Você está na página 1de 44

AÇÃO PENAL

Conteúdo
CONCEITO

NATUREZA JURÍDICA

CONDIÇÕES DA AÇÃO

CLASSIFICAÇÃO DAS AÇÕES


Conteúdo
CONCEITO

NATUREZA JURÍDICA

CONDIÇÕES DA AÇÃO

CLASSIFICAÇÃO DAS AÇÕES


1. CONCEITO

É o direito subjetivo de pedir ao Estado-Juiz, titular exclusivo do Jus


Puniendi -direito de punir-, a aplicação do direito penal objetivo
(aplicação da lei) a um caso concreto.
2. NATUREZA JURÍDICA

É pacífico que a natureza jurídica da ação tem caráter


público, pois se estabelece entre o Estado e o Particular
para a realização do direito público.
3. CONDIÇÕES DA AÇÃO PENAL

Art. 395. A denúncia ou queixa será rejeitada quando: (Redação dada


pela Lei nº 11.719, de 2008).

II - faltar pressuposto processual ou condição para o exercício da ação


penal; ou (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).
3. CONDIÇÕES DA AÇÃO PENAL

Requisitos que vão subordinar o exercício da ação penal e o juiz


vai observar:
Requisitos genéricos: valem pra todas as ações
Requisitos específicos: valem apenas em algumas ocasiões,
onde for expresso na lei.
3. CONDIÇÕES DA AÇÃO PENAL

POSSIBILIDADE JURÍDICA DO PEDIDO


LEGITIMIDADE
INTERESSE PARA AGIR
JUSTA CAUSA
POSSIBILIDADE JURÍDICA DO PEDIDO
- Prática de fato aparentemente criminoso (fumus comissi delicti).

- Pedido na ação de estar previsto no ordenamento – tipicidade.

A doutrina moderna diz que aqui também deveria além da tipicidade, estar
ausentes as causas excludentes de ilicitude.
POSSIBILIDADE JURÍDICA DO PEDIDO

Se houver elementos probatórios que o acusado agiu ao


abrigo de uma causa de exclusão de ilicitude, deve a
denúncia ou a queixa ser rejeitada com base no art. 395, II do
CPP (pois falta uma condição da ação).
LEGITIMIDADE

Possibiidade de ocupar o polo passivo e ativo da ação.

O CRIME sempre será de ação penal pública ou ação penal privada

O legitimado sempre será aquele titular de determinada ação


penal
LEGITIMIDADE
Ação penal pública: o polo ativo sempre será o MP que é titular da ação penal
(art. 129, I CF/1988)

Ação Penal de iniciativa privada: caberá à vítima ou seu representante legal


(Art. 30 e 31 do CPP) - (ex: advogado) - assumir o polo ativo da situação
processual.
LEGITIMIDADE
ATIVA: Relacionada com a titularidade da ação penal. MP - quando for
denúncia e do ofendido ou seu representante legal nos delitos
perseguidos por QUEIXA CRIME. Ocupa-se SEMPRE pelo titular da
pretensão acusatória.

PASSIVA: decorre da autoria do injusto típico. Está relacionada com a


autoria do delito. A imputação deve ser dirigida contra quem praticou o
injusto típico. Nesse momento não pode ser feito um juízo de certeza, mas
sim a MERA PROBABILIDADE da autoria.
LEGITIMIDADE
A legitimidade passiva ou ativa leva à rejeição da denúncia ou queixa nos
termos do art. 395, II, do CPP, ou ainda permite o trancamento do
processo através do habeas corpus, eis que se trata de processo
manifestamente nulo. (art. 648, IV CPP), por ilegitimidade da parte (art.
564, II).
Art. 564. A nulidade ocorrerá nos seguintes casos:
II - por ilegitimidade de parte;
LEGITIMIDADE
A ilegitimidade da parte permite que seja promovida NOVA AÇÃO.
Corrigida a falha, a ação pode ser novamente intentada.
Exemplo: é o que acontece quando o ofendido ajuíza queixa em delito de
ação penal pública. A rejeição da queixa não impede que o MP ofereça a
denúncia.
INTERESSE DE AGIR (PUNIBILIDADE CONCRETA)

Para a ação penal ser admitida, é necessário que não


tenha ocorrido nenhuma causa de extinção da
punibilidade... como a prescrição, decadência e renúncia.
JUSTA CAUSA

É O LASTRO PROBATÓRIO MÍNIMO - segundo o MINISTRO


CELSO DE MELO)

Art. 395. A denúncia ou queixa será rejeitada quando:


II – faltar pressuposto processual ou condição para o exercício da
ação penal;
III – faltar justa causa para o exercício da ação penal.
CONDIÇÕES ESPECÍFICAS:
Condições genéricas: são necessárias para todas as ações.
Algumas condições têm requisitos específicos...

