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SUMÁRIO

1. FONTES DO DIREITO PENAL................................................................................................... 3


2. PRINCÍPIOS................................................................................................................................ 3
3. APLICAÇÃO DA LEI PENAL....................................................................................................... 5
4. INFRAÇÃO PENAL..................................................................................................................... 8
4.1. CRIME...................................................................................................................................... 8
4.1.1. FATO TÍPICO.........................................................................................................................8
4.1.2. ILICITUDE........................................................................................................................... 12
4.1.2. CULPABILIDADE.................................................................................................................14
5. ERROS...................................................................................................................................... 15
6. CONCURSO DE PESSOAS......................................................................................................16
7. CRIMES CONTRA A PESSOA..................................................................................................19
7.1. CRIMES CONTRA A VIDA..................................................................................................... 19
7.2. LESÕES CORPORAIS...........................................................................................................21
7.3. PERICLITAÇÃO DA VIDA E SAÚDE......................................................................................22
8. CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO..........................................................................................26
9. CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL..............................................................................30
10. CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA..........................................................................................31
11. CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA.................................................................32
11.1. CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL..........................................................................32
11.2. PRATICADOS POR PARTICULAR CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL..................34
11.3. CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO DA JUSTIÇA.........................................................36

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FONTES DO DIREITO PENAL
» Fontes:
× Materiais: São os órgãos encarregados de produzir o D. Penal → União (excepcionalmente os estados-membros).

× Formais: Meios pelos quais o D. Penal se exterioriza.


• Imediatas: Se apresenta de forma direta → Lei em sentido estrito.
• Mediatas: Ajudam a formar o D. Penal → Costumes, Princípios gerais do Direito e Atos Administrativos.

PRINCÍPIOS
» Legalidade: Possui duas vertentes → Reserva Legal e Anterioridade da Lei Penal
× Nullum crimen sine praevia lege → NÃO há crime sem prévia cominação legal.

× Reserva Legal:
– SOMENTE Lei (em sentido estrito) pode definir condutas criminosas e estabelecer sanções penais (penas e medidas de segurança).
– STF → Medida Provisória pode tratar de matéria penal, desde que seja matéria favorável ao réu (descriminalização de condutas, por
exemplo).
– Normas Penais em Branco: São aquelas que dependem de outra norma para que sua aplicação seja possível (NÃO viola a reserva
legal) → ex.: Lei de Drogas que tem a definição de droga numa portaria.

× Anterioridade da Lei Penal:


– NÃO basta que a criminalização de uma conduta se dê por meio de Lei em sentido estrito, mas que esta lei seja anterior ao fato, à
prática da conduta.
– O princípio da anterioridade da lei penal culmina no princípio da irretroatividade da lei penal.
• No entanto, é permitido a Retroatividade da lei para Beneficiar o Réu.

× A interpretação extensiva difere da analogia, pois nela a previsão legal existe, mas está implícita. Já na analogia, a previsão legal
NÃO existe, mas o Juiz entende que por ser semelhante a uma hipótese existente, deva ser assim enquadrada.
– Analogia In Malam Partem (vedada no d. Penal) → Sendo assim, NÃO pode o Juiz criar uma conduta criminosa NÃO prevista em lei,
com base na analogia, tampouco pode utilizar a analogia para, de qualquer forma, agravar a situação do réu.
– STF → Interpretação Extensiva (POSSÍVEL mesmo que prejudicial ao réu).

» Individualização da Pena:
× Legislativo: Punições proporcionais à gravidade dos crimes e estabelecimento de penas máximas e mínimas.
× Judicial: Análise das circunstâncias do crime, antecedentes, etc.
× Administrativo → Fase de execução penal: questões como progressão de regime, livramento condicional, etc, serão decididas pelo
juiz da execução penal de forma individual.

× Súmula 492 do STJ → O ato infracional análogo ao tráfico de drogas, por si só, NÃO conduz OBRIGATORIAMENTE à imposição de
medida socioeducativa de internação do adolescente.

» Intranscendência da Pena:
× Nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens
ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido (art. 5°, XLV,
CF/88).
× Obs → A multa NÃO é obrigação de reparar o dano, ela é pena. Neste caso, com a morte do infrator, extingue-se a punibilidade,
NÃO podendo ser executada a pena de multa.

» Limitação das Penas ou Humanidade:


× NÃO haverá penas (art. 5º, XLVII, CF/88):
• Morte (EXCETO em caso de guerra).
• Perpétua.
• Trabalho forçado.
• Banimento.
• Cruéis.
× Obs → São Cláusulas Pétreas.

» Presunção de Inocência ou Presunção de NÃO Culpabilidade:

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× Ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória (art. 5º, LVII, CF/88).

– Regra Probatória:
• O ônus (obrigação) da prova cabe ao acusador (MP/Ofendido) → O réu é, desde o começo, inocente, até que o
acusador prove sua culpa.
– Regra de Tratamento → A todo momento tratado como inocente.
• Dimensão Interna → Deve ser tratado, dentro do processo, como inocente.
• Dimensão Externa → Deve ser tratado como inocente fora do processo, ou seja, o fato de ser processado NÃO pode
refletir na vida do réu coisas negativas.

× In Dubio Pro Réu ou Favor Rei → durante o processo (inclusive na sentença), havendo dúvidas acerca da culpa ou NÃO do acusado,
deverá o Juiz decidir em favor deste, pois sua culpa NÃO foi cabalmente comprovada.

× Súmula 444 do STJ → Processos criminais em curso e IP NÃO podem ser considerados maus antecedentes.
× STF e STJ → Regressão de regime de cumprimento de pena, NÃO há necessidade de condenação penal transitada em julgado.
× STF e STJ → Revogação da sursis processual (L9099/95) pelo cometimento de novo crime NÃO há necessidade transito em
julgado.

» Alteridade → Para ser considerado, materialmente, crime, deve haver lesão a bem jurídico de terceiro.
• Por isso que o D. Penal NÃO pune a autolesão.

» Ofensividade ou Lesividade → NÃO basta que o fato seja formalmente típico, é necessário que o fato ofenda de maneira grave o
bem jurídico protegido.
• Ex.: Uma lei que puna a conduta de amarrar o tênis em público, ofende o princípio da ofensividade.

» Adequação Social → Uma conduta, ainda quando tipificada em lei como crime, quando NÃO afrontar o sentimento social de justiça
NÃO será crime em sentido material.
× Súmula 502 do STJ → Presentes a materialidade e autoria, afigura-se típica, em relação ao crime previsto no art. 184, § 2º, do CP, a
conduta de expor à venda CDs e DVDs piratas.

» Fragmentariedade → Nem todos os fatos considerados ilícitos devem ser considerados infração penal. SOMENTE aqueles contra
bens jurídicos extremamente relevantes.

» Subsidiariedade → D. Penal SOMENTE usado como ferramenta subsidiária; quando os demais ramos se mostrarem insuficientes.

» Intervenção Mínima ou Ultima Ratio → Decorre da fragmentariedade e da subsidiariedade.


– Por força deste princípio, a criminalização de condutas só deve ocorrer quando se caracterizar como meio absolutamente necessário
à proteção de bens jurídicos ou à defesa de interesses cuja proteção, pelo Direito Penal, seja absolutamente indispensável à
coexistência harmônica e pacífica da sociedade.

» Ne Bis In Idem → Ninguém pode ser processado/punido (duplamente) pelo mesmo fato.
• Também veda que um mesmo fato, condição ou circunstância seja duplamente considerado para fins de fixação da
pena.

» Proporcionalidade → Determina que as penas sejam aplicadas de maneira proporcional à gravidade do fato.
• Também dispõe que as penas sejam cominadas (previstas) de acordo com a gravidade do fato → Imposição ao
legislador.

» Confiança → Todos possuem o direito de agir acreditando que as demais pessoas agirão de acordo com as normas que regem a
vida em sociedade.

» Insignificância ou Bagatela → Condutas NÃO ofendem (em sentido material) significativamente os bens jurídicos tutelados.
× STF → Requisitos objetivos (MARI):
• Mínima ofensividade da conduta.
• Ausência de periculosidade social da ação.
• Reduzido grau de reprovabilidade do comportamento.
• Insignificância da lesão jurídica.

× STJ → Requisito Subjetivo: Importância do objeto material do crime para a vítima, de forma a verificar se houve ou NÃO lesão de
fato no caso concreto.
× STJ → NÃO se aplica a insignificância no furto de coisa superior a 10% do salário-mínimo, sendo o réu MULTIRREINCIDENTE.

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× Jurisprudência → Incabível:
– Moeda Falsa.
– Tráfico de Drogas.
– Crimes que envolvam violência doméstica e familiar contra a mulher.
– Contrabando.
• Obs: Há decisões autorizando a aplicação no caso de importação ilegal de pouca quantidade de medicamento para uso
próprio.
– Roubo (ou qualquer crime que envolva violência ou grave ameaça).
– Crimes contra fé pública.
– Crimes contra a administração pública → EXCETO Descaminho.
– Crimes Habituais.

× Súmula 599 do STJ → O princípio da insignificância é INAPLICÁVEL aos crimes contra a Adm. Pública.
• É cabível ao crime de descaminho quando o valor do tributo devido NÃO ultrapassar R$20.000.
× Súmula 589 do STJ → É INAPLICÁVEL o princípio da insignificância nos crimes ou contravenções penais praticados contra a mulher
no âmbito das relações domésticas.
× STF e STJ → A reincidência, por si só, NÃO afasta a possibilidade de aplicação do princípio.

» Insignificância ou Bagatela Imprópria: É aquela que surge com relevância penal, mas, posteriormente, pelas circunstâncias que
envolvem o fato e o autor, verifica-se que a aplicação de qualquer pena se revela desnecessária. (ex. Perdão judicial. Excluí a
culpabilidade).

APLICAÇÃO DA LEI PENAL


» Lei Penal no Tempo:
× A lei só retroagirá se for mais benéfica ao réu.
× Princípio da Atividade da Lei → Em regra, a lei SOMENTE produz efeitos durante o seu período de vigência.

× Lei Nova Incriminadora → A lei nova produzirá efeitos a partir de sua entrada em vigor, como toda e qualquer lei, seguindo a regra da
atividade da lei.
• Vacatio Legis: Tempo entre a publicação da Lei e sua entrada em vigor, geralmente de 45 dias. Nesse período, a lei
ainda NÃO produzirá seus efeitos.

× Lex Gravior → A lei nova estabelece uma situação mais gravosa ao réu. Assim, produzirá efeitos SOMENTE a partir de sua vigência,
NÃO alcançando fatos pretéritos.

× Abolitio Criminis → lei penal incriminadora vem a ser revogada por outra, que prevê que o fato deixa de ser considerado crime.
– Como a lei posterior deixa de considerar o fato como crime, ela produzirá efeitos retroativos, alcançando os fatos praticados mesmo
antes de sua vigência → Ocorre a Retroatividade da Lei Penal.
• Obs → Ela faz CESSAR a pena e os EFEITOS PENAIS da condenação. Os EXTRAPENAIS continuam!

× Continuidade Típico-normativa → Embora a lei nova revogue um determinado artigo que previa um tipo penal, ela simultaneamente
insere esse fato dentro de outro tipo penal.
× Lex Mitior ou Novatio Legis in Mellius → Lei posterior revoga a anterior trazendo uma situação mais benéfica ao réu.

× Lei posterior que traz benefícios E prejuízos ao réu:


– Teoria da ponderação Unitária ou Global (adotada) → NÃO é possível combinar as leis penais para se extrair os pontos favoráveis de
cada uma delas, pois o Juiz criaria uma terceira lei. Deve-se aplicar apenas uma das leis, em homenagem aos princípios da reserva
legal e da separação dos Poderes do Estado.

× Extra-atividade da lei penal benéfica (Retroatividade e Ultra-atividade).


– Lei mais benéfica retroage e, caso venha a ser revogada por lei mais grave, ultra-age aos fatos praticados durante a sua vigência.

× Leis Excepcionais e Temporárias → Continuam a reger os fatos praticados em sua vigência.


– Art. 3º, CP: A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a
determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua vigência.
• Obs → Se houver lei superveniente expressamente revogando a criminalização prevista, NÃO mais produzirá efeitos.

× Súmula 711 do STF → A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime permanente, se a sua vigência é anterior à
cessação da continuidade ou da permanência.

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» Lei Penal no Espaço:
× Princípio da Territorialidade → Art. 5º, CP: Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito
internacional, ao crime cometido no território nacional.
• NÃO importa se o crime foi cometido por estrangeiro ou contra vítima estrangeira; Se cometido no território nacional,
submete-se à lei penal brasileira.

× Princípio da Territorialidade Mitigada ou Temperada (adotado):


– Território brasileiro → Mar territorial; Espaço Aéreo; Subsolo;
– §1º: Território brasileiro por extensão → Embarcações e Aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro
(onde quer que se encontrem); Embarcações e Aeronaves brasileiras, mercantes ou de propriedade privada (no espaço aéreo
correspondente ou em alto-mar)

– §2º: Aplica-se a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de Aeronaves ESTRANGEIRAS (em pouso no território nacional ou em
voo no espaço aéreo correspondente), ou Embarcações ESTRANGEIRAS de propriedade privada (em porto ou mar territorial do
Brasil).

– Princípio da Passagem Inocente (exceção) → Uma embarcação (aeronaves também, segundo doutrina) de propriedade privada, de
qualquer nacionalidade, possui o direito de atravessar o mar territorial de uma nação, desde que NÃO ameace a paz, a segurança e a
boa ordem do Estado.
• Neste caso, se um crime for praticado a bordo de uma embarcação que se encontre em “passagem inocente”, NÃO
será aplicável a lei brasileira, desde que o crime NÃO afete um bem jurídico nacional.
– Obs: Só utilizar esse princípio se a questão mencionar EXPRESSAMENTE a intenção de passagem inocente.

× Princípio da Representação/Bandeira/Pavilhão → Aplicação da lei penal brasileira a um crime praticado no estrangeiro, a bordo de
aeronaves e embarcações PRIVADAS que possuem bandeira brasileira, QUANDO NÃO for julgado no país em que ocorrido.
– Obs → Se forem públicas, aplica-se o princípio da territorialidade.

× Extraterritorialidade Incondicionada (art. 7º, I, CP) → Será aplicada a lei brasileira ainda que o agente já tenha sido condenado ou
absolvido no exterior.
– Contra vida ou liberdade do PR.
– Contra o patrimônio ou fé pública da Administração Direta e Indireta.
– Contra Administração Pública por quem está a seu serviço.
– De genocídio, quando agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil → SE o autor for estrangeiro, deve ser domiciliado no Brasil
(princípio do domicílio).

– Os crimes funcionais estão sujeitos à extraterritorialidade condicionada da lei penal brasileira. (E)

× Extraterritorialidade Condicionada (art. 7º, II, CP):


– Por tratado ou convenção o Brasil se obrigou a reprimir.
– Por brasileiro.
– Em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, quando em território estrangeiro e aí NÃO sejam
julgados.
– Condições:
• Entrar o agente no território nacional;
• Fato punível também no país em que foi praticado;
• Crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradição;
• NÃO ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou ter cumprido a pena;
• NÃO ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, NÃO estar extinta a punibilidade, sendo lei mais
favorável.

× Extraterritorialidade Hipercondicionada (art. 7º, §3º, CP):


– Cometido por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil.
– Condições: Mesmas das condicionadas, bem como → NÃO ter sido negada, nem ter sido pedida extradição | Haver requisição do
MJ.

× Detração Penal → Art. 8º, CP: A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando diversas,
ou nela é computada, quando idênticas.

» Tempo do Crime:
× Teoria da Atividade → Art. 4º, CP: Considera-se praticado o delito no momento da conduta (ação ou omissão), ainda que outro seja o
momento do resultado.

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» Lugar do Crime:
× Teoria da Ubiquidade → Art. 6º, CP: Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em
parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado.

× Mnemônico LUTA: Lugar → Ubiquidade; Tempo → Atividade.

» Aplicação da Lei Penal em relação às Pessoas:


» Sujeito Ativo:
× STF e STJ → Admitem a responsabilidade penal da Pessoa Jurídica em TODOS os crimes ambientais.

× Imunidade TOTAL de Jurisdição Penal → Diplomatas e familiares, bem como membros do pessoal administrativo e técnico da
missão e seus familiares, desde que NÃO sejam nacionais do Estado acreditado (do Brasil).

× Imunidade em Relação aos ATOS PRATICADOS no Exercício das Funções → Cônsules e membros do pessoal de serviço da missão
diplomática que NÃO sejam nacionais do Estado acreditado, nem nele tenham residência permanente.

× Imunidade Material → Art. 53, CF: Os Deputados e Senadores são invioláveis, CIVIL e PENALMENTE, por quaisquer de suas
opiniões, palavras e votos.
• Vereadores → Art. 29, VIII, CF: inviolabilidade dos Vereadores por suas opiniões, palavras e votos no exercício do
mandato e na circunscrição do Município.

× Imunidade Formal → Art. 53, §2º: Desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional NÃO poderão ser presos,
SALVO em flagrante de crime inafiançável.
• STF → Cabível a qualquer tipo de prisão, inclusive as de caráter provisório.
• STF → Parlamentares podem ser presos, além desta hipótese, no caso de sentença penal condenatória transitada em
julgado.

× Imunidade Formal para Processo → Art. 53, §3º: Recebida a denúncia contra o Senador ou Deputado, por crime ocorrido após a
diplomação, o STF dará ciência à Casa respectiva, que, por iniciativa de partido político nela representado e pelo voto da maioria de
seus membros, poderá, até a decisão final, sustar o andamento da ação.
• Ou seja, partido político COM representação na respectiva casa, pode sustar o processo.

× Obs → Em hipótese NENHUMA (nem no estado de sítio), o parlamentar poderá ser responsabilizado por ato praticado no recinto.
• Entretanto, por decisão de 2/3 dos membros da Casa, estas imunidades poderão ser suspensas, durante o estado de
sítio, em razão de ato praticado pelo parlamentar FORA DO RECINTO.

» Sujeito Passivo:
× Sujeito Passivo Mediato ou Formal → Estado (a ele pertence o dever de manter a ordem pública e punir os criminosos).

× Sujeito Passivo Imediato ou Material → Titular do bem jurídico efetivamente lesado.

× Obs → Estado também pode ser sujeito Passivo Imediato, como nos crimes contra a administração pública.
× Pessoa Jurídica também pode ser sujeito passivo de crimes.
× Mortos e Animais NÃO podem ser sujeitos passivos (NÃO são titulares de direitos) → Os sujeitos passivos serão a família e a
coletividade, respectivamente.

» Disposições Preliminares do Código Penal:


× Contagem de Prazos → Art. 10: O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo. Contam-se os dias, os meses e os anos pelo
calendário comum (Conta-se todos os meses como tendo 30 dias e todos os anos como tendo 365 dias).
– Art. 11: Desprezam-se, nas penas privativas de liberdade e nas restritivas de direitos, as frações de dia, e, na pena de multa, as
frações de cruzeiro.

× Súmula nº 420 do STF: Não se homologa sentença proferida no estrangeiro sem prova do trânsito em julgado.
– Obs.: Compete ao STJ a homologação da sentença estrangeira para que produza seus efeitos no Brasil.

