PONTO 6: Crimes impropriamente militares previstos na Parte Especial do Código Penal Militar. 1. PARA A DOUTRINA, O QUE SE ENTENDE POR CRIME IMPROPRIAMENTE MILITAR? CITE TRÊS EXEMPLOS. 2. A PARTE ESPECIAL DO CPM É ABERTA PELOS CRIMES CONTRA A SEGURANÇA EXTERNA DO PAÍS. SOBRE O CRIME DE TENTATIVA CONTRA A SOBERANIA DO BRASIL, ARTIGO 142, CPM. ESTE CRIME ADMITE A MODALIDADE TENTADA? 3. SOBRE O CRIME DE MOTIM E REVOLTA, É CABÍVEL PARTICIPAÇÃO OU COAUTORIA DE CIVIS? DIVERGÊNCIA DOUTRINÁRIA 4. NO CPM, TÍTULO II, CAPÍTULO II, TEMOS TRÊS DELITOS: ALICIAÇÃO PARA O MOTIM OU REVOLTA, INCITAMENTO E APOLOGIA DE FATO CRIMINOSO OU DO SEU AUTOR. SÃO CRIMES IMPROPRIAMENTE MILITARES? PODEM SER COMETIDOS POR CIVIL? CASO SEJA COMETIDO POR CIVIL NA SEARA ESTADUAL, COMO SERÁ A RESPONSABILIZAÇÃO PENAL DOS AUTORES? 5. ACERCA DO CRIME DE VIOLÊNCIA CONTRA MILITAR DE SERVIÇO PREVISTO NO ARTIGO 158 DO CPM: QUAL O BEM JURÍDICO POR ELE TUTELADO? QUAL O MOMENTO DE CONSUMAÇÃO? É NECESSÁRIO QUE O OFENDIDO SEJA ATINGIDO FISICAMENTE? A CONDUTA DE CUSPIR SE ENQUADRA NESSE TIPO PENAL? “Violência” – é a violência física (vis corporalis). Não é a violência moral (vis civilis). Não precisa haver lesão corporal (se houver, responde na regra de cúmulo material – uma regra especial em relação ao art. 79 CPM). Consumação do delito: ocorre quando o autor atinge o subordinado fisicamente, ainda que não seja afetada a sua integridade física. ATENÇÃO: Não é violência: - cuspir no superior (Lobão e Cícero). Pode ser desrespeito ou desacato. Rosseto: cuspir no superior. Arremessar excrementos. “Cavalgar” o ofendido. Pode ser injúria real. A bofetada nos rosto, em regra, é injúria real, pois o rosto é parte nobre e respeitável do corpo humano. - Arremessar excrementos. Pode ser injúria real (Rosseto), desrespeito e até desacato. (Cícero). - Violência contra a coisa do militar de serviço, do superior ou do inferior (Lobão, Cícero). FONTE: EBOOK DMZ, 3 ASPECTOS DE VIOLÊNCIA NO CPM. 6. CASO UM CIVIL COMETA VIOLÊNCIA CONTRA UM MILITAR DA POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE MINAS GERAIS A JUSTIÇA MILITAR ESTADUAL TEM COMPETÊNCIA PARA O PROCESSO E JULGAMENTO? NÃO. 7. QUAL SERIA SUA PROVIDÊNCIA, COMO MAGISTRADO, AO SE DEPARAR COM UM OFERECIMENTO DE DENÚNCIA EM FACE DE UM CIVIL QUE EM TESE COMETEU O CRIME DE VIOLÊNCIA CONTRA MILITAR EM SERVIÇO? EBOOK DMZ, 3 ASPECTOS DE VIOLÊNCIA NO CPM. 8. O PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA É APLICÁVEL NA SEARA CASTRENSE? 9. A PREVISÃO ACERCA DA LESÃO LEVÍSSIMA ARTIGO 209 § 6º PODE SER CONSIDERADA UMA POSITIVAÇÃO DO PRINCÍPIO DA BAGATELA? 10. QUANTO AO CRIME TIPIFICADO NO ARTIGO 219, CPM: OFENSA ÀS FORÇAS ARMADAS. É CABÍVEL O ENQUADRAMENTO A ESSE TIPO PENAL DE CONDUTA OFENSIVA ÀS FORÇAS MILITARES ESTADUAIS? NÃO. 11. O ESTUPRO TIPIFICADO NO 232 CPM ADMITE VÍTIMA HOMEM? A QUAL CONDUTA TÍPICA SE AMOLDARIA? NÃO. CONSTRANGIMENTO ILEGAL, 222, CPM OU ESTUPRO CONFORME CP, A DEPENDER DOS ELEMENTOS DO CASO CONCRETO. 