Crime de lesão corporal culposa, por imperícia,


imprudência ou negligência (art. 303 do CTB).
CONDIÇÕES ESPECÍFICAS:

Preenchido todos os requisitos da ação, pode o Estado exercer a


ação penal?
NÃO
Art. 88. - Além das hipóteses do Código Penal e da legislação
especial, dependerá de representação a ação penal relativa aos
crimes de lesões corporais leves e lesões culposas.
CONDIÇÕES ESPECÍFICAS:

O crime de lesão corporal culposa decorrente de acidente de trânsito


em regra é de ação penal pública condicionada à representação. Será
de ação penal pública incondicionada e não haverá a aplicação da Lei
n. 9.099/1995, quando:
- O condutor estiver embriagado ou sob efeito de substâncias
entorpecentes;
- O condutor estiver participando de competição ou exibição não
autorizadas;
- O condutor transitar em velocidade superior à máxima permitida para
a via em 50 km.
Ou seja, além daquelas, 4 condições, nesse
exemplo, é necessário também a representação do
ofendido.

Representação do ofendido (Art. 88 da LEi do JeCRIM)


Requisição do Ministro da Justiça (art. 145 do CP)
CONDIÇÃO de militar no crime de deserção/insubmissão (se
ausentar pop mais de 8 dias sem autorização - se perder a
condição de militar não pode cometer o crime.
As condições específicas será no delito
de lesão corporal leve e lesão corporal
culposa na direção de veículo automotor.
4. CLASSIFICAÇÃO DA AÇÃO PENAL
somente duas
APPública - TITULAR MP
Peça inaugural: DENÚNCIA
1. Incondicionada
2. Condicionada
2.1 - Representação
2.2 - Requisição
4. CLASSIFICAÇÃO DA AÇÃO PENAL
APPrivada
Titular : Vítima ou querelante que vai contratar um advogado.
A peça inaugural é a queixa-crime.

1. Personalíssima
2. Exclusiva
3. Subsidiária da pública
4. CLASSIFICAÇÃO DA AÇÃO PENAL
Art. 100 do CP- A ação penal é pública, salvo quando
a lei expressamente a declara privativa do ofendido.
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Em via de regra... sempre será pública.


4. PRINCÍPIOS DA AÇÃO PENAL PÚBLICA

Princípio da Obrigatoriedade
SE não entrar com ação incorre em crime de
prevaricação (art. 319 do CP).
4. PRINCÍPIOS DA AÇÃO PENAL PÚBLICA

Princípio da INDISPONIBILIDADE
Não poderá desistir, diferente da ação penal
privada;
4. PRINCÍPIOS DA AÇÃO PENAL PÚBLICA

Princípio da divisibilidade
Ação Penal Pública é divisível!
desmembramento
4. PRINCÍPIOS DA AÇÃO PENAL PÚBLICA

Princípio da INTRANCÊNDÊNCIA
Da mesma forma que a pena não pode passar
da pessoa do condenado, a acusação também
não poderá passar da pessoa do imputado
4. PRINCÍPIOS DA AÇÃO PENAL PRIVADA

Princípio da INTRANCÊNDÊNCIA
É por essa razão que, quando do oferecimento da denúncia,
que o MP individualize o máximo o denunciado, com CPF,
identidade, nome da mãe, do pai, enfim, todas as informações
disponíveis no inquérito policial.
4. PRINCÍPIOS DA AÇÃO PENAL PRIVADA

Princípio da CONVENIÊNCIA E OPORTUNIDADE


Há possibilidade de desistir da ação.
4. PRINCÍPIOS DA AÇÃO PENAL PRIVADA

Princípio da DISPONIBILIDADE
Perdão do ofendido
Após o ajuizamento da ação penal, o querelante possa dela
desistir, assim como também poderá desistir de recurso
eventualmente interposto.
4. PRINCÍPIOS DA AÇÃO PENAL PRIVADA

