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DIREITO PENAL

TEORIA DO CRIME
Profa. Débora Cerqueira
Doutoranda em Direito pela Universidade Católica de Pernambuco (UNICAP).
Mestre em Direito pela Universidade Católica de Pernambuco (UNICAP).
Pesquisadora do Grupo Asa Branca de Criminologia.
Professora de Direito Penal e Processo Penal da ESTÁCIO e ESMATRA6.
Coordenadora de TCC – Estácio.
Advogada.
Gerente da Secretaria da Mulher.
PONTO 02 – TEORIA GERAL DA NORMA
1. PRINCÍPIOS E SUA RELAÇÃO COM O DIREITO
PENAL

- Lei X Princípio
Solução de conflito
Plano da concretude

- Princípios explícitos – Exemplo: art. 5º, XLVI, CF


(Princípio da Individualização da Pena).

-
2. PRINCÍPIOS GERAIS DO DIREITO PENAL

2.1 PRINCÍPIOS RELACIONADOS COM A MISSÃO


FUNDAMENTAL DO DIREITO PENAL

- Princípio da exclusiva proteção de bens jurídicos


Bens jurídicos

- Princípio da intervenção mínima


Destinado especialmente ao legislador
Caráter subsidiário (ultima ratio)
Caráter fragmentário – princípio da insignificância
(crime de bagatela)
Julgados (Princípio da Insignificância):

Supremo Tribuna Federal


“Tentativa de furto. Bem de pequeno valor (R$100,00).
Mínimo grau de lesividade da conduta. Aplicação do
princípio da insignificância. Reincidência”. (HC 108872 –
23/09/2011)

Superior Tribunal de Justiça


“Ainda que se trate de acusado reincidente ou portador de
maus antecedentes, deve ser aplicado o princípio da
insignificância no caso em que a conduta apurada esteja
restrita à subtração de 11 latas de leite em pó avaliadas em
R$76,89 pertencentes a determinado estabelecimento
comercial”. (HC 250.122 – 01/08/2013)
1. (OAB/2009.1/CESPE) O princípio da intervenção
mínima, que estabelece a atuação do direito penal
como ultima ratio, orienta e limita o poder
incriminador do Estado, preconizando que a
criminalização de uma conduta só se legitima se
constituir meio necessário para a proteção de
determinado bem jurídico ( ).
2. (Analista Judiciário/TRE-BA/2010/CESPE) Para a
doutrina e jurisprudência majoritária, o princípio da
insignificância, quando possível sua aplicação, exclui
o crime, afastando a antijuridicidade ( ).
2.2 PRINCÍPIOS RELACIONADOS COM O FATO DO
AGENTE

- Princípio da exteriorização ou materialização do fato


Direito Penal do fato

- Princípio da legalidade
Art. 5º, XXXIX, CF e art. 1º, CP
Limitação ao poder punitivo estatal
Desdobramentos: Não há crime (ou contravenção
penal), nem pena (ou medida de segurança) sem lei; sem lei
anterior; sem lei escrita; sem lei estrita; sem lei certa; sem lei
necessária
3. (Procurador do Ministério
Público/TCE-SP/2011/FCC) O princípio
constitucional da legalidade em matéria penal “não
atinge as medidas de segurança”
( ).
4. (Delegado de Polícia/RJ/2009) O conteúdo
essencial do princípio da legalidade se traduz em que
não pode haver crime, nem pena que não resultem de
uma lei prévia, escrita, estrita e certa ( ).
5. Qual das afirmações abaixo define corretamente o
conceito do princípio da reserva legal?

a) Não há crime sem lei que o defina; não há pena sem


cominação legal.
b) A pena só pode ser imposta a quem, agindo com dolo ou
culpa, e merecendo juízo de reprovação, cometeu um fato
típico e antijurídico.
c) A criminalização de uma conduta só se legitima se
constituir meio necessário para a proteção de determinado
bem jurídico.
d) Nenhuma pena passará da pessoa do condenado.
e) A pena deve estar proporcionada ou adequada à magnitude
da lesão ao bem jurídico representada pelo delito e a medida
de segurança à periculosidade criminal do agente.
- Princípio da ofensividade ou lesividade
Lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico

6. (Delegado de Polícia/RJ/2009) O princípio da lesividade


(ou ofensividade) proíbe a incriminação de uma atitude
interna
( ).
2.3 PRINCÍPIOS RELACIONADOS COM O AGENTE DO
FATO

- Princípio da responsabilidade pessoal


Individualização da acusação e da pena

- Princípio da responsabilidade subjetiva


Dolo ou culpa
- Princípio da culpabilidade
Elemento integrante do conceito analítico de crime
Princípio medidor da pena
Princípio impedidor da responsabilidade penal objetiva