× Interpretação Analógica: É uma interpretação que decorre de COMPARAÇÃO → Irá existir nos casos em que a lei estabeleça um
exemplo e criminaliza outras situações idênticas.
• Ex.: Homicídio qualificado mediante paga ou promessa de recompensa ou outro motivo torpe (outras hipóteses
idênticas).

× Analogia → Por NÃO haver norma que regulamente o caso, o aplicador do Direito se vale de uma outra norma, parecida, de forma a
aplicá-la ao caso concreto, a fim de que este NÃO fique sem solução.

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• NUNCA poderá ser usada para prejudicar o réu (VEDADA a analogia in malam partem).

× Conflito Aparente de Normas (SECA) → Subsidiariedade; Especialidade; Consunção e Alternatividade.


– Subsidiariedade → Violação menor está descrita no tipo legal do crime (uma é mais abrangente que a outra). Podemos dizer que o
crime menor é um subsídio para o crime maior.
• Ex.: O crime de roubo é SEMPRE cometido com violência.

– Especialidade → Tipo penal especial (ex.: infanticídio → matar o próprio filho) prevalece sobre tipo penal genérico (ex.: homicídio →
matar alguém).

– Consunção → Absorção de uma norma quando o ilícito menor é um meio de execução do crime, mas NÃO está descrito na norma.
• Ex.: Violação de domicílio para a prática de furto. Dá pra cometer o furto de outras formas também, furto e violação NÃO
estão ligados. Diferentemente do roubo e violência que estão conectados.

– Alternatividade → Um tipo penal chamado de misto alternativo (cuja conduta possui várias formas, ou seja, vários verbos).
• Nesses casos, mesmo que o agente pratique vários dos núcleos em um mesmo contexto, responderá por APENAS um
crime.

INFRAÇÃO PENAL
» Sistema Dicotômico: O gênero possui duas espécies:
× Crime → pena de RECLUSÃO ou DETENÇÃO.

× Contravenção Penal → PRISÃO SIMPLES ou MULTA.

» Diferenças entre Crime e Contravenção:


× Crimes → Admitem tentativa | Crimes cometidos no exterior geram reincidência | Pena máxima de 40 anos | Aplicam-se as hipóteses
de extraterritorialidade.

× Contravenção Penal → NÃO admitem tentativa | Contravenção cometida no exterior NÃO gera efeitos penais, inclusive para fins de
reincidência | Pena máxima de 05 anos | NÃO se aplicam as hipóteses de extraterritorialidade.

CRIME
» Aspecto Material → Toda ação humana que lesa ou expõe a perigo bem jurídico de terceiro que, por sua relevância, merece
proteção penal.

» Aspecto Legal ou Formal → Toda infração penal a que a lei comina pena de RECLUSÃO ou DETENÇÃO.

» Aspecto Analítico:
× Teoria Quadripartida → Crime é todo fato Típico, Ilícito, Culpável e Punível.
× Teoria Tripartida (ADOTADA) → Fato TÍPICO, ILÍCITO e CULPÁVEL.
× Teoria Bipartida → fato Típico e Ilícito, sendo a culpabilidade mero pressuposto de aplicação da pena.

FATO TÍPICO
» Conduta | Resultado Naturalístico | Nexo de causalidade | Tipicidade.

» Conduta:
× Teoria Causal-Naturalística → Conduta é a ação humana, bastando ter movimento corporal.
• Dolo e Culpa fica na culpabilidade.
× Teoria Social → Conduta é uma ação humana, voluntária e dotada de relevância social.

× Teoria Finalista de Hans Welzel (ADOTADA) → Conduta = Vontade (aspecto SUBJETIVO) + Ação/Omissão (aspecto OBJETIVO).
• Ou seja, ação voluntária dirigida a uma finalidade.

» Resultado Naturalístico:
× É a Modificação do mundo real pela conduta do agente.
• Só é exigido nos crimes Materiais;

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• Crimes Formais o resultado naturalístico pode ou NÃO ocorrer (é IRRELEVANTE);
• Crimes de Mera Conduta NÃO há um resultado naturalístico possível.

× Resultado Jurídico (ou normativo) → Lesão ao bem jurídico tutelado (está SEMPRE presente, NÃO há crime sem resultado
jurídico).

» Nexo de Causalidade:
× Art. 13º, CP → O resultado, de que depende a existência do crime, SOMENTE é imputável a quem lhe deu causa. Considera-se
causa a ação ou omissão sem a qual o resultado NÃO teria ocorrido.

× Teoria da equivalência dos antecedentes (condicio sine qua non) → Regra:


– Causa: Conduta sem a qual o resultado NÃO teria ocorrido.
• Processo hipotético de eliminação de Thyren → SUPRIME a conduta do agente para ver se mesmo assim o resultado
teria ocorrido.

× Obs: Só será considerada Causa a conduta que é INDISPENSÁVEL ao resultado E que foi querida (DOLO) pelo agente.

× Teoria da Causalidade Adequada → Exceção:


× Concausas ABSOLUTAMENTE Independentes: Agente NÃO responde pelo resultado, pois sua conduta NÃO foi causa (aplica-se a
teoria da equivalência dos antecedentes).

× Concausas RELATIVAMENTE Independentes Preexistente ou Concomitantes: O agente responde pelo resultado, pois sua conduta
foi causa (aplica-se a teoria da equivalência dos antecedentes).

× Concausas RELATIVAMENTE Independentes Supervenientes:


– PRODUZ por si só o resultado → O agente NÃO responde pelo resultado. Sua conduta é causa, mas NÃO a causa adequada
(aplica-se a teoria da causalidade adequada);
• A causa superveniente PRODUZ por si só o resultado, pois NÃO é desdobramento natural da conduta. No entanto, é
RELATIVAMENTE INDEPENDENTE, porque tem dependência com a causa anterior.

– AJUDA a produzir o resultado → O agente responde pelo resultado, pois sua conduta foi causa (aplica-se a teoria da equivalência
dos antecedentes).

× Teoria da Imputação Objetiva (Roxin) → NÃO prevista no CP.


– A conduta deve criar ou aumentar um risco. | Risco deve ser proibido pelo Direito. | Risco deve ser criado no resultado.

× Crime Omissivos Puros ou Próprios: O agente se omite quando o tipo penal define a omissão como delito. Ex.: Omissão de
socorro.
– É IRRELEVANTE a análise do resultado.

× Crimes Omissivos Impuros/Impróprios ou Crimes comissivos por omissão: O agente é responsabilizado por um resultado
lesivo. Por ter se omitido quando havia um dever legal de agir, NÃO imposto às pessoas em geral. Ex.: Mãe que NÃO interfere quando
sua filha é estuprada → Responderá pelo crime de estupro de vulnerável (tinha o específico dever de proteção e cuidado).
– A análise do resultado é penalmente RELEVANTE.
– Obs.: NÃO há resultado naturalístico da omissão, mas, pela Teoria Naturalístico-Normativa, o resultado será imputado a quem se
omitiu, por ter descumprido um dever de vigilância e cuidado.

» Tipicidade:
× Formal → Adequação da conduta do agente a uma previsão típica.
– Adequação Imediata (direta) → A conduta do agente é exatamente aquela prevista;
– Adequação Mediata (indireta) → A conduta do agente NÃO corresponde ao tipo penal, deve haver uma norma de extensão.

× Material → Ocorrência de uma ofensa significativa ao bem jurídico tutelado (NÃO há tipicidade material quando a conduta, ainda que
formalmente típica, NÃO afeta significativamente o bem jurídico – ex.: princípio da insignificância).

× Tipo Subjetivo → NÃO descreve a conduta proibida pela norma penal; ele designa os aspectos subjetivos do tipo com a finalidade de
aferir o ânimo do agente ao praticar um tipo penal objetivo.
× Tipo Objetivo → Descreve abstratamente a conduta criminalizada, ou seja, é o tipo penal propriamente dito.

DOLO E CULPA
» Com a teoria do Finalismo de Hans Welzel, o dolo e a culpa (elementos subjetivos) foram transportados da Culpabilidade para o Fato
Típico (conduta).

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» Dolo → Elemento subjetivo do tipo, consistente na vontade livre e consciente de praticar o crime (dolo direto), ou a assunção do
risco produzido pela conduta (dolo eventual).
× Dolo Direto:
– De 1º grau ou Natural → Consciência de que a conduta pode lesar um bem jurídico + vontade de lesá-lo (consciência + vontade).

– De 2º grau ou de consequências necessárias → O agente NÃO deseja diretamente o resultado, mas o aceita como consequência
necessária (certa) dos meios empregados.
• Ex.: derrubar um avião para matar um passageiro → Passageiro pretendido (1º grau); Demais passageiros (2º grau).

× Dolo Indireto:
– Eventual → Agente tem consciência de que a conduta PODE gerar um resultado criminoso, e assume esse risco.
• Obs.: O agente NÃO deseja diretamente o resultado → Ex.: prática de tiro esportivo em um terreno, sabendo que há,
nas proximidades, residências.

– Alternativo → O agente pratica a conduta sem pretender alcançar um resultado específico e estabelece para si que qualquer dos
resultados possíveis é válido. Ex.: José atira uma pedra em Maria para matá-la ou lesioná-la (tanto faz).

× Dolo Antecedente → Se dá antes do início da execução da conduta.


× Dolo Atual → Presente durante a execução da conduta.
× Dolo Subsequente → Embora tenha iniciado a conduta com uma finalidade lícita, altera seu ânimo, passando a agir de forma ilícita.
× Dolo Genérico → Vontade de praticar a conduta descrita no tipo penal (sem nenhuma outra finalidade).
× Dolo Específico → O agente o faz com uma finalidade específica (intenção).

× Dolo Geral, por Erro Sucessivo ou Aberratio Causae → O agente, acreditando já ter alcançado seu objetivo, pratica nova conduta
(com finalidade distinta), mas depois constata que essa última foi a que efetivamente causou o resultado.
– Ex.: José estrangula Maria para matá-la e, com medo de encontrarem seu corpo, a joga no rio. Depois descobre que ela morreu
afogada.
– Obs.: Considera-se o NEXO OCORRIDO e NÃO o pretendido.

» Culpa → A conduta do agente é destinada a um determinado fim (lícito ou NÃO), mas, pela violação a um dever de cuidado
(imprudência, negligência ou imperícia), o agente acaba por lesionar um bem jurídico de terceiro.

× Negligência → O agente deixa de tomar as cautelas necessárias para que sua conduta NÃO lese o bem jurídico de terceiros.
× Imprudência → O agente pratica atos temerários que NÃO se coaduna com a prudência que se deve ter na vida em sociedade.
× Imperícia → O agente desconhece uma regra técnica profissional.

× Crime Culposo → Sua punibilidade advém do desvalor do resultado obtido, embora o desvalor da conduta seja menor por NÃO
derivar de uma deliberada ação contrária ao direito.
– Elementos (CoN Ti Pre ViR) → Conduta voluntária | Nexo Causal | Tipicidade | Previsibilidade Objetiva | Violação de um dever
objetivo de cuidado | Resultado naturalístico involuntário → O resultado deve ser previsível mediante um esforço intelectual razoável –
por uma pessoa comum.

× Culpa Consciente → O agente prevê o resultado como possível, mas realmente acredita que ele NÃO ocorrerá.
• Difere do dolo eventual no que diz respeito ao agente acreditar, piamente, que o resultado NÃO ocorrerá (dolo eventual
ele assume o risco NÃO se importando com a sua ocorrência).

× Culpa Inconsciente ou Ex Ignorantia → O agente NÃO prevê que o resultado possa ocorrer.

× Culpa Própria → O agente NÃO quer o resultado (é a culpa propriamente dita).


× Culpa Imprópria → O agente quer o resultado, mas, por ERRO Inescusável/evitável, acredita que está amparado por uma causa
excludente de ilicitude ou da culpabilidade.
• Art. 20, § 1º, CP → É isento de pena quem, por erro plenamente justificado pelas circunstâncias, supõe situação de fato
que, se existisse, tornaria a ação legítima. NÃO há isenção de pena quando o erro deriva de culpa e o fato é punível
como crime culposo.

× Obs.: NÃO existe compensação de culpas (ambas as partes respondem na modalidade culposa).

» Crime Preterdoloso ou Preterintencional → O agente querendo praticar determinado crime (com dolo), acaba por praticar outro
mais grave (por culpa). Ex.: Lesão Corporal (dolo) seguida de morte (culpa).

× A Doutrina distingue o crime preterdoloso (espécie) do crime qualificado pelo resultado (gênero).

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– Qualificado pelo resultado é aquele em que, ocorrendo determinado resultado, tem-se a aplicação de uma qualificadora (é irrelevante
se a qualificadora decorre de dolo ou culpa).
– Preterdoloso é aquele em que, necessariamente, o resultado advém de uma conduta culposa.

CRIME CONSUMADO E TENTADO


» Inter criminis:
× Cogitação → Idealização do crime (NÃO há exteriorização); É SEMPRE Impunível.
× Atos Preparatórios (conatus remotus) → O agente adota algumas providências para realização do crime; Em regra, é Impunível.
• Alguns são puníveis como delitos autônomos – ex.: petrechos de falsificação (maquinário para impressão de nota fiscal).
× Atos Executórios → O agente efetivamente dá início à conduta delituosa por meio de ato capaz de provocar o resultado.

× Teorias que tentam diferenciar Atos Preparatórios dos Executórios.


– Teoria Material (hostilidade ao bem jurídico) → O agente inicia a execução quando cria uma situação de perigo ao bem.
– Teoria Objetivo-formal → A execução se inicia quando o agente dá início à realização da conduta descrita no tipo penal.
– Teoria Objetivo-material → Haverá execução quando o agente realizar a conduta descrita no núcleo do tipo penal, bem como quando
praticar atos imediatamente anteriores à conduta descrita no núcleo do tipo, partindo da visão de uma terceira pessoa.

– Teoria Objetivo-individual (adotada pela maioria) → Caracterizará ato executório a depender da análise do plano do autor do crime.
Assim, são considerados os atos imediatamente anteriores ao início da execução.
• Ex.: No crime de furto, caracteriza ato executório a invasão da residência, por mais que, ainda, NÃO tenha havido a
subtração da coisa.

× Consumação → O crime atinge sua realização plena (tudo o que é previsto no tipo penal); Crime completo e acabado.
× Exaurimento → É uma etapa pós crime (posterior à consumação); NÃO altera a tipificação do crime.

» Crime Consumado → Aquele no qual o resultado naturalístico efetivamente ocorre.


• Reúne todos os elementos de sua definição legal.

» Crime Tentado → Aquele em que, iniciada a sua execução, NÃO se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente (Obs.:
se ele desistir voluntariamente, NÃO é caso de tentativa).
• Em regra, NÃO estão presentes os elementos → Resultado e Nexo Causal.

× Adequação Típica MEDIATA → O agente NÃO pratica exatamente a conduta prevista no tipo penal, mas outra norma estende o
alcance ao tipo penal.
– Ex.: Agente pretende matar a tiros seu desafeto, no entanto, a vítima fica paraplégica → Responderá por homicídio tentado, por mais
que NÃO tenha matado ninguém. Há, nesse caso, uma adequação típica mediata.
× Art. 14, §Único, CP → SALVO disposição em contrário, pune-se a tentativa com a pena do crime consumado, DIMINUÍDA de 1/3 a
2/3.

× Tentativa Branca/Incruenta → O agente sequer atinge o objeto que pretendia lesar (ex.: errou o alvo).
× Tentativa Vermelha/Cruenta → O agente atinge o objeto, mas NÃO obtém o resultado esperado (ex.: acertou o alvo, NÃO matou,
mas pretendia).

× Tentativa Perfeita → O agente esgota completamente os meios de que dispunha.


× Tentativa Imperfeita → O agente é impedido por circunstâncias alheias, antes de ele esgotar seus meios.

× NÃO admitem tentativa → (PUCCACHO + abstrato)


• Preterdoloso| Unissubsistente (único ato, ex. Injúria) | Contravenção Penal (tentativa NÃO é punível) | Condicionado
(aquele em que a consumação é condicionada a outro evento) | Atentado ou de empreendimento (crime já se consuma
independente de se obter o resultado ou NÃO) | Culposo | Habitual | Omissivo Próprio | Perigo Abstrato.

» Crime Impossível → Art. 17, CP: NÃO se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio ou por absoluta impropriedade do
objeto, é impossível consumar-se o crime (Teoria Objetiva da Punibilidade do Crime Impossível).
× Ineficácia absoluta do meio → Tentar matar alguém com sal achando ser veneno, ou atirando com arma de brinquedo, por exemplo.
× Improbidade absoluta do objeto → Matar alguém já morto, por exemplo.

» Crimes Funcionais → São aqueles praticados por funcionários públicos, na razão de serem funcionários públicos.
× Próprios: Se desaparece a qualidade de funcionário público, o fato será ATÍPICO.
× Impróprios: Se o sujeito NÃO é funcionário público, há desclassificação da conduta para outro delito.

» Art. 15, CP: O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução ou impede que o resultado se produza, só responde
pelos atos já praticados.

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» Desistência Voluntária → O agente VOLUNTARIAMENTE desiste de consumar o crime (mesmo podendo fazê-lo).
× Fórmula de Frank → Na tentativa, o agente quer, mas NÃO pode prosseguir | Na Desistência, o agente pode, mas NÃO quer
prosseguir.
× Obs.: É necessário que o resultado NÃO se consume em razão da desistência do agente | Ocorre Exclusão da TIPICIDADE | O
agente SÓ RESPONDE PELOS ATOS PRATICADOS.
× Doutrina entende que também há desistência voluntária quando o agente deixa de prosseguir na execução para fazê-la mais tarde,
por qualquer motivo, por exemplo, para NÃO levantar suspeitas.

» Arrependimento Eficaz → O agente já praticou TODOS os atos que queria e podia, mas se arrepende e adota medidas para
impedir (e consegue) sua consumação. Ex.: José atira em Maria para matá-la, mas se arrepende e presta socorro para que ela NÃO
morra → Se ela morrer ele responderá por homicídio com atenuante de pena.
× Obs.: Ocorre Exclusão da TIPICIDADE | O agente SÓ RESPONDE PELOS ATOS PRATICADOS.
× Obs.¹: Se o crime for cometido em Concurso de Pessoas e SOMENTE um deles realiza a conduta de desistência voluntária ou
arrependimento eficaz, esta circunstância se COMUNICA aos demais.

» Diferença entre Desistência Voluntária e Arrependimento Eficaz → Na desistência voluntária o agente não esgota seus meios
(ex.: de 10 munições no cartucho, atira apenas 3 contra a vítima e desiste); já no arrependimento Eficaz, o agente esgota os seus
meios e se arrepende (ex.: dos 10 tiros, dispara todos contra a vítima).

