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Agora Eu Passo Concursos Públicos

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
ÍNDICE
Conceitos Introdutórios; Art. 3° – Crimes de Atentado.��������������������������������������������������������������������������������2
Generalidades – Abuso de Autoridade���������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������2
Sujeito Ativo�������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������2
Dos Crimes em Espécie – (Art. 3°)������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������3

Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Proíbe a reprodução total ou parcial desse material ou divulgação com fins
comerciais ou não, em qualquer meio de comunicação, inclusive na Internet, sem autorização do Agora Eu Passo Concursos Públicos.
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Conceitos Introdutórios; Art. 3° – Crimes de Atentado.


Generalidades – Abuso de Autoridade
Sujeito Ativo
→→ CLASSIFICAÇÃO – é crime próprio, uma vez que só poderá ser praticado por autoridade
pública. O Art. 5° afirma que é autoridade aquele que exerce cargo, emprego ou função pública, de
natureza civil, ou militar, ainda que transitoriamente e sem remuneração.
→→ CRIMES FUNCIONAIS – os crimes de abuso de autoridade são classificados como crimes fun-
cionais, uma vez que são praticados por autoridade pública e, dentre os bens jurídicos protegidos,
temos o regular funcionamento da Administração Pública.
→→ NÃO PODERÃO SER SUJEITOS ATIVOS DO CRIME –
˃˃ Aposentado, Demitido e Exonerado.
˃˃ Aquele que exerce um múnus público – é uma obrigação que deve ser exercida por alguém
atendendo ao poder público, essa obrigação decorre de lei. Exemplos: tutor; curador; inventa-
riante judicial; administrador de massa falida; depositário judicial.
→→ PODERÃO SER SUJEITOS ATIVOS DO CRIME – SÃO AUTORIDADES –
˃˃ Mesário Eleitoral –
˃˃ Defensor dativo – Informativo 579 – Defensor Dativo é equiparado a funcionário público
para fins penais.
O advogado que, por força de convênio celebrado com o Poder Público, atua de forma remune-
rada em defesa dos agraciados com o benefício da Justiça Pública, enquadra-se no conceito de fun-
cionário público para fins penais (Precedentes). (REsp. n. 902.037/SP, Rel. Min. FELIX FISCHER,
Quinta Turma, julgado em 17/4/2007, DJ de 4/6/2007). Precedentes. Sendo equiparado a funcionário
público, possível a adequação típica aos crimes previstos nos artigos 312 e 317 do Código Penal.
˃˃ Autoridade em férias, de licença, praticado fora do exercício da função.
˃˃ Particular – Concurso de Pessoas – é possível que um particular pratique o deito de abuso de
autoridade em concurso de pessoas com autoridade pública – fundamento no Arts. 29 e 30 do
Código Penal (CP). Vejamos:
→→ SUJEITO PASSIVO – aqui, temos um delito de dupla subjetividade passiva. Vejamos: Estado,
titular da Administração Pública, é a pessoa física ou jurídica que, eventualmente, sofre a lesão ao
seu bem jurídico protegido.
→→ Bem Jurídico Protegido – cada um dos tipos penais protege um bem jurídico previsto na
Constituição Federal de 1988. Dentre eles, temos:
→→ ELEMENTO SUBJETIVO – DOLO – só há crime de abuso de autoridade na modalidade dolosa.
Não há crime de abuso de autoridade na modalidade culposa.
→→ TENTATIVA – deve ser analisado de acordo com o tipo do crime previsto na Lei.
˃˃ Art. 3º – Não admite a tentativa – Crimes de Atentado – também chamados de delitos de
empreendimento.
˃˃ Delitos do Art. 4° – os crimes previstos no Art. 4°, como regra, admitem a tentativa. No entanto,
há exceções. Vejamos:
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Art. 4° – (...)
c) deixar de comunicar, imediatamente, ao juiz competente a prisão ou detenção de qualquer pessoa;
d) deixar o Juiz de ordenar o relaxamento de prisão ou detenção ilegal que lhe seja comunicada;
i) prolongar a execução de prisão temporária, de pena ou de medida de segurança, deixando de
expedir em tempo oportuno ou de cumprir imediatamente ordem de liberdade. (grifo nosso)
Obs.: Omissivos próprios ou puros – esses delitos não admitem a tentativa, porque são crimes
omissivos próprios ou puros, também chamados de omissivos simples.
