Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo,
emprego ou função em entidade paraestatal, e quem trabalha para empresa
prestadora de serviço contratada ou conveniada para a execução de atividade típica
da Administração Pública.”

Banca: CESPE
Órgão: DPU
Ano: 2015
Assunto: Crimes contra a Administração Pública
Cargo: Defensor Público
Em relação aos crimes contra a fé pública, aos crimes contra a administração pública, aos
crimes de tortura e aos crimes contra o meio ambiente, julgue o item a seguir.
124. Cometerá o crime de corrupção passiva privilegiada, punido com detenção, o Defensor
Público que, após receber telefonema de procurador da República que se identifique
como tal, deixar de propor ação em que esse procurador seja diretamente interessado.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: CERTO
Comentário: O caso concreto amolda-se ao tipo penal da corrupção passiva
privilegiada (CP, art. 317, §2º).
Art. 317, §2º, CP: “Se o funcionário pratica, deixa de praticar ou retarda ato de
ofício, com infração do dever funcional, cedendo a pedido ou influência de
outrem:
Pena – detenção, de três meses a um ano, ou multa.”
É muito comum o candidato confundir a corrupção passiva privilegiada com a
prevaricação (CP, art. 319, caput).
Contudo, apesar do agente público, em ambos os casos, deixar de praticar ato
de ofício (ou praticá-lo irregularmente), na corrupção passiva privilegiada, o agente
age por pedido de terceiro, ao passo que, na prevaricação, age para satisfazer
sentimento pessoal.

Banca: CESPE
Órgão: DPU
Ano: 2015
Assunto: Crimes contra o Patrimônio
Cargo: Defensor Público
No que tange ao entendimento sumulado do STJ a respeito das espécies, da cominação e
da aplicação de penas e do regime de execução de penas em espécie, julgue o item subsecutivo.
125. O agente considerado primário que furta coisa de pequeno valor faz jus a causa especial
de diminuição de pena ou furto privilegiado, ainda que esteja presente qualificadora
consistente no abuso de confiança.
Certo ( ) Errado ( )

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Gabarito: ERRADO
Comentário: Como sabido, o abuso de confiança é uma qualificadora subjetiva,
portanto, incompatível com a figura privilegiada do furto (CP, art. 155, §2º).
Segundo a jurisprudência dos Tribunais Superiores, o furto privilegiado-
qualificado requer uma qualificadora objetiva, já que o privilégio tem caráter
subjetivo (ou seja, relacionada com a figura do agente).

Banca: CESPE
Órgão: Câmara dos Deputados
Ano: 2014
Assunto: Princípio da Insignificância
Cargo: Analista Legislativo
No que diz respeito a noções gerais aplicadas no âmbito do direito penal, julgue o próximo
item.
126. Conforme jurisprudência assente do STF, o princípio da insignificância descaracteriza a
tipicidade penal em seu caráter material.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: CERTO
Comentário: Segundo o STF, o princípio da insignificância visa descriminalizar
condutas que, apesar de formalmente típicas, não causam lesão jurídica relevante
ao bem jurídico protegido, ou seja, há, portanto, ausência de tipicidade material.

Banca: CESPE
Órgão: Câmara dos Deputados
Ano: 2014
Assunto: Lei Penal no Tempo
Cargo: Analista Legislativo
No que diz respeito ao sistema penitenciário e à legislação penal e processual penal
aplicada à segurança pública, julgue o item seguinte.
127. O Código Penal brasileiro, ao tratar da competência criminal quanto ao tempo do crime,
adota a teoria mista ou da ubiquidade, que considera o momento da ação ou da omissão
típica, independentemente do resultado danoso.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: ERRADO
Comentário: Ao contrário do afirmado no enunciado, o Direito Penal brasileiro
adota a teoria da atividade para a lei penal no tempo, nos termos do art. 2º do Código
Penal.

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Banca: CESPE
Órgão: Câmara dos Deputados
Ano: 2014
Assunto: Crime contra o Patrimônio
Cargo: Analista Legislativo
A respeito dos crimes contra o patrimônio e do concurso de agentes, julgue os itens
subsequentes.
128. A apropriação de veículo do patrão por empregado doméstico que detinha o bem para
utilização em tarefas afetas às suas obrigações é delito de apropriação indébita, devendo
a pena-base ser majorada de um terço por determinação legal.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: CERTO
Comentário: Tendo em vista que o empregado doméstico tinha a posse do
bem, trata-se do crime de apropriação indébita (CP, art. 168).
Por outro lado, como mencionada posse decorria do emprego, há causa de
aumento de pena de um terço (CP, art. 168, §1º, III).
É importante não confundir a apropriação indébita com o crime de furto, pois
naquele há prévia posse do bem a ser subtraído, nesse, não

Banca: CESPE
Órgão: Câmara dos Deputados
Ano: 2014
Assunto: Crime contra o Patrimônio
Cargo: Analista Legislativo
A respeito dos crimes contra o patrimônio e do concurso de agentes, julgue os itens
subsequentes.
129. O delito de roubo é crime de concurso necessário, também conhecido como
plurissubjetivo.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: ERRADO
Comentário: O crime de concurso necessário exige a existência de concurso de
pessoas. Na realidade, o crime de roubo é classificado como crime de concurso
eventual, pois pode ser praticado por uma única pessoa ou em concurso de agentes.

Banca: CESPE
Órgão: Câmara dos Deputados
Ano: 2014
Assunto: Crime contra o Patrimônio
Cargo: Analista Legislativo
A respeito dos crimes contra o patrimônio e do concurso de agentes, julgue os itens
subsequentes.
130. A subtração, para si ou para outrem, de energia elétrica não constitui crime de furto, por
ausência de previsão legal expressa.
Certo ( ) Errado ( )

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Gabarito: ERRADO
Comentário: Ao contrário do alegado na questão, o furto de energia elétrica,
conhecido com “gato”, é tipificado no art. 155, §3º, do Código Penal.
§ 3º - “Equipara-se à coisa móvel a energia elétrica ou qualquer outra que
tenha valor econômico.”

Banca: CESPE
Órgão: Câmara dos Deputados
Ano: 2014
Assunto: Crime contra o Patrimônio
Cargo: Consultor Legislativo
A respeito dos crimes contra o patrimônio e do concurso de agentes, julgue os itens
subsequentes.
131. Os delitos de furto, furto de coisa comum, roubo e extorsão são delitos de ação penal
pública incondicionada, enquanto, no delito de dano qualificado por motivo egoístico ou
com prejuízo considerável para a vítima, somente se procede mediante queixa.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: ERRADO
Comentário: Em regra, os crimes contra o patrimônio são de ação penal pública
incondicionada, contudo, há algumas exceções.
Por exemplo, o furto de coisa comum (CP, art. 156) é de ação penal pública
condicionada à representação e o dano qualificado por motivo egoístico ou com
prejuízo considerável para a vítima (CP, art. 163, parágrafo único, IV) é de ação
penal privada.

Banca: CESPE
Órgão: DPE-PE
Ano: 2014
Assunto: Crime contra o Patrimônio
Cargo: Defensor Público
José, réu primário, após subtrair para si, durante o repouso noturno, mediante
rompimento de obstáculo, um botijão de gás avaliado em R$ 50,00 do interior de uma
residência habitada, foi preso em flagrante delito.
Tendo como referência essa situação hipotética, julgue o item subsecutivo, com base na
jurisprudência dominante dos tribunais superiores a respeito desse tema.
132. Na tipificação do crime praticado por José, admite-se o reconhecimento da figura do
furto privilegiado.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: CERTO
Comentário: No enunciado, estão presentes os requisitos do furto privilegiado
(CP, art. 155, §2º): primário e bem de pequeno valor.
Por outro lado, a qualificadora de rompimento de obstáculo é de caráter
subjetivo, daí, portanto, ser possível a figura do furto qualificado-privilegiado.
Vale ressaltar que o privilégio no furto é incompatível com qualificadora de
natureza subjetiva, como ocorre no abuso de confiança (CP, art. 155, §4º, II).

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Banca: CESPE
Órgão: DPE-PE
Ano: 2014
Assunto: Crime contra o Patrimônio
Cargo: Defensor Público
A respeito do conflito aparente de normas penais, dos crimes tentados e consumados, da
tipicidade penal, dos tipos de imprudência e do arrependimento posterior, julgue o item
seguinte.
133. Aquele que vender a terceiro de boa-fé coisa que tenha furtado praticará os crimes de
furto e estelionato, já que lesionará bens jurídico-penais de pessoas distintas.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: ERRADO
Comentário: Segundo doutrina majoritária, a venda da res furtiva do crime de
furto não configura outro ilícito penal, sendo, portanto, mero exaurimento do crime.
Por outro lado, aquele que adquire o produto do crime, tendo ciência de sua
origem ilícita, pratica o crime de receptação (CP, art. 180).

Banca: CESPE
Órgão: Polícia Federal
Ano: 2014
Assunto: Crime contra a Vida
Cargo: Agente
Com relação a crimes contra a pessoa, contra o patrimônio e contra a administração
pública, julgue o item que segue.
134. No crime de homicídio, admite-se a incidência concomitante de circunstância
qualificadora de caráter objetivo referente aos meios e modos de execução com o
reconhecimento do privilégio, desde que este seja de natureza subjetiva.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: CERTO
Comentário: De fato, é possível a incidência concomitante do privilégio no
homicídio (CP, art. 121, §1º) com uma qualificadora, desde que esta seja de natureza
objetiva, ou seja, relacionada ao meio de execução do homicídio.
A razão é simples, pois não é possível ter um privilégio, que sempre tem
natureza subjetiva, com uma qualificadora de mesma natureza. Assim, ou se terá o
homicídio praticado por relevante valor moral ou social ou o motivo será fútil/torpe.

Banca: CESPE
Órgão: Polícia Federal
Ano: 2014
Assunto: Crime contra a Patrimônio
Cargo: Agente
Com relação a crimes contra a pessoa, contra o patrimônio e contra a administração
pública, julgue o item que segue.

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135. Para a configuração do delito de apropriação indébita previdenciária não é necessário


que haja o dolo específico de ter para si coisa alheia; é bastante para tal a vontade livre e
consciente de não recolher as importâncias descontadas dos salários dos empregados da
empresa pela qual responde o agente.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: ERRADO
Comentário: O crime de apropriação indébita previdenciária, previsto no art.
168-A do Código Penal, exige o chamado dolo específico, ou seja, além da intenção
genérica de deliberadamente praticar a conduta lesiva, deve haver um especial fim
de agir do delinquente.

Banca: CESPE
Órgão: Polícia Federal
Ano: 2014
Assunto: Lei Penal no Tempo
Cargo: Agente
No que se refere à aplicação da lei penal o item abaixo apresenta uma situação hipotética,
seguida de uma assertiva a ser julgada.
136. Sob a vigência da lei X, Lauro cometeu um delito. Em seguida, passou a viger a lei Y, que,
além de ser mais gravosa, revogou a lei X. Depois de tais fatos, Lauro foi levado a
julgamento pelo cometimento do citado delito. Nessa situação, o magistrado terá de se
fundamentar no instituto da retroatividade em benefício do réu para aplicar a lei X, por
ser esta menos rigorosa que a lei Y.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: ERRADO
Comentário: A questão é maldosa, pois o erro está, justamente, no tipo de
efeito da lei penal benéfica que, no caso concreto, é ULTRATIVO, já que a Lei X, mais
benéfica, terá seus efeitos estendidos para depois de sua revogação.
Vale lembrar que a lei penal benéfica tem efeito EXTRA-ATIVO, ou seja,
RETROATIVO e ULTRATIVO.

Banca: CESPE
Órgão: Polícia Federal
Ano: 2000
Assunto: Crime contra a Vida
Cargo: Agente
Julgue o seguinte item.
137. O homicídio qualificado-privilegiado é crime hediondo.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: ERRADO
Comentário: Apesar de todas as modalidades de homicídio qualificado serem
classificados como crimes hediondos, a figura denominada de homicídio qualificado-
privilegiado, segundo jurisprudência dos Tribunais Superiores, não é.
Vale lembrar que o homicídio privilegiado-qualificado é aquele em que,
concomitantemente, ocorre uma qualificadora de natureza objetiva e uma
privilegiadora de natureza subjetiva.

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Banca: CESPE
Órgão: Polícia Federal
Ano: 2000
Assunto: Crime contra a Vida
Cargo: Agente
Julgue o seguinte item.
Considere a seguinte situação hipotética. Alfa, aproveitando que Gama encontrava-se
dormindo, com o intuito e escopo de poupá-lo de intenso sofrimento e acentuada agonia
decorrentes de doença de desate letal, ceifou a sua vida.
138. Nesse caso, Alfa responderia por homicídio privilegiado-qualificado, eis que, impelido
por motivo de relevante valor moral, utilizou recurso que dificultou ou impossibilitou a
defesa do ofendido.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: CERTO
Comentário: O homicídio privilegiado-qualificado é aquele em que,
concomitantemente, ocorre uma qualificadora de natureza objetiva e uma
privilegiadora de natureza subjetiva.
No caso concreto, há o privilégio de relevante valor moral ou social (eutanásia)
e uma qualificadora de natureza objetiva (por meio de execução de impediu a defesa
da vítima).

Banca: CESPE
Órgão: Polícia Federal
Ano: 2000
Assunto: Crime contra a Administração Pública
Cargo: Agente
X, funcionário público, mediante prévio concerto de vontades e unidade de desígnios com
Y, advogado, apropriou-se da importância de R$ 100.000,00, que havia recebido e da qual tinha
a posse em razão do ofício e de mandamento legal. Em face disso, a autoridade policial
instaurou inquérito policial, com base no qual o Ministério Público apresentou denúncia, que
foi recebida de pronto pelo magistrado competente.
Julgue o item a seguir, relativo à situação hipotética apresentada.
139. X e Y deveriam responder pelo crime de peculato, pois a qualidade de funcionário
público comunica-se ao particular que seja partícipe.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: CERTO
Comentário: A condição pessoal de funcionário público de X, por ser elementar
do tipo penal de peculato, vai se comunicar com Y, particular, nos termos do art. 30
do Código Penal.
Art. 30 – “Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter
pessoal, salvo quando elementares do crime.”

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Banca: CESPE
Órgão: Câmara dos Deputados
Ano: 2014
Assunto: Crime contra a Vida
Cargo: Consultor Legislativo
Julgue o item subsequente, a respeito dos crimes militares e dos delitos em espécie
previstos na parte especial do Código Penal.
140. Se um fanático religioso conclamar, em TV aberta, que todos os espectadores cometam
suicídio para salvar-se do juízo final, e se, estimuladas pelo entusiasmo do orador, várias
pessoas cometerem suicídio, ter-se-á, nessa hipótese, a tipificação da prática, pelo
fanático orador, do crime de induzimento ou instigação ao suicídio.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: ERRADO
Comentário: O crime de induzimento ao suicídio (CP, art. 122) pressupõe uma
vítima certa e determinada, sendo, portanto, atípico chamado induzimento
“coletivo” e “genérico”.
Art, 122 – “Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou prestar-lhe auxílio para
que o faça.”

Banca: CESPE
Órgão: Câmara dos Deputados
Ano: 2014
Assunto: Crime contra a Administração Pública
Cargo: Analista Legislativo
No que concerne aos crimes contra a seguridade social, aos delitos contra a administração
pública e aos crimes contra a fé pública, julgue o item.
141. Cometerá o crime de concussão o empregado de concessionária de serviço público que,
utilizando-se de grave ameaça, exigir para si vantagem econômica.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: ERRADO
Comentário: A existência de grave ameaça na exigência do empregado de
concessionária de serviço público (equiparado à funcionário público) desclassifica o
crime funcional (concussão) e a tipificação recai sobre à extorsão (CP, art. 159).

Banca: CESPE
Órgão: Câmara dos Deputados
Ano: 2014
Assunto: Crime contra a Administração Pública
Cargo: Consultor Legislativo
Com referência a fundamentos e noções gerais aplicadas ao direito penal, julgue o
próximo item.
142. O princípio da reserva legal aplica-se, de forma absoluta, às normas penais
incriminadoras, excluindo-se de sua incidência as normas penais não incriminadoras.
Certo ( ) Errado ( )

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Gabarito: CERTO
Comentário: De fato, o princípio da legalidade (CP, art. 1º) não comporta
exceção em desfavor do acusado, contudo, há exceções para beneficiá-lo, por
exemplo, utilização de analogia ou medida provisória de forma benéfica (in bonam
partem).

Banca: CESPE
Órgão: Câmara dos Deputados
Ano: 2014
Assunto: Crime contra a Administração Pública
Cargo: Consultor Legislativo
Determinada entidade pública realizou licitação para a contratação de serviços de limpeza
e conservação predial. Durante a execução do contrato, o dono da empresa contratada ofereceu
ao fiscal responsável pelo contrato o pagamento de 10% sobre o valor mensal dos serviços,
para que o servidor não anotasse as falhas ocorridas na prestação do serviço. O fiscal aceitou a
oferta e, durante a execução do contrato, atestou o adimplemento de diversos serviços não
executados ou executados irregularmente. Entretanto, antes da efetivação do pagamento
prometido pelo empresário ao servidor, a autoridade superior do órgão descobriu a
irregularidade.
Com base nessa situação hipotética, julgue o item a seguir.
143. O servidor responderá por corrupção passiva na modalidade tentada, uma vez que, sem
o pagamento da vantagem indevida, o crime não se consumou.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: ERRADO
Comentário: O crime de corrupção passiva (CP, art. 317) é crime formal, ou
seja, se consuma independentemente do recebimento da vantagem indevida.

Banca: CESPE
Órgão: Câmara dos Deputados
Ano: 2014
Assunto: Crime contra a Administração Pública
Cargo: Consultor Legislativo
Acerca dos crimes contra a administração pública e dos crimes contra as finanças
públicas, julgue o item subsequente.
144. O peculato — considerado como a apropriação, por funcionário público, de dinheiro,
valor ou qualquer outro bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão
do cargo, ou o seu desvio, em proveito próprio ou alheio —, por ser crime funcional
próprio, em nenhuma hipótese poderá ser cometido por particulares.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: ERRADO
Comentário: Por se tratar de um crime próprio, a circunstância pessoal
(funcionário público), elementar do crime de peculato, vai se comunicar com o
coautor (CP, art. 30), mesmo particular, desde que este tenha conhecimento da
condição de funcionário público de seu comparsa.
Art. 30 – “Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter
pessoal, salvo quando elementares do crime.”

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Banca: CESPE
Órgão: TJ-SE
Ano: 2014
Assunto: Princípios
Cargo: Técnico Judiciário
Julgue os itens seguintes, conforme o entendimento dominante dos tribunais superiores
acerca da Lei Maria da Penha, dos princípios do processo penal, do inquérito, da ação penal, das
nulidades e da prisão.
145. Conforme o STF, para que incida o princípio da insignificância e, consequentemente, seja
afastada a recriminação penal, é indispensável que a conduta do agente seja marcada por
ofensividade mínima ao bem jurídico tutelado, reduzido grau de reprovabilidade,
inexpressividade da lesão, e nenhuma periculosidade social.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: CERTO
Comentário: O princípio da insignificância tem como objetivo afastar a aplicação
do Direito Penal nas hipóteses em que, mesmo configurada a adequação formal da
conduta ao tipo penal, não houver, no caso concreto, relevância na lesão jurídica.
Como não há regramento legal sobre o tema, coube à doutrina e à
jurisprudência fixar os requisitos para sua incidência.
Em relação aos requisitos formais, o STF exige: a ofensividade mínima ao bem
jurídico tutelado, reduzido grau de reprovabilidade, inexpressividade da lesão, e
nenhuma periculosidade social.

Banca: CESPE
Órgão: TJ-SE
Ano: 2014
Assunto: Crimes contra a Administração Pública
Cargo: Técnico Judiciário
Em relação às causas extintivas da punibilidade e aos crimes contra a administração
pública, julgue o item que se segue.
146. Cometerá o crime de concussão o funcionário público que, utilizando-se de grave ameaça
e em razão da função pública que ocupar, exigir de alguém vantagem indevida.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: ERRADO
Comentário: A condição de funcionário público e núcleo “exigir” pode levar,
erroneamente, a conclusão de que se trata do crime de concussão (CP, art. 316).
Contudo, o elemento “grave ameaça” desclassifica o crime funcional e faz incidir
o tipo penal da extorsão (CP, art. 158).

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Banca: CESPE
Órgão: TJ-SE
Ano: 2014
Assunto: Crimes contra a Administração Pública
Cargo: Técnico Judiciário
Em relação às causas extintivas da punibilidade e aos crimes contra a administração
pública, julgue os itens que se seguem.
147. Praticará o crime de corrupção ativa o funcionário de concessionária de serviço de
energia elétrica que, para não interromper o fornecimento de energia para consumidor
inadimplente, aceitar promessa de vantagem indevida.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: ERRADO
Comentário: O erro está na tipificação, pois o funcionário de concessionária de
serviço de energia elétrica é equiparado a funcionário público, nos termos do art.
327, §1º, do Código Penal.
Diante disso, ao deixar de praticar ato de ofício (interromper o fornecimento de
energia), aceitando vantagem indevida, o agente pratica o crime de corrupção
passiva (CP, art. 317) e não corrupção ativa (CP, art. 333), reservada à conduta do
particular (consumidor).

Banca: CESPE
Órgão: TJ-SE
Ano: 2014
Assunto: Princípios
Cargo: Técnico Judiciário
A respeito do princípio da legalidade, da relação de causalidade, dos crimes consumados
e tentados e da imputabilidade penal, julgue os itens seguintes.
148. É legítima a criação de tipos penais por meio de decreto.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: ERRADO
Comentário: O princípio da legalidade (CP, art. 1º) veda, expressamente, a
criação de tipos penais por outro meio que não seja lei em sentido estrito (formal e
material).
Dessa forma, não é possível a criação de tipos penais por meio de decreto que
não se adequa ao critério formal de lei (obediência ao procedimento legislativo
pertinente).