» Arrependimento Posterior → Após a ocorrência do resultado, o agente se arrepende e repara o dano ou restitui a coisa.
× O agente tem a pena reduzida de 1/3 a 2/3 (é causa obrigatória de diminuição) → A diminuição varia conforme a celeridade em que
ocorreu o arrependimento voluntário.
× Obs.: Se o crime for cometido em Concurso de Pessoas e SOMENTE um deles se arrepende e repara o dano ou restitui a coisa,
esta circunstância se comunica aos demais.
× Só é permitido em crimes SEM violência ou grave ameaça à pessoa e se ANTES do recebimento da denúncia ou queixa.
× Doutrina admite a aplicação, caso a violência seja Culposa e antes do recebimento paga todas as despesas médicas e presta todos
os auxílios necessários.
× Doutrina se divide acerca da aplicação na Violência Imprópria (aquela em que há impossibilidade de defesa da vítima).

× STJ → Os crimes contra a Fé Pública, semelhantes aos demais crimes Não-Patrimoniais em geral, são INCOMPATÍVEIS com o
instituto do arrependimento posterior, dada a impossibilidade material de haver reparação do dano causado ou a restituição da coisa
subtraída. Ex.: Crime de Moeda Falsa.

» Causas de Exclusão do Fato Típico: (CESA)


× Coação Física Irresistível → Exclui a conduta, por ausência completa da vontade do agente coagido (Obs.: a coação MORAL exclui a
culpabilidade). Ex.: José força fisicamente Maria a apertar o gatilho e matar Joana.

× Erro de Tipo Inevitável → O agente pratica o fato típico por incidir em erro sobre um dos seus elementos.
– Exclui o dolo e a culpa (o agente NÃO responde por crime). Ex.: A pessoa pega o celular de outra pessoa na mesa acreditando que
era seu → Praticou furto, no entanto, errou sobre o elemento (coisa alheia).

× Sonambulismo e Atos Reflexos → O agente NÃO tem controle sobre sua ação e omissão (NÃO há dolo ou culpa). Ex.: José toma um
susto e acerta o cotovelo em Maria.

× Adequação Social da Conduta e Insignificância:


– Adequação → Tolerância da sociedade frente a uma conduta tipificada como crime. Ex.: Quando o adultério era considerado crime.
• Obs.: Há exclusão do fato típico, pois NÃO há tipicidade material.

– Insignificância → Ausência de ofensa significativa ao bem jurídico tutelado. Ex.: Furto de uma uva de um supermercado.

ILICITUDE
× A Antijuridicidade ou Ilicitude é uma contrariedade da conduta perante o direito.
× Estando presente o primeiro elemento (fato típico), presume-se presente a ilicitude, devendo o acusado comprovar a existência de
uma causa de exclusão da ilicitude.

» Causas de Exclusão de Ilicitude:


× Genéricas → Aplicam-se a todo e qualquer crime (Legítima Defesa; Estado de Necessidade; Exercício Regular do Direito e Estrito
Cumprimento do Dever Legal).

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× Específicas → Próprias de determinados crimes. Ex.: Furto de coisa comum (art. 156), em que o fato da coisa ser comum retira a
ilicitude.
× Causas Supralegais → NÃO previstas em lei, mas decorre da lógica. Ex.: quando há o consentimento do ofendido nos crimes contra
bens disponíveis.
– Sanches: O consentimento do ofendido como causa excludente de ilicitude deve ser manifestado antes ou durante a prática do fato.
Se posterior, pode significar renúncia ou perdão, causas extintivas da punibilidade nos crimes perseguidos mediante ação penal
privada.

» Estado de Necessidade → Quem pratica o fato para salvar de perigo atual, que NÃO provocou por sua vontade, nem podia de outro
modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, NÃO era razoável exigir-se.

× O bem jurídico protegido deve ser de valor IGUAL ou SUPERIOR ao sacrificado, afastando, em ambos os casos, a ilicitude da
conduta → Se for de valor inferior, o agente responde pelo crime, mas tem sua pena diminuída de 1/3 a 2/3.
• §2º Embora seja razoável exigir-se o sacrifício do direito ameaçado, a pena poderá ser reduzida de 1 a 2/3.

× O agente NÃO pode ter o dever jurídico de enfrentar o perigo. Ex.: Bombeiros em um incêndio.

× Estado de Necessidade Agressivo → O agente sacrifica bem jurídico de terceiro que NÃO provocou a situação de perigo.
× Estado de Necessidade Defensivo → O agente sacrifica bem jurídico daquele que provocou a situação de perigo.
× Estado de Necessidade Putativo → O perigo só existe na imaginação do agente.
• Por Erro de Tipo Permissivo: Exclui dolo e culpa; ou responde por Culpa se previsto.
• Por Erro de Proibição Indireto: Isenta de Pena; ou Diminui de 1/6 a 1/3.
× Estado de Necessidade Recíproco → É possível desde que ambos NÃO tenham criado a situação de perigo.

× Se comunica com os demais, caso um dos autores do crime tenha agido em estado de necessidade.
× Admite Erro na Execução e o agente continua amparado pela excludente.
× STJ → A simples alegação de MISERABILIDADE NÃO gera o estado de necessidade.

× Requisitos para o reconhecimento do E.N. no caso concreto.


– Inevitabilidade da Conduta | Razoabilidade do Sacrifício | Conhecimento da Situação Justificante.
• Obs. importantíssima: A pessoa deve saber que age em Estado de Necessidade, senão não se aplica.

» Legítima Defesa → Quem, usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão (se justa, NÃO cabe legítima
defesa), atual ou iminente (difere do estado de necessidade, que é só atual), a direito seu ou de outrem.

× O agredido NÃO é obrigado a fugir de seu agressor → ainda que possível, ele poderá reagir.
× Ataque por animal:
• Controlado por alguém (como instrumento de crime) → Legitima defesa em face do dono.
• De forma independente → Estado de necessidade.

× Legítima Defesa Agressiva → O agente defende-se praticando um fato previsto como infração penal.
× Legítima Defesa Defensiva → O agente defende-se sem atacar nenhum bem jurídico do agressor.
× Legítima Defesa Sucessiva → O agente defende-se de uma Putativa ou do Excesso da Real.
× Legítima Defesa Putativa → A agressão/iminência só existe na imaginação do agente.
• Por Erro de Tipo Permissivo: Exclui dolo e culpa; ou responde por Culpa se previsto.
• Por Erro de Proibição Indireto: Isenta de Pena; ou Diminui de 1/6 a 1/3.

× Obs:
– Cabe legítima defesa SUCESSIVA → Contra o excesso de legítima defesa.
– Cabe legítima defesa REAL frente a putativa.
– SEMPRE caberá legítima defesa em face de conduta acobertada por exclusão de culpabilidade (a agressão é típica e ilícita).
– NÃO cabe legítima defesa em face de → Qualquer causa de exclusão da ilicitude e; Legítima defesa real.

× Legítima Defesa de Terceiro:


– Se o BEM que está sendo lesado é DISPONÍVEL, o terceiro deve CONCORDAR com que o agente atue em seu favor.
– Caso seja INDISPONÍVEL, o agente PODERÁ repelir a injusta agressão mesmo que SEM a concordância.

× Art. 25, §Único → Observados os requisitos, considera-se também em legítima defesa o agente de segurança pública que repele
agressão ou risco de agressão a vítima mantida refém durante a prática de crimes.

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» Estrito Cumprimento do Dever Legal → O agente pratica um fato típico, mas em cumprimento a um dever previsto em lei. Ex.:
Policial tem o dever de manter a ordem pública, logo, eventuais lesões corporais causadas em uma perseguição NÃO são
consideradas ilícitas.
× Obs.: Quando o policial, numa troca de tiros, acaba por ferir ou matar um suspeito, ele NÃO age no estrito cumprimento do dever
legal, mas em legítima defesa.

× Comunicabilidade → Estende-se a terceiro que colabora com aquele que age em estrito cumprimento do dever legal.
× Aplica-se a Funcionários Públicos e Particulares → Ex.: Advogados que se negam a testemunhar sobre fato conhecido em razão da
profissão.

» Exercício Regular do Direito → Quem age no legítimo exercício de um direito seu, NÃO poderá cometer crime, pois a ordem
jurídica deve ser harmônica, dessa forma, visa preservar a coerência do sistema jurídico. Ex.: Atletas no ringue de luta → NÃO
respondem por lesão corporal dentro das regras do esporte | “Ameaçar” de processar alguém (com razão) → NÃO configura crime de
ameaça.
× Obs.¹: O direito deve estar previsto em lei → Os direitos derivados dos costumes locais NÃO podem ser invocados como causas de
exclusão da ilicitude.
× Obs.²: Os ofendículos (ex: cerca elétrica) configuram-se exercício regular do direito; é forma passiva de defesa do patrimônio.

» Consentimento do Ofendido → Considera-se uma causa Supralegal de exclusão da ilicitude.


× Requisitos:
• Consentimento deve ser válido → Pessoa capaz, sã e sem vícios.
• Bem jurídico deve ser próprio e disponível → NÃO pode ser a vida, por exemplo.
• Consentimento deve ser prévio ou concomitante à conduta → Consentimento após a prática NÃO gera excludente.

» Excesso Punível → É o exercício IRREGULAR de uma causa excludente de ilicitude (aplica-se a todas).
× Excesso Extensivo → Quando cessa a circunstância que permitia seu exercício. Ex.: Cessou a agressão no caso de legítima defesa.
× Excesso Intensivo → Meio utilizado NÃO foi proporcional. Ex.: Usar uma metralhadora para repelir um tapa.

× O agente responde pelo excesso DOLOSO e CULPOSO.


– Excesso Doloso → O agente se excede proposicionalmente.
– Excesso Culposo → O agente excede devido a uma inobservância do dever de cuidado.

× Excesso Acidental (Sanches) → Decorre de caso fortuito ou força maior (é Irrelevante penalmente). Ex.: Agredido repele o agressor
com um soco e este, em virtude da alteração de ânimo, sofre um ataque cardíaco e morre.
× Excesso Exculpante (Sanches) → Surge um estado de pânico que lhe retira a capacidade de atuar racionalmente. Ex.: Alguém que
reage a um agressor armado, vindo a causar a inconsciência deste, e continua a agredi-lo mesmo inconsciente → Nesse caso, ocorre
fato típico e ilícito, mas a culpabilidade, a depender do caso concreto, poderá ser afastada em inexibilidade de conduta diversa.

CULPABILIDADE
× É um juízo de reprovabilidade acerca da conduta do agente, considerando suas circunstâncias pessoais.
» Teoria Psicológica → Imputabilidade + Dolo ou Culpa.
• Para o CP (teoria finalista), essa teoria é impossível, pois ele aloca o dolo e a culpa na conduta/fato típico.

» Teoria Normativa ou Psicológico-Normativa → Imputabilidade + Dolo ou Culpa + Exigibilidade de conduta diversa + Consciência de
ilicitude.

» Teoria Extremada da Culpabilidade (Normativa Pura): Imputabilidade + Exigibilidade de conduta diversa + Consciência da ilicitude
(Obs.: o dolo e a culpa foram para o fato Típico).
× Divide-se em Teoria Extrema e Teoria Limitada.
» Teoria Extremada → Todo erro que recai sobre uma causa de justificação, seria equiparado ao erro de proibição.

» Teoria Limitada da Culpabilidade (adotada pelo CP) → Diferenciada da extremada pelo tratamento dispensável às descriminantes
putativas (erros sobre causas de justificação).

× Divide as descriminantes putativas em:


– Erro sobre pressuposto fático da causa de justificação (ou erro de fato) → Aplicam-se as mesmas regras do erro de tipo (erro de tipo
permissivo).
– Erro sobre existência ou limites jurídicos da causa de justificação (erro sobre a ilicitude da conduta) → Aplicam-se as mesmas regras
do erro de proibição.

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» Elementos da Culpabilidade: Imputabilidade penal | Potencial consciência da ilicitude | Exigibilidade de conduta diversa.

» Imputabilidade Penal → Capacidade mental de entender o caráter ilícito da conduta + comportar-se conforme o direito.
× Deve ser aferida no momento em que ocorreu o fato criminoso.

× Sistemas:
– Biológico: Basta a existência da doença mental ou determinada idade para que seja inimputável (É adotada pelo CP com relação à
idade <18).
– Psicológico: Análise no caso concreto se o agente era inteiramente capaz de entender o caráter ilícito da conduta e de se comportar
conforme o direito.
– Biopsicológico: Existência da doença mental (critério biológico) + análise do caso concreto (critério psicológico) → Adotada como
regra pelo CP.

× Doença Mental ou Desenvolvimento Mental Incompleto/Retardado:


– Se Inteiramente Incapaz de entender o caráter ilícito da conduta = Inimputável → Isento de pena, mas o juiz aplicará medida de
segurança.
– Se Parcialmente Incapaz = Semi-inimputável → Será aplicada a pena, mas REDUZIDA de 1/3 a 2/3.

× Menor de 18 anos = Inimputável → Responde pelo ECA.

× Embriaguez:
– Voluntária (dolosa ou culposa) → Imputável.
– Preordenada (para tomar coragem e praticar o crime) → Imputável + Agravante.
– Acidental (caso fortuito ou força maior) → Completa (Inimputável) | Parcial (Imputável + Redução de pena).
– Embriaguez Patológica (doença mental) → Inimputável.
– Teoria da Actio Libera in Causa: O agente deve ser considerado imputável mesmo NÃO tendo discernimento no momento do fato,
pois tinha discernimento quando decidiu ingerir a substância.

× A Emoção e a Paixão NÃO excluem a imputabilidade penal.

» Potencial Consciência da Ilicitude → É a possibilidade de o agente (de acordo com suas características – análise pessoal)
conhecer o caráter ilícito do fato.
× Se o agente age acreditando que sua conduta NÃO é penalmente ilícita → Comete Erro de Proibição.

» Exigibilidade de Conduta Diversa → Possibilidade de o agente agir de forma diversa daquela em que ensejou o crime.
× Fundamenta duas causas de Exclusão da Culpabilidade:
– Coação Moral Irresistível (vis compulsiva) → Alguém coage o agente a praticar determinados crimes sob ameaça de fazer-lhe mal
grave.
– Obediência Hierárquica → O agente comete o crime em obediência a uma ordem ilegal (NÃO pode ser manifestamente ilegal)
proferida por seu superior hierárquico.
• Se o agente souber que a ordem é ilegal, ele responderá pelo crime juntamente a quem deu a ordem.
• Só se aplica a funcionários públicos.

» Excludentes de Culpabilidade (MeDEECO): Menor de Idade | Deficiente Mental | Embriaguez Completa Involuntária | Erro de
Proibição | Coação Moral Irresistível | Obediência Hierárquica.

ERROS
» Erro de Tipo Essencial (erro sobre elemento constitutivo do tipo penal):
× Há uma representação errônea da realidade → O agente acredita NÃO se verificar a presença de um dos elementos essenciais do
tipo penal.
• Ex.: Crime de desacato → Se o agente desconhece a qualidade de funcionário público da vítima = erro de tipo.
× Pode ocorrer nos crimes Omissivos Impróprios (comissivos por omissão) → O agente pode desconhecer sua condição de garantidor
no caso concreto.
• Ex.: NÃO percebe que a vítima é o seu filho.

× Escusável (inevitável ou invencível) → O agente NÃO poderia, com um exercício mental razoável, conhecer, de fato, a presença do
elemento do tipo.
• Exclui o Dolo e a Culpa.
× Inescusável (evitável ou vencível) → O agente poderia, com um exercício mental razoável, conhecer, de fato, a presença do
elemento do tipo e agir de forma diversa.

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• Exclui o Dolo, mas permite a punição por Culpa, se houver previsão legal.

× Erro de Tipo Permissivo → É uma descriminante putativa por um erro da realidade (erro sobre fatos que autorizariam o agente agir
amparado por uma excludente de ilicitude).

» Erro de Tipo Acidental → É um erro na execução do fato criminoso ou um desvio no nexo causal.

× Erro sobre a Pessoa (Error in Persona) → O agente pratica o ato contra pessoa diversa da pessoa visada (por confundi-las).
– Responderá como se estivesse praticado o crime contra a PESSOA VISADA (NÃO contra quem efetivamente praticou) → aplica-se a
teoria da Equivalência dos Antecedentes.
• Ex.: Mãe achou que estava matando seu filho, mas era outro neném → Responderá por infanticídio.

× Erro sobre o Nexo Causal → O agente alcança o resultado pretendido, mas por um nexo causal diferente do planejado.
– Em sentido Estrito → O agente, com UM SÓ ATO, provoca o resultado pretendido, mas com nexo diferente.
• Ex.: José atira contra Maria para matá-la, ela cai na piscina e morre afogada.

– Dolo Geral ou Sucessivo (Aberratio Causae) → Ocorre quando o agente, acreditando já ter alcançado seu objetivo, pratica nova
conduta (com finalidade distinta), mas depois constata que essa última foi a que efetivamente causou o resultado.
• Ex.: José estrangula Maria para matá-la, após isso, acreditando que ela já se encontra morta, com medo de
encontrarem seu corpo, a joga no rio. Ao fim é descoberto que ela morreu por afogamento;

– O agente RESPONDE PELO CRIME DESEJADO, desde o início, com o nexo causal que realmente ocorreu (NÃO o pretendido).

× Erro na Execução (Aberratio Ictus) → O agente atinge pessoa diversa por erro na hora de executar o delito (NÃO confunde a
pessoa).
– Pode decorrer de mero acidente durante a execução.
– Com unidade Simples (Aberratio Ictus de resultado único) → O agente atinge SOMENTE a pessoa diversa.
• Responderá como se estivesse praticado o crime contra a pessoa visada.

– Com unidade Complexa (Aberratio Ictus de resultado duplo) → O agente atinge a pessoa diversa + a vítima originalmente
pretendida.
• Responderá pelos DOIS crimes em CONCURSO FORMAL.

× Erro sobre o Crime ou Resultado diverso do pretendido (Aberratio Criminis ou Aberratio Delicti) → O agente pretendia
cometer um crime, mas, por acidente ou erro na execução acaba cometendo outro.
– Diferente da aberratio ictus, aqui há uma relação pessoa x coisa/coisa x pessoa.
– Com unidade Simples → Agente atinge APENAS o resultado NÃO pretendido.
• Pessoa visada, Coisa atingida → Responde pelo DOLO EM RELAÇÃO À PESSOA. Ex.: Mauro atira para matar Marta,
no entanto, acerta o muro da casa; Responderá por tentativa de homicídio.
• Coisa visada, Pessoa atingida → Responde APENAS pelo RESULTADO EM RELAÇÃO À PESSOA.

– Com unidade Complexa → O agente atinge pessoa/coisa diversa + pessoa/coisa pretendida.


• O agente responderá pelos DOIS crimes em Concurso Formal.

– Obs: NÃO existe crime de dano culposo. Dessa forma, se agente atingir pessoa visada + coisa diversa, NÃO responde pelos dois
crimes, em razão do dano ter ocorrido de forma culposa.

× Erro sobre o Objeto (error in objecto) → O agente erra sobre a coisa visada.
– Responderá pelo crime EFETIVAMENTE PRATICADO. Ex.: Ia furtar um quadro valioso, mas rouba um falso → Responde pelo furto
da obra de pequeno valor.

