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Aula 02

SEJUSP-MG (Agente Penitenciário)


Direito Administrativo - 2021(Pós-Edital)

Autor:
Antonio Daud
Aula 02

25 de Agosto de 2021

08561236680 - Mailla Francisca Ribeiro Ferreira


Antonio Daud
Aula 02

Sumário

1. Introdução .................................................................................................................................................... 2

1.1. Abrangência ......................................................................................................................................... 4

1.2. Responsabilidades ............................................................................................................................... 6

2. Atos lesivos à administração pública ...................................................................................................... 8

3. Responsabilização Administrativa .......................................................................................................... 11

4. Processo Administrativo de Responsabilização (PAR) ........................................................................ 16

5. Acordo de Leniência ................................................................................................................................ 20

5.1. Requisitos do acordo de leniência.................................................................................................. 22

5.2. Efeitos gerados pelo acordo ........................................................................................................... 23

5.3. Competência para celebração ........................................................................................................ 26

6. Responsabilização Judicial ...................................................................................................................... 28

7. Cadastro Nacional de Empresas Punidas – CNEP .............................................................................. 32

8. Resumo ....................................................................................................................................................... 33

9. Questões Comentadas ............................................................................................................................ 39

10. Lista das Questões Comentadas .......................................................................................................... 73

Gabaritos ........................................................................................................................................................ 84

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1. INTRODUÇÃO
Nesta aula estudaremos a Lei 12.846/2013, que trata da “responsabilização administrativa e civil
de pessoas jurídicas pela prática de atos contra a administração pública, nacional ou estrangeira”,
conhecida como Lei da Responsabilização da Pessoa Jurídica ou, simplesmente, Lei
Anticorrupção1.

Esta Lei surgiu, principalmente, em cumprimento a regras de convenções internacionais assinadas


pelo Brasil, sobretudo da "Convenção das Nações Unidas contra a Corrupção" da ONU
(Organização das Nações Unidas), de que trata o Decreto 5.687/2006, por meio das quais o Brasil
se comprometeu a reprimir a prática de “atos de corrupção” praticados por pessoas jurídicas.

Trata-se de norma de alcance nacional2, aplicando-se à União, Estados, Municípios e ao Distrito


Federal.

Antes de detalhar suas regras, vale destacar que o grande objetivo da Lei Anticorrupção é punir a
pessoa jurídica pela prática de atos lesivos à Administração.

Como assim, punir a pessoa jurídica?

Vamos responder por meio de um exemplo...

Suponha que os diretores de uma grande empresa privada tenham pago propina a
agentes públicos da Petrobras, por exemplo, para serem beneficiados em contratos com
aquela estatal.
Antes da Lei 12.846, a responsabilidade por tais atos dificilmente chegaria até a própria
empresa (pessoa jurídica), limitando-se a alcançar os diretores da empresa privada,
juntamente com os agentes públicos envolvidos no esquema (pessoas físicas). Estes
responderiam nas esferas civil (prejuízo causado e pelo ato de improbidade), penal (crime
praticado) e administrativa (no caso dos agentes públicos). Em todos estes casos, a

1
Atualmente regulamentada pelo Decreto 8.420/2015.
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Embora existam dispositivos específicos da esfera federal, como aqueles que se referem à
Controladoria-Geral da União (CGU).

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responsabilidade das pessoas físicas demandava comprovação de dolo ou culpa (em


virtude da a responsabilidade das pessoas físicas ser subjetiva).
A partir da Lei 12.846, facilitou-se que as sanções pelo pagamento de propina chegassem
até a empresa privada.
Para isto, o legislador estabeleceu uma série de sanções aplicáveis às PJs e o fato de que
elas responderão, perante a Lei 12.846, de maneira objetiva (isto é, sem necessidade de
se comprovar culpa).

A este respeito, de maneira mais detalhada, Di Pietro3 leciona que:

O Código Penal, além de outras leis esparsas, já pune os crimes praticados contra a
Administração Pública, alcançando, porém, as pessoas físicas. A Lei de Improbidade
Administrativa (Lei no 8.429, de 2-6-92) significou considerável avanço em termos de
combate à corrupção, porém punindo especificamente as pessoas físicas (agentes públicos
e terceiros que pratiquem atos de improbidade), ainda que determinadas penas possam
também ser aplicadas a pessoas jurídicas.

Ainda merece menção a chamada Lei da Ficha Limpa (Lei Complementar no 135, de 4-6-
10), voltada para as pessoas físicas, para torná-las inelegíveis. Também a Lei de Licitações
(Lei no 8.666, de 21-6-93) define ilícitos administrativos e crimes, bem como as respectivas
sanções, em matéria de licitações e contratações efetuadas pela Administração Pública,
aplicando-se as sanções administrativas tanto a pessoas físicas como às jurídicas.

A Lei Anticorrupção amplia a responsabilização nas esferas administrativa e civil, na


medida em que alcança as pessoas jurídicas, inclusive as que resultarem de alteração
contratual, transformação, incorporação, fusão ou cisão societária (art. 4o); e alcança
também os respectivos dirigentes, com previsão expressa da desconsideração da
personalidade jurídica (arts. 3º e 14).

3
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. Ed. GenMétodo. 31ª ed. 2018. eBook. Item
19.1

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Portanto, a grande inovação da Lei Anticorrupção foi prever a responsabilidade objetiva


de pessoas jurídicas, viabilizando a aplicação de sanções a pessoas jurídicas sem
comprovação de culpa e a pessoas físicas quando houver dolo ou culpa.

1.1. Abrangência

Logo em seu artigo 1º, o legislador previu que a Lei 12.846 dispõe sobre a responsabilização
objetiva de pessoas jurídicas (PJs), nas esferas administrativa e civil, pela prática de atos contra a
administração pública, nacional ou estrangeira. Significa, como detalharemos adiante, que as PJs
podem sofrer as penas da Lei Anticorrupção, tanto na esfera cível como na administrativa, mesmo
sem existência de culpa.

Estas pessoas jurídicas infratoras (ou seja, autoras dos atos lesivos) consistem nos sujeitos ativos
dos atos lesivos previstos na Lei Anticorrupção4.

Nesse sentido, é bastante ampla a noção das pessoas jurídicas abrangidas pelas suas disposições
(art. 1º, parágrafo único) 5 , as quais alcançam pessoas jurídicas nacionais ou estrangeiras,
sociedades empresárias ou simples, personificadas ou não, independentemente da forma de
organização ou modelo societário adotado. As regras abrangem também quaisquer fundações,
associações de entidades ou pessoas.

No caso de sociedades estrangeiras, elas devem ter sede, filial ou representação no território
brasileiro, podendo ser constituídas de fato ou de direito, ainda que temporariamente6.

Portanto se uma empresa estrangeira com filial no Brasil, por exemplo, pratica um ato de
corrupção previsto na Lei contra um órgão público brasileiro, tal empresa estará sujeita às
sanções da Lei Anticorrupção.

Para evitar a adoção de artifícios fraudulentos para as pessoas jurídicas escaparem das sanções
legais, o legislador tomou o cuidado de frisar que subsiste a responsabilidade da pessoa jurídica

4
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. Ed. GenMétodo. 31ª ed. 2018. eBook. Item
19.2
5
FILHO, José dos Santos Carvalho. Manual de Direito Administrativo. 27ª ed. Atlas. P. 1037
6
No processo administrativa, a pessoa jurídica estrangeira será representada pelo gerente,
representante ou administrador de sua filial, agência ou sucursal aberta ou instalada no Brasil (art. 26,
§2º).

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mesmo na hipótese de alteração contratual, transformação, incorporação, fusão ou cisão societária


(art. 4º).

Nos casos de fusão ou incorporação, todavia, a responsabilidade da sucessora, em relação a atos


anteriores à sucessão, restringe-se à multa e à reparação integral do dano causado até o limite do
patrimônio transferido, exceto no caso de simulação ou evidente intuito de fraude (art. 4º, §1º).

Havendo, portanto, fusão ou incorporação, em regra a empresa sucessora (resultante da fusão ou


incorporação) responderá pelo valor da multa ou pelo ressarcimento ao erário, de modo limitado
ao valor do patrimônio transferido. Por outro lado, havendo fraude nesta fusão/incorporação, a
empresa sucessora responderá com todo seu patrimônio.

Do outro lado, o sujeito passivo do ato lesivo (vítimas diretas destas infrações) pode ser a
Administração Pública nacional ou estrangeira. No caso da Administração nacional, incluiu-se
tanto a Administração Direta como a Indireta.

Tratando-se, por outro lado, da administração pública estrangeira, além das administrações dos
próprios países, estão aqui incluídas as organizações públicas internacionais (como o Fundo
Monetário Internacional - FMI e a Organização Mundial de Saúde - OMS).

Portanto se uma empresa brasileira pratica ato lesivo contra um órgão público americano,
por exemplo, tal empresa estará sujeita às sanções da Lei Anticorrupção, ainda que o dano
não tenha sido causado ao Brasil.

nacionais (empresas, associações,


fundações)
sujeitos ativos pessoas jurídicas
estrangeiras com representação no
Brasil

nacional (adm. direta e indireta)


sujeitos passivos Administração Pública
estrangeira (inclusive organizações
públicas internacionais)

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1.2. Responsabilidades

Como havíamos adiantado acima, o art. 2º da Lei Anticorrupção deixa claro que as pessoas
jurídicas serão responsabilizadas objetivamente, tanto na instância administrativa como na esfera
civil (judicial), pelos atos lesivos previstos na Lei. Tais atos devem ter sido praticados em seu
benefício, seja exclusivo ou não:

pessoas jurídicas pessoas físicas


(dirigentes, administradores, autor,
partícipe do ilícito)

responsabilidade objetiva responsabilidade subjetiva

Significa dizer que, para as PJs, a Lei facilitou a aplicação de sanções, uma vez que sua
responsabilidade depende apenas da comprovação da ocorrência do ato lesivo previsto na Lei
(detalhados adiante), o nexo de causalidade com a conduta da pessoa jurídica e o dano causado
à Administração Pública (isto é, o resultado da conduta lesiva), não se exigindo a comprovação
de culpa empresarial.

Apesar de o grande objeto da Lei Anticorrupção consistir na punição de pessoas jurídicas (PJ), a
responsabilização da PJ não exclui a responsabilidade individual de seus dirigentes ou
administradores ou de qualquer pessoa natural, autora, coautora ou partícipe do ato ilícito (art.
3º). Neste caso, a responsabilidade destas pessoas físicas, por ser subjetiva (art. 3º, §2º),
dependerá da comprovação da existência de dolo ou culpa em suas condutas (diferentemente do
que se observa em relação à pessoa jurídica).

Além disso, fortalecendo a “desconexão” entre a responsabilidade da PJ e a responsabilidade das


pessoas físicas envolvidas, o legislador reforça dizendo que a pessoa jurídica será responsabilizada
independentemente da responsabilização individual das pessoas físicas (art. 3º, §1º).

Por fim, vale destacar que responsabilização perante a Lei Anticorrupção não afeta a aplicação das
sanções previstas na Lei 8.666/1993 (art. 30, II), inclusive a multa.

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2. ATOS LESIVOS À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA


O artigo 5º do texto legal define os atos lesivos à Administração Pública que, caso praticados, irão
ensejar a incidência da Lei Anticorrupção.

Antes de listar tais condutas, destaco que tais atos podem atentar contra:

nacional
patrimônio público
estrangeiro

atos lesivos - lei atentam princípios da administração


anticorrupção contra pública

compromissos internacionais
assumidos pelo Brasil

Vamos à lista de infrações:

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prometer, oferecer ou dar vantagem indevida a agente público, ou a


terceiro a ele relacionado [por exemplo, propina]
comprovadamente, financiar, custear, patrocinar ou de qualquer modo
subvencionar a prática dos ilícitos previstos na Lei Anticorrupção
comprovadamente, utilizar-se de pessoa interposta para ocultar ou
dissimular reais interesses ou a identidade dos beneficiários dos atos
praticados [por exemplo, utilizando um "laranja"]

frustrar ou fraudar seu caráter competitivo


infrações - lei anticorrupção

impedir, perturbar ou fraudar a realização de


qualquer ato de procedimento licitatório público
afastar ou procurar afastar licitante, por meio de
fraude ou oferecimento de vantagem de qualquer
tipo
fraudar licitação pública ou contrato dela
em licitações e decorrente
contratos:
criar, de modo fraudulento ou irregular, pessoa
jurídica para participar de licitação pública ou
celebrar contrato administrativo
sem autorização
obter vantagem ou benefício indevido, de modo
em lei, no edital
fraudulento, de modificações ou prorrogações de
da licitação ou no
contratos celebrados com a administração pública
contrato
manipular ou fraudar o equilíbrio econômico-
financeiro dos contratos celebrados inclusive em
agências
reguladoras e
dificultar investigação, fiscalização ou intervir em sua atuação
órgãos do
sistema financeiro
nacional

Percebam que os atos lesivos relacionados a "licitações e contratos" guardam forte semelhança
com irregularidades previstas na própria Lei 8.666. A este respeito, a grande virtude da Lei 12.846
é viabilizar a sanção também da pessoa jurídica que se beneficia dessas condutas.

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Friso que a Lei Anticorrupção busca dissuadir a prática de atos de corrupção também em relação
a estados estrangeiros. Isto se deve ao fato de a publicação da lei ter ocorrido também em virtude
de o Brasil ser signatário da "Convenção das Nações Unidas contra a Corrupção" da ONU.

Nesse sentido, os parágrafos do artigo 5º preveem que considera-se administração pública


estrangeira os órgãos e entidades estatais ou representações diplomáticas de país estrangeiro, de
qualquer nível ou esfera de governo, bem como as pessoas jurídicas controladas, direta ou
indiretamente, pelo poder público de país estrangeiro. Além disso, equiparam-se à administração
pública estrangeira as organizações públicas internacionais.

Nesse mesmo sentido, considera-se agente público estrangeiro, quem, ainda que transitoriamente
ou sem remuneração, exerça cargo, emprego ou função pública em órgãos, entidades estatais ou
em representações diplomáticas de país estrangeiro, assim como em pessoas jurídicas
controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público de país estrangeiro ou em organizações
públicas internacionais.

