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Ass. A, B e C – Crime Militar e Comum, Contravenção Penal e Transgressão Disciplinar.

CRIME COMUM – Conduta prevista na legislação penal nacional, mas não se enquadra em
nenhuma das hipóteses do art. 9º do CPM (exceto o §1º).

CRIME MILITAR – Conduta prevista na legislação penal nacional que se enquadra no art. 9º do
CPM (exceto o §1º).

- Compete a Justiça Militar processar e julgar os crimes militares definidos em lei (art. 124 da
CF/88).

- Militar da ativa/da reserva/qualquer pessoa + Segurança externa, autoridade militar,


disciplina militar, serviço militar, dever militar, patrimônio militar, administração militar ou Adm
da justiça militar.

- PRÓPRIOS:

- IMPRÓPRIOS:

TRANSGRESSÃO DISCIPLINAR – É também uma violação, mas previsto nos REGULAMENTOS


DISCIPLINARES.

CONTRAVENÇÃO PENAL – Dec. Lei nº 3.688/41

TEMPO DO CRIME – art. 5º do CPM.

- Princípio da legalidade (ou da reserva legal) e da anterioridade: Art. 5º, XXXIX, da CF/88 e
Art. 1º, do CPM.

- Princípio da retroatividade da lei mais benigna: (Art. 5º, inciso XL, da CF/88).

LUGAR DO CRIME – art 6º do CPM.

- Princípio da territorialidade: art. 7º e §§ do COM

- Princípio da extraterritorialidade: art.7º, “caput”, parte final, do CPM.

Crime militar em tempo de guerra (art. 10 do CPM) X Crime de guerra (art. 8º do ER/TPI)
ASS. D e E – Crime Militar

REQUISITOS DO CRIME

- Típico: Conduta humana que produz um resultado que é previsto como crime na
norma penal.

- Antijurídico: Ação humana contrária ao direito, ou seja, à ordem jurídica (Art.


42/CPM – excluem a antijuridicidade)

- Culpável: Ação humana, dolosa ou culposa, passiva de imputação aos penalmente


responsáveis e que consistirá no pressuposto para aplicação da pena. (Art. 38, 39, 48/CPM –
excluem a culpabilidade).

CRIME DOLOSO X CRIME CULPOSO

- Doloso: Quando o agente quis o resultado (dolo direto) ou assumiu o risco de


produzi-lo (dolo indireto). (Art. 33, I, CPM).

- Culposo: Quando o agente, deixando de empregar a cautela, atenção, diligência


ordinária ou especial, a que estava obrigado em face das circunstâncias, não prevê o resultado
que podia prever (culpa inconsciente) ou, prevendo-o, supõe levianamente que não se
realizaria ou que poderia evitá-lo (culpa consciente). (Art. 33, II, CPM e seu parágrafo único).

CULPA EM SENTIDO ESTRITO

- Imprudência: ação insensata de um fato perigoso ou proibido.

- Negligência: é um não agir, ausência de precaução e cuidados que a situação exige.

- Imperícia: erro por desconhecimento ou falta de prática de pessoa legalmente


habilitada (perito).

HIPÓTESES DE NÃO CONSUMAÇÃO

- Cogitação e preparação (não punível), execução e consumação (punível).

- Considera-se tentado o crime “quando, iniciada a execução, este não se consuma por
circunstâncias alheias à vontade do agente”. (Art. 30, inciso II e seu parágrafo único, do CPM).

- Art. 31 do CPM: Desistência Voluntária e Arrependimento Eficaz.


EXCLUDENTES DA ANTIJURIDICIDADE

- Afastam o requisito da antijuridicidade.

- Não é antijurídico → não é ilícito → não há crime (Art. 42 do CPM).

- Estado de necessidade

- Legítima defesa

- Estrito cumprimento do dever legal

- Exercício regular de direito

- Compelir subalternos por meios violentos (constrangimento LEGAL)

EXCLUDENTES DA CULPABILIDADE

- Excluem a culpa em sentido amplo.

