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AULÃO DE REVISÃO

DIREITO PENAL MILITAR


EsFCEx 2023
1. CONDUTA
1.1. COAÇÃO FÍSICA IRRESISTÍVEL

Art. 38. Não é culpado quem comete o crime:


a) sob coação irresistível ou que lhe suprima a faculdade de agir segundo a própria vontade;

Art. 40. Nos crimes em que há violação do dever militar, o agente não pode invocar coação irresistível senão
quando física ou material.

COAÇÃO FÍSICA IRRESISTÍVEL COAÇÃO MORAL IRRESISTÍVEL


• Para o Direito Penal Militar afasta a conduta • Afasta a culpabilidade
(embora o Art 38 use o termo “não é culpado”) • Não se aplica aos crimes contra o dever militar
• Aplica-se a qualquer crime militar
2. ANTIJURIDICIDADE
2.1. ESTADO DE NECESSIDADE

2.1.5. COMPARATIVO COM O DIREITO PENAL COMUM

DIREITO PENAL MILITAR DIREITO PENAL COMUM


• JUSTIFICANTE – bem salvo superior ao atacado. • ESTADO DE NECESSIDADE APENAS COMO
Exclui o crime EXCLUDENTE DE ILICITUDE
• EXCULPANTE - bem salvo igual ou inferior ao • REDUÇÃO DE PENA – se o direito salvo é inferior
atacado. Exclui a culpa se não exigível conduta ao atacado, mas era possível conduta diversa.
diversa. • ESTADO DE NECESSIDADE EXCULPANTE - não
• COATIVO – manter a ordem ou a disciplina. previsto expressamente no CP (aceito pela
Exclui o crime. doutrina e jurisprudência)

• Adotou a TEORIA DIFERENCIADORA (Exclui o


crime ou a culpabilidade)
3. CULPABILIDADE
3.1. INIMPUTABILIDADE

3.1.1. EMBRIAGUEZ
• EMBRIAGUEZ ACIDENTAL (caso fortuito ou força maior) – agente não quer se embriagar (ex: Trote
de recrutas)

• EMBRIAGUEZ PATOLÓGICA - Agente é alcoolatra. Exclui a culpabilidade.


• EMBRIAGUEZ CULPOSA - O agente não quer se embriagar mas agindo imprudentemente bebe além
do limite. Não exclui a imputabilidade.

• EMBRIAGUEZ VOLUNTÁRIA - O agente quer embriaga-se e assume o risco de cometer um crime.


Não exclui a imputabilidade
• EMBRIAGUEZ PREORDENADA - O agente se embriaga com o objetivo de cometer o crime apenas
para tomar coragem. É uma agravante genérica do crime
3. CULPABILIDADE
3.1. INIMPUTABILIDADE
3.1.1. EMBRIAGUEZ

a) AGRAVANTE DA PENA

Art. 70. São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não integrantes ou qualificativas do crime:
c) depois de embriagar-se, salvo se a embriaguez decorre de caso fortuito, engano ou força maior;

Parágrafo único. As circunstâncias das letras c, salvo no caso de embriaguez preordenada, l, m e o, só


agravam o crime quando praticado por militar.

• PREORDENADA – agrava para qualquer autor (civil ou militar)

• CULPOSA OU VOLUNTÁRIA – agrava para o militar !!


3. CULPABILIDADE
3.1. INIMPUTABILIDADE

3.1.1. EMBRIAGUEZ

b) CRIME DE EMBRIAGUEZ EM SERVIÇO

Art. 202. Embriagar-se o militar, quando em serviço, ou apresentar-se embriagado para prestá-lo:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos.

• Nesse caso não incide a agravante do art 70 (Bis in idem)


3. CULPABILIDADE
3.1. INIMPUTABILIDADE
3.1.2. MENOR DE IDADE

Art. 50. O menor de dezoito anos é inimputável, salvo se, já tendo completado dezesseis anos, revela
suficiente desenvolvimento psíquico para entender o caráter ilícito do fato e determinar-se de acordo com este
entendimento. Neste caso, a pena aplicável é diminuída de um terço até a metade.