-----

Importante destacar que, caso a autoridade competente tome conhecimento destas infrações
acima e deixe de adotar providências para apuração, será responsabilizada penal, civil e
administrativamente (art. 27).

-----

Uma vez conhecidos os atos lesivos tipificados na Lei 12.846, passaremos a detalhar as sanções e
responsabilidades que podem resultar aos infratores.

De toda forma, vale adiantar que as sanções e responsabilidades podem ser agrupadas nas esferas
administrativa e judicial (cível):

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Responsabilização
Responsabilização judicial
administrativa

processo administrativo processo judicial

sanções: Sanções:
•multa adminsitrativa •perda de bens e direitos oriundos da
•divulgação da condenação infração
•suspensão / interdição das atividades
•dissolução compulsória
•proibição de receber subsídios,
doações ou empréstimos de entes
públicos

3. RESPONSABILIZAÇÃO ADMINISTRATIVA
Na esfera administrativa, a empresa infratora estará sujeita a duas sanções, uma que irá pesar em
seu "bolso" e a outra que será desfavorável à sua imagem, a saber:

do faturamento bruto
0,1% a 20% do ano anterior ao da
sanções - esfera

instauração do PAR
administrativa

multa
se for possível estimar a multa nunca será
vantagem auferida inferior à vantagem
publicação
extraordinária da
condenação

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Quanto à multa , reparem que a regra geral consiste na aplicação de um percentual (0,1% a 20%7)
sobre uma base de cálculo (faturamento do ano anterior à instauração do processo).

No entanto, não sendo possível se conhecer o valor do faturamento bruto ou em qualquer caso
que não for possível aplicar tal regra geral, terá lugar a exceção do art. 6º, § 4º, que prevê a
aplicação de multa de R$ 6 mil a R$ 60 milhões.

Estes valores obtidos a partir da multa, preferencialmente devem ser revertidos em favor do ente
público lesado (art. 24).

Exemplo: se o ato lesivo foi praticado em desfavor do Banco do Brasil, a multa decorrente
daquela conduta deve ser, preferencialmente, destinada a seus cofres.

No que se refere à sanção de "publicação extraordinária da condenação", percebe-se que sua


finalidade é dar publicidade à conduta ilícita perpetrada pela empresa, sendo obviamente
desfavorável à sua imagem.

Neste caso, deverá ser publicado um resumo da decisão condenatória (chamado de "extrato de
sentença") em meios de comunicação de grande circulação, sendo ou (i) na área da prática da
infração e de atuação da pessoa jurídica ou, na sua falta, (ii) em publicação de circulação nacional.

Além disso, deverá ser afixado edital, pelo prazo mínimo de 30 dias, nas dependências da
empresa, de modo visível ao público, e na internet (art. 6º, § 5º).

----

Estas sanções podem ser aplicadas, isolada ou cumulativamente, de acordo com as peculiaridades
do caso concreto e com a gravidade e natureza das infrações (Art. 6º, § 1º), tendo lugar a aplicação
dos princípios da razoabilidade e proporcionalidade na aplicação das sanções.

7
Apesar desta grande faixa, os artigos 17 e 18 do Decreto 8.420/2015 fixam, para o Poder Executivo
Federal, critérios mais objetivos para se chegar aos valores das multas (se houve interrupção do serviço
público, se houve reincidência da infração etc).

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Nesse sentido, para a gradação das sanções (especialmente na dosimetria da multa), a autoridade
administrativa deverá levar em consideração as seguintes circunstâncias (art. 7º):

gravidade da infração

vantagem auferida ou pretendida

se a infração chegou a ser consumada ou se foi apenas tentada

grau de lesão ou perigo de lesão

valoração das efeito negativo produzido pela infração


sanções
situação econômica do infrator

cooperação da pessoa jurídica para a apuração das infrações


programa de integridade (mecanismos e procedimentos internos de
integridade, auditoria e incentivo à denúncia de irregularidades e a aplicação
efetiva de códigos de ética)
valor dos contratos mantidos pela pessoa jurídica com o órgão ou
entidade pública lesados

Quanto ao estabelecimento de programas de integridade pelas pessoas jurídicas contratadas pela


Administração (art. 7º, VIII), destaco que trata-se de uma forma de considerar as empresas que
realizaram trabalhos preventivos de prevenção a atos de corrupção. Nesse sentido, para estimular
ainda mais tal prática empresarial, chegou a ser criado o "Cadastro Empresa Pró-Ética" pela CGU8,
que divulga empresas comprometidas com a promoção da ética e integridade.

----

Seguindo adiante, vale salientar que, em geral, estamos diante de multas de valores elevados, o
legislador entendeu por bem exigir que a aplicação destas sanções seja precedida da
manifestação jurídica elaborada pelo departamento jurídico do órgão (Advocacia Pública, órgão

8
https://www.gov.br/cgu/pt-br/assuntos/etica-e-integridade/empresa-pro-etica

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de assistência jurídica ou equivalente) - art. 6º, §2º. Trata-se, portanto, de um controle prévio
quanto à legalidade (conformidade) do processo administrativo de responsabilização.

Ponto interessante da Lei Anticorrupção consiste na obrigação de reparar o dano causado.

A este respeito, o legislador dispôs que a aplicação das sanções não exclui, em qualquer hipótese,
a obrigação da reparação integral do dano causado (art. 6º, § 3º).

Exemplo: suponha que a empresa privada DesviaTudo S/A tenha fraudado uma licitação
da Petrobras, com o auxílio de um empregado da estatal, que recebeu uma propina, o
que acabou resultando na celebração de contrato desvantajoso para a estatal. Em razão
da fraude, a Petrobras deixa de assinar um contrato de R$ 10 milhões e adquire o mesmo
produto por R$ 15 milhões.
Esta diferença de R$ 5 milhões (ou seja, R$ 15 – R$ 10 milhões) representa um dano
causado aos cofres da estatal.
Neste caso, mesmo que a empresa DesviaTudo receba uma multa por aquela infração,
continuará obrigada a “devolver” a diferença de R$ 5 milhões.

Portanto, tomando por base a literalidade da Lei Anticorrupção, a aplicação da multa


administrativa não dispensa a devolução dos recursos relacionados ao dano causado (em hipótese
alguma) e, como veremos adiante, também não afasta a responsabilização judicial (art. 19).

Nesse sentido, o legislador estabelece que a instauração de processo específico para


ressarcimento integral do dano não prejudica a aplicação imediata das sanções estabelecidas na
Lei 12.846 (art. 13).

----

O artigo 25 da Lei estabelece o prazo prescricional de 5 anos para que as sanções sejam aplicadas.
Tal prazo é contado da data da ciência da infração ou, no caso de infração permanente ou
continuada, do dia em que tiver cessado.

----

Por fim, destaco que, muito embora tais sanções em regra sejam aplicadas pela Administração
Pública, se for constada omissão das autoridades competentes para promover a responsabilização

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administrativa, estas sanções podem ser aplicadas judicial por meio de ação ajuizada pelo
Ministério Público (art. 20).

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4. PROCESSO ADMINISTRATIVO DE RESPONSABILIZAÇÃO


(PAR)
Os artigos 8º a 15 da Lei Anticorrupção dispõem sobre o processo que deve ser conduzido, na
esfera administrativa, para viabilizar a aplicação das duas sanções do art. 6º, que acabamos de
estudar (responsabilização administrativa).

Trata-se do Processo Administrativo de Responsabilização (PAR), que possui 4 etapas distintas:


instauração, defesa, e apresentação de relatório e julgamento:

Instauração Defesa Relatório Julgamento

PJ Comissão

Autoridade máxima (regra)

Reparem que a instauração e o julgamento do PAR competem, em regra, à autoridade máxima


de cada órgão ou entidade dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário.

Ainda sobre as competências para instaurar e julgar o PAR, é importante registrar 3


observações:

a) a competência para instauração e julgamento poderá ser delegada, vedada a


subdelegação (art. 8º, §1º);

b) no âmbito do Poder Executivo federal, a Controladoria-Geral da União (CGU) terá


competência concorrente para instaurar PARs ou para avocar processos já instaurados, para
exame de sua regularidade ou para corrigir-lhes o andamento (art. 8º, §2º);

c) em relação a atos praticados contra a Administração de outros países, cabe à CGU instaurar
e julgar o processo (art. 9º).

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Percebam o protagonismo conferido à CGU no âmbito do Executivo Federal. Assim como as


autoridades máximas dos órgãos e entidades daquele Poder, a CGU detém prerrogativa para
instaurar um PAR, destinado à responsabilização de empresas. Daí, dizemos que é concorrente a
competência da CGU para instaurar o PAR.

Além disso, mesmo que o PAR não tenha sido instaurado pela CGU, no âmbito do Poder Executivo
Federal ela poderá chamar para si o processo, isto é, avocar PARs instaurados por autoridades
máximas do Executivo Federal. Esta “avocação” permitirá à CGU conferir a regularidade do PAR
ou, até mesmo, corrigir seu andamento.

A atuação da CGU no bojo dos PARs pode ser assim sintetizada:

avocar PAR já instaurado

Poder Executivo Federal


instaurar PAR (compet.
concorrente)
CGU
atos praticados contra a
Administração Pública processar e julgar PAR
estrangeira

----

De toda forma, a instauração pode ocorrer de ofício ou mediante provocação (art. 8, caput, parte
final).

Como o PAR pode resultar na aplicação de penalidades duras, a exemplo de elevadas multas
administrativas, o legislador exigiu que ele fosse realizado por uma comissão de servidores – e
não por um único servidor –, com o intuito de assegurar maior imparcialidade à apuração. Tamanha
é a preocupação com a imparcialidade da apuração que a legislação exigiu que os integrantes da
comissão disciplinar sejam servidores estáveis – e não exoneráveis ad nutum –, como veremos
mais adiante.

Assim, percebam que, além da “autoridade máxima”, atuará também no PAR uma “comissão de
servidores”. A “autoridade competente” é responsável por instaurar o PAR, designar a comissão

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e, ao final dos trabalhos desta, decidir pela aplicação ou não da penalidade à empresa, com base
no relatório elaborado pela comissão.

Portanto, uma vez instaurado o processo, designada a comissão e delimitadas as condutas da


pessoa jurídica, chegamos à segunda fase do PAR: apresentação de defesa pela pessoa jurídica.
Assim, em respeito aos princípios do contraditório e da ampla defesa, a PJ processada será
chamada a apresentar sua defesa, no prazo de 30 dias, contados a partir da sua intimação (art.
11).

Na sequência, de posse das provas da conduta empresarial e da defesa apresentada, a comissão


irá elaborar o relatório, o qual irá subsidiar o julgamento pela autoridade máxima (ou por quem
ela delegar).

Pela importância em provas, adiante iremos detalhar as regras aplicáveis à comissão processante.

➢ Comissão do PAR
A apuração administrativa deve ser realizada por uma comissão, designada pela autoridade
instauradora, composta por 2 servidores estáveis ou mais (art. 10, caput).

A missão desta comissão, como adiantamos pouco acima, consiste na elaboração de um relatório
sobre suas apurações, no prazo de 180 dias, contados da data da publicação do ato que a instituir.

Este relatório deve descrever os fatos que estão sendo apurados, a responsabilidade da pessoa
jurídica e, ao final, sugerir as sanções a serem aplicadas (sempre de forma motivada) - art. 10, §3º.

Como são muitas informações a serem examinadas pela comissão, é possível a prorrogação do
prazo de 180 dias, mediante ato fundamentado da autoridade instauradora (art. 10, §4º).

Ao final dos trabalhos, este relatório é remetido à autoridade instauradora para julgamento (art.
12).

Além deste trabalho de apuração, a Lei 12.846 conferiu outras 3 prerrogativas específicas à
comissão.

1) A comissão pode solicitar ao departamento jurídico do órgão a realização de medidas


judiciais necessárias para a investigação e o processamento das infrações, inclusive de busca e
apreensão (art. 10, §1º). Neste caso, a comissão solicita ao departamento jurídico, o qual ingressa
judicialmente requerendo a um juiz a expedição das medidas judiciais investigativas.

2) Além disso, a comissão poderá, como medida cautelar, propor à autoridade instauradora
que suspenda os efeitos do ato ou processo objeto da investigação (art. 10, §2º). Neste caso, a

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comissão limita-se a propor a medida, sendo que a competência para efetiva expedição da
cautelar é da autoridade que instaurou o processo.

3) A comissão, após a conclusão do procedimento administrativo, dará conhecimento ao


Ministério Público de sua existência, para apuração de outros delitos, especialmente na esfera
criminal (art. 15).

➢ Outras observações
Quando se observa, até mesmo em um processo administrativo, que a PJ abusou de sua
personalidade jurídica, a Lei 12.846 autoriza 1
sua desconsideração (art. 14)9. Estaremos diante,
assim, da desconsideração da personalidade jurídica.

Isto permitirá que os efeitos das sanções aplicadas à empresa (como por exemplo a multa) sejam
estendidos aos bens e patrimônios dos sócios daquela pessoa jurídica que possuam poder de
administração. Neste caso, deve-se oportunizar o contraditório e a ampla defesa a eles.

Segundo o dispositivo legal, tal desconsideração somente poderá ocorrer quando a personalidade
jurídica da empresa for utilizada para facilitar, dissimular ou encobrir a prática dos atos ilícitos
previstos na Lei 12.846 ou para provocar confusão patrimonial.

efeitos da condenação sejam estendidos


ao patrimônios dos sócios
Desconsideração
da personalidade
facilitar, dissimular ou encobrir
jurídica da empresa
a prática dos atos ilícitos
hipóteses previstos na Lei 12.846

confusão patrimonial

----

Por fim, vale reforçar que a instauração de processo administrativo específico para ressarcimento
integral do dano não prejudica a aplicação imediata das sanções estabelecidas nesta Lei (art. 13).

9
De modo similar ao previsto no artigo 50 do Código Civil Brasileiro.

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Caso o processo administrativo para apuração do dano seja concluído e este não seja pago, o
crédito apurado será inscrito em dívida ativa da fazenda pública (art. 13, parágrafo único).

Adiante trataremos do acordo de leniência, que pode beneficiar a empresa infratora, reduzindo
as sanções a que se sujeitaria.