- Não é culpável → não há crime, sendo isento de culpa e de pena (Art. 36, caput; Art. 38; Art.
39; Art. 48; Art. 49; Art. 50, 1ª parte, todos do CPM).

- Atuam sobre a potencial consciência da ilicitude: erro de fato (Art. 36) e obediência
hierárquica (Art. 38. “b”).

- Atuam sobre a exigibilidade de conduta diversa: coação irresistível (Art. 38, “a”) e estado de
necessidade (Art. 39).

- Atuam sobre a imputabilidade: inimputáveis (Art. 48), embriaguez (Art. 49) e menoridade
(Art. 50).

- O fato é típico e antijurídico, mas o agente não é culpável.

- Erro de fato (Art. 36, caput do CPM).

- Coação irresistível (Art. 38, “a” do CPM).

- Obediência hierárquica de ordem não manifestamente ilegal (Art. 38, “b” do CPM).

- Estado de necessidade (Art. 39 do CPM).

- Inimputabilidade (Art. 48, 49 e 50, do CPM).

• Doença mental (Art. 48, CPM);

• Desenvolvimento mental incompleto (Art. 48, CPM);

• Desenvolvimento mental retardado (Art. 48, CPM);

•Embriaguez completa, proveniente de caso fortuito ou força maior (Art. 49


do CPM);

• Menoridade (Art. 228 da CF/88 e Art. 50, 1ª parte do CPM).


Ass. F - Penas

ESPÉCIE DE PENAS

- PRINCIPAIS (art. 55 do CPM):

• Morte – Art. 5º, inciso XLVII, da CF/88 e Livro II/Parte Especial/CPM (em tempo de
guerra) - Ver Art. 56 e 57/CPM e Art. 707 e 708/CPPM

• Reclusão – Art. 59 do CPM

• Detenção – Art. 59 do CPM

• Prisão – Art. 59 do CPM

• Impedimento – Art. 63 e 183 do CPM.

• Suspensão do exercício do posto, graduação, cargo ou função – Art. 64/CPM. Ex.:


Art. 198, 201, 324/CPM.

• Reforma – Art. 65/CPM. Ex.: Art. 266, “in fine” /CPM

- ACESSÓRIAS (art. 98 do CPM):

• Perda de posto e de patente (Art. 99 do CPM e Art. 142, § 3º, incisos VI e VII, da
CF/88)

• Indignidade para o oficialato (Art. 100, CPM)

• Incompatibilidade com o oficialato (Art. 101, CPM)

• Exclusão das Forças Armadas (Art. 102, CPM) (Ver Art. 125, I, E-1 e Art. 32, § 1º, III,
do RDE) - Somente para praças com estabilidade.

• Perda da função pública, ainda que eletiva (Art. 103, CPM)

• Inabilitação para o exercício de função pública (Art. 104, CPM) (Ver Art. 167 a
176/CPM e Art. 183 a 204/CPM)

• Suspensão do poder familiar, tutela ou curatela (Art. 105, CPM)

• Suspensão dos direitos políticos (Art. 106, CPM)

MEDIDAS DE SEGURANÇA (Art. 110 ao 120 do CPM)

• Espécies: art. 110 do CPM

• Pessoas sujeitas: art. 111 do CPM (falta de capacidade para o entendimento do


caráter ilícito do fato)

• Local de cumprimento da pena das medidas detentivas: hospital de custódia e


tratamento psiquiátrico (art. 172 da lei 7.210/84 – LEP)

• Medidas de segurança não detentivas: exílio local; proibição e frequentar


determinados lugares.
FIXAÇÃO DA PENA (Art. 69 ao 77 do CPM)

- Circunstâncias Judiciais: Tipo de crime, tipo de dolo, grau de culpa, pessoa do réu.
Art. 69/CPM.

- Circunstâncias Legais: Agravantes (Art. 53, §2º; 70 e 71 do CPM), Atenuantes (Art. 53,
§3º e 72 do CPM), Causas especiais: genéricas e específicas de aumento e diminuição da pena
(majorantes e minorantes). Art. 76 do CPM.

CIRCUNSTÂNCIAS AGRAVANTES ( Art. 70 e 71 do CPM)

- SEMPRE são consideradas e agravam a pena-base estipulada pelo juiz.