Art. 228. CF. São penalmente inimputáveis os menores de dezoito anos, sujeitos às normas da legislação
especial.

• Infelizmente é INCONSTITUCIONAL

• Não foi recepcionado pela CF 88


3. CULPABILIDADE
3.1.1. INIMPUTABILIDADE

3.1.2. MENOR DE IDADE

Art. 51. Equiparam-se aos maiores de dezoito anos, ainda que não tenham atingido essa idade: a) os militares;
b) os convocados, os que se apresentam à incorporação e os que, dispensados temporàriamente desta,
deixam de se apresentar, decorrido o prazo de licenciamento; c) os alunos de colégios ou outros
estabelecimentos de ensino, sob direção e disciplina militares, que já tenham completado dezessete anos.
Art. 52. Os menores de dezesseis anos, bem como os menores de dezoito e maiores de dezesseis
inimputáveis, ficam sujeitos às medidas educativas, curativas ou disciplinares determinadas em legislação
especial.

• TUDO INCONSTITUCIONAL

• Os menores de 18 anos, mesmo sendo militares respondem pelo ECA nas Varas da Infância e
Juventude (não é crime militar e sim ato infracional)
3. CULPABILIDADE
3.3. EXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA

3.3.1. COAÇÃO MORAL IRRESISTÍVEL

INADMISSIBILIDADE NOS CRIMES CONTRA O DEVER MILITAR

Art. 40. Nos crimes em que há violação do dever militar, o agente não pode invocar coação irresistível senão
quando física ou material.
• Nesses crimes somente a coação física é aceita
• Não existem exceções no Código Penal comum

COAÇÃO RESISTÍVEL

Art. 41. Nos casos do art. 38, letras a e b , se era possível resistir à coação, ou se a ordem não era
manifestamente ilegal; ou, no caso do art. 39, se era razoàvelmente exigível o sacrifício do direito ameaçado, o
juiz, tendo em vista as condições pessoais do réu, pode atenuar a pena.

• O coagido responde pelo crime, mas com a pena reduzida


3. CULPABILIDADE
3.3. EXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA
3.3.2. OBEDIÊNCIA HIERÁRQUICA
ORDEM OBEDECE NÃO OBEDECE
LEGAL ou Estrito Cumprimento do Dever Responde pelo crime de RECUSA DE
APARENTEMENTE LEGAL Legal OBEDIÊNCIA
Art 163 CPM
MANIFESTAMENTE ILEGAL Exclui a culpabilidade Responde pelo crime de RECUSA DE
(Art 38 b) OBEDIÊNCIA
Diferente do Penal Comum Art 163 CPM
MANIFESTAMENTE Responde pelo crime normalmente Omissão Atípica
CRIMINOSA em coautoria com o mandante (Art Recusa é licita
38 2º)
3. CULPABILIDADE
3.3. EXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA

3.3.2. OBEDIÊNCIA HIERÁRQUICA

REQUISITOS DA OBEDIÊNCIA HIERÁRQUICA

DIREITO PENAL COMUM DIREITO PENAL MILITAR


• Ordem emanada por autoridade competente; • Relação de hierarquia
• Agente deve ter atribuição para a pratica do • Ordem não seja manifestamente CRIMINOSA
ato; • Não interessa se o superior tinha atribuição ou
• Ordem não seja manifestamente ILEGAL era competente para o ato (não cabe ao
• Relação de hierarquia subordinado questionar isso)
4. ERRO
DIREITO PENAL COMUM DIREITO PENAL MILITAR
ERRO DE PROIBIÇÃO ERRO DE DIREITO

Art. 21 - O desconhecimento da lei é inescusável. Art. 35. A pena pode ser atenuada ou substituída por outra menos
O erro sobre a ilicitude do fato, se inevitável, grave quando o agente, salvo em se tratando de crime que atente
isenta de pena; se evitável, poderá diminuí-la de contra o dever militar, supõe lícito o fato, por ignorância ou erro de
um sexto a um terço. interpretação da lei, se escusáveis.