5. ACORDO DE LENIÊNCIA
Leniência, do inglês "leniency", tem significado de clemência, indulgência, abrandamento.

De forma similar à "delação premiada" do direito penal10, a Lei 12.846 criou a figura do "acordo
de leniência" para beneficiar pessoas jurídicas que tenham praticado os atos lesivos estudados
(capitulados no artigo 5º) e desejem colaborar com as investigações.

10
Nome popular da “colaboração premiada”, a exemplo daquela instituída pela Lei 9.807/1999.

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O “acordo de leniência” é celebrado na via administrativa, previsto nos artigos 16 e 17 da Lei


Anticorrupção, é o instrumento que permite geração de benefícios mútuos, para a empresa e para
a Administração Pública.

De um lado, a empresa que celebra o acordo terá significativa redução nas penalidades que
poderia sofrer (art. 16, §2º).

Por outro lado, ela deverá colaborar efetivamente com as investigações, permitindo (i)
identificação de outros envolvidos, quando couber, e (ii) obtenção célere de documentos que
comprovem o ato lesivo (art. 16, caput).

Empresa Administração
• redução das • pode identificar
sanções a que se demais envolvidos na
sujeitaria irregularidade

• obtém documentos e
provas com maior
celeridade

Este acordo de leniência, no entanto, não é novidade no direito administrativo brasileiro. Isto
porque, dois anos antes, a Lei do Cade11 (Conselho Administrativo de Defesa Econômica – Lei )
também previu tal figura, na esfera administrativa, para aquelas empresas que praticassem
infrações à ordem econômica e desejassem colaborar com as investigações.

11
Lei 12.529/2011, art. 86. O Cade, por intermédio da Superintendência-Geral, poderá celebrar acordo
de leniência, com a extinção da ação punitiva da administração pública ou a redução de 1 (um) a 2/3
(dois terços) da penalidade aplicável, nos termos deste artigo, com pessoas físicas e jurídicas que forem
autoras de infração à ordem econômica, desde que colaborem efetivamente com as investigações e o
processo administrativo e que dessa colaboração resulte: (..)

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Dito isto, precisamos conhecer 3 principais aspectos dos acordos de leniência, a saber:

A) quais os requisitos para sua celebração;

B) os efeitos gerados;
5
C) de quem é a competência para celebrá-lo;

5.1. Requisitos do acordo de leniência

Para que o acordo de leniência consiga, efetivamente, gerar os benefícios dele esperados, o
legislador estabeleceu 4 importantes requisitos, cumulativos (art. 16, §1º):

PJ admita sua participação no ilícito


comparecendo, sob suas
PJ coopere plena e
expensas, sempre que
permanentemente com as
solicitada, a todos os atos
investigações e o processo
processuais, até seu
acordo de administrativo
encerramento
leniência -
requisitos PJ seja a 1ª a se manifestar sobre seu
interesse em cooperar para a
apuração do ato ilícito

PJ cesse completamente seu a partir da data de


envolvimento na infração propositura do acordo

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Comentando um pouco mais estes requisitos, a partir da lista acima, percebam, inicialmente, que
a pessoa jurídica deve “confessar” sua participação na infração. Esta “confissão”, no entanto, não
ocorrerá se a Administração rejeitar a proposta de acordo (art. 16, § 7º). Ou seja, a “confissão”
somente ocorre caso o acordo de leniência seja realmente celebrado.

Exemplo: a empresa XPTO propõe à União a celebração de acordo de leniência em relação


1
a fraudes praticadas no âmbito de um Ministério. Ao examinar a proposta de acordo, no
entanto, a Administração rejeita sua celebração. Nesta situação, como a proposta foi
rejeitada, não se considera, juridicamente, que a empresa admitiu sua participação no
ato ilícito.

Para ser possível a celebração do acordo, a PJ deve, também, cooperar com as investigações
levadas a cabo pela Administração Pública, de modo permanente e pleno. Assim, sempre que
solicitada, deve comparecer ao processo, arcando com os custos envolvidos.

Além disso, aquela pessoa jurídica deve ter sido a primeira a se manifestar a respeito daquele
ilícito. Tal requisito tem lugar quando o ato lesivo é praticado por mais de uma pessoa, por meio
de um “concurso de agentes”. A despeito da literalidade do dispositivo legal, a regulamentação
conferida pelo Decreto 8.420/2015 e a doutrina têm defendido a aplicação deste requisito quando
for relevante.

Por fim, além de “confessar sua participação no ilícito”, a empresa deve cessar completamente
seu envolvimento na infração, desde a propositura do acordo (e não desde sua celebração).

Caso a pessoa jurídica descumpra obrigações assumidas no acordo, ficará impedida de celebrar
novo acordo pelo prazo de 3 anos, contados do conhecimento, pela administração pública, do
seu descumprimento (art. 16, §8º).

5.2. Efeitos gerados pelo acordo

Vamos examinar os efeitos gerados pelo acordo tanto sob a ótica da pessoa jurídica (PJ) como da
empresa.

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Para a pessoa jurídica (PJ), sabemos que a celebração do acordo significa redução ou, até mesmo,
isenção de algumas das sanções a que se sujeitaria. Vejam que o acordo não significa que a
empresa estará livre de qualquer sanção, pois ela continuará sujeita às sanções que não forem
objeto de redução ou isenção.

Dito isto, a Lei prevê redução da multa administrativa em até 2/3. Isto significa que, apesar de ser
uma redução expressiva, ao menos 1/3 da multa continua sendo devido pela empresa.

Além disso, o acordo isentará a empresa da sanção administrativa de publicação extraordinária da


condenação.

Em relação às sanções da esfera judicial, o acordo de leniência isenta a empresa da sanção de


“proibição de receber incentivos, subsídios, 0subvenções, doações ou empréstimos de entes
públicos”.

Além destas isenções/reduções, o acordo de leniência da Lei 12.846 pode abranger também
irregularidades previstas na Lei 8.666/1993, de sorte que sua celebração teria o condão de impedir
a aplicação ou reduzir as sanções previstas nos artigos 86 a 88 da Lei 8.666/1993 (advertência,
multa, suspensão para licitar e contratar e declaração de inidoneidade).

Em relação ao dano aos cofres públicos causado pela conduta da empresa, ele não será perdoado
ou reduzido (art. 16, §3º). A legislação prevê que, sob hipótese alguma, o ressarcimento do dano
causado será objeto de redução.

Atenção para não confundirmos a sanção de multa com ressarcimento do dano.

O ressarcimento do dano significa uma mera recomposição, uma devolução, o retorno ao


status quo anterior. Por este motivo, parte da doutrina nem considera o ressarcimento do
dano como sendo uma "sanção" propriamente dita.

Por exemplo, se a Administração desembolsou R$ 10 milhões a mais em virtude de fraude


cometida (ou seja, poderia ter comprado por R$ 50 e acabou adquirindo por R$ 60
milhões), estes R$ 10 milhões seriam exatamente o valor a ser recomposto aos cofres
públicos. Mesmo que celebre um acordo de leniência, a empresa poderá deixar de
devolver estes valores.

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A multa, por outro lado, seria uma repercussão adicional, uma quantia que vai além do
dano causado, que poderia ser aplicada à empresa em razão da ilicitude da conduta. Esta,
sim, pode ser reduzida em virtude do acordo de leniência (redução de no máximo 2/3).

Seguindo adiante, destaco que, se a pessoa jurídica compõe um grupo econômico, seja de fato
ou de direito, os efeitos do acordo de leniência serão estendidos às demais pessoas jurídicas do
grupo, desde que firmem o acordo em conjunto (art. 16, § 5º).

----

Já sob o ponto de vista da Administração, o acordo deve permitir o seguinte:

I - a identificação dos demais envolvidos na infração, quando couber; e

II - a obtenção célere de informações e documentos que comprovem o ilícito sob apuração.

Os detalhes quanto à obtenção de informações, documentos e demais aspectos da colaboração


serão estipulados no próprio acordo, para se assegurar a efetividade da colaboração e o resultado
útil do processo (art. 16, § 4º).

----

Agora percebam que, antes da efetiva celebração do acordo, ele consiste em uma mera proposta
de acordo, que ainda depende da anuência das partes envolvidas.

Enquanto ocorrem as tratativas entre a Administração e a pessoa jurídica interessada e até que
seja efetivamente celebrado, a proposta permanece sob sigilo, somente tornando-se pública após
a efetivação do respectivo acordo, salvo no interesse das investigações e do processo
administrativo (art. 16, §6º).

Caso seja efetivamente celebrado, o acordo interrompe o prazo prescricional dos atos ilícitos
previstos na Lei 12.846 (art. 16, §9º), que é de 5 anos (art. 25).

Por outro lado, caso rejeitada a proposta, lembro que não importará em reconhecimento da
prática do ato ilícito investigado.

Sintetizando os principais aspectos que acabamos de comentar, chegamos ao seguinte diagrama:

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redução da multa em até 2/3

publicação extraordinária da condenação


isenção
proibição de receber benefícios, doações
ou empréstimos do poder público
Acordo de
leniência - possibilidade de redução ou isenção das
efeitos sanções da Lei 8.666

não afasta a reparação integral do dano

interrompe o prazo prescricional

proposta de acordo é sigilosa, até sua


efetivação

5.3. Competência para celebração

A Lei 12.846 atribui à Controladoria-Geral da União (CGU) a competência para celebrar os acordos
de leniência no âmbito do Poder Executivo federal e também em relação a atos lesivos praticados
contra a administração pública estrangeira (art. 16, § 10).

Em relação aos demais poderes e esferas de governo, a competência será, em regra, da


autoridade máxima de cada órgão ou entidade (art. 16, caput).

Portanto, estamos diante de um acordo que é celebrado na via administrativa, não requerendo
processo judicial, tampouco homologação perante o juiz.

Sintetizando os principais aspectos estudados quanto ao acordo de leniência, chegamos ao


seguinte diagrama:

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6. RESPONSABILIZAÇÃO JUDICIAL
Como as esferas de responsabilidades, em regra, são independentes e cumulativas, a
responsabilização da pessoa jurídica na esfera administrativa não afasta a possibilidade de
responsabilização na esfera judicial.

Detalhe importante é que a Lei 12.846, por óbvio, não prevê responsabilidade penal pelos atos
nela contidos, de sorte que a responsabilização judicial resume-se à reponsabilidade na esfera
cível.

Portanto, a empresa que cometer um dos atos lesivos previstos artigo 5º poderão responder a um
processo administrativo (conhecido como PAR) e a um processo judicial na esfera cível.

Assim, na responsabilização judicial (sinônimo, aqui na Lei 12.846, de esfera cível), as ações
seguirão o rito da Ação Civil Pública (ACP), regulamentada pela Lei 7.347/1985 (art. 21).

➢ Legitimidade ativa
O art. 19 da Lei 12.846 estabeleceu legitimidade concorrente para a propositura da ação judicial,
sendo que podem ingressar judicialmente tanto o Ministério Público (MP) como a pessoa política
no âmbito da qual ocorreu o ato lesivo (isto é, União, Estados, Municípios e Distrito Federal).

Como destacado anteriormente (art. 20), sendo a ação proposta pelo MP, caso comprovado que
a autoridade administrativa foi omissa na apuração de infrações cometidas, o juiz poderá também
aplicar as sanções administrativas (multa e divulgação da condenação administrativa).

Parte da doutrina defende que, apesar de o texto legal não mencionar expressamente as
entidades da administração indireta (autarquias, fundações públicas e empresas estatais), não se
pode descartar tal possibilidade, na medida em que também são vítimas dos atos lesivos previstos
na lei, à semelhança do que ocorre nas ações por improbidade administrativa.

➢ Sanções
A Lei 12.846 prevê 4 sanções aplicáveis no âmbito judicial, a saber (art. 19, caput):

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perdimento dos bens, direitos ou valores que


ressalvado o direito do lesado
representem vantagem ou proveito direta ou
ou de terceiro de boa-fé
indiretamente obtidos da infração
responsabilização judicial

suspensão ou interdição parcial de suas


atividades
sanções -

dissolução compulsória da pessoa jurídica

proibição de receber incentivos, subsídios,


subvenções, doações ou empréstimos de
órgãos ou entidades públicas e de instituições de 1 a 5 anos
financeiras públicas ou controladas pelo poder
público

Estas sanções podem ser aplicadas, isolada ou cumulativamente (Art. 19, § 3º) e, em relação a
duas delas, vale a pena tecer considerações adicionais.

Tratando-se da sanção de perdimento de bens, vale ressaltar que os valores e bens obtidos
devem, preferencialmente, ser revertidos em favor do ente público lesado (art. 24), assim como
ocorre com a arrecadação das multas administrativas.

A dissolução compulsória da pessoa jurídica será determinada quando comprovado (Art. 19, § 1º):

I - ter sido a personalidade jurídica utilizada de forma habitual para facilitar ou promover a
prática de atos ilícitos; ou

II - ter sido constituída para ocultar ou dissimular interesses ilícitos ou a identidade dos
beneficiários dos atos praticados.

Antes de avançar, aproveito para comparar com as sanções administrativas:

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Responsabilização administrativa Responsabilização judicial


(processo administrativo) (processo judicial)

perda dos bens, direitos e valores


decorrentes da infração
multa (0,1 a 20% do faturamento)
suspensão ou interdição parcial de suas
atividades

dissolução compulsória da pessoa


jurídica
publicação extraordinária da
condenação proibição de receber subsídios, doações
ou empréstimos de entes públicos (1 a 5
anos)

A Lei das Estatais (Lei 13.303/2016), em seu artigo 94, determina que aplicam-se às estatais
brasileiras as sanções previstas na Lei 12.846/13, exceto aquelas relativas a (i) suspensão ou
interdição parcial de suas atividades, (ii) dissolução compulsória da pessoa jurídica e (iii) proibição
de receber incentivos, doações ou empréstimos.

-----

De toda forma, a condenação judicial torna certa a obrigação de reparar, integralmente, o dano
causado pelo ilícito, cujo valor será apurado em posterior liquidação, se não constar
expressamente da sentença (art. 21, parágrafo único).

➢ Indisponibilidade de bens
A Lei 12.846 prevê a medida cautelar de indisponibilidade dos bens da empresa acusada, quando
esta medida se tornar necessária para assegurar o efetivo pagamento da multa e a integral
reparação do dano causado (Art. 19, § 4º).

