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TREINOS PROVA ORAL TJM-MG

PREVISÃO: AGOSTO 2023


TREINO 03: 11/08/2023

Direito Penal Militar


PONTO 6: Crimes impropriamente militares previstos na Parte Especial do
Código Penal Militar.
1. PARA A DOUTRINA, O QUE SE ENTENDE POR CRIME
IMPROPRIAMENTE MILITAR? CITE TRÊS EXEMPLOS.
2. A PARTE ESPECIAL DO CPM É ABERTA PELOS CRIMES CONTRA
A SEGURANÇA EXTERNA DO PAÍS. SOBRE O CRIME DE
TENTATIVA CONTRA A SOBERANIA DO BRASIL, ARTIGO 142,
CPM. ESTE CRIME ADMITE A MODALIDADE TENTADA?
3. SOBRE O CRIME DE MOTIM E REVOLTA, É CABÍVEL
PARTICIPAÇÃO OU COAUTORIA DE CIVIS?
DIVERGÊNCIA DOUTRINÁRIA
4. NO CPM, TÍTULO II, CAPÍTULO II, TEMOS TRÊS DELITOS:
ALICIAÇÃO PARA O MOTIM OU REVOLTA, INCITAMENTO E
APOLOGIA DE FATO CRIMINOSO OU DO SEU AUTOR. SÃO
CRIMES IMPROPRIAMENTE MILITARES? PODEM SER
COMETIDOS POR CIVIL? CASO SEJA COMETIDO POR CIVIL NA
SEARA ESTADUAL, COMO SERÁ A RESPONSABILIZAÇÃO PENAL
DOS AUTORES?
5. ACERCA DO CRIME DE VIOLÊNCIA CONTRA MILITAR DE
SERVIÇO PREVISTO NO ARTIGO 158 DO CPM: QUAL O BEM
JURÍDICO POR ELE TUTELADO? QUAL O MOMENTO DE
CONSUMAÇÃO? É NECESSÁRIO QUE O OFENDIDO SEJA
ATINGIDO FISICAMENTE? A CONDUTA DE CUSPIR SE ENQUADRA
NESSE TIPO PENAL?
“Violência” – é a violência física (vis corporalis). Não é a violência
moral
(vis civilis). Não precisa haver lesão corporal (se houver, responde na
regra de cúmulo material – uma regra especial em relação ao art. 79
CPM). Consumação do delito: ocorre quando o autor atinge o
subordinado fisicamente, ainda que não seja afetada a sua integridade
física.
ATENÇÃO: Não é violência:
- cuspir no superior (Lobão e Cícero). Pode ser desrespeito ou
desacato.
Rosseto: cuspir no superior. Arremessar excrementos.
“Cavalgar” o ofendido. Pode ser injúria real. A bofetada nos
rosto, em regra, é injúria real, pois o rosto é parte nobre e
respeitável do corpo humano.
- Arremessar excrementos. Pode ser injúria real (Rosseto), desrespeito
e até desacato. (Cícero).
- Violência contra a coisa do militar de serviço, do superior ou do
inferior (Lobão, Cícero).
FONTE: EBOOK DMZ, 3 ASPECTOS DE VIOLÊNCIA NO CPM.
6. CASO UM CIVIL COMETA VIOLÊNCIA CONTRA UM MILITAR DA
POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE MINAS GERAIS A JUSTIÇA
MILITAR ESTADUAL TEM COMPETÊNCIA PARA O PROCESSO E
JULGAMENTO? NÃO.
7. QUAL SERIA SUA PROVIDÊNCIA, COMO MAGISTRADO, AO SE
DEPARAR COM UM OFERECIMENTO DE DENÚNCIA EM FACE DE
UM CIVIL QUE EM TESE COMETEU O CRIME DE VIOLÊNCIA
CONTRA MILITAR EM SERVIÇO?
EBOOK DMZ, 3 ASPECTOS DE VIOLÊNCIA NO CPM.
8. O PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA É APLICÁVEL NA SEARA
CASTRENSE?
9. A PREVISÃO ACERCA DA LESÃO LEVÍSSIMA ARTIGO 209 § 6º
PODE SER CONSIDERADA UMA POSITIVAÇÃO DO PRINCÍPIO DA
BAGATELA?
10. QUANTO AO CRIME TIPIFICADO NO ARTIGO 219, CPM:
OFENSA ÀS FORÇAS ARMADAS. É CABÍVEL O ENQUADRAMENTO
A ESSE TIPO PENAL DE CONDUTA OFENSIVA ÀS FORÇAS
MILITARES ESTADUAIS? NÃO.
11. O ESTUPRO TIPIFICADO NO 232 CPM ADMITE VÍTIMA
HOMEM? A QUAL CONDUTA TÍPICA SE AMOLDARIA?
NÃO. CONSTRANGIMENTO ILEGAL, 222, CPM OU ESTUPRO
CONFORME CP, A DEPENDER DOS ELEMENTOS DO CASO
CONCRETO.
12. IMAGINE A SITUAÇÃO - UMA VIATURA É SUBTRAÍDA, SENDO
QUE O SUJEITO ATIVO TINHA O INTUITO DE DEVOLVÊ-LA EM
SEGUIDA, MAS ACABA POR SE ENVOLVER EM ACIDENTE NÃO A
DEVOLVENDO. É FURTO DE USO? QUAL OUTRA CONDUTA?
NÃO CONFIGURA FURTO DE USO. FURTO CONSUMADO.
13. HÁ PREVISÃO DE PERDÃO JUDICIAL NO CPM?
255, P.Ú, CPM - RECEPTAÇÃO CULPOSA
14. A CORRUPÇÃO PASSIVA/ATIVA É DESCRITA DE FORMA
SEMELHANTE NO CPM E NO CP?
15. O CRIME DE CORRUPÇÃO PASSIVA SEMPRE OCORRE
ATRAVÉS DO RECEBIMENTO DE VANTAGEM INDEVIDA?
“No crime militar de corrupção passiva (art. 308 do CPM) a vantagem
indevida pode ser qualquer lucro, ganho, privilégio ou benefício ilícito – ou
seja, contrário ao direito –, o que fere a moralidade administrativa. Receber
quer dizer aceitar em pagamento ou simplesmente aceitar algo. A pessoa
que fornece a vantagem indevida pode estar preparando o agente público
para que, um dia, dele necessitando, solicite algo, mas nada pretenda no
momento da entrega do mimo”.
APELAÇÃO Processo eproc n. 2000948-14.2019.9.13.0003
Referência: Processo eproc n. 2000883-19.2019.9.13.0003 Relator:
Desembargador Rúbio Paulino Coelho
Revisor: Desembargador Osmar Duarte Marcelino
Julgamento: 08/03/2022 Publicação: 11/03/2022
Decisão: UNÂNIME