→→ AÇÃO OU OMISSÃO – os crimes previstos na Lei 4.898/65 poderão ser praticados mediante
ação ou omissão, a depender o caso concreto.
→→ ROL TAXATIVO – o rol de crimes previstos na Lei 4.898 de 1965 é taxativo. Dessa forma, só é
crime de abuso de autoridade o que está previsto na lei.
→→ COMPETÊNCIA – a competência será da Justiça comum, federal ou estadual.
→→ ABUSO DE AUTORIDADE PRATICADO POR MILITAR EM SERVIÇO.
No ano de 2017, no dia 16 de outubro, foi publicada a Lei 13.491, que modificou o Código Penal
Militar e ampliou a competência da Justiça Militar. Esta lei ampliou o rol dos crimes de natureza
militar, alterando o inciso II do Art. 9º do Código Penal Militar.
Lei 13.491/2017 – NOVA REDAÇÃO – COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA MILITAR –
Art. 9º. Consideram-se crimes militares, em tempo de paz:
II – os crimes previstos neste Código e os previstos na legislação penal, quando praticados: (…).
9.1. SÚMULAS SUPERADAS –
Súmula 90/STJ – Compete à Justiça Estadual Militar processar e julgar o policial militar pela prática do
crime militar, e à Comum pela prática do crime comum simultâneo àquele.
Súmula 172/STJ – Compete à Justiça Comum processar e julgar militar por crime de abuso de autoridade,
ainda que praticado em serviço.
Essas súmulas foram superadas, pois, com o advento da Lei 13.491/17, os crimes de abuso de
autoridade praticados por militar em serviço são crimes militares e, portanto, serão julgados pela
Justiça Militar.
Dos Crimes em Espécie – (Art. 3°)
GENERALIDADES –
CRIMES DE ATENTADO – TENTATIVA – é aquele em que a lei pune de forma idêntica o
crime consumado e a forma tentada, isto é, não há diminuição da pena em face da tentativa.
DIREITOS RELATIVOS – conforme o entendimento do STF, os direitos e as garantias indivi-
duais não têm caráter absoluto.
Nas palavras do Ministro Celso de Mello:
Não há, no sistema constitucional brasileiro, direitos ou garantias que se revistam de caráter
absoluto, mesmo porque razões de relevante interesse público ou exigências derivadas do princípio de
convivência das liberdades legitimam, ainda que excepcionalmente, a adoção, por parte dos órgãos
estatais, de medidas restritivas das prerrogativas individuais ou coletivas, desde que respeitados os
termos estabelecidos pela própria Constituição.
Art. 3º. Constitui abuso de autoridade qualquer atentado:
a) à liberdade de locomoção;
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˃˃ Previsão no Art. 5°, inciso XV da CF: é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz,
podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens.
˃˃ Estrito cumprimento do dever legal – não há crime.
b) à inviolabilidade do domicílio;
˃˃ Previsão no Art. 5°, inciso XI, da CF: a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo
penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para
prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial.
˃˃ Estrito cumprimento do dever legal – não há crime.
c) ao sigilo da correspondência;
˃˃ Previsão no Art. 5°, inciso XII, CF: é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações
telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial,
nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução
processual penal. (grifo nosso)
˃˃ Diretor do Estabelecimento Prisional – Os fundamentos para tal decisão se baseiam preser-
vação da segurança pública, disciplina prisional e a própria preservação da ordem jurídica.
Dessa forma, a privacidade e a intimidade do preso não podem servir como “escudo” para a
prática de crimes. Nas palavras do Min. Celso de Mello: a cláusula tutelar da inviolabilidade
do sigilo epistolar não pode constituir instrumento de salvaguarda de práticas ilícitas (H.C.
