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Direito Penal

Conceitos básicos e princípios fundamentais


Bibliografia Básica
- Cézar R. Bitencourt. Tratado de direito penal. Vol. 1. Saraiva.
- Rogério Greco. Curso de Direito Penal. Vol. 1. Impetus.
- Rogério Sanches Cunha. Manual de Direito Penal. Vol. 1.
Juspodivm.
- André Estefam/ Victor Eduardo Rios Gonçalves. Direito Penal
Esquematizado. Saraiva.
- Cleber Masson. Direito Penal Esquematizado. Gen.
Bibliografia Avançada
- Juarez Cirino dos Santos. Curso de Direito Penal parte
geral.
- Paulo Cesar Busato. Curso de Direito Penal. Atlas
Bibliografia específica:
- Juarez Tavares. Fundamentos de Teoria do Delito.
Tirant.

- Ricardo Augusto Schmitt. Sentença Penal Condenatória.


Juspodivm.
Bibliografia enviada
- Luiz Regis Prado. Direito Penal, política criminal e
criminologia. De “Curso de Direito Penal”.
- Francisco de Assis Toledo. Teoria da norma penal. De
“Princípios básicos de Direito Penal”.
- Paulo César Busato. Evolução da dogmática penal. De
“Curso de Direito Penal”
- Luigi Ferrajoli. Axiomas do Garantismo Penal. De
“Direito e Razão”.
Módulo 1: Parte Geral do Direito Penal.
- Introdução ao Direito Penal: conceito;
finalidade; conteúdo; características e princípios.
Módulo 1: Parte Geral do Direito Penal.
- Teoria da norma: classificação das normas
penais; normas penais em branco; tempo do
crime; territorialidade e extraterritorialidade
penal; lugar do crime; prazos penais.
Módulo 1: Parte Geral do Direito Penal.
- Teoria do crime: conceitos de crime; tipicidade;
condutas dolosa e culposa; hipóteses de
ausência de conduta; resultados; nexo de
causalidade; garantidor, tentativa,
arrependimento eficaz e desistência voluntária;
arrependimento posterior; crime impossível.
CONCEITOS BÁSICOS DE DIREITO
PENAL
• Direito Penal

• Criminologia

• Política criminal

• Dogmática jurídico-penal
CONCEITOS BÁSICOS DE DIREITO
PENAL
• Direito Penal objetivo

• Direito Penal Subjetivo

• Dogmática jurídico-penal
CONCEITOS BÁSICOS DE DIREITO
PENAL
• Direito Penal substantivo

• Direito Penal adjetivo


Princípios x Regras
• Regras:
• Prescrições específicas para situações
determinadas.
• Proibições ou mandamentos cujo
inadimplemento gera sanção.
• Aplicável por completo ou inaplicáveis
• Conflito resulta em tudo ou nada.
Princípios x Regras
• Princípios:
• Diretrizes gerais que norteiam e estruturam o
sistema normativo.
• Alto grau de abstração.
• Força normativa que estabelece limites e
estruturas das regras.
• Conflito resulta em ponderação de valores.
Princípios penais fundamentais
• Princípio da intervenção mínima.