Direito Processual Penal Militar


PONTO 4: Ação penal. Jurisdição e competência. Competência do Juízo
monocrático, do Conselho Permanente e do Conselho Especial de Justiça.
Competência para os crimes dolosos contra a vida. Sujeitos processuais.
1. NO CPPM, A REGRA É AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA.
INDIQUE AS EXCEÇÕES.
2. QUAIS OS ÓRGÃOS JULGADORES DA JME EM 1ª INSTÂNCIA?
COMO É FEITA A COMPOSIÇÃO? QUAL A COMPETÊNCIA DE
CADA ÓRGÃO JULGADOR?
Juiz singular
Conselhos Permanentes de Justiça
Conselhos Especiais de Justiça.
*Conselhos extraordinários de justiça.
3. SOBRE O CRIME DE INSUBMISSÃO 183. É CABÍVEL O PROCESSO
E JULGAMENTO PERANTE A JUSTIÇA MILITAR ESTADUAL? HÁ
ALGUMA CONDIÇÃO DE PROCEDIBILIDADE?
Sim. Condição de procedibilidade: status de militar para figurar no polo
passivo da ação.
4. EM SE TRATANDO DE JME, O SR COMO MAGISTRADO, COMO
PROCEDERIA AO SE DEPARAR COM DENÚNCIA OFERECIDA
QUANTO A CRIME COMETIDO EM CONCURSO DE PESSOAS
MILITARES E CIVIS?
5. COMENTE SOBRE COMPETÊNCIA JME, JMU, JUSTIÇA COMUM
NO TOCANTE AOS CRIMES DOLOSOS CONTRA A VIDA.
6. A prática de crime entre autor e vítima militares no contexto da
Lei Maria da Penha é de natureza militar passível de processo e
julgamento perante a JME?
“(...) A prática de crime entre autor e vítima militares no contexto da Lei
Maria da Penha não é de natureza militar. Inaplicabilidade do art. 9º, II, a,
na JMEMG.”
RECURSO INOMINADO
Processo eproc n. 2000369-64.2022.9.13.0002
Relator: Desembargador Fernando Galvão da Rocha
Julgamento: 04/10/2022. Publicação: 19/10/2022
Decisão: UNÂNIME.
7. JMEMG é competente para processar e julgar CONTRAVENÇÃO
PENAL?
O TJM/MG julgou contravenção penal, no caso, absolveu. Não houve na
decisão discussão acerca da competência da Justiça Militar para processar e
julgar contravenção penal, entretanto, ao assim proceder afirma, implícita e
automaticamente, a competência da Justiça Militar.
APELAÇÃO. Processo eproc n. 2000542-19.2021.9.13.0004.
Referência: Processo eproc n. 2000536-12.2021.9.13.0004.
Relator: Desembargador James Ferreira Santos.
Revisor: Desembargador Jadir Silva.
Julgamento: 22/09/2022. Publicação: 07/10/2022
Decisão: UNÂNIME