12. IMAGINE A SITUAÇÃO - UMA VIATURA É SUBTRAÍDA, SENDO QUE O SUJEITO ATIVO TINHA O INTUITO DE DEVOLVÊ-LA EM SEGUIDA, MAS ACABA POR SE ENVOLVER EM ACIDENTE NÃO A DEVOLVENDO. É FURTO DE USO? QUAL OUTRA CONDUTA? NÃO CONFIGURA FURTO DE USO. FURTO CONSUMADO. 13. HÁ PREVISÃO DE PERDÃO JUDICIAL NO CPM? 255, P.Ú, CPM - RECEPTAÇÃO CULPOSA 14. A CORRUPÇÃO PASSIVA/ATIVA É DESCRITA DE FORMA SEMELHANTE NO CPM E NO CP? 15. O CRIME DE CORRUPÇÃO PASSIVA SEMPRE OCORRE ATRAVÉS DO RECEBIMENTO DE VANTAGEM INDEVIDA? “No crime militar de corrupção passiva (art. 308 do CPM) a vantagem indevida pode ser qualquer lucro, ganho, privilégio ou benefício ilícito – ou seja, contrário ao direito –, o que fere a moralidade administrativa. Receber quer dizer aceitar em pagamento ou simplesmente aceitar algo. A pessoa que fornece a vantagem indevida pode estar preparando o agente público para que, um dia, dele necessitando, solicite algo, mas nada pretenda no momento da entrega do mimo”. APELAÇÃO Processo eproc n. 2000948-14.2019.9.13.0003 Referência: Processo eproc n. 2000883-19.2019.9.13.0003 Relator: Desembargador Rúbio Paulino Coelho Revisor: Desembargador Osmar Duarte Marcelino Julgamento: 08/03/2022 Publicação: 11/03/2022 Decisão: UNÂNIME
Direito Processual Penal Militar
PONTO 4: Ação penal. Jurisdição e competência. Competência do Juízo monocrático, do Conselho Permanente e do Conselho Especial de Justiça. Competência para os crimes dolosos contra a vida. Sujeitos processuais. 1. NO CPPM, A REGRA É AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA. INDIQUE AS EXCEÇÕES. 2. QUAIS OS ÓRGÃOS JULGADORES DA JME EM 1ª INSTÂNCIA? COMO É FEITA A COMPOSIÇÃO? QUAL A COMPETÊNCIA DE CADA ÓRGÃO JULGADOR? Juiz singular Conselhos Permanentes de Justiça Conselhos Especiais de Justiça. *Conselhos extraordinários de justiça. 3. SOBRE O CRIME DE INSUBMISSÃO 183. É CABÍVEL O PROCESSO E JULGAMENTO PERANTE A JUSTIÇA MILITAR ESTADUAL? HÁ ALGUMA CONDIÇÃO DE PROCEDIBILIDADE? Sim. Condição de procedibilidade: status de militar para figurar no polo passivo da ação. 4. EM SE TRATANDO DE JME, O SR COMO MAGISTRADO, COMO PROCEDERIA AO SE DEPARAR COM DENÚNCIA OFERECIDA QUANTO A CRIME COMETIDO EM CONCURSO DE PESSOAS MILITARES E CIVIS? 5. COMENTE SOBRE COMPETÊNCIA JME, JMU, JUSTIÇA COMUM NO TOCANTE AOS CRIMES DOLOSOS CONTRA A VIDA. 6. A prática de crime entre autor e vítima militares no contexto da Lei Maria da Penha é de natureza militar passível de processo e julgamento perante a JME? “(...) A prática de crime entre autor e vítima militares no contexto da Lei Maria da Penha não é de natureza militar. Inaplicabilidade do art. 9º, II, a, na JMEMG.” RECURSO INOMINADO Processo eproc n. 2000369-64.2022.9.13.0002 Relator: Desembargador Fernando Galvão da Rocha Julgamento: 04/10/2022. Publicação: 19/10/2022 Decisão: UNÂNIME. 7. JMEMG é competente para processar e julgar CONTRAVENÇÃO PENAL? O TJM/MG julgou contravenção penal, no caso, absolveu. Não houve na decisão discussão acerca da competência da Justiça Militar para processar e julgar contravenção penal, entretanto, ao assim proceder afirma, implícita e automaticamente, a competência da Justiça Militar. APELAÇÃO. Processo eproc n. 2000542-19.2021.9.13.0004. Referência: Processo eproc n. 2000536-12.2021.9.13.0004. Relator: Desembargador James Ferreira Santos. Revisor: Desembargador Jadir Silva. Julgamento: 22/09/2022. Publicação: 07/10/2022 Decisão: UNÂNIME