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Banca: CESPE
Órgão: TC-DF
Ano: 2014
Assunto: Crimes contra a Administração Pública
Cargo: Auditor de Controle Externo
Julgue os itens a seguir, acerca de crimes contra a administração pública e contra a fé
pública.
149. Considere que um delegado de polícia tenha exigido vantagem indevida, correspondente
a determinado montante em dinheiro, para a liberação de dois indivíduos presos em
flagrante. Nesse caso, o referido delegado praticou o delito de concussão.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: CERTO
Comentário: O funcionário público que, no exercício de suas funções, exige
vantagem indevida, pratica o crime de concussão (CP, art. 316).
Vale lembrar que se houver os elementos violência/grave ameaça, ocorrerá a
desclassificação para o crime de extorsão (CP, art. 158)

Banca: CESPE
Órgão: TC-DF
Ano: 2014
Assunto: Crimes contra a Administração Pública
Cargo: Auditor de Controle Externo
Julgue os itens a seguir, acerca de crimes contra a administração pública e contra a fé
pública.
150. Considere que Pedro tenha oferecido e pagado quantia a determinado servidor público
para que este praticasse ato de ofício contrário ao seu dever funcional. Nesse caso,
evidencia-se a prática do delito de corrupção passiva por parte de Pedro.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: ERRADO
Comentário: Pedro, particular, praticou o crime de corrupção ativa (CP, art.
333), por outro lado, a corrupção passiva (CP, art. 317) é crime próprio, praticado
por funcionário público, que recebeu a vantagem indevida.

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Banca: CESPE
Órgão: TJ-BA
Ano: 2013
Assunto: Crimes contra a Vida
Cargo: Titular de Serviços de Notas
Acerca dos crimes contra a pessoa, assinale a opção correta.
151. O infanticídio representa hipótese de homicídio privilegiado, contendo o tipo penal um
elemento subjetivo personalíssimo, qual seja, a influência do estado puerperal.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: CERTO
Comentário: De fato, o infanticídio (CP, art. 123) é uma modalidade privilegiada
de homicídio, sendo, também, classificado como crime próprio (ou seja, exige-se
especial condição do agente, no caso, ser mãe e estar sob o estado puerperal).
Infanticídio
Art. 123 - Matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho, durante
o parto ou logo após:
Pena - detenção, de dois a seis anos.

Banca: CESPE
Órgão: TJ-BA
Ano: 2013
Assunto: Lei Penal no Tempo
Cargo: Titular de Serviços de Notas
Considerando os princípios orientadores do direito penal, assinale a opção correta.
152. No CP brasileiro, no que tange à aplicação da lei no tempo e no espaço, adotam-se,
respectivamente, as teorias da ubiquidade e da atividade.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: ERRADO
Comentário: Na realidade, a questão inverteu as teorias adotadas pelo Código
Penal.
Nesse sentido, o Direito Penal brasileiro adota a teoria da atividade para a lei
penal no tempo, ao passo que, para a lei penal no espaço, adotou-se a teoria da
ubiquidade.
Tempo do crime
Art. 4º - Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda
que outro seja o momento do resultado.
Lugar do crime
Art. 6º - Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou
omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o
resultado.

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Banca: CESPE
Órgão: TJ-BA
Ano: 2013
Assunto: Princípios
Cargo: Titular de Serviços de Notas
Considerando os princípios orientadores do direito penal, assinale a opção correta.
153. O princípio da intervenção mínima baseia-se nas seguintes premissas: mínima
ofensividade da conduta, inexistência de periculosidade social do agente e
inexpressividade da lesão provocada.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: ERRADO
Comentário: O enunciado descreve o princípio da insignificância, que tem como
pressupostos objetivos: mínima ofensividade da conduta, inexistência de
periculosidade social do agente e inexpressividade da lesão provocada.
Por outro lado, o princípio da intervenção mínima afirma que o Direito Penal só
pode ser aplicado quando nenhum outro ramo do Direito sancionador for apto a
prevenir/reprimir a conduta desviada.

Banca: CESPE
Órgão: Câmara dos Deputados
Ano: 2014
Assunto: Crimes contra a Administração Pública
Cargo: Consultor Legislativo
Acerca dos crimes contra a administração pública e dos crimes contra as finanças
públicas, julgue o item subsequente.
Considere a seguinte situação hipotética.
Júlio, aprovado em concurso público e nomeado para ocupar, em uma prefeitura, cargo
cuja responsabilidade seria a avaliação e liberação dos pedidos de construções em áreas
urbanas, antes mesmo de tomar posse, exigiu 100 mil reais de João, agricultor local, para liberar
a realização da obra de construção de sua residência. João, convencido de que Júlio era
funcionário público regular, pagou o valor exigido.
154. Nessa situação hipotética, não se pode falar em crime de concussão, já que Júlio não tinha
tomado posse no referido cargo.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: ERRADO
Comentário: Ao contrário do afirmado no enunciado, o fato de Júlio não ter sido
empossado não impede a configuração do crime de concussão.
Art. 316 do CP- "Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda
que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida."
Assim, da simples redação do texto legal, resta claro que o crime pode ser
praticado mesmo antes da posse.

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Banca: CESPE
Órgão: Câmara dos Deputados
Ano: 2014
Assunto: Crimes contra a Administração Pública
Cargo: Consultor Legislativo
A respeito dos crimes de contrabando, descaminho e facilitação de contrabando ou
descaminho, julgue os próximos itens.
155. A conduta do agente que pratica navegação de cabotagem é típica, caracteriza o crime
de contrabando e é punida com pena em dobro.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: ERRADO
Comentário: A conduta do agente que pratica a navegação de cabotagem
configura o crime de DESCAMINHO (CP, art. 334).
Art. 334. “Iludir, no todo ou em parte, o pagamento de direito ou imposto
devido pela entrada, pela saída ou pelo consumo de mercadoria: Pena - reclusão, de
1 (um) a 4 (quatro) anos.
§ 1o Incorre na mesma pena quem:
I - pratica navegação de cabotagem, fora dos casos permitidos em lei; (...)”
Por outro lado, em relação à causa de aumento de pena (dobro), de fato, o
enunciado está correto.
“§ 3o A pena aplica-se em dobro se o crime de descaminho é praticado em
transporte aéreo, marítimo ou fluvial.”
OBS: Não se pode confundir o descaminho (espécie de sonegação tributária do
imposto de importação) com o contrabando (internalização de produto proibido pela
legislação brasileira), sendo tema muito cobrado nas provas de concurso.

Banca: CESPE
Órgão: Câmara dos Deputados
Ano: 2014
Assunto: Crimes contra a Administração Pública
Cargo: Consultor Legislativo
A respeito dos crimes de contrabando, descaminho e facilitação de contrabando ou
descaminho, julgue os próximos itens.
156. O agente que ilude o pagamento de tributo aduaneiro devido pela entrada ou pelo
consumo de mercadoria pode incidir no crime de descaminho. Na hipótese de o tributo
devido ser inferior ao mínimo exigido para a propositura de uma execução fiscal, o STF
entende que a conduta é penalmente irrelevante, aplicando-se a ela o princípio da
insignificância.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: CERTO
Comentário: O enunciado está correto. Nesse sentido, a sonegação fiscal pode
configurar o crime de descaminho (CP, art. 334), ao passo que, segundo jurisprudência dos
Tribunais Superiores, não há óbice a aplicação do princípio da insignificância ao crime de
descaminho.
OBS: Havia divergência entre o STF e STJ quanto ao valor limite de aplicação do princípio
da insignificância para o descaminho, contudo, tal impasse foi pacificado tendo como valor R$
20.000,00.

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Banca: CESPE
Órgão: Câmara dos Deputados
Ano: 2014
Assunto: Crimes contra a Administração Pública
Cargo: Analista Legislativo
A respeito dos crimes de contrabando, descaminho e facilitação de contrabando ou
descaminho, julgue os próximos itens.
157. Classifica-se o crime de facilitação de contrabando ou descaminho como crime comum,
uma vez que ele pode ser cometido por qualquer pessoa.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: ERRADO
Comentário: A facilitação de contrabando ou descaminho (CP, art. 318) é
classificado como crime próprio, ou seja, exige especial condição do agente ativo (no
caso, ser funcionário público).
Art. 318 - Facilitar, com infração de dever funcional, a prática de contrabando
ou descaminho.
Da leitura do texto legal, percebe-se que consta o elemento “dever funcional”,
portanto, só pode praticá-lo quem, de fato, tem uma função pública.
OBS: O crime de facilitação de contrabando ou descaminho é uma exceção à
teoria monista, pois, nesse caso, o particular praticará o crime de
descaminho/contrabando enquanto o agente público o crime do art. 318 do Código
Penal.

Banca: CESPE
Órgão: Câmara dos Deputados
Ano: 2014
Assunto: Crimes contra a Administração Pública
Cargo: Analista Legislativo
Julgue os itens a seguir, referentes ao excesso de exação, à violação de sigilo e à sonegação
de contribuição previdenciária.
158. O fiscal que, na cobrança de imposto devido, empregar meio vexatório não cometerá
ilícito penal, mas poderá ser responsabilizado administrativamente por infração
disciplinar.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: ERRADO
Comentário: A conduta descrita no enunciado é típica e amolda-se ao tipo penal
do excesso de exação (CP, art. 316, §1º).
Excesso de exação
§ 1º - “Se o funcionário exige tributo ou contribuição social que sabe ou deveria
saber indevido, ou, quando devido, emprega na cobrança meio vexatório ou gravoso,
que a lei não autoriza.”
É importante ressaltar que o excesso de exação é uma espécie de concussão,
cuja exigência se dá na cobrança de tributo indevido ou, quando devido, o agente
emprega meio vexatório.

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Banca: CESPE
Órgão: Câmara dos Deputados
Ano: 2014
Assunto: Crimes contra a Administração Pública
Cargo: Analista Legislativo
Julgue os itens a seguir, referentes ao excesso de exação, à violação de sigilo e à sonegação
de contribuição previdenciária.
159. Para que se caracterize o crime de violação de sigilo funcional, não é necessário que a
conduta do agente resulte em dano à administração pública ou a outrem.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: CERTO
Comentário: O crime de violação de sigilo funcional, em sua modalidade
simples, não tem como elemento do tipo penal o “dano”.
Na realidade, o prejuízo a Administração Pública torna o crime qualificado.
Violação de sigilo funcional
Art. 325 - Revelar fato de que tem ciência em razão do cargo e que deva
permanecer em segredo, ou facilitar-lhe a revelação: § 2º Se da ação ou omissão
resulta dano à Administração Pública ou a outrem:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa.

Banca: CESPE
Órgão: Câmara dos Deputados
Ano: 2014
Assunto: Lei Penal no Tempo
Cargo: Consultor Legislativo
Julgue os itens subsequentes relativos ao direito penal.
160. Em relação à aplicação da lei penal no tempo e no espaço, no Código Penal adotaram-se,
respectivamente, as teorias da atividade e da ubiquidade.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: CERTO
Comentário: O enunciado está de acordo com o Código Penal.
Nesse sentido, o Direito Penal brasileiro adota a teoria da atividade para a lei
penal no tempo, ao passo que, para a lei penal no espaço, adotou-se a teoria da
ubiquidade.
Tempo do crime
Art. 4º - Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda
que outro seja o momento do resultado.
Lugar do crime
Art. 6º - Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou
omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o
resultado.

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Banca: CESPE
Órgão: Câmara dos Deputados
Ano: 2014
Assunto: Princípios
Cargo: Analista Legislativo
Julgue os itens subsequentes relativos ao direito penal.
161. Um dos princípios basilares do direito penal diz respeito à não transcendência da pena,
que significa que a pena deve estar expressamente prevista no tipo penal, não havendo
possibilidade de aplicar pena cominada a outro crime.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: ERRADO
Comentário: Ao contrário do afirmado no enunciado, o princípio da
intranscendência da pena impede que a pena passe da pessoa do condenado à
terceiros.
Tal princípio, inclusive, consta no art. 5º da CF/88.
XLV – “nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação
de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei,
estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do
patrimônio transferido;”
Por outro lado, o princípio apresentado no enunciado é o da taxatividade, que
decorre do princípio da legalidade.

Banca: CESPE
Órgão: Câmara dos Deputados
Ano: 2014
Assunto: Crimes contra a Administração Pública
Cargo: Agente de Polícia Legislativa
Em relação aos crimes previstos na parte especial do Código Penal, ao crime de abuso de
autoridade e ao que dispõem o Estatuto do Idoso e a Lei contra o Preconceito, julgue os
próximos itens
162. O agente que retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício para satisfazer
a interesse ou sentimento pessoal cometerá o crime de abuso de autoridade.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: ERRADO
Comentário: A conduta descrita no enunciado amolda-se ao tipo penal de
prevaricação (CP, art. 319).
Prevaricação
Art. 319 – “Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou
praticá-lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento
pessoal:
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.”
OBS: O candidato deve tomar cuidado para não confundir o crime de
prevaricação (CP, art. 319) com a corrupção passiva privilegiada (CP, art. 317, §2º),
pois neste crime, o agente deixa de praticar o ato de ofício a pedido de terceiro.

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Banca: CESPE
Órgão: Câmara dos Deputados
Ano: 2014
Assunto: Crimes contra a Administração Pública
Cargo: Agente de Polícia Legislativa
Paulo e João foram surpreendidos nas dependências da Câmara dos Deputados quando
subtraíam carteiras e celulares dos casacos e bolsas de pessoas que ali transitavam. Paulo tem
dezessete anos e teve acesso ao local por intermédio de João, que é servidor da Casa.
Com base nessa situação hipotética julgue o item a seguir.
163. A conduta de João se enquadra no tipo penal de apropriação indébita, uma vez que ele
subtraía os referidos bens valendo-se da facilidade que lhe proporcionava sua atividade
profissional.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: ERRADO
Comentário: Não se trata de crime de apropriação indébita (CP, art. 168), uma
vez que o agente não detinha posse do bem móvel subtraído.
O enunciado não deixa claro se João se valeu da condição de funcionário público
para subtrair os bens, hipótese em que se configuraria o crime de peculato-furto (CP,
art. 312, §1º).
Por outro lado, caso João não tivesse se valido da condição de funcionário
público, ter-se-ia a hipótese de furto (CP, art. 155).
De toda forma, a questão está incorreta ao afirmar que o crime praticado é a
apropriação indébita.

Banca: CESPE
Órgão: Câmara dos Deputados
Ano: 2014
Assunto: Crimes contra o patrimônio
Cargo: Agente de Polícia Legislativa
164. Julgue os itens que se seguem, relacionados a crimes contra o patrimônio.
Um servidor que, durante seu expediente, receba equivocadamente de uma transportadora uma
encomenda que contenha um aparelho eletrônico destinado a outra pessoa que não trabalha
naquela empresa, e se aproprie desse aparelho, mesmo ciente de que tal bem é proveniente de
transação comercial legítima e não lhe pertence, responderá por crime de receptação.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: ERRADO
Comentário: O enunciado amolda-se ao tipo penal de apropriação de coisa
havida por erro (CP, art. 169).
Apropriação de coisa havida por erro, caso fortuito ou força da natureza
Art. 169 - Apropriar-se alguém de coisa alheia vinda ao seu poder por erro,
caso fortuito ou força da natureza:
Por outro lado, na receptação (CP, art. 180), o agente recebe bem que sabe
ser produto de crime.
Art. 180 – “Adquirir, receber, transportar, conduzir ou ocultar, em proveito
próprio ou alheio, coisa que sabe ser produto de crime, ou influir para que terceiro,
de boa-fé, a adquira, recea ou oculte:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.”

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Banca: CESPE
Órgão: Câmara dos Deputados
Ano: 2014
Assunto: Crimes contra o patrimônio
Cargo: Agente de Polícia Legislativa
165. Julgue os itens que se seguem, relacionados a crimes contra o patrimônio.
O fato de um indivíduo retirar sorrateiramente de uma bolsa a carteira de outrem, sem o
uso de força ou ameaça, configura a prática do crime de roubo.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: ERRADO
Comentário: A subtração, sem utilização de violência ou grave ameaça, não
configura o crime de roubo (CP, art. 157).
Por outro lado, a subtração de uma carteira retirada sorrateiramente de uma
bolsa exige destreza e configura furto qualificado (CP, art. 155, §4º, II).
Furto qualificado
§ 4º - “A pena é de reclusão de dois a oito anos, e multa, se o crime é cometido:
I - com destruição ou rompimento de obstáculo à subtração da coisa;
II - com abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada ou destreza;”

Banca: CESPE
Órgão: TJ-DFT
Ano: 2014
Assunto: Crime contra a Administração Pública
Cargo: Titular de Serviços de Notas
Com relação aos crimes em espécie, julgue o item que se segue, considerando o
entendimento firmado pelos tribunais superiores e a doutrina majoritária.
No crime de peculato, o proveito a que se refere o tipo penal pode ser tanto material
quanto moral, consumando-se o delito mesmo que a vantagem auferida pelo agente não seja de
natureza econômica.
166. Considere que Mário, tabelião do registro de imóveis de Brasília, tenha exigido de
Cláudio o pagamento de custas e emolumentos que deveria saber indevidos, relativos à
expedição de uma certidão de ônus reais. Nessa situação hipotética, conforme
jurisprudência atual do STJ, Mário
a) praticou o comportamento típico do peculato, mas sua punibilidade será extinta
caso, voluntariamente, devolva o valor indevidamente cobrado até o recebimento da
denúncia.
b) praticou conduta atípica.
c) cometeu o crime de excesso de exação.
d) praticou o delito de extorsão.
e) perpetrou a infração penal de concussão.

Gabarito: C
Comentário: Segundo o entendimento do STJ, os emolumentos cobrados pelos
Cartórios de Registro são considerados como taxa, ou seja, espécie tributária.
Nesse sentido, a exigência de tributos indevidos configura o crime de excesso
de exação (CP, art. 316, §1º) e não concussão (CP, art. 316, caput).

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Banca: CESPE
Órgão: TJ-DFT
Ano: 2014
Assunto: Princípios
Cargo: Titular de Serviços de Notas
Com relação às fontes e aos princípios de direito penal, bem como às normas penais e seu
conflito aparente, assinale a opção correta.
167. Em caso de omissão legal, o uso de analogia não é admitido em direito penal, ainda que
seja para favorecer o réu.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: ERRADO
Comentário: Não obstante o princípio da legalidade (CP, art. 1º) exigir lei em
sentido estrito para criação de crimes e cominação de penas, tanto jurisprudência
como doutrina admitem a utilização da analogia, desde que seja em benefício do réu
(in bonam partem).

Banca: CESPE
Órgão: TCE-PB
Ano: 2014
Assunto: Lei Penal no Espaço
Cargo: Procurador
Acerca da aplicação da lei penal brasileira, assinale a opção correta.
168. Os crimes praticados no exterior ficarão sujeitos à lei brasileira quando forem cometidos
contra a fé pública municipal.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: CERTO
Comentário: O enunciado aponta uma das hipóteses de extraterritorialidade
incondicionada, ou seja, o Direito Penal brasileiro será aplicado independente do local
da prática do crime e sem a necessidade de preencher qualquer requisito.
Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro:
I - os crimes: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República;
b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado,
de Território, de Município, de empresa pública, sociedade de economia mista,
autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público;

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Banca: CESPE
Órgão: TCE-PB
Ano: 2014
Assunto: Lei Penal no Tempo
Cargo: Procurador
Acerca da aplicação da lei penal brasileira, assinale a opção correta.
169. Sobrevindo lei que torne o ato atípico, cessará a execução da pena imposta ao
condenado, exceto quando se tratar de crime praticado contra a administração pública
ou contra a paz pública.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: ERRADO
Comentário: A regra da retroatividade da lei penal benéfica (CP, art. 2º, PU)
não comporta a exceção apresentada (crime praticado contra a administração pública
ou contra a paz pública).
Nesse sentido, como a lei nova torna o ato atípico (lei penal benéfica) deve ser
aplicada para as condutas anteriores, ainda que durante a execução da pena.
Art. 2º, Parágrafo único - A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o
agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória
transitada em julgado.

Banca: CESPE
Órgão: TCE-PB
Ano: 2014
Assunto: Lei Penal no Tempo
Cargo: Procurador
Acerca da aplicação da lei penal brasileira, assinale a opção correta.
170. Sobrevindo lei mais benéfica, aplica-se esta aos fatos que lhe sejam anteriores, mesmo
na hipótese de trânsito em julgado da sentença penal condenatória, salvo se, no mínimo,
dois terços desta já tiverem sido cumpridos.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: ERRADO
Comentário: A lei penal mais benéfica deverá ser aplicada às condutas
anteriores mesmo que haja trânsito em julgado da sentença condenatória.
Nesse sentido, não há a ressalva apresentada no enunciado (cumprimento de
dois terços da pena imposta).

Banca: CESPE
Órgão: TCE-PB
Ano: 2014
Assunto: Lei Penal no Tempo
Cargo: Procurador
Acerca da aplicação da lei penal brasileira, assinale a opção correta.
171. Considera-se praticado o crime sempre no momento em que ocorre o resultado
delituoso desejado pelo agente
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: ERRADO

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Comentário: O Código Penal adotou a teoria da atividade para o momento do


crime, nos termos do art. 4º.
Art. 4º - Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda
que outro seja o momento do resultado.
Nesse sentido, o enunciado está equivocado, pois, ao contrário da lei, afirma
que o momento do crime seria quando ocorre o resultado delituoso (teoria do
resultado).

Banca: CESPE
Órgão: TCE-PB
Ano: 2014
Assunto: Lei Penal no Espaço
Cargo: Procurador
Acerca da aplicação da lei penal brasileira, assinale a opção correta.
172. Considera-se ocorrido o crime somente no lugar onde tenha ocorrido o resultado ilícito
almejado pelo agente, embora a ação ou a omissão tenha se dado em local diverso.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: ERRADO
Comentário: O Código Penal adotou a teoria da ubiquidade (mista) para o local
do crime, ou seja, considera-se praticado o crime no local da ação ou omissão, bem
como o lugar onde se produziu ou deveria se produzir o resultado.
Art. 6º - Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou
omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o
resultado.