• Excludente de CULPABILIDADE (considera • De acordo com o CPM é uma CAUSA DE REDUÇÃO DE PENA ou
crime mas deixa de aplicar a pena) substituição por outra menos grave

• NÃO É ADMITIDO nos crimes contra o dever militar (Art 187 a 204
CPM)

• Não sendo crime como o dever militar ADMITE APLICAÇÃO


ANALÓGICA DO ERRO DE PROIBICAO DO CP.
4. ERRO
4.3. ERRO DE FATO ≠ ERRO DE DIREITO
ERRO DE FATO ERRO DE DIREITO
• ERRO SOBRE OS ELEMENTOS DO TIPO • ERRO SOBRE A INTERPRETAÇÃO DA LEI
PENAL
• AGENTE INTERPRETA A LEI DE MODO ERRADO, MAS OS FATOS
•AGENTE CONHECE A LEI, MAS OS FATOS O ESTÃO CLAROS
ENGANAM • “ACHEI QUE MINHA CONDUTA ERA LÍCITA”

• “ SEI QUE ISSO É CRIME, MAS NÃO • CONSEQUÊNCIA – redução de pena ou substituição por outra
SABIA QUE ESTAVA COMETENDO-O” menos grave (de acordo com o CPM)
• NÃO É ADMITIDO – crimes contra o dever militar (Art 187 a 204
• CONSEQUÊNCIA – de acordo com o CPM CPM)
é excludente de culpabilidade. Mas o STM
aplica como o ERRO DE TIPO (excluindo a • APLICAÇÃO ANALÓGICA DO ERRO DE PROIBICAO DO CP (não
tipicidade) sendo crime como o dever militar)
1. PENAS PRINCIPAIS
1.1. ESPÉCIES DE PENAS PRINCIPAIS

Art. 55. As penas principais são:


a) morte;
b) reclusão;
c) detenção;
d) prisão;
e) impedimento;
f) suspensão do exercício do posto, graduação, cargo ou função;
g) reforma.

• Não existem penas restritivas de direitos nem penas pecuniárias


2. PENAS ACESSÓRIAS
2.2. ESPÉCIES DE PENAS ACESSÓRIAS

Art. 98. São penas acessórias:


I - a perda de posto e patente;
II - a indignidade para o oficialato;
III - a incompatibilidade com o oficialato;
IV - a exclusão das forças armadas;
V - a perda da função pública, ainda que eletiva;
VI - a inabilitação para o exercício de função pública;
VII - a suspensão do pátrio poder, tutela ou curatela;
VIII - a suspensão dos direitos políticos.
5. CRIMES CONTRA A AUTORIDADE MILITAR
CRIMES CONTRA SUPERIOR - QUADRO COMPARATIVO
DESRESPEITO À SUPERIOR INSUBORDINAÇÃO DESACATO À SUPERIOR VIOLÊNCIA
CONTRA SUPERIOR
• Tratar de maneira • Deixar de cumprir uma • Ofender a dignidade ou • Atos de violência
desrespeitosa (falta de ordem de superior suprimir a autoridade física
educação) diante de outro • Ex: soldado recebe • Ex: soldado recebe uma • Ex: soldado
militar, sem no entanto, ofender uma ordem e responde: ordem e responde: recebe uma ordem
a dignidade ou a autoridade “Eu já ouvi Tenente mas “Eu já ouvi Tenente mas e responde:
• Ex: soldado recebe uma ordem não vou cumprir a sua não vou cumprir uma “Eu já ouvi
e responde: ordem ! ” ordem de um tenentinho Tenente !” em
“Eu já ouvi Tenente que saco!” de merda !” seguida dá um soco
(cumprindo a ordem) no oficial
6. CRIMES CONTRA O SERVIÇO MILITAR
6.1. INSUBMISSÃO
SERVIÇO MILITAR
ALISTAMENTO SELEÇÃO CONVOCAÇÃO INCORPORAÇÃO
Obrigatório para Comissão de Seleção faz a triagem Selecionados pela Comissão Ato que transforma o civil
homens ao atingir dos jovens que serão convocados para prestar o serviço militar em militar
18 anos
REFRATÁRIO – não Designação de unidade militar Seleção Complementar – a
REFRATÁRIO – não comparecimento para a seleção com dia e hora para unidade militar faz nova
alistamento (não (não configura crime ) apresentação seleção e define quem serão
configura crime ) Certificado de Dispensa de os incorporados
Incorporação (CDI) – concedido aos INSUBMISSÃO – Não
não convocados comparecimento do DESERÇÃO – ausência por
Certificado de Isenção – convocado ou ausência antes mais de oito dias após a
concedidos aos inaptos ao serviço da incorporação - CRIME incorporação . CRIME
militar MILITAR MILITAR
6. CRIMES CONTRA O SERVIÇO MILITAR
6.1. INSUBMISSÃO
Art. 183. Deixar de apresentar-se o convocado à incorporação, dentro do prazo que lhe foi marcado,
ou, apresentando-se, ausentar-se antes do ato oficial de incorporação:
Pena - impedimento, de três meses a um ano.
• Crime de mera conduta / Crime militar praticado por civil
• CRIME DE MÃO PRÓPRIA – porém não admite nem a participação (o processo penal desse
delito é especial e não julga ninguém mais alem do insubmisso)
• MARREIROS – Crime instantâneo de efeitos permanentes
STM – crime permanente
• ADMITE PRISÃO SEM ORDEM JUDICIAL - Art. 243.CPPM - Qualquer pessoa poderá e os
militares deverão prender quem for insubmisso ou desertor, ou seja encontrado em flagrante
delito.
6. CRIMES CONTRA O SERVIÇO MILITAR
6.1. INSUBMISSÃO

• CONHECIMENTO DATA E LOCAL DE APRESENTAÇÃO - REQUISITO INDISPENSÁVEL – SÚMULA 7


STM - O crime de insubmissão, capitulado no art. 183 do CPM, caracteriza-se quando provado de maneira
inconteste o conhecimento pelo conscrito da data e local de sua apresentação para incorporação, através
de documento hábil constante dos autos.

• PENA DE MENAGEM – permanece no quartel tendo instruções militares.


6. CRIMES CONTRA O SERVIÇO MILITAR
6.2. DESERÇÃO

Art. 187. Ausentar-se o militar, sem licença, da unidade em que serve, ou do lugar em que deve permanecer,
por mais de oito dias:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos; se oficial, a pena é agravada.

• GREVE – configura o crime ao atingir o nono dia

• STF e STM – Crime Permanente


MARREIROS – Crime Instantâneo de efeitos permanentes
6. CRIMES CONTRA O SERVIÇO MILITAR
6.2. DESERÇÃO

6.2.1. CONTAGEM DO PRAZO PARA CONSUMAÇÃO DA DESERÇÃO

Art 451 § 1º CPPM - A contagem dos dias de ausência, para efeito da lavratura do termo de deserção, iniciar-
se-á a zero hora do dia seguinte àquele em que for verificada a falta injustificada do militar.