8. Militar que estando de serviço de patrulhamento abandona o
posto ou lugar de serviço que lhe tinha sido designado e o serviço que lhe cumpria, antes de terminá-lo, para se dirigir à casa de civil - usando viatura da corporação; fardado e armado - e mediante grave ameaça constrange-a a praticar atos libidinosos diverso de conjunção carnal. Há a prática de quais crimes? A QUEM COMPETE O PROCESSO E JULGAMENTO? Há a prática de crime militar de abandando de posto (art. 195 CPM) e crime militar de atentado violento ao pudor (art. 233 CPM,) com agravante específica de estar em serviço (art. 237, II, CPM). No caso, o Conselho julga o abandono de posto e o juízo singular o atentado violento ao pudor. O STF já decidiu que quando o militar abandona o posto deixa de atuar em razão da função, razão pela qual não praticará crime militar com fundamento no art. 9º, II, “c”, do CPM. 9. MILITAR COMETE O CRIME DE ABANDONO DE POSTO E, APÓS, PRATICA ROUBO EM HORÁRIO DE SERVIÇO E COM A ARMA DA CORPORAÇÃO. A QUEM COMPETE O PROCESSO E JULGAMENTO? Não é competente a Justiça Militar para julgar crime de roubo praticado por militar em concurso com o de abandono de posto, em horário de serviço e com arma da corporação se antes do roubo havia abandonado o posto e não se encontrava no exercício de atividade militar. 10. ACERCA DOS SUJEITOS PROCESSUAIS, COMENTE ACERCA DOS PODERES DO ASSISTENTE DE ACUSAÇÃO NO PROCESSO PENAL MILITAR. ELE LEGITIMIDADE RECURSAL? O ASSISTENTE DE ACUSAÇÃO NO PROCESSO PENAL MILITAR TEM LEGITIMIDADE PARA RECORRER DA SENTENÇA ABSOLUTÓRIA, AINDA QUE A ABSOLVIÇÃO TENHA SIDO REQUERIDA PELO ÓRGÃO MINISTERIAL? HABEAS CORPUS. PROCESSO PENAL MILITAR. ESTUPRO E ATENTADO VIOLENTO AO PUDOR. ABSOLVIÇÃO EM PRIMEIRO GRAU. INÉRCIA DO ÓRGÃO MINISTERIAL. APELAÇÃO INTERPOSTA PELA DEFENSORIA PÚBLICA NA FIGURA DE ASSISTENTE DE ACUSAÇÃO. LEGITIMIDADE RECURSAL DO ASSISTENTE DE ACUSAÇÃO NO PROCESSO PENAL MILITAR. REVISÃO DO ENTENDIMENTO. AUSÊNCIA DE CONSTRANGIMENTO ILEGAL. HABEAS CORPUS NÃO CONHECIDO. 1. Esta Corte Superior, analisando o papel do assistente de acusação no processo penal comum, aplica interpretação sistemática ao art. 271 do Código de Processo Penal - CPP, não se restringindo à literalidade do dispositivo. No ponto, é firme a jurisprudência no sentido de que "o assistente de acusação tem legitimidade para, quando já iniciada a persecução penal pelo seu órgão titular, atuar em seu auxilio e também supletivamente, na busca pela justa sanção, podendo apelar, opor embargos declaratórios e até interpor recurso extraordinário ou especial (REsp 1.675.874/MS, Voto do Min. ROGÉRIO SCHIETTI CRUZ)" (AgRg nos EDcl no AREsp 1.565.652/RJ, Rel. Ministro NEFI CORDEIRO, SEXTA TURMA, DJe 23/6/2020). 