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SOLDADO
RECURSO REFERENTE À QUESTÃO Nº 3 DA PROVA DE NOÇÕES DE DIREITO
CONSTITUCIONAL PREVISTA NA PROVA OBJETIVA DO CONCURSO EDITAL Nº
002/CGCP/2023 – CFP.

SUMARIAMENTE destaca-se que a ilustríssima banca examinadora apresentou como


CORRETA, uma alternativa ERRADA, sendo que não há gabarito possível para a questão.

Nesse sentido, venho respeitosamente, por meio deste recurso, amparado na


Constituição Federal, solicitar ANULAÇÃO da questão nº 3 da prova de NOÇÕES DE
DIREITO CONSTITUCIONAL, pelos fatos e fundamentos a seguir aduzidos:

ARGUMENTAÇÃO

Conforme extraído da prova disponibilizada pela banca, a questão nº 30 apresenta o


seguinte teor:

Questão 3 - No que se refere aos direitos e deveres individuais e coletivos, julgue os itens que
se seguem.

I - Um integrante de uma associação poderá, por decisão da maioria de seus membros reunidos
em assembleia, ficar proibido de desligar-se do quadro de sócios.
II - O direito de propriedade não tem natureza de direito absoluto.
III - Não é permitido ingressar na casa de alguém no período noturno, ainda que com mandado
judicial.
IV - Em casos de urgência e de perigo à ordem pública, a polícia poderá realizar interceptação
telefônica desde previamente peça e obtenha, em até 48 horas, autorização do Ministério
Público e do Poder Judiciário.

Estão certos apenas os itens:

A) I e II.
B) I e IV.
C) II e III.
D) I, III e IV.
E) II, III e IV

A alternativa dada como correta neste caso é a “C”. Porém a afirmação do item 3 está incorreta.

A afirmação “Não é permitido ingressar na casa de alguém no período noturno, ainda que com
mandado judicial.”, é falsa. De acordo com a Constituição Federal Brasileira, o direito à
inviolabilidade do domicílio é assegurado no Artigo 5º, inciso XI. No entanto, o ingresso na casa
de alguém no período noturno é permitido em alguns casos descritos na própria constituição:
com autorização do morador; em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro.
A restrição de acesso noturno somente se aplica no caso de ordem judicial. Porém a questão dá
a entender que em nenhum caso o ingresso em período noturno é possível, nem com mandado
judicial, o que torna a alternativa incorreta.

Sendo considerado item III incorreto, como é, não há alternativa correta possível de ser
assinalada, pois somente o item II está correto, o que torna a questão NULA
Ante o exposto, requer e aguarda deferimento do pedido de ANULAÇÃO da referida questão.
RECURSO SOLDADO PMSC

DIREITO PENAL

Questão 10:

Admite-se punição para a forma tentada de

A) contravenção penal.
B) crime habitual.
C) crime culposo.
D) crime praticado com dolo eventual.
E) crime omissivo próprio.

Gabarito preliminar: D

Fundamentação:

A alternativa C, foi considerada incorreta pela banca, entretanto, existe a possibilidade de


tentativa em crime culposo, no caso da chamada culpa imprópria, na qual o agente quer o
resultado, estando sua vontade viciada por erro que poderia evitar, observando o cuidado
necessário. É possível visualizar o presente erro, por exemplo, em uma descriminante putativa.

Rodrigues descreve o conceito de culpa imprópria:


A chamada culpa imprópria na verdade não é espécie de culpa, mas apenas uma classificação
doutrinária para certas hipóteses anômalas, oriundas de um erro de tipo permissivo evitável
(Art. 20 par. 1º CP), nas chamadas descriminantes putativas fáticas, em que uma conduta
originariamente dolosa será punida “impropriamente” a título de culpa devido ao erro.
(RODRIGUES, Cristiano. Manual de Direito Penal. São Paulo: Foco, 2019. p. 193).

O professor Francisco Dirceu Barros descreve que:


“Existem crimes no Código Penal que não admitem tentativa.
a) Os crimes culposos (exceto a culpa imprópria que admite tentativa) (BARROS, Francisco
Dirceu. Tratado Doutrinário de Direito Penal. São Paulo: JHMizuno, 2018. p. 233).