- Não podem ser consideradas caso já constituam elementares ou qualificadoras do tipo penal.

- Ex: Art. 202 – embriaguez em serviço, já são elementares do crime, sem a embriaguez e/ou
não estando de serviço não há crime, portanto não incidem as agravantes do Art. 70, II, “c” e
“l”.

CIRCUNSTÂNCIAS ATENUANTES (Art. 72 do CPM)

- SEMPRE são consideradas e atenuam a penabase estipulada pelo juiz.

- Não podem ser consideradas se dada circunstância irá minorar a pena do crime na 3ª fase.

MAJORANTES E MINORANTES

- Genéricas - Parte Geral/CPM - Ex. Art. 20; 30, parágrafo único, 35 e 41.

- Específicas - Parte Especial/CPM - Ex. Art. 205, §1º; 209, §§4º, 5º e 6º; 226, §2º e 240, §1º;

CIRCUNSTÂNCIAS LEGAIS – QUALIFICADORAS X MAJORANTES E MINORANTES

- Qualificadoras - Art. 205, § 2º do CPM

- Majorantes - Art. 247 do CPM

- Minorantes – Art. 159 do CPM


EXTINÇÃO DE PUNIBILIDADE (Art. 123 do CPM)

- Prescrição: perda do poder de punir do Estado:

a) da pretensão punitiva - referência é a pena máxima prevista para o crime cometido


(Art. 125/CPM), é contada a partir da consumação do crime.

b) da pretensão executória - referência é o tempo da pena fixado na sentença (Art.


126/CPM).

c) prescrição nas penas de reforma, suspensão do exercício funcional e hierárquico é


de 4 anos (Art. 127).

d) é ≠ para menores de 21 e maiores de 70 anos (Art. 129).

e) é ≠ para a insubmissão e a deserção (Art. 131 e 132).

f) as penas acessórias são imprescritíveis (Art. 130).

- Reabilitação: 5 anos após a extinção da pena principal.

Ass. G – Tipos Penais Militares

CRIMES CONTRA A SEGURANÇA EXTERNA DO PAÍS (Art. 136 a 148 CPM).

CRIMES CONTRA A AUTORIDADE OU DISCIPLINA MILITAR (Art. 149 a 182 CPM).

- Motim e Revolta (Art. 149 do CPM).

- Violência contra superior ou militar de serviço (Art. 157 e 158 do CPM).

- Desrespeito a superior (Art. 160 do CPM) - Não confundir com desacato (Art. 298 ao
300) e nem com a transgressão do Nr 98, An I do RDE – resposta desatenciosa ao superior.

- Recusa de obediência (Art. 163 do CPM) – Insubordinação - Não confundir com


Descumprimento de missão (Art. 196); ou com o de Desobediência (Art. 301), ambos do CPM;
ou com a transgressão disciplinar do Nr 17 do An I do RDE. Ver Art. 341; 349 e 354 do CPM.

- Rigor Excessivo e Violência contra inferior (Art. 174 e 175 do CPM) - Não confundir
com o crime de maus tratos – Art. 213.

- Ofensa aviltante contra inferior (Art. 176 do CPM) – Humilhação

CRIMES CONTRA O SERVIÇO MILITAR E O DEVER MILITAR (Art. 183 a 204 do CPM)

- Insubmissão (Art. 183 a 186 do CPM).

• após tomar conhecimento da designação, não se apresenta até a data da


incorporação.

• apresenta–se, e antes de ter sido oficialmente incorporado, se ausenta do


quartel.
- Deserção (Art. 187 a 194 do CPM e Art. 451 a 457 do CPPM)

- Consuma–se após decorridos 8 (oito) dias de ausência.

- Casos assimilados (Art. 188, CPM)

- Atenuante especial (minorante) – apresentação voluntária: (Art. 189, I do


CPM).

• até 8 dias após a consumação → pena diminuída de 1/2

• + de 8 dias até 60 dias → pena diminuída de 1/3

- Agravante especial (majorante) – unidade em fronteira ou país estrangeiro:


pena agravada de 1/3 (Art. 189, II do CPM).