Banca: CESPE
Órgão: TJ-PI
Ano: 2013
Assunto: Lei Penal no Tempo e Lei Penal no Espaço
Cargo: Titular de Serviços de Notas
Em relação ao direito penal, assinale a opção correta.
173. Quanto à aplicação da lei penal no tempo e no espaço, o CP adotou as teorias da atividade
e do resultado.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: ERRADO
Comentário: De fato, em relação à lei penal no tempo, o Código Penal adotou
a teoria da atividade (CP, art. 4º).
Contudo, em relação à lei penal no espaço, a teoria adotada foi a da ubiquidade
(CP, art. 6º).
Art. 4º - Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda
que outro seja o momento do resultado.
Art. 6º - Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou
omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o
resultado.

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Banca: CESPE
Órgão: PGE-BA
Ano: 2014
Assunto: Crime contra a Administração Pública
Cargo: Procurador
174. Julgue os itens que se seguem, referentes aos diversos tipos penais.
Caso o denunciado por peculato culposo opte, antes do pronunciamento da sentença, por
reparar o dano a que deu causa, sua punibilidade será extinta.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: CERTO
Comentário: De fato, o peculato na modalidade culposa admite a extinção da
punibilidade caso o agente repare o dano antes da sentença irrecorrível.
Art. 312, § 3º - No caso do parágrafo anterior, a reparação do dano, se
precede à sentença irrecorrível, extingue a punibilidade; se lhe é posterior, reduz
de metade a pena imposta.

Banca: CESPE
Órgão: PGE-BA
Ano: 2014
Assunto: Crime contra a Administração Pública
Cargo: Procurador
Julgue os itens que se seguem, referentes aos diversos tipos penais.
175. Considere que Paulo, servidor público lotado no INSS, tenha inserido nos bancos de
dados dessa autarquia informações falsas a respeito de Carlos, o que possibilitou a este
receber quantia indevida a título de aposentadoria. Nessa situação hipotética, Paulo
cometeu o crime de falsidade ideológica.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: ERRADO
Comentário: A conduta descrita no enunciado amolda-se ao tipo penal do art.
313-A do Código Penal (inserção de dados falsos em sistema de informações).
Neste caso, aplica-se o princípio da especialidade para incidir o crime funcional
ao invés do crime de falsidade ideológica.
Art. 313-A. Inserir ou facilitar, o funcionário autorizado, a inserção de dados
falsos, alterar ou excluir indevidamente dados corretos nos sistemas informatizados
ou bancos de dados da Administração Pública com o fim de obter vantagem indevida
para si ou para outrem ou para causar dano:

Banca: CESPE
Órgão: TJ-DFT
Ano: 2014
Assunto: Lei Penal no Tempo
Cargo: Juiz
Com fundamento nas súmulas dos tribunais superiores, assinale a opção correta.
176. É possível a aplicação retroativa de lei penal vigente em combinação com a lei penal
revogada, desde que o resultado da incidência de leis penais combinadas seja favorável
ao acusado.
Certo ( ) Errado ( )

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87
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Gabarito: ERRADO
Comentário: Segundo entendimento dos Tribunais Superiores, a aplicação da lei penal
mais benéfica de forma retroativa não pode resultar na combinação de leis, ou seja, deve-se
aplicar a integralidade do texto legal.
Nesse sentido, caso a lei nova seja em parte benéfica em relação à lei anterior, dever-
se-á, no caso concreto, optar por uma das duas, jamais podendo combinar as leis.
Súmula 501 do STJ: "É cabível a aplicação retroativa da Lei 11.343/2006, desde que o
resultado da incidência das suas disposições, na íntegra, seja mais favorável ao réu do que o
advindo da aplicação da Lei n.6.368/1976, sendo vedada a combinação de leis".

Banca: CESPE
Órgão: TJ-DFT
Ano: 2014
Assunto: Lei Penal no Tempo
Cargo: Juiz
Com fundamento nas súmulas dos tribunais superiores, assinale a opção correta.
177. A lei penal mais grave aplicar-se-á ao crime continuado ou ao crime permanente, se a
sua vigência for anterior à cessação da continuidade ou da permanência.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: CERTO
Comentário: Em regra, aplica-se retroativamente a lei penal mais benéfica.
Contudo, nos crimes continuados e nos crimes permanentes, deve ser aplicada a lei
vigente no momento da cessão da continuação ou da permanência, mesmo que a
norma trate o tema de forma mais gravosa.
Súmula nº 711 do STF: “A lei penal mais gravosa aplica-se ao crime continuado
ou permanente se era a lei vigente quando da cessação da permanência ou
continuidade.”.

Banca: CESPE
Órgão: TJ-DFT
Ano: 2014
Assunto: Crimes contra a Administração Pública
Cargo: Juiz
178. Servidor público que se apropriar de dinheiro ou qualquer utilidade que tiver recebido,
no exercício do cargo, por erro de outrem responderá pela prática do crime de
a) concussão.
b) corrupção passiva.
c) peculato-estelionato.
d) peculato-apropriação.
e) peculato-próprio.

Gabarito: C
Comentário: Trata-se de questão abordou as classificações do crime de
peculato. Nesse sentido, segundo a doutrina, o peculato por erro de outrem é,
também, denominado de peculato-estelionato.
Por outro lado, o peculato próprio é o descrito no art. 312, caput, do CP (sendo
que a primeira parte é chamada de peculato-apropriação e a segunda parte de

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peculato-desvio) e o peculato impróprio no art. 312, §1º, do CP (também conhecido


como peculato-furto).

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Banca: CESPE
Órgão: TJ-DFT
Ano: 2014
Assunto: Lei Penal no Tempo
Cargo: Juiz
No que se refere à teoria do crime e à lei penal, suas fontes, características e eficácia
temporal, assinale a opção correta.
179. A lei penal retroage em benefício do agente, respeitada a coisa julgada.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: ERRADO
Comentário: O efeito retroativo da lei penal benéfica (CP, art. 2º, parágrafo
único) atinge, também, as decisões com trânsito em julgado, por exemplo, na fase
de execução da pena.
Art. 2º, Parágrafo único - A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o
agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença
condenatória transitada em julgado.

Banca: CESPE
Órgão: TJ-DFT
Ano: 2014
Assunto: Lei Penal no Tempo
Cargo: Juiz
No que se refere à teoria do crime e à lei penal, suas fontes, características e eficácia
temporal, assinale a opção correta.
180. A ultra-atividade aplica-se à lei penal somente se ela for excepcional ou temporária.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: ERRADO
Comentário: O efeito ultra-ativo aplica-se à lei penal benéfica, já que esta
possui como característica a extra-atividade, ou seja, efeito retroativo e ultra-ativo.
De fato, a lei penal excepcional ou temporária, nos termos do art. 3º do Código
Penal, também, possui o efeito ultra-ativo, sendo que o erro da questão reside em
dizer que apenas tais hipóteses são cabíveis.

Banca: CESPE
Órgão: TJ-DFT
Ano: 2014
Assunto: Lei Penal no Espaço
Cargo: Juiz
No que se refere à teoria do crime e à lei penal, suas fontes, características e eficácia
temporal, assinale a opção correta.
181. Aquele que, no exterior, falsificar papel-moeda de curso legal no estrangeiro, estará
sujeito a responder pelo mesmo crime perante a jurisdição brasileira,
independentemente do cumprimento de pena no país onde o crime for praticado.
Certo ( ) Errado ( )

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Gabarito: CERTO
Comentário: O crime de moeda falsa (CP, art. 289) é classificado como crime
contra a fé pública.
Por outro lado, os crimes contra a fé pública admitem a chamada
extraterritorialidade incondicionada (CP, art. 7º, I, alínea b).
Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro:
I - os crimes:
a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República; (Incluído pela Lei
nº 7.209, de 1984)
b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado,
de Território, de Município, de empresa pública, sociedade de economia mista,
autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público; (...)
Nesse sentido, a extraterritorialidade incondicionada, nos termos do art. 7º,
§1º, do Código Penal, faz com o que o agente seja punido segundo a lei brasileira,
ainda que absolvido ou condenado no estrangeiro.
Art. 7º, § 1º - Nos casos do inciso I, o agente é punido segundo a lei brasileira,
ainda que absolvido ou condenado no estrangeiro.
Portanto, a assertiva está correta.

Banca: CESPE
Órgão: TJ-DFT
Ano: 2014
Assunto: Princípios
Cargo: Juiz
No que se refere à teoria do crime e à lei penal, suas fontes, características e eficácia
temporal, assinale a opção correta.
182. O princípio da anterioridade da lei penal é sintetizado pela expressão “não há crime sem
lei que o defina”.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: ERRADO
Comentário: Trata-se de uma questão que se apega à literalidade do art. 1º do
Código Penal e que, portanto, está errada.
O princípio da anterioridade afirma que para se ter crime é necessário que haja
uma lei prévia para tipificar a conduta recriminada.
Art. 1º - Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia
cominação legal.
Nesse sentido, a ausência do termo “anterior” torna a assertiva equivocada,
pois, nos moldes apresentados, ter-se-ia o princípio da legalidade, ou seja,
necessidade de lei para tipificação penal.

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Banca: CESPE
Órgão: TJ-DFT
Ano: 2014
Assunto: Lei Penal no Espaço
Cargo: Juiz
A respeito da aplicação da lei penal no espaço, assinale a opção correta.
183. Sujeitar-se-á à jurisdição penal brasileira cidadão chileno que praticar, a bordo de navio
estrangeiro em águas marinhas correspondentes à zona econômica exclusiva brasileira,
homicídio contra cidadão italiano domiciliado no Brasil.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: ERRADO
Comentário: Nos termos do art. 5º, §1º, do Código Penal, o crime cometido
dentro de embarcação estrangeira (de natureza privada) no mar territorial brasileiro
observará a legislação penal brasileira, em outras palavras, tal embarcação
estrangeira será considerado território brasileiro.
Art. 5º, § 1º - Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território
nacional as embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço
do governo brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as aeronaves e as
embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem,
respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou em alto-mar.
Contudo, o enunciado aponta que o crime foi cometido na zona econômica
exclusiva que, apesar do nome, não faz parte do território nacional, ou seja, é
considerado alto-mar.
Nesse sentido, considerando que o crime foi cometido em alto-mar, a legislação
penal aplicável será do país da bandeira da embarcação (pavilhão) que, no caso
concreto, é estrangeiro.

Banca: CESPE
Órgão: TJ-DFT
Ano: 2014
Assunto: Lei Penal no Espaço
Cargo: Juiz
A respeito da aplicação da lei penal no espaço, assinale a opção correta.
184. Considera-se lugar do crime, para efeito de fixação da competência territorial da
jurisdição penal brasileira, o lugar em que ocorreu a ação ou a omissão, no todo ou em
parte, bem como o lugar em que se produziu o resultado.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: CERTO
Comentário: De fato, em relação à lei penal no espaço, o Código Penal brasileiro
adotou a teoria da ubiquidade, ou seja, considera-se o local do crime tanto o local da
ação/omissão, quanto o local onde se produziu ou deveria se produzir o resultado.
Art. 6º - Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou
omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o
resultado

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92
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Banca: CESPE
Órgão: TJ-DFT
Ano: 2014
Assunto: Lei Penal no Espaço
Cargo: Juiz
A respeito da aplicação da lei penal no espaço, assinale a opção correta.
185. Caso, a bordo de embarcação privada, em alto-mar, de propriedade de uma organização
não governamental que ostente bandeira de país onde o aborto seja legalizado, um
médico brasileiro provoque aborto em uma gestante brasileira, com seu consentimento,
ambos responderão pelo crime de aborto previsto na lei penal brasileira.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: ERRADO
Comentário: Em alto-mar, as embarcações de natureza privada são regidas
pela legislação penal do país de sua bandeira, nos termos do art. 5º do Código Penal.
Desta forma, no enunciado, como a embarcação ostenta bandeira de país onde
o aborto é legalizado, a conduta do médico brasileiro será considerada atípica, não
se submetendo, portanto, à lei brasileira.

Banca: CESPE
Órgão: SEGESP-AL
Ano: 2013
Assunto: Lei Penal no Espaço
Cargo: Papiloscopista
Acerca de aplicação da lei penal, concurso de crimes e culpabilidade, julgue os próximos
itens.
186. Segundo o princípio da territorialidade, se uma pessoa comete latrocínio em
embarcação brasileira mercante em alto-mar, aplica-se a lei brasileira.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: CERTO
Comentário: Em alto-mar, as embarcações de natureza privada são regidas
pela legislação penal do país de sua bandeira, nos termos do art. 5º do Código Penal.
Nesse sentido, considerando que a embarcação mercante é de origem
brasileira, será aplicada, portanto, a legislação penal brasileira.

Banca: CESPE
Órgão: SEGESP-AL
Ano: 2013
Assunto: Lei Penal no Tempo
Cargo: Papiloscopista
Com relação ao crime consumado e tentado e à lei penal no tempo e no espaço, julgue os
itens a seguir.
187. Considere que uma pessoa tenha sido denunciada pela prática de determinado fato
definido como crime, que, em seguida, foi descriminalizado pela lei A. Posteriormente, foi
editada a lei B, que revogou a lei A e voltou a criminalizar aquela conduta. Nessa situação,
a última lei deve ser aplicada ao caso.
Certo ( ) Errado ( )

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Gabarito: ERRADO
Comentário: O tema da questão versa sobre a chamada lei penal benéfica
intermediária, ou seja, a lei mais vantajosa ao réu encontra-se entre duas leis tidas
como mais severas.
Em tal situação, deverá ser aplicada a lei penal benéfica intermediária, pois seu
efeito será extra-ativo, portanto, com efeito retroativo para atingir a lei anterior e
ultra-ativo para atingir a lei posterior.
O enunciado está equivocado ao afirmar que deve ser aplicada a última lei (lei
B mais severa).

Banca: CESPE
Órgão: SEGESP-AL
Ano: 2013
Assunto: Crimes contra o patrimônio
Cargo: Papiloscopista
No que se refere aos crimes contra a fé pública e contra o patrimônio e à imputabilidade,
julgue os itens seguintes.
188. Diante de furto de objeto de pequeno valor cometido por réu primário, poderá o juiz
limitar a pena ao pagamento de multa.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: CERTO
Comentário: O enunciado trata do chamado furto privilegiado, previsto no art.
155, §2º, do Código Penal.
Art. 155, § 2º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a coisa furtada,
o juiz pode substituir a pena de reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a dois
terços, ou aplicar somente a pena de multa.
De fato, conforme a redação do tipo legal, no caso de furto qualificado, o juiz
pode aplicar apenas a pena de multa.

Banca: CESPE
Órgão: SEGESP-AL
Ano: 2013
Assunto: Crimes contra a vida
Cargo: Papiloscopista
Julgue os itens a seguir, acerca de crimes contra a administração pública, crimes
hediondos e crimes contra a pessoa.
189. É vedada a concessão de fiança à pessoa plenamente capaz que cometer homicídio
simples, por ser considerado crime hediondo, e a pena a ser aplicada nesse caso será
cumprida no regime inicialmente fechado.
Certo ( ) Errado ( )

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Gabarito: ERRADO
Comentário: São considerados crimes hediondos todas as modalidades de
homicídio qualificado (CP, art. 121, §2º), nos termos do art. 1º, I, da Lei nº 8.072/90.
Art. 1º, I – homicídio (art. 121), quando praticado em atividade típica de grupo
de extermínio, ainda que cometido por um só agente, e homicídio qualificado (art.
121, § 2o, incisos I, II, III, IV, V, VI e VII);
Contudo, há uma modalidade de homicídio simples que, também, se classifica
como hediondo, que é aquele praticado em atividade típica de grupo de extermínio.
O erro do enunciado está em afirmar que qualquer homicídio simples seria
classificado como crime hediondo quando, na verdade, há apenas uma exceção
(apontada acima).

Banca: CESPE
Órgão: SEGESP-AL
Ano: 2013
Assunto: Crimes contra a vida
Cargo: Papiloscopista
Julgue os itens a seguir, acerca de crimes contra a administração pública, crimes
hediondos e crimes contra a pessoa.
190. Considere que os servidores públicos João e Ana, no exercício de suas funções,
solicitaram para si vantagem indevida para retardar a prática de ato de ofício, mas
somente João a recebeu. Nessa situação, ambos praticaram corrupção passiva.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: CERTO
Comentário: A conduta de João e Ana, ao solicitarem a vantagem indevida,
amolda-se ao crime do art. 317, caput, do Código Penal (corrupção passiva).
A questão é resolvida facilmente apenas com o comentário acima. Contudo,
quero crer que a intenção do examinador foi questionar acerca da consumação do
delito.
Neste caso, tanto para João, quanto para Ana, o crime está consumado, na
medida em que a corrupção passiva é classificada como crime formal, consumando-
se, portanto, no momento em que há a solicitação.

Banca: CESPE
Órgão: SEGESP-AL
Ano: 2013
Assunto: Crimes contra a vida
Cargo: Papiloscopista
Julgue os itens a seguir, acerca de crimes contra a administração pública, crimes
hediondos e crimes contra a pessoa.
191. Considere que uma mulher, logo após o parto, sob a influência do estado puerperal,
estrangule seu próprio filho e acredite tê-lo matado. Entretanto, o laudo pericial
constatou que, antes da ação da mãe, a criança já estava morta em decorrência de parada
cardíaca. Nessa situação, a mãe responderá pelo crime de homicídio, com a atenuante de
ter agido sob a influência do estado puerperal.
Certo ( ) Errado ( )

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Gabarito: ERRADO
Comentário: O enunciado está equivocado por 02 (dois) motivos distintos.
Primeiro, não se trata de homicídio com atenuante, mas uma espécie de
homicídio privilegiado tipificado no art. 123 do Código Penal (infanticídio).
Art. 123 - Matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho, durante
o parto ou logo após:
Pena - detenção, de dois a seis anos.
Por outro lado, a conduta descrita no enunciado amolda-se à hipótese de crime
impossível, diante da absoluta impropriedade do objeto.
Nesse sentido, como a criança já estava morta, não há falar em conduta
penalmente relevante, pois falta à ela um dos elementos essenciais do tipo penal
(matar alguém).
Art. 17 - Não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio ou
por absoluta impropriedade do objeto, é impossível consumar-se o crime.

Banca: CESPE
Órgão: TCU
Ano: 2018
Assunto: Lei Penal no Espaço
Cargo: Auditor
Julgue o item a seguir elencado, que trata da lei penal no tempo e no espaço.
192. Segundo a norma penal vigente, aplica-se a lei brasileira ao crime cometido em
embarcações brasileiras, sendo elas de natureza pública ou privada, salvo se essas
embarcações não se encontrarem em águas internacionais.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: ERRADO
Comentário: É importante distinguir duas situações em relação às embarcações
e aeronaves:
1) de natureza pública, sempre se aplica a lei penal brasileira, ou seja,
independentemente de onde estiver a embarcação/aeronave;
2) de natureza privada (mercante), será aplicada a lei brasileira se estiver
dentro do território brasileiro, contudo, em alto-mar (ou no espaço aéreo
correspondente), será aplicada a lei penal da bandeira da embarcação/aeronave;
Art. 7º, § 1º - Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território
nacional as embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço
do governo brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as aeronaves e as
embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem,
respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou em alto-mar.

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Banca: CESPE
Órgão: TCU
Ano: 2018
Assunto: Lei Penal no Espaço
Cargo: Auditor
Julgue o item a seguir elencado, que trata da lei penal no tempo e no espaço.
193. Segundo o Código Penal Brasileiro vigente, a lei posterior que, de qualquer forma,
favorecer o agente delituoso aplica-se aos fatos a ela anteriores, desde que não decididos
por sentença penal condenatória transitada em julgado.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: ERRADO
Comentário: O efeito retroativo da lei penal benéfica, nos termos do art. 2º,
parágrafo único, do Código Penal, não comporta a exceção apresentada no
enunciado.
Assim, mesmo que haja uma decisão judicial com trânsito em julgado, deverá
a lei penal benéfica ser aplicada de forma retroativa.
Art. 2º, Parágrafo único - A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o
agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença
condenatória transitada em julgado.

Banca: CESPE
Órgão: TCU
Ano: 2018
Assunto: Lei Penal no Espaço
Cargo: Auditor
Julgue o item a seguir elencado, que trata da lei penal no tempo e no espaço.
194. Segundo a atual redação do Código Penal Brasileiro, os crimes cometidos no estrangeiro são
puníveis segundo a lei brasileira se praticados contra a administração pública quando o agente
delituoso estiver a serviço do governo brasileiro, salvo se já absolvido pela justiça no exterior
com relação àqueles mesmos atos delituosos.
Certo ( ) Errado ( )

Gabarito: ERRADO
Comentário: A hipótese apresentada no enunciado é de extraterritorialidade
incondicionada, ou seja, será aplicada a legislação penal brasileira
independentemente do local da prática do crime e do adimplemento de condições.
Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro:
I - os crimes:
a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República;
b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado,
de Território, de Município, de empresa pública, sociedade de economia mista,
autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público;
c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço;
O erro da questão está em sua parte final ao trazer uma exceção não prevista
no Código Penal (absolvição no estrangeiro), quando, na verdade, o art. 7º, §1º,
afirma exatamente o oposto.
Art. 7º, § 1º - Nos casos do inciso I, o agente é punido segundo a lei brasileira,
ainda que absolvido ou condenado no estrangeiro.

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Banca: CESPE
Órgão: PC-DF
Ano: 2013
Assunto: Crimes contra a Pessoa
Cargo: Agente
Considere a seguinte situação hipotética.
Alex agrediu fisicamente seu desafeto Lúcio, causando-lhe vários ferimentos, e, durante a
briga, decidiu matá-lo, efetuando um disparo com sua arma de fogo, sem, contudo, acertá-lo.
195. Nessa situação hipotética, Alex responderá pelos crimes de lesão corporal em concurso
material com tentativa de homicídio.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: ERRADO
Comentário: A conduta narrada no enunciado descreve a chamada progressão
criminosa, que ocorre quando o agente, durante o iter criminis, altera seu dolo,
causando um resultado mais grave.
É importante ressaltar a diferença entre a progressão criminosa do crime
progressivo, neste caso, para atingir seu objetivo, o agente precisa praticar um crime
menos grave. Por exemplo, o agente, com intenção de matar seu desafeto desfere
inúmeras facadas contra este, causando, portanto, antes da morte, lesões corporais.
O erro da questão consiste em afirmar que o agente responderá pela lesão
corporal e o homicídio em concurso material, quando, na realidade, há, tanto na
progressão criminosa, quanto no crime progressivo, a aplicação do princípio da
consunção.
Em suma, Alex vai responder apenas pelo crime de homicídio.