- Princípio da igualdade ou isonomia


Art. 5º, caput, CF
Ação afirmativa

- Princípio da presunção de inocência (ou da não culpa)


Art. 5º, LVII, CF
Consequências: prisão cautelar excepcional; ônus da prova
incumbe à acusação; in dubio pro reo.
Súmula vinculante 11 – STF: Só é lícito o uso de algemas em
casos de resistência e de fundado receio de fuga ou de perigo à
integridade física própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros.
7. Marque a alternativa correta, no que tange ao princípio da
presunção da inocência.

a) Determina que o poder punitivo estatal não pode aplicar


sanções que atinjam a dignidade da pessoa humana ou que
lesionem a constituição físico-psíquica dos condenados.
b) Determina que todos são iguais perante a lei penal.
c) Determina que a pena não pode ser superior ao grau de
responsabilidade pela prática do fato.
d) Proíbe a adequação típica por semelhança entre fatos.
e) Determina que ninguém será considerado culpado até o
trânsito em julgado de sentença penal condenatória.
2.4 PRINCÍPIOS RELACIONADOS COM A PENA

- Princípio da dignidade da pessoa humana


Art. 1º, III, CF

- Princípio da humanidade das penas


Art. 5º, XLVII, CF

- Princípio da individualização da pena


Art. 5º, XLVI, CF
Momentos: definição pelo legislador; imposição pelo juiz;
execução da pena.

- Princípio da proporcionalidade
Desdobramento do princípio da individualização da pena
8. O princípio da proporcionalidade:

a) proíbe a adequação típica por semelhança entre fatos.


b) determina que o poder punitivo estatal não pode aplicar
sanções que atinjam a dignidade da pessoa humana ou que
lesionem a constituição físico-psíquica dos condenados.
c) determina que a pena não pode ser superior ao grau de
responsabilidade pela prática do fato.
d) determina que ninguém será considerado culpado até o
trânsito em julgado de sentença penal condenatória.
e) determina que todos são iguais perante a lei penal.
- Princípio da pessoalidade ou intranscendência da pena
Art. 5º, XLV, CF
Pena é personalíssima

- Princípio da vedação do “bis in idem”


Estatuto de Roma – art. 20
“Salvo disposição em contrário do presente Estatuto,
nenhuma pessoa poderá ser julgada pelo Tribunal por atos
constitutivos de crimes pelos quais este já a tenha condenado
ou absolvido. Nenhuma pessoa poderá ser julgada por outro
tribunal relativamente ao qual já tenha sido condenada ou
absolvida pelo Tribunal”.
Significados: processual; material; execucional.
9. Com relação ao princípio do "ne bis in idem", é correto
afirmar que:

a) a criminalização de uma conduta só será legitima se


constituir meio necessário para a proteção de determinado
bem jurídico.
b) nenhuma pena passará da pessoa do condenado.
c) todos são iguais perante a lei penal.
d) ninguém pode ser punido duas vezes pelo mesmo fato.
e) ninguém será considerado culpado até o trânsito em
julgado de sentença penal condenatória.
GABARITO

1. VERDADEIRO
2. FALSO
3. FALSO
4. VERDADEIRO
5. A
6. VERDADEIRO
7. E
8. C
9. D
QUESTÕES SUBJETIVAS

3. A aplicação do princípio da insignificância não é irrestrita.


Não é suficiente que o valor do bem subtraído seja
irrelevante. Para o STF, quais os requisitos necessários para
que se possa alegar a insignificância da conduta?

4. Fale sobre o princípio da irretroatividade da lei penal.


ATIVIDADE 03 – BENS JURÍDICOS
Após a leitura do livro “Bens Jurídico-Penais: Da Teoria Dogmática à Crítica
Criminológica”, de autoria da Profa. Érica Babini Lapa do Amaral Machado, responda as
seguintes perguntas:

1) Sobre “A Nova Metodologia: a pluralidade de tudo e a necessária adaptação da


investigação acerca da Teoria dos Bens Jurídicos”, a compreensão da vontade geral – o
valor do bem jurídico – é falaciosa? Explique com base na solução apresentada pela
autora em relação à utilização da dogmática.

2) Sobre “Políticas Criminais Alternativas como Tática de Superação à Estratégia Punitiva”,


qual sua opinião acerca das Políticas Criminais Alternativas de contenção do Poder
Punitivo Estatal?
“Não deixe o ruído das opiniões dos
outros
abafar a sua própria voz interior”.
(Steve Jobs)

Obrigada pela atenção!

debora.cerqueira@estacio.b
r

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