- Deserção especial ou instantânea (Art. 190, CPM)

- Concerto para a deserção (Art. 191, CPM)

- Deserção em tempo de guerra - Art. 391 (em tempo de guerra) e 392 (em
presença do inimigo), CPM. O prazo é contado pela metade.

- Abandono de posto (Art. 195 e 390 do CPM / nº 28 do An I do RDE).

• o abandono do posto ou lugar de serviço.


• o abandono do serviço.

- Descumprimento de Missão (Art. 196 do CPM / nº 17 do An I do RDE).

- Embriaguez em serviço (Art. 202 do CPM / nº 110 do An I do RDE).

- Dormir em serviço (Art. 203 do CPM).

- Exercício de comércio (Art. 204 do CPM)

CRIMES CONTRA A PESSOA (Art. 205 a 213 do CPM)

- Homicídio (Art. 205 a 207 do CPM).


- Lesão Corporal (Art. 209 e 210 do CPM).

- Maus tratos (Art. 213 do CPM).

CRIMES CONTRA A PESSOA (Art. 214 a 237 do CPM).

- Crimes contra a honra (Art. 214 a 221 do CPM).

- Honra subjetiva: é própria; é a dignidade; aquilo que cada um sente a


respeito de seus próprios atributos; afetada pela INJÚRIA.

- Honra objetiva: é alheia; é a reputação; aquilo que os outros pensam do


indivíduo em relação aos seus atributos; afetada pela CALÚNIA e DIFAMAÇÃO.

- Calúnia (Art. 214 do CPM) – é a falsa imputação a alguém de fato criminoso.

- Difamação (Art. 215 do CPM) – imputar a alguém, presente ou ausente, fatos


que afetem sua honra objetiva.

- Injúria (Art. 216 do CPM) – imputar a alguém, aspectos que afetem sua honra
subjetiva. - Injúria real (Art. 217 do CPM) – com violência ou ações aviltantes.

- Crimes contra a liberdade (Art. 222 a 231 do CPM).

- Constrangimento ilegal (art. 222 do CPM).

- Violação de domicílio (Art. 226 do CPM).

- Art. 5º, inciso XI, da CF/88 - “casa é asilo inviolável” – Há exceções

• Termo “casa” – Art 226, § 4º e 5º do CPM

• Forma qualificada – Art. 226, § 1º do CPM

• Forma majorada – Art. 226, § 2º do CPM

• Excludente do crime – Art. 226, §3º do CPM

- Crimes sexuais (Art. 232 a 237 do CPM).

- Estupro (Art. 232 do CPM) – conjunção carnal

- Atentado violento ao pudor (Art. 233 do CPM) - ato libidinoso diverso

- Corrupção de menores (Art. 234 do CPM) – praticar ato libidinoso ou induzir


a praticá-lo ou presenciá-lo. 14 ≤ vítima < 18
- Ato de libidinagem (Art. 235 do CPM).

- Ato Obsceno (Art. 238 do CPM).

CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO (Art. 240 a 267 do CPM).

- Furto (Art. 240 e 241 do CPM) - é a subtração, para si ou para outrem, de coisa alheia
móvel, com o ânimo de apoderamento definitivo.

1) Simples – Art. 240, caput, do CPM.

2) Atenuado (minorado) – Art. 240, § 1º e 2º, do CPM.

3) Equiparado – Art. 240, § 3º, do CPM.

4) Qualificado – Art. 240, § 4º, 5º e 6º, do CPM .

- Furto de uso (Art. 241 do CPM) – subtrair coisa alheia móvel apenas para uso
temporário.

- Roubo (Art. 242 do CPM) - é a subtração de coisa alheia móvel, para si ou para
outrem, com o ânimo de apoderamento definitivo, mediante violência, grave ameaça ou
qualquer outro meio que reduza a possibilidade de resistência da vítima.

1) Simples ou próprio – Art. 242, caput, do CPM.

2) Impróprio – Art. 242, § 1º, do CPM.

3) Majorado – Art. 242, § 2º, do CPM.