70.814-5/SP, DJ de 24-6-1994, Rel. Min. Celso de Mello).
d) à liberdade de consciência e de crença;
e) ao livre exercício do culto religioso;
˃˃ Previsão no Art. 5°, inciso VI e VIII, CF.
f) à liberdade de associação;
h) ao direito de reunião;
A proteção a esses bens jurídicos tutelados têm amparo constitucional, conforme previsão no
Art. 5°, inciso XVII e XVIII. Vejamos:
XVII – é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar;
XVIII – a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas independem de autorização,
sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento;
XX – ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado.
g) aos direitos e garantias legais assegurados ao exercício do voto;
i) à incolumidade física do indivíduo;
˃˃ A proteção a esses bens jurídicos tutelados tem amparo constitucional, conforme previsão nos
seguintes artigos. Vejamos:
III – ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante;
XLIX – é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral;
˃˃ Atentado à incolumidade física do indivíduo versus Crime de tortura.
˃˃ Atentado à incolumidade física do indivíduo versus Lesão Corporal.
˃˃ Violência arbitrária – Art. 322 do Código penal – Revogação.
Crime previsto no CP, com o seguinte texto:
Art. 322 – Praticar violência, no exercício de função ou a pretexto de exercê-la:
Pena – detenção, de seis meses a três anos, além da pena correspondente à violência.
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A doutrina diverge quanto à revogação ou não desse crime. Citamos o seguinte julgado do STJ e STF –
HABEAS CORPUS. PENAL. CP, ART. 322 . CRIME DE VIOLÊNCIA ARBITRÁRIA. REVOGAÇÃO
PELA LEI N. 4.898 /65. INOCORRÊNCIA. O artigo 322 do Código Penal , que tipifica o crime de violên-
cia arbitrária, não foi revogado pelo artigo 3º, alínea i da Lei n. 4.898 /65 ( Lei de Abuso de Autoridade ).
Precedentes. Recurso ordinário em habeas corpus não provido.
STF – RECURSO EM HABEAS CORPUS RHC 95617 MG (STF)
Data de publicação: 16/04/2009
HABEAS CORPUS. PENAL. ARTIGO 322 DO CÓDIGO PENAL. CRIME DE VIOLÊNCIA ARBI-
TRÁRIA. EVENTUAL REVOGAÇÃO PELA LEI N.º 4.898 /65. INOCORRÊNCIA. PRECEDENTES
DO STF. 1. O crime de violência arbitrária não foi revogado pelo disposto no artigo 3º , alínea i, da Lei de
Abuso de Autoridade . Precedentes da Suprema Corte. 2. Ordem denegada.
STJ – HABEAS CORPUS HC 48083 MG 2005/0155584-0 (STJ)
Data de publicação: 07/04/2008
j) aos direitos e garantias legais assegurados ao exercício profissional.
Exercícios
01. Não constitui crime de abuso de autoridade a conduta, consumada ou tentada, de violação de
domicílio, fora das hipóteses constitucionais e legais de ingresso em casa alheia, quando pra-
ticada por delegado de polícia, uma vez que este está amparado pelo estrito cumprimento do
dever legal, como causa legal de exclusão de ilicitude da conduta típica.
Certo ( ) Errado ( )
02. Para os efeitos da referida lei, são considerados autoridade aqueles que exercem um múnus
público, como, por exemplo, tutores e curadores dativos, inventariantes, síndicos e depositários
judiciais.
Certo ( ) Errado ( )
03. Nessa lei, há condutas tipificadas que caracterizam crimes próprios e crimes impróprios,
admitindo-se as modalidades dolosa e culposa.
Certo ( ) Errado ( )
04. O particular coautor ou partícipe, juntamente com o agente público, em concurso de pessoas,
responderá por outro crime, uma vez que a qualidade de autoridade é elementar do tipo.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito
01 - Errado
02 - Errado
03 - Errado
04 - Errado

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