2. O mesmo raciocínio deve ser aplicado à legislação processual penal militar, de vez que "não se pode privar a vítima, que efetivamente sofreu, como sujeito passivo do crime, o gravame causado pelo ato típico e antijurídico, de qualquer tutela jurisdicional, sob pena de ofensa às garantias constitucionais do acesso à justiça e do duplo grau de jurisdição" (HC 123.365/SP , Rel. Ministro OG FERNANDES, Sexta Turma, DJe de 23/8/2010). 3. Não há motivo razoável para distinguir o assistente de acusação que atua no processo penal comum daquele que atua na justiça castrense. Conforme destacado pelo Tribunal de origem, a possibilidade de interposição de recurso pelo assistente de acusação não fere a índole do processo penal militar. 4. Sem olvidar de precedentes contrários desta colenda Quinta Turma, a orientação deve ser revista e consolidada no sentido de reconhecer ao assistente de acusação no processo penal militar a legitimidade para recorrer da sentença absolutória, ainda que a absolvição tenha sido requerida pelo órgão ministerial. Precedentes. 5. Habeas corpus não conhecido. (HC n. 730.100/SP, relator Ministro Joel Ilan Paciornik, Quinta Turma, julgado em 28/2/2023, DJe de 3/3/2023.)
11. A TESE DE INÉPCIA DA DENÚNCIA É PASSÍVEL DE
SUPERAÇÃO DIANTE DA SUPERVENIÊNCIA DA SENTENÇA? Conforme jurisprudência do Superior Tribunal a superveniência da sentença torna superada a tese de inépcia da denúncia. APELAÇÃO Processo eproc n. 0000047-83.2019.9.13.0002 Referência: Processo eproc n. 0000037-39.2019.9.13.0002 Relator: Desembargador Jadir Silva Revisor: Desembargador Sócrates Edgard dos Anjos Julgamento: 26/05/2022 Publicação: 01/06/2022 Decisão: UNÂNIME. 12. Gera nulidade a situação em que Conselho que condena réu por crime capitulado na denúncia e há manifestação do MPMG em alegações escritas pugnando pela absolvição? Não é causa de nulidade ou parcialidade do Conselho que condena réu por crime capitulado na denúncia e há manifestação do MPMG em alegações escritas pugnando pela absolvição. Não fere o princípio acusatório. Aplicação do art. 437, “b”, do CPPM. APELAÇÃO Processo eproc n. 2000138-05.2020.9.13.0003 Referência: Processo eproc n. 2001276-41.2019.9.13.0003 Relator: Desembargador Rúbio Paulino Coelho Revisor: Desembargador Osmar Duarte Marcelino Julgamento: 08/03/2022 Publicação: 11/03/2022 Decisão: UNÂNIME. 13. O CPPM no art. 433 prevê alegações orais para processo de competência do Conselho de Justiça. No julgamento realizado pelo juízo singular são necessárias alegações orais? No julgamento realizado pelo juízo singular não são necessárias alegações orais. O CPPM no art. 433 prevê alegações orais apenas para processo de competência de Conselho de Justiça. Sendo assim basta que seja oportunidade a acusação e defesa alegações escritas na forma do art. 428 do CPMM. APELAÇÃO Processo eproc n. 0002067-86.2015.9.13.0002 Relator: Desembargador Jadir Silva Revisor: Desembargador Sócrates Edgard dos Anjos Julgamento: 03/02/2022 Publicação: 09/02/2022 Decisão: UNÂNIME.