4) Latrocínio (qualificadora) – Art. 242, § 3º, do CPM.

- Apropriação indébita (Art. 248 e 249 do CPM). - Apropriar-se é passar a se comportar


como se fosse o dono da coisa alheia de que tenha a posse ou detenção e que lhe houvera
sido confiada temporariamente, bem como negar-se a devolvê-la ou dispô-la.

1) Simples – Art. 248, caput, do CPM.

2) Majorada – Art. 248, parágrafo único, do CPM.

3) Acidental – Art. 249, caput, do CPM.

4) Achada – Art. 249, parágrafo único, do CPM.

- Estelionato (Art. 251 do CPM). - É a obtenção de vantagem ilícita, para o agente ou


para outrem, em prejuízo de terceiro, que é mantido em erro por meio de ardil ou fraude.

CRIMES CONTRA A INCOLUMIDADE PÚBLICA (Art. 268 a 297 do CPM).

- Tráfico, posse ou uso de entorpecente ou substância de efeito similar (Art. 290 do


CPM).

• Simples – Art. 290, caput, CPM.

• Assimilados – Art. 290, § 1º, CPM.

• Qualificado – Art. 290, § 2º, CPM.


CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO MILITAR (Art. 298 a 339 do CPM).

- Desacato a superior (Art. 298 do CPM).

- Peculato e peculato-furto (Art. 303 e §2º do CPM).

- Concussão – Art. 305 do CPM – diferenciar de corrupção.

- Corrupção passiva e ativa – Art. 308 e 309 do CPM.

- Prevaricação – Art. 319 do CPM.

- Condescendência criminosa – Art. 322 do CPM.

CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO DA JUSTIÇA MILITAR (Art. 340 a 354 do CPM).

CRIMES MILITARES EM TEMPO DE GUERRA (Art. 355 a 408 do CPM).

- Guerra só nos termos do Art. 49, II; 84, XIX e 91, §1º, I da CF/88 e Art. 15 do CPM.

- Crimes militares em tempo de guerra somente se enquadrados nas hipóteses do Art.


10 do CPM.

- As penas são aquelas previstas no Livro II da Parte Especial do CPM ou, quando for o
caso, as penas de tempo de paz, do CPM, ou da legislação penal comum ou especial,
aumentada de 1/3 – Art. 20 do CPM.

- Crime praticado em presença do inimigo – Art. 25 do CPM.

- Traição – Art. 355 do CPM; - Covardia – Art. 363 do CPM; - Rendição – Art. 372 do CPM; -
Deserção – Art. 391 e 392 do CPM; - Saque – Art. 406 do CPM; - Rapto – Art. 407 do CPM; -
Violência carnal – Art. 408 do CPM.

UD II – Direito Processual Penal Militar

Ass. A – Inquérito Policial Militar (IPM)

POLICIA JUDICIARIA MILITAR

- Autoridades militares titulares (Art. 7º do CPPM) – Comandantes de OM.

- Competência (Art. 8º do CPPM)

IPM – apurar sumariamente a prática de fato que configure crime militar e de sua autoria, a
fim de reunir os elementos necessários à propositura da ação penal. (Art. 9º do CPPM)

- Características:

Competência para instauração do IPM:

- Art. 7º - ..., Cmt OM.


VALOR PROBATÓRIO

- Pouco valor probatório

- Provas, em regra, devem ser produzidas em juízo.

- Provas periciais produzidas no IPM.

- VÍCIOS:

- Não acarretam nulidade.

- Mera irregularidade

NOTITIA CRIMINIS (notícia do crime) - é o conhecimento espontâneo ou provocado, pela


autoridade policial de um fato aparentemente criminoso.