A indisponibilidade poderá ser decretada pelo juiz, a requerimento do Ministério Público ou do


departamento jurídico do ente público lesado, levando em consideração diversas circunstâncias

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(previstas no artigo 7º, como gravidade, situação econômica do infrator etc), ressalvado o direito
de terceiro de boa-fé.

➢ Prescrição
O artigo 25 da Lei estabelece o prazo prescricional de 5 anos para que as sanções sejam aplicadas,
também para as sanções judiciais. Tal prazo é contado da data da ciência da infração ou, no caso
de infração permanente ou continuada, do dia em que tiver cessado.

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7. CADASTRO NACIONAL DE EMPRESAS PUNIDAS – CNEP


Além de regulamentar a responsabilidade das pessoas jurídicas por atos lesivos à Administração,
a Lei 12.846 criou o Cadastro Nacional de Empresas Punidas (CNEP), para agregar e conferir
publicidade às sanções aplicadas com fundamento na Lei Anticorrupção (art. 23)12.

Reparem que este cadastro tem caráter nacional, reunindo informações de todas as empresas
apenadas, compilando sanções aplicadas por entes públicos de todos os Poderes e todas as
esferas de Governo (U, E, DF e M).

O Cnep conterá, entre outras, as seguintes informações acerca das sanções aplicadas:

I - razão social e número do CNPJ da pessoa jurídica

II - tipo de sanção

III - data de aplicação e data final da vigência do efeito limitador ou impeditivo da sanção,
quando for o caso.

Em caso de celebração de acordo de leniência, as autoridades também deverão repassar tal


informação e alimentar o Cnep, salvo se esse procedimento vier a causar prejuízo às investigações
e ao processo administrativo.

Caso a pessoa jurídica não cumpra o acordo de leniência, tal descumprimento também deverá ser
registrado no Cnep, até para que se possa controlar a vedação a novos acordos pelo prazo de 3
anos.

12
Bem como do Cadastro Nacional de Empresas Inidôneas e Suspensas – CEIS – que reúne dados das
sanções de suspensão para licitar e contratar e a declaração de inidoneidade com base na Lei 8.666/1993.

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8. RESUMO

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9. QUESTÕES COMENTADAS
1. CEBRASPE (CESPE) - AJ (TJ PA) /TJ PA/Administrativa/2020
No que se refere ao acordo de leniência previsto na Lei n.º 12.846/2013, assinale a opção correta.
a) A proposta de acordo de leniência suspende o prazo prescricional dos atos ilícitos previstos na
referida lei.
b) O termo final para a prática dos atos infracionais pela pessoa jurídica é a celebração do acordo
de leniência.
c) A celebração do acordo de leniência isenta a pessoa jurídica da sanção de multa.
d) O acordo de leniência não exime a pessoa jurídica da obrigação de reparar integralmente o
dano causado.
e) A celebração dos acordos de leniência no âmbito do Poder Executivo federal é de competência
exclusiva do Ministério Público Federal.
Comentários:
A Letra (A) está incorreta. De acordo com o art. 16, § 9º, da Lei 12.846/2013, quando o acordo de
leniência é celebrado, ocorre uma interrupção do prazo prescricional, e não uma suspensão. A
suspensão da prescrição faz cessar, temporariamente, seu curso. Uma vez superada a causa de
suspensão, a prescrição retoma seu curso, computando o tempo anteriormente decorrido. Já no
caso da interrupção, o tempo decorrido anteriormente é perdido. Em outras palavras, na
interrupção o prazo é “zerado”, diferentemente da suspensão. Uma vez que a causa de
interrupção é superada, o prazo prescricional tem um novo início. Vejamos o dispositivo legal
supracitado:

Art. 16. A autoridade máxima de cada órgão ou entidade pública poderá celebrar acordo
de leniência com as pessoas jurídicas responsáveis pela prática dos atos previstos nesta Lei
que colaborem efetivamente com as investigações e o processo administrativo, sendo que
dessa colaboração resulte:

§ 9º A celebração do acordo de leniência interrompe o prazo prescricional dos atos ilícitos


previstos nesta Lei.

A Letra (B) está incorreta, pois, conforme o art. 16, § 1º, II da Lei 12.846/2013, o termo final para
a prática da infração é a data em que se propõe o acordo de leniência e não a sua celebração.
Vejamos o referido dispositivo legal:

Art. 16. (...)

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§ 1º O acordo de que trata o caput somente poderá ser celebrado se preenchidos,


cumulativamente, os seguintes requisitos:

II - a pessoa jurídica cesse completamente seu envolvimento na infração investigada a


partir da data de propositura do acordo;

A Letra (C) está incorreta. De acordo com o art. 16, §2º, da Lei 12.846/2013, ao celebrar o acordo
de leniência, a penalidade de multa será reduzida em até 2/3 do valor inicial. Assim, a pessoa
jurídica não ficará isenta dessa sanção.

redução da multa em até 2/3


Acordo de
leniência -
publicação extraordinária da condenação
efeitos
isenção
proibição de receber benefícios, doações ou
empréstimos do poder público

A Letra (D) está correta. Segundo o art. 16, § 3º, da Lei 12.846/2013, a celebração do acordo de
leniência não desobriga a reparação integral do dano causado pela pessoa jurídica. Vejamos o
dispositivo supracitado:

Art. 16. A autoridade máxima de cada órgão ou entidade pública poderá celebrar acordo
de leniência com as pessoas jurídicas responsáveis pela prática dos atos previstos nesta Lei
que colaborem efetivamente com as investigações e o processo administrativo, sendo que
dessa colaboração resulte:

§ 3º O acordo de leniência não exime a pessoa jurídica da obrigação de reparar


integralmente o dano causado.

A Letra (E) está incorreta. O órgão competente para celebrar acordo de leniência no Executivo
federal não é o Ministério Público Federal, mas sim a Controladoria Geral da União. É o que diz o
art. 16, § 10, da Lei 12.846/2013. Vejamos:

Art. 16. (...)

§ 10. A Controladoria-Geral da União - CGU é o órgão competente para celebrar os


acordos de leniência no âmbito do Poder Executivo federal, bem como no caso de atos
lesivos praticados contra a administração pública estrangeira.

Gabarito (D)

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2. CEBRASPE (CESPE) - AJ (TJ PA) /TJ PA/Administrativa/2020


Considerando o disposto na Lei n.º 12.846/2013, assinale a opção correta.
a) É vedada a delegação da competência para a instauração e o julgamento de processo
administrativo de apuração de responsabilidade.
b) A sanção de multa terá como limite mínimo o percentual de 0,2% do faturamento líquido do
ano anterior à instauração do processo administrativo.
c) O prazo prescricional será suspendido com o julgamento do processo administrativo.
d) Pessoa jurídica estrangeira está imune à incidência das regras estabelecidas na referida lei.
e) Comissão constituída para a apuração de responsabilidade poderá, cautelarmente, propor à
autoridade instauradora que suspenda os efeitos do ato ou processo objeto da investigação.
Comentários:

A Letra (A) está incorreta. A instauração e julgamento do processo administrativo de apuração de


responsabilidade, conforme o art. 8º, § 1º da Lei 12.846/2013, poderá ter sua competência
delegada. Deve-se atentar, pois o mesmo dispositivo legal traz a proibição de subdelegação das
referidas competências. Vejamos o artigo supracitado:

Art. 8º A instauração e o julgamento de processo administrativo para apuração da


responsabilidade de pessoa jurídica cabem à autoridade máxima de cada órgão ou
entidade dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, que agirá de ofício ou mediante
provocação, observados o contraditório e a ampla defesa.

§ 1º A competência para a instauração e o julgamento do processo administrativo de


apuração de responsabilidade da pessoa jurídica poderá ser delegada, vedada a
subdelegação.

A Letra (B) está incorreta. De acordo com o art. 6º, I, da Lei 12.846/2013, o percentual mínimo de
uma multa é no valor de 0,1% do faturamento bruto. Portanto, a assertiva peca, duplamente, ao
mencionar o percentual incorreto de 0,2% e que a base seria o faturamento líquido. Vejamos o
referido dispositivo legal:

Art. 6º Na esfera administrativa, serão aplicadas às pessoas jurídicas consideradas


responsáveis pelos atos lesivos previstos nesta Lei as seguintes sanções:

I - multa, no valor de 0,1% (um décimo por cento) a 20% (vinte por cento) do faturamento
bruto do último exercício anterior ao da instauração do processo administrativo, excluídos
os tributos, a qual nunca será inferior à vantagem auferida, quando for possível sua
estimação; e

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A Letra (C) está incorreta, pois, segundo o art. 16, § 9º, da Lei 12.846/2013, quando o acordo de
leniência é celebrado, ocorre uma interrupção do prazo prescricional dos atos ilícitos, e não uma
suspensão. A suspensão da prescrição faz cessar, temporariamente, seu curso. Uma vez superada
a causa de suspensão, a prescrição retoma seu curso, computando o tempo anteriormente
decorrido. Já no caso da interrupção, o tempo decorrido anteriormente é perdido. Uma vez que
a causa de interrupção é superada, o prazo prescricional tem um novo início.

A Letra (D) está incorreta. A assertiva erra ao dizer que pessoa jurídica estrangeira está imune às
regras estabelecidas na Lei Anticorrupção. Conforme o parágrafo único do art. 1º da referida lei,
as disposições legais são aplicadas às sociedades estrangeiras que possuam sede, filial ou
representação no Brasil. Vejamos o dispositivo legal supracitado:

Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a responsabilização objetiva administrativa e civil de pessoas
jurídicas pela prática de atos contra a administração pública, nacional ou estrangeira.

Parágrafo único. Aplica-se o disposto nesta Lei às sociedades empresárias e às sociedades


simples, personificadas ou não, independentemente da forma de organização ou modelo
societário adotado, bem como a quaisquer fundações, associações de entidades ou
pessoas, ou sociedades estrangeiras, que tenham sede, filial ou representação no
território brasileiro, constituídas de fato ou de direito, ainda que temporariamente.

A Letra (E) está correta. A alternativa trouxe a literalidade do art. 10, § 2º, da Lei Anticorrupção,
que prevê uma das prerrogativas garantidas à comissão:

Art. 10. O processo administrativo para apuração da responsabilidade de pessoa jurídica


será conduzido por comissão designada pela autoridade instauradora e composta por 2
(dois) ou mais servidores estáveis.

§ 2º A comissão poderá, cautelarmente, propor à autoridade instauradora que suspenda


os efeitos do ato ou processo objeto da investigação.

Gabarito (E)

3. CEBRASPE (CESPE) – Aux J (TJ PA) /TJ PA/"Sem Área"/2020


Considerando o disposto na Lei n.º 12.846/2013, assinale a opção correta.
a) As regras da referida lei são inaplicáveis às fundações privadas.
b) A responsabilização das pessoas jurídicas é subjetiva.
c) Na hipótese de fusão, a sucessora poderá ser responsabilizada por ressarcir valores superiores
ao montante total do patrimônio transferido.
d) O limite para a sanção de multa será de 40% do faturamento líquido do ano anterior à
instauração do processo administrativo sancionador.

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e) Os dirigentes ou administradores somente serão responsabilizados por atos ilícitos na medida


da sua culpabilidade.
Comentários:

A Letra (A) está incorreta. De acordo com o parágrafo único do art. 1º da Lei 12.846/2013, as
fundações privadas, bem como associações de entidades ou pessoas, sociedades estrangeiras,
sociedades simples, personificadas ou não, são abrangidas pelas disposições da referida lei.
Vejamos o dispositivo legal supracitado:

Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a responsabilização objetiva administrativa e civil de pessoas
jurídicas pela prática de atos contra a administração pública, nacional ou estrangeira.

Parágrafo único. Aplica-se o disposto nesta Lei às sociedades empresárias e às sociedades


simples, personificadas ou não, independentemente da forma de organização ou modelo
societário adotado, bem como a quaisquer fundações, associações de entidades ou
pessoas, ou sociedades estrangeiras, que tenham sede, filial ou representação no território
brasileiro, constituídas de fato ou de direito, ainda que temporariamente.

A Letra (B) está incorreta, pois, segundo o art. 2º da Lei 12.846/2013, a responsabilidade civil das
pessoas jurídicas é objetiva, e não subjetiva. Portanto, a referida responsabilização não depende
da análise de dolo ou culpa da conduta lesiva.

A Letra (C) está incorreta. A alternativa erra ao afirmar que a sucessora poderá ressarcir valores
acima ao montante do patrimônio transferido na fusão. De acordo com o art. 4º, § 1º, da Lei
12.846/2013, essa responsabilização se dará até o limite do patrimônio transferido. Vejamos o
dispositivo legal supracitado:

Art. 4º (...)

§ 1º Nas hipóteses de fusão e incorporação, a responsabilidade da sucessora será restrita


à obrigação de pagamento de multa e reparação integral do dano causado, até o limite do
patrimônio transferido, não lhe sendo aplicáveis as demais sanções previstas nesta Lei
decorrentes de atos e fatos ocorridos antes da data da fusão ou incorporação, exceto no
caso de simulação ou evidente intuito de fraude, devidamente comprovados.

A Letra (D) está incorreta. Conforme expresso no art. 6º, I, da Lei 12.846/2013, o percentual
máximo de uma multa é no valor de 20% do faturamento bruto. Portanto, a assertiva erra ao
mencionar o percentual errado e que a base seria o faturamento líquido.
A Letra (E) está correta. Segundo o art. 3º, § 2º, da Lei 12.846/2013, os administradores ou
dirigentes de sociedades empresárias possuem responsabilidade subjetiva por atos ilícitos
praticados. Portanto, a referida responsabilização depende da culpabilidade dessas pessoas.
Vejamos o dispositivo legal supracitado:

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Art. 3º A responsabilização da pessoa jurídica não exclui a responsabilidade individual de


seus dirigentes ou administradores ou de qualquer pessoa natural, autora, coautora ou
partícipe do ato ilícito.

§ 2º Os dirigentes ou administradores somente serão responsabilizados por atos ilícitos


na medida da sua culpabilidade.

