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PROCESSO PENAL

Profª. Priscila Souto

AÇÃO PENAL
PROF ª. PRISCILA SOUTO

Mulher. Mãe. Advogada.


@priscilasouto_
Sócia do Escritório ALVES & ANDRADE - Advocacia e Consultoria Jurídica.

Pós Graduada em Direito Penal e Processo Penal.


/jornadaforense
Cursando Compliance anticorrupção pela Legal Ethics Compliance - Lec News.

Coordenadora e professora na Escola Superior da Advocacia de São Paulo - ESA/SP


(@esaoabsp).
/prof.priscila.souto
Leciona em cursos preparatórios para o Exame da Ordem dos Advogados do Brasil
(OAB) e Concursos Públicos.

Professional & Self Coach, Analista Comportamental, Leader Coach e Life Coach pelo
Instituto Brasileiro de Coach - IBC.
www.priscilasouto.com.br
Mentora. Consultora. Palestrante.

Presidente da Comissão de Estudos da reforma de ética da OAB Santos.


Vice-Presidente da Comissão do Jovem Advogado de Santos.
prof.priscila.souto@gmail.com
Revisora de obras jurídicas e conteudista.
AÇÃO PENAL
DIREITO DE AÇÃO PENAL

Conceito: podemos conceituar como o direito da


parte acusadora (MP ou ofendido) em pedir para o
Estado-Juiz a aplicação do direito penal ao caso
concreto, utilizando para isso o devido processo
legal.
PARTE
ACUSADORA

MINISTÉRIO PÚBLICO

OFENDIDO(querelante)
FUNDAMENTO CONSTITUCIONAL

Art. 5º (...)
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder
Judiciário lesão ou ameaça a direito;
AÇÃO PENAL

CÓDIGO CÓDIGO DE
PENAL PROCESSO PENAL

Art. 100 ao 106 Art. 24 a 62


Norma de natureza mista
Normas híbridas NORMA HÍBRIDA

natureza natureza
penal processual

Prevalece a regra aplicável ao DIREITO PENAL

• Irretroatividade da lei

• Retroatividade da lei mais benéfica ao réu


CLASSIFICAÇÃO DA AÇÃO PENAL

AÇÃO PENAL

PÚBLICA PRIVADA
AÇÃO PENAL
PÚBLICA INCONDICIONADA

CONDICIONADA À
REPRESENTAÇÃO

CONDICIONADA À
REQUISIÇÃO
AÇÃO PENAL
PRIVADA EXCLUSIVA

SUBSIDIÁRIA
DA PÚBLICA

PERSONALÍSSIMA
TITULAR DA AÇÃO PENAL

AÇÃO AÇÃO
PENAL PENAL
PÚBLICA PRIVADA

MINISTÉRIO
OFENDIDO/VÍTIMA
PÚBLICO

ou representante
legal
Art. 31. No caso de morte do ofendido ou quando declarado
ausente por decisão judicial, o direito de oferecer queixa ou
prosseguir na ação passará ao cônjuge, ascendente,
descendente ou irmão.
LEGITIMIDADE
CONCORRENTE
SÚMULA Nº 714 - É CONCORRENTE A
LEGITIMIDADE DO OFENDIDO, MEDIANTE
QUEIXA, E DO MINISTÉRIO PÚBLICO,
CONDICIONADA À REPRESENTAÇÃO DO
OFENDIDO, PARA A AÇÃO PENAL POR CRIME
CONTRA A HONRA DE SERVIDOR PÚBLICO
EM RAZÃO DO EXERCÍCIO DE SUAS
FUNÇÕES.

Crimes contra a honra de servidor público em razão


da sua função
PRINCÍPIOS DA AÇÃO PENAL

Princípio do ne procedat iudex ex officio: também chamado de


princípio da iniciativa das partes.