Princípio da DISPONIBILIDADE
Perdão do ofendido
Após o ajuizamento da ação penal, o querelante possa dela
desistir, assim como também poderá desistir de recurso
eventualmente interposto.
5. AÇÃO PENAL PÚBLICA CONDICIONADA
ALÉM DOS 04 REQUISITOS, TEM MAIS UM:

1 – REPRESENTAÇÃO DA VÍTIMA OU SEU


REPRESENTANTE LEGAL
2 – REQUISIÇÃO DO MINISTRO DA
JUSTIÇA.
5.1 REPRESENTAÇÃO

- Manifestação de que tem interesse na persecução penal do agente.


É PRECISO QUE O PROMOTOR SAIBA QUE A VÍTIMA TEM INTERESSE DE
REPRESENTAR CONTRA O AUTOR DOS FATOS.
1 - Natureza Jurídica: (condição objetiva de procedibilidade)
O Estado é provocado pelo MP... o MP vai perguntar: Cadê a
representação? Essa é a condição de procedibilidade.
5.1 REPRESENTAÇÃO
2 - Não há formalismo – basta a vítima falar para o policial...
A representação constará ao final das declarações ou B.O.
3 - Não vincula o MP (promotor)
Exemplo: O fato de eu ter autorizado que o estado processe a
pessoa que me atropelou, não vincula o promotor da mesma
decisão. O promotor pode ver na instrução do julgamento que
pessoa agiu com excludente de ilicitude e pedir o
arquivamento da ação penal.
5.1 REPRESENTAÇÃO
2 - Não há formalismo – basta a vítima falar para o policial...
A representação constará ao final das declarações ou B.O.
3 - Não vincula o MP (promotor)
Exemplo: O fato de eu ter autorizado que o estado processe a
pessoa que me atropelou, não vincula o promotor da mesma
decisão. O promotor pode ver na instrução do julgamento que
pessoa agiu com excludente de ilicitude e pedir o
arquivamento da ação penal.
5.1 REPRESENTAÇÃO
Prazo decadencial de 06 meses:
O artigo 38 do CPP:
O ofendido ou seu representante decai do direito de
queixa ou de representação se não o exercer em seis
meses, contando do dia em que vier a saber quem é o
autor do delito. No caso de ação privada subsidiária,
contado do dia em que se esgotar o prazo para o
oferecimento da denúncia
5.1 REPRESENTAÇÃO
Cabe Retratação da representação? Sim...
Retratar-se significa desdizer-se, declarar que errou,
retirar o que disse, sendo causa de extinção de
punibilidade nos termos do artigo 107, VI, CP.
Art. 25 CPP. A representação será irretratável, depois de
oferecida a denúncia.
5.1 REPRESENTAÇÃO

Cabe Retratação da RETRATAÇÃO?


Sim, até o prazo decadencial de 06 meses
5.1 REPRESENTAÇÃO
Legitimidade Para Representação:
Morte (CADI) –Art. 31 CPP - No caso de morte do
ofendido ou quando declarado ausente por decisão
judicial, o direito de oferecer queixa ou prosseguir na
ação passará ao cônjuge, ascendente, descendente ou
irmão.
5.2 REQUISIÇÃO DO MINISTRO DA JUSTIÇA
OU CHEFE DE ESTADO
Natureza jurídica: condição específica objetiva de
procedibilidade
É ato político, ou seja, não é retratável, uma vez que o
MJ autoriza o Estado à persecução Penal, o Estado vai
Processar.
mas NÃO vincula o MP a oferecer a denúncia
5.2 REQUISIÇÃO DO MINISTRO DA JUSTIÇA OU
CHEFE DE ESTADO
PRAZO: não tem prazo decadencial, porém o delito
esta sujeito ao prazo prescricional.
Art. 7 - § 3º, b do CP – crime cometido por estrangeiro contra
Brasileiro
Art. 141 c/c art. 145 do § único ) – crime contra a honra
praticados contra o Presidente da Republica ou chefe de estado.
Estrangeiro que esteja no Brasil.
OBRIGADA!
Insira aqui um encerramento ou uma chamada para ação.

Você também pode gostar