Gabarito (E)

4. FCC - JE TJMS/TJ MS/2020


No que se refere ao acordo de leniência, previsto na Lei Anticorrupção − Lei Federal nº 12.846,
de 1º de agosto de 2013 –, a sua celebração
a) suspende o prazo prescricional dos atos ilícitos previstos na referida lei.
b) afasta integralmente a multa que seria aplicável à empresa que celebrou o acordo.
c) evitará a sanção de publicação extraordinária da decisão condenatória.
d) implica afastamento imediato dos dirigentes ou administradores que deram causa ao ilícito.
e) obriga a pessoa jurídica signatária a implementar ou aprimorar mecanismos internos de
integridade.
Comentários:
A Letra (A) está incorreta. Conforme exposto no art. 16, § 9º, da Lei 12.846/2013, quando o acordo
de leniência é celebrado, ocorre uma interrupção do prazo prescricional dos atos ilícitos, e não
uma suspensão (Art. 16, §9º).

A Letra (B) está incorreta. A alternativa erra ao dizer que a celebração do acordo de leniência
afasta por completo a aplicação da multa. O que ocorre é uma redução em até 2/3 do valor inicial
da multa. É o que diz o art. 16, § 2º da Lei 12.846/2013. Vejamos:

Art. 16. (...)

§ 2º A celebração do acordo de leniência isentará a pessoa jurídica das sanções previstas


no inciso II do art. 6º e no inciso IV do art. 19 e reduzirá em até 2/3 (dois terços) o valor da
multa aplicável.

A Letra (C) está correta, pois, conforme o exposto no art. 16, § 2º, da Lei 12.846/2013, a celebração
do acordo de leniência isenta a pessoa jurídica de duas penalidades. Uma delas é a publicação
extraordinária da decisão condenatória, item citado na alternativa. Além dessa sanção, a
formalização do acordo afasta a proibição da pessoa jurídica receber incentivos, subsídios,
subvenções, doações ou empréstimos de órgãos ou entidades públicas e de instituições
financeiras públicas ou controladas pelo poder público. Vejamos o referido dispositivo legal:

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Art. 16. (...)

§ 2º A celebração do acordo de leniência isentará a pessoa jurídica das sanções previstas


no inciso II do art. 6º e no inciso IV do art. 19 e reduzirá em até 2/3 (dois terços) o valor da
multa aplicável.

Art. 6º Na esfera administrativa, serão aplicadas às pessoas jurídicas consideradas


responsáveis pelos atos lesivos previstos nesta Lei as seguintes sanções:

II - publicação extraordinária da decisão condenatória.

A Letra (D) está incorreta. A Lei 12.846/2013 não dispõe sobre afastamento dos dirigentes ou
administradores que causaram o ilícito. Sobre o tema, a referida lei traz em seu art. 3º, § 2º, que é
necessária a comprovação da culpabilidade para ensejar responsabilização deles
(responsabilidade subjetiva dos dirigentes).

A Letra (E) está incorreta. A Lei Anticorrupção não traz essa obrigatoriedade para a pessoa jurídica
signatária do acordo de leniência. Essa medida foi incluída pela Medida Provisória nº 703/2015,
entretanto teve sua vigência encerrada no ano de 2016. Deve-se atentar que a existência de
mecanismos e procedimentos internos de integridade, conforme o art. 7º, VIII da Lei 12.846/2013,
é um dos requisitos levados em consideração para a aplicação das penalidades previstas na
referida lei.

redução da multa em até 2/3

publicação extraordinária da condenação

Acordo de isenção
leniência - proibição de receber benefícios, doações ou
efeitos empréstimos do poder público

não afasta a reparação integral do dano

interrompe o prazo prescricional

Gabarito (C)

5. CEBRASPE (CESPE) - PJ (MPE CE) /MPE CE/2020


De acordo com a Lei Anticorrupção (Lei n.º 12.846/2013), acordo de leniência celebrado na esfera
administrativa entre a administração pública e pessoa jurídica de direito privado, em razão da
identificação de conduta ilícita prevista na referida norma,

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a) não tem o condão de eximir a pessoa jurídica da obrigação de reparar integralmente o dano
causado na esfera cível.
b) é legítimo somente se houver comprovação de conduta culposa da pessoa jurídica envolvida
em ato de corrupção contra a administração pública.
c) é nulo de pleno direito, porque somente pode ser feito em sede de processo judicial.
d) isenta integralmente a multa aplicável pela conduta que for objeto do acordo e deve
obrigatoriamente ser mantido em sigilo até o término de seu cumprimento integral.
e) suspende o prazo prescricional para responsabilização dos atos ilícitos previstos na Lei
Anticorrupção, desde que seja ratificado pelo Ministério Público.
Comentários:
A Letra (A) está correta. De acordo com o art. 16, § 3º, da Lei 12.846/2013, a reparação integral
do dano causado não é afastada pela celebração do acordo de leniência.

A Letra (B) está incorreta. A alternativa erra ao afirmar que a responsabilização da pessoa jurídica
é subjetiva, ou seja, depende da comprovação da conduta culposa. Conforme o disposto no art.
2º da Lei 12.846/2013, a responsabilidade dessas pessoas é objetiva. Portanto, é legítima a
responsabilização das pessoas jurídicas mesmo sem comprovação de culpa.

A Letra (C) está incorreta. A celebração do acordo de leniência se dá no âmbito administrativo,


não dependendo de processo judicial. Conforme o caput do art. 16 da Lei 12.846/2013, o referido
acordo é celebrado pela autoridade máxima de cada órgão ou entidade, sendo celebrado
extrajudicialmente. Vejamos o referido dispositivo legal:

Art. 16. A autoridade máxima de cada órgão ou entidade pública poderá celebrar acordo
de leniência com as pessoas jurídicas responsáveis pela prática dos atos previstos nesta Lei
que colaborem efetivamente com as investigações e o processo administrativo, sendo que
dessa colaboração resulte:

A Letra (D) está incorreta. A alternativa erra ao dizer que a celebração do acordo de leniência
isenta integralmente a multa aplicável. O que ocorre é uma redução em até 2/3 do valor inicial da
multa (art. 16, § 2º da Lei 12.846/2013).

A Letra (E) está incorreta. Segundo o art. 16, § 9º, da Lei 12.846/2013, quando o acordo de
leniência é celebrado, ocorre uma interrupção do prazo prescricional dos atos ilícitos, e não uma
suspensão.
Gabarito (A)

6. CEBRASPE (CESPE) - Ana Min (MPE CE) /MPE CE/Direito/2020

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Considerando as disposições acerca do acordo de leniência estabelecidas na Lei n.º 12.846/2013


(Lei Anticorrupção), julgue o próximo item.
Em caso de descumprimento do acordo de leniência, a pessoa jurídica deverá ficar impedida de
celebrar novo acordo pelo prazo de três anos, contados do conhecimento pela administração
pública do referido descumprimento.
( )Certo

( )Errado
Comentários:
A questão está correta. De acordo com o art. 16, § 8º, da Lei 12.846/2013, caso uma pessoa
jurídica descumpra o acordo de leniência, ela só poderá realizar um novo acordo após 3 anos. O
início da contagem desse prazo é o conhecimento pela Administração Pública do descumprimento
do referido acordo. Vejamos o dispositivo legal supracitado:

Art. 16. A autoridade máxima de cada órgão ou entidade pública poderá celebrar acordo
de leniência com as pessoas jurídicas responsáveis pela prática dos atos previstos nesta Lei
que colaborem efetivamente com as investigações e o processo administrativo, sendo que
dessa colaboração resulte

§ 8º Em caso de descumprimento do acordo de leniência, a pessoa jurídica ficará


impedida de celebrar novo acordo pelo prazo de 3 (três) anos contados do conhecimento
pela administração pública do referido descumprimento.

Gabarito (C)

7. CEBRASPE (CESPE) - Ana Min (MPE CE) /MPE CE/Direito/2020


Considerando as disposições acerca do acordo de leniência estabelecidas na Lei n.º 12.846/2013
(Lei Anticorrupção), julgue o próximo item.
A proposta de acordo de leniência rejeitada não implica reconhecimento da prática do ato ilícito
investigado.
( )Certo
( )Errado

Comentários:
A questão está correta. De acordo com o art. 16, § 7º, da Lei 12.846/2013, a recusa realizada pela
Administração da proposta de acordo de leniência não importa uma “confissão” dos atos ilícitos.
Como podemos ver no caput do art. 16, a celebração do referido acordo é uma escolha da
Administração, um ato discricionário. Logo, seria impensável reconhecer a prática do ato ilícito

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somente pela recusa da celebração do acordo, sem o devido processo legal. Vejamos o referido
dispositivo legal:

Art. 16. A autoridade máxima de cada órgão ou entidade pública poderá celebrar acordo
de leniência com as pessoas jurídicas responsáveis pela prática dos atos previstos nesta Lei
que colaborem efetivamente com as investigações e o processo administrativo, sendo que
dessa colaboração resulte

§ 7º Não importará em reconhecimento da prática do ato ilícito investigado a proposta


de acordo de leniência rejeitada.

Gabarito (C)

8. CEBRASPE (CESPE) - Ana Min (MPE CE) /MPE CE/Direito/2020


Considerando as disposições acerca do acordo de leniência estabelecidas na Lei n.º 12.846/2013
(Lei Anticorrupção), julgue o próximo item.
A celebração do acordo de leniência exime a pessoa jurídica da obrigação de reparar
integralmente dano causado.
( )Certo
( )Errado
Comentários:
A questão está incorreta. De acordo com o art. 16, § 3º, da Lei 12.846/2013, a reparação integral
do dano causado não é afastada pela celebração do acordo de leniência.
Gabarito (E)

9. CEBRASPE (CESPE) - Ana Min (MPE CE) /MPE CE/Direito/2020


Considerando as disposições acerca do acordo de leniência estabelecidas na Lei n.º 12.846/2013
(Lei Anticorrupção), julgue o próximo item.
Celebrado o acordo de leniência, fica suspenso o prazo prescricional dos atos ilícitos previstos na
referida lei.
( )Certo
( )Errado

Comentários:
A questão está incorreta. De acordo com o art. 16, § 9º, da Lei 12.846/2013, quando o acordo de
leniência é celebrado, ocorre uma interrupção do prazo prescricional dos atos ilícitos, e não uma
suspensão.

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Gabarito (E)

10. CEBRASPE (CESPE) - AAP (PGE PE) /PGE PE/Calculista/2019


A respeito da responsabilização de pessoa jurídica pela prática de atos contra a administração
pública, julgue o item subsequente, à luz da Lei Anticorrupção (Lei n.º 12.846/2013).
Atos lesivos praticados contra a administração direta por sociedade simples nacional não
personificada e que atentem contra compromissos internacionais assumidos pelo Brasil são
passíveis de apuração por meio da instauração de processo administrativo, que pode ser
deflagrado de ofício pela autoridade máxima do órgão.
( )Certo
( )Errado
Comentários:
A questão está correta. O art. 8º da Lei 12.846/2013 traz em seu texto, além da instauração do
processo administrativo por provocação, o princípio da oficialidade. De acordo com esse princípio,
o processo administrativo pode ser deflagrado por iniciativa da própria Administração,
independentemente da provocação dos particulares. Vejamos o referido artigo:

Art. 8º A instauração e o julgamento de processo administrativo para apuração da


responsabilidade de pessoa jurídica cabem à autoridade máxima de cada órgão ou
entidade dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, que agirá de ofício ou mediante
provocação, observados o contraditório e a ampla defesa.

Dois detalhes presentes na questão podem ser observados nas redações do parágrafo único do
art. 1º e do caput do art. 5º da referida lei. Segundo esses dispositivos, às sociedades empresárias
e às sociedades simples, personificadas ou não, estão sujeitas as disposições presentes na Lei
Anticorrupção. Além disso, os atos que atentem contra compromissos internacionais assumidos
pelo Brasil são definidos, na Lei 12.846/2013, são considerados atos lesivos.

Gabarito (C)

11. CEBRASPE (CESPE) - AAP (PGE PE) /PGE PE/Calculista/2019


Considerando as disposições acerca do acordo de leniência estabelecidas na Lei n.º 12.846/2013
(Lei Anticorrupção), julgue o próximo item.
Nas hipóteses de fusão e incorporação societária legalmente promovida, a responsabilização da
pessoa jurídica sucessora restringe-se à obrigação de pagamento de multas e à reparação integral
de dano, até o limite do patrimônio transferido.

( )Certo

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( )Errado

Comentários:
A questão está correta. De acordo com o art. 4º, § 1º, da Lei 12.846/2013, as únicas condenações
impostas a pessoa jurídica sucessora, nas hipóteses de fusão e incorporação societária, são o
pagamento das multas e à reparação integral dos danos. Vejamos o referido dispositivo legal:

Art. 4º Subsiste a responsabilidade da pessoa jurídica na hipótese de alteração contratual,


transformação, incorporação, fusão ou cisão societária.

§ 1º Nas hipóteses de fusão e incorporação, a responsabilidade da sucessora será restrita


à obrigação de pagamento de multa e reparação integral do dano causado, até o limite
do patrimônio transferido, não lhe sendo aplicáveis as demais sanções previstas nesta Lei
decorrentes de atos e fatos ocorridos antes da data da fusão ou incorporação, exceto no
caso de simulação ou evidente intuito de fraude, devidamente comprovados

As demais sanções previstas na Lei 12.846/2013, tais como suspensão ou interdição parcial de
suas atividades; proibição de receber incentivos, subsídios, subvenções, doações ou empréstimos
de órgãos ou entidades públicas e de instituições financeiras públicas ou até dissolução
compulsória da pessoa jurídica, não são aplicáveis. Entretanto, nos casos de simulação ou fraude,
devidamente comprovados, as demais penalidades previstas na Lei Anticorrupção podem ser
aplicadas a pessoa jurídica sucessora.

Gabarito (C)

12. CEBRASPE (CESPE) - AAP (PGE PE) /PGE PE/Calculista/2019


A respeito da responsabilização de pessoa jurídica pela prática de atos contra a administração
pública, julgue o item subsequente, à luz da Lei Anticorrupção (Lei n.º 12.846/2013).
As sociedades empresárias consorciadas por força de contrato administrativo são responsáveis
solidárias entre si por atos de improbidade administrativa, respondendo irrestritamente umas
pelas outras nos âmbitos administrativo, civil e criminal.