• Sistema acusatório (art. 129, I da CF)

• Vedação do início a um processo de ofício

• Inércia da jurisdição
PRINCÍPIOS DA AÇÃO PENAL

Princípio do ne bis in idem: inadmissibilidade da persecução


penal múltipla,

• Ninguém poderá ser processado duas vezes pelos mesmos fatos (mesma
imputação)

• Não pode iniciar uma nova persecução criminal ao fato já julgado e


transitado em julgado

• Não pode ocorrer persecução criminal simultânea em andamento

• Convenção Americana sobre Direitos Humanos (art. 8º, n. 4º do Dec.


678/92).
Convenção Americana sobre Direitos Humanos
Artigo 8º - Garantias judiciais

4. O acusado absolvido por sentença transitada em julgado não


poderá ser submetido a novo processo pelos mesmos fatos.
PRINCÍPIOS DA AÇÃO PENAL

Princípio da intranscedência

• Oferecimento da peça inicial acusatória somente contra o possível autor


dos fatos

• Não pode a acusação passar do suposto autor

• Princípio da pessoalidade da pena (art. 5º, XLV da CF)


PRINCÍPIOS DA AÇÃO PENAL

Princípio da pessoalidade da pena (art. 5º, XLV da CF)

Art. 5º (...)
XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o
dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores
e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido;
PRINCÍPIOS

AÇÃO PENAL PÚBLICA


OBRIGATORIEDADE INDIVISIBILIDADE

INDISPONIBILIDADE DIVISIBILIDADE
PRINCÍPIO DA
OBRIGATORIEDADE
• Sem discricionariedade do Ministério Público;

• Justa causa e condições da ação o MP é obrigado a


oferecer denúncia

Art. 24. Nos crimes de ação pública, esta será


promovida por denúncia do Ministério Público,
mas dependerá, quando a lei o exigir, de
requisição do Ministro da Justiça, ou de
representação do ofendido ou de quem tiver
qualidade para representá-lo.

Existem exceções ao princípio da obrigatoriedade?

Ação Penal Pública


PRINCÍPIO DA OBRIGATORIEDADE

Exceções ao princípio da obrigatoriedade

• Transação Penal (art. 76 da Lei 9.099/95)

• Acordo de leniência (art. 86 e 87 da Lei n. 12.529/11)

• Termo de ajustamento de conduta (art. 5º, §6º da Lei n. 7.347/85)

• Parcelamento de débito tributário (art. 83, §2º da Lei n. 12.383/11)

• Colaboração premiada (art. 4º ao 7º da Lei 12.850/13)

• Acordo de não persecução penal (art. 18 da Resolução n. 181 do CNMP)


PRINCÍPIO DA
INDISPONIBILIDADE
• Princípio da indesistibilidade

• O MP não pode desistir nem dispor da Ação Penal

Art. 42. O Ministério Público não poderá desistir


da ação penal.

Art. 576. O Ministério Público não poderá desistir


de recurso que haja interposto.

Existem exceções ao princípio da indisponibilidade?

Ação Penal Pública


PRINCÍPIO DA INDISPONIBILIDADE

Exceções ao princípio da indisponibilidade

• Suspensão Condicional do Processo (art. 89 da Lei 9.099/95)

Art. 89. Nos crimes em que a pena mínima cominada for igual ou inferior a um ano, abrangidas ou
não por esta Lei, o Ministério Público, ao oferecer a denúncia, poderá propor a suspensão do
processo, por dois a quatro anos, desde que o acusado não esteja sendo processado ou não tenha
sido condenado por outro crime, presentes os demais requisitos que autorizariam a suspensão
condicional da pena (art. 77 do Código Penal).
PRINCÍPIO DA
(IN) DIVISIBILIDADE

INDIVISIBILIDADE

Art. 48. A queixa contra qualquer dos


autores do crime obrigará ao processo de
todos, e o Ministério Público velará pela sua
indivisibilidade.
DIVISIBILIDADE

Ação Penal Pública


PRINCÍPIO DA INDIVISIBILIDADE

Discussão doutrinária

• INDIVISIBILIDADE: presentes elementos probatórios, o MP é obrigado a


oferecer denúncia em relação a todos (autores, partícipes e coautores).