Banca: CESPE
Órgão: PC-DF
Ano: 2013
Assunto: Crimes contra a Administração Pública
Cargo: Agente
No que concerne a crimes, julgue o item a seguir.
196. O agente de polícia que deixar de cumprir seu dever de vedar ao preso o acesso a telefone
celular, permitindo que este mantenha contato com pessoas fora do estabelecimento
prisional, cometerá o crime de condescendência criminosa.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: ERRADO
Comentário: A conduta narrada no enunciado descreve o tipo penal do art. 319-
A do Código Penal.
Art. 319-A. Deixar o Diretor de Penitenciária e/ou agente público, de cumprir
seu dever de vedar ao preso o acesso a aparelho telefônico, de rádio ou similar, que
permita a comunicação com outros presos ou com o ambiente externo:
Pena: detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano.
Cuidado, é muito comum o CESPE cobrar o crime de condescendência criminosa
dando seu conceito de forma equivocada.

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Banca: CESPE
Órgão: SEFAZ-ES
Ano: 2013
Assunto: Crimes contra a Administração Pública
Cargo: Auditor
197. Considere que o advogado Caio tenha solicitado a Maria determinada quantia a pretexto
de usar sua influência junto a um auditor fiscal da fazenda estadual para que ele a
beneficiasse em um processo administrativo fiscal e liberasse rapidamente mercadorias
apreendidas. Nessa situação hipotética, Caio praticou o crime de:
a) corrupção ativa.
b) corrupção passiva.
c) exploração de prestígio.
d) tráfico de influência.
e) advocacia administrativa

Gabarito: D
Comentário: O tráfico de influência ocorre quando o agente, sob a alegação de
poder influenciar o ato de um funcionário público, solicita, exige ou cobra
vantagem indevida, nos termos do art. 332 do Código Penal.
Nesse sentido, como a influência seria exercida sobre um auditor fiscal da
fazenda estadual, a conduta se amolda, corretamente, ao tipo penal do art. 322 do
Código Penal (tráfico de influência).
Contudo, é importante destacar que o tipo penal denominado exploração de
prestígio (CP, art. 357), apesar de similar com o tráfico de influência, trata da
possibilidade de influenciar juiz, jurado, MP, etc, ou seja, funcionário público, mas
ligado à Justiça, sendo, portanto, mais específico do que este.

Banca: CESPE
Órgão: STF
Ano: 2013
Assunto: Lei Penal no Tempo
Cargo: Analista Judiciário
Acerca dos princípios gerais que norteiam o direito penal, das teorias do crime e dos
institutos da Parte Geral do Código Penal brasileiro, julgue os itens a seguir.
198. Considere que Manoel, penalmente imputável, tenha sequestrado uma criança com o
intuito de receber certa quantia como resgate. Um mês depois, estando a vítima ainda em
cativeiro, nova lei entrou em vigor, prevendo pena mais severa para o delito. Nessa
situação, a lei mais gravosa não incidirá sobre a conduta de Manoel.
Certo ( ) Errado ( )

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Gabarito: ERRADO
Comentário: Em regra, aplica-se retroativamente a lei penal mais benéfica.
Contudo, nos crimes continuados e nos crimes permanentes, deve ser aplicada a lei
vigente no momento da cessão da continuação ou da permanência, mesmo que a
norma trate o tema de forma mais gravosa.
Súmula nº 711 do STF: “A lei penal mais gravosa aplica-se ao crime continuado
ou permanente se era a lei vigente quando da cessação da permanência ou
continuidade.”.
No caso concreto, o crime de extorsão mediante sequestro (CP, art. 159) é
classificado como crime permanente, daí dizer que será aplicada a lei penal mais
gravosa.

Banca: CESPE
Órgão: PG-DF
Ano: 2013
Assunto: Princípios
Cargo: Procurador
À luz das fontes do direito penal e considerando os princípios a ele aplicáveis, julgue o
item abaixo.
199. Segundo a jurisprudência do STF e do STJ, a aplicação do princípio da insignificância no
direito penal está condicionada ao atendimento, concomitante, dos seguintes requisitos:
primariedade do agente, valor do objeto material da infração inferior a um salário
mínimo, não contribuição da vítima para a deflagração da ação criminosa, ausência de
violência ou grave ameaça à pessoa.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: ERRADO
Comentário: Os requisitos objetivos de aplicação do princípio da insignificância
são: 1) ausência de periculosidade social; 2) reduzido grau de reprovabilidade do
comportamento; 3) mínima ofensividade da conduta; 4) inexpressividade da lesão
jurídica.
Por outro lado, especificamente, em relação à primariedade, os Tribunais
Superiores admitem a aplicação do princípio da insignificância para o reincidente.

Banca: CESPE
Órgão: PC-DF
Ano: 2013
Assunto: Crimes contra a Administração Pública
Cargo: Escrivão
A respeito de crimes contra a fé pública e a administração pública, julgue os itens
subsequentes.
200. Pratica crime de corrupção passiva o funcionário público que, em razão da função,
solicita, recebe ou aceita vantagem indevida, ao passo que pratica crime de concussão o
funcionário que, também em razão da função, impõe, ordena ou exige vantagem indevida.
Certo ( ) Errado ( )

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Gabarito: CERTO
Comentário: De fato, na corrupção passiva (CP, art. 317), os núcleos do tipo
penal (verbos) são: receber, solicitar ou aceitar promessa.
Art. 317, CP - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou
indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela,
vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.
Por outro lado, o crime de concussão (CP, art. 316) tem como núcleo o verbo
“exigir”.
Art. 316, CP - Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda
que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida:
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 8 (oito) anos, e multa.

Banca: CESPE
Órgão: PC-DF
Ano: 2013
Assunto: Lei Penal no Espaço
Cargo: Escrivão
Julgue os itens seguintes, relativos à teoria da norma penal, sua aplicação temporal e
espacial, ao conflito aparente de normas e à pena cumprida no estrangeiro.
Considere a seguinte situação hipotética.
201. A bordo de um avião da Força Aérea Brasileira, em sobrevoo pelo território argentino,
Andrés, cidadão guatemalteco, disparou dois tiros contra Daniel, cidadão uruguaio, no
decorrer de uma discussão. Contudo, em virtude da inabilidade de Andrés no manejo da
arma, os tiros atingiram Hernando, cidadão venezuelano que também estava a bordo.
Nessa situação, em decorrência do princípio da territorialidade, aplicar-se-á a lei penal
brasileira.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: CERTO
Comentário: O enunciado tenta confundir o candidato apresentado diversas
nacionalidades dos envolvidos.
Contudo, para resolver a questão basta verificar qual a natureza da
embarcação/aeronave:
1) natureza pública, será aplicada a lei penal brasileira;
2) natureza privada, caso esteja em alto-mar (ou espaço aéreo correspondente)
deverá ser aplicada a lei penal da bandeira da embarcação ou, caso esteja no
território brasileiro, a lei penal brasileira;
A resposta é obtida já na primeira frase do enunciado, já que o avião é da Força
Aérea Brasileira (natureza pública).
Diante disso, não importa a nacionalidade dos agentes e nem o local da prática
do crime, será aplicada a lei penal brasileira.

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101
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Banca: CESPE
Órgão: PC-DF
Ano: 2013
Assunto: Lei Penal no Espaço
Cargo: Escrivão
Julgue os itens seguintes, relativos à teoria da norma penal, sua aplicação temporal e
espacial, ao conflito aparente de normas e à pena cumprida no estrangeiro.
Considere a seguinte situação hipotética.
Jurandir, cidadão brasileiro, foi processado e condenado no exterior por ter praticado
tráfico internacional de drogas, e ali cumpriu seis anos de pena privativa de liberdade. Pelo
mesmo crime, também foi condenado, no Brasil, a pena privativa de liberdade igual a dez anos
e dois meses.
202. Nessa situação hipotética, de acordo com o Código Penal, a pena privativa de liberdade
a ser cumprida por Jurandir, no Brasil, não poderá ser maior que quatro anos e dois
meses.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: ERRADO
Comentário: A questão é bastante interessante. O tráfico internacional de
drogas se enquadra em uma das hipóteses de extraterritorialidade condicionada (CP,
art. 7º, II, alínea a), já que o Brasil é signatário de tratado internacional sobre o
tema.
Art. 7º, II - os crimes:
a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir;
Contudo, apenas as hipóteses de extraterritorialidade incondicionada
admitem a chamada dupla punição, nos termos do art. 7º, §1º, do Código Penal.
Art. 7º, § 1º - Nos casos do inciso I (extraterritorialidade incondicionada),
o agente é punido segundo a lei brasileira, ainda que absolvido ou condenado no
estrangeiro.
Nesse sentido, se o agente já cumpriu pena no estrangeiro, ainda que parcial,
não se admite a punição segundo a lei brasileira para os casos de extraterritorialidade
condicionada (como é o caso concreto).
Questão de alto grau de exigência.

Banca: CESPE
Órgão: PC-DF
Ano: 2013
Assunto: Lei Penal no Tempo
Cargo: Escrivão
Julgue os itens seguintes, relativos à teoria da norma penal, sua aplicação temporal e
espacial, ao conflito aparente de normas e à pena cumprida no estrangeiro.
203. A lei penal que, de qualquer modo, beneficia o agente tem, em regra, efeito extra-ativo,
ou seja, pode retroagir ou avançar no tempo e, assim, aplicar-se ao fato praticado antes
de sua entrada em vigor, como também seguir regulando, embora revogada, o fato
praticado no período em que ainda estava vigente. A única exceção a essa regra é a lei
penal excepcional ou temporária que, sendo favorável ao acusado, terá somente efeito
retroativo.
Certo ( ) Errado ( )

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Gabarito: ERRADO
Comentário: De fato, a primeira parte do enunciado está correta, pois a lei
penal benéfica tem efeito extra-ativo (gênero), ou seja, efeito retroativo e ultra-ativo
(espécies).
Contudo, a parte final do enunciado está equivocada, na medida em que a lei
temporária/excepcional se aplica mesmo após decorrido o prazo de sua duração, ou
seja, efeito ultra-ativo (e não retroativo)
Art. 3º do CP - A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de
sua duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato
praticado durante sua vigência.

Banca: CESPE
Órgão: PC-BA
Ano: 2013
Assunto: Crimes contra a Administração Pública
Cargo: Investigador
No que concerne aos crimes contra a administração pública, julgue o item que se segue.
204. O crime de concussão é delito próprio e consiste na exigência do agente, direta ou
indireta, em obter da vítima vantagem indevida, para si ou para outrem, e consuma-se
com a mera exigência, sendo o recebimento da vantagem considerado como exaurimento
do crime.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: CERTO
Comentário: O crime de concussão (CP, art. 316) é crime próprio, pois o agente
precisa ter uma especial condição que, no caso, é ser funcionário público.
De fato, o núcleo do tipo penal (verbo) da concussão é “exigir”, o que se
distingue do crime de corrupção passiva (solicitar, receber ou aceitar promessa),
previsto no art. 317 do Código Penal.
Art. 316 - Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que
fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida:
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa.
Por fim, a concussão é um crime formal, ou seja, independe de resultado
naturalístico para sua consumação, assim, o recebimento da vantagem indevida é
mero exaurimento do crime.

Banca: CESPE
Órgão: PC-BA
Ano: 2013
Assunto: Crimes contra a Administração Pública
Cargo: Investigador
No que concerne aos crimes contra a administração pública, julgue o item que se segue.
205. Incorrem na prática de condescendência criminosa tanto o servidor público
hierarquicamente superior que deixe, por indulgência, de responsabilizar subordinado
que tenha cometido infração no exercício do cargo quanto os funcionários públicos de
mesma hierarquia que não levem o fato ao conhecimento da autoridade competente para
sancionar o agente faltoso.
Certo ( ) Errado ( )

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Gabarito: CERTO
Comentário: A conduta descrita no enunciado se amolda ao tipo penal do art.
320 do Código Penal (condescendência criminosa).
Há duas hipóteses para tipificação: 1) quando o superior hierárquico deixa de
punir o subordinado; 2) quando o funcionário público, de menos nível hierárquico,
deixa de comunicar o fato delituoso ao responsável.
Art. 320 - Deixar o funcionário, por indulgência, de responsabilizar subordinado
que cometeu infração no exercício do cargo ou, quando lhe falte competência, não
levar o fato ao conhecimento da autoridade competente:
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.

Banca: CESPE
Órgão: PC-BA
Ano: 2013
Assunto: Crimes contra o Patrimônio
Cargo: Investigador
No que se refere a crimes contra o patrimônio, julgue os itens subsequentes
206. Considere a seguinte situação hipotética. Heloísa, maior, capaz, em conluio com três
amigos, também maiores e capazes, forjou o próprio sequestro, de modo a obter
vantagem financeira indevida de seus familiares. Nessa situação, todos os agentes
responderão pelo crime de extorsão simples.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: CERTO
Comentário Por se tratar de uma mera simulação de “sequestro”, não é possível
enquadrar a conduta no tipo penal de extorsão mediante sequestro (CP, art. 159),
mas, somente, no crime de extorsão (CP, art. 158).
Por outro lado, a modalidade é simples, já que a causa de aumento de pena do
concurso de agentes (CP, art. 158, §1º) não torna o crime qualificado, mas apenas
majorado.

Banca: CESPE
Órgão: PC-BA
Ano: 2013
Assunto: Lei Penal no Tempo
Cargo: Investigador
Julgue os itens seguintes, com relação ao tempo, à territorialidade e à extraterritorialidade
da lei penal.
207. Suponha que Leôncio tenha praticado crime de estelionato na vigência de lei penal na
qual fosse prevista, para esse crime, pena mínima de dois anos. Suponha, ainda, que, no
transcorrer do processo, no momento da prolação da sentença, tenha entrado em vigor
nova lei penal, mais gravosa, na qual fosse estabelecida a duplicação da pena mínima
prevista para o referido crime. Nesse caso, é correto afirmar que ocorrerá a ultratividade
da lei penal.
Certo ( ) Errado ( )

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Gabarito: CERTO
Comentário: No enunciado, a lei penal anterior é benéfica em relação à lei
posterior, que previu pena em dobro para o crime de estelionato.
Diante disso, a lei penal benéfica, embora revogada, terá efeito prospectivo, ou
seja, para frente (ultra-ativo), conforme afirmado na assertiva.

Banca: CESPE
Órgão: CEF
Ano: 2006
Assunto: Lei Penal no Tempo
Cargo: Advogado
Considerando o posicionamento doutrinário e jurisprudencial dominante, julgue os itens
subseqüentes, relativos à parte geral do Código Penal.
208. No que diz respeito à eficácia temporal da lei penal, o término da vigência das leis
denominadas temporárias e excepcionais não depende de revogação por lei posterior.
Consumado o lapso da lei temporária ou cessadas as circunstâncias determinadoras das
excepcionais, cessa, então, a vigência dessas leis.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: CERTO
Comentário: De fato, tanto a lei temporária, quanto a lei excepcional, não
dependem de lei posterior revogadora, bastante que haja o adimplemento do termo
temporal ou da cessação da causa de excepcionalidade.
Art. 3º - A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua
duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato
praticado durante sua vigência.

Banca: CESPE
Órgão: CEF
Ano: 2006
Assunto: Lei Penal no Tempo
Cargo: Advogado
Acerca dos crimes contra a administração pública, dos crimes contra o sistema financeiro
nacional e dos crimes de lavagem de dinheiro, julgue os itens a seguir.
209. Considere a seguinte situação hipotética. Marluce, auditora-fiscal com acesso autorizado
ao sistema de informática da Receita Federal, inseriu dados falsos no banco de dados
daquele órgão, realizando compensação ilícita de débitos de várias empresas, de modo a
obter vantagem indevida para si e também para diversos empresários. Nessa situação, a
auditora, entre outros crimes, responderá por inserção de dados falsos em sistema de
informação, crime contra a administração pública tipificado no Código Penal.
Certo ( ) Errado ( )

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Gabarito: CERTO
Comentário: A conduta descrita no enunciado amolda-se ao tipo penal do art.
313-A do Código Penal (inserção de dados falsos em sistema de informações).
O crime é denominado, também, de peculato eletrônico e exige que o
funcionário tenha autorização para operar o sistema de dados.
Assim, porque presentes todos os requisitos do tipo penal, a assertiva está
correta.
Art. 313-A. Inserir ou facilitar, o funcionário autorizado, a inserção de dados
falsos, alterar ou excluir indevidamente dados corretos nos sistemas informatizados
ou bancos de dados da Administração Pública com o fim de obter vantagem indevida
para si ou para outrem ou para causar dano:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.

Banca: CESPE
Órgão: CEF
Ano: 2006
Assunto: Crimes contra a Administração Pública
Cargo: Advogado
Acerca dos crimes contra a administração pública, dos crimes contra o sistema financeiro
nacional e dos crimes de lavagem de dinheiro, julgue os itens a seguir.
210. Considere a seguinte situação hipotética. Gervásio, procurador federal, aproveitando-se
da sua condição de funcionário público e das facilidades a ela inerentes, postulou, junto
a um órgão federal de fiscalização de trânsito, a revisão de cálculo e acordo
administrativo em nome de terceiro, referente a processo em que atuou como advogado,
antes ter ingressado no serviço público, tendo o seu pleito resultado em um depósito de
R$ 3.000.000,00, em conta- corrente do interessado. Nessa situação, Gervásio praticou o
crime de advocacia administrativa, visto que intermediou vantagens para outrem junto
à repartição pública, valendo-se do próprio cargo.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: CERTO
Comentário: A conduta descrita no enunciado amolda-se ao crime de advocacia
administrativa (CP, art. 321).
Art. 321 - Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a
administração pública, valendo-se da qualidade de funcionário:
Pena - detenção, de um a três meses, ou multa.
Nesse sentido, Gervásio, valendo-se da condição de funcionário público,
postulou em interesse de terceiro (privado) a revisão de processo administrativo, que
resultou num reembolso no valor de R$ 3.000.000,00.

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Banca: CESPE
Órgão: CEF
Ano: 2006
Assunto: Crimes contra a Administração Pública
Cargo: Advogado
Acerca dos crimes contra a administração pública, dos crimes contra o sistema financeiro
nacional e dos crimes de lavagem de dinheiro, julgue os itens a seguir.
211. O Código Penal adotou conceito mais amplo de funcionário público que o Direito
Administrativo. Ainda que a pessoa não seja funcionário público, que não esteja investida
de um cargo público ou não ocupe emprego público, será considerada, segundo o Código
Penal, funcionário público, desde que exerça função pública.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: CERTO
Comentário: O conceito de funcionário público, descrito no art. 327, caput, do
Código Penal, é amplo, englobando todo aquele que exerce cargo, emprego e função
pública.
Por outro lado, o conceito de funcionário público, para o Direito Administrativo,
seria sinônimo de empregado público, ou seja, com significado mais restrito que o
Direito Penal.
Como se observa nos tipos penais, a condição de funcionário público implica
em penas mais graves até porque tais ilícitos envolvem a violação de bens jurídicos
de alta relevância, tais como a moralidade e probidade administrativa.
Por exemplo, a diferença de pena nos crimes de apropriação indébita (de 01 a
04 anos) e peculato-apropriação (02 a 12 anos) que diferem, basicamente, pela
condição de funcionário público do agente infrator.
Nesse sentido, quis o legislador alcançar um significado mais amplo de
funcionário público para atingir um maior número de agentes infratores.
Art. 327 - Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, quem,
embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função
pública.

Banca: CESPE
Órgão: TRT 8ª Região
Ano: 2013
Assunto: Crimes contra a Administração Pública
Cargo: Analista Judiciário
212. Em se tratando de crime de peculato culposo, a reparação do dano antes do trânsito em
julgado da sentença condenatória configura
a) excludente de ilicitude.
b) excludente de imputabilidade.
c) causa de diminuição de pena.
d) causa de extinção da punibilidade.
e) circunstância atenuante.

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Gabarito: D
Comentário: O crime culposo é exceção no Direito Penal brasileiro, sendo certo
que a intenção do Direito Penal é coibir aquelas condutas praticadas deliberadamente
pelos agentes infratores.
Nesse sentido, o peculato é o único crime contra a Administração Pública que
admite a modalidade culposa (CP, art. 312, §2º).
Ocorre que, no art. 312, §3º, do Código Penal, há causa de extinção de
punibilidade caso o agente repare o dano causado no peculato-culposo, isso se a
reparação preceder a sentença irrecorrível.
Art. 312, § 3º - No caso do parágrafo anterior, a reparação do dano, se precede
à sentença irrecorrível, extingue a punibilidade; se lhe é posterior, reduz de
metade a pena imposta.

Banca: CESPE
Órgão: TRT 8ª Região
Ano: 2013
Assunto: Crimes contra a Administração Pública
Cargo: Analista Judiciário
Considerando a legislação penal, assinale a opção correta.
213. Oficial de justiça que solicite determinado valor do réu para deixar de citá- lo em
processo judicial comete crime de prevaricação.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: ERRADO
Comentário: A conduta de solicitar vantagem indevida para deixar de praticar
ato de ofício (citação em processo judicial) amolda-se ao crime de corrupção passiva
(CP, art. 317).
Por outro lado, a prevaricação (CP, art. 319) ocorre quando o agente deixa de
praticar ato de ofício para atender um sentimento pessoal, ou seja, não há
contrapartida do terceiro.
CUIDADO: Não confundir a prevaricação (CP, art. 319) com o crime de
corrupção passiva privilegiada (CP, art. 317, §2º), neste caso, o agente deixa de
praticar ato de ofício por atender um pedido de terceiro.

Banca: CESPE
Órgão: TRT 8ª Região
Ano: 2013
Assunto: Crimes contra a Administração Pública
Cargo: Analista Judiciário
Considerando a legislação penal, assinale a opção correta.
214. Comete crime de corrupção passiva aquele que, a pretexto de influir em ato praticado
por funcionário público no exercício da função, solicite a este determinado valor.
Certo ( ) Errado ( )

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Gabarito: ERRADO
Comentário: A conduta de influir em ato praticado por funcionário público
configura o crime de tráfico de influência (CP, art. 332) e não corrupção passiva (CP,
art. 317).
CUIDADO: o tipo penal denominado exploração de prestígio (CP, art. 357),
apesar de similar com o tráfico de influência, trata da possibilidade de influenciar
juiz, jurado, MP, etc, ou seja, funcionário público, mas ligado à Justiça, sendo,
portanto, mais específico do que este.