• D + 9 = Data da deserção, sendo D o 1º dia que faltou ao quartel

CONTAGEM DO PRAZO PARA CONSUMAÇÃO DA DESERÇÃO


DIA 0 DIA 01 DIA 02 DIAS 03 a 08 DIA 09
Militar As 0:00 do dia seguinte Parte de Militar não se apresenta As 0:00 está consumado o crime
falta ao à falta do militar inicia a Ausência ao quartel Lavra-se o TERMO DE DESERÇÃO
quartel contagem (dia 1)
6. CRIMES CONTRA O SERVIÇO MILITAR
6.2. DESERÇÃO

Art. 188. Na mesma pena incorre o militar que:


I - não se apresenta no lugar designado, dentro de oito dias, findo o prazo de trânsito ou férias;
II - deixa de se apresentar a autoridade competente, dentro do prazo de oito dias, contados daquele em que
termina ou é cassada a licença ou agregação ou em que é declarado o estado de sítio ou de guerra;
III - tendo cumprido a pena, deixa de se apresentar, dentro do prazo de oito dias;
IV - consegue exclusão do serviço ativo ou situação de inatividade, criando ou simulando incapacidade.

• INCISO IV – não existe contagem de prazo / consumação no momento que é excluído ou passa para
a reserva.
6. CRIMES CONTRA O SERVIÇO MILITAR
6.2. DESERÇÃO

6.2.2. CAUSA ESPECIAL DE REDUÇÃO DE PENA

Art. 189. Nos crimes dos arts. 187 e 188, ns. I, II e III:
I - se o agente se apresenta voluntariamente dentro em oito dias após a consumação do crime, a pena é
diminuída de metade; e de um têrço, se de mais de oito dias e até sessenta;

6.2.3. CAUSA ESPECIAL DE AUMENTO DE PENA

II - se a deserção ocorre em unidade estacionada em fronteira ou país estrangeiro, a pena é agravada de um


têrço.
6. CRIMES CONTRA O SERVIÇO MILITAR
6.3. DESERÇÃO ESPECIAL (incluída pela Lei nº 9.764, de 18.12.1998)

Art. 190. Deixar o militar de apresentar-se no momento da partida do navio ou aeronave, de que é tripulante,
ou do deslocamento da unidade ou força em que serve:
Pena - detenção, até três meses, se após a partida ou deslocamento se apresentar, dentro de vinte e quatro
horas, à autoridade militar do lugar, ou, na falta desta, à autoridade policial, para ser comunicada a
apresentação ao comando militar competente.

§ 1º Se a apresentação se der dentro de prazo superior a vinte e quatro horas e não excedente a cinco dias:
Pena - detenção, de dois a oito meses.

§ 2o Se superior a cinco dias e não excedente a oito dias:


Pena - detenção, de três meses a um ano.
§ 2o-A. Se superior a oito dias:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
6. CRIMES CONTRA O SERVIÇO MILITAR
6.3. DESERÇÃO ESPECIAL (incluída pela Lei nº 9.764, de 18.12.1998)

6.3.1. CAUSA DE AUMENTO DE PENA


Art. 190§ 3o A pena é aumentada de um terço, se se tratar de sargento, subtenente ou suboficial, e de metade,
se oficial.

6.4. CONCERTO PARA DESERÇÃO


Art. 191. Concertarem-se militares para a prática da deserção:
I - se a deserção não chega a consumar-se:
Pena - detenção, de três meses a um ano.

• Trata-se de ato preparatório punível / Crime Formal


II - se consumada a deserção:
Pena - reclusão, de dois a quatro anos.

• Trata-se de deserção coletiva (dois ou mais)


6. CRIMES CONTRA O SERVIÇO MILITAR
6.5. DESERÇÃO POR EVASÃO OU FUGA

Art. 192. Evadir-se o militar do poder da escolta, ou de recinto de detenção ou de prisão, ou fugir
em seguida à prática de crime para evitar prisão, permanecendo ausente por mais de oito dias:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos.

• Não se pune a fuga e sim a deserção.

• Se a fuga for com violência à pessoa, responde também pelo Art 180.
6. CRIMES CONTRA O SERVIÇO MILITAR
6.6. FAVORECIMENTO A DESERTOR

Art. 193. Dar asilo a desertor, ou tomá-lo a seu serviço, ou proporcionar-lhe ou facilitar-lhe transporte ou meio
de ocultação, sabendo ou tendo razão para saber que cometeu qualquer dos crimes previstos neste capítulo:
Pena - detenção, de quatro meses a um ano.