• DIVISIBILIDADE: o MP poderia oferecer denúncia contra apenas algum


(s) dos envolvidos, sem prejuízo do prosseguimento das investigações
quanto aos demais.
PRINCÍPIO DA INDIVISIBILIDADE

POSICIONAMENTO DO STJ

Princípio da divisibilidade

STJ, 6ª Turma, Resp 388/473, Rel. Min. Paulo Medina, j. 07/08/2003, DJ


15/09/2003. “Não se aplica o princípio da indivisibilidade à ação penal
pública: STJ, 6ª Turma, RHC 34.233/SP, Rel. Min. Maria Thereza Assis
Moura, j. 6/5/2014.
PRINCÍPIOS

AÇÃO PENAL PRIVADA


OPORTUNIDADE INDIVISIBILIDADE

DISPONIBILIDADE
PRINCÍPIO DA
OPORTUNIDADE

• Também chamado de princípio da conveniência

Art. 107 - Extingue-se a punibilidade: • A vítima (ofendido) não é obrigado a oferecer queixa
(...) crime
IV - pela prescrição, decadência ou perempção;
• Pode permanecer inerte e ocorrerá a decadência
V - pela renúncia do direito de queixa ou pelo
perdão aceito, nos crimes de ação privada;
• Pode renunciar de forma tácita ou expressa

Ação Penal Privada


PRINCÍPIO DA
DISPONIBILIDADE

Art. 107 - Extingue-se a punibilidade:


(...) • O ofendido pode dispor da ação penal já proposta
IV - pela prescrição, decadência ou perempção;
• PERDÃO DO OFENDIDO
V - pela renúncia do direito de queixa ou pelo
perdão aceito, nos crimes de ação privada;
• PEREMPÇÃO
Art. 522. No caso de reconciliação, depois de
assinado pelo querelante o termo da desistência, • CONCILIAÇÃO E TERMO DE DESISTÊNCIA (crimes
a queixa será arquivada. contra a honra - art. 522 do CPP)

Ação Penal Privada


PRINCÍPIO DA
INDIVISIBILIDADE

• O ofendido pode optar pelo oferecimento ou não da


queixa, mas não pode escolher quem vai processar.
Art. 48. A queixa contra qualquer dos
autores do crime obrigará ao processo de • Deve oferecer queixa contra todos os envolvidos
todos, e o Ministério Público velará pela sua
indivisibilidade. • A renúncia ao direito de queixa para um dos autores se
estende para os outros (art. 49 do CPP)

Ação Penal Pública


RENÚNCIA AO DIREITO DE QUEIXA

Art. 49. A renúncia ao exercício do direito de queixa, em relação a um dos


autores do crime, a todos se estenderá.
RENÚNCIA AO DIREITO DE QUEIXA

CASO O OFENDIDO TENHA UMA OMISSÃO


VOLUNTÁRIA, QUAL A CONSEQUÊNCIA?
• Entende-se que houve renúncia tácita com relação ao agente não
incluído no polo passivo da demanda, e tal renúncia se estenderá aos
demais no termos do art. 49 do CPP.

• Ocorrerá extinção da punibilidade de todos os infratores.

Art. 49. A renúncia ao exercício do direito de queixa, em relação a um dos


autores do crime, a todos se estenderá.
RENÚNCIA AO DIREITO DE QUEIXA

CASO O OFENDIDO TENHA UMA OMISSÃO


INVOLUNTÁRIA, QUAL A CONSEQUÊNCIA?

• Se no momento do oferecimento da queixa o ofendido não tinha


conhecimento dos outros agentes, o MP deve requerer a intimação do
querelante para aditar a queixa.