A banca CEBRASPE também possui o entendimento de que é possível a tentativa na culpa


imprópria. Em 2015 a banca CESPE/CEBRASPE aplicou a questão dissertativa abaixo para o
cargo de Analista Judiciário, para o Tribunal de Justiça do Distrito Federal:

Toda conduta dolosa ou culposa pressupõe uma finalidade. A diferença entre elas reside no
fato de que, em se tratando de conduta dolosa, como regra, existe uma finalidade ilícita, ao
passo que, tratando-se de conduta culposa, a finalidade é quase sempre lícita. Nesse caso, os
meios escolhidos e empregados pelo agente para atingir a finalidade lícita é que são
inadequados ou mal utilizados (Rogério Greco. Curso de direito penal – parte geral. p. 196
(com adaptações)

Considerando que o fragmento de texto acima tem caráter unicamente motivador, redija um
texto dissertativo acerca dos crimes culposos. Seu texto deve conter, necessariamente,

< os elementos do crime culposo e a descrição de pelo menos dois desses elementos; [valor:
12,00 pontos]
< os conceitos de culpa inconsciente, culpa consciente e dolo eventual e suas diferenças;
[valor: 12,00 pontos]
< os conceitos de culpa imprópria e tentativa. [valor: 14,00 pontos]

Como gabarito da questão, a banca utilizou o seguinte padrão de questão:

Culpa imprópria e tentativa

A culpa imprópria se verifica quando o sujeito prevê e deseja o resultado, mas atua em erro
vencível (arts. 20, §1°, 2° parte, e 23, parágrafo único, do CP). Esse tipo de culpa ocorre na
hipótese de uma descriminante putativa em que o agente, em virtude de erro evitável pelas
circunstâncias, dá causa dolosamente a um resultado, mas responde como se tivesse praticado
um crime culposo. Por exemplo, o agente está em casa, à noite, e ouve um barulho; assustado,
supõe que o barulho tenha sido ocasionado por um ladrão e dispara contra o vulto. Após o
disparo, constata que o disparo, que não resultou em morte, foi efetuado contra um guarda
noturno. Nessas situações, o agente, que atuou com dolo, responde por tentativa de crime
culposo; no entanto, devido a questões de política criminal, ele é punido a título de culpa.
Nesse caso, o juiz deverá aplicar a pena do crime culposo diminuída de 1/3 a 2/3, de acordo
com o que dispõe o art. 20, § 1.º, segunda parte, CP.
“Art. 20. O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, mas permite
a punição por crime culposo, se previsto em lei. Descriminante putativas § 1.º É isento de pena
quem, por erro plenamente justificado pelas circunstâncias, supõe situação de fato que, se
existisse, tornaria a ação legítima. Não há isenção de pena quando o erro deriva de culpa e o
fato é punível como crime culposo.”
O art. 14, inciso II, do CP conceitua que ocorre a tentativa quando, iniciada a execução, não se
consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente.
Assim, verifica-se que, em regra, os crimes culposos não admitem tentativa. Entretanto, é
possível admiti-la na culpa imprópria.
Referência Rogério Greco. Curso de Direito Penal – parte geral. p.195-210.
(Grifo nosso)

Neste sentido, a alternativa “C” também deve ser considerada correta, havendo a
possibilidade de modalidade tentada no crime culposo, conforme a própria banca Cebraspe
demonstrou entendimento.

Ante o exposto, requer o deferimento do pedido para considerar as alternativas C e D como


gabaritos da referida questão.
Questão 13:

Caso um indivíduo seja preso em flagrante pela prática de furto a uma residência, ele será isento
de pena se tiver cometido o crime em prejuízo de

A) sua namorada, desde que coabite com ela.


B) sua mãe, desde que ela tenha sessenta anos ou mais de idade.
C) seu irmão, desde que coabite com ele.
D) seu filho, desde que coabite com ele.
E) seu cônjuge, na constância da sociedade conjugal

Gabarito preliminar: E

Fundamentação:

A alternativa E foi considerada correta nesta questão, porém, não é possível considerar esta a
assertiva correta sem saber a idade do cônjuge.

O artigo 181, do Código Penal descreve que:

Art. 181 - É isento de pena quem comete qualquer dos crimes previstos neste título, em
prejuízo:
I - do cônjuge, na constância da sociedade conjugal;

Neste sentido, o artigo 181, do CP, trata das escusas absolutórios, que são exceções aplicadas
aos crimes contra o patrimônio, pois a regra é que, ao praticar um crime contra o patrimônio,
o agente não será isento de pena.
Entretanto, para aplicar a exceção supracita é obrigatório analisar o artigo 183, do Código
Penal, em conjunto:

Art. 183 - Não se aplica o disposto nos dois artigos anteriores:


I - se o crime é de roubo ou de extorsão, ou, em geral, quando haja emprego de grave ameaça
ou violência à pessoa;
II - ao estranho que participa do crime.
III – se o crime é praticado contra pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos.