» Erro determinado por Terceiro → O agente erra, porque alguém o induziu a isso.
× Trata-se de modalidade de Autoria Mediata.
× Só responde pelo delito aquele que provoca o erro. Ex.: Um médico pede à enfermeira que dê veneno ao paciente dizendo ser
remédio. Ela o faz e o paciente morre → Só o médico responde pelo homicídio.

» Erro de Proibição → Atua sobre a potencial consciência da ilicitude → Quando o agente age acreditando que sua conduta NÃO é
ilícita (NÃO sabe que se trata de crime).

× Escusável (inevitável ou invencível) → Exclui-se a culpabilidade, o agente é ISENTO de Pena.


× Inescusável (evitável ou vencível) → Permanece a culpabilidade, diminui-se a pena de 1/6 a 1/3.

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× Erro de Proibição Indireto → O agente atua acreditando que existe, em abstrato, alguma descriminante que autoriza a sua conduta
(erra sobre a existência/limites de uma descriminante).

– Difere do erro de tipo permissivo por aqui, haver a exata ciência do fato e de sua ilicitude, ocorrendo erro sobre a existência/limites
da descriminante. Enquanto que no erro de tipo permissivo, ocorre uma falsa percepção da realidade que faz o erro recair sobre a
abrangência da descriminante no determinado caso.

» Erro de Tipo Permissivo × Erro de Proibição Indireto (em suma):


× No Erro de Tipo Permissivo o agente age sob uma falsa percepção da realidade; No Erro de Proibição Indireto, o agente age
achando que está amparado por uma causa excludente de ilicitude, acreditando que sua ação está sendo lícita.
× Erro de Tipo Permissivo → Se Inescusável (evitável ou vencível) exclui o dolo, mas permite a punição por culpa.
× Erro de Proibição Indireto → Se Inescusável (evitável ou vencível) diminui a pena de 1/6 a 1/3.

» Descriminante Putativa → Agente acredita NÃO cometer crime, por incidir em erro, no entanto, está praticando uma conduta típica
e ilícita.
» Delito Putativo → Agente comete um Indiferente Penal, mas acredita praticar um fato típico e ilícito.

CONCURSO DE PESSOAS
» Art. 29 → Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade.
× Se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída de 1/6 a 1/3.
× Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena deste; essa pena será aumentada até
METADE, na hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave.
» Art. 30 → NÃO se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter PESSOAL, SALVO quando elementares do crime.
» Art. 31 → O ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, SALVO disposição expressa em contrário, NÃO são puníveis, se o
crime NÃO chega, pelo menos, a ser tentado.

» Concurso de Pessoas: É a colaboração de dois ou mais agentes para a prática de um delito ou contravenção penal.
» Teoria Pluralista ou Pluralística → Para essa teoria cada pessoa responderia por um crime próprio, ocorrendo em conduta própria,
elemento psicológico próprio e um resultado particular.
× É adotada excepcionalmente, como no crime de aborto com consentimento da mãe.

» Teoria Dualista ou Dualística → Para essa teoria, haverá um crime para o autor que realiza exatamente a conduta típica, e outro
crime à figura do partícipe, que desenvolve uma atividade secundária.

» Teoria Monista ou Monística ou Unitária (adotada pelo CP) → O concurso de agentes (condelinquência) é entidade como crime
ÚNICO, devendo todos responderem pelo MESMO CRIME.
× Diz-se que o CP adotou a teoria monista TEMPERADA ou MITIGADA → Pois cada um responderá pelo mesmo crime com sua PENA
SENDO CALCULADA NA MEDIDA DE SUA CULPABILIDADE.

» Espécies de Concurso:
» Concurso Eventual → O tipo penal NÃO EXIGE que o fato seja praticado por mais de uma pessoa.
– Isso NÃO impede que seja praticado por mais de uma pessoa. Ex.: Furto, Roubo, Homicídio.

» Concurso Necessário → O tipo penal EXIGE que a conduta seja praticada por mais de uma pessoa.
× Condutas Paralelas (crimes de conduta unilateral): Os agentes praticam condutas dirigidas à obtenção da mesma finalidade
criminosa. Ex.: Associação Criminosa.
× Condutas Convergentes (crimes de condutas bilateral ou de encontro): Os agentes praticam condutas que se encontram e
produzem, JUNTAS, o resultado pretendido. Ex.: Bigamia.
× Condutas Contrapostas: Os agentes praticam condutas uns contra os outros. Ex.: Rixa.

» Requisitos do Concurso (PREIL) → Pluralidade de agentes | Relevância Causal da Colaboração | Existência de Fato Punível |
Identidade de Infração Penal | Liame Subjetivo.

» Pluralidade de Agentes:
× Todos os comparsas DEVEM ter discernimento → Inimputabilidade afasta o concurso e amolda na autoria mediata.

× Obs.: Nos crimes Plurissubjetivos (aqueles em que necessariamente devem ser praticados por duas ou mais pessoa; hipótese de
concurso necessário) - ex.: Associação Criminosa – mesmo que algum dos colaboradores NÃO seja culpável por qualquer razão,
AINDA ASSIM há o crime. → SÓ vale para pessoas com discernimento.

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– Da mesma forma acontece nos crimes Plurissubjetivos EVENTUAIS (que são aqueles nos quais, em regra, são unissubjetivos, mas
há uma qualificadora que traz a exigência de duas ou mais pessoas, por exemplo, furto qualificado pelo concurso de pessoas), nesses
crimes, por mais que algum dos colaboradores NÃO seja culpável, o crime permanece, porque, em regra, ele é unissubjetivo.

× Autoria Mediata → Ocorre quando um agente (autor mediato) se vale de uma pessoa como instrumento (autor imediato) para
prática de um delito.
– Obs.: NÃO basta que o executor seja um inimputável, ele deve ser um VERDADEIRO INSTRUMENTO do mandante, ou seja, NÃO
deve ter qualquer discernimento no caso concreto.

– Autoria Mediata por Erro do Executor → Aquele que pratica a conduta foi induzido a erro pelo mandante (erro de tipo ou erro de
proibição).
– Autoria Mediata por Coação do Executor → O infrator coage uma pessoa a praticar o delito.
– Autoria Mediata por Inimputabilidade do Agente → O infrator se vale de uma pessoa inimputável para a prática do delito. Nesse
caso, pressupõe que o autor imediato (agente inimputável) NÃO possua NENHUM discernimento acerca da conduta.

– Autoria por Determinação → Serve para punir aquele que, embora NÃO seja o autor nem o partícipe do crime, exerce sobre a
conduta DOMÍNIO equiparado à figura de autoria. Ex.: Particular que coage um funcionário público a subtrair coisa a ele.
• Nesse caso, NÃO se pode considerar o agente como autor, pois NÃO reúne os elementos do tipo (ser funcionário
público, por exemplo), nem pode considerá-lo partícipe, pois NÃO houve crime praticado pelo autor imediato, em razão
da coação, e NÃO há participação sem crime. Sendo assim, ele será punido por ser autor da determinação da conduta.

– Nos crimes PRÓPRIOS é ADMITIDO a Autoria Mediata, desde que o autor mediato reúna as condições especiais exigidas pelo tipo
penal.
– Nos crimes de MÃO PRÓPRIA NÃO se ADMITE a Autoria Mediata, pois o crime NÃO pode ser realizado pelo autor mediato.
• Ex.: A testemunha, no crime de falso testemunho, NÃO pode coagir alguém a depor falsamente em seu lugar.

» Relevância Causal da Colaboração → A participação do agente deve ser relevante para a produção do resultado, de forma que a
colaboração que em nada contribui é um indiferente penal.
× Deve ser prévia ou concomitante à execução do delito, no entanto, se a colaboração for posterior à consumação, mas combinada
previamente, haverá concurso de pessoas.

» Existência de Fato Punível → É necessário que o fato praticado seja punível, e para ser punível, deve-se ao menos ser tentado.

» Identidade de Infração Penal ou Unidade de Infração penal para todos os agentes → Todos os colaboradores respondem pelo
crime, independentemente da conduta que tenham, cada um, praticada.

» Liame Subjetivo ou Vínculo Subjetivo → Para que haja concurso, é necessário que a colaboração dos agentes tenha sido
ajustada entre eles, ou, pelo menos, tenha havido adesão de um à conduta do outro (princípio da convergência).
× Obs.: Colaboração para conduta criminosa, mas sem vínculo subjetivo, é caso de Autoria Colateral, e NÃO Coautoria.

» Modalidades de Concurso:
» Teoria Objetivo-formal → Autor é aquele que pratica a conduta descrita no núcleo do tipo penal. Os demais, que de alguma forma
prestarem colaboração, serão considerados partícipes.

» Teoria do Domínio do Fato (Hans Welzel) → Autor é todo aquele que possui o domínio da conduta criminosa, seja ele o executor
ou NÃO. O Autor é aquele que decide o trâmite do crime, sua prática ou NÃO, etc.
× O Partícipe só controla a própria vontade, mas NÃO a conduta criminosa em si.

» CP adota a teoria Objetivo-formal, como regra. E adota como exceção, nos casos em que há autoria mediata, a teoria do Domínio
do Fato, de maneira complementar.

» Coautoria → Espécie de Concurso na qual duas ou mais pessoas praticam a conduta descrita no núcleo do tipo penal.
• Assim, no crime de roubo, se duas ou mais pessoas entram num banco, portando armas, e anunciam um assalto,
TODAS elas praticaram a CONDUTA DESCRITA NO NÚCLEO do tipo.

× Coautoria vs Autoria Colateral:


– Na Coautoria, deve haver vínculo subjetivo ligando as condutas de ambos os autores.
– Na Autoria Colateral, ambos praticam o núcleo, mas NÃO agem em acordo de vontade entre si.

× Coautoria Funcional ou Parcial → As condutas dos agentes são diversas e se somam, de forma a produzir o resultado.
• Ex.: 1 segura a vítima, para que o outro a espanque.
× Coautoria Material ou Direta → Ambos os coautores realizam a mesma conduta.

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• Ex.: 2 pessoas, nas quais, ambos espancam a vítima.

× Crimes Próprios → ADMITE-SE A COAUTORIA, no entanto, é necessário que ambos os agentes possuam a qualidade exigida pela
lei, ou que, aqueles que NÃO a possuem, ao menos tenham ciência de que o outro agente age nessa qualidade | ADMITE-SE A
AUTORIA MEDIATA.
× Crimes de Mão-Própria → NÃO ADMITE COAUTORIA, pois esses crimes são considerados de conduta infungível, só podendo ser
praticados pelo sujeito especificamente descrito pela lei | NÃO ADMITE AUTORIA MEDIATA.
× Crimes Omissivos → É POSSÍVEL a PARTICIPAÇÃO, mas NÃO a COAUTORIA.
× Coautoria em Crime Culposo É POSSÍVEL → Pois é possível que duas pessoas, de comum acordo, resolvam praticar conduta
imprudente.

» Autoria Colateral: Duas pessoas, coincidente e concomitantemente, cometendo crimes contra a mesma vítima, sem que haja liame
subjetivo entre elas.

× Autoria Incerta: Surge no campo da autoria colateral, quando mais de uma pessoa é indicada como autora do crime, mas não se
apura com precisão qual foi a conduta que efetivamente produziu o resultado.
– Como não há concurso de pessoas, ambos devem responder por tentativa de homicídio.

× Autoria Mediata → NÃO É POSSÍVEL O CONCURSO de pessoas entre o Mediato e o Imediato → É possível COAUTORIA e
também PARTICIPAÇÃO na autoria mediata por meio da colaboração entre autores mediatos.
– Coação Física Irresistível → NÃO há Autoria Mediata, e sim Autoria DIRETA, pois o agente que realiza a ação NÃO possui conduta,
já que NÃO houve vontade.

» Participação → Modalidade de concurso de pessoas na qual o agente colabora para a prática delituosa, mas NÃO pratica a conduta
descrita no núcleo do tipo penal.
× Teoria da Acessoriedade Limitada (adotada pela maioria) → Para que o partícipe seja punido, exige-se que a conduta principal
praticada (núcleo do tipo) seja pelo menos uma conduta típica e ilícita.

× A lei admite a redução de 1/6 a 1/3 se a participação for de menor importância (se aplica APENAS à hipótese de participação).
× Comissivos por Omissão → ADMITE-SE A PARTICIPAÇÃO quando o partícipe podia e devia evitar o resultado.
× NÃO se PUNE a participação INÓCUA (aquela em que nada auxilia na execução do delito).
× Participação em Ação Alheia → Partícipe, sem qualquer liame subjetivo com autor, contribui de maneira culposa para a prática do
delito. Ex.: Peculato Culposo.
× Participação em Crime Culposo → STJ entende que NÃO cabe NENHUM tipo de participação em crime culposo.

» Comunicabilidade das Circunstâncias:


× As circunstâncias e condições de caráter pessoal NÃO se comunicam, SALVO quando elementares do crime.
– São consideradas elementares aquelas que se referem a algo indispensável para a caracterização do crime. Ex.: O crime de
peculato exige a condição de funcionário público do agente.

» Cooperação Dolosamente Distinta ou Desvio subjetivo de conduta → Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos
grave, ser-lhe-á aplicada a pena deste; essa pena será aumentada até ½, na hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave.
× O aumento de pena varia de acordo com a previsibilidade de ocorrência de crime mais grave.

» Multidão Delinquente ou Multidão Criminosa → Pessoas praticam o mesmo delito, agindo em concurso de pessoas, havendo
liame subjetivo tácito. As pessoas querem a mesma coisa, ainda que isso NÃO esteja explícito, por exemplo, briga de torcidas.
× O agente que pratica o delito nessa condição, deve ter sua pena ATENUADA, já que se trata de situação em que há maior
vulnerabilidade psicológica. Doutra forma, os agentes que Promovem, Organizam ou Lideram a conduta criminosa, devem ter suas
penas AGRAVADAS.

CRIMES CONTRA A PESSOA


CRIMES CONTRA A VIDA
» Homicídio → Art. 121: Matar alguém → Reclusão de 6 a 20 anos.
× Privilégio: Se o agente comete o crime impelido por motivo de RELEVANTE valor Social (interesse da sociedade) ou Moral (interesse
próprio), OU sob DOMÍNIO de violenta Emoção seguida a injusta Provocação da Vítima → Juiz PODE reduzir a pena de 1/6 a 1/3.
– Obs.: Se praticado em concurso de agentes, o privilégio NÃO se estende ao coautor/partícipe → responde por homicídio simples o
que NÃO estava sob o domínio de violenta emoção.

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× Qualificado se cometido → Reclusão de 12 a 30 anos.
– Mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe.
– Por motivo fútil.
– Com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum.
– À traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido.
– Para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime.
– Contra a mulher por razões da condição de sexo feminino → Obs.: Quando envolve Violência doméstica e familiar | Menosprezo ou
discriminação à condição de mulher.
– Contra agentes de segurança pública ou forças armadas, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge,
companheiro ou parente consanguíneo até 3º grau, em razão dessa condição (chamado de homicídio funcional).
– Com emprego de arma de fogo de uso Restrito ou Proibido.

× Se o homicídio é Culposo → Detenção de 1 a 3 anos.


– Perdão Judicial: O Juiz pode deixar de aplicar a pena se as consequências da infração atingirem o próprio agente de forma tão grave
que a sanção penal se torne desnecessária.

× Aumentos de pena do CULPOSO:


– 1/3: Inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício | Agente deixa de prestar socorro à vítima | NÃO procura diminuir as
consequências do seu ato | Foge para evitar Prisão em Flagrante.

× Aumentos de pena do DOLOSO:


– 1/3: Cometido contra <14 ou >60 anos.
– 1/3 até a ½: Por milícia privada sob o pretexto de prestação de Serviço de Segurança | Por grupo de extermínio.
– Feminicídio (1/3 até ½): Durante a gestação ou 3 meses após o parto | <14 ou >60 ou contra deficientes | Presença física ou virtual
de descente ou ascendente da vítima | Em descumprimento das medidas protetivas de urgência.

× Observações:
– Homicídio Sem Motivo: Doutrina → Qualificado | STJ → Simples.
– Motivo Torpe é a motivação repugnante, abjeta. Também enquadra a ganância → Trata-se do mercenário.
– A vingança pode OU não ser considerada motivo torpe, depende do caso concreto.
– Se a pessoa souber que está ingerindo o veneno → Homicídio Qualificado por meio cruel.
– A tortura qualifica, no entanto, se o agente pretende torturar e, culposamente, mata a vítima → responderá por tortura com resultado
morte.
– Se houver mais de uma qualificadora, uma delas qualifica o crime, e a outra (ou outras) é considerada como agravante genérica (se
houver previsão) ou circunstância judicial desfavorável.
– Qualificado-Privilegiado → Só é possível se a qualificadora for objetiva (relativa ao meio utilizado), pois a circunstância privilegiadora
é sempre subjetiva.
– Crime Qualificado-Privilegiado NÃO é considerado hediondo.

– Info. 625 do STJ: NÃO configura bis in idem a incidência conjunta das qualificadoras do feminicídio e do motivo torpe nas hipóteses
de delito praticado contra a mulher em situação de violência doméstica e familiar, pois aquela tem natureza objetiva (dispensa aferição
acerca do animus do agente), enquanto esta última possui caráter subjetivo.
– STJ → NÃO há incompatibilidade entre o dolo eventual e o reconhecimento do meio cruel, na medida em que o dolo do agente,
direto ou indireto, NÃO exclui a possibilidade de a prática delitiva envolver o emprego de meio mais reprovável, como veneno, fogo,
explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel.

» Induzimento, Instigação ou Auxílio a Suicídio ou a Automutilação → Art. 122: Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou a
praticar automutilação ou prestar-lhe auxílio material para que o faça → Reclusão de 6 meses a 2 anos.

× Qualificadora:
– Se resulta lesão Grave ou Gravíssima → Reclusão de 1 a 3 anos.
– Se o suicídio se consuma ou da automultilação resulta morte → Reclusão de 2 a 6 anos.

× A Pena é DUPLICADA → Praticado por motivo Torpe, Egoístico ou Fútil | MENOR ou tenha diminuída, por qualquer causa, a
capacidade de resistência.
× Aumenta a pena até o DOBRO → Se cometido por meio da rede de computadores, de rede social ou transmitida em tempo real.
× Aumenta a pena em METADE → Líder ou Coordenador de grupo ou de rede virtual.

× Se cometido contra <14 anos ou contra quem, por enfermidade ou deficiência mental, NÃO tem o necessário discernimento para a
prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, NÃO pode oferecer resistência:
– Resulta Lesão Gravíssima → Responde pelo delito da Lesão Gravíssima.
– Resulta Morte → Responde por Homicídio.

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× Observações:
– O mero induzimento genérico, abstrato, sem alvo específico, NÃO configura o crime. Ex.: criar um site e enaltecer aqueles que
praticam suicídio.
– SOMENTE a pessoa que possua algum DISCERNIMENTO pode ser sujeito Passivo do crime. Caso NÃO o haja, restará configurado
homicídio ou lesão corporal.
– Quando for induzimento, instigação ou auxílio a AUTOMULTILAÇÃO → NÃO será competência do JURI, eis que o crime NÃO é
contra a vida.