Banca: CESPE
Órgão: TRT 8ª Região
Ano: 2013
Assunto: Crimes contra o Patrimônio
Cargo: Analista Judiciário
Considerando a legislação penal, assinale a opção correta.
215. Considere que João tenha cometido o crime de estelionato em desfavor de seu irmão
José. Nesse caso, a ação penal será pública incondicionada.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: ERRADO
Comentário: A questão aborda o tema: escusas absolutórias.
Em linhas gerais, as escusas absolutórias são hipóteses de abrandamento de
aplicação do Direito Penal em crimes patrimoniais quando haja, entre agente e
vítima, vínculo familiar.
A intenção do legislador, portanto, foi preservar os laços familiares em
detrimento da proteção do bem jurídico patrimônio.
As escusas absolutórias são de 02 espécies: 1) isenção de pena (CP, art. 181);
2) necessidade de representação (CP, art. 182).
No enunciado, aplica-se a necessidade de representação já que a relação de
parentesco entre agente e vítima é de irmão.

Banca: CESPE
Órgão: TRT 8ª Região
Ano: 2013
Assunto: Crimes contra a Administração Pública
Cargo: Analista Judiciário
Considerando a legislação penal, assinale a opção correta.
216. Funcionário público que exija tributo, sabendo-o indevido comete excesso de exação.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: CERTO
Comentário: O excesso de exação é uma forma de concussão específica para
agentes tributários que: 1) exigem tributos indevidos; 2) exigem tributos devidos,
mas de forma vexatória.
Art. 316, § 1º - Se o funcionário exige tributo ou contribuição social que sabe
ou deveria saber indevido, ou, quando devido, emprega na cobrança meio vexatório
ou gravoso, que a lei não autoriza:

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Banca: CESPE
Órgão: TRT 8ª Região
Ano: 2013
Assunto: Crimes contra a Administração Pública
Cargo: Analista Judiciário
Considerando a legislação penal, assinale a opção correta.
217. Aquele que não tenha a posse de determinado bem e que se valha da facilidade que sua
condição de funcionário público lhe proporciona para apropriar-se do bem comete furto
qualificado.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: ERRADO
Comentário: Por se tratar de funcionário público, a conduta praticada configura
o crime de peculato-furto, previsto no art. 312, §1º, do Código Penal.
Art. 312, § 1º - Aplica-se a mesma pena, se o funcionário público, embora não
tendo a posse do dinheiro, valor ou bem, o subtrai, ou concorre para que seja
subtraído, em proveito próprio ou alheio, valendo-se de facilidade que lhe
proporciona a qualidade de funcionário.

Banca: CESPE
Órgão: DPE-DF
Ano: 2013
Assunto: Crimes contra o Patrimônio
Cargo: Defensor Público
Julgue os seguintes itens, relativos aos crimes de porte ilegal de arma de fogo, roubo e
falsificação.
218. Conforme a mais recente jurisprudência do STF, o crime de roubo se consuma quando o
agente, depois de cessada a violência ou a grave ameaça, tem a posse pacífica e desvigiada
da coisa subtraída.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: ERRADO
Comentário: Em relação ao momento da consumação do crime de roubo (CP,
art. 157), doutrina e jurisprudência adotam a teoria da amotio.
Para tal teoria, o roubo se consuma no momento da inversão da posse, ou seja,
basta que o agente subtraia o bem da vítima, sem necessidade de que a posse seja
mansa ou tranquila.
Nesse sentido, a Súmula nº 582 do STJ: “Consuma-se o crime de roubo com a
inversão da posse do bem mediante emprego de violência ou grave ameaça, ainda
que por breve tempo e em seguida à perseguição imediata ao agente e recuperação
da coisa roubada, sendo prescindível a posse mansa e pacífica ou desvigiada.”
Por outro lado, a teoria apresentada no enunciado é a ilatio, para tal teoria, o
roubo se consuma no momento em que o agente tem a posse pacífica e desvigiada
da coisa, razão pela qual a assertiva está equivocada.

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Banca: CESPE
Órgão: TCE-RO
Ano: 2013
Assunto: Crimes contra a Administração Pública
Cargo: Auditor de Controle Externo
Com base nas normas de direito penal vigentes, julgue os próximos itens.
219. A diferença básica entre os crimes de corrupção passiva e de corrupção ativa diz respeito
à qualidade do sujeito ativo: no de corrupção passiva, é o funcionário público; no de
corrupção ativa, o particular.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: CERTO
Comentário: A corrupção ativa/passiva é exceção à teoria monista adotada no
concurso de pessoas, ou seja, a imputação penal não será, necessariamente, idêntica
a todos os envolvidos.
Nesse sentido, o particular ao prometer ou oferecer vantagem indevida ao
agente público pratica o crime de corrupção ativa (CP, art. 333), ao passo que este,
que aceita ou recebe a vantagem indevida, pratica a corrupção passiva (CP, art. 317).
Corrupção passiva
Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente,
ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem
indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem:
Corrupção ativa
Art. 333 - Oferecer ou prometer vantagem indevida a funcionário público, para
determiná-lo a praticar, omitir ou retardar ato de ofício:

Banca: CESPE
Órgão: TCE-RO
Ano: 2013
Assunto: Crimes contra a Administração Pública
Cargo: Auditor de Controle Externo
Com base nas normas de direito penal vigentes, julgue os próximos itens.
220. Funcionário público que, estando fora de sua função, mas em razão do cargo que ocupa,
exige para si, por meio de interposta pessoa, vantagem pecuniária indevida pratica o
crime de corrupção passiva.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: ERRADO
Comentário: O núcleo do tipo penal (verbo) “exigir” vantagem indevida
configura o crime de concussão (CP, art. 316, caput) e não o crime de corrupção
passiva (CP, art. 317, caput).
Art. 316 - Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que
fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida:
Por outro lado, se a exigência fosse qualificada pela violência ou grave ameaça,
ter-se-ia a tipificação do crime de extorsão (CP, art. 158).

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Banca: CESPE
Órgão: TCE-RO
Ano: 2013
Assunto: Crimes contra a Administração Pública
Cargo: Auditor de Controle Externo
Com base nas normas de direito penal vigentes, julgue os próximos itens.
221. Pratica o crime de peculato o funcionário público que, atuando na fiscalização do
comércio em geral, se apropria de bem móvel de particular apreendido no exercício da
fiscalização.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: CERTO
Comentário: A conduta descrita no enunciado amolda-se ao tipo penal do art.
312, §1º, do Código Penal, conhecido como peculato-furto, ou peculato impróprio.
Art. 312, § 1º - Aplica-se a mesma pena, se o funcionário público, embora não
tendo a posse do dinheiro, valor ou bem, o subtrai, ou concorre para que seja
subtraído, em proveito próprio ou alheio, valendo-se de facilidade que lhe
proporciona a qualidade de funcionário.
A classificação do crime de peculato se divide em: a) peculato-apropriação (CP,
art. 312, caput, parte inicial); b) peculato-desvio (CP, art. 312, caput, parte final);
c) peculato-furto (CP, art. 312, §1º).

Banca: CESPE
Órgão: TCE-RO
Ano: 2013
Assunto: Crimes contra a Administração Pública
Cargo: Auditor de Controle Externo
Com base nas normas de direito penal vigentes, julgue os próximos itens.
222. A advocacia administrativa, crime praticado por funcionário público contra a
administração pública, abrange interesses privados legítimos ou ilegítimos.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: CERTO
Comentário: O crime de advocacia administrativa é previsto no art. 321 do
Código Penal.
Art. 321 - Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a
administração pública, valendo-se da qualidade de funcionário:
Pena - detenção, de um a três meses, ou multa.
Parágrafo único - Se o interesse é ilegítimo:
Pena - detenção, de três meses a um ano, além da multa.
De fato, o tipo penal abrange tanto patrocínio de interesses privados legítimos
ou ilegítimos, contudo, neste último caso, o crime se torna qualificado (mais grave),
com pena de 03 meses a 01 ano.

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Banca: CESPE
Órgão: TJ-PA
Ano: 2012
Assunto: Crimes contra o Patrimônio
Cargo: Juiz
Com relação a tentativa e a circunstâncias agravantes, assinale a opção correta.
223. Configura-se mera tentativa de extorsão o fato de o ameaçado vencer o temor inspirado
e deixar de atender à imposição do agente, solicitando, confiantemente, a intervenção
policial.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: ERRADO
Comentário: O crime de extorsão (CP, art. 158) é classificado como crime
formal, daí dizer que sua consumação ocorre no momento em que o agente exige a
vantagem indevida.
Art. 158 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, e com o
intuito de obter para si ou para outrem indevida vantagem econômica, a fazer, tolerar
que se faça ou deixar de fazer alguma coisa:
Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.
Nesse sentido, caso a vítima, cedendo à coação sofrida, aja conforme o
interesse do agente infrator, haverá mero exaurimento.
OBS: O crime formal é aquele em que, mesmo havendo previsão normativa de
resultado naturalístico, tal circunstância é indiferente para a consumação do crime.

Banca: CESPE
Órgão: TJ-PA
Ano: 2012
Assunto: Crimes contra o Patrimônio
Cargo: Juiz
Com relação a tentativa e a circunstâncias agravantes, assinale a opção correta.
224. A tentativa de furto de bens avaliados em R$ 400,00 sempre enseja a aplicação do
princípio da insignificância ante o inexpressivo valor da res furtiva.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: ERRADO
Comentário: Segundo o STF, o princípio da insignificância visa descriminalizar
condutas que, apesar de formalmente típicas, não causam lesão jurídica relevante
ao bem jurídico protegido, ou seja, há, portanto, ausência de tipicidade material.
De início, é importante frisar que o princípio da insignificância não deve ser
aplicado em toda e qualquer situação, ao contrário da assertiva acima.
Nesse sentido, sua incidência deve ocorrer quando, ponderadas as
circunstâncias do caso concreto, não se verificar efetiva lesão ao bem jurídico
penalmente tutelado.
Outro erro do enunciado reside no valor de R$ 400,00, que jamais foi fixado
como parâmetro pelos Tribunais Superiores, aliás, quantia normalmente aceita para
o princípio da insignificância gira em torno de 10% do salário-mínimo
(aproximadamente, R$ 100,00).

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Banca: CESPE
Órgão: MPE-RO
Ano: 2013
Assunto: Crimes contra o Patrimônio
Cargo: Promotor de Justiça
No que se refere aos crimes contra o patrimônio e a propriedade imaterial, assinale a
opção correta
225. Suponha que Genésio adquira veículo furtado por Eustáquio, sabendo da origem ilícita
da coisa. Suponha, ainda, que ambos sejam processados e que Eustáquio seja absolvido
por ausência de provas. Nessa situação, Genésio também deverá ser absolvido.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: ERRADO
Comentário: A conduta de Genésio configura o crime de receptação (CP, art.
180).
Art. 180 - Adquirir, receber, transportar, conduzir ou ocultar, em proveito
próprio ou alheio, coisa que sabe ser produto de crime, ou influir para que terceiro,
de boa-fé, a adquira, receba ou oculte:
É importante ressaltar que o crime de receptação é classificado como crime
acessório, ou seja, imprescinde (necessita) da existência de um crime anterior, já
que consta o elemento “produto de crime” no tipo penal.
Contudo, o fato de ser um crime acessório não é suficiente para afastar sua
autonomia. Dito de outra forma, apesar da necessidade de existir um crime
antecedente, a apuração/resultado deste não influencia na receptação.
Nesse sentido, ainda que Eustáquio tenha sido absolvido no crime de furto
(crime antecedente), Genésio não poderá invocar tal circunstância em seu favor, pois
a receptação, apesar de ser acessório é, também, autônomo.
O próprio Código Penal traz essa previsão em seu art. 180, §4º, do Código
Penal.
Art. 180, § 4º - A receptação é punível, ainda que desconhecido ou isento de
pena o autor do crime de que proveio a coisa.

Banca: CESPE
Órgão: Polícia Federal
Ano: 2013
Assunto: Crimes contra o Patrimônio
Cargo: Delegado de Polícia
Três criminosos interceptaram um carro forte e dominaram os seguranças, reduzindo-
lhes por completo qualquer possibilidade de resistência, mediante grave ameaça e emprego de
armamento de elevado calibre. O grupo, entretanto, encontrou vazio o cofre do veículo, pois,
por erro de estratégia, efetuara a abordagem depois que os valores e documentos já haviam
sido deixados na agência bancária. Por fim, os criminosos acabaram fugindo sem nada subtrair.
226. Nessa situação, ante a inexistência de valores no veículo e ante a ausência de subtração
de bens, elementos constitutivos dos delitos patrimoniais, ficou descaracterizado o delito
de roubo, subsistindo apenas o crime de constrangimento ilegal qualificado pelo
concurso de pessoas e emprego de armas.
Certo ( ) Errado ( )

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Gabarito: ERRADO
Comentário: Inicialmente, é importante frisar que o crime de roubo (CP, art.
157) é classificado como crime complexo, ou seja, nasce do crime de furto somado
ao crime de ameaça/constrangimento ilegal.
Contudo, o fato de não se ter alcançado o resultado esperado na empreitada
criminosa, não é suficiente para a desclassificação do roubo para o crime de
constrangimento ilegal.
No caso concreto, trata-se de hipótese de roubo qualificado na modalidade
tentada, já que não foi possível a subtração patrimonial e a ação foi praticada com o
emprego de arma de fogo.
Por fim, também, não se trata de hipótese de crime impossível (CP, art. 17),
na medida em que o fato da vítima não portar qualquer valor no momento da
violência ou grave ameaça é impropriedade relativa e não absoluta.

Banca: CESPE
Órgão: Polícia Federal
Ano: 2013
Assunto: Crimes contra a Administração Pública
Cargo: Delegado de Polícia
227. Os delitos de inserção de dados falsos e de modificação ou alteração de dados não
autorizada em sistema de informações só se configuram se praticados por funcionário
público autorizado, com o fim específico de obter vantagem indevida para si ou para
outrem, ou para causar dano, sendo as penas aumentadas de um terço até a metade se da
modificação ou alteração resultar dano para a administração pública ou para o
administrado.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: ERRADO
Comentário: A questão está errada ao afirmar que ambos os tipos penais
exigem o elemento “funcionário público autorizado”.
De fato, em relação ao crime do art. 313-A do Código Penal (inserção de dados
falsos), consta mencionado requisito:
Art. 313-A. Inserir ou facilitar, o funcionário autorizado, a inserção de dados
falsos, alterar ou excluir indevidamente dados corretos nos sistemas informatizados
ou bancos de dados da Administração Pública com o fim de obter vantagem indevida
para si ou para outrem ou para causar dano:
Por outro lado, o tipo penal do art. 313-B do Código Penal (modificação ou
alteração de dados não autorizada de sistema de informações) não exige que o
agente seja um funcionário público autorizado.
Art. 313-B. Modificar ou alterar, o funcionário, sistema de informações ou
programa de informática sem autorização ou solicitação de autoridade competente:

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Banca: CESPE
Órgão: Polícia Rodoviária Federal
Ano: 2013
Assunto: Crimes contra o Patrimônio
Cargo: Policial Rodoviário Federal
No que se refere aos delitos previstos na parte especial do CP, julgue os itens de 70 a 74.
228. Em se tratando do crime de furto mediante fraude, a vítima, ludibriada, entrega,
voluntariamente, a coisa ao agente. No crime de estelionato, a fraude é apenas uma forma
de reduzir a vigilância exercida pela vítima sobre a coisa, de forma a permitir a sua
retirada.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: ERRADO
Comentário: Os conceitos estão invertidos. Inicialmente, destaca-se que, tanto
no crime de estelionato (CP, art. 171), quanto no crime de furto mediante fraude
(CP, art. 155, §4º, II), envolvem fraude.
Contudo, no estelionato, a fraude é tal que faz a vítima, voluntariamente,
entregar o bem ao agente infrator, ao passo que, no furto mediante fraude, esta
serve para diminuir a vigilância da vítima e facilitar a subtração.

Banca: CESPE
Órgão: Polícia Rodoviária Federal
Ano: 2013
Assunto: Crimes contra a Administração Pública
Cargo: Policial Rodoviário Federal
No que se refere aos delitos previstos na parte especial do CP, julgue os itens de 70 a 74.
229. O crime de concussão configura-se com a exigência, por funcionário público, de
vantagem indevida, ao passo que, para a configuração do crime de corrupção passiva,
basta que ele solicite ou receba a vantagem, ou, ainda, aceite promessa de recebê-la.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: CERTO
Comentário: É tema recorrente em provas de concurso a diferenciação entre o
crime de concussão (CP, art. 316) e o de corrupção passiva (CP, art. 317).
Nesse sentido, a questão está correta ao diferenciar os núcleos do tipo penal
(verbos): a) concussão – exigir; b) corrupção passiva – solicitar, receber ou aceitar
promessa.
Concussão
Art. 316 - Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que
fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida:
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa.
Corrupção passiva
Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente,
ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem
indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.

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Banca: CESPE
Órgão: Polícia Rodoviária Federal
Ano: 2013
Assunto: Crimes contra a Administração Pública
Cargo: Policial Rodoviário Federal
Considere a seguinte situação hipotética.
Aproveitando-se da facilidade do cargo por ele exercido em determinado órgão público,
Artur, servidor público, em conluio com Maria, penalmente responsável, subtraiu dinheiro da
repartição pública onde trabalha. Maria, que recebeu parte do dinheiro subtraído, desconhecia
ser Artur funcionário público.
230. Nessa situação hipotética, Artur cometeu o crime de peculato e Maria, o delito de furto.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: CERTO
Comentário: A questão é bastante interessante. Em regra, os concursos
públicos questionam a possibilidade de um particular responder por um crime
funcional. A resposta é sim.
Isso, por conta do art. 30 do Código Penal:
Art. 30 - Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal,
salvo quando elementares do crime.
Nesse sentido, como os crimes funcionais exigem a circunstância pessoal
“funcionário público” e que tal é uma elementar do tipo, em regra, a condição se
comunica ao particular, desde que ele tenha conhecimento da condição de
funcionário público do coautor.
Diante disso, a questão está certa ao não permitir que Maria responda pelo
crime funcional e, considerando que a desclassificação continua sendo uma conduta
criminosa (furto), nada impede que esta responda pelo crime comum.

Banca: CESPE
Órgão: Polícia Rodoviária Federal
Ano: 2013
Assunto: Crimes contra o Patrimônio
Cargo: Policial Rodoviário Federal
Considere a seguinte situação hipotética.
Pedro e Marcus, penalmente responsáveis, foram flagrados pela polícia enquanto
subtraíam de Antônio, mediante ameaça com o emprego de arma de fogo, um aparelho celular
e a importância de R$ 300,00. Pedro, que portava o celular da vítima, foi preso, mas Marcus
conseguiu fugir com a importância subtraída.
231. Nessa situação hipotética, Pedro e Marcus, em conluio, praticaram o crime de roubo
tentado.
Certo ( ) Errado ( )

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Gabarito: ERRADO
Comentário: Tanto para Pedro, quanto para Marcus, o crime de roubo
qualificado foi na modalidade consumada.
Segundo a teoria da amotio, a consumação do crime de roubo se dá no
momento da inversão da posse, ou seja, não é necessário que o agente tenha a posse
mansa e pacífica da coisa subtraída.
Esse entendimento, inclusive, é sumulado pelo STJ.
Súmula nº 582 do STJ: “Consuma-se o crime de roubo com a inversão da posse
do bem mediante emprego de violência ou grave ameaça, ainda que por breve tempo
e em seguida à perseguição imediata ao agente e recuperação da coisa roubada,
sendo prescindível a posse mansa e pacífica ou desvigiada.”

Banca: CESPE
Órgão: Polícia Rodoviária Federal
Ano: 2013
Assunto: Lei Penal no Tempo
Cargo: Policial Rodoviário Federal
Com relação aos princípios, institutos e dispositivos da parte geral do Código Penal (CP),
julgue os itens seguintes.
232. A extra-atividade da lei penal constitui exceção à regra geral de aplicação da lei vigente
à época dos fatos.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: CORRETO
Comentário: De fato, a regra no Direito é que seja aplicada a lei vigente no
momento em que ocorre o fato jurídico.
Até mesmo no Direito Penal a regra é a aplicação da lei vigente. Ocorre que,
por conta do princípio da retroatividade da lei penal mais benéfica, excepcionalmente,
haverá o chamado efeito extra-ativo.
Art. 2º, Parágrafo único - A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o
agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória
transitada em julgado.

Banca: CESPE
Órgão: Polícia Rodoviária Federal
Ano: 2013
Assunto: Lei Penal no Tempo
Cargo: Policial Rodoviário Federal
Com relação aos princípios, institutos e dispositivos da parte geral do Código Penal (CP),
julgue os itens seguintes.
233. O princípio da legalidade é parâmetro fixador do conteúdo das normas penais
incriminadoras, ou seja, os tipos penais de tal natureza somente podem ser criados por
meio de lei em sentido estrito.
Certo ( ) Errado ( )

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Gabarito: CERTO
Comentário: De fato, o princípio da legalidade (CP, art. 1º) é de suma
importância dentro do Direito Penal, tendo sido, inclusive, alçado a direito
fundamental pela Constituição Federal (CF/88, art. 5º, XXXIX).
Nesse sentido, para se criar crime e cominar pena é necessário lei em sentido
estrito, ou seja, além de seu conteúdo normativo (critério material), deve obedecer
ao processo legislativo correspondente (critério formal).
Tal princípio não comporta exceção no Direito Penal brasileiro, pelo menos, no
que tange a criação de crime e cominação de penas, mas há exceções quando a
circunstância for benéfica ao acusado, como ocorre na analogia in bonam partem.