Nos casos supracitados, o artigo 181 não deverá ser aplicado.

Neste sentido, ao fazer a análise da questão, seria correto afirmar que: Caso um indivíduo seja
preso em flagrante pela prática de furto a uma residência, ele será isento de pena se tiver
cometido o crime em prejuízo de seu cônjuge, na constância da sociedade conjugal, desde que
o cônjuge não tenha 60 (sessenta) anos de idade.
Caso o cônjuge tenha idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos, o autor do furto não será
isento de pena, conforme descreve o artigo 183, III, do Código Penal.

A banca CEBRASPE possui o entendimento de que, para que ocorra a isenção de pena, é
necessário que o cônjuge, ascendente ou descendente não tenha completado 60 (sessenta)
anos de idade. Em 2013 a banca CESPE/CEBRASPE aplicou a seguinte questão para o cargo de
Delegado de Polícia, para a Polícia Civil da Paraíba:

Acerca da parte geral do direito penal e seus Institutos, julgue o item seguinte. Considere que
Marcos, penalmente imputável, subtraia de seu genitor de sessenta e oito anos de idade, um
relógio de alto valor. Nessa situação, o autor não pode beneficiar-se da escusa penal
absolutória, em razão da idade da vítima.

A banca considerou o gabarito como CERTO, o que demonstra que o autor de um crime contra
o patrimônio não pode se beneficiar a escusa penal absolutória quando possuir idade igual ou
superior a 60 (sessenta) anos.

Ante o exposto, por não haver alternativa correta, requer o deferimento do pedido para anular
a questão número 13 (treze).
RECURSO REFERENTE À QUESTÃO Nº 30 DA PROVA DE LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL PREVISTA NA
PROVA OBJETIVA DO CONCURSO EDITAL Nº 002/CGCP/2023 – CFP.

SUMARIAMENTE destaca-se que a ilustríssima banca examinadora utilizou norma REVOGADA para
indicar o gabarito preliminar da questão nº 30 da prova de legislação institucional.

Nesse sentido, venho respeitosamente, por meio deste recurso, aparado na Constituição Federal e
no Edital nº 002/CGCP/2023, itens 7.12.2 e 7.12.3, solicitar revisão da questão nº 30 da prova de
legislação institucional, pelos fatos e fundamentos a seguir aduzidos:

Conforme extraído da prova disponibilizada pela banca, a questão nº 30 apresenta o seguinte teor:

30) Considerando as disposições do Decreto n.º 19.236/1983 a respeito da


promoção de oficiais da PMSC, assinale a opção correta.

a) Os oficiais estagiários que não satisfizerem às condições para sua


efetivação no primeiro posto serão exonerados por ato do comandante-
geral da corporação, mediante proposta do comandante do estagiário.
b) Os oficiais habilitados ao acesso por antiguidade serão organizados em
ordem crescente de antiguidade e submetidos à aprovação do comandante-
geral da corporação.
c) O oficial que tenha sido punido com prisão, no posto atual, por
transgressão atentatória à dignidade e ao pundonor policial militar será
excluído do quadro de acesso por merecimento já organizado ou dele não
poderá constar.
d) Em relação ao número de vagas para o posto de segundo-tenente da
PMSC, será efetuada uma única promoção por antiguidade e uma única por
merecimento.
e) Considera-se como posto inicial para o ingresso na carreira de oficial da
PMSC, no quadro de oficiais policiais militares, o de aspirante a oficial, por
promoção do aluno a oficial.

A resposta correta indicada no gabarito provisório publicado pela banca é a alternativa (C): “O oficial
que tenha sido punido com prisão, no posto atual, por transgressão atentatória à dignidade e ao
pundonor policial militar será excluído do quadro de acesso por merecimento já organizado ou dele
não poderá constar”.

Ocorre que tal previsão foi REVOGADA do Decreto nº 19236/1983 pelo Decreto nº 801, de 12 de
abril de 1996. Ademais, o referido diploma exigido no concurso já sofreu inúmeras alterações desde
o início de sua vigência, entretanto, notadamente, a banca utilizou para a confecção da questão a
sua primeira edição desatualizada.