» Ambicídio, Pacto de Morte, Par Suicida ou Suicídio a dois:


× Se o sobrevivente praticou atos de execução da morte do outro (Ex.: Ministrar Veneno), a ele será imputado o crime de homicídio.
× Se o sobrevivente SOMENTE auxiliou o outro a se suicidar, responderá pelo crime de auxílio a suicídio → Art. 122.
× Se ambos praticaram atos de execução, um contra o outro, e ambos sobreviveram, responderão os dois por tentativa de homicídio.
× Se ambos se auxiliaram mutuamente e ambos sobreviveram, a eles será atribuído o crime de Induz. Inst. Aux. a Suicídio → Art. 122.
× Se um deles praticou atos de execução da morte de ambos, mas ambos sobreviveram, aquele responderá por tentativa de
homicídio, e este por Induz. Inst. Aux. a suicídio → Art. 122.

» Infanticídio → Art. 123: Matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho, durante o parto ou logo após → Detenção de 2 a
6 anos.
× Crime Próprio → SOMENTE a mãe sobre influência do estado puerperal.
× É admitido o Concurso de agentes → Desde que conheçam a condição do agente, de mãe da vítima.
× NÃO se admite na forma Culposa.
× Se a mãe mata o filho de outra pessoa por equívoco: Incide em Error In Persona → Responde como se estivesse matado o próprio
filho.

» Aborto provocado pela Gestante ou COM seu Consentimento → Art. 124: Provocar aborto em si mesma ou consentir que outrem
lho provoque → Detenção de 1 a 3 anos.
× Crime de Mão Própria, se configurando apenas na Mãe | 3º que provoque com seu consentimento → Responderá pelo 126 (exceção
à teoria monista).
× Só é punido a título de Dolo. Se Culposo, gestante não comete crime.
× É possível a tentativa.

» Aborto praticado por Terceiro SEM o consentimento da Gestante → Art. 125: Provocar aborto, sem o consentimento da gestante
→ Reclusão de 3 a 10 anos.
× Crime Comum → pode ser praticado por qualquer pessoa.
× Ocorrerá o crime mesmo se houver Consentimento de → Menor de 14 anos | Alienada mental | Consentimento obtido mediante
fraude, violência ou grave ameaça.
× É possível a tentativa.
× Se o agente pretende matar a mãe, sabendo que ela está grávida, e os dois resultados acontecem (morte da mãe e do feto) →
Responderá pelos dois crimes em concurso, homicídio e aborto.

» Aborto praticado COM consentimento da Gestante → Art. 126: Provocar aborto com o consentimento da gestante → Reclusão de
1 a 4 anos.
× A gestante responde pelo 124 e o 3º por este crime.
× Se a gestante não possuir condições de manifestar sua vontade, o agente responderá pelo 125.
× Só punido a título de Dolo.
× É possível a tentativa.

» Majorantes do Aborto (Art. 127):


× Gestante sofre lesão corporal GRAVE → Aumenta de 1/3.
× Resulta em morte da gestante → DUPLICADAS.

× Obs.¹: Os resultados de Lesão/Morte devem ocorrer de CULPA do agente. Se o agente pretender Lesionar/Matar → Responderá
pelos dois crimes Aborto + Lesão/Homicídio.
× Obs.²: Se o agente pretende Lesionar a mãe e por CULPA provoca Aborto → Responderá por Lesão Gravíssima (Art. 129, §2º).

» Art. 128: Não se pune o aborto praticado por médico:


× Se não há outro meio de salvar a vida da gestante (Aborto Necessário).
× Se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de consentimento da gestante ou, quando incapaz, de seu representante
legal (Aborto no caso de gravidez resultante de Estupro).
× STF → O aborto de Fetos Anencéfalos não é crime.

21
» Ação Penal → TODOS os crimes contra a vida são de ação pública INCONDICIONADA.

LESÕES CORPORAIS
» Art. 129: Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem → Detenção, de 3 meses a 1 ano.

× Qualificadoras:
– Lesão Grave (Reclusão de 1 a 5 anos) → PIDA: Perigo de Vida | Incapacidade para ocupações habituais por + de 30 dias |
Debilidade Permanente de membro, sentido ou função | Aceleração de Parto.
– Lesão Gravíssima (Reclusão de 2 a 8 anos) → PEIDA: Perda ou Inutilização de membro, sentido ou função | Enfermidade Incurável
| Incapacidade Permanente para o trabalho | Deformidade Permanente | Aborto.
– Lesão Seguida de Morte (Reclusão de 4 a 12 anos): Se resulta morte e as circunstâncias evidenciam que o agente não quís o
resultado, nem assumiu o risco de produzi-lo.
• Obs.: Não é da competência do Tribunal do Juri, por não se tratar de crime DOLOSO contra a vida.

– Violência Doméstica (Detenção de 3 meses a 3 anos) → Se a lesão for praticada contra Ascendente, Descendente, Irmão, Cônjuge
ou Companheiro, ou com quem conviva ou tenha convivido, ou, ainda, prevalecendo-se o agente das relações domésticas, de
coabitação ou de hospitalidade.
• Se o crime for contra deficiente → Aumenta a pena em 1/3.
• Se a Lesão for Grave, Gravíssima ou resultar Morte → Aplica-se as respectivas qualificadoras com Aumento de pena
em 1/3.
• Obs.: Só se aplica se as lesões forem DOLOSAS.

– Lesão contra a Mulher em razão da condição do sexo feminino (Reclusão de 1 a 4 anos) → Violência doméstica e familiar |
Menosprezo ou discriminação à condição de mulher.
• Somente se aplica essa qualificado se a lesão for dolosa SIMPLES.

× Súmula 600 do STJ → Para a configuração da violência doméstica e familiar contra a mulher, é DISPENSÁVEL a coabitação.

× Privilégio (Diminui de 1/6 a 1/3) → Relevante valor social ou moral | Domínio de violenta emoção, logo em seguida de INJUSTA
agressão.
– Se praticado em concurso de agentes, o privilégio NÃO se estende ao coautor/partícipe → responde por homicídio simples o que
NÃO estava sob o domínio de violenta emoção.

× Substituição da Pena: NÃO sendo graves as lesões e sendo caso de PRIVILÉGIO ou as Lesões forem RECÍPROCAS → Juiz
PODE substituir a restritiva de liberdade pela de multa.

× Lesão Culposa: Se a Lesão for culposa → Detenção de 2 meses a 1 ano.


– Obs.¹: Lesão Culposa em direção de veículo automotor é crime especial, sendo punível pelo CTB.
– Obs.²: Quando as consequências da infração atingirem o infrator de tal forma que a pena se torne desnecessária → PODERÁ o Juiz
conceder o Perdão Judicial.

× Aumentos da DOLOSA:
– De 1/3: Cometido contra <14 ou >60 anos | Por milícia privada sob o pretexto de prestação de Serviço de Segurança | Por grupo de
extermínio.

× Aumento da CULPOSA:
– De 1/3: Inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício | Deixa de prestar imediato socorro à vítima | NÃO procura diminuir
as consequências dos seus atos | Foge para evitar Prisão em Flagrante.

× Aumento por ser contra Ag. de Seg.: Aumenta de 1 a 2/3.


– Se a lesão for praticada contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da CF, integrantes do sistema prisional e da FNSP,
no EXERCÍCIO da FUNÇÃO ou em DECORRÊNCIA dela, OU contra seu Cônjuge, Companheiro ou Parente consanguíneo até 3º
grau, em RAZÃO DESSA CONDIÇÃO.

× Ação Penal: Em regra, INCONDICIONADA.


– Lesão LEVE ou CULPOSA → CONDICIONADA A REPRESENTAÇÃO.
– STF e STJ → Praticada contra a mulher em qualquer caso será INCONDICIONADA.

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PERICLITAÇÃO DA VIDA E SAÚDE
» Os Crimes desta seção são FORMAIS, ou seja, a ocorrência do dano é IRRELEVANTE para a consumação destes delitos.

» Perigo de Contágio Venéreo (Art. 130): Expor alguém, por meio de relações sexuais ou qualquer ato libidinoso, a contágio de
moléstia venérea, de que sabe ou deve saber que está contaminado → Detenção, de 3 meses a 1 ano, ou multa.

× O tipo objetivo é a prática de relação sexual ou ato libidinoso, por pessoa portadora de moléstia venérea com outra pessoa, expondo-
a a risco de se contaminar.
– A efetiva contaminação é IRRELEVANTE para a consumação do delito.

× A transmissão do vírus da AIDS não caracteriza este delito. Segundo a doutrina majoritária, tal conduta poderá caracterizar perigo de
contágio de moléstia grave, lesão corporal grave ou homicídio, a depender do dolo do agente e do resultado obtido.

× NÃO se exige o dolo de querer contaminar (dolo específico), mas apenas o dolo de querer manter relações sexuais, pouco
importando se o agente quer ou NÃO contaminar o parceiro.

× NÃO se admite na forma culposa.

× Ação Pública CONDICIONADA A REPRESENTAÇÃO.

» Perigo de Contágio de Moléstia Grave (Art. 131): Praticar, com o fim de transmitir a outrem moléstia grave de que está
contaminado, ato capaz de produzir o contágio → Reclusão, de 1 a 4 anos, e multa.
× O agente deve querer (dolo específico) transmitir a doença.
× O crime se consuma com a mera realização do ato (crime formal), não se exigindo a ocorrência do ato.
× Admite-se a Tentativa.

× Se a doença causar lesão GRAVE ou MORTE → Responde o agente pela Lesão causada.

» Perigo para Vida ou Saúde de outrem (Art. 132): Expor a vida ou a saúde de outrem a perigo direto e iminente → Detenção, de 3
meses a 1 ano, SE o fato não constitui crime mais grave.

× §Único: A pena é aumentada de 1/6 a 1/3 SE a exposição da vida ou da saúde de outrem a perigo decorre do transporte de
pessoas para a prestação de serviços em estabelecimentos de qualquer natureza, em desacordo com as normas legais.

» Abandono de Incapaz (Art. 133): Abandonar pessoa que está sob seu cuidado, guarda, vigilância ou autoridade, e, por qualquer
motivo, incapaz de defender-se dos riscos resultantes do abandono → Detenção, de 6 meses a 3 anos.

× Qualificadora → Se resulta Lesão Grave (Reclusão de 1 a 5 anos) | Se resulta Morte (Reclusão de 4 a 12 anos).

× Aumento de Pena de 1/3: Lugar ermo | Se for Ascendente, Descendente, Cônjuge, Irmão, Tutor ou Curador | Vítima >60 anos.

× NÃO se admite na forma Culposa.

» Exposição ou Abandono de recém-nascido (Art. 134): Expor ou abandonar recém-nascido, para ocultar desonra própria →
Detenção, de 6 meses a 2 anos.

× Dolo específico: Para ocultar desonra própria → SE NÃO houver, responde pelo 133.
× Abandono em local que o bebê certamente será socorrido → NÃO configura o crime.
× Qualificadoras: Se resulta Lesão Grave (Detenção de 1 a 3 anos) | Se resulta Morte (Detenção de 2 a 6 anos).

» Omissão de Socorro (Art. 135): Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à criança abandonada ou
extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave e iminente perigo; ou não pedir, nesses casos, o socorro da
autoridade pública → Detenção, de 1 a 6 meses, ou multa.

× Se resulta Lesão Grave (Aumenta-se de METADE) | Se resulta Morte (A pena é TRIPLICADA).

× Doutrina: Se divide, mas prevalece que é possível PARTICIPAÇÃO, mas NÃO COAUTORIA.

× Obs.¹: A Doutrina exige, ainda, que o sujeito ativo esteja presente na situação de perigo, ou seja, que esteja presenciando a situação
em que a vítima se encontra e deixe de prestar socorro, quando podia prestar socorro sem risco pessoal. Assim, se o agente apenas
sabe que outra pessoa está em risco, mas não se move até o lugar para salvá-la, não há crime de omissão de socorro.

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× Obs.²: A Omissão de Socorro nos acidentes de trânsito é regulamentada pelo CTB, não sendo cabível a figura do CP.
× Obs.³: A Omissão de Socorro à pessoa Idosa configura crime específico, previsto no Estatuto do Idoso.

» Condicionamento de Atendimento médico-hospitalar Emergencial (Art. 135-A): Exigir cheque-caução, nota promissória ou
qualquer garantia, bem como o preenchimento prévio de formulários administrativos, como condição para o atendimento médico-
hospitalar emergencial → Detenção, de 3 meses a 1 ano, e multa.

× Se da negativa de atendimento resultar Lesão Grave (Aumenta-se até o DOBRO) | Se resultar Morte (Aumenta-se até o TRIPLO).
× Obs.: A conduta somente será Típica se for atendimento EMERGENCIAL.

» Maus Tratos (Art. 136): Expor a perigo a vida ou a saúde de pessoa sob sua autoridade, guarda ou vigilância, para fim de educação,
ensino, tratamento ou custódia, quer privando-a de alimentação ou cuidados indispensáveis, quer sujeitando-a a trabalho excessivo ou
inadequado, quer abusando de meios de correção ou disciplina → Detenção, de 2 meses a 1 ano, ou multa.

× Crime Próprio → SOMENTE quem detenha guarda ou vigilância da vítima.


× Doutrina: Privar de alimentação, deve ser crime habitual (ocorrer frequentemente).

× Qualificadoras: Se resulta Lesão Grave (Reclusão, de 1 a 4 anos) | Se resulta Morte (Reclusão de 4 a 12 anos).
× Aumenta a pena de 1/3 → <14 anos.

» Ação Penal:
× Nos crimes de Periclitação da Vida e Saúde, SOMENTE o crime de Perigo de Contágio Venéreo é cond. à Representação → Demais
são INCONDICIONADOS.

RIXA
» Rixa (Art. 137): Participar de rixa, SALVO para separar os contendores → Detenção, de 15 dias a 2 meses, ou multa.

× Cada um será sujeito Ativo na sua agressão; e Passiva na agressão de outro.


• Nunca serão Ativo e Passivo da mesma conduta criminosa (ao mesmo tempo).

× Elemento subjetivo é o DOLO de PARTICIPAR da rixa.

× Qualificadoras: Se resulta Lesão Grave ou Morte de alguém → Detenção de 6 meses a 2 anos.


• Todos responderão pela forma qualifica, exceto se o agente entrar na rixa APÓS a lesão grave ou morte.

× Crime de concurso NECESSÁRIO, pois necessariamente deve ser praticado por uma pluralidade de agentes, no caso, por mais de
duas pessoas.
– Doutrina exige que haja 3 ou mais pessoas se agredindo mutuamente.

× Ação INCONDICIONADA.

CRIMES CONTRA A HONRA


» Calúnia (Art. 138): Imputar falsamente a alguém fato definido como crime (honra objetiva) → Detenção de 6 meses a 2 anos e
multa.
× Incorre na mesma pena quem, sabendo falsa, a propala ou divulga.
× É punível calúnia contra os mortos → Sujeito Passivo será os familiares.

× Exceção da Verdade: Admite-se a prova da verdade, SALVO: Contra o Presidente ou Chefe de estado estrangeiro | Se o crime
imputado, embora de ação pública, o ofendido foi absolvido por sentença irrecorrível. | Se a ação for privada, ofendido NÃO foi
condenado por sentença irrecorrível.

× Observações:
– Pode ocorre de duas formas: Quando o crime NÃO existe e é imputado a alguém | Quando o crime existiu e é imputado a quem sabe
ser inocente.
– Pode se consumar mediante gestos ou insinuações.
– NÃO é punível se alguém o faz com a intenção de brincar ou de narrar um fato.
– Admite-se o Dolo Eventual → Alguém imputa um fato sem a intenção de caluniá-lo, mas sabe que é provável que o ato NÃO tenha
ocorrido.
– Calúnia contra o Presidente → Crime contra a segurança nacional.

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» Difamação (Art. 139): Difamar alguém, imputando-lhe fato ofensivo à sua reputação (honra objetiva) → Detenção, de 3 meses a 1
ano, e multa.
× Exceção da Verdade só é admitida: Se o ofendido é funcionário público e a ofensa é relativa ao exercício de suas funções.
× Exceção de Notoriedade: Doutrina entende que NÃO se deve punir aquela pessoa que simplesmente repete o que todo mundo já
sabe.

× Observações:
– NÃO se pune contra os mortos.
– NÃO se pune aquele que repele o que todo mundo já sabe (exceção de notoriedade).

» Injúria (Art. 140): Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro (honra subjetiva) → Detenção, de 1 a 6 meses, ou multa.

× Juiz pode deixar de aplicar a pena (Perdão Judicial):


– No caso de retorsão IMEDIATA, que consista em outra injúria.
– Se o ofendido, de forma reprovável, provoca diretamente a injúria.

× Qualificadoras:
– Injúria Real: Se da injúria resulta violência ou vias de fato que, por natureza ou pelo meio empregado, se consideram aviltantes, ou
seja, que humilha (Detenção de 3 meses a 1 ano, além da pena correspondente à violência).
– Injúria Racial: Se a injúria consiste na utilização de elementos referentes a raça, cor, etnia, religião, origem ou a condição de pessoa
idosa ou portadora de deficiência (Reclusão de 1 a 3 anos e multa).
• Obs.: Injúria Racial difere-se do crime de Racismo, pois neste o infrator dissemina o preconceito contra todos os
membros do grupo social.

× Observações:
– NÃO ADMITE exceção da verdade.
– STF: Injúria Racial é crime IMPRESCRITÍVEL, em razão de ser um desdobramento do crime de racismo.
– A doutrina entende NÃO ser cabível o perdão judicial na injúria qualificada.

» Disposições Comuns:
× Aumenta-se a pena de 1/3:
– Contra Presidente ou Chefe de estado estrangeiro.
– >60 ou deficiente, EXCETO no caso de Injúria.
– Presença de várias pessoas ou por meio que facilite a divulgação da calúnia, da difamação ou injúria.
– Contra funcionário público, em razão de suas funções, ou contra os Presidentes do SF, da CD ou do STF.

× Aplica-se a pena em DOBRO: Mediante Paga ou Promessa de Recompensa.

× Aplica-se a pena em TRIPLO: Se o crime é cometido ou divulgado em quaisquer modalidades das redes sociais da rede mundial de
computadores

× Não constituem INJÚRIA ou DIFAMAÇÃO punível:


– Ofensa realizada em juízo, na discussão da causa, pela parte ou por procurador (QUEM DÁ PUBLICIDADE, RESPONDE).
– Opinião desfavorável da crítica literária, artística ou científica, salvo quando inequívoca a intenção de injuriar ou difamar.
– Conceito desfavorável emitido por funcionário público, em apreciação ou informação que preste no cumprimento de dever do ofício
(QUEM DÁ PUBLICIDADE, RESPONDE).

× Retratação: O querelado que, ANTES DA SENTENÇA, se retrata cabalmente da CALÚNIA OU da DIFAMAÇÃO → Isento de pena.

× §Único: Nos casos em que o querelado tenha praticado a CALÚNIA OU a DIFAMAÇÃO utilizando-se de meios de comunicação, a
retratação dar-se-á, se assim desejar o ofendido, pelos mesmos meios em que se praticou a ofensa.
× Se, de referências, alusões ou frases, se infere calúnia, difamação ou injúria, quem se julga ofendido pode pedir explicações em
juízo. Aquele que se recusa a dá-las ou, a critério do juiz, não as dá satisfatórias, responde pela ofensa.