• Fundamento: Dignidade da pessoa humana


(art. 1º, III) e Direito à vida, integridade,
liberdade e isonomia (art. 5º).
Princípios penais fundamentais
- Princípio da intervenção mínima.
Desdobramentos:
Princípio da Subsidiariedade.
Princípio da Fragmentariedade.
Princípio da insignificância
Princípio da irrelevância penal do fato
Princípio da adequação social
Princípios penais fundamentais
- Princípio da intervenção mínima.
Desdobramentos:
Princípio da Lesividade.
Princípio da Humanidade.
Princípios penais fundamentais
- Princípio da Subsidiariedade
Princípios penais fundamentais
- Princípio da Fragmentariedade
Princípios penais fundamentais
- Princípio da insignificância (Claus Roxin,
1964)
Princípio da insignificância – Vetores
(STF)
- Mínima ofensividade da conduta.
- Ausência de periculosidade social da ação.
- Reduzido grau de reprovabilidade do
comportamento.
- Inexpressividade da lesão jurídica.
Princípio da insignificância – questões
jurisprudenciais
Fé Pública ou moeda falsa – STF: HC
107959/DF
Princípio da insignificância – questões
jurisprudenciais
Descaminho e ordem Tributária – Resp.
1688878.
Princípio da insignificância – questões
jurisprudenciais
Administração Pública – Súmula 599 do STJ
e Inf. 624 do STF.
Princípio da insignificância – questões
jurisprudenciais
Administração Pública – Súmula 599 do STJ
e Inf. 624 do STF.
Princípio da insignificância – Vetores
alternativos
Aplicação ao reincidente
Inf. 739 e 966 do STF
Inf. 534 e 575 do STJ.
Princípio da insignificância – Vetores
alternativos
Paulo César Busato: princípio de
intervenção mínima.
- Ataque ao bem jurídico fundamental.
- Ataque suficientemente grave, conforme:
- - Classe de violação realizada.
- - Intensidade do prejuízo em face da vítima.
- Constatação de que a aplicação do direito penal
não é meramente simbólico.
Princípios penais fundamentais
- STF: HC 107.082
- Perspectiva de vulnerabilidade social do agente.
- Relevância penal para a vítima.
- Meios demonstram irrelevância da conduta em sua
intensidade ou amadorismo atabalhoado.
- Proporcionalidade da intervenção penal em razão
da ofença.
- -Objeto material possui algum conteúdo econômico.
Princípios penais fundamentais
Princípio da bagatela imprópria (irrelevância
penal do fato).
Princípios penais fundamentais
Princípio da adequação social.
Princípios penais fundamentais
- Princípio da adequação social.
- Na jurisprudência:
- STF – HC 104.467/RS – Casa de prostituição.
- STF – HC 98.898/SP – Violação de direito
autoral.
Princípios penais fundamentais
Princípio da Lesividade.
Princípios penais fundamentais
Princípio da Culpabilidade.
• Fundamento Constitucional:
• Art. 5º LVII - ninguém será considerado culpado
até o trânsito em julgado de sentença penal
condenatória;
Princípios penais fundamentais
Princípio da Culpabilidade.
Concepção clássica – Teoria Psicológica.
Princípios penais fundamentais
Princípio da Culpabilidade.
Concepção atual – Teoria normativa pura

Imputabilidade
Potencial consciência da ilicitude
Exigibilidade de conduta diversa
Princípios penais fundamentais
Princípio da Culpabilidade.
Concepção atual – Teoria normativa pura

Proíbe a punição sem os requisitos do juízo de


reprovação segundo o estágio atual da
culpabilidade.
Princípios penais fundamentais
Culpabilidade como medida de pena (critério
balizador do direito penal do fato).

- Art. 59
- Art. 29
Princípios penais fundamentais
Princípio da Culpabilidade (síntese)
- Garante a responsabilidade penal subjetiva.
- Culpabilidade como fundamento do crime e
da pena (não há punição sem elementos da
culpabilidade).
- Culpabilidade como medida da pena (juízo de
reprovação do fato).
Princípios penais fundamentais
Princípio da Pessoalidade ou intranscendência –
art. 5º XLV da CF.
Princípios penais fundamentais
XLV - nenhuma pena passará da pessoa do
condenado, podendo a obrigação de reparar o
dano e a decretação do perdimento de bens ser,
nos termos da lei, estendidas aos sucessores e
contra eles executadas, até o limite do valor do
patrimônio transferido
Princípios penais fundamentais
Princípio da individualização da pena– art. 5º
XLVI da CF.
Princípios penais fundamentais
XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará,
entre outras, as seguintes:
a) privação ou restrição da liberdade;
b) perda de bens;
c) multa;
d) prestação social alternativa;
e) suspensão ou interdição de direitos;
Princípios penais fundamentais
• Princípios:
• Diretrizes gerais que norteiam e estruturam o
sistema normativo.
• Alto grau de abstração.
• Força normativa que estabelece limites e
estruturas das regras.
• Conflito resulta em ponderação de valores.
Princípios penais fundamentais
- Princípio da Proporcionalidade.
Necessidade + adequação + Proporcionalidade
em sentido estrito.
Princípios penais fundamentais
- Princípio da Proporcionalidade.

Proibição do excesso.
Proibição de proteção deficiente.
Teoria da Norma Penal
Normas incriminadoras.
Proibitiva
Mandamental
Normas não incriminadoras.
Permissivas.
Explicativas.
Complementares.
Teoria da Norma Penal
Norma penal em branco.

Heterogênea ou em sentido estrito.

Homogênea ou em sentido amplo.


- Homovitelina.
- Heterovitelina.
Teoria da Norma Penal
Norma penal em branco.

- Ao revés, incompletas ou secundariamente


remetidas.

- Revogação do complemento.
A Lei Penal No Tempo
• Atividade
• - Extra-atividade
• - Retroatividade

- Ultra-atividade
A Lei Penal No Tempo
• Conflito de leis penais no tempo
• Lex gravior
• Novatio Legis incriminadora
• Reformatio legis in pejus
• Lex mitior
• Abolitio criminis
• Reformatio legis in mellius
A Lei Penal No Tempo
• Tópico 1: Tempo e lugar do crime

Tempo do crime
Art. 4º - Considera-se praticado o crime no momento da ação ou
omissão, ainda que outro seja o momento do resultado.