8. Militar que estando de serviço de patrulhamento abandona o


posto ou lugar de serviço que lhe tinha sido designado e o serviço
que lhe cumpria, antes de terminá-lo, para se dirigir à casa de
civil - usando viatura da corporação; fardado e armado - e
mediante grave ameaça constrange-a a praticar atos libidinosos
diverso de conjunção carnal. Há a prática de quais crimes? A
QUEM COMPETE O PROCESSO E JULGAMENTO?
Há a prática de crime militar de abandando de posto (art. 195 CPM) e crime
militar de atentado violento ao pudor (art. 233 CPM,) com agravante
específica de estar em serviço (art. 237, II, CPM).
No caso, o Conselho julga o abandono de posto e o juízo singular o atentado
violento ao pudor. O STF já decidiu que quando o militar abandona o posto
deixa de atuar em razão da função, razão pela qual não praticará crime
militar com fundamento no art. 9º, II, “c”, do CPM.
9. MILITAR COMETE O CRIME DE ABANDONO DE POSTO E, APÓS,
PRATICA ROUBO EM HORÁRIO DE SERVIÇO E COM A ARMA DA
CORPORAÇÃO. A QUEM COMPETE O PROCESSO E
JULGAMENTO?
Não é competente a Justiça Militar para julgar crime de roubo praticado por
militar em concurso com o de abandono de posto, em horário de serviço e
com arma da corporação se antes do roubo havia abandonado o posto e não
se encontrava no exercício de atividade militar.
10. ACERCA DOS SUJEITOS PROCESSUAIS, COMENTE ACERCA
DOS PODERES DO ASSISTENTE DE ACUSAÇÃO NO PROCESSO
PENAL MILITAR. ELE LEGITIMIDADE RECURSAL? O ASSISTENTE
DE ACUSAÇÃO NO PROCESSO PENAL MILITAR TEM
LEGITIMIDADE PARA RECORRER DA SENTENÇA ABSOLUTÓRIA,
AINDA QUE A ABSOLVIÇÃO TENHA SIDO REQUERIDA PELO
ÓRGÃO MINISTERIAL?
HABEAS CORPUS. PROCESSO PENAL MILITAR. ESTUPRO E ATENTADO
VIOLENTO AO PUDOR. ABSOLVIÇÃO EM PRIMEIRO GRAU. INÉRCIA DO
ÓRGÃO MINISTERIAL. APELAÇÃO INTERPOSTA PELA DEFENSORIA
PÚBLICA NA FIGURA DE ASSISTENTE DE ACUSAÇÃO. LEGITIMIDADE
RECURSAL DO ASSISTENTE DE ACUSAÇÃO NO PROCESSO PENAL
MILITAR. REVISÃO DO ENTENDIMENTO. AUSÊNCIA DE
CONSTRANGIMENTO ILEGAL. HABEAS CORPUS NÃO CONHECIDO.
1. Esta Corte Superior, analisando o papel do assistente de acusação no
processo penal comum, aplica interpretação sistemática ao art. 271 do
Código de Processo Penal - CPP, não se restringindo à literalidade do
dispositivo. No ponto, é firme a jurisprudência no sentido de que "o
assistente de acusação tem legitimidade para, quando já iniciada a
persecução penal pelo seu órgão titular, atuar em seu auxilio e também
supletivamente, na busca pela justa sanção, podendo apelar, opor embargos
declaratórios e até interpor recurso extraordinário ou especial (REsp
1.675.874/MS, Voto do Min. ROGÉRIO SCHIETTI CRUZ)" (AgRg nos EDcl no
AREsp 1.565.652/RJ, Rel. Ministro NEFI CORDEIRO, SEXTA TURMA, DJe
23/6/2020).
2. O mesmo raciocínio deve ser aplicado à legislação processual penal
militar, de vez que "não se pode privar a vítima, que efetivamente sofreu,
como sujeito passivo do crime, o gravame causado pelo ato típico e
antijurídico, de qualquer tutela jurisdicional, sob pena de ofensa às
garantias constitucionais do acesso à justiça e do duplo grau de jurisdição"
(HC 123.365/SP , Rel. Ministro OG FERNANDES, Sexta Turma, DJe de
23/8/2010).
3. Não há motivo razoável para distinguir o assistente de acusação que atua
no processo penal comum daquele que atua na justiça castrense. Conforme
destacado pelo Tribunal de origem, a possibilidade de interposição de
recurso pelo assistente de acusação não fere a índole do processo penal
militar.
4. Sem olvidar de precedentes contrários desta colenda Quinta Turma, a
orientação deve ser revista e consolidada no sentido de reconhecer ao
assistente de acusação no processo penal militar a legitimidade para
recorrer da sentença absolutória, ainda que a absolvição tenha sido
requerida pelo órgão ministerial. Precedentes.
5. Habeas corpus não conhecido.
(HC n. 730.100/SP, relator Ministro Joel Ilan Paciornik, Quinta
Turma, julgado em 28/2/2023, DJe de 3/3/2023.)