× Ação Penal → Em regra, PRIVADA.


– Condicionada à REQUISIÇÃO do MJ → Se Contra Presidente ou Chefe de estado estrangeiro.
– Condicionada à REPRESENTAÇÃO → Se for Injúria Racial.
– Se na Injúria Qualificada (Resultar em Vias de Fato) resultar Lesão Corporal → A Ação Penal será Condicionada (culposa ou leve) ou
Incondicionada (Grave ou Gravíssima), DEPENDE da lesão.

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× Súmula 714 do STF → É CONCORRENTE a legitimidade do ofendido, mediante queixa, e do ministério público, condicionada à
representação do ofendido, para a ação penal por crime contra a honra de servidor público em razão do exercício de suas funções.

CRIMES CONTRA A LIBERDADE INDIVIDUAL


» Constrangimento Ilegal (Art. 146): Constranger alguém, MEDIANTE VIOLÊNCIA ou GRAVE AMEAÇA, ou depois de lhe haver
reduzido, por qualquer outro meio, a capacidade de resistência, a NÃO fazer o que a LEI PERMITE, OU a FAZER o que ela NÃO
MANDA → Detenção, de 3 meses a 1 ano, ou multa.
– Só haverá este crime caso NÃO se trate de crime mais grave; ex.: Coação para relações sexuais configura estupro.

× Aplicam-se CUMULATIVAMENTE e em DOBRO → Quando, para a execução do crime, se reúnem mais de 3 pessoas, OU há
emprego de ARMAS.
× Além das penas cominadas, APLICAM-SE AS CORRESPONDENTES À VIOLÊNCIA.

× NÃO se considera praticado esse crime:


– Na intervenção médica ou cirúrgica, sem o consentimento do paciente ou de seu representante legal, SE justificada por iminente
perigo de vida.
– Na coação exercida para impedir suicídio.

» Ameaça (Art. 147): Ameaçar alguém, por palavra, escrito ou gesto, ou qualquer outro meio simbólico, de causar-lhe MAL INJUSTO E
GRAVE → Detenção, de 1 a 6 meses, ou multa.
× Obs.: Crime de Ação Penal Pública Condicionada à Representação.

» Perseguição ou Stalking (Art. 147-A): Perseguir alguém, REITERADAMENTE (crime habitual) e por qualquer meio, AMEAÇANDO-
LHE a integridade física ou psicológica, RESTRINGINDO-LHE a capacidade de locomoção ou, de qualquer forma, INVADINDO ou
PERTURBANDO sua esfera de liberdade ou privacidade → Reclusão, de 6 meses a 2 anos, e multa.

× Aumenta-se a pena de METADE:


– Contra criança, adolescente ou idoso.
– Contra mulher por razões da condição de sexo feminino.
– Mediante concurso de 2 ou mais pessoas.
– Com o emprego de arma.

× As penas são aplicáveis independente e sem prejuízo das penas correspondentes à violência.
× Obs.: Crime de Ação Penal Pública Condicionada à Representação.

» Violência Psicológica contra a Mulher (Art. 147-B): Causar dano emocional à mulher que a PREJUDIQUE e PERTURBE seu
pleno desenvolvimento OU que vise a DEGRADAR ou a CONTROLAR suas ações, comportamentos, crenças e decisões, mediante:
× AMEAÇA, CONSTRANGIMENTO, HUMILHAÇÃO, MANIPULAÇÃO, ISOLAMENTO, CHANTAGEM, RIDICULARIZAÇÃO,
LIMITAÇÃO do direito de IR E VIR OU qualquer outro meio que cause PREJUÍZO à sua SAÚDE PSICOLÓGICA e
AUTODETERMINAÇÃO → Reclusão, de 6 meses a 2 anos, e multa, SE a conduta NÃO constitui crime mais grave.

× Observações:
– Não há forma culposa.
– Crime material → A consumação se dá com a ocorrência do dano emocional.
– Não se trata de crime habitual.
– Crime de Ação Penal Pública INCONDICIONADA.
– Por se tratar de violência doméstica e familiar contra a mulher, são aplicáveis as seguintes Súmulas do STJ:
• Nº 536: Não se aplicam a suspensão condicional do processo e a transação penal.
• Nº 588: Não cabe substituição da pena privativa de liberdade por pena restritiva de direitos.
• Nº 589: Não se aplica o princípio da insignificância.
• Nº 600: Não é necessária coabitação entre infrator e vítima.

» Sequestro e Cárcere Privado (Art. 148): Privar alguém de sua liberdade, mediante sequestro ou cárcere privado → Reclusão, de 1
a 2 anos.

× Qualificadoras:
– Reclusão de 2 a 5 anos: Contra Ascendente, Descendente, Cônjuge, Companheiro | >60 ou <18 anos | Com fins libidinosos | Dura +
de 15 dias | Mediante Internação da vítima em casa de saúde ou hospital.
– Reclusão de 2 a 8 anos: Se resulta, em razão de maus-tratos ou natureza da detenção, grave sofrimento físico ou moral.

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» Redução à condição análoga a de escravo (Art. 149): Reduzir alguém a condição análoga à de escravo, quer submetendo-o a
trabalhos forçados ou a jornada exaustiva, quer sujeitando-o a condições degradantes de trabalho, quer restringindo, por qualquer
meio, sua locomoção em razão de dívida contraída com o empregador ou preposto → Reclusão, de 2 a 8 anos, e multa, ALÉM da
pena correspondente à violência.

× Mesma pena incorre quem: Cerceia o uso de transporte a fim de manter o empregado no local de trabalho | Mantém vigilância
ostensiva no local de trabalho ou retém documentos ou objetos pessoais a fim de mantê-lo no local de trabalho.
× Aumenta a pena de METADE: Contra criança ou adolescente | Por motivo de preconceito.

× Obs.: Trata-se de Crime Permanente.

» Tráfico de Pessoas (Art. 149-A): Agenciar; Aliciar; Recrutar; Transportar; Transferir; Comprar; Alojar ou Acolher pessoa → Mediante
Grave ameaça; Violência; Coação; Fraude ou Abuso, com a finalidade de:
× Remover órgãos, tecidos ou partes do corpo | Submeter a trabalho em condição análoga a de escravo | Submeter a qualquer tipo de
servidão | Submeter a adoção ilegal | Submeter a exploração sexual.
× Reclusão de 4 a 8 anos e multa.

× Aumenta-se a pena de 1/3 até a ½ se: Cometido por F.P. no exercício da função ou pretexto de exercê-las | Contra Criança,
Adolescente, Deficiente ou Idoso | Se prevalecer de relações de parentesco, domésticas, de coabitação, de hospitalidade, de
dependência econômica, de autoridade ou de superioridade hierárquica inerente ao exercício de emprego, cargo ou função | Vítima
retirada do território nacional.

× Privilégio (Reduz de 1/3 a 2/3): Se o agente for Primário e NÃO integrar ORCRIM.

CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO


» Furto (Art. 155): Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel → Reclusão, de 1 a 4 anos, e multa.

× Aumenta-se de 1/3 → Praticado durante o repouso noturno.

× Privilégio: Se Primário e de Pequeno valor a coisa furtada → Juiz pode diminuir a pena de 1 a 2/3 | Substituir a de Reclusão por
Detenção | Aplicar SOMENTE a de Multa.

× Energia elétrica ou qualquer outra que tenha valor econômico → Equipara-se à coisa móvel.

× Qualificadoras:
× Reclusão de 2 a 8 anos e multa:
– Destruição ou Rompimento de obstáculos.
• Obs.¹: Se a destruição for contra o próprio bem furtado, NÃO há qualificadora. Ex.: Quebrar vidro do carro para furtá-lo.
• Obs.²: A destruição ou rompimento devem ser efetuados antes ou durante a execução.
– Abuso de confiança, Fraude, Escalada ou Destreza.
– Uso de chave falsa.
– Concurso de Pessoas.
• Obs.: Se praticado por Associação Criminosa → Todos respondem por furto qualificado + Associação Criminosa, em
concurso material (NÃO há bis in idem).

× Reclusão de 4 a 10 anos e multa: Houver emprego de explosivo ou artefato análogo que cause perigo comum.

× Reclusão de 4 a 8 anos e multa: Se o Furto mediante fraude é cometido por meio de dispositivo eletrônico ou informático, conectado
ou não à rede de computadores, com ou sem a violação de mecanismo de segurança ou a utilização de programa malicioso, ou por
qualquer outro meio fraudulento análogo.
– Aumenta-se de 1/3 a 2/3: Se o crime é praticado mediante a utilização de servidor mantido fora do território nacional.
– Aumenta-se de 1/3 ao DOBRO: Se o crime é praticado contra IDOSO ou VULNERÁVEL.

× Reclusão de 3 a 8 anos: Substração de veículo automotor que venha a ser transportado para outro Estado ou Exterior.
× Reclusão de 2 a 5 anos: Subtração de semovente (animal) domesticável de produção, ainda que abatido ou dividido em partes no
local.
× Reclusão de 4 a 10 anos e multa: Substração de substâncias explosivas ou de acessórios que possibilitem a sua fabricação,
montagem ou emprego.

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» Furto de Uso (atípico) → Deve-se para isso:
× Devolução rápida, quase imediata, da coisa alheia;
× Restituição integral e sem dano do objeto subtraído;
× Devolução antes que a vítima constate a subtração;
× Elemento subjetivo especial: fim exclusivo de uso.

» Disposições Gerais:
× Cadáver pode ser objeto de furto desde que pertença a alguém → Ex.: Faculdade de medicina.
× Subtração de energia elétrica diretamente do poste (“gato”) → Furto mediante Fraude.
× Adulteração do medidor de energia para registrar consumo inferior e gerar pagamento menor pelo consumidor → Estelionato.
× A natureza licita ou ilícita da coisa subtraída é irrelevante para a tipicidade dos crimes contra o patrimônio → Para a configuração do
delito patrimonial (furto, roubo ou latrocínio), pouco importa que o bem subtraído seja ilícito, bastando que ele tenha valor econômico
ou utilidade para seu dono. Resp-1645969-MG.

× STJ → O repouso noturno é INCOMPATÍVEL com o furto qualificado, pois a majorante – aplicada somente ao furto simples – não
pode ser utilizada para redimensionar a dosimetria do delito, cujas penas previstas já são superiores e mais gravosas.

× Jurisprudência vem entendendo coisa de pequeno valor o que NÃO ultrapassa 1 salário-mínimo (juiz pode analisar caso concreto).
• Ex.: Furtar 1 pão de 1 mendigo.

× STJ: A aplicação do princípio da insignificância em processo por crime de furto pode ser efetuada no caso de o delito referir-se a bem
de valor INSIGNIFICANTE – bagatela.
• Se o bem furtado apresentar “pequeno valor”, a ação penal deve prosseguir e NÃO se aplica o referido princípio.
× STJ: Inaplicável o princípio da insignificância aos casos de furto qualificado, que demonstra o alto grau de reprovabilidade do
comportamento.
• NÃO é possível a aplicação do princípio da insignificância ao furto praticado mediante escalada. STJ. 5ª Turma. HC
118.171/PR, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 28/10/2019.

× Súmula 567 do STJ: Sistema de vigilância realizado por monitoramento eletrônico ou por existência de segurança no interior de
estabelecimento comercial, por si só, NÃO torna impossível a configuração do crime de furto.
× Súmula 442 do STJ: É INADMISSÍVEL aplicar a majorante, concurso de pessoas, do roubo no delito do furto.
× Súmula 511 do STJ: É possível o furto Qualificado-Privilegiado → Qualificadora deve ser de ordem objetiva (em tese, todas do furto,
EXCETO Abuso de Confiança).

» Furto de Coisa Comum (Art. 156): Subtrair o condômino, co-herdeiro ou sócio, para si ou para outrem, a quem legitimamente a
detém, a coisa comum → Detenção, de 6 meses a 2 anos, ou multa.

× NÃO se pune → Coisa comum for bem fungível cujo valor NÃO exceda a quota a quem tem direito o agente.
× Ação Condicionada à Representação.

» Roubo (Art.157): Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou violência a pessoa, ou depois de
havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência → Reclusão, de 4 a 10 anos, e multa.

× Mesma pena quem, LOGO DEPOIS DE SUBTRAÍDA a coisa, emprega violência contra pessoa ou grave ameaça, a fim de assegurar
a impunidade do crime OU a detenção da coisa para si ou para terceiro. (Figura conhecida como Roubo Impróprio)
– NÃO SE ADMITE A TENTATIVA.

× Aumenta-se a pena de 1/3 a ½:


– Concurso de duas ou mais pessoas.
• Obs.: Se figurar Associação Criminosa → Agentes respondem pelo Roubo Majorado + Associação (concurso material).
– Vítima em serviço de transporte de valores E o agente conhece tal circunstância.
– Subtração de veículo automotor que venha a ser transportado para outro Estado ou Exterior.
– Restrição da liberdade da vítima.
– Subtração de substâncias explosivas ou acessórios que possibilite a fabricação, montagem ou emprego.
– Com emprego de arma Branca.

× Aumenta-se a pena em 2/3:


– Com emprego de arma de fogo
• Obs.: Deve haver o uso Efetivo da arma OU o porte Ostensivo.
– Com destruição ou rompimento de obstáculos com emprego de explosivos ou artefato análogo.

× Aumenta-se em DOBRO: Se a ARMA for de uso RESTRITO ou PROIBIDO.

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× Qualificadoras: Se resulta Lesão Grave (Reclusão de 7 a 18 anos e multa) | Se resulta Morte, também chamado Latrocínio (Reclusão
de 20 a 30 anos e multa).

× Disposições Gerais:
– NÃO importa se o objeto é LÍCITO ou ILÍCITO, restará caracterizado o crime da mesma forma.

– STF → Inexistência de bens ou dinheiro em poder da vítima de roubo não caracteriza a hipótese de crime impossível, uma vez que
o delito de roubo é complexo, cuja execução inicia-se com a violência ou grave ameaça à vítima.
• Se a vítima não tiver nenhum bem: FURTO → crime IMPOSSÍVEL / ROUBO → TENTATIVA de roubo.
– STF → Aquele que se associa a comparsa para a prática de roubo, sobrevindo a morte da vítima, responde pelo crime de latrocínio,
ainda que NÃO tenha sido o autor do disparo fatal ou que sua participação se revele de menor importância.
– Súmula 610 do STF → Há Latrocínio quando o homicídio se consuma ainda que o agente NÃO realize a subtração dos bens da
vítima.

» Extorsão (Art. 158): Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, e COM O INTUITO de obter para si ou para outrem
indevida vantagem econômica, a fazer, tolerar que se faça ou deixar de fazer alguma coisa → Reclusão, de 4 a 10 anos, e multa.

× Aumenta-se a pena de 1/3 a ½: Com emprego de arma | Cometido por duas ou mais pessoas.

× Qualificadoras:
– Se resulta Lesão Grave (Reclusão de 7 a 18 anos e multa) | Se resulta Morte, também chamado Latrocínio (Reclusão de 20 a 30
anos e multa).

– Sequestro Relâmpago: Se é cometido mediante a restrição da liberdade da vítima, E essa condição é NECESSÁRIA para a obtenção
da vantagem econômica (Reclusão de 6 a 12 anos e multa).
• Se essa circunstância NÃO for necessária para obter a vantagem econômica → Responde por extorsão simples +
Sequestro ou Cárcere Privado (concurso material).

– Se ocorrer Lesão Grave ou Morte dentro do Sequestro Relâmpago aplica-se a pena das respectivas qualificadoras presentes no 159.

× Obs.¹: Entende-se que o golpe do “falso sequestro” é indiscutivelmente tipificado como Extorsão.
× Obs.²: Se a vantagem for Devida → Configura Exercício Arbitrário das Próprias Razões | Sexual → Configura Estupro | Meramente
moral, sem valor econômico → Configura Constrangimento Ilegal.
× Obs.³: Para se configurar a Extorsão, há a necessidade de participação da vítima, diferente do roubo que é dispensada. Ex.: Subtrai-
se o cartão de crédito da vítima e, mediante violência, ela passa a senha do cartão (houve participação).

» Extorsão mediante Sequestro (Art. 159): Sequestrar pessoa com o fim de obter, para si ou para outrem, qualquer vantagem, como
condição ou preço do resgate → Reclusão, de 8 a 15 anos.

× Qualificadoras:
– Reclusão de 12 a 20 anos: Se o sequestro dura + de 24 horas | Sequestrado é <18 ou >60 anos | Cometido por Quadrilha ou Bando
(Associação Criminosa).
• Obs.: Se cometido por associação, agentes respondem pela Extorsão Qualificada + Associação Criminosa.

– Se resulta Lesão Grave (Reclusão de 16 a 24 anos) | Se resulta Morte (Reclusão de 24 a 30 anos)


◦ Doutrina entende qualificar mesmo que a lesão ou morte NÃO ocorra com o sequestrado → É necessário apenas o
mesmo contexto fático

× Colaboração Premiada:
– Crime cometido em Concurso, concorrente que denunciar à autoridade, facilitando a libertação do sequestrado → Reduz a pena de
1/3 a 2/3.

× Obs.: Pessoa Jurídica pode ser sujeito Passivo → Sequestra-se o sócio para exigir pagamento da pessoa jurídica.

» Extorsão Indireta (Art. 160): Exigir ou receber, como garantia de dívida, abusando da situação de alguém, documento que pode dar
causa a procedimento criminal contra a vítima ou contra terceiro → Reclusão, de 1 a 3 anos, e multa.
× Obs.: É necessário abuso de situação de necessidade (fragilidade) da vítima
× Ação INCONDICIONADA.

» Dano (Art. 163): Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa alheia → Detenção, de 1 a 6 meses, ou multa.

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× Qualificadora: Com violência à pessoa ou grave ameaça | Com emprego de substância inflamável ou explosiva, SE não constituir
crime mais grave | Por motivo egoístico ou com prejuízo considerável à vítima (nesse caso, ação privada) | Contra o Patrimônio da
Adm. Dir/Ind → Detenção de 6 meses a 3 anos e multa, além da pena correspondente à violência.

× STF → Se o bem é fungível e o agente provoca dano na sua quota parte, NÃO se pune (analogia ao furto de coisa comum).

» Apropriação Indébita (Art. 168): Apropriar-se de coisa alheia móvel, de que tem a posse ou a detenção → Reclusão, de 1 a 4 anos,
e multa.

× Aumenta-se a pena em 1/3: Agente recebeu a coisa → Em Depósito necessário | Na Qualidade de tutor, curador, síndico, liquidatário,
inventariante, testamenteiro ou depositário judicial | Em razão de Ofício emprego ou profissão.

× Obs.: Deve haver relação de confiança entre o dono e o infrator.

» Apropriação havida por erro, caso fortuito ou força maior (Art. 169): Apropriar-se alguém de coisa alheia vinda ao seu poder por
erro, caso fortuito ou força da natureza → Detenção, de 1 mês a 1 ano, ou multa.