• Se o querelante não incluir os agentes, configurará a renúncia que


deverá ser estendida para todos.
PRINCÍPIOS

• Princípio da oficialidade

• Princípio da autoritariedade

• Princípio da oficiosidade
PRINCÍPIOS

PRINCÍPIO DA OFICIALIDADE
AÇÃO PENAL PÚBLICA
A persecução penal (pré-processual e processual) é de
legitimidade dos órgãos do Estado

AÇÃO PENAL PRIVADA


Apenas no que tange a fase pré-processual
(sem entrar no mérito da investigação defensiva)
PRINCÍPIOS

PRINCÍPIO DA AUTORITARIEDADE
AÇÃO PENAL PÚBLICA
A persecução penal (pré-processual e processual) é de
legitimidade de autoridades públicas

AÇÃO PENAL PRIVADA


Apenas no que tange a fase pré-processual
(sem entrar no mérito da investigação defensiva)
PRINCÍPIOS

PRINCÍPIO DA OFICIOSIDADE
AÇÃO PENAL PÚBLICA
Na incondicionada as autoridades agem de ofício

AÇÃO PENAL PRIVADA


Não se aplica o princípio da oficiosidade
AÇÃO PENAL
PÚBLICA
INCONDICIONADA

Código Penal
Art. 100 - A ação penal é pública, salvo
quando a lei expressamente a declara
privativa do ofendido.
AÇÃO PENAL
PÚBLICA
INCONDICIONADA

• LEGITIMADO: Ministério Público

• PEÇA INAUGURAL: Denúncia


AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA

QUER DIZER QUE ELA NÃO POSSUI NENHUMA CONDIÇÃO?

• EXISTEM condições, as próprias condições da ação precisam estar


presentes (condições genéricas)

• Apenas o MP não depende da manifestação da vontade de ninguém


(ofendido)
AÇÃO PENAL
PÚBLICA
CONDICIONADA À
REPRESENTAÇÃO

Art. 24. Nos crimes de ação pública, esta será promovida


por denúncia do Ministério Público, mas dependerá,
quando a lei o exigir, de requisição do Ministro da Justiça,
ou de representação do ofendido ou de quem tiver
qualidade para representá-lo.
AÇÃO PENAL PÚBLICA CONDICIONADA À
REPRESENTAÇÃO
• Condição específica da ação penal

• Manifestação da vontade do ofendido/representante legal

• Oportunidade/conveniência para a representação

• Não cabe, em regra, renúncia da representação (art. 104 do CP fala


apenas da renúncia da queixa)

• Renúncia da representação: apenas na homologação da composição civil


(art. 74, parágrafo único da Lei 9.099/95)
AÇÃO PENAL PÚBLICA CONDICIONADA À
REPRESENTAÇÃO
• Falta de representação

• Rejeição da denúncia – art. 395, II do CPP


AÇÃO PENAL PÚBLICA CONDICIONADA À
REPRESENTAÇÃO
• Condição de prosseguibilidade: crime de lesão corporal leve e culposa.

Art. 91. Nos casos em que esta Lei passa a exigir representação para a
propositura da ação penal pública, o ofendido ou seu representante legal
será intimado para oferecê-la no prazo de trinta dias, sob pena de
decadência.
AÇÃO PENAL PÚBLICA CONDICIONADA À
REPRESENTAÇÃO
Art. 39. O direito de representação poderá ser exercido, pessoalmente ou por procurador com poderes especiais, mediante
declaração, escrita ou oral, feita ao juiz, ao órgão do Ministério Público, ou à autoridade policial.

§ 1o A representação feita oralmente ou por escrito, sem assinatura devidamente autenticada do ofendido, de seu representante
legal ou procurador, será reduzida a termo, perante o juiz ou autoridade policial, presente o órgão do Ministério Público, quando a
este houver sido dirigida.

§ 2o A representação conterá todas as informações que possam servir à apuração do fato e da autoria.

§ 3o Oferecida ou reduzida a termo a representação, a autoridade policial procederá a inquérito, ou, não sendo competente,
remetê-lo-á à autoridade que o for.

§ 4o A representação, quando feita ao juiz ou perante este reduzida a termo, será remetida à autoridade policial para que esta
proceda a inquérito.