- Espontânea – Art. 10, alínea “a” do CPPM

- Provocada – Art. 10, alíneas “b” a “f” do CPPM

PROCEDIMENTOS (Art. 10 e 11 CPPM)

- Portaria de delegação do Cmt (Art. 7º e §§);

- Portaria de instauração do encarregado do IPM (Art. 10, “a” e “b”);

- Nomeação e compromisso do escrivão (Art. 11)

- Atos Iniciais – Art 10, §2º; 12 e 339 do CPPM

- Dirigir-se ao local e isolá-lo enquanto necessário

- Apreender instrumentos e objetos relacionados

- Prender o infrator - Art. 244 do CPPM

- Colher todas as provas - Sobre vestígios do local do crime: Art. 328; 339 e 345

- Ouvir as testemunhas - Art. 347 a 364 do CPPM

- Ouvir o ofendido - Art. 311 e 313 do CPPM

- Ouvir o indiciado - Art. 302 a 306, do CPPM

- Inquirições durante o dia - das 0700h às 1800h – Ver Art. 19 do CPPM

- Máximo de 4 horas consecutivas - intervalo ½ h - Ver Art. 19, § 2º do CPPM.

- A ordem pode ser alterada para atender eventuais conveniências da apuração


e as testemunhas podem ser reinquiridas quantas vezes for necessário.

- Reconhecimento de pessoas e coisas - Art. 368 e 369 do CPPM.

- Acareações - Art. 365 a 367 do CPPM.

- Determinar exames periciais e avaliação – Art. 48 ao 53 e Cap V do Título XV


do CPPM (Art. 314 ao 346). Dois peritos e, preferencialmente, oficiais.

- Tal conduta é obrigatória nos crimes materiais (Art. 328/CPPM).


- Realizar buscas e apreensões - Art. 172 a 189 do CPPM (Art. 5º, inciso XI, da CF/88).

- Art. 176 (parte final) do CPPM - Somente ordem judicial; por meio de um
Mandado de Busca e Apreensão.

- Proteção de testemunhas, peritos e ofendido coactos.

- Interrogar o indiciado

- Direito de permanecer calado – Art. 305/CPPM

- Não presta o compromisso de dizer a verdade.

- Direito de constituir advogado

- Testemunhas “instrumentárias” – duas. Art. 245, § 3º, do CPPM

- Inimputáveis - Juiz da Infância e da Adolescência (autor < 18 anos).

- Imputáveis – autor > 18 anos > indiciado.

- Incomunicabilidade do indiciado preso Art. 17 do CPPM - não recepcionado pela


CF/88

- Art. 18 do CPPM - Prisão do indiciado sem ordem judicial - não recepcionado pela
CF/88

- Prisão – em 2 situações:

- Flagrante delito (nos casos de APFD)

- Ordem judicial, nos termos dos art. 254 e 255 do CPPM.

PRAZOS (Art. 20 do CPPM)

ENCERRAMENTO (Art. 21 a 24 do CPPM)

- Minucioso relatório ( Art. 22 do CPPM).

- Remessa à autoridade delegante (sfc).

- Solução da autoridade delegante (Art. 22, § 1º do CPPM). Possibilidade de solução


diferente do encarregado: (AVOCAÇÃO - Art. 22, §2º do CPPM).

- Publicação em BI e remessa à autoridade judiciária militar competente (Art. 23 do


CPPM).
NOVO INQUÉRITO E DEVOLUÇÃO DOS AUTOS

- ARQUIVAMENTO – Proibição – Art. 24 do CPPM

- NOVO INQUÉRITO – Art. 25 do CPPM

• Não havendo coisa julgada.

• Não havendo extinção da punibilidade.

• Surgimento de novas provas.

- DEVOLUÇÃO DOS AUTOS – Art. 26 do CPPM

• Cumprimento de novas diligências requisitadas pelo MPM.

• Cumprimento de formalidades legais determinadas pelo JFJM, antes da


denúncia.

•Prazo de até 20 dias dado pelo JFJM.

Ass. B – Auto de Prisão em Flagrante Delito (APFD)

MODALIDADES (Art. 244 CPPM)

SUJEITO DO FLAGRANTE

- Sujeito ativo: (Art. 243/CPPM).

- Qualquer pessoa – flagrante facultativo.

- Militares – flagrante obrigatório.

- Sujeito passivo:

- Regra geral – qualquer pessoa

- Exceções - Qualquer crime:

- Menor inimputável – Art. 228/CF e Lei nº 8.069/90 – menores de 18 anos.