• Favorecimento pessoal de desertor / Praticado por civil ou militar

• MARREIROS - Crime doloso (sabendo) / Crime culposo (tendo razão para saber)

ISENÇÃO DE PENA

Parágrafo único. Se o favorecedor é ascendente, descendente, cônjuge ou irmão do criminoso, fica isento de
pena.
6. CRIMES CONTRA O SERVIÇO MILITAR
6.7. OMISSÃO DE OFICIAL

Art. 194. Deixar o oficial de proceder contra desertor, sabendo, ou devendo saber encontrar-se entre os seus
comandados:
Pena - detenção, de seis meses a um ano.

• MARREIROS - Crime doloso (sabendo) / Crime culposo (tendo razão para saber)

• Relação de comando entre o oficial e o desertor


7. CONCEITOS MILITARES
7.1. CONCEITO DE MILITAR

Art. 22. É considerada militar, para efeito da aplicação deste Código, qualquer pessoa que, em tempo de paz
ou de guerra, seja incorporada às forcas armadas, para nelas servir em posto, graduação, ou sujeição à
disciplina militar.

• SERVIÇO MILITAR - Alistamento – Convocação – Incorporação

• O ato de incorporação torna a pessoa militar.

• PM e Bombeiros – são considerados militares estaduais pela CF, porém apenas para efeitos interno de
suas corporações.

7.1.1. DEFEITO DE INCORPORAÇÃO

Art. 14. O defeito do ato de incorporação não exclui a aplicação da lei penal militar, salvo se alegado ou
conhecido antes da prática do crime.
7. CONCEITOS MILITARES
7.2. CONCEITO DE MILITAR DA RESERVA OU REFORMADO
Art. 12. O militar da reserva ou reformado, empregado na administração militar, equipara-se ao militar em
situação de atividade, para o efeito da aplicação da lei penal militar.
Art. 13. O militar da reserva, ou reformado, conserva as responsabilidades e prerrogativas do posto ou
graduação, para o efeito da aplicação da lei penal militar, quando pratica ou contra ele é praticado crime militar.
• MILITAR DA ATIVA – está trabalhando (em atividade)
• MILITAR EM ATIVIDADE ≠ MILITAR EM SERVIÇO (expediente)
• PTTC - prestação de tarefa por tempo certo
• MILITAR DA RESERVA – ainda pode ser convocado para guerra
• MILITAR REFORMADO – não pode mais ser convocado para guerra (idade ou invalidez)
7. CONCEITOS MILITARES
7.3. CONCEITO DE TEMPO DE GUERRA

Art. 15. O tempo de guerra, para os efeitos da aplicação da lei penal militar, começa com a declaração ou o
reconhecimento do estado de guerra, ou com o decreto de mobilização se nele estiver compreendido aquele
reconhecimento; e termina quando ordenada a cessação das hostilidades.

7.4. CRIMES PRATICADOS EM PREJUÍZO DE PAÍS ALIADO

Art. 18. Ficam sujeitos às disposições deste Código os crimes praticados em prejuízo de país em guerra contra
país inimigo do Brasil:
I - se o crime é praticado por brasileiro;
II - se o crime é praticado no território nacional, ou em território estrangeiro, militarmente ocupado por força
brasileira, qualquer que seja o agente.
7. CONCEITOS MILITARES
7.6. CONCEITO DE SUPERIOR

Art. 24. O militar que, em virtude da função, exerce autoridade sobre outro de igual posto ou
graduação, considera-se superior, para efeito da aplicação da lei penal militar.

• É a função que concede a superioridade e não o posto.

7.7. CONCEITO DE COMANDANTE

Art. 23. Equipara-se ao comandante, para o efeito da aplicação da lei penal militar, toda autoridade
com função de direção.

7.8. PRECEDÊNCIAS ENTRE AS FORÇAS ARMADAS

• MARINHA, EXÉRCITO e AERONÁUTICA (nesta ordem)

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