× Mesma pena incorre quem:


– Apropriação de Coisa Achada: Quem acha coisa alheia e dela se apropria, total ou parcialmente, deixando de restituí-la ao dono ou
legítimo possuidor ou de entregá-la à autoridade competente, dentro de 15 dias.

× Privilégio Arts. 168 e 169: Primário e de Pequeno valor o prejuízo → Juiz pode diminuir a pena de 1 a 2/3 | Substituir a de Reclusão
por Detenção | Aplicar SOMENTE a de Multa.

» Estelionato (Art. 171): Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro,
mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio fraudulento → Reclusão, de 1 a 5 anos, e multa.

× Privilégio: Se Primário e de Pequeno valor a coisa furtada → Juiz pode diminuir a pena de 1 a 2/3 | Substituir a de Reclusão por
Detenção | Aplicar SOMENTE a de Multa.

× Mesmas penas:
– Disposição de coisa alheia como própria: Quem vende, permuta, dá em pagamento, em locação ou em garantia coisa alheia como
própria.
– Alienação ou oneração fraudulenta de coisa própria: Quem vende, permuta, dá em pagamento ou em garantia coisa própria
inalienável, gravada de ônus ou litigiosa, ou imóvel que prometeu vender a terceiro, mediante pagamento em prestações, silenciando
sobre qualquer dessas circunstâncias.
– Defraudação de penhor: Quem defrauda, mediante alienação não consentida pelo credor ou por outro modo, a garantia pignoratícia,
quando tem a posse do objeto empenhado.
– Fraude na entrega da coisa: Quem defrauda substância, qualidade ou quantidade de coisa que deve entregar a alguém.
– Fraude para recebimento de indenização ou valor de seguro: Quem destrói, total ou parcialmente, ou oculta coisa própria, ou lesa o
próprio corpo ou a saúde, ou agrava as consequências da lesão ou doença, com o intuito de haver indenização ou valor de seguro.
• Única modalidade que é Crime Formal (consuma-se com o emprego da fraude).

– Fraude no pagamento por meio de cheque: Quem emite cheque, sem suficiente provisão de fundos em poder do sacado, ou lhe
frustra o pagamento.
• Súmula 554 do STF: Se agente repara o dano ANTES do Recebimento da Denúncia → Extingue a Punibilidade (obsta
prosseguimento da ação).

× Qualificadora: Se a fraude é cometida com a utilização de informações fornecidas pela vítima ou por terceiro induzido a erro por meio
de redes sociais, contatos telefônicos ou envio de correio eletrônico fraudulento, ou por qualquer outro meio fraudulento análogo →
Reclusão de 4 a 8 anos e multa.
– Se o crime é praticado mediante a utilização de servidor mantido fora do território nacional → Aumenta-se de 1/3 a 2/3.

× Aumenta-se de 1/3 (Estelionato Previdenciário): Se cometido em detrimento de entidade de direito público ou de instituto de
economia popular, assistência social ou beneficência.
– Obs.¹: Beneficiário dos valores indevidos → Consuma-se o delito a cada novo saque (a cada novo saque, há um novo crime).
– Obs.²: Terceiro que participou do delito → Consuma-se com o recebimento da vantagem indevida pela primeira vez.

× Aumenta-se a pena de 1/3 ao DOBRO (Estelionato contra Idoso ou vulnerável): Se cometido contra IDOSO (>60 anos) ou
Vulnerável.

× Em regra, é Condicionado à Representação.

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× Será Incondicionado quando for contra (+70 MIDA) → + 70 anos de idade | Menor de Idade | Incapaz | Deficiente | Administração
Pública.

× Observações:
– Súmula 17 do STJ (Estelionato mediante uso de Documento Falso) → Quando o falso se exaure no estelionato, sem mais
potencialidades lesivas, é por este absolvido.
– O Estelionato SOMENTE se consuma com a efetiva obtenção de vantagem indevida com prejuízo a terceiro.

» Receptação (Art. 180): Adquirir, receber, transportar, conduzir ou ocultar, em proveito próprio ou alheio, coisa que sabe ser produto
de crime, ou influir para que terceiro, de boa-fé, a adquira, receba ou oculte → Reclusão, de 1 a 4 anos, e multa.

× Qualificadoras:
– Adquirir, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em depósito, desmontar, montar, remontar, vender, expor à venda, ou de qualquer
forma utilizar, em proveito próprio ou alheio, NO EXERCÍCIO DE ATIVIDADE COMERCIAL OU INDUSTRIAL (modalidade de crime
próprio), coisa que deve saber ser produto de crime → Reclusão de 3 a 8 anos e multa.
• Obs.: Equipara-se a atividade comercial, qualquer forma de comércio irregular ou clandestino, INCLUSIVE o exercício
em residência.

× A receptação é punível, ainda que DESCONHECIDO OU ISENTO de pena o AUTOR do crime de que proveio a coisa.

× Receptação Culposa: Adquirir ou receber coisa que, por sua NATUREZA ou pela DESPROPORÇÃO entre o valor e o preço, ou pela
condição de quem a oferece, deve presumir-se obtida por meio criminoso → Detenção, de 1 mês a 1 ano, ou multa, ou ambas as
penas.
– Obs.¹: Trata-se de Infração de Menor Potencial Ofensivo.
– Obs.²: Se já tiver havido a absolvição no crime anterior, em razão da INEXISTÊNCIA do crime; Da existência de circunstância que
EXCLUI o crime; OU pelo fato de NÃO constituir infração penal → NÃO será punível.

× Privilégio:
– Receptação Culposa: Criminoso Primário, pode o juiz deixar de aplicar a pena (perdão judicial).
– Receptação Dolosa: Criminoso Primário e de pequeno valor a coisa furtada → Pode o Juiz substituir Reclusão pela Detenção |
Diminuí-la de 1/3 a 2/3 | Aplicar SOMENTE a de multa.

× Aplica-se a pena em DOBRO: Caso se trate de bens da Administração Direta e Indireta

DISPOSIÇÕES GERAIS DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO


» É isento de pena quem comete o crime contra: Cônjuge, na constância da sociedade conjugal | Ascendente ou Descendente,
legítimo ou ilegítimo, civil ou natural.

» Ação Mediante Representação: Cônjuge desquitado ou judicialmente separado | Irmão, legítimo ou ilegítimo | Tio ou sobrinho, com
quem o agente coabita.

» NÃO se aplica a Isenção, nem a Ação mediante Representação: Roubo ou Extorsão, ou, em geral, quando haja emprego de
violência ou grave ameaça | Estranha que participa do Crime | Praticado contra >60 anos de idade.

CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL


» Estupro (Art. 213): Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que
com ele se pratique outro ato libidinoso → Reclusão, de 6 a 10 anos.

× Qualificadoras: Se resulta Lesão Grave OU a vítima é >14 e <18 (Reclusão de 8 a 12 anos) | Se resulta Morte (Reclusão de 12 a 30
anos).

» Violação Sexual mediante Fraude (Art. 215): Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com alguém, mediante fraude ou
outro meio que impeça ou dificulte a livre manifestação de vontade da vítima → Reclusão, de 2 a 6 anos.
× Se o crime é cometido com o fim de obter Vantagem Econômica → Aplica-se também a multa.

× Obs.: Na violação sexual mediante fraude a vítima é consciente, com capacidade de discernir (difere-se do estupro de vulnerável),
porém com falsa percepção da realidade. É enganada da realidade/ omissão.
– Há capacidade de resistência, que pode ser manifestada quando compreendida a fraude.
– Não há violência ou grave ameaça.

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» Importunação Sexual (Art. 215-A): Praticar contra alguém E SEM a sua anuência ato libidinoso com o objetivo de satisfazer a
própria lascívia OU a de terceiro → Reclusão, de 1 a 5 anos, SE o ato não constitui crime mais grave.

» Assédio Sexual (Art. 216-A): Constranger alguém com o intuito de obter vantagem ou favorecimento sexual, PREVALECENDO-SE
o agente da sua condição de superior hierárquico ou ascendência inerentes ao exercício de emprego, cargo ou função → Detenção, de
1 a 2 anos.
× Aumenta-se a pena até 1/3: Se a vítima for <18 anos.

» Registro não autorizado da intimidade sexual (Art. 216-B): Produzir, fotografar, filmar ou registrar, por qualquer meio, conteúdo
com cena de nudez ou ato sexual ou libidinoso de caráter íntimo e privado sem autorização dos participantes → Detenção, de 6 meses
a 1 ano, e multa.
× Mesma pena: Quem realiza MONTAGEM em fotografia, vídeo, áudio ou qualquer outro registro com o fim de incluir pessoa em cena
de nudez ou ato sexual ou libidinoso de caráter íntimo.

» Estupro de Vulnerável (Art. 217-A): Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com <14 anos → Reclusão, de 8 a 15
anos.
× Mesma pena: Quem pratica esse ato com alguém que, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento
para a prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não pode oferecer resistência.

× Qualificadoras: Se resulta Lesão Grave (Reclusão de 10 a 20 anos) | Se resulta Morte (Reclusão de 12 a 30 anos).

× As penas previstas para esse crime (simples ou qualificado) aplicam-se INDEPENDENTEMENTE do consentimento da vítima ou do
fato de ela ter mantido relações sexuais anteriormente ao crime.

» Corrupção de Menores (Art. 218): Induzir alguém <14 anos a satisfazer a lascívia de outrem → Reclusão, de 2 a 5 anos.

» Satisfação de lascívia mediante presença de criança ou adolescente (Art. 218-A): Praticar, na presença de alguém <14 anos, ou
induzi-lo a presenciar, conjunção carnal ou outro ato libidinoso, a fim de satisfazer lascívia própria ou de outrem → Reclusão, de 2 a 4
anos.

» Favorecimento da prostituição ou de outra forma de exploração sexual de criança ou adolescente ou de vulnerável (Art. 218-
B): Submeter, induzir ou atrair à prostituição ou outra forma de exploração sexual alguém <18 anos OU que, por enfermidade ou
deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato, facilitá-la, impedir ou dificultar que a abandone →
Reclusão, de 4 a 10 anos.
× Se praticado com o fim de obter vantagem econômica → Aplica-se também a pena de multa.

× Mesma pena:
– Quem pratica conjunção carnal ou outro ato libidinoso com alguém <18 e >14 anos na situação descrita no caput deste artigo.
– O proprietário, o gerente ou o responsável pelo local em que se verifiquem as práticas referidas no caput deste artigo.
• Constitui efeito obrigatório da condenação a cassação da licença de localização e de funcionamento do
estabelecimento.

» Divulgação de cena de estupro ou de cena de estupro de vulnerável, de cena de sexo ou de pornografia (Art. 218-C) :
Oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, vender ou expor à venda, distribuir, publicar ou divulgar, por qualquer meio – INCLUSIVE por
meio de comunicação de massa ou sistema de informática ou telemática –, fotografia, vídeo ou outro registro audiovisual que contenha
cena de estupro ou de estupro de vulnerável ou que faça apologia ou induza a sua prática, ou, sem o consentimento da vítima, cena de
sexo, nudez ou pornografia → Reclusão, de 1 a 5 anos, SE o fato não constitui crime mais grave.

× Aumenta-se de 1/3 a 2/3: Se o crime é praticado por agente que mantém ou tenha mantido relação íntima de afeto com a vítima ou
com o fim de vingança ou humilhação.

× Não há crime quando o agente pratica as condutas descritas no caput deste artigo em publicação de natureza jornalística, científica,
cultural ou acadêmica com a adoção de recurso que impossibilite a identificação da vítima, ressalvada sua prévia autorização, caso
seja maior de 18 anos.

» Mediação para servir a lascívia de outrem (Art. 227): Induzir alguém a satisfazer a lascívia de outrem → Reclusão, de 1 a 4 anos.

× Qualificadoras:
– Se a vítima é >14 e <18 anos, OU se o agente é seu Ascendente, Descendente, Cônjuge ou companheiro, Irmão, Tutor ou curador
ou pessoa a quem esteja confiada para fins de educação, de tratamento ou de guarda → Reclusão de 2 a 5 anos.
– Cometido com emprego de Violência, Grave ameaça ou Fraude → Reclusão de 2 a 8 anos, além da pena correspondente à
violência.

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• Cometido com o fim de lucro, aplica-se também a multa

» Favorecimento da prostituição ou outra forma de exploração sexual (Art. 228): Induzir ou atrair alguém à prostituição ou outra
forma de exploração sexual, facilitá-la, impedir ou dificultar que alguém a abandone → Reclusão, de 2 a 5 anos, e multa.

× Qualificadoras:
– Se o agente é ascendente, padrasto, madrasta, irmão, enteado, cônjuge, companheiro, tutor ou curador, preceptor ou empregador da
vítima, ou se assumiu, por lei ou outra forma, obrigação de cuidado, proteção ou vigilância → Reclusão de 3 a 8 anos.
– Se cometido com emprego de Violência, Grave ameaça ou Fraude → Reclusão de 4 a 10 anos, além da pena correspondente à
violência.
• Se cometido com fim de lucro, aplica-se também a multa.

DISPOSIÇÕES GERAIS DOS CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL


» Os crimes são de Ação Penal Pública INCONDICIONADA.

» Aumenta-se de ¼: Se o crime é cometido com o concurso de 2 ou mais pessoas.


» Aumenta-se de ½: Se o agente é ascendente, padrasto ou madrasta, tio, irmão, cônjuge, companheiro, tutor, curador, preceptor ou
empregador da vítima ou por qualquer outro título tiver autoridade sobre ela.
» Aumenta-se de 1/3 a 2/3:
× Estupro Coletivo → Mediante o concurso de 2 ou mais agentes.
× Estupro Corretivo → Para controlar comportamento social ou sexual da vítima.

CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA


» Moeda Falsa (Art. 289): Falsificar, fabricando-a ou alterando-a, moeda metálica ou papel-moeda de curso legal no país ou no
estrangeiro → Reclusão, de 3 a 12 anos, e multa.
× Mesma pena:
– Quem, por conta própria ou alheia, importa ou exporta, adquire, vende, troca, cede, empresta, guarda ou introduz na circulação
moeda falsa.
– Quem desvia e faz circular moeda, cuja circulação não estava ainda autorizada.

× Quem, tendo recebido de boa-fé, como verdadeira, moeda falsa ou alterada, a restitui à circulação, depois de conhecer a falsidade
→ Detenção de 6 meses a 2 anos e multa.

× Qualificadora: Funcionário público ou diretor, gerente, ou fiscal de banco de emissão que fabrica, emite ou autoriza a fabricação ou
emissão → De moeda com título ou peso inferior ao determinado em lei | De papel-moeda em quantidade superior à autorizada.
• Reclusão de 3 a 15 anos e multa.

» Petrechos para falsificação de moeda (Art. 291): Fabricar, adquirir, fornecer, a título oneroso ou gratuito, possuir ou guardar
maquinismo, aparelho, instrumento ou qualquer objeto especialmente destinado à falsificação de moeda → Reclusão, de 2 a 6 anos, e
multa.

» Falsidade Ideológica (Art. 299): Omitir, em documento público ou particular, declaração que dele devia constar, ou nele inserir ou
fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita, com o fim de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade
sobre fato juridicamente relevante → Reclusão, de 1 a 5 anos, e multa SE o documento é público | SE o documento é particular →
Reclusão de um a três anos, e multa.

» Falsa Identidade:
× Art. 307: Atribuir-se ou atribuir a terceiro falsa identidade para obter vantagem, em proveito próprio ou alheio, ou para causar dano a
outrem → Detenção, de 3 meses a 1 ano, ou multa, SE o fato não constitui elemento de crime mais grave.
× Art. 308: Usar, como próprio, passaporte, título de eleitor, caderneta de reservista ou qualquer documento de identidade alheia ou
ceder a outrem, para que dele se utilize, documento dessa natureza, próprio ou de terceiro → Detenção, de 4 meses a 2 anos, e multa,
SE o fato não constitui elemento de crime mais grave.

× Súmula 522 do STJ: A conduta de atribuir-se falsa identidade perante autoridade policial é típica, ainda que em situação de alegada
autodefesa.

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CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL
» Peculato Apropriação e Desvio (Art. 312): APROPRIAR-SE o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel,
público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou DESVIÁ-LO, em proveito próprio ou alheio → Reclusão de 2 a 12
anos e multa.
× Obs.: NÃO é necessário que o bem apropriado ou desviado seja público → Pode ser particular desde que lhe tenha sido entregue
em razão da função.

» Peculato Furto (Art. 312 § 1º): Se o funcionário público, embora não tendo a posse do dinheiro, valor ou bem, o SUBTRAI, ou
concorre para que seja subtraído, em proveito próprio ou alheio, VALENDO-SE de facilidade que lhe proporciona a qualidade de
funcionário → Mesma pena do caput.

» Peculato Culposo (Art. 312 § 2º): Sem a intenção de praticar o crime, o funcionário público acaba, em razão de descuido,
colaborando com a efetivação do delito → Detenção de 3 meses a 1 ano.

× Se o agente reparar o dano ANTES DA SENTENÇA IRRECORRÍVEL → Estará extinta a punibilidade.


× Se a reparação for posterior → Reduz a pena em METADE.

» Peculato por Erro de Outrem (Art. 313): Apropriar-se de bem que, NO EXERCÍCIO DO CARGO, recebeu de outrem → Reclusão
de 1 a 4 anos e multa.

× Obs.¹: EXIGE que o funcionário público se valha de alguma facilidade proporcionada pela sua condição de funcionário público.
× Obs.²: Se o erro foi provocado DOLOSAMENTE pelo funcionário, com o intuito de enganar o particular, ele deverá responder pelo
delito de ESTELIONATO.

» Inserção de dados falsos em sistema de informações (Art. 313-A): Inserir ou facilitar, o funcionário autorizado, a inserção de
dados falsos, alterar ou excluir indevidamente dados corretos nos sistemas informatizados ou bancos de dados da Administração
Pública com o fim de obter vantagem indevida para si ou para outrem ou para causar dano → Reclusão, de 2 a 12 anos, e multa.

» Modificação ou alteração não autorizada de sistema de informações (Art. 313-B): Modificar ou alterar, o funcionário, sistema de
informações ou programa de informática sem autorização ou solicitação de autoridade competente → Detenção, de 3 meses a 2 anos,
e multa.
× Aumenta-se de 1/3 até a ½: Se da modificação ou alteração resulta dano para a Administração Pública ou para o administrado.

» Extravio, sonegação ou inutilização de livro ou documento (Art. 314): Extraviar livro oficial ou qualquer documento, de que tem a
guarda em razão do cargo; sonegá-lo ou inutilizá-lo, total ou parcialmente → Reclusão, de 1 a 4 anos, SE o fato não constitui crime
mais grave.

» Emprego irregular de verbas ou rendas públicas (Art. 315): Dar às verbas ou rendas públicas aplicação diversa da estabelecida
em lei → Detenção, de 1 a 3 meses, ou multa.

× Obs.¹: O agente NÃO desvia a verba em proveito próprio ou alheio, mas apenas dá à verba destinação diversa da prevista em lei,
mas sempre no interesse da administração.
× Obs.²: NÃO exige finalidade específica, podendo ser até uma destinação nobre, por exemplo, dinheiro para transporte ser utilizado
na saúde.
× Obs.³: Se praticado por Prefeito, NÃO se aplica esse artigo (D201/67).