11. A TESE DE INÉPCIA DA DENÚNCIA É PASSÍVEL DE


SUPERAÇÃO DIANTE DA SUPERVENIÊNCIA DA SENTENÇA?
Conforme jurisprudência do Superior Tribunal a superveniência da
sentença torna superada a tese de inépcia da denúncia.
APELAÇÃO Processo eproc n. 0000047-83.2019.9.13.0002
Referência: Processo eproc n. 0000037-39.2019.9.13.0002 Relator:
Desembargador Jadir Silva Revisor: Desembargador Sócrates Edgard
dos Anjos Julgamento: 26/05/2022 Publicação: 01/06/2022
Decisão: UNÂNIME.
12. Gera nulidade a situação em que Conselho que condena réu por
crime capitulado na denúncia e há manifestação do MPMG em
alegações escritas pugnando pela absolvição?
Não é causa de nulidade ou parcialidade do Conselho que condena réu por
crime capitulado na denúncia e há manifestação do MPMG em alegações
escritas pugnando pela absolvição. Não fere o princípio acusatório.
Aplicação do art. 437, “b”, do CPPM.
APELAÇÃO Processo eproc n. 2000138-05.2020.9.13.0003
Referência: Processo eproc n. 2001276-41.2019.9.13.0003 Relator:
Desembargador Rúbio Paulino Coelho
Revisor: Desembargador Osmar Duarte Marcelino
Julgamento: 08/03/2022 Publicação: 11/03/2022
Decisão: UNÂNIME.
13. O CPPM no art. 433 prevê alegações orais para processo de
competência do Conselho de Justiça. No julgamento realizado
pelo juízo singular são necessárias alegações orais?
No julgamento realizado pelo juízo singular não são necessárias alegações
orais. O CPPM no art. 433 prevê alegações orais apenas para processo de
competência de Conselho de Justiça. Sendo assim basta que seja
oportunidade a acusação e defesa alegações escritas na forma do art. 428 do
CPMM.
APELAÇÃO Processo eproc n. 0002067-86.2015.9.13.0002
Relator: Desembargador Jadir Silva
Revisor: Desembargador Sócrates Edgard dos Anjos
Julgamento: 03/02/2022 Publicação: 09/02/2022
Decisão: UNÂNIME.

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