- Diplomatas estrangeiros – Convenção de Viena.

- Presidente da República – Art. 86, §3º/CF.

- Causador de acidente de trânsito – quando socorre a vítima – Art. 301/Lei nº


9.503/97.
- Exceções - somente são presos nos crimes inafiançáveis (todos os crimes militares).

- Membros do Congresso Nacional – Art. 53, §2º/CF

- Deputados estaduais – Art. 27, §1º c.c. Art. 53, §2º/CF

- Magistrados – Art. 33, II/ LC nº35/79 - LOMN

- Membros do Ministério Público – Art. 18, II, “d”/ LC nº 75/93 e Art. 40, III/ Lei
nº 8.625/93 – LONMP

- MENORES: Auto de Apreensão em Flagrante de Ato Infracional. – Art. 245, §1º

COMPETÊNCIA (Art. 245 CPPM)

- Comandantes de OM.

- Oficial de dia, de serviço, de quarto ou autoridade correspondente

- Autoridade judiciária (juízes)

- Autoridade civil ou autoridade militar do lugar mais próximo (Art. 250 do CPPM)

PRAZO DE LAVRATURA

- Imediatamente após à detenção do infrator e a consequente apresentação do preso à


autoridade competente - limite máximo de 24h.

PROCEDIMENTO (Art. 244 ao 251 CPPM) – Fases da prisão em flagrante.

1ª) Captura do autor;

2ª) Condução coercitiva à presença da autoridade competente (se militar, condutor sempre
será mais antigo que o conduzido);

3ª) Lavratura do auto de prisão em flagrante delito;

4ª) Recolhimento à prisão.

- Direitos constitucionais dos presos. - Art. 5º, incisos XLIX, L, LXII, LXIII e LXIV, da CF/88.

- Designar escrivão - Art. 245, §4º e 5º/CPPM.

- Ouvir o condutor.

- Ouvir as testemunhas – mínimo duas - Falta de testemunhas – suprir com


testemunhas da apresentação - Art. 245, §2º.

- Ouvir a vítima se possível – Art 311 e 313 (sfc).

- Interrogar o preso – testemunhas “instrumentárias” - Art. 245, §3º.


- Crimes materiais – Art. 12 e 246 do CPPM.

1) Exames de corpo de delito.

2) Termo de Apresentação e/ou Apreensão de instrumento, objeto ou documento


relevante.

3) Auto de Avaliação.

4) Laudo de Constatação Preliminar de substância entorpecente.

5) Laudo definitivo de exame químico e toxicológico.

6) Laudo de constatação de estado de embriaguez.

7) Exames em pessoas: Art 330 ao 340/CPPM.

NOTA DE CULPA (Art. 247 do CPPM) - Documento escrito que tem por finalidade comunicar ao
preso o motivo da prisão, o nome do condutor e das testemunhas.

- Prazo de 24 horas após a prisão.

- Preso – passar recibo do recebimento da nota de culpa (§1º).

- Não souber, não puder ou não quiser assinar – duas testemunhas que tenham presenciado a
entrega (§1º).

- ATENÇÃO! - Abuso de autoridade (Art. 12, §único, III da lei nº 13.869/19).

- Remessa ao juiz imediatamente - Art. 222 e 251 do CPPM.

ESTRUTURA FINAL DO APFD

RECOLHIMENTO À PRISÃO

- Submete o preso a um exame médico prévio de constatação de integridade física e mental.

- Se civil, o encaminhará à Delegacia de Polícia local.

- Se oficial e houver norma específica na Gu, entregará o preso na OM designada.

- Se praça, por norma específica da Gu, entregará o preso na OM designada.

- Se nada houver a respeito, recolherá o preso na própria OM.