( )Certo
( )Errado
Comentários:
A questão está incorreta. Segundo o art. 4, § 2º, da Lei 12.846/2013, as sociedades empresárias
consorciadas são solidariamente responsáveis pelos atos previstos na Lei Anticorrupção.
Entretanto, essa responsabilidade se limita ao pagamento de multa e a reparação integral do dano
causado. Portanto, a alternativa erra ao dizer que as referidas pessoas jurídicas são responsáveis

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solidárias por atos de improbidade administrativa. Além disso, outro equívoco da questão é
afirmar que a responsabilização é irrestrita.

Art. 4º (...)

§ 2º As sociedades controladoras, controladas, coligadas ou, no âmbito do respectivo


contrato, as consorciadas serão solidariamente responsáveis pela prática dos atos
previstos nesta Lei, restringindo-se tal responsabilidade à obrigação de pagamento de
multa e reparação integral do dano causado.

Gabarito (E)

13. CEBRASPE (CESPE) - AAP (PGE PE) /PGE PE/Calculista/2019


A respeito da responsabilização de pessoa jurídica pela prática de atos contra a administração
pública, julgue o item subsequente, à luz da Lei Anticorrupção (Lei n.º 12.846/2013).
Para avaliar a graduação da sanção administrativa a ser aplicada, a autoridade competente está
impedida de considerar parâmetros referentes ao estado econômico do infrator, devendo se
restringir ao dano ao erário efetivamente apurado.
( )Certo
( )Errado

Comentários:
A questão está incorreta. Segundo o art. 7º, VI, da Lei 12.846/2013, um dos requisitos que é levado
em consideração para a aplicação das sanções é a situação econômica do infrator. Relembrando:

gravidade da infração
vantagem auferida ou pretendida
se a infração chegou a ser consumada ou se foi apenas tentada
grau de lesão ou perigo de lesão

valoração das efeito negativo produzido pela infração


sanções
situação econômica do infrator
cooperação da pessoa jurídica para a apuração das infrações
programa de integridade (procedimentos internos de integridade, auditoria e
incentivo à denúncia de irregularidades e a aplicação efetiva de códigos de ética)
valor dos contratos mantidos pela pessoa jurídica com o órgão ou entidade
pública lesados

Gabarito (E)

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14. CEBRASPE (CESPE) - ACI (COGE CE) /COGE CE/Correição/2019


As sociedades empresárias e as fundações brasileiras ou estrangeiras sediadas no território
brasileiro serão responsabilizadas objetivamente pelos atos lesivos que praticarem, desde que
a) sejam direta e exclusivamente beneficiárias do ato.
b) os atos decorram de incorporação societária, sendo afastada a responsabilização no caso de
fusão societária.
c) ocorra a responsabilização individual das pessoas físicas que compõem a pessoa jurídica.
d) a responsabilidade das consorciadas se limite à obrigação de pagamento de multa e reparação
integral do dano causado.
e) a cisão societária preveja a responsabilidade da pessoa jurídica.

Comentários:

A Letra (A) está incorreta, pois a responsabilização das pessoas jurídicas independe de a pessoa
jurídica se beneficiar exclusivamente da prática do ato lesivo. Elas são responsabilizadas mesmo
que outras pessoas se beneficiem dos atos lesivos previstos na Lei Anticorrupção. É o que diz o
art. 2º da Lei 12.846/2013. Vejamos:

Art. 2º As pessoas jurídicas serão responsabilizadas objetivamente, nos âmbitos


administrativo e civil, pelos atos lesivos previstos nesta Lei praticados em seu interesse ou
benefício, exclusivo ou não.

A Letra (B) está incorreta. A alternativa erra ao afirmar que a fusão societária afasta a
responsabilização da pessoa jurídica. De acordo com o art. 4º da Lei 12.846/2013, nas hipóteses
de alteração contratual, transformação, incorporação, cisão ou fusão societária, a responsabilidade
é mantida. Vejamos o referido dispositivo legal:

Art. 4º Subsiste a responsabilidade da pessoa jurídica na hipótese de alteração contratual,


transformação, incorporação, fusão ou cisão societária.

A Letra (C) está incorreta, pois a responsabilização individual das pessoas físicas que compõem a
pessoa jurídica não é um requisito necessário para a responsabilização da pessoa jurídica. São
responsabilizações independentes. É o que diz o art. 3º, § 1º, da Lei 12.846/2013. Vejamos:

Art. 3º (...)

§ 1º A pessoa jurídica será responsabilizada independentemente da responsabilização


individual das pessoas naturais referidas no caput .

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A Letra (D) está correta. Conforme o exposto no art. 4º, § 2º, da Lei 12.846/2013, a
responsabilização das consorciadas é limitada ao pagamento de multa e reparação integral do
dano causado. Vejamos o referido dispositivo legal:

Art. 4º (...)

§ 2º As sociedades controladoras, controladas, coligadas ou, no âmbito do respectivo


contrato, as consorciadas serão solidariamente responsáveis pela prática dos atos
previstos nesta Lei, restringindo-se tal responsabilidade à obrigação de pagamento de
multa e reparação integral do dano causado.

A Letra (E) está incorreta. Não é necessário, para a responsabilização da pessoa jurídica, que a
cisão societária preveja tal obrigação. Segundo o parágrafo único do art. 1º da Lei 12.846/2013,
independente do modelo societário adotado ou da forma de organização da sociedade, a
responsabilização das referidas pessoas jurídicas é objetiva. Vejamos o dispositivo legal
supracitado:

Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a responsabilização objetiva administrativa e civil de pessoas
jurídicas pela prática de atos contra a administração pública, nacional ou estrangeira.

Parágrafo único. Aplica-se o disposto nesta Lei às sociedades empresárias e às sociedades


simples, personificadas ou não, independentemente da forma de organização ou modelo
societário adotado, bem como a quaisquer fundações, associações de entidades ou
pessoas, ou sociedades estrangeiras, que tenham sede, filial ou representação no território
brasileiro, constituídas de fato ou de direito, ainda que temporariamente

Gabarito (D)

15. CEBRASPE (CESPE) - ACI (COGE CE) /COGE CE/Correição/2019


A respeito de acordos de leniência e de responsabilização nos crimes previstos na Lei n.º
12.846/2013 — que dispõe sobre a responsabilização administrativa e civil de pessoas jurídicas
pela prática de atos contra a administração pública, nacional ou estrangeira —, assinale a opção
correta.
a) Celebrado o acordo de leniência, a pessoa jurídica fica automaticamente isenta do pagamento
integral de eventuais multas.
b) O acordo de leniência exime a pessoa jurídica da obrigação de reparar integralmente o dano
causado.
c) A competência para instauração e julgamento de processo administrativo de apuração de
responsabilidade de pessoa jurídica poderá ser delegada.
d) A Advocacia-Geral da União tem competência para avocar processos instaurados com
fundamento na referida lei.

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e) As sanções aplicáveis incluem a suspensão das atividades da pessoa jurídica, mas não preveem
a sua dissolução compulsória.

Comentários:

A Letra (A) está incorreta. A alternativa erra ao afirmar que a celebração do acordo de leniência
isenta integralmente o pagamento de multas. O que ocorre é uma redução em até 2/3 do valor
inicial da multa (art. 16, § 2º, da Lei 12.846/2013).

A Letra (B) está incorreta. De acordo com o art. 16, § 3º, da Lei 12.846/2013, a reparação integral
do dano causado não é afastada pela celebração do acordo de leniência.

A Letra (C) está correta. A instauração e julgamento do processo administrativo de apuração de


responsabilidade, conforme o art. 8º, § 1º, da Lei 12.846/2013, poderá ter sua competência
delegada. Deve-se atentar, pois o mesmo dispositivo legal traz a proibição de subdelegação das
referidas competências.

A Letra (D) está incorreta. O órgão competente para avocar processos instaurados com
fundamento na Lei Anticorrupção, no âmbito do Poder Executivo federal, não é a Advocacia-Geral
da União, mas sim a Controladoria-Geral da União (CGU). É o que diz o art. 8º, § 2º, da Lei
12.846/2013.

A Letra (E) está incorreta, pois a dissolução compulsória da pessoa jurídica é uma sanção prevista
na Lei Anticorrupção. É o que diz o art. 19, II, da referida norma. Para que seja determinada a
dissolução compulsória, é necessária a comprovação de que a personalidade jurídica foi utilizada
para facilitar ou promover a prática de atos ilícitos ou ter sido constituída para ocultar ou dissimular
interesses ilícitos ou a identidade dos beneficiários dos atos praticados. Vejamos o dispositivo
legal supracitado:

Art. 19. Em razão da prática de atos previstos no art. 5º desta Lei, a União, os Estados, o
Distrito Federal e os Municípios, por meio das respectivas Advocacias Públicas ou órgãos
de representação judicial, ou equivalentes, e o Ministério Público, poderão ajuizar ação
com vistas à aplicação das seguintes sanções às pessoas jurídicas infratoras:

I - perdimento dos bens, direitos ou valores que representem vantagem ou proveito direta
ou indiretamente obtidos da infração, ressalvado o direito do lesado ou de terceiro de boa-
fé;

II - suspensão ou interdição parcial de suas atividades;

III - dissolução compulsória da pessoa jurídica;

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IV - proibição de receber incentivos, subsídios, subvenções, doações ou empréstimos de


órgãos ou entidades públicas e de instituições financeiras públicas ou controladas pelo
poder público, pelo prazo mínimo de 1 (um) e máximo de 5 (cinco) anos.

Gabarito (C)

16. CEBRASPE (CESPE) - - AssP (PGE PE) /PGE PE/2019


Considerando as Leis n.º 12.846/2013 e n.º 16.309/2018, que tratam, respectivamente, de
responsabilização de pessoas jurídicas pela prática de atos contra a administração pública e do
processo administrativo de responsabilização (PAR), julgue o item a seguir.
O PAR é um procedimento preliminar, de caráter sigiloso e não punitivo, destinado a apurar os
indícios de autoria e materialidade de atos lesivos à administração pública.

( )Certo
( )Errado

Comentários:
A questão está incorreta. Segundo o art. 4º, § 1º, do Decreto 8.420/2015, o procedimento, de
caráter sigiloso e não punitivo, destinado a apurar os indícios de autoria dos atos lesivos não é o
PAR, mas sim a investigação preliminar. Essa investigação é uma etapa prévia à instauração do
PAR, processo administrativo de responsabilização. O PAR propriamente dito não possui caráter
sigiloso, pois é necessária a ampla defesa e contraditório ao longo do processo. Além disso, ele
possui caráter punitivo, conforme expresso no art. 11, § 1º, da referida lei. Vejamos os dispositivos
supracitados:

Art. 4º A autoridade competente para instauração do PAR, ao tomar ciência da possível


ocorrência de ato lesivo à administração pública federal, em sede de juízo de
admissibilidade e mediante despacho fundamentado, decidirá:

I - pela abertura de investigação preliminar;

II - pela instauração de PAR; ou

III - pelo arquivamento da matéria.

§ 1º A investigação de que trata o inciso I do caput terá caráter sigiloso e não punitivo e
será destinada à apuração de indícios de autoria e materialidade de atos lesivos à
administração pública federal.

Art. 11. Da decisão administrativa sancionadora cabe pedido de reconsideração com efeito
suspensivo, no prazo de dez dias, contado da data de publicação da decisão.

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§ 1º A pessoa jurídica contra a qual foram impostas sanções no PAR e que não apresentar
pedido de reconsideração deverá cumpri-las no prazo de trinta dias, contado do fim do
prazo para interposição do pedido de reconsideração.

Gabarito (E)

17. CEBRASPE (CESPE) - - AssP (PGE PE) /PGE PE/2019


Considerando as Leis n.º 12.846/2013 e n.º 16.309/2018, que tratam, respectivamente, de
responsabilização de pessoas jurídicas pela prática de atos contra a administração pública e do
processo administrativo de responsabilização (PAR), julgue o item a seguir.
A responsabilidade civil das pessoas jurídicas é subjetiva; depende, portanto, da análise de dolo
ou culpa na prática da conduta lesiva.

( )Certo
( )Errado

Comentários:
A questão está incorreta, pois, segundo o art. 2º da Lei 12.846/2013, a responsabilidade civil das
pessoas jurídicas é objetiva, e não subjetiva. Portanto, a referida responsabilização não depende
da análise de dolo ou culpa da conduta lesiva. Vejamos o dispositivo legal supracitado:

Art. 2º As pessoas jurídicas serão responsabilizadas objetivamente, nos âmbitos


administrativo e civil, pelos atos lesivos previstos nesta Lei praticados em seu interesse ou
benefício, exclusivo ou não.

Gabarito (E)

18. CEBRASPE (CESPE) - - AssP (PGE PE) /PGE PE/2019


Considerando as Leis n.º 12.846/2013 e n.º 16.309/2018, que tratam, respectivamente, de
responsabilização de pessoas jurídicas pela prática de atos contra a administração pública e do
processo administrativo de responsabilização (PAR), julgue o item a seguir.
A responsabilização por atos ilícitos apurados, cometidos por pessoas naturais que exercem a
administração de sociedades empresárias, será aplicada conforme a culpabilidade da pessoa.

( )Certo
( )Errado

Comentários:

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A questão está correta. Segundo o art. 3º, § 2º, da Lei 12.846/2013, os administradores ou
dirigentes de sociedades empresárias possuem responsabilidade subjetiva por atos ilícitos
praticados. Portanto, a referida responsabilização depende da culpabilidade dessas pessoas.
Vejamos o dispositivo legal supracitado:

Art. 3º A responsabilização da pessoa jurídica não exclui a responsabilidade individual de


seus dirigentes ou administradores ou de qualquer pessoa natural, autora, coautora ou
partícipe do ato ilícito.

§ 2º Os dirigentes ou administradores somente serão responsabilizados por atos ilícitos


na medida da sua culpabilidade.

Gabarito (C)

19. CEBRASPE (CESPE) - - AssP (PGE PE) /PGE PE/2019


Considerando as Leis n.º 12.846/2013 e n.º 16.309/2018, que tratam, respectivamente, de
responsabilização de pessoas jurídicas pela prática de atos contra a administração pública e do
processo administrativo de responsabilização (PAR), julgue o item a seguir.
Para apurar ilícitos administrativos lesivos a licitações e contratos públicos, admite-se ao Poder
Executivo estadual celebrar acordo de leniência com as pessoas jurídicas que tenham participado
do certame, desde que a colaboração dessas seja efetiva.