Mister destacar que a questão, embora confeccionada à luz de norma que sofreu alterações,
apresenta gabarito compatível, não obstante na alternativa (D): “Em relação ao número de vagas
para o posto de segundo-tenente da PMSC, será efetuada uma única promoção por antiguidade e

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uma única por merecimento”. Tal previsão foi incluída no Decreto nº 19236/1983 pelo Decreto nº
216, de 13 de julho de 1995, conforme descrito nos fundamentos abaixo.

FUNDAMENTAÇÃO:

Nos termos do Decreto nº 801, de 12 de abril de 1996, a nova redação para o Decreto nº 19236/83
NÃO estabelece a exclusão do Oficial PM do quadro de acesso por merecimento quando punido
com prisão, no posto atual, por transgressão considerada como atentatória à dignidade e ao
pundonor policial militar. Ademais, tal medida foi necessária, ao seu tempo, devido a
incompatibilidade com a Lei nº 6215/83, lei esta originária e definidora do direito e/ou limitação do
direito de figurar em quadro de acesso para promoções. A incompatibilidade pairava na
impossibilidade do Decreto nº 19236/83 criar obrigações/deveres não contempladas na Lei.

Vejamos o teor da regulamentação trazida pelo Decreto nº 801/96:

Art. 1º Os arts. 34 e 35 do Decreto n.° 19.236, de 14 de março de 1983,


passam a vigorar com a seguinte redação:
“Art. 34. Será excluído do Quadro de Acesso por Merecimento já organizado
ou dele não poderá constar o Oficial PM que incidir em qualquer uma das
circunstâncias previstas nos arts. 29 e 30 da Lei n.º 6.215, de 10 de
fevereiro de 1983.
Art. 35. Será excluído do Quadro de Acesso por Antigüidade já organizado
ou dele não poderá constar o Oficial PM que incidir em qualquer uma das
circunstâncias previstas no art. 29 da Lei n.º 6.215, de 10 de fevereiro de
1983.” (Grifado)

A lei nº 6.215/83, diploma também exigido no edital do certame, prevê nos supracitados artigos
que:

Art. 29. O Oficial não poderá constar de qualquer Quadro de Acesso,


quando:

I – deixar de satisfazer as condições exigidas no inciso I do artigo 14;


II – for condenado, enquanto durar o cumprimento da pena principal,
excluído o período excedente de suspensão condicional, se concedida esta;
(Redação dada pela LC 130, de 1994)
III – for preso preventivamente, ou em flagrante delito, enquanto a prisão
não for revogada;
IV – (Revogado pela LC 130, de 1994);
V – (Revogado pela LC 130, de 1994);
VI – for condenado, enquanto durar o cumprimento da pena inclusive no
caso de suspensão condicional da pena, não se computado o tempo
acrescido á pena original para fins de sua suspensão condicional;
VII – for licenciado para tratar de interesse particular;
VIII – for condenado á pena de suspensão do exercício do posto, cargo ou
função, previsto no Código Penal Militar, durante o prazo de sua suspensão;

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IX – for considerado desaparecido;
X – for considerado extraviado;
XI – for considerado deserto;
XII – (Revogado pela LC 130, de 1994);
XIII- (Revogado pela LC 130, de 1994).

Portanto, verifica-se que não há qualquer previsão de exclusão do Quadro de Acesso à promoção
em razão do Oficial PM ter sido punido por transgressão disciplinar.

Cabe destacar que a prisão por transgressão disciplinar atentatória à dignidade e ao pundonor
policial militar repercute na análise de conceito moral, resultando em pontuação negativa ao Oficial
PM, entretanto NÃO IMPEDIRÁ O SEU INGRESSO NO QUADRO DE ACESSO. (Art. 3º, Decreto nº
801/96)

Em outro viés, pode-se vislumbrar entre as alterativas propostas na questão nº 30 de legislação


institucional aquela que está em consonância com o Decreto nº 19236/86, motivo pelo qual deve
ser considerada para o gabarito definitivo. Conforme já exposto nos fatos, a alternativa (D) - “Em
relação ao número de vagas para o posto de segundo-tenente da PMSC, será efetuada uma única
promoção por antiguidade e uma única por merecimento” - representa a relação vaga/forma de
promoção descritas no regulamento, não obstante tal previsão foi incluída no Decreto nº 19236/86
através do Decreto nº 216/95, a saber:

Art. 1° Os incisos I, II e III do § 1° do art. 2°, o art. 4°, mantido o parágrafo


único, os §§ 1° e 2° do art. 6°, o inciso I do art. 20, o art. 21 e seus §§ 1° e 3°,
o § 3° do art. 22, o art. 25 e seu § 6°, o art. 31, o inciso III do art. 38, o art. 40
e o § 3° do art. 44, do Decreto n° 19.236, de 14 de março de 1983, alterado
pelos Decretos n° 21.758, de 24 de abril de 1984, e n° 31.729, de 12 de março
de 1987, passam a vigorar com a seguinte redação:

Art. 40. As promoções por antiguidade e merecimento serão efetuadas nas


seguintes proporções em relação ao número de vagas:

I- para o posto de 2º Tenente PM, 01 (uma) por antiguidade e 01 (uma) por


merecimento;
II - para o posto de l° Tenente PM, 01 (uma) por antiguidade e 02 (duas) por
merecimento;
III - para o posto de Capitão PM, 01 (uma) por antiguidade e 03 (três) por
merecimento;
IV - para os postos de Major PM, Tenente Coronel PM e Coronel PM, todas
por merecimento. (Grifado)

Portanto, torna-se visível que a alternativa indicada no gabarito preliminar para a questão nº 30 da
prova de legislação institucional não está de acordo com o enunciado no Decreto 19236/83 e suas
atualizações.

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Por fim, cumpre destacar que o erro de gabarito ora elucidado poderá também ser discutido no
âmbito do Poder Judiciário, haja vista as jurisprudências do Supremo Tribunal Federal e Superior
Tribunal de Justiça que entendem ser possível a revisão de questão de concurso público quando
houver a ocorrência de ilegalidade ou erro grosseiro na publicação de gabarito.

Ante o exposto, REQUER:

I. A Alteração do gabarito preliminar da questão nº 30 da prova de legislação institucional, para que


seja considerada como alternativa correta a letra “D”;

Ou A Anulação da questão por tratar de norma revogada;

II. Na negativa de revisão, que a banca indique os pressupostos de fato e de direito que
determinaram o indeferimento de modo a subsidiar possível ação judicial.

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Recurso de Língua Portuguesa
Prova Soldado PMSC – 2023 – Banca Cebraspe

Questão 39
Assinale a opção em que a proposta de reescrita do último período do texto 1A5-II preserva os seus sentidos
e correção gramatical.

A) Isso nos coloca no jogo de criatividade e pensamento crítico.


B) Isso nos coloca em situação duvidosa no que se refere à criatividade e ao pensamento crítico.
C) Isso nos coloca em dúvida a cerca da criatividade e do pensamento crítico.
D) O que nos coloca em perigo no que concerne a criatividade e do pensamento crítico.
E) Fato que nos ameaça no tocante a criatividade e o pensamento crítico.

Gabarito Preliminar
B) Isso nos coloca em situação duvidosa no que se refere à criatividade e ao pensamento crítico.

Fundamentação
Na questão 39, é exigido do candidato que ele aponte a alternativa que contenha uma proposta de reescrita
para o último período do texto 1A5-II, o qual é: “Isso nos coloca em xeque em relação à criatividade e ao
pensamento crítico”. Preliminarmente a banca considerou que a reescrita que não modifica seu sentido e a
correção gramatical é a frase “Isso nos coloca em situação duvidosa no que se refere à criatividade e ao
pensamento crítico”. Entretanto, tal reescrita apontada como correta pela banca, apesar de não haver
problemas gramaticais, apresenta uma extrapolação se sentido, modificando, assim, o sentido original do
texto. Para isso, vejamos o significado da palavra “xeque” no Dicionário Unesp do Português Contemporâneo,
da Editora Piá, organizado por Francisco Borba, na página 1448:

Xeque xe-que Sm 1 lance do jogo de xadrez em que se faz recuar o rei ou a rainha: Eu precisava impedir o xeque
pelo cavalo, sem modificar a posição do rei branco. 2 Risco; perigo: Alguns ainda tentavam evitar os xeques
dos valores capitalistas. Em Xeque: em situação de perigo; em perigo: A colaboração técnica entre as
empresas ficou em xeque. Uma trama bem urdida punha minha situação em xeque. (BORBA, 2011, p. 1448).