§ 5o O órgão do Ministério Público dispensará o inquérito, se com a representação forem oferecidos elementos que o habilitem a
promover a ação penal, e, neste caso, oferecerá a denúncia no prazo de quinze dias.

DESTINATÁRIO
AÇÃO PENAL PÚBLICA CONDICIONADA À
REPRESENTAÇÃO
PRAZO
Art. 38. Salvo disposição em contrário, o ofendido, ou seu representante legal, decairá no
direito de queixa ou de representação, se não o exercer dentro do prazo de seis meses,
contado do dia em que vier a saber quem é o autor do crime, ou, no caso do art. 29, do dia em
que se esgotar o prazo para o oferecimento da denúncia.

Parágrafo único. Verificar-se-á a decadência do direito de queixa ou representação, dentro do


mesmo prazo, nos casos dos arts. 24, parágrafo único, e 31.

• Aqui temos um prazo de natureza material (art. 10 do CP)


AÇÃO PENAL PÚBLICA CONDICIONADA À
REPRESENTAÇÃO
RETRATAÇÃO
Art. 25. A representação será irretratável, depois de oferecida a denúncia.

LEI MARIA DA PENHA


Art. 16. Nas ações penais públicas condicionadas à representação da
ofendida de que trata esta Lei, só será admitida a renúncia à
representação perante o juiz, em audiência especialmente designada com
tal finalidade, antes do recebimento da denúncia e ouvido o Ministério
Público.
AÇÃO PENAL
PÚBLICA
CONDICIONADA À
REPRESENTAÇÃO

• LEGITIMADO: Ministério Público

• PEÇA INAUGURAL: Denúncia

• CONDIÇÃO ESPECIAL: Representação do


ofendido ou representante legal
AÇÃO PENAL
PÚBLICA
CONDICIONADA À
REQUISIÇÃO
Art. 24. Nos crimes de ação pública, esta será promovida
por denúncia do Ministério Público, mas dependerá,
quando a lei o exigir, de requisição do Ministro da
Justiça, ou de representação do ofendido ou de quem
tiver qualidade para representá-lo.
AÇÃO PENAL
PÚBLICA
CONDICIONADA À
REQUISIÇÃO
• LEGITIMADO: Ministério Público

• PEÇA INAUGURAL: Denúncia

• CONDIÇÃO ESPECIAL: Requisição do


Ministro da Justiça
AÇÃO PENAL PÚBLICA CONDICIONADA À

REQUISIÇÃO
• Condição específica

• Manifestação da vontade do Ministro da Justiça

• Princípio da oportunidade/conveniência do Ministro da Justiça

• Existe prazo para requisição? NÃO há previsão legal expressa,


portanto, entende-se que não está sujeito ao prazo decadencial como a
representação! Pode ser feita a qualquer tempo desde que não tenha se
operado a extinção da punibilidade.
AÇÃO PENAL PÚBLICA CONDICIONADA À
REQUISIÇÃO
• PODE OCORRER A RETRATAÇÃO DA REQUISIÇÃO?

Não há previsão expressa no art. 25 do CPP, no entanto, ainda que exista


posicionamento no sentido de que não seria possível, a doutrina majoritária
diz que sim, nos mesmos moldes da representação, ou seja, enquanto não
houver o oferecimento da denúncia.
AÇÃO PENAL
PRIVADA • LEGITIMADO:
legal
ofendido/representante

EXCLUSIVA • PEÇA INAUGURAL: Queixa

Art. 30. Ao ofendido ou a quem tenha qualidade para


representá-lo caberá intentar a ação privada.
Art. 31. No caso de morte do ofendido ou quando declarado
ausente por decisão judicial, o direito de oferecer queixa ou
prosseguir na ação passará ao cônjuge, ascendente,
descendente ou irmão.
AÇÃO PENAL PRIVADA
QUEIXA CRIME