( )Certo
( )Errado

Comentários:
A questão está correta. Conforme exposto no o art. 17 da Lei 12.846/2013, poderá ser celebrado
acordo de leniência com pessoa jurídica responsável para apurar ilícitos administrativos previstos
na Lei 8.666/93, Lei esta que trata sobre licitações e contratos públicos. Vejamos o referido
dispositivo legal:

Art. 17. A administração pública poderá também celebrar acordo de leniência com a
pessoa jurídica responsável pela prática de ilícitos previstos na Lei nº 8.666, de 21 de
junho de 1993, com vistas à isenção ou atenuação das sanções administrativas
estabelecidas em seus arts. 86 a 88.

Além disso, a colaboração efetiva da pessoa jurídica é requisito fundamental para a celebração do
acordo de leniência. Segundo os incisos I e II do art. 16 da referida Lei, essa colaboração deve
resultar na identificação dos demais envolvidos na infração e na obtenção célere de informações
e documentos que comprovem o ilícito sob apuração. Vejamos os dispositivos supracitados:

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Art. 16. A autoridade máxima de cada órgão ou entidade pública poderá celebrar acordo
de leniência com as pessoas jurídicas responsáveis pela prática dos atos previstos nesta Lei
que colaborem efetivamente com as investigações e o processo administrativo, sendo que
dessa colaboração resulte:

I - a identificação dos demais envolvidos na infração, quando couber; e

II - a obtenção célere de informações e documentos que comprovem o ilícito sob apuração.

Gabarito (C)

20. CEBRASPE (CESPE) - - AssP (PGE PE) /PGE PE/2019


Considerando as Leis n.º 12.846/2013 e n.º 16.309/2018, que tratam, respectivamente, de
responsabilização de pessoas jurídicas pela prática de atos contra a administração pública e do
processo administrativo de responsabilização (PAR), julgue o item a seguir.
A responsabilização da pessoa jurídica na esfera administrativa afasta a possibilidade de sua
responsabilização na esfera judicial.

( )Certo
( )Errado

Comentários:
A questão está incorreta. Segundo o art.18 da Lei 12.846/2013, a responsabilização na esfera
administrativa não afasta a responsabilização na esfera judicial, são instâncias independentes.
Vejamos o referido dispositivo legal:

Art. 18. Na esfera administrativa, a responsabilidade da pessoa jurídica não afasta a


possibilidade de sua responsabilização na esfera judicial.

Gabarito (E)

21. CEBRASPE (CESPE) - Ana Min (MPC TCE-PA) /TCE-PA/Administração/2019


Conforme a Lei n.º 8.429/1992 e a Lei n.º 12.846/2013, assinale a opção correta, relativa à ética
no setor público.
a) O agente público tem o dever moral de agir honestamente diante dos seus pares, o que não
significa que tem o dever de lealdade para com a administração pública.
b) De acordo com o princípio da publicidade, cabe ao Poder Executivo federal formular o cadastro
nacional de empresas punidas, registrando as sanções aplicadas com base na Lei n.º 12.846/2013.

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c) Ocorrendo lesão ao patrimônio público, o agente público deverá ser responsabilizado


objetivamente pelo integral ressarcimento do dano, na forma da Lei n.º 8.429/1992.
d) As pessoas jurídicas serão responsabilizadas por ação ou omissão, dolosa ou culposa, nos
âmbitos administrativo e civil, pelos atos lesivos previstos na Lei n.º 12.846/2013 praticados em
seu interesse ou benefício, exclusivo ou não.
e) Celebrado o acordo de leniência, as partes não precisarão reparar dano causado, nos termos
do previsto no art. 16, § 3.º, da Lei n.º 12.846/2013.
Comentários:

A Letra (A) está incorreta. A alternativa erra ao afirmar que o agente público não possui o dever
de lealdade com a Administração Pública. Caso o agente pratique qualquer ação ou omissão que
viole esse dever ele pratica um ato de improbidade administrativa, conforme exposto no caput do
art. 11º da Lei 8.429/1992. Vejamos o referido dispositivo legal:

Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da
administração pública qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade,
imparcialidade, legalidade, e lealdade às instituições, e notadamente:

A Letra (B) está correta. Conforme o exposto no caput do art. 22 da Lei 12.846/2013, o cadastro
nacional de empresas punidas será criado pelo Poder Executivo federal, sendo coordenado pela
Controladoria-Geral da União (CGU). Vejamos o dispositivo legal supracitado:

Art. 22. Fica criado no âmbito do Poder Executivo federal o Cadastro Nacional de Empresas
Punidas - CNEP, que reunirá e dará publicidade às sanções aplicadas pelos órgãos ou
entidades dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário de todas as esferas de governo
com base nesta Lei.

A Letra (C) está incorreta, pois ocorrendo lesão ao patrimônio público, o agente público deverá
ser responsabilizado subjetivamente pelo integral ressarcimento do dano. O agente público tem
responsabilidade subjetiva, responde pelo dano perante o Estado ao qual serve, se tiver agido
dolosa ou culposamente, vale dizer, se tiver agido com o propósito de causar o dano, ou se tiver
agido com imprudência, negligência ou imperícia.

A Letra (D) está incorreta, pois não é necessário comprovar dolo ou culpa nos atos lesivos
praticados pelas pessoas jurídicas. De acordo com o art. 2º da Lei 12.846/2013, a referida
responsabilização é objetiva, ou seja, é necessário apenas o dano e o nexo de causalidade.
Vejamos o referido dispositivo legal:

Art. 2º As pessoas jurídicas serão responsabilizadas objetivamente, nos âmbitos


administrativo e civil, pelos atos lesivos previstos nesta Lei praticados em seu interesse ou
benefício, exclusivo ou não.

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A Letra (E) está incorreta. De acordo com o art. 16, § 3º, da Lei 12.846/2013, a reparação integral
do dano causado não é afastada pela celebração do acordo de leniência.
Gabarito (B)

22. CEBRASPE (CESPE) - Ana Min (MPC TCE-PA) /TCE-PA/Controle Externo/2019


A celebração de acordo de leniência entre administração pública e pessoa jurídica investigada
pela prática dos atos previstos na Lei n.º 12.846/2013
a) é nula de pleno direito em razão da indisponibilidade do interesse público.
b) pode ser realizada, independentemente de admissão de participação no ato ilícito pela pessoa
jurídica investigada.
c) suspende o prazo prescricional para eventual ação de responsabilidade pela prática de ilícito.
d) acarreta a isenção integral de eventual multa referente ao ilícito investigado.
e) não desonera a pessoa jurídica da obrigação de reparação integral do dano causado.

Comentários:

A Letra (A) está incorreta. A celebração do acordo de leniência é prevista na Lei 12.846/2013, em
seu art. 16. A indisponibilidade do interesse público são as restrições impostas a Administração
Pública para que ela não atue lesivamente aos interesses públicos. Logo, a alternativa erra ao
afirmar que essa celebração é nula. Vejamos o dispositivo legal supracitado:

Art. 16. A autoridade máxima de cada órgão ou entidade pública poderá celebrar acordo
de leniência com as pessoas jurídicas responsáveis pela prática dos atos previstos nesta Lei
que colaborem efetivamente com as investigações e o processo administrativo, sendo que
dessa colaboração resulte:

A Letra (B) está incorreta, pois é necessário, para a celebração do acordo de leniência, que a
pessoa jurídica admita sua participação no ato lesivo ilícito investigado. É o que diz o art. 16, § 1º,
III da Lei 12.846/2013. Relembrando:

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PJ admita sua participação no ilícito


comparecendo, sob suas
PJ coopere plena e
expensas, sempre que
permanentemente com as
solicitada, a todos os atos
investigações e o processo
acordo de processuais, até seu
administrativo
leniência - encerramento
requisitos PJ seja a 1ª a se manifestar sobre
seu interesse em cooperar para a
apuração do ato ilícito

PJ cesse completamente seu a partir da data de


envolvimento na infração propositura do acordo

A Letra (C) está incorreta, pois, conforme o exposto no art. 16, § 9º, da Lei 12.846/2013, o prazo
prescricional dos atos ilícitos é interrompido com a celebração do acordo de leniência. Ele não é
suspenso.

A Letra (D) está incorreta. A alternativa erra ao afirmar que a celebração do acordo de leniência
isenta integralmente o pagamento de multas. O que ocorre é uma redução em até 2/3 do valor
inicial da multa. É o que diz o art. 16, § 2º da Lei 12.846/2013.

A Letra (E) está correta. De acordo com o art. 16, § 3º, da Lei 12.846/2013, a reparação integral
do dano causado não é afastada pela celebração do acordo de leniência.
Gabarito (E)

23. FGV - Ana (MPE RJ) /MPE RJ/Administrativa/2019


Certa pessoa jurídica constituída sob a égide das leis brasileiras, sediada no Estado Alfa, praticou
ato lesivo à Administração Pública de outro País, cujos efeitos se consumaram exclusivamente no
estrangeiro.
À luz da sistemática estabelecida pela Lei 12.846/2013, a referida pessoa jurídica:
a) não poderá ser responsabilizada pelas autoridades brasileiras;
b) somente poderá ser administrativamente responsabilizada pela Controladoria-Geral da União;
c) somente poderá ser judicialmente responsabilizada, o que se dará por autoridade da União;
d) poderá ser administrativa e judicialmente responsabilizada pelas autoridades do Estado Alfa;
e) somente poderá ser judicialmente responsabilizada, o que se dará por iniciativa do Ministério
Público do Estado Alfa.

Comentários:

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O art. 1º da Lei 12.846/2013 traz em seu texto a abrangência da responsabilização das pessoas
jurídicas pela prática de atos previstos na norma. Podemos perceber que mesmos atos contra
administrações estrangeiras são passíveis de responsabilização pela Lei Anticorrupção. Vejamos o
referido dispositivo legal:

Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a responsabilização objetiva administrativa e civil de pessoas
jurídicas pela prática de atos contra a administração pública, nacional ou estrangeira.

Com base no exposto acima podemos afirmar que é possível a responsabilização, tanto
administrativa quanto judicialmente, no caso exposto na questão. O art. 9º da referida norma traz
de quem é a competência para apurar, processar e julgar esses atos ilícitos praticados contra as
administrações estrangeiras. No caso, essa competência é da Controladoria-Geral da União - CGU.

Gabarito (B)

24. FGV - Ana (MPE RJ) /MPE RJ/ Processual/2019


O Estado Alfa, após a instauração de processo administrativo para apurar a possível prática de
atos lesivos à Administração Pública, conforme tipificação da Lei 12.846/2013, decidiu pela
celebração de acordo de leniência com a pessoa jurídica XX. No ajuste, foi acertado o pagamento
de metade da multa cominada e a não aplicação da sanção de publicação extraordinária da
decisão.
Considerando a sistemática legal, o referido acordo foi celebrado em:
a) desacordo com a sistemática legal, pois somente poderia ser celebrado caso estivéssemos
perante atos de improbidade administrativa;
b) desacordo com a sistemática legal, pois não poderia ser celebrado pelo Estado Alfa, mas apenas
pelo Ministério Público;
c) desacordo com a sistemática legal, pois a sanção de multa não poderia ser objeto do ajuste,
mas apenas a de publicação extraordinária da decisão;
d) harmonia com a sistemática legal, pois o Estado Alfa tinha competência para celebrar o ajuste
e o seu alcance observou os balizamentos legais;
e) harmonia com a sistemática legal, desde que a celebração tenha ocorrido sob supervisão
judicial, considerando os seus reflexos nas sanções da alçada do Poder Judiciário.

Comentários:

As Letras (A) e (B) estão incorretas, visto que o acordo de leniência pode ser realizado pelo Estado
Alfa, pela autoridade máxima de cada órgão ou entidade pública. Além disso, o referido acordo
é celebrado com base na prática de atos previstos na Lei Anticorrupção, e não na Lei de
Improbidade Administrativa.

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A Letra (C) está incorreta, visto que, conforme o art. 16, § 2º, da Lei 12.846/2013, a multa é objeto
de “ajuste”, isto é, de negociação, acordo. Vejamos:

Art. 16. (...)

§ 2º A celebração do acordo de leniência isentará a pessoa jurídica das sanções previstas


no inciso II do art. 6º e no inciso IV do art. 19 e reduzirá em até 2/3 (dois terços) o valor da
multa aplicável.

A Letra (D) está correta. A questão trouxe uma situação em que a celebração do acordo de
leniência da pessoa jurídica XX fez com que a multa estipulada tivesse redução de 50% e a não
fosse aplicada a sanção de publicação extraordinária da decisão.

Fundamentada no art. 16, § 2º da Lei 12.846/2013, esse acordo foi celebrado em harmonia com a
legislação. O referido dispositivo legal diz que a celebração do acordo de leniência isentará a
pessoa jurídica das seguintes penalidades: publicação extraordinária da decisão condenatória e
proibição de receber incentivos, subsídios, subvenções, doações ou empréstimos de órgãos ou
entidades públicas e de instituições financeiras públicas ou controladas pelo poder público, pelo
prazo mínimo de 1 (um) e máximo de 5 (cinco) anos. Além disso a multa deve ser reduzida em até
66% (dois terços).

A Letra (E) está incorreta. Não é necessária a supervisão do Poder Judiciário para a celebração do
acordo de leniência. No âmbito do Poder Executivo federal, a Controladoria-Geral da União - CGU
é o órgão competente para celebrar os acordos de leniência.

Gabarito (D)

25. VUNESP - Adm Jud (TJ SP) /TJ SP/2019


Assinale a alternativa que está de acordo com a Lei no 12.846/2013 (Lei Anticorrupção).
a) O acordo de leniência exime a pessoa jurídica da obrigação de reparar integralmente o dano
causado.
b) Em caso de descumprimento do acordo de leniência, a pessoa jurídica ficará impedida de
celebrar novo acordo pelo prazo de 5 (cinco) anos contados do conhecimento pela Administração
Pública do referido descumprimento.
c) O processo administrativo para apuração da responsabilidade de pessoa jurídica será conduzido
por comissão designada pela autoridade instauradora e composta por 2 (dois) ou mais servidores
estáveis.
d) A competência para a instauração e o julgamento do processo administrativo de apuração de
responsabilidade da pessoa jurídica não poderá ser delegada.