A partir do verbete apresentado por Borba, Dicionário Unesp do Português Contemporâneo, percebe-se que
a expressão “em xeque” significa “situação de perigo, em perigo”. Dessa forma, traduzir a expressão “em
xeque” como “em situação duvidosa” extrapola os sentidos originais, visto que a condição de dúvida é de
não saber o que fazer, enquanto a situação de perigo corresponde a uma ameaça ou risco de dano, conforme
se traduzem pelos verbetes a seguir, extraídos ambos do Dicionário Unesp do Português Contemporâneo, da
Editora Piá, organizado por Francisco Borba:

Perigo pe-ri-go Sm 1 Situação que constitui uma ameaça; situação em que há risco de dano: Eu me senti meio
perdido, quase em perigo 2 Aquilo que pode causar mal; ameaça: Haveria perigo no uso daquele
medicamento. 3 Situação que inspira cuidado, gravidade: Era um momento de perigo.

Duvidoso du-vi-do-so Adj 1 Incerto: Acredite, o futuro é duvidoso e distante. 2 De resultado incerto ou discutível:
Nico entrou em negócio duvidoso, receio que se dê mal. 3 Discutível: O resultado do medicamento é ainda
duvidoso. Antônimo: certo. (BORBA, 2011, p. 458).

Percebe-se a partir do verbete de “duvidoso” que não há nenhuma que signifique “ameaça ou perigo”.
Portanto, a expressão “em xeque” e “em situação de dúvida” não se correspondem semanticamente,
havendo uma diferença de significado entre elas: a primeira indica situação de ameaça/risco; enquanto a

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segunda aponta para uma situação incerta.

Portanto a alternativa apresentada pela banca não há possibilidade de ser a sentença correta. Frente a isso,
solicita-se ao examinador que faça a anulação da questão, visto a não existência de alternativa correta,
conforme se justifica a seguir:

A) Isso nos coloca no jogo de criatividade e pensamento crítico.


Errada, apesar de não haver desvio gramatical nessa alternativa, há mudança de sentido original, isso ocorre
porque a expressão “em xeque” não pode ser traduzida como “no jogo”.

B) Isso nos coloca em situação duvidosa no que se refere à criatividade e ao pensamento crítico.
Errada, embora não existam erros gramaticais nessa alternativa, em razão dos motivos já apresentados
anteriormente, em que a expressão “em xeque” é semanticamente diferente da expressão “em situação
duvidosa”, há na proposta de reescrita a modificação do sentido original do texto.

C) Isso nos coloca em dúvida a cerca da criatividade e do pensamento crítico.


Errada, em razão de um desvio gramatical, em que a forma correta é “acerca”, tudo junto, bem como uma
mudança de sentido original do texto, visto que a expressão “em xeque” não corresponde a ideia de “em
dúvida”.

D) O que nos coloca em perigo no que concerne a criatividade e do pensamento crítico.


Errada, o aposto resumidor “o que” não pode iniciar período, há a falta do acento indicativo de crase em “à
criatividade” e o paralelismo linguístico não preservado na construção “do pensamento crítico”.

E) Fato que nos ameaça no tocante a criatividade e o pensamento crítico.


Errada, pois a locução prepositiva “no tocante a” exigiria o acento indicativo de crase para a expressão “à
criatividade”, bem como exigiria o paralelismo linguístico em “ao pensamento crítico”.

Frente ao exposto, solicita-se à banca a anulação da questão por não haver alternativa correta.

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RECURSO PROVA PMSC – CEBRASPE
QUESTÃO 46: Acerca do Windows 10, assinale a opção correta.
A) Os ícones da Área de Trabalho são dispostos de acordo com a instalação do
Windows 10, não sendo possível alterar tal disposição.
B) A Cortana, assistente inteligente do Windows 10, responde a perguntas
relacionadas ao Windows em qualquer idioma.
C) No Windows 10, é denominada Central de Configurações a opção que permite
explorar, alterar e renomear arquivos.
D) No Windows 10, um item que for copiado ficará armazenado na Área de
Trabalho.
E) O Windows 10 é um sistema operacional da Microsoft utilizável em desktops,
laptops, aparelhos de video game e dispositivos móveis como tablets.

GABARITO OFICIAL CEBRASPE: E

Solicito anulação da questão 47, pois a alternativa dada como certa pela banca
não atende ao enunciado, nem qualquer outra. Segundo a Microsoft, o sistema
operacional Windows 10 não é utilizado por nenhum vídeo game da empresa,
nem mesmo pelo Xbox One.