» Concussão (Art. 316) → EXIGIR, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la,
MAS EM RAZÃO DELA, vantagem indevida → Reclusão de 2 a 12 anos e multa.

× Obs.: GRAVE AMEAÇA NÃO faz parte desse delito → Ex.: Agente exige dinheiro de particular sob a ameaça de matar seu filho,
praticará o delito de Extorsão.
• CONCUSSÃO – Ameaça de mal amparado nos poderes do cargo.
• EXTORSÃO – Ameaça de mal (violência ou grave ameaça) estranho aos poderes do cargo.

» Excesso de Exação (Art. 316, §1º): Se o funcionário exige tributo ou contribuição social QUE SABE OU DEVERIA SABER indevido,
ou, quando devido, emprega na cobrança meio vexatório ou gravoso, que a lei não autoriza → Reclusão, de 3 a 8 anos, e multa.

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× Qualificadora: Se o funcionário desvia, em proveito próprio ou de outrem, o que recebeu indevidamente PARA RECOLHER AOS
COFRES PÚBLICOS → Reclusão, de 2 a 12 anos, e multa.

× Obs.: Exigir pagamento de multa, não configura esse crime.

– O funcionário público que, ao cobrar multa do contribuinte, emprega meio vexatório ou gravoso pratica crime de excesso de exação.
(E)

» Corrupção Passiva (Art. 317): SOLICITAR ou RECEBER, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função
ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou ACEITAR Promessa de tal vantagem → Reclusão de 2 a 12 anos e
multa.

× Aumenta-se a pena de 1/3: Se o funcionário, em consequência da promessa, RETARDA ou DEIXA de praticar qualquer ato de ofício
OU o pratica INFRINGINDO dever funcional.

× Corrupção Passiva Privilegiada: Funcionário pratica, deixa de praticar ou retarda ato de ofício, com infração de dever funcional,
CEDENDO a PEDIDO ou INFLUÊNCIA de outrem (favorzinho gratuito) → Detenção de 3 meses a 1 ano ou multa.

× Obs.: Na modalidade de Receber é crime Material, se consuma com a efetiva recepção da vantagem..

× Corrupção Passiva Imprópria: Quando o ATO a ser praticado pelo agente for LEGÍTIMO → Ex.: Solicitar, Receber ou Aceitar
vantagem indevida para dar celeridade a um processo.

» Facilitação de Contrabando ou Descaminho (Art. 318): Facilitar, com infração de dever funcional, a prática de contrabando ou
descaminho → Reclusão, de 3 a 8 anos, e multa.

× Observações:
– Exige-se que o funcionário público tenha o DEVER de evitar a prática do contrabando ou descaminho.
– Trata-se de uma exceção à teoria Monista, respondendo cada um por seu devido delito (F.P. e Particular).
– É plenamente POSSÍVEL o concurso de pessoas no 318, desde que o Particular ou F.P. que NÃO tem esse dever tenha
conhecimento da condição de o F.P. de evitar o contrabando.
– Se o F.P. NÃO tinha esse dever, responderá como partícipe do crime praticado pelo particular (contrabando ou descaminho).
– O crime se consuma com a efetiva facilitação, ciente o agente de estar infringindo o seu dever funcional, pouco importando se
completou ou NÃO o descaminho ou contrabando.

» Prevaricação (Art. 319): RETARDAR ou DEIXAR de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa
em lei, para SATISFAZER INTERESSE OU SENTIMENTO PESSOAL → Detenção de 3 meses a 1 ano e multa.
× Obs.: A satisfação deve ser de Interesse PRÓPRIO.

× Prevaricação Imprópria (Art. 319-A): Deixar o Diretor de Penitenciária e/ou agente público, de cumprir seu dever de vedar ao preso
o acesso a aparelho telefônico, de rádio ou similar, que permita a comunicação com outros presos ou com o ambiente externo →
Detenção de 3 meses a 1 ano.

× Obs.¹: NÃO se exige o dolo específico da prevaricação própria.


× Obs.²: NÃO se admite a tentativa, por NÃO haver possibilidade de fracionamento da conduta.

» Condescendência Criminosa (Art. 320): Deixar o funcionário, por indulgência, de RESPONSABILIZAR subordinado que cometeu
infração no exercício do cargo ou, quando lhe falte competência, NÃO levar o fato ao conhecimento da autoridade competente →
Detenção de 15 dias a 1 mês ou multa.

× Se o chefe deixa de responsabilizar o subordinado por outro motivo que NÃO seja a INDULGÊNCIA, caracterizará → Prevaricação
ou Corrupção Passiva Privilegiada (a depender do caso).

× Obs.: É omissivo próprio, unissubsistente, não admitindo modalidade culposa.

– O crime de condescendência criminosa é classificado como omissivo próprio, unissubsistente, portanto não se admite modalidade
culposa nem tentativa para esse crime. ©

» Advocacia Administrativa (Art. 321): Patrocinar (defender), direta ou indiretamente, interesse PRIVADO perante a ADM. PUB.,
valendo-se da qualidade de funcionário → Detenção de 1 a 3 meses ou multa.

× Qualificadora: Se o interesse privado for ILEGÍTIMO → Detenção de 3 meses a 1 ano, além da multa.

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» Abandono de Função (Art. 323): Abandonar cargo público, fora dos casos permitidos em lei → Detenção, de 15 dias a 1 mês, ou
multa.
× Qualificadoras: Se resulta prejuízo público → Detenção de 3 meses a 1 ano e multa | Se ocorre em lugar compreendido na faixa de
fronteira → Detenção de 1 a 3 anos e multa.

» Violação de Sigilo Profissional (Art. 325): Revelar fato de que tem ciência em razão do cargo e que deva permanecer em segredo,
ou lhe facilitar a revelação → Detenção de 6 meses a 2 anos ou multa, SE o fato não constitui crime mais grave.
× Obs.: NÃO se admite na forma culposa, pois é necessário que o agente tenha ciência de que o fato é sigiloso.

× Mesma pena: Quem permite ou facilita, mediante atribuição, fornecimento e empréstimo de senha ou qualquer outra forma, o acesso
de pessoas não autorizadas a sistemas de informações ou banco de dados da Adm. Púb. | Se utiliza indevidamente do acesso restrito.

× Qualificadora: Se da ação ou omissão resulta dano à Adm. Púb. ou a outrem → Reclusão de 2 a 6 anos e multa.

DISPOSIÇÕES GERAIS
» Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, quem, embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo,
emprego ou função pública.
× Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, emprego ou função em entidade paraestatal, e quem trabalha para empresa
prestadora de serviço contratada ou conveniada para a execução de atividade típica da Administração Pública.

» Aumenta-se a pena em 1/3: Quando os autores desses crimes forem ocupantes de cargos em comissão ou de função de direção ou
assessoramento de órgão da administração direta, sociedade de economia mista, empresa pública ou fundação instituída pelo poder
público.
× STF: Aplica-se também aos cargos políticos de cargos eletivos (Ex. Ch poder executivo).

PRATICADOS POR PARTICULAR CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL


» Usurpação da função pública (Art. 328): Usurpar o exercício de função pública → Detenção, de 3 meses a 2 anos, e multa.
× Qualificadora: Se o agente aufere vantagem → Reclusão de 2 a 5 anos e multa.

» Resistência (Art. 329): Opor-se a execução de ato legal, mediante VIOLÊNCIA OU GRAVE AMEAÇA a funcionário competente para
executá-lo ou a quem lhe esteja prestando auxílio → Detenção de 2 meses a 2 anos.
× Qualificadoras: Se o ato, em razão da resistência, não se executa → Reclusão de 1 a 3 anos.

× As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuízo das correspondentes à violência.
× Observações:
– Violência deve ser contra funcionário público e NÃO contra coisas (ex.: chutar a viatura policial).
– Praticado por meio de AMEAÇA: Responde SOMENTE pela resistência | Praticado por meio de VIOLÊNCIA → Responde pela
resistência + violência.
– Aquele que resiste à prisão em flagrante por crime que exige violência ou grave ameaça para caracterização NÃO responde pelo
crime (considera-se a VIOLÊNCIA COMO DESDOBRAMENTO DO CRIME PRINCIPAL).
– Particular que RESISTE À PRISÃO EM FLAGRANTE EXECUTADA POR OUTRO PARTICULAR → NÃO comete esse crime
(analogia in malan partem).

» Desobediência (Art. 330): Desobedecer a ordem de funcionário público → Detenção de 15 dias a 6 meses e multa.

× Obs.¹: Pode se dar por comissão ou omissão.


× Obs.²: Tentativa só é possível na comissão.

» Desacato (Art. 331): Desacatar funcionário público no EXERCÍCIO DA FUNÇÃO OU EM RAZÃO DELA → Detenção de 6 meses a 2
anos ou multa.
× Obs.: NÃO se EXIGE que o funcionário esteja na repartição ou no horário de trabalho, mas sim que o desacato ocorra em razão da
função exercida pelo servidor.
× Obs.²: Deve ser feito na presença do funcionário público, não pode ser por ligação ou e-mail.
• Se for feito, contra servidor público, não estando na presença dele é injúria.

» Tráfico de Influência (Art. 332): Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para outrem, vantagem ou promessa de vantagem, a
pretexto de influir em ato praticado por funcionário público no exercício da função → Reclusão de 2 a 5 anos e multa.

× Aumenta-se a pena em ½: Se o agente alega ou insinua que parte da vantagem é destinada ao funcionário público.

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× Obs.¹: Se a influência for real (realmente existir) → Os dois responderão por Corrupção Ativa.
× Obs.²: Trata-se de Crime Formal, não exige a obtenção da vantagem para a consumação.

» Corrupção Ativa (Art. 333): Oferecer ou prometer vantagem indevida a funcionário público, para determiná-lo a praticar, omitir ou
retardar ato de ofício → Reclusão de 2 a 12 anos e multa.

× Aumenta-se a pena em 1/3: Se o funcionário retarda ou omite ato de ofício, ou o pratica infringindo dever funcional em razão da
vantagem indevida.

× Observações:
– Se o funcionário solicita a vantagem e o particular entrega → NÃO comete esse crime.
– Os verbos do delito são oferecer e prometer, o que pressupõe que o particular tome iniciativa.
– É crime formal e se consuma no momento em que o agente promete ou oferece a vantagem indevida.
– Doutrina: O mero pedido de favor (jeitinho) NÃO configura o delito.

» Descaminho (Art. 334): Iludir, no todo em parte, o pagamento de direito ou imposto devido pela entrada, pela saída ou pelo
consumo de mercadoria → Reclusão de 1 a 4 anos.

× Mesmas penas quem:


– Pratica navegação de cabotagem | Pratica fato assimilado em lei especial;
– Vende, expõe à venda, mantém em depósito ou, de qualquer forma, utiliza em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade
comercial ou industrial, mercadoria de procedência estrangeira que introduziu clandestinamente no País ou importou fraudulentamente
ou que sabe ser produto de introdução clandestina no território nacional ou de importação fraudulenta por parte de outrem.
– Adquire, recebe ou oculta, em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, mercadoria de
procedência estrangeira, desacompanhada de documentação legal ou acompanhada de documentos que sabe serem falsos.

× Equipara-se a atividade comercial qualquer forma de comércio irregular ou clandestino de mercadorias estrangeiras, inclusive o
exercido em residências.

× Aplica-se a pena em DOBRO: Praticado em transporte marítimo, fluvial ou aéreo.

× Observações:
– Admite-se a insignificância → Até R$ 20.000.
– O crime se consuma com a liberação na alfândega sem o pagamento de impostos.
– Para a configuração do crime é DESNECESSÁRIA a constituição definitiva do crédito tributário.
– O pagamento do tributo devido NÃO extingue a punibilidade do crime de descaminho.
– A consumação do delito de descaminho independe do esgotamento da via administrativa.

» Contrabando (Art. 334-A): Importar ou Exportar mercadoria PROIBIDA → Reclusão de 2 a 5 anos.

× Mesmas penas:
– Fato assimilado em lei especial..
– Importa ou exporta, clandestinamente, mercadoria que DEPENDE de registro, análise ou autorização.
– Reinsere mercadoria destinada a exportação.
– Vende, expõe à venda, mantém em depósito ou, de qualquer forma, utiliza em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade
comercial ou industrial, mercadoria proibida pela lei brasileira.
– Adquire, recebe ou oculta, em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, mercadoria proibida pela
lei brasileira.

× Equipara-se às atividades comerciais, qualquer forma de comércio irregular ou clandestino de mercadorias estrangeiras, INCLUSIVE
o exercido em residências.

× Aplica-se a pena em DOBRO: Praticado em transporte marítimo, fluvial ou aéreo.

CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO DA JUSTIÇA


» Denunciação Caluniosa (Art. 339): Dar causa à instauração de inquérito policial, de procedimento investigatório criminal, de
processo judicial, de processo administrativo disciplinar, de inquérito civil ou de ação de improbidade administrativa contra alguém,
imputando-lhe crime, infração ético-disciplinar ou ato ímprobo de que o sabe inocente → Reclusão, de 2 a 8 anos, e multa.

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× Aumenta-se a pena de 1/6: Agente usa do anonimato ou de suposto nome.
× Diminui-se de ½: Imputação de Contravenção Penal.

× Obs.: Este crime absorve o de Calúnia.

» Comunicação Falsa de Crime ou Contravenção (Art. 340): Provocar a ação de autoridade, comunicando-lhe a ocorrência de crime
ou contravenção que SABE NÃO se ter ocorrido → Detenção de 1 a 6 meses ou multa.

× Obs.: Doutrina entende que esse crime NÃO se aplica se a comunicação foi para policiais militares, pois estes NÃO considerados
autoridades capazes de investigação.

» Autoacusação Falsa de Crime (Art. 341): Acusar-se, perante a autoridade, de crime inexistente ou praticado por outrem →
Detenção de 3 meses a 2 anos ou multa.
× Obs.: Somente se for de CRIME, não tipifica se for de contravenção.

» Falso Testemunho ou Falsa Perícia (Art. 342): Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade como testemunha, perito,
contador, tradutor ou intérprete em processo judicial, ou administrativo, inquérito policial, ou em juízo arbitral → Reclusão de 2 a 4 anos
e multa.

× Aumenta-se a pena de 1/6 a 1/3: Praticado mediante suborno | Cometido com o fim de obter prova destinada a produzir efeito em
processo penal, ou em processo civil em que for parte entidade da Adm. Pub. Dir/Ind.

× O fato deixa de ser punível se, ANTES DA SENTENÇA no processo em que ocorreu o ilícito, o agente se retrata ou declara a
verdade.

× Observações:
– Falso Testemunho: Vítima NÃO pode ser sujeito ativo desse delito, em nenhum caso, pois ela NÃO é testemunha | Só cabe
participação (crime de mão-própria).
– Falsa Perícia: Cabe coautoria e participação.
– Ainda que o processo em que ocorreu determinado crime seja anulado, devido à ilegalidade → O crime permanece.

× Corrupção Ativa de testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete (Art. 343): Dar, oferecer ou prometer dinheiro ou
qualquer outra vantagem a testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete, para fazer afirmação falsa, negar ou calar a verdade
em depoimento, perícia, cálculos, tradução ou interpretação → Reclusão de 3 a 4 anos e multa.

× Aumenta-se de 1/6 a 1/3: Se o crime é cometido com o fim de obter prova destinada a produzir efeito em processo penal ou em
processo civil em que for parte entidade da Adm. Pub. Dir/Ind.

» Exercício Arbitrário das Próprias Razões (Art. 345): Fazer justiça pelas próprias mãos, para satisfazer pretensão, embora legítima,
salvo quando a lei o permite → Detenção de 15 dias a 1 mês, além da pena correspondente à violência.

× Tirar, suprimir, destruir ou danificar coisa própria, que se acha em poder de terceiro por determinação judicial ou convenção (Art. 346)
→ Detenção, de 6 meses a 2 anos, e multa.

× Observações:
– A pretensão deve ser LEGÍTIMA, ou seja, a conduta do agente poderia ser realizada pelo estado. Ex.: NÃO se aplica caso o ofendido
de um crime de furto resolva matar o agente após descobrir quem o furtou → Responderá nesse caso por homicídio.
– Se o agente acreditar, piamente, que sua pretensão é legítima, ele poderá responder por esse delito mesmo sendo ilegítima.
– Se NÃO há violência, SOMENTE se procede mediante queixa.

» Fraude Processual (Art. 347): Inovar artificiosamente, na pendência de processo civil ou administrativo, o estado de lugar, de coisa
ou de pessoa, com o fim de induzir a erro o Juiz ou o Perito → Detenção de 3 meses a 2 anos.

× Aplica-se a pena em ½: Se a inovação se destina a fazer efeito em Processo Penal, ainda que NÃO iniciado.

» Favorecimento Pessoal (Art. 348): Auxiliar a subtrair-se à ação de autoridade pública autor de CRIME que tenha pena de
RECLUSÃO → Detenção 1 a 6 meses e multa.

× Se o crime tiver pena de Detenção → Detenção de 15 dias a 3 meses e multa.


× Se quem presta o auxílio é CADI do criminoso → Fica ISENTO de multa.

× Observações:

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– O auxílio deve ser após o crime e NÃO pode ter sido antes acordado: Combinação Prévia → Concurso de agentes | Sem
combinação → Favorecimento Pessoal.
– Auxílio deve ser CONCRETO, EFICAZ.
– NÃO admite Culpa.

» Favorecimento Real (Art. 349): Prestar a criminoso, fora dos casos de coautoria ou receptação, auxílio destinado a tonar seguro o
proveito do crime → Detenção de 1 a 6 meses e multa.

× Ingressar, promover, intermediar, auxiliar ou facilitar a ENTRADA DE APARELHO TELEFÔNICO de comunicação móvel, de rádio ou
similar, sem autorização legal, em ESTABELECIMENTO PRISIONAL (Art. 349-A) → Detenção de 3 meses a 1 ano.

– Obs.: Crime de Mera Conduta: Consuma-se no momento em que o agente adentro no presídio com o celular, desde que tenha
intenção de levá-lo a alguém.
– Info. 693 do STJ: Ingressar com “chip” de celular em estabelecimento prisional não configura o crime do art. 349-A do CP.

» Patrocínio Infiel (Art. 355): Trair, na qualidade de advogado ou procurador, o dever profissional, prejudicando interesse, cujo
patrocínio, em juízo, lhe é confiado → Detenção, de 6 meses a 3 anos, e multa.

» Patrocínio simultâneo ou Tergiversação (Art. 355, §Único): Advogado ou procurador judicial que defende na mesma causa,
simultânea ou sucessivamente, partes contrárias → Mesma pena do caput.

» Exploração de Prestígio (Art. 357): Solicitar ou receber dinheiro ou qualquer outra utilidade, a pretexto de influir em juiz, jurado,
órgão do MP, funcionário de justiça, perito, tradutor, intérprete ou testemunha → Reclusão de 1 a 5 anos e multa.

× Aumenta-se a pena de 1/3: Agente alega ou insinua que o dinheiro ou utilidade também se destina a qualquer das pessoas referidas
neste artigo.

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