Banca: CESPE
Órgão: TJ-RR
Ano: 2013
Assunto: Crimes contra a Administração Pública
Cargo: Titular de Serviços de Notas e de Registros
A respeito dos crimes contra a fé pública e contra a administração pública, assinale a
opção correta.
234. Deve ser aumentada em um terço a pena aplicada a funcionário público que pratique
crime contra a administração pública no exercício de cargo em comissão ou de função de
direção ou assessoramento de órgão da administração direta, sociedade de economia
mista, empresa pública ou fundação instituída pelo poder público.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: CERTO
Comentário: A causa de aumento de pena mencionada na assertiva consta no art. 327,
§2º, do Código Penal.
Art. 327, § 2º - A pena será aumentada da terça parte quando os autores dos crimes
previstos neste Capítulo forem ocupantes de cargos em comissão ou de função de direção ou
assessoramento de órgão da administração direta, sociedade de economia mista, empresa
pública ou fundação instituída pelo poder público.
Nesse sentido, é importante ressaltar que não basta que o agente infrator tenha um
cargo público de elevada envergadura apenas, deve, no caso concreto, exercer um cargo em
comissão ou desempenhar função de direção ou assessoramento.
Por fim, cumpre salientar que, recentemente, o STF entendeu que a causa de aumento
de pena não incide se o agente exerceu cargo de direção ou assessoramento em uma autarquia
por ausência de previsão legal (não consta no art. 327, §2º, do CP).

Banca: CESPE
Órgão: TJ-RR
Ano: 2013
Assunto: Lei Penal no Tempo
Cargo: Titular de Serviços de Notas e de Registros
No que concerne ao tempo e ao lugar do crime e ao conflito aparente de normas penais,
assinale a opção correta.
235. De acordo com o STF, nas hipóteses de crime continuado ou de crime permanente, a lei
penal mais grave não pode ser aplicada, ainda que vigente antes da cessação da
continuidade ou da permanência.
Certo ( ) Errado ( )

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Gabarito: ERRADO
Comentário: Em regra, aplica-se retroativamente a lei penal mais benéfica.
Contudo, nos crimes continuados e nos crimes permanentes, deve ser aplicada
a lei vigente no momento da cessão da continuação ou da permanência, mesmo que
a norma trate o tema de forma mais gravosa.
Súmula nº 711 do STF: “A lei penal mais gravosa aplica-se ao crime continuado
ou permanente se era a lei vigente quando da cessação da permanência ou
continuidade.”.

Banca: CESPE
Órgão: TJ-RR
Ano: 2013
Assunto: Lei Penal no Espaço
Cargo: Titular de Serviços de Notas e de Registros
No que concerne ao tempo e ao lugar do crime e ao conflito aparente de normas penais,
assinale a opção correta.
236. Por se ter adotado, no Código Penal, a teoria da atividade, considera-se praticado o crime
no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: ERRADO
Comentário: Em relação ao lugar do crime, o Código Penal adotou a teoria da
ubiquidade, ou seja, considera-se o lugar do crime tanto o local em que foi praticada
a ação/omissão, bem como ou ocorreu ou deveria ocorrer o resultado.
Art. 6º - Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou
omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o
resultado.

Banca: CESPE
Órgão: TJ-RR
Ano: 2013
Assunto: Lei Penal no Espaço
Cargo: Titular de Serviços de Notas e de Registros
No que concerne ao tempo e ao lugar do crime e ao conflito aparente de normas penais,
assinale a opção correta.
237. Na definição do tempo do crime, adota-se, no Código Penal, a teoria do resultado,
considerando-se praticado o crime no momento do resultado, ainda que outro seja o
momento da ação ou omissão.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: ERRADO
Comentário: Em relação ao tempo do crime, ao contrário do afirmado no
enunciado, o Código Penal adotou a teoria da atividade, ou seja, o momento do crime
é o da ação ou da omissão, independentemente, do momento do resultado.
Art. 4º - Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda
que outro seja o momento do resultado.

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Banca: CESPE
Órgão: TJ-RR
Ano: 2013
Assunto: Princípios
Cargo: Titular de Serviços de Notas e de Registros
A respeito dos princípios aplicáveis ao direito penal, assinale a opção correta.
238. De acordo com o entendimento do STF, para a incidência do princípio da insignificância,
basta que a conduta do agente tenha mínima ofensividade.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: ERRADO
Comentário: Segundo STF, os requisitos objetivos para a incidência do princípio
da insignificância são: mínima ofensividade da conduta, inexistência de
periculosidade social do agente e inexpressividade da lesão provocada.
Além dos requisitos objetivos, são também requisitos (subjetivos): a) não
habitualidade criminosa do agente; b) características pessoas da vítima.
É oportuno destacar que o princípio da insignificância não tem previsão legal,
assim, seus requisitos foram criados pelo próprio STF, a medida em que as demandas
eram levadas ao Tribunal Excelso.

Banca: CESPE
Órgão: TJ-RR
Ano: 2013
Assunto: Princípios
Cargo: Titular de Serviços de Notas e de Registros
A respeito dos princípios aplicáveis ao direito penal, assinale a opção correta.
239. De acordo com o entendimento pacificado no STJ e no STF, a venda de CDs e DVDs piratas
é conduta atípica, devido à incidência do princípio da adequação social.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: ERRADO
Comentário: Segundo o princípio da legalidade, para se criar crimes e cominar
penas é necessário lei em sentido estrito, ou seja, lei em sentido material (conteúdo)
e lei em sentido formal (obediência ao processo legislativo).
Ora, se da mesma forma que é necessária a existência de lei para se criar
crimes, também, é necessária a lei para revogar o tipo penal (abolitio criminis).
O tema já foi levado diversas vezes aos Tribunais Superiores sob a alegação de
atipicidade por adequação social (tolerância).
Contudo, em todas as oportunidades, os Tribunais Superiores mantiveram a
tipicidade da conduta de vender CD’s e DVD’s piratas.

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Banca: CESPE
Órgão: TJ-RR
Ano: 2013
Assunto: Princípios
Cargo: Titular de Serviços de Notas e de Registros
A respeito dos princípios aplicáveis ao direito penal, assinale a opção correta.
240. Dado o princípio da fragmentariedade, o direito penal só deve ser utilizado quando
insuficientes as outras formas de controle social.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: ERRADO
Comentário: Na realidade, o enunciado descreve o princípio da subsidiariedade,
ou seja, que o Direito Penal só deve ser utilizado quando nenhum outro instrumento
do Estado se mostrou apto a coibir a conduta desviada.
Por outro lado, o princípio da fragmentariedade aduz que apenas alguns bens
jurídicos são penalmente tutelados, desta forma, não é toda e qualquer lesão jurídica
praticada que vai deflagrar a aplicação do Direito Penal.
Por fim, é importante frisar que tanto o princípio da subsidiariedade, quanto o
princípio da fragmentariedade, decorrem do princípio da intervenção mínima.

Banca: CESPE
Órgão: TCE-RO
Ano: 2019
Assunto: Lei Penal no Tempo
Cargo: Auditor de Controle Externo
Em relação à aplicação da lei penal, assinale a opção correta.
241. O advento de lei penal que torne atípica determinada conduta retroage para alcançar
fatos anteriores já transitados em julgado, sendo mantidos alguns efeitos penais da
condenação.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: ERRADO
Comentário: A lei penal que torne atípica uma conduta é lei penal benéfica e,
portanto, deve retroagir conforme a regra do art. 2º, parágrafo único, do Código
Penal.
Art. 2º, Parágrafo único - A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o
agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória
transitada em julgado
O erro da assertiva está em afirmar que alguns efeitos penais da condenação
são mantidos, quando, na realidade, a abolitio criminis (atipicidade da conduta)
afasta todos os efeitos decorrentes da condenação.
Art. 2º - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar
crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença
condenatória.

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Banca: CESPE
Órgão: TCE-RO
Ano: 2019
Assunto: Lei Penal no Tempo
Cargo: Auditor de Controle Externo
Em relação à aplicação da lei penal, assinale a opção correta.
242. A lei temporária, com o término do período de sua duração, perde totalmente sua
vigência e aplicação.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: ERRADO
Comentário: Ao contrário do afirmado no enunciado, a lei temporária e a lei
excepcional têm efeito ultra-ativo, ou seja, aplicam-se ao fato praticado durante sua
vigência, nos termos do art. 3º do Código Penal.
Art. 3º - A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua
duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato
praticado durante sua vigência.

Banca: CESPE
Órgão: TCE-RO
Ano: 2019
Assunto: Lei Penal no Espaço
Cargo: Auditor de Controle Externo
Em relação à aplicação da lei penal, assinale a opção correta.
243. Considera-se praticado o crime no lugar em que tiver ocorrido a ação ou omissão, ainda
que outro seja o local em que tenha sido produzido o resultado.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: ERRADO
Comentário: Para o lugar do crime, o Código Penal adotou a teoria da
ubiquidade, portanto, considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação
ou omissão ou onde se produziu ou deveria se produzir o resultado, nos termos do
art. 6º do Código Penal.
Art. 6º - “Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou
omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o
resultado.”

Banca: CESPE
Órgão: TCE-RO
Ano: 2019
Assunto: Princípio da Legalidade
Cargo: Auditor de Controle Externo
Em relação à aplicação da lei penal, assinale a opção correta.
244. A analogia não é permitida em relação a leis penais incriminadoras nem a permissivas.
Certo ( ) Errado ( )

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Gabarito: ERRADO
Comentário: De fato, por conta do princípio da legalidade a analogia não pode
ser empregada em relação às leis penais incriminadores.
Contudo, segundo a jurisprudência pacífica dos Tribunais Superiores, não há
problema em se utilizar a analogia em favor do acusado, como ocorre nas leis penais
permissivas (são aquelas que apontam situações permitidas, ou seja, que não levam
à tipicidade).
Art. 1º - Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia
cominação legal.

Banca: CESPE
Órgão: DEPEN
Ano: 2013
Assunto: Lei Penal no Espaço
Cargo: Agente Penitenciário
Acerca dos institutos da territorialidade e extraterritorialidade da lei penal, da pena
cumprida no estrangeiro e da eficácia da sentença estrangeira, julgue os itens seguintes.
245. A lei penal brasileira será aplicada a crime cometido contra a administração pública por
servidor público em serviço, ainda que seja praticado no estrangeiro.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: CERTO
Comentário: A previsão apresentada no enunciado é hipótese de
extraterritorialidade incondicionada, assim, mesmo que praticada a conduta no
estrangeiro, será aplicada a lei penal brasileira, independentemente do
adimplemento de quaisquer condições (por isso, incondicionada).
Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro:
I - os crimes: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República;
b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado,
de Território, de Município, de empresa pública, sociedade de economia mista,
autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público; (Incluído pela Lei nº 7.209, de
1984)
c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço;

Banca: CESPE
Órgão: DEPEN
Ano: 2013
Assunto: Lei Penal no Espaço
Cargo: Agente Penitenciário
Acerca dos institutos da territorialidade e extraterritorialidade da lei penal, da pena
cumprida no estrangeiro e da eficácia da sentença estrangeira, julgue os itens seguintes.
246. A lei penal brasileira será aplicada aos crimes cometidos no território nacional ainda que
praticados a bordo de aeronaves estrangeiras de propriedade privada em voo no espaço
aéreo correspondente, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito
internacional.
Certo ( ) Errado ( )

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Gabarito: CERTO
Comentário: O enunciado apresenta a regra da territorialidade prevista no art.
5, §1º, do Código Penal.
Art. 5º, § 1º - Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território
nacional as embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço
do governo brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as aeronaves e as
embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem,
respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou em alto-mar.
Cuidado, não se trata de hipótese de extraterritorialidade, mas de extensão do
território brasileiro segundo o Direito Penal brasileiro.

Banca: CESPE
Órgão: Polícia Federal
Ano: 2013
Assunto: Lei Penal no Tempo
Cargo: Escrivão
Julgue o item subsequente , relativo à aplicação da lei penal e seus princípios.
247. No que diz respeito ao tema lei penal no tempo, a regra é a aplicação da lei apenas
durante o seu período de vigência; a exceção é a extra-atividade da lei penal mais
benéfica, que comporta duas espécies: a retroatividade e a ultra-atividade.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: CERTO
Comentário: Como ocorre com qualquer ramo do Direito, as leis penais devem
ser aplicadas, em regra, durante sua vigência.
Contudo, no Direito Penal, há previsão especial para a lei penal benéfica, que
deverá ser aplicada de forma retroativa e ultra-ativa, ou seja, com efeito extra-ativo.

Banca: CESPE
Órgão: Polícia Federal
Ano: 2013
Assunto: Crimes contra a Administração Pública
Cargo: Escrivão
No que concerne a infração penal, fato típico e seus elementos, formas consumadas e
tentadas do crime, culpabilidade, ilicitude e imputabilidade penal, julgue o item que se segue.
248. O peculato é conceituado doutrinariamente como crime funcional impróprio ou misto,
porquanto na hipótese de não ser praticado por funcionário público, opera tipicidade
relativa, passando a constituir tipo penal diverso.
Certo ( ) Errado ( )

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Gabarito: CERTO
Comentário: De fato, o crime funcional impróprio é aquele em que a ausência
da figura do “funcionário público” desclassifica a conduta para outro tipo penal.
Dito de outra forma, se o agente não for funcionário público, a conduta continua
a ser criminosa, mas será um crime comum. Por exemplo, no peculato-apropriação,
se for retirado o elemento “funcionário público”, o crime será de apropriação indébita.
Por outro lado, o crime funcional próprio é aquele em que, se retirada a
condição de funcionário público, haverá atipicidade, por exemplo, é o que ocorre com
o crime de prevaricação.

Banca: CESPE
Órgão: PC-BA
Ano: 2013
Assunto: Crimes contra a Administração Pública
Cargo: Investigador
No que concerne aos crimes contra a administração pública, julgue o item que se segue.
249. A consumação do crime de corrupção passiva ocorre quando o agente deixa
efetivamente de praticar ou retarda ato de ofício, com infração de dever funcional,
cedendo a pedido ou influência de outrem, em troca de vantagem indevida anteriormente
percebida.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: ERRADO
Comentário: Na realidade, o crime de corrupção passiva (CP, art. 317) é
classificado como crime formal, ou seja, se consuma no momento em que o agente
solicita, recebe ou aceita promessa de vantagem indevida.
Portanto, no caso concreto, a consumação se deu no momento em que o agente
recebeu a vantagem indevida e não quando deixou de praticar o ato de ofício.
Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente,
ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem
indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem:

Banca: CESPE
Órgão: PC-BA
Ano: 2013
Assunto: Crimes contra o Patrimônio
Cargo: Investigador
No que se refere a crimes contra o patrimônio, julgue os itens subsequentes.
250. Para a configuração do crime de roubo mediante restrição da liberdade da vítima e do
crime de extorsão com restrição da liberdade da vítima, nominado de sequestro
relâmpago, é imprescindível a colaboração da vítima para que o agente se apodere do
bem ou obtenha a vantagem econômica visada.
Certo ( ) Errado ( )

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Gabarito: ERRADO
Comentário: A assertiva está equivocada ao afirmar que tanto no roubo (CP,
art. 157), quanto na extorsão com restrição da liberdade da vítima, conhecida como
sequestro-relâmpago (CP, art. 158, §3º), o comportamento da vítima tem que ser
colaborativo (comportamento ativo).
Na realidade, a diferença entre os dois tipos penais reside exatamente no
comportamento da vítima, pois, no roubo, o comportamento é indiferente para a
consumação do crime ao passo que, no sequestro relâmpago, o comportamento ativo
é imprescindível, já que, sem ele, o agente não consegue a vantagem indevida.

Banca: CESPE
Órgão: PC-BA
Ano: 2013
Assunto: Crimes contra a Vida
Cargo: Investigador
Julgue o item subsecutivo, acerca de crimes contra a pessoa.
251. Considere a seguinte situação hipotética. Lúcia, maior, capaz, no final do expediente,ao
abrir o carro no estacionamento do local onde trabalhava, percebeu que esquecera seu
filho de seis meses de idade na cadeirinha de bebê do banco traseiro do automóvel, que
permanecera fechado durante todo o turno de trabalho, fato que causou o falecimento do
bebê. Nessa situação, Lúcia praticou o crime de abandono de incapaz, na forma culposa,
qualificado pelo resultado morte.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: ERRADO
Comentário: A conduta descrita no enunciado configura o crime de homicídio
culposo, previsto no art. 121, §3º, do Código Penal.
Na realidade, a situação descrita abre espaço para a aplicação do chamado
perdão judicial que consta no art. 121, §5º, do Código Penal.
Art. 121, § 5º - Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar de aplicar
a pena, se as conseqüências da infração atingirem o próprio agente de forma tão
grave que a sanção penal se torne desnecessária.

Banca: CESPE
Órgão: PC-BA
Ano: 2013
Assunto: Lei Penal no Tempo
Cargo: Investigador
Julgue os itens seguintes, com relação ao tempo, à territorialidade e à extraterritorialidade
da lei penal.
252. No delito continuado, a lei penal posterior, ainda que mais gravosa, aplica-se aos fatos
anteriores à vigência da nova norma, desde que a cessação da atividade delituosa tenha
ocorrido em momento posterior à entrada em vigor da nova lei.
Certo ( ) Errado ( )

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Gabarito: CERTO
Comentário: Em regra, aplica-se retroativamente a lei penal mais benéfica.
Contudo, nos crimes continuados e nos crimes permanentes, deve ser aplicada a lei
vigente no momento da cessão da continuação ou da permanência, mesmo que a
norma trate o tema de forma mais gravosa.
Súmula nº 711 do STF: “A lei penal mais gravosa aplica-se ao crime continuado
ou permanente se era a lei vigente quando da cessação da permanência ou
continuidade.”.

Banca: CESPE
Órgão: PC-BA
Ano: 2013
Assunto: Lei Penal no Espaço
Cargo: Investigador
Julgue o item seguinte, com relação ao tempo, à territorialidade e à extraterritorialidade
da lei penal.
253. A extraterritorialidade da lei penal condicionada e a da incondicionada têm como
elemento comum a necessidade de ingresso do agente no território nacional.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: ERRADO
Comentário: A questão é teratológica. Se a extraterritorialidade é
incondicionada, não há necessidade de qualquer condição, nem mesmo o ingresso
do agente no território nacional.
Art. 7º, § 2º - Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira depende
do concurso das seguintes condições:
a) entrar o agente no território nacional;
b) ser o fato punível também no país em que foi praticado;
c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a
extradição;
d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a
pena;
e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não
estar extinta a punibilidade, segundo a lei mais favorável.

Banca: CESPE
Órgão: TJ-PB
Ano: 2013
Assunto: Princípio da Legalidade
Cargo: Juiz Leigo
A respeito dos princípios do direito penal e da aplicação da lei penal no espaço e no tempo,
assinale a opção correta.
254. É permitida a criação de tipos penais por meio de medida provisória.
Certo ( ) Errado ( )

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Gabarito: ERRADO
Comentário: O princípio da legalidade exige lei em sentido estrito para a criação
de crimes e cominação de penas.
Art. 1º - Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia
cominação legal.
Por tal razão, não é possível a criação de tipos penais por meio de medidas
provisórias.
OBS: Apesar de não ser possível a criação de tipos penais por meio de medidas
provisórias, o STF admite sua utilização quando em benefício do acusado.

Banca: CESPE
Órgão: TJ-PB
Ano: 2013
Assunto: Lei Penal no Tempo
Cargo: Juiz Leigo
A respeito dos princípios do direito penal e da aplicação da lei penal no espaço e no tempo,
assinale a opção correta.
255. A lei penal, depois de revogada, não pode continuar a regular fatos ocorridos durante a
sua vigência ou retroagir para alcançar os que tenham ocorrido anteriormente à sua
entrada em vigor.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: ERRADO
Comentário: Não obstante a regra ser a aplicação da lei vigente, o Direito Penal
admite, de forma excepcional, a retroatividade da lei penal benéfica.
Art 2º, Parágrafo único - A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o
agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória
transitada em julgado.
Desta forma, a assertiva está equivocada ao afirmar que não há extra-atividade
no Direito Penal, conforme apontado acima.
OBS: Outra situação que excepciona a assertiva é a chamada lei penal
excepcional ou temporária que deverá ser aplicada ao fato praticado durante sua
vigência.
Art. 3º - A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua
duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato
praticado durante sua vigência.

Banca: CESPE
Órgão: TJ-PB
Ano: 2013
Assunto: Lei Penal no Tempo
Cargo: Juiz Leigo
A respeito dos princípios do direito penal e da aplicação da lei penal no espaço e no tempo,
assinale a opção correta.
256. No Código Penal (CP), é adotada a teoria da ubiquidade, segundo a qual tanto o momento
da ação quanto o do resultado são relevantes para a definição do momento do crime.
Certo ( ) Errado ( )

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Gabarito: ERRADO
Comentário: A teoria da ubiquidade é adotada para o lugar do crime, conforme
prevê o art. 6º do Código Penal.
Art. 6º - Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou
omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o
resultado.
Por outro lado, em relação ao momento do crime, o Código Penal adotou a
teoria da atividade.
Art. 4º - Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda
que outro seja o momento do resultado.
Portanto, a assertiva está errada.

Banca: CESPE
Órgão: TJ-PB
Ano: 2013
Assunto: Lei Penal no Tempo
Cargo: Juiz Leigo
A respeito dos princípios do direito penal e da aplicação da lei penal no espaço e no tempo,
assinale a opção correta.
257. Em se tratando de crime continuado ou de crime permanente, será aplicada a lei penal
mais benéfica caso surja lei penal mais grave antes da cessação da continuidade ou
permanência da conduta criminosa.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: ERRADO
Comentário: Em regra, aplica-se retroativamente a lei penal mais benéfica.
Contudo, nos crimes continuados e nos crimes permanentes, deve ser aplicada a lei
vigente no momento da cessão da continuação ou da permanência, mesmo que a
norma trate o tema de forma mais gravosa.
Súmula nº 711 do STF: “A lei penal mais gravosa aplica-se ao crime continuado
ou permanente se era a lei vigente quando da cessação da permanência ou
continuidade.”.