- APÓS ISSO, PRESO PASSA À DISPOSIÇÃO DA JUSTIÇA MILITAR


AUDIÊNCIA DE CUSTÓDIA – Apresentação da pessoa presa a um juiz para controlar a
legalidade e a necessidade da prisão, bem como, avaliar eventuais ocorrências de tortura,
maus tratos, ou outras irregularidades, resguardando a integridade física e psíquica do detido.
(Art. 2º). Prazos varias de 24 a 72 horas.
RELAXAMENTO DA PRISÃO
- Manifesta inexistência de infração penal militar
- Não-participação da pessoa conduzida.
- Nas hipóteses acima, desde que o APFD ainda não tenha sido encerrado e a prisão não tenha
sido comunicada à autoridade judiciária.
- Houver a incidência do Art. 270, “caput”, do CPPM
DEVOLUÇÃO – Art. 252 do CPPM
- Pelo Juiz: - De ofício; A requerimento do representante do Ministério Público Militar.
Ass. C – Justiça Militar da União – LEI Nº 8.457, DE 4 DE SETEMBRO DE 1992 (LOJM)
Justiça Militar da União - Processar e julgar os crimes militares definidos em lei (Art. 9º do
CPM) - Art. 124, caput da CF/88.
Justiça Militar Estdual e do DF - julga os militares dos estados nos crimes militares previstos no
CPM - Art. 125, §§ 4º e 5º da CF/88.
ÓRGÃO DA JUSTIÇA MILITAR DA UNIÃO (Art. 1º / Lei nº 8.457/92 – LOJM)
- SUPERIOR TRIBUNAL MILITAR (Art. 92, VI e 122 ao 124 da CF/88).
- Composição – Art. 123 “caput”, I e II da CF/88
- Competência – Processar e julgar oficiais-generais, decretação de indignidade de
oficial ou incompatibilidade para com o oficialato (Art. 6º / LOJM)
- AUDITORIAS (Art. 15 da LOJM)
- CONSELHO ESPECIAL DE JUSTIÇA
- Composição – Art. 16, I da LOJM
- Competência – Processar e julgar oficiais (- Of Gen) (Art. 27, I da LOJM)
- CONSELHO PERMANENTE DE JUSTIÇA
- Composição – Art. 16, II da LOJM
- Competência – Processar e julgar praças (Art. 27, II da LOJM)
- JUIZ FEDERAL DA JUSTIÇA MILITAR – Art. 30 da LOJM
- Presidir Conselhos de Justiça
- Processar e julgar civis (incisos I e III do art. 9º do CPM) e militares, quando estes
forem acusados juntamente.
- Julgar os Habeas Corpus, Habeas Data e Mandado de Segurança contra ato de
autoridade militar
- MINISTÉRIO PÚBLICO MILITAR
- Atribuições:
- Promover, privativamente, a ação penal pública.
- Promover a declaração de indignidade ou de incompatibilidade para o
oficialato.
- Requisitar diligências investigatórias e a instauração de IPM, podendo
acompanhá-los e apresentar provas.
- Exercer o controle externo da atividade da polícia judiciária militar.
- ADVOCACIA E DEFENSORIA PÚBLICA
- Atribuições e Finalidade:
- O advogado, público ou particular, desenvolve atividade essencial à
administração da justiça.
- À Defensoria Pública cabe a assistência dos necessitados, conforme Art. 5º,
LXXIV da CF/88.
- Por intermédio dos advogados se propicia o contraditório e a ampla defesa.
- Deve assistir presos em flagrante, ter acesso à processos, inquéritos e
sindicâncias, mesmo que não findos.
- JUSTIÇA MILITAR EM TEMPO DE GUERRA – Art. 89 ao 97 da LOJM
• CONSELHO SUPERIOR DE JUSTIÇA MILITAR - Art. 91 e 95/LOJM.
- Julga oficiais-generais e apelações das sentenças oriundas dos CJM e Juízes Federais
da Justiça Militar. (o Cmt TO pelo STM).
• CONSELHOS DE JUSTIÇA MILITAR - Art. 93 e 96/LOJM.
- Julga oficiais em 1ª instância (- Of Gen).
• JUÍZES FEDERAIS DA JUSTIÇA MILITAR - Art. 94 e 97/LOJM
– Compõem e presidem os Conselhos e as Auditorias instaladas no TO.
– Instruem os processos em que os acusados são oficiais, praças e civis (exceto Of Gen).
– Julgam singularmente as praças e civis.

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