Lugar do crime
Art. 6º - Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu
a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se
produziu ou deveria produzir-se o resultado.
A Lei Penal No Tempo
• Tópico 2: Crime Permanente e continuado

Súmula 711 STF: A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado
ou ao crime permanente, se a sua vigência é anterior à cessação da
continuidade ou da permanência.
A Lei Penal No Tempo
• Tópico 3: Lei Penal temporária e excepcional

Art. 3º - A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período


de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram,
aplica-se ao fato praticado durante sua vigência.
A Lei Penal No Tempo
• Tópico 4: Combinação de leis penais
A Lei Penal No Tempo
• Tópico 5: Continuidade típico-normativa
A Lei Penal No Espaço
• Territorialidade da lei penal
A Lei Penal No Espaço
• Territorialidade da lei penal

Territorialidade
Art. 5º - Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados
e regras de direito internacional, ao crime cometido no território
nacional.
A Lei Penal No Espaço
• Territorialidade da lei penal

Lugar do crime
Art. 6º - Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a
ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou
deveria produzir-se o resultado.
A Lei Penal No Espaço
• Territorialidade da lei penal

Art. 5º § 1º - Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do


território nacional as embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza
pública ou a serviço do governo brasileiro onde quer que se
encontrem, bem como as aeronaves e as embarcações brasileiras,
mercantes ou de propriedade privada, que se achem, respectivamente,
no espaço aéreo correspondente ou em alto-mar.
A Lei Penal No Espaço
• Extraterritorialidade da lei penal.
A Lei Penal No Espaço
Extraterritorialidade
Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no
estrangeiro:
I - os crimes:
a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República;
b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de
Estado, de Território, de Município, de empresa pública, sociedade de
economia mista, autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público;
c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço;
d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil;
A Lei Penal No Espaço
Extraterritorialidade
Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no
estrangeiro:
I - os crimes:
a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República;
b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de
Estado, de Território, de Município, de empresa pública, sociedade de
economia mista, autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público;
c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço;
d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil;
A Lei Penal No Espaço
II - os crimes:
a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir;
b) praticados por brasileiro;
c) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou
de propriedade privada, quando em território estrangeiro e aí não
sejam julgados.
A Teoria do Crime
• O conceito de crime
- Formal
- Material
- Analítico/dogmático
A Teoria do Crime
Fato Típico Antijuridicidade Culpabilidade
Estado de necessidade Imputabilidade
Conduta Legítima Defesa Potencial Consciência da
Resultado Estrito Cumprimento de Ilicitude
Nexo Causal Dever Legal Exigibilidade de Conduta
Tipicidade Exercício Regular de Diversa
Direito
A Teoria do Crime
• O conceito de crime
- Formal
- Material
- Analítico/dogmático
A Teoria do Crime
1) O nascimento da dogmática– Sistema
causal naturalista.

Teoria Causal Clássica – Von Liszt e Beling.


(influência do positivismo de August Comte)
Teoria Causal Clássica – Von Liszt e Beling

• Conduta: o movimento corporal voluntário que


causa uma modificação no mundo exterior.
• Culpabilidade: Teoria Psicológica
Teoria Causal Clássica – Von Liszt e Beling
- Incompatível com os crimes omissivos.
- Frágil para os crimes não materiais
- Frágil para os crimes tentados
- Tipo penal acromático
- Conduta cega
A abertura neokantista – o sistema
neoclássico
Conduta: O comportamento humano
voluntário causador de um resultado
Jurídicamente relevante.

Culpabilidade: Teoria psicológica-


normativa
A abertura neokantista – o sistema
neoclássico
Conduta: O comportamento humano
voluntário causador de um resultado
Jurídicamente relevante.

Culpabilidade: Teoria psicológica-


normativa
Teoria neoclássica (neokantista)
Concepção naturalística é substituída por
concepção valorativa/normativa.
- Culpabilidade recheada com elementos
normativos.
- Dolo normativo
- Conduta cega (contraditória ao aceitar
elementos subjetivos especiais)
Teoria finalista (Hans Welzel)

Conduta: atividade humana dirigida a um


fim ou o comportamento humano
finalisticamente direcionado.

Culpabilidade: Teoria normativa pura


Teoria finalista (Hans Welzel)
• Deslocamento do dolo e culpa para a o
fato típico
•Explica omissão, crimes formais e de
mera conduta, elementos subjetivos
especiais.
•Frágil nos crimes culposos.
•Desvalor da conduta e não do resultado.

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