Banca: CESPE
Órgão: TJ-PB
Ano: 2013
Assunto: Princípios
Cargo: Juiz Leigo
A respeito dos princípios do direito penal e da aplicação da lei penal no espaço e no tempo,
assinale a opção correta.
258. O princípio da reserva legal impõe a existência de lei anterior ao fato cometido pelo
agente, com definição precisa no preceito primário incriminador, vedada a criação de
tipos vagos ou imprecisos.
Certo ( ) Errado ( )

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Gabarito: CERTO
Comentário: De fato, o princípio da reserva legal, ou da legalidade, exige a
existência de lei em sentido estrito para a criação de tipos penais e cominação de
penas.
Ademais, os tipos penais devem ser precisos e claros, por conta do subprincípio
da taxatividade, sendo, portanto, vedada a criação de tipos vagos ou imprecisos.
Art. 1º - Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia
cominação legal.

Banca: CESPE
Órgão: DPE-ES
Ano: 2013
Assunto: Crimes contra a Administração Pública
Cargo: Defensor Público
No que se refere aos crimes contra a administração pública, assinale a opção correta.
259. O crime de corrupção passiva ocorre quando o funcionário público exige, para si ou para
outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em
razão dela, vantagem indevida.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: CERTO
Comentário: O funcionário público que, no exercício de suas funções, exige
vantagem indevida, pratica o crime de concussão (CP, art. 316).
Art. 316 - Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que
fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida:
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa.
Por outro lado, a corrupção passiva (CP, art. 317) prevê como núcleos do tipo
penal os verbos: solicitar, receber ou aceitar promessa.
Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente,
ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem
indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.

Banca: CESPE
Órgão: DPE-ES
Ano: 2013
Assunto: Crimes contra a Administração Pública
Cargo: Defensor Público
No que se refere aos crimes contra a administração pública, assinale a opção correta.
260. Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, emprego ou função em entidade
paraestatal, bem como quem trabalha para empresa prestadora de serviço contratada ou
conveniada para a execução de atividade típica da administração pública.
Certo ( ) Errado ( )

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Gabarito: CERTO
Comentário: A questão é mera reprodução do art. 327, §1º, do Código Penal,
que prevê a figura do equiparado a funcionário público.
Art. 327, §1º, do CP: “Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo,
emprego ou função em entidade paraestatal, e quem trabalha para empresa
prestadora de serviço contratada ou conveniada para a execução de atividade típica
da Administração Pública.”

Banca: CESPE
Órgão: DPE-ES
Ano: 2013
Assunto: Crimes contra a Administração Pública
Cargo: Defensor Público
No que se refere aos crimes contra a administração pública, assinale a opção correta.
261. É requisito indispensável para a configuração do crime de peculato a circunstância de o
funcionário público ter a posse do dinheiro, valor ou bem.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: ERRADO
Comentário: Ao contrário do afirmado na assertiva, apenas o peculato-apropriação (CP,
art. 312, caput, parte inicial) exige como elemento do tipo penal a posse do dinheiro, valor ou
bem.
Por outro lado, o peculato-desvio (CP, art 312, caput, parte final) e peculato-furto (CP,
art. 312, §1º) não exigem prévia posse.
Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem
móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito
próprio ou alheio:
Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa.
§ 1º - Aplica-se a mesma pena, se o funcionário público, embora não tendo a posse do
dinheiro, valor ou bem, o subtrai, ou concorre para que seja subtraído, em proveito próprio ou
alheio, valendo-se de facilidade que lhe proporciona a qualidade de funcionário.

Banca: CESPE
Órgão: DPE-ES
Ano: 2013
Assunto: Crimes contra o Patrimônio
Cargo: Defensor Público
262. Marcos, armado com uma pistola automática, invadiu, durante a madrugada, com a
intenção de subtrair jóias preciosas, uma joalheria, após escalar o muro que dá acesso à
loja e arrombar a porta. Porém, em razão da resistência do vigia noturno, que reagiu ao
assalto e foi morto por Marcos, este não conseguiu levar nada. Nessa situação hipotética,
o crime praticado por Marcos caracteriza-se como
a) tentativa de furto qualificado pela escalada e pelo rompimento de obstáculo, seguida
de homicídio.
b) tentativa de latrocínio.
c) latrocínio consumado.
d) tentativa de roubo majorado pelo emprego de arma, seguida de homicídio
qualificado consumado.
e) homicídio qualificado consumado.

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Gabarito: C
Comentário: Em relação à consumação do crime de latrocínio (CP, art. 157,
§3º, II), a jurisprudência dos Tribunais Superiores considera como parâmetro o
resultado morte.
Dessa forma, caso o haja a morte da vítima, independentemente da subtração
patrimonial, o latrocínio será na modalidade consumada.
Súmula nº 610 do STF: Há crime de latrocínio, quando o homicídio se consuma,
ainda que não realize o agente a subtração de bens da vítima.

Banca: CESPE
Órgão: DPE-ES
Ano: 2013
Assunto: Crimes contra a Vida
Cargo: Defensor Público
A respeito dos crimes contra a vida previstos no Código Penal brasileiro, assinale a opção
correta.
263. Classifica-a como qualificado o crime de homicídio doloso praticado contra pessoa
menor de catorze anos de idade ou maior de sessenta anos de idade.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: ERRADO
Comentário: A assertiva está errada, na medida em que as hipóteses de
qualificadora do homicídio estão elencadas no §2º, do art. 157, incisos I ao VII:
§ 2° Se o homicídio é cometido:
I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe;
II - por motivo fútil;
III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio
insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum;
IV - à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que
dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido;
V - para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de
outro crime:
Pena - reclusão, de doze a trinta anos. (...)
Por outro lado, o crime praticado contra menor de catorze ou maior de sessenta
anos de idade é causa de aumento de pena, portanto, uma majorante.
§ 4º No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um terço), se o crime
resulta de inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o agente
deixa de prestar imediato socorro à vítima, não procura diminuir as conseqüências
do seu ato, ou foge para evitar prisão em flagrante. Sendo doloso o homicídio, a pena
é aumentada de 1/3 (um terço) se o crime é praticado contra pessoa menor de 14
(quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos.

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Banca: CESPE
Órgão: DPE-ES
Ano: 2013
Assunto: Crimes contra a Vida
Cargo: Defensor Público
A respeito dos crimes contra a vida previstos no Código Penal brasileiro, assinale a opção
correta.
264. No Brasil, como não se considera crime tentar o suicídio, não há punição para o agente
que instigue ou induza a pessoa a tentar o suicídio.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: ERRADO
Comentário: De fato, não é típica a conduta de tentar suicídio, já que vigora no
Brasil o princípio da alteridade, ou seja, o agente não pode ser punido por aquilo que
pratica contra si mesmo.
Contudo, em relação ao terceiro que instiga ou induz terceiro a tentar suicídio,
há previsto do tipo penal do art. 122 do Código Penal.
Art. 122. Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou a praticar automutilação
ou prestar-lhe auxílio material para que o faça:
OBS: Segundo a jurisprudência dos Tribunais Superiores, o
induzimento/instigação ao suicídio deve ter vítima certa, ou seja, não é típica a
conduta de um líder de uma seita conclamar, por meio da TV, que seus fiéis se
suicidem diante da proximidade do fim do mundo.

Banca: CESPE
Órgão: DPE-ES
Ano: 2013
Assunto: Crimes contra a Vida
Cargo: Defensor Público
A respeito dos crimes contra a vida previstos no Código Penal brasileiro, assinale a opção
correta.
265. O crime de infanticídio ocorre quando a mãe ou o pai mata o próprio filho, durante o
parto ou logo após, por privação financeira.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: ERRADO
Comentário: O infanticídio, previsto no art. 123 do Código Penal, é classificado
como crime próprio, ou seja, exige especial condição do agente (mãe no estado
puerperal).
Diante disso, a assertiva está equivocada ao admitir como agente o pai.
Ademais, o especial fim de agir do infanticídio é o estado puerperal (depressão
pós-parto) e não a situação de privação financeira.
Art. 123 - Matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho, durante
o parto ou logo após:
Pena - detenção, de dois a seis anos.
OBS: É possível que o pai pratique o infanticídio desde que em concurso de
pessoas com a mãe, já que a condição especial desta se comunica com o coautor,
por ser elementar do tipo (CP, art. 30).

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Banca: CESPE
Órgão: DPE-ES
Ano: 2013
Assunto: Crimes contra a Vida
Cargo: Defensor Público
A respeito dos crimes contra a vida previstos no Código Penal brasileiro, assinale a opção
correta.
266. O crime de aborto pode ser cometido pela própria gestante e por terceiro, sendo, nesse
caso, uma a pena para o caso de o terceiro provocar o aborto com o consentimento da
gestante e outra para o caso de o terceiro provocar o aborto sem o consentimento da
gestante.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: CERTO
Comentário: O Código Penal tipifica a conduta da gestante que pratica o aborto
(CP, art. 124), bem como do terceiro quem realiza o procedimento (CP, art. 125).
Percebe-se que os tipos penais são diversos para a gestante e para o terceiro,
sendo, portanto, exceção à teoria monista do concurso de pessoas (em que todos os
envolvidos respondem pelo mesmo crime),
A assertiva está correta ao afirmar que há distinção da pena quando o terceiro
provoca o aborto em terceiro com ou sem consentimento.
Art. 125 - Provocar aborto, sem o consentimento da gestante:
Pena - reclusão, de três a dez anos.
Art. 126 - Provocar aborto com o consentimento da gestante:
Pena - reclusão, de um a quatro anos.

Banca: CESPE
Órgão: DPE-DF
Ano: 2006
Assunto: Crimes contra a Vida
Cargo: Procurador
Acerca da ação penal nos crimes contra os costumes, julgue os itens a seguir.
267. No crime de homicídio qualificado, a vingança pode ser classificada como motivo fútil,
não se confundindo com o motivo torpe.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: ERRADO
Comentário: A vingança, como qualificadora do crime de homicídio (CP, art.
121, §2º), não é considerado motivo fútil (banal).
Contudo, a vingança pode qualificar o crime pelo motivo torpe, ou seja, aquela
que aponta o especial desvalor da motivação do homicídio.
§ 2° Se o homicídio é cometido:
I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe;
II - por motivo fútil;

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Banca: CESPE
Órgão: DPE-DF
Ano: 2006
Assunto: Crimes contra a Vida
Cargo: Procurador
Acerca da ação penal nos crimes contra os costumes, julgue o item a seguir.
268. Quando o estado puerperal, no crime de infanticídio, produz efeitos que resultam em
perturbação da saúde mental, diminuindo a capacidade de entendimento ou de
determinação da parturiente, esta terá a redução de pena, em razão de sua semi-
imputabilidade.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: ERRADO
Comentário: No crime de infanticídio (CP, art. 123), o estado puerperal é
elementar do tipo penal, portanto, não é causa de redução de pena.
Em outras palavras, o que caracteriza o crime de infanticídio (espécie
privilegiada de homicídio) é, além da condição de ser mãe, que a agente pratique o
crime sob o efeito do estado puerperal.
Caso a morte seja causada por outro motivo, a conduta configurará o crime de
homicídio.
Art. 123 - Matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho, durante
o parto ou logo após:
Pena - detenção, de dois a seis anos.

Banca: CESPE
Órgão: DPE-ES
Ano: 2012
Assunto: Crimes contra o Patrimônio
Cargo: Defensor Público
Com relação aos crimes contra a pessoa, contra o patrimônio e contra a dignidade sexual,
julgue os itens que se seguem.
269. Para a configuração do denominado crime de sequestro-relâmpago, a restrição da
liberdade da vítima é condição necessária para a obtenção da vantagem econômica,
independentemente da ocorrência desta.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: CERTO
Comentário: Segundo a literalidade do art. 158, §3º, do Código Penal, a
restrição da liberdade da vítima é condição elementar do tipo penal.
Por outro lado, o sequestro-relâmpago é classificado como crime formal, ou
seja, consuma-se no momento em que há a restrição da liberdade, sendo a obtenção
da vantagem indevida (resultado naturalístico) mero exaurimento.
Art. 158, § 3º - Se o crime é cometido mediante a restrição da liberdade da
vítima, e essa condição é necessária para a obtenção da vantagem econômica, a
pena é de reclusão, de 6 (seis) a 12 (doze) anos, além da multa; se resulta lesão
corporal grave ou morte, aplicam-se as penas previstas no art. 159, §§ 2o e 3o,
respectivamente.

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Banca: CESPE
Órgão: SERPRO
Ano: 2013
Assunto: Crimes contra a Administração Pública
Cargo: Analista
Em relação aos crimes previstos no Código Penal (CP) e na legislação especial, julgue os
itens a seguir.
270. Nos crimes de peculato, o funcionário que reparar o dano até a publicação da sentença
condenatória fará jus à extinção da punibilidade.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: ERRADO
Comentário: Não é qualquer espécie de peculato que admite a extinção de
punibilidade por meio da reparação do dano até a publicação da sentença
condenatório, mas apenas o peculato culposo.
Art. 312, § 2º - Se o funcionário concorre culposamente para o crime de
outrem:
Pena - detenção, de três meses a um ano.
§ 3º - No caso do parágrafo anterior, a reparação do dano, se precede à
sentença irrecorrível, extingue a punibilidade; se lhe é posterior, reduz de metade a
pena imposta.

Banca: CESPE
Órgão: SERPRO
Ano: 2013
Assunto: Crimes contra a Administração Pública
Cargo: Analista
Em relação aos crimes previstos no Código Penal (CP) e na legislação especial, julgue os
itens a seguir.
271. O funcionário público autorizado que inserir dados falsos em sistema de informações,
visando causar prejuízos, cometerá crime qualificado de dano contra o patrimônio da
administração pública.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: ERRADO
Comentário: A conduta descrita na assertiva configura o tipo penal do art. 313-
A do Código Penal, ou seja, não se trata de espécie qualificada de dano contra o
patrimônio público.
Art. 313-A. Inserir ou facilitar, o funcionário autorizado, a inserção de dados
falsos, alterar ou excluir indevidamente dados corretos nos sistemas informatizados
ou bancos de dados da Administração Pública com o fim de obter vantagem indevida
para si ou para outrem ou para causar dano:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.

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Banca: CESPE
Órgão: PC-BA
Ano: 2013
Assunto: Crime contra a Administração Pública
Cargo: Delegado
Em relação aos crimes contra a administração pública e aos delitos praticados em
detrimento da ordem econômica e tributária e em licitações e contratos públicos, julgue o
item seguinte.
Considere a seguinte situação hipotética.
Alfredo, alegando, de forma fraudulenta, a terceiros interessados que, por ter influência
sobre determinado funcionário público, poderia acelerar a conclusão de processo
administrativo de interesse do grupo, cobrou desse grupo vultosa quantia em dinheiro, da qual
metade lhe foi paga adiantadamente. Antes da conclusão do processo, entretanto, descobriu-se
que Alfredo não tinha qualquer acesso ou influência sobre o referido funcionário.
272. Nessa situação hipotética, a conduta de Alfredo constitui crime de estelionato, já que ele
alegou ter prestígio que, na realidade, não possuía.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: ERRADO
Comentário: A conduta descrita se amolda ao crime de tráfico de influência,
sendo, portanto, um crime contra a Administração Pública.
Art. 332 - Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para outrem, vantagem
ou promessa de vantagem, a pretexto de influir em ato praticado por funcionário
público no exercício da função:

Banca: CESPE
Órgão: PC-BA
Ano: 2013
Assunto: Crime contra a Administração Pública
Cargo: Delegado
Em relação aos crimes contra a administração pública e aos delitos praticados em
detrimento da ordem econômica e tributária e em licitações e contratos públicos, julgue o
item seguinte.
273. Constitui pressuposto material dos crimes de peculato-apropriação e peculato-desvio,
em suas formas dolosas, a anterior posse do dinheiro, do valor ou de qualquer outro bem
móvel, público ou particular, em razão do cargo ou função.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: ERRADO
Comentário: Somente o peculato-apropriação (CP, art. 312, caput, parte inicial)
tem como elementar a posse do dinheiro, do valor ou de qualquer outro bem móvel.
Por outro lado, a parte final do art. 312, caput, que é o peculato-desvio não
possui tão previsão.
Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer
outro bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou
desviá-lo, em proveito próprio ou alheio:
Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa.

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Banca: CESPE
Órgão: PC-BA
Ano: 2013
Assunto: Crime contra o Patrimônio
Cargo: Delegado
Acerca da parte geral do direito penal e seus Institutos, julgue o item seguinte.
274. Considere que Marcos, penalmente imputável, subtraia de seu genitor de sessenta e oito
anos de idade, um relógio de alto valor. Nessa situação, o autor não pode beneficiar-se da
escusa penal absolutória, em razão da idade da vítima.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: CERTO
Comentário: A questão aborda o tema: escusas absolutórias.
Em linhas gerais, as escusas absolutórias são hipóteses de abrandamento de
aplicação do Direito Penal em crimes patrimoniais quando haja, entre agente e
vítima, vínculo familiar.
A intenção do legislador, portanto, foi preservar os laços familiares em
detrimento da proteção do bem jurídico patrimônio.
As escusas absolutórias são de 02 espécies: 1) isenção de pena (CP, art. 181);
2) necessidade de representação (CP, art. 182).
Contudo, no enunciado, a idade do genitor é de sessenta e oito anos, assim,
não se aplica o benefício por conta das exceções que constam no art. 183 do Código
Penal.
Art. 183 - Não se aplica o disposto nos dois artigos anteriores:
I - se o crime é de roubo ou de extorsão, ou, em geral, quando haja emprego
de grave ameaça ou violência à pessoa;
II - ao estranho que participa do crime.
III – se o crime é praticado contra pessoa com idade igual ou superior a 60
(sessenta) anos.

Banca: CESPE
Órgão: PC-BA
Ano: 2013
Assunto: Crime contra a Vida
Cargo: Delegado
Suponha que em naufrágio de embarcação de grande porte, tenha havido tombamento
das cabines e demais dependências, antes da evacuação da embarcação e resgate dos
passageiros e, em razão desse fato, os sobreviventes tenham sofrido diversos tipos de lesões
corporais e centenas tenham morrido por politraumatismo e afogamento. Com base nessa
situação hipotética, julgue o item seguinte, de acordo com a legislação brasileira.
275. Caso seja comprovada imperícia, negligência ou imprudência da tripulação, esta poderá
responder judicialmente pelo crime de homicídio em relação às mortes ocorridas no
naufrágio.
Certo ( ) Errado ( )

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Gabarito: CERTO
Comentário: De fato, caso reste comprovado que a tripulação agiu com
imperícia, negligência ou imprudência (modalidades de crime culposo), há
possibilidade de tipificação do crime de homicídio culposo, previsto no art. 121, §3º,
do Código Penal.
Homicídio culposo
Art. 121, § 3º Se o homicídio é culposo: (Vide Lei nº 4.611, de 1965)
Pena - detenção, de um a três anos.

Banca: CESPE
Órgão: TC-DF
Ano: 2013
Assunto: Crimes contra a Administração Pública
Cargo: Procurador
Ângelo, funcionário público exercente do cargo de fiscal da Agência de Fiscalização do DF
(AGEFIS), no exercício de suas funções, exigiu vantagem indevida do comerciante Elias, de R$
2.000,00 para que o estabelecimento não fosse autuado em razão de irregularidades
constatadas. Para a prática do delito, Ângelo foi auxiliado por seu primo, Rubens, taxista, que o
conduziu em seu veículo até o local da fiscalização, previamente acordado e consciente tanto
da ação delituosa que seria empreendida quanto do fato de que Ângelo era funcionário público.
Antes que os valores fossem entregues, o comerciante, atemorizado, conseguiu informar
policiais militares acerca dos fatos, tendo sido realizada a prisão em flagrante de Ângelo.
Com referência a essa situação hipotética, julgue os itens a seguir.
276. A condição de funcionário público comunica-se ao partícipe Rubens, que tinha prévia
ciência do cargo ocupado por seu primo e acordou sua vontade com a dele para auxiliá-
lo na prática do delito, de forma que os dois deverão estar incursos no mesmo tipo penal.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: CERTO
Comentário: A conduta descrita no enunciado configura o crime de concussão
(CP, art. 316) que é um crime próprio, ou seja, exige uma especial característica do
agente, no caso, ser funcionário público.
Considerando que tal condição, apesar de ser uma circunstância pessoal, é uma
elementar do tipo e, tendo ciência o partícipe disso, deverá haver comunicação de
forma que este responda pelo crime funcional.
Art. 30 - Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal,
salvo quando elementares do crime.

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Banca: CESPE
Órgão: TC-DF
Ano: 2013
Assunto: Crimes contra a Administração Pública
Cargo: Procurador
Ângelo, funcionário público exercente do cargo de fiscal da Agência de Fiscalização do DF
(AGEFIS), no exercício de suas funções, exigiu vantagem indevida do comerciante Elias, de R$
2.000,00 para que o estabelecimento não fosse autuado em razão de irregularidades
constatadas. Para a prática do delito, Ângelo foi auxiliado por seu primo, Rubens, taxista, que o
conduziu em seu veículo até o local da fiscalização, previamente acordado e consciente tanto
da ação delituosa que seria empreendida quanto do fato de que Ângelo era funcionário público.
Antes que os valores fossem entregues, o comerciante, atemorizado, conseguiu informar
policiais militares acerca dos fatos, tendo sido realizada a prisão em flagrante de Ângelo.
Com referência a essa situação hipotética, julgue os itens a seguir.
277. Tendo em vista que Elias não efetivou a entrega dos valores exigidos por Ângelo, o crime
não se consumou.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: ERRADO
Comentário: A conduta descrita no enunciado configura o crime de concussão
(CP, art. 316) que é classificado como crime formal, ou seja, sua consumação
independente do efetivo recebimento da vantagem indevida (resultado naturalístico).
Art. 316 - Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que
fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida:
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa.