A imagem abaixo, ilustra a resposta do Suporte da Microsoft quanto à dúvida de


o Windows 10 ser o sistema operacional ou não no Xbox:

Sendo assim, com base nos argumentos comprobatórios acima e considerando


que as demais alternativas da questão também estão ERRADAS, solicito a
ANULAÇÃO da questão 46.
RECURSO PROVA PMSC – CEBRASPE
QUESTÃO 47: Assinale a opção em que é apresentada uma ferramenta de
pesquisa na Internet.
a) Explorador de Arquivos do Windows
b) LibreOffice Math
c) ChatGPT
d) LibreOffice Draw
e) Hiperlink

GABARITO OFICIAL CEBRASPE: C

Solicito anulação da questão 47, pois a alternativa dada como certa pela banca
não atende ao enunciado, nem qualquer outra. Segundo o próprio ChatGPT (mais
abaixo ilustro comprovação) ele NÃO é uma ferramenta de pesquisa na Internet,
mas apenas uma solução de Inteligência Artificial.

O link a seguir direciona para o próprio ChatGPT, onde pode-se comprovar a


defesa de que o mesmo NÃO É UMA FERRAMENTA DE PESQUISA NA INTERNET.

LINK para o ChatGPT: https://chat.openai.com/share/2452c49f-e13a-45c9-96da-


25981bdd31c9

Se a própria ferramenta diz que NÃO é um mecanismo de pesquisa na Internet,


então a banca não pode usar essa afirmação como verdade.
Sendo assim, com base nos argumentos acima e considerando que as demais
alternativas não se enquadram também como ferramentas de pesquisa na
Internet, solicito a ANULAÇÃO da questão 47.
RECURSO – QUESTÃO 57
De 100 candidatos a determinada prova, 65 disseram sentir-se preparados e 80 disseram
ter estudado. Nessa situação hipotética, o menor número possível de candidatos que não
disseram sentir-se preparados ou ter estudado é:
A) 15
B) 20
C) 35
D) 45
E) 65
Gabarito provisório da banca: C

Fundamentação
Segundo o gabarito provisório, a alternativa segundo a qual o valor mínimo é 35 foi
considerada correta. No entanto, vamos mostrar que uma expressão do enunciado admite
dupla interpretação, que leva a resultados completamente diferentes.

O enunciado fala do número de elementos de dois conjuntos: os candidatos que disseram


sentir-se preparados (P) e os candidatos que disseram ter estudado (E). A expressão
ambígua que vamos discutir é “não disseram sentir-se preparados ou ter estudado”.

Inicialmente, em uma tradução literal, podemos entender a expressão acima como “não
disseram sentir-se preparados ou não disseram ter estudado”. Simbolicamente, esta
maneira de interpretar pode ser representada por ~P  ~E.

De fato, com esta interpretação literal, o número mínimo de candidatos é 35, valor este que
corresponde ao gabarito provisório. Mas nosso ponto é que esta não é a única forma de
interpretar, como argumentaremos a partir de agora.

Sabemos que o conectivo OU, no Raciocínio Lógico, traz uma ideia de opção. Nesse
sentido, para que uma proposição com este conectivo seja verdadeira, basta que tenhamos
pelo menos uma das afirmações verdadeira.

Esta mesma ideia reflete-se em situações práticas do dia a dia. Por exemplo, quando um
candidato precisa apresentar “identidade OU carteira de habilitação” para fazer uma prova,
basta que este traga pelo menos um desses documentos.
E nessa situação hipotética, teríamos dois grupos bem definidos:

 O grupo dos candidatos que apresentaram identidade ou carteira de habilitação, ou


seja, apresentaram pelo menos um desses documentos, e portanto estão
autorizados a fazer a prova.
 O grupo dos candidatos que não apresentaram identidade ou carteira de habilitação,
ou seja, que não apresentaram pelo menos um desses documentos, e portanto não
estão autorizados a fazer a prova (pois não trouxeram nenhum desses documentos).