• Oferecida por alguém com capacidade postulatória, ou seja, não pode a


vítima estar sem assistência de defensor

• Necessidade de outorgar procuração com poderes especiais

• Requisitos da queixa – art. 41 do CP

• Prazo para oferecimento da queixa: 06 meses contados do conhecimento


da autoria (art. 38 do CPP). Aqui temos um prazo de natureza material
(art. 10 do CP)
AÇÃO PENAL
PRIVADA • LEGITIMADO: somente o ofendido

PERSONALÍSSIMA • PEÇA INAUGURAL: Queixa

Não é possível que o


representante legal ou
ainda o “CADI” ofereça a
queixa crime
AÇÃO PENAL PRIVADA PERSONALÍSSIMA

SOMENTE O ART. 236 DO CP


Induzimento a erro essencial e ocultação de impedimento

Art. 236 - Contrair casamento, induzindo em erro essencial o outro contraente, ou


ocultando-lhe impedimento que não seja casamento anterior:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos.

Parágrafo único - A ação penal depende de queixa do contraente enganado e não


pode ser intentada senão depois de transitar em julgado a sentença que, por motivo de
erro ou impedimento, anule o casamento.
AÇÃO PENAL
PRIVADA •


LEGITIMADO: ofendido/representante legal

PEÇA INAUGURAL: Queixa

SUBSIDIÁRIA DA

PÚBLICA Art. 29. Será admitida ação privada nos crimes de ação pública,
se esta não for intentada no prazo legal, cabendo ao Ministério
Público aditar a queixa, repudiá-la e oferecer denúncia
substitutiva, intervir em todos os termos do processo, fornecer
elementos de prova, interpor recurso e, a todo tempo, no caso de
negligência do querelante, retomar a ação como parte principal.

Art. 5º (...)
LIX - será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se
esta não for intentada no prazo legal;
AÇÃO PENAL
PRIVADA • MP pode opinar pela rejeição da queixa

• MP pode aditar a queixa (aspectos formais e


materiais)
SUBSIDIÁRIA DA • Pode intervir em todos os termos do processo

PÚBLICA • Pode repudiar a queixa subsidiária até o


recebimento da peça acusatória fundamentando
que não houve inércia da sua parte

• Com a inércia ou negligência do querelante, o


MP deve retomar para si o processo como parte
principal.
AÇÃO PENAL
PRIVADA EXCLUSIVA

SUBSIDIÁRIA
DA PÚBLICA

PERSONALÍSSIMA
PRINCÍPIOS

AÇÃO PENAL PRIVADA


OPORTUNIDADE INDIVISIBILIDADE

DISPONIBILIDADE
PRINCÍPIO DA
OPORTUNIDADE

• Também chamado de princípio da conveniência

Art. 107 - Extingue-se a punibilidade: • A vítima (ofendido) não é obrigado a oferecer queixa
(...) crime
IV - pela prescrição, DECADÊNCIA ou
perempção; • Pode permanecer inerte e ocorrerá a decadência
V - pela RENÚNCIA do direito de queixa ou pelo
perdão aceito, nos crimes de ação privada; • Pode renunciar de forma tácita ou expressa

Ação Penal Privada


PRINCÍPIO DA
DISPONIBILIDADE

Art. 107 - Extingue-se a punibilidade:


(...) • O ofendido pode dispor da ação penal já proposta
IV - pela prescrição, decadência ou
PEREMPÇÃO; • PERDÃO DO OFENDIDO
V - pela renúncia do direito de queixa ou pelo
PERDÃO ACEITO, nos crimes de ação privada; • PEREMPÇÃO

Art. 522. No caso de reconciliação, depois de • CONCILIAÇÃO E TERMO DE DESISTÊNCIA (crimes


assinado pelo querelante o termo da desistência, contra a honra - art. 522 do CPP)
a queixa será arquivada.