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e) No processo administrativo para apuração de responsabilidade, será concedido à pessoa


jurídica prazo de 15 (quinze) dias para defesa.

Comentários:

A Letra (A) está incorreta. Segundo o art. 16, § 3º, da Lei 12.846/2013, a celebração do acordo de
leniência não desobriga a reparação integral do dano causado pela pessoa jurídica. Vejamos o
dispositivo supracitado:

Art. 16. A autoridade máxima de cada órgão ou entidade pública poderá celebrar acordo
de leniência com as pessoas jurídicas responsáveis pela prática dos atos previstos nesta Lei
que colaborem efetivamente com as investigações e o processo administrativo, sendo que
dessa colaboração resulte:

§ 3º O acordo de leniência não exime a pessoa jurídica da obrigação de reparar


integralmente o dano causado.

A Letra (B) está incorreta, pois, de acordo com o art. 16, § 8º, da Lei 12.846/2013, são 3 anos o
prazo em que uma pessoa jurídica que descumprir o acordo de leniência ficará impedida de
celebrar um novo acordo. Vejamos o referido dispositivo legal:

Art. 16. (...)

§ 8º Em caso de descumprimento do acordo de leniência, a pessoa jurídica ficará impedida


de celebrar novo acordo pelo prazo de 3 (três) anos contados do conhecimento pela
administração pública do referido descumprimento.

A Letra (C) está correta. A assertiva trouxe a literalidade do art. 10 da Lei 12.846/2013. Vejamos:

Art. 10. O processo administrativo para apuração da responsabilidade de pessoa jurídica


será conduzido por comissão designada pela autoridade instauradora e composta por 2
(dois) ou mais servidores estáveis.

A Letra (D) está incorreta. A instauração e julgamento do processo administrativo de apuração de


responsabilidade, conforme o art. 8º, § 1º, da Lei 12.846/2013, poderá ter sua competência
delegada. Deve-se atentar, pois o mesmo dispositivo legal traz a proibição de subdelegação das
referidas competências. Vejamos o artigo supracitado:

Art. 8º A instauração e o julgamento de processo administrativo para apuração da


responsabilidade de pessoa jurídica cabem à autoridade máxima de cada órgão ou
entidade dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, que agirá de ofício ou mediante
provocação, observados o contraditório e a ampla defesa.

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§ 1º A competência para a instauração e o julgamento do processo administrativo de


apuração de responsabilidade da pessoa jurídica poderá ser delegada, vedada a
subdelegação.

A Letra (E) está incorreta, pois, conforme o art. 11 da Lei 12.846/2013, o prazo de defesa da pessoa
jurídica no processo administrativo, não são 15 dias, mas sim 30 dias. Vejamos o dispositivo legal
supracitado:

Art. 11. No processo administrativo para apuração de responsabilidade, será concedido à


pessoa jurídica prazo de 30 (trinta) dias para defesa, contados a partir da intimação.

Gabarito (C)

26. VUNESP - Proc Ju (CM Serrana) /CM Serrana/2019


É correto afirmar, nos termos
a) da Lei nº 12.846/13 (responsabilização administrativa e civil de pessoas jurídicas pela prática de
atos contra a Administração Pública, nacional ou estrangeira), que não importará em
reconhecimento da prática do ato ilícito investigado a proposta de acordo de leniência rejeitada.
b) da Lei nº 8.429/92 (Improbidade Administrativa), que as ações destinadas a levar a efeito as
sanções previstas nesta lei podem ser propostas até quinze anos após o término do exercício de
mandato, de cargo em comissão ou de função de confiança.
c) da Lei Complementar nº 101/00 (Lei de Responsabilidade Fiscal), que é obrigatório aos
Municípios com população inferior a cinquenta mil habitantes divulgar trimestralmente o Relatório
de Gestão Fiscal.
d) da Lei nº 12.527/11 (Lei de Acesso à Informação), que a classificação do sigilo de informações,
no âmbito da Administração Pública federal, no grau de ultrassecreto é de competência exclusiva
do Presidente da República.
e) do Decreto-Lei nº 201/67 (Responsabilidade dos Prefeitos), que a conduta do Prefeito de
apropriar-se de bens ou rendas públicas é considerada um crime de responsabilidade, sujeitando-
o ao julgamento pela Câmara dos Vereadores, após o trânsito em julgado de sentença.
Comentários:

Questão que mesclou regras de vários assuntos, mas é possível tecermos comentários sobre a
alternativa, especialmente. Vamos lá!

A Letra (A) está correta. De acordo com o art. 16, § 7º, da Lei 12.846/2013, a proposta de acordo
de leniência rejeitada pela autoridade não faz com que a prática do ato ilícito seja reconhecida.
Para isso é necessário o devido processo legal.

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A Letra (B) está incorreta. A alternativa erra ao colocar o prazo de quinze anos. Segundo o art. 23,
I da Lei nº 8.429/92, o referido prazo para propor a ação é de até cinco anos após o fim do exercício
de mandato, de cargo em comissão ou de função de confiança. Vejamos o referido dispositivo
legal:

Art. 23. As ações destinadas a levar a efeitos as sanções previstas nesta lei podem ser
propostas:

I - até cinco anos após o término do exercício de mandato, de cargo em comissão ou de


função de confiança;

A Letra (C) está incorreta, pois, segundo o art. 63, II, "b", da Lei de Responsabilidade Fiscal, é
facultado aos Municípios que possuem população inferior a cinquenta mil habitantes a divulgação
semestral do Relatório de Gestão Fiscal. Logo, a alternativa erra ao afirmar que essa atividade é
obrigatória e que o prazo é trimestral.

A Letra (D) está incorreta. A alternativa erra ao afirmar que a classificação do sigilo de informações
no grau ultrassecreto é de competência exclusiva do Presidente da República. Essa competência
não é exclusiva do Presidente da República. O art. 27 da Lei nº 12.527/2011 traz um rol dos
legitimados a realizar essa classificação. Vejamos:

Art. 27. A classificação do sigilo de informações no âmbito da administração pública federal


é de competência:

I - no grau de ultrassecreto, das seguintes autoridades:

a) Presidente da República;

b) Vice-Presidente da República;

c) Ministros de Estado e autoridades com as mesmas prerrogativas;

d) Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica; e

e) Chefes de Missões Diplomáticas e Consulares permanentes no exterior;

A Letra (E) está incorreta. Realmente o referido ato de apropriar bens ou rendas públicas é um
crime de responsabilidade dos Prefeitos. Entretanto, o julgamento não cabe a Câmara dos
Vereadores, mas sim ao Poder Judiciário. O caput do art. 1º do Decreto-Lei 201/1967 traz a
seguinte redação:

Art. 1º São crimes de responsabilidade dos Prefeitos Municipal, sujeitos ao julgamento do


Poder Judiciário, independentemente do pronunciamento da Câmara dos Vereadores:

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I - apropriar-se de bens ou rendas públicas, ou desviá-los em proveito próprio ou alheio;

Gabarito (A)

27. VUNESP - Proc Leg (CM Tatuí) /CM Tatuí/2019


Segundo estabelece a Lei Federal no 12.846/13 (Lei Anticorrupção), na hipótese de uma das
pessoas jurídicas responsáveis pela prática dos atos previstos nessa Lei decidir celebrar acordo de
leniência,
a) ela ficará isenta da pena de multa sobre o seu faturamento.
b) não precisa admitir sua participação no ilícito, desde que os demais envolvidos sejam
identificados.
c) não ficará isenta da obrigação de reparar integralmente o dano causado.
d) haverá reconhecimento da prática do ato ilícito investigado, ainda que rejeitada a sua proposta
de acordo.
e) sendo ou não ele celebrado, não haverá interrupção do prazo de prescrição dos atos ilícitos
previstos na Lei.
Comentários:

A Letra (A) está incorreta. De acordo com o art. 16 da Lei 12.846/2013, ao celebrar o acordo de
leniência, a penalidade de multa será reduzida em até 2/3 do valor inicial. Assim, a pessoa jurídica
não ficará isenta dessa sanção.

A Letra (B) está incorreta, pois, segundo o art. 16, § 1º, III da Lei 12.846/2013, a confissão da
pessoa jurídica de sua participação no ilícito é um requisito essencial para a celebração do acordo
de leniência. Vejamos o dispositivo legal supracitado:

Art. 16. A autoridade máxima de cada órgão ou entidade pública poderá celebrar acordo
de leniência com as pessoas jurídicas responsáveis pela prática dos atos previstos nesta Lei
que colaborem efetivamente com as investigações e o processo administrativo, sendo que
dessa colaboração resulte:

§ 1º O acordo de que trata o caput somente poderá ser celebrado se preenchidos,


cumulativamente, os seguintes requisitos:

I - a pessoa jurídica seja a primeira a se manifestar sobre seu interesse em cooperar para a
apuração do ato ilícito;

II - a pessoa jurídica cesse completamente seu envolvimento na infração investigada a


partir da data de propositura do acordo;

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III - a pessoa jurídica admita sua participação no ilícito e coopere plena e


permanentemente com as investigações e o processo administrativo, comparecendo, sob
suas expensas, sempre que solicitada, a todos os atos processuais, até seu encerramento.

A Letra (C) está correta, pois a mera celebração do acordo de leniência não isenta a PJ da
obrigação de pagar os danos causados.

A Letra (D) está incorreta. Consoante ao exposto no art. 16, § 7º, da Lei 12.846/2013, a proposta
de acordo de leniência rejeitada pela autoridade não faz com que a prática do ato ilícito seja
reconhecida. Para isso é necessário o devido processo legal.

A Letra (E) está incorreta, pois, conforme o exposto no art. 16, § 9º, da Lei 12.846/2013, o prazo
prescricional dos atos ilícitos é interrompido com a celebração do acordo de leniência.
==1df510==

Gabarito (C)

28. VUNESP - Proc Mun (RP)/Pref RP/2019


Sobre o processo administrativo e a responsabilização administrativa e civil de pessoas jurídicas
pela prática de atos contra a administração pública, nacional ou estrangeira, a Lei Federal nº
12.846/13 estabelece:
a) Uma vez constituída comissão para apuração da responsabilidade de pessoa jurídica, o processo
deverá ser concluído no prazo improrrogável de 180 (cento e oitenta) dias contados da data da
publicação do ato que a instituir.
b) No processo administrativo para apuração de responsabilidade, será concedido à pessoa
jurídica prazo de 15 (quinze) dias para defesa, contados a partir da intimação.
c) A instauração de processo administrativo específico de reparação integral do dano prejudica a
aplicação imediata das sanções estabelecidas na Lei nº 12.846/13.
d) A personalidade jurídica poderá ser desconsiderada sempre que utilizada com abuso do direito
para facilitar, encobrir ou dissimular a prática dos atos ilícitos previstos na Lei nº 12.846/13 ou para
provocar confusão patrimonial.
e) Os efeitos das sanções aplicadas à pessoa jurídica não serão estendidos aos seus
administradores e sócios, mesmo que estes não tenham poderes de administração.

Comentários:

A Letra (A) está incorreta, pois o prazo previsto de 180 (cento e oitenta) dias é prorrogável,
mediante ato fundamentado. É o que diz o art. 10º, § 4º da Lei 12.846/2013. Vejamos:

Art. 10º (...)

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§ 3º A comissão deverá concluir o processo no prazo de 180 (cento e oitenta) dias contados
da data da publicação do ato que a instituir e, ao final, apresentar relatórios sobre os fatos
apurados e eventual responsabilidade da pessoa jurídica, sugerindo de forma motivada as
sanções a serem aplicadas.

§ 4º O prazo previsto no § 3º poderá ser prorrogado, mediante ato fundamentado da


autoridade instauradora.

A Letra (B) está incorreta, pois, conforme o art. 11 da Lei 12.846/2013, o prazo de defesa da pessoa
jurídica no processo administrativo, não são 15 dias, mas sim 30 dias.

A Letra (C) está incorreta. Segundo o art. 13 da Lei 12.846/2013, a aplicação de forma imediata
das sanções não é prejudicada pela instauração de processo administrativo específico de
reparação integral do dano.

A Letra (D) está correta. A assertiva traz a literalidade do art. 14 da Lei Anticorrupção e o conceito
de desconsideração da personalidade jurídica. Quando ocorrer confusão patrimonial ou utilização
da personalidade jurídica para encobrir, facilitar ou dissimular atos ilícitos, a personalidade jurídica
poderá ser desconsiderada. Se isso ocorrer, a pessoa jurídica perde sua autonomia e é possível a
responsabilização pessoal dos sócios ou administradores em relação aos atos praticados de forma
fraudulenta.

A Letra (E) está incorreta, pois, de acordo com o art. 14 da Lei 12.846/2013, os efeitos da
desconsideração da personalidade jurídica são estendidos para os sócios e administradores da
pessoa jurídica. Vejamos o dispositivo legal supracitado:

Art. 14. A personalidade jurídica poderá ser desconsiderada sempre que utilizada com
abuso do direito para facilitar, encobrir ou dissimular a prática dos atos ilícitos previstos
nesta Lei ou para provocar confusão patrimonial, sendo estendidos todos os efeitos das
sanções aplicadas à pessoa jurídica aos seus administradores e sócios com poderes de
administração, observados o contraditório e a ampla defesa.

Gabarito (D)

29. VUNESP - Proc Jur (ESEF)/ESEF/2019


Assinale a alternativa correta à luz da Lei 12.846/2013, também conhecida como Lei
Anticorrupção, no que diz respeito à responsabilização de empresas que praticam atos lesivos
contra a administração.
a) As empresas somente poderão ser responsabilizadas se restar demonstrado dolo ou culpa.
b) Há responsabilidade objetiva na esfera administrativa e a responsabilidade no âmbito civil
depende de culpa.

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c) Há previsão de responsabilização objetiva, no âmbito civil e administrativo, das empresas.


d) Há responsabilização apenas de empresas que praticam atos lesivos contra a administração
pública nacional.
e) A punição dos atos lesivos contra a administração pública estrangeira depende de comprovação
de culpa.

Comentários:

A Letra (C) está correta. Segundo o art. 