Nosso ponto é que a situação da questão em análise é completamente análoga a esse


exemplo. No enunciado, temos o conjunto dos candidatos que disseram sentir-se
preparados, e o conjuntos dos candidatos que disseram ter estudado. E da mesma forma
que fizemos anteriormente, podemos particionar os candidatos em dois grupos:

 O grupo dos candidatos que disseram sentir-se preparados ou ter estudado, ou


seja, disseram pelo menos uma dessas coisas, sinalizados no diagrama a seguir:

 O grupo dos candidatos que não disseram sentir-se preparados ou ter estudado, ou
seja, não disseram pelo menos uma dessas coisas (e portanto não disseram nenhuma
delas), sinalizados no diagrama:
Veja que este último grupo corresponde à expressão do enunciado, e a maneira de
interpretá-la que expomos é totalmente viável, de acordo com as regras dos conectivos em
Raciocínio Lógico. Simbolicamente, estamos pensando na expressão como ~(P  E).

Acrescentamos também que essa segunda maneira de interpretar nos dá um resultado


numérico completamente diferente. Ora, a pergunta é o número mínimo dessa região, e
é possível organizar os dados do enunciado de forma que a região fora dos conjuntos P e
E tenha zero elementos:

Dessa forma, interpretando a expressão do enunciado como “não disseram pelo menos
uma dessas coisas”, o número mínimo de pessoas é zero, que nem mesmo está entre
as possíveis alternativas.

Mais uma vez, ressaltamos que esta interpretação é totalmente razoável, segundo as
regras dos conectivos do Raciocínio Lógico, e não pode simplesmente ser desconsiderada
pela banca.

Temos, então, uma situação em que há mais de uma resposta possível para o comando do
enunciado e, portanto, a questão deve ser anulada.
Recurso de Redação
Prova Soldado PMSC – 2023 – Banca Cebraspe

Tópico solicitado para dissertação

2 – Dimensão da democracia como valor constitucional da organização da sociedade brasileira, com um


exemplo concreto de sua relação com a segurança pública

Padrão-resposta Cebraspe

Além disso, é esperado que o(a) candidato(a) apresente uma definição básica de democracia e justifique a
sua importância para a garantia da ordem pública e do direito à segurança pública. Nesse ponto, também
deverá apresentar ao menos um exemplo plausível, pertinente e coerente que evidencie a correlação
concreta entre segurança pública e democracia no Brasil.

Argumentação

O tópico 2 para dissertação – Dimensão da democracia como valor constitucional da organização da


sociedade brasileira, com um exemplo concreto de sua relação com a segurança pública –, segundo o padrão-
resposta divulgado pela banca, exige que o candidato escreve três coisas para poder pontuar, a saber: 1) uma
definição básica de democracia; 2) a importância da democracia para garantir a ordem pública e o direito à
segurança; 3) por fim, um exemplo concreto da relação entre segurança pública e democracia. Entretanto,
tal comando para dissertação e padrão-resposta foge ao que é posto no edital para a prova discursiva.

Frente a isso, vejamos o que aponta o edital no item 17.2 CONHECIMENTOS:

17.2 CONHECIMENTOS
ORDEM PÚBLICA (APENAS PARA A PROVA DISCURSIVA): 1 Sistema de justiça criminal. 2 Políticas públicas de
ordem pública e cidadania. 3. Ordem Pública na Constituição Federal de 1988. 3.1 Competências das Polícias
Militares. 3.2. Polícia Militar como força auxiliar e reserva do Exército. 3.3. Polícia Militar organizada com
base na hierarquia e disciplina.

Observa-se que, a partir dos conhecimentos solicitados para a prova discursiva, o item 3 – “Ordem Pública
na Constituição Federal de 1988” – até se relaciona indiretamente com a temática democracia. No entanto,
é válido ressaltar que o item 3 do edital – “Ordem Pública na Constituição Federal de 1988” – faz
desdobramentos, no mesmo edital, direcionando o estudo do candidato sobre essa temática, os quais são
sinalizados pelos itens 3.1, 3.2 e 3.3, e nenhum desses itens solicita que o candidato estude e conceitue
democracia. Por essa razão, solicitar do candidato que apresente em sua resposta o conceito de democracia
é extrapolativo, ainda que seja um conceito básico, ele não está relacionado aos tópicos específicos do edital.

Por esta razão, solicita-se que o padrão-resposta para o tópico 2 - Dimensão da democracia como valor
constitucional da organização da sociedade brasileira, com um exemplo concreto de sua relação com a
segurança pública – seja reestruturado, exigindo, apenas, que candidato coloque na sua resposta a relação
da democracia e a garantia da ordem pública e o direito à segurança, bem como um exemplo concreto, para
que ele possa pontuar na parte de conteúdo, excluindo-se a exigência de um conceito de democracia na
resposta do candidato.

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