Banca: CESPE
Órgão: TC-DF
Ano: 2013
Assunto: Crimes contra a Administração Pública
Cargo: Procurador
Ângelo, funcionário público exercente do cargo de fiscal da Agência de Fiscalização do DF
(AGEFIS), no exercício de suas funções, exigiu vantagem indevida do comerciante Elias, de R$
2.000,00 para que o estabelecimento não fosse autuado em razão de irregularidades
constatadas. Para a prática do delito, Ângelo foi auxiliado por seu primo, Rubens, taxista, que o
conduziu em seu veículo até o local da fiscalização, previamente acordado e consciente tanto
da ação delituosa que seria empreendida quanto do fato de que Ângelo era funcionário público.
Antes que os valores fossem entregues, o comerciante, atemorizado, conseguiu informar
policiais militares acerca dos fatos, tendo sido realizada a prisão em flagrante de Ângelo.
Com referência a essa situação hipotética, julgue os itens a seguir.
278. Ângelo responderá pelo delito de corrupção passiva, previsto em artigo do CP.
Certo ( ) Errado ( )

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Gabarito: ERRADO
Comentário: Na corrupção passiva (CP, art. 317), os núcleos do tipo penal
(verbos) são: receber, solicitar ou aceitar promessa.
Art. 317, CP - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou
indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela,
vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.
Por outro lado, o crime de concussão (CP, art. 316) tem como núcleo o verbo
“exigir”.
Art. 316, CP - Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda
que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida:
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 8 (oito) anos, e multa.

Banca: CESPE
Órgão: TJ-DFT
Ano: 2013
Assunto: Lei Penal no Tempo
Cargo: Técnico Judiciário
A respeito do direito penal, julgue os itens que se seguem.
279. De acordo com o Código Penal, considera-se praticado o crime no momento em que
ocorreu seu resultado.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: ERRADO
Comentário: Em relação à lei penal no tempo, o Código Penal adotou a teoria
da atividade.
Art. 4º - Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda
que outro seja o momento do resultado.

Banca: CESPE
Órgão: CNJ
Ano: 2013
Assunto: Crime contra a Administração Pública
Cargo: Analista Judiciário
Em relação a crimes contra a fé e a administração públicas e de
abuso de autoridade, julgue os itens subsequentes.
280. O particular que, em conjunto com a esposa, funcionária pública, apropriar-se de bens
do Estado responderá por peculato, ainda que não seja membro da administração.
Peculato é crime funcional impróprio, afiançável e prescritível.
Certo ( ) Errado ( )

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Gabarito: CERTO
Comentário: De fato, nos termos do art. 30 do Código Penal, as circunstância
pessoal de ser “funcionário público”, sendo uma elementar do crime de peculato, irá
se comunicar com o coautor.
Art. 30 - Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal,
salvo quando elementares do crime.
O crime funcional impróprio é aquele em que a ausência da figura do
“funcionário público” desclassifica a conduta para outro tipo penal, no caso concreto,
a desclassificação seria para o crime de apropriação indébita.
O crime de peculato é afiançável e prescritível, razão pela qual a assertiva está
correta.

Banca: CESPE
Órgão: TJ-AC
Ano: 2012
Assunto: Crime contra a Administração Pública
Cargo: Técnico Judiciário
Em relação aos crimes em espécie, julgue os itens subsequentes.
281. Pratica crime de extorsão o funcionário público que, em atividade de fiscalização,
constranja, mediante violência, a vítima a entregar-lhe determinada soma em dinheiro
para evitar a aplicação de penalidade administrativa.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: CERTO
Comentário: A existência de grave ameaça na exigência do empregado de
concessionária de serviço público (equiparado a funcionário público) desclassifica o
crime funcional (concussão) e a tipificação recai sobre à extorsão (CP, art. 159).
Portanto, correta a assertiva.

Banca: CESPE
Órgão: TJ-AC
Ano: 2012
Assunto: Crime contra a Vida
Cargo: Técnico Judiciário
Considere a seguinte situação hipotética.
Patrício, penalmente capaz, matou Joaquim por ter olhado de forma libidinosa para a sua
namorada e foi processado por crime de homicídio qualificado por motivo fútil. A defesa de
Patrício requereu a redução da pena sob o argumento de que o réu teria agido por motivo de
relevante valor moral.
282. Nessa situação hipotética, a qualificadora por motivo fútil, se reconhecida, será
incompatível com a tese da defesa de homicídio privilegiado.
Certo ( ) Errado ( )

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Gabarito: CERTO
Comentário: Inicialmente, é importante ressaltar que a conduta descrita no
enunciado não configura homicídio privilegiado, já que não houve, de fato, relevante
valor moral na ação de Patrício.
Por outro lado, se, hipoteticamente, fosse reconhecido o privilégio, não seria
possível compatibilizá-la com a qualificadora de motivo fútil, já que esta tem natureza
subjetiva (relacionada aos motivos do crime, por exemplo, motivo fútil ou torpe).
Segundo a jurisprudência dos Tribunais Superiores, só é cabível a figura do
homicídio qualificado-privilegiado quando a qualificadora for de caráter objetivo
(relacionada ao meio empregado para a prática do crime, como exemplo, o emprego
de fogo).

Banca: CESPE
Órgão: TJ-AC
Ano: 2012
Assunto: Lei Penal no Espaço
Cargo: Técnico Judiciário
Acerca das fontes e dos princípios do direito penal, da interpretação das leis penais e da
sua aplicação, julgue os itens a seguir.
283. Considere que Maria seja condenada ao pagamento de multa por crime praticado no
estrangeiro, e, pelo mesmo delito, seja igualmente condenada no Brasil a pena privativa
de liberdade. Nessa situação, a pena de multa executada no estrangeiro tem o condão de
atenuar a pena imposta pela justiça brasileira.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: CERTO
Comentário: A assertiva está correta e decorre da literalidade do art. 8º do
Código Penal.
Art. 8º - A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo
mesmo crime, quando diversas, ou nela é computada, quando idênticas.

Banca: CESPE
Órgão: TJ-AC
Ano: 2012
Assunto: Crime contra a Administração Pública
Cargo: Técnico Judiciário
No que se refere aos crimes contra a administração pública, julgue os próximos itens.
284. Quem, para não ser multado, oferece dinheiro a policial pratica o crime de corrupção
passiva.
Certo ( ) Errado ( )

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Gabarito: ERRADO
Comentário: O particular que oferece dinheiro ao agente público pratica o crime
de corrupção ativa, prevista no art. 333 do Código Penal.
Art. 333 - Oferecer ou prometer vantagem indevida a funcionário público, para
determiná-lo a praticar, omitir ou retardar ato de ofício:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.
Por outro lado, o funcionário público que solicita, recebe ou aceita promessa de
vantagem indevida, pratica o crime de corrupção passiva.
Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente,
ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem
indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.

Banca: CESPE
Órgão: TJ-AC
Ano: 2012
Assunto: Crime contra a Administração Pública
Cargo: Técnico Judiciário
No que se refere aos crimes contra a administração pública, julgue os próximos itens.
285. O juiz que, tendo recebido de um funcionário do tribunal onde atua pedido para que
priorizasse o andamento de processo de um conhecido desse funcionário, por
indulgência, não comunicar o fato à corregedoria do tribunal praticará o delito de
condescendência criminosa.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: CERTO
Comentário: A conduta descrita no enunciado se amolda ao tipo penal do art.
320 do Código Penal (condescendência criminosa).
Há duas hipóteses para tipificação: 1) quando o superior hierárquico deixa de
punir o subordinado; 2) quando o funcionário público, de menos nível hierárquico,
deixa de comunicar o fato delituoso ao responsável.
Art. 320 - Deixar o funcionário, por indulgência, de responsabilizar subordinado
que cometeu infração no exercício do cargo ou, quando lhe falte competência, não
levar o fato ao conhecimento da autoridade competente:
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.

Banca: CESPE
Órgão: TJ-AC
Ano: 2012
Assunto: Crime contra a Administração Pública
Cargo: Técnico Judiciário
No que se refere aos crimes contra a administração pública, julgue os próximos itens.
286. O funcionário de tribunal que, aproveitando-se das facilidades do cargo que ocupa,
patrocina, nesse tribunal, os interesses de um amigo seu pratica o delito de advocacia
administrativa.
Certo ( ) Errado ( )

MUDE SUA VIDA!


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Gabarito: ERRADO
Comentário: A conduta descrita no enunciado amolda-se ao crime de advocacia
administrativa (CP, art. 321).
Art. 321 - Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a
administração pública, valendo-se da qualidade de funcionário:
Pena - detenção, de um a três meses, ou multa.

Banca: CESPE
Órgão: TJ-AC
Ano: 2012
Assunto: Crime contra a Administração Pública
Cargo: Técnico Judiciário
No que se refere aos crimes contra a administração pública, julgue os próximos itens.
287. A pessoa que, ao ser abordada pela polícia, ofender um policial terá praticado o crime de
desacato.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: CERTO
Comentário: O crime de desacato é previsto no art. 331 do Código Penal e
classifica-se como crime praticado por particular contra a Administração em Geral.
O desacato exige que a ofensa seja proferida na presença do funcionário
público, do contrário, ter-se-ia crime contra a honra de funcionário público.
Art. 331 - Desacatar funcionário público no exercício da função ou em razão
dela:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.

Banca: CESPE
Órgão: TJ-AC
Ano: 2012
Assunto: Crime contra o Patrimônio
Cargo: Técnico Judiciário
Com base na situação hipotética apresentada, julgue os itens subsequentes, relativos a
crimes contra o patrimônio.
Na madrugada do dia 20/8/2012, Francisco, escalou o muro que cercava determinada
residência e conseguiu entrar na casa, onde anunciou o assalto aos moradores. Francisco
ameaçou cortar a garganta das vítimas com um caco de vidro, caso elas gritassem por socorro
ou tentassem chamar a polícia. Ele então amarrou as vítimas, explodiu o cofre localizado no
andar de cima da casa e subtraiu as joias que encontrou. Essas joias foram vendidas a Paulo,
que desconhecia a origem do produto por ele adquirido.
288. O fato de Francisco ter escalado o muro da residência não qualifica o crime por ele
perpetrado.
Certo ( ) Errado ( )

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Gabarito: CERTO
Comentário: A escalada qualifica o crime de furto (CP, art. 155, §4º, II), mas
tal previsão não consta no crime de roubo (CP, art. 157), tipo penal que se amolda
à conduta descrita no enunciado.
Art. 155, § 4º - A pena é de reclusão de dois a oito anos, e multa, se o crime é
cometido:
I - com destruição ou rompimento de obstáculo à subtração da coisa;
II - com abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada ou destreza;

Banca: CESPE
Órgão: TJ-AC
Ano: 2012
Assunto: Crime contra o Patrimônio
Cargo: Técnico Judiciário
Com base na situação hipotética apresentada, julgue os itens subsequentes, relativos a
crimes contra o patrimônio.
Na madrugada do dia 20/8/2012, Francisco, escalou o muro que cercava determinada
residência e conseguiu entrar na casa, onde anunciou o assalto aos moradores. Francisco
ameaçou cortar a garganta das vítimas com um caco de vidro, caso elas gritassem por socorro
ou tentassem chamar a polícia. Ele então amarrou as vítimas, explodiu o cofre localizado no
andar de cima da casa e subtraiu as joias que encontrou. Essas joias foram vendidas a Paulo,
que desconhecia a origem do produto por ele adquirido.
289. Francisco praticou o crime de roubo.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: CERTO
Comentário: Considerando que no episódio descrito no enunciado Francisco
ameaçou cortar a garganta das vítimas caso estas tentassem chamar a polícia, restou
configurada a grave ameaça, elementar do crime de roubo (CP, art. 157).
Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave
ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à
impossibilidade de resistência:
Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.

Banca: CESPE
Órgão: TJ-AC
Ano: 2012
Assunto: Crime contra o Patrimônio
Cargo: Técnico Judiciário
Com base na situação hipotética apresentada, julgue os itens subsequentes, relativos a
crimes contra o patrimônio.
Na madrugada do dia 20/8/2012, Francisco, escalou o muro que cercava determinada
residência e conseguiu entrar na casa, onde anunciou o assalto aos moradores. Francisco
ameaçou cortar a garganta das vítimas com um caco de vidro, caso elas gritassem por socorro
ou tentassem chamar a polícia. Ele então amarrou as vítimas, explodiu o cofre localizado no
andar de cima da casa e subtraiu as joias que encontrou. Essas joias foram vendidas a Paulo,
que desconhecia a origem do produto por ele adquirido.
290. Ao adquirir as joias roubadas, Paulo praticou o crime de receptação.
Certo ( ) Errado ( )

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Gabarito: ERRADO
Comentário: O crime de receptação simples, prevista no art. 180, caput, do
Código Penal, exige que o agente saiba que o produto adquirido seja produto do
crime.
Desta forma, como Paulo não tinha conhecimento da origem do produto, falta
um elemento essencial do tipo penal, razão pela qual a conduta é atípica.
Art. 180 - Adquirir, receber, transportar, conduzir ou ocultar, em proveito
próprio ou alheio, coisa que sabe ser produto de crime, ou influir para que terceiro,
de boa-fé, a adquira, receba ou oculte:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.

Banca: CESPE
Órgão: TJ-AC
Ano: 2012
Assunto: Lei Penal no Espaço
Cargo: Técnico Judiciário
Com base na situação hipotética apresentada, julgue os itens seguintes, a respeito da
aplicação da lei penal no tempo e no espaço e dos crimes contra a vida
Na cidade de Rio Branco – AC, Caio, brasileiro, atirou em João , que, ferido, fugiu em seu veículo
para um país vizinho, onde morreu em decorrência dos ferimentos produzidos pelo projétil. O
pai de João, Mário, brasileiro, revoltado com a morte do filho, decidiu matar a família de Caio,
que morava em outro país. Mário, então, sabendo que a esposa de Caio e seu filho recém-nascido
estavam internados em uma maternidade, sufocou-os com um travesseiro. Ao encontrar seus
familiares mortos, Caio atirou em Mário, matando-o, e resolveu suicidar-se, tendo, para isso,
contado com a ajuda de uma enfermeira, que lhe administrou veneno.
291. Tanto o local onde Caio atirou em João quanto o local onde João morreu podem ser
considerados o lugar do crime praticado por Caio.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: CERTO
Comentário: Tendo em vista que o Código Penal brasileiro adotou a teoria da
ubiquidade para o lugar do crime, a assertiva apresentada está correta.
Art. 6º - Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou
omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o
resultado.

Banca: CESPE
Órgão: TJ-AC
Ano: 2012
Assunto: Lei Penal no Espaço
Cargo: Técnico Judiciário
Com base na situação hipotética apresentada, julgue os itens seguintes, a respeito da
aplicação da lei penal no tempo e no espaço e dos crimes contra a vida
Na cidade de Rio Branco – AC, Caio, brasileiro, atirou em João , que, ferido, fugiu em seu
veículo para um país vizinho, onde morreu em decorrência dos ferimentos produzidos pelo
projétil. O pai de João, Mário, brasileiro, revoltado com a morte do filho, decidiu matar a família
de Caio, que morava em outro país. Mário, então, sabendo que a esposa de Caio e seu filho
recém-nascido estavam internados em uma maternidade, sufocou-os com um travesseiro. Ao
encontrar seus familiares mortos, Caio atirou em Mário, matando-o, e resolveu suicidar-se,
tendo, para isso, contado com a ajuda de uma enfermeira, que lhe administrou veneno.

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292. Ainda que João tenha morrido posteriormente e em outro país, considera-se praticado o
crime no momento em que Caio atirou contra ele.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: CERTO
Comentário: Tendo em vista que o Código Penal brasileiro adotou a teoria da
atividade para o tempo do crime, a assertiva apresentada está correta.
Art. 4º - Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda
que outro seja o momento do resultado.

Banca: CESPE
Órgão: TJ-AC
Ano: 2012
Assunto: Lei Penal no Espaço
Cargo: Técnico Judiciário
Com base nas disposições constitucionais aplicáveis ao direito penal, julgue os itens a
seguir.
293. Dado o princípio da legalidade, o Poder Executivo não pode majorar as penas cominadas
aos crimes cometidos contra a administração pública por meio de decreto.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: CERTO
Comentário: O princípio da legalidade (CP, art. 1º) veda, expressamente, a
criação de tipos penais por outro meio que não seja lei em sentido estrito (formal e
material).
Dessa forma, não é possível a criação de tipos penais por meio de decreto que
não se adequa ao critério formal de lei (obediência ao procedimento legislativo
pertinente).

Banca: CESPE
Órgão: TRE-MS
Ano: 2013
Assunto: Princípios
Cargo: Analista Judiciário
No que diz respeito aos princípios aplicáveis ao direito penal, assinale a opção correta.
294. Para que ocorra o reconhecimento do princípio da insignificância, tem de haver conduta
típica, ou seja, ofensa grave a bens jurídicos tutelados, sendo suficientes lesões
irrelevantes aos bens ou interesses protegidos.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: ERRADO
Comentário: O princípio da insignificância tem como objetivo afastar a aplicação
do Direito Penal nas hipóteses em que, mesmo configurada a adequação formal da
conduta ao tipo penal, não houver, no caso concreto, relevância na lesão jurídica.
Por outro lado, o princípio da insignificância, que tem como pressupostos
objetivos: mínima ofensividade da conduta, inexistência de periculosidade social do
agente e inexpressividade da lesão provocada.
Por tais razões, a assertiva está errada.

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Banca: CESPE
Órgão: TRE-MS
Ano: 2013
Assunto: Princípios
Cargo: Analista Judiciário
No que diz respeito aos princípios aplicáveis ao direito penal, assinale a opção correta.
295. O princípio da legalidade ou princípio da reserva legal não se estende às consequências
jurídicas da infração penal, em especial aos efeitos da condenação, nem abarca as
medidas de segurança.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: ERRADO
Comentário: O princípio da legalidade (CP, art. 1º) veda, expressamente, a
criação de tipos penais e a cominação de penas por outro meio que não seja lei em
sentido estrito (formal e material).
Art. 1º - Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia
cominação legal.
Nesse sentido, a vedação trazida pelo princípio da legalidade não se limita,
apenas, à tipificação, mas, sobretudo, às consequências advindas da prática do
delito.

Banca: CESPE
Órgão: TRE-MS
Ano: 2013
Assunto: Princípios
Cargo: Analista Judiciário
No que diz respeito aos princípios aplicáveis ao direito penal, assinale a opção correta.
296. De acordo com o princípio da fragmentariedade, a lei penal só deverá intervir quando
for absolutamente necessário, para a sobrevivência da comunidade, como ultima ratio.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: ERRADO
Comentário: Na realidade, o enunciado descreve o princípio da subsidiariedade,
ou seja, que o Direito Penal só deve ser utilizado quando nenhum outro instrumento
do Estado se mostrou apto a coibir a conduta desviada.
Por outro lado, o princípio da fragmentariedade aduz que apenas alguns bens
jurídicos são penalmente tutelados, desta forma, não é toda e qualquer lesão jurídica
praticada que vai deflagrar a aplicação do Direito Penal.
Por fim, é importante frisar que tanto o princípio da subsidiariedade, quanto o
princípio da fragmentariedade, decorrem do princípio da intervenção mínima.

Banca: CESPE
Órgão: TCE-ES
Ano: 2012
Assunto: Crimes contra a Administração Pública
Cargo: Auditor de Controle Externo
Com base na lei que trata dos crimes de lavagem de dinheiro e no
que dispõe o CP acerca dos crimes contra a administração pública
e contra a fé pública, julgue os itens subsequentes.

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297. Para a caracterização do crime de condescendência criminosa, é necessário haver


relação de hierarquia entre o agente que cometa a infração no exercício do cargo,
emprego ou função e a autoridade competente para aplicar-lhe a sanção administrativa.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: ERRADO
Comentário: A conduta descrita no enunciado se amolda ao tipo penal do art.
320 do Código Penal (condescendência criminosa).
Há duas hipóteses para tipificação: 1) quando o superior hierárquico deixa de
punir o subordinado; 2) quando o funcionário público, de menos nível hierárquico,
deixa de comunicar o fato delituoso ao responsável.
Art. 320 - Deixar o funcionário, por indulgência, de responsabilizar subordinado
que cometeu infração no exercício do cargo ou, quando lhe falte competência, não
levar o fato ao conhecimento da autoridade competente:
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.
Dessa forma, o agente não precisa ser, necessariamente, o superior
hierárquico, podendo ser alguém que, não tendo a competência de punir o agente
público, precisa levar ao conhecimento da autoridade responsável os fatos.

Banca: CESPE
Órgão: PC-AL
Ano: 2012
Assunto: Crime contra o Patrimônio
Cargo: Escrivão
No que concerne a concurso de crimes, crimes contra o patrimônio
e crimes contra a dignidade sexual, julgue os itens a seguir.
298. Se o agente é primário e a coisa furtada é de pequeno valor, há furto privilegiado, caso
em que o juiz pode substituir a pena de reclusão pela de detenção, diminuir a pena de um
a dois terços ou aplicar somente a pena de multa.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: CERTO
Comentário: A assertiva traz a literalidade do art. 155, §2º, do Código Penal.
Art. 155, § 2º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a coisa furtada,
o juiz pode substituir a pena de reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a dois
terços, ou aplicar somente a pena de multa.

Banca: CESPE
Órgão: PC-AL
Ano: 2012
Assunto: Lei Penal no Tempo
Cargo: Escrivão
No que concerne aos princípios, direitos e garantias fundamentais,
estabelecidos na Constituição Federal de 1988 (CF), julgue os itens
a seguir.
299. A lei penal pode retroagir para beneficiar ou prejudicar o réu.
Certo ( ) Errado ( )

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Gabarito: ERRADO
Comentário: Ao contrário do afirmado, apenas a lei penal benéfica tem efeito
retroativo.
Art. 2º, Parágrafo único - A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o
agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória
transitada em julgado.
CUIDADO: A lei penal gravosa não tem efeito extra-ativo (retroativo ou ultra-
ativo).

Banca: CESPE
Órgão: PC-AL
Ano: 2012
Assunto: Lei Penal no Tempo
Cargo: Agente
Com relação aos crimes contra a Administração Pública, julgue o
item subsequente.
300. O particular pode ser sujeito ativo do crime de peculato, se agir em concurso de agentes
com servidor público, no caso de o particular estar ciente dessa condição do comparsa.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: CERTO
Comentário: Art. 30 - Não se comunicam as circunstâncias e as condições de
caráter pessoal, salvo quando elementares do crime.
Nesse sentido, como os crimes funcionais exigem a circunstância pessoal
“funcionário público” e que tal é uma elementar do tipo, em regra, a condição se
comunica ao particular, desde que ele tenha conhecimento da condição de
funcionário público do coautor.
Diante disso, a questão está certa ao afirmar que o particular pode responder
pelo crime de peculato (CP, art. 312).

MUDE SUA VIDA!


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