Ação Penal Privada


PRINCÍPIO DA
INDIVISIBILIDADE

• O ofendido pode optar pelo oferecimento ou não da


queixa, mas não pode escolher quem vai processar.
Art. 48. A queixa contra qualquer dos
autores do crime obrigará ao processo de • Deve oferecer queixa contra todos os envolvidos
todos, e o Ministério Público velará pela sua
indivisibilidade. • A renúncia ao direito de queixa para um dos autores se
estende para os outros (art. 49 do CPP)

Ação Penal Pública


RENÚNCIA AO DIREITO DE QUEIXA

Art. 49. A renúncia ao exercício do direito de queixa, em relação a um dos


autores do crime, a todos se estenderá.
RENÚNCIA AO DIREITO DE QUEIXA

CASO O OFENDIDO TENHA UMA OMISSÃO


VOLUNTÁRIA, QUAL A CONSEQUÊNCIA?
• Entende-se que houve renúncia tácita com relação ao agente não
incluído no polo passivo da demanda, e tal renúncia se estenderá aos
demais no termos do art. 49 do CPP.

• Ocorrerá extinção da punibilidade de todos os infratores.

Art. 49. A renúncia ao exercício do direito de queixa, em relação a um dos


autores do crime, a todos se estenderá.
RENÚNCIA AO DIREITO DE QUEIXA

CASO O OFENDIDO TENHA UMA OMISSÃO


INVOLUNTÁRIA, QUAL A CONSEQUÊNCIA?

• Se no momento do oferecimento da queixa o ofendido não tinha


conhecimento dos outros agentes, o MP deve requerer a intimação do
querelante para aditar a queixa.

• Se o querelante não incluir os agentes, configurará a renúncia que


deverá ser estendida para todos.
AÇÃO PENAL
PRIVADA • LEGITIMADO:
legal
ofendido/representante

EXCLUSIVA • PEÇA INAUGURAL: Queixa

Art. 30. Ao ofendido ou a quem tenha qualidade para


representá-lo caberá intentar a ação privada.
Art. 31. No caso de morte do ofendido ou quando declarado
ausente por decisão judicial, o direito de oferecer queixa ou
prosseguir na ação passará ao cônjuge, ascendente,
descendente ou irmão.
AÇÃO PENAL
PRIVADA • LEGITIMADO: somente o ofendido

PERSONALÍSSIMA • PEÇA INAUGURAL: Queixa

Não é possível que o


representante legal ou
ainda o “CADI” ofereça a
queixa crime
AÇÃO PENAL PRIVADA PERSONALÍSSIMA

SOMENTE O ART. 236 DO CP


Induzimento a erro essencial e ocultação de impedimento

Art. 236 - Contrair casamento, induzindo em erro essencial o outro contraente, ou


ocultando-lhe impedimento que não seja casamento anterior:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos.

Parágrafo único - A ação penal depende de queixa do contraente enganado e não


pode ser intentada senão depois de transitar em julgado a sentença que, por motivo de
erro ou impedimento, anule o casamento.
AÇÃO PENAL
PRIVADA •


LEGITIMADO: ofendido/representante legal

PEÇA INAUGURAL: Queixa crime subsidiária

SUBSIDIÁRIA DA

PÚBLICA Art. 29. Será admitida ação privada nos crimes de ação pública,
se esta não for intentada no prazo legal, cabendo ao Ministério
Público aditar a queixa, repudiá-la e oferecer denúncia
substitutiva, intervir em todos os termos do processo, fornecer
elementos de prova, interpor recurso e, a todo tempo, no caso de
negligência do querelante, retomar a ação como parte principal.

Art. 5º (...)
LIX - será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se
esta não for intentada no prazo legal;
AÇÃO PENAL
PRIVADA • MP pode opinar pela rejeição da queixa

• MP pode aditar a queixa (aspectos formais e


materiais)
SUBSIDIÁRIA DA • Pode intervir em todos os termos do processo

PÚBLICA • Pode repudiar a queixa subsidiária até o


recebimento da peça acusatória fundamentando
que não houve inércia da sua parte

• Com a inércia ou negligência do querelante, o


MP deve retomar para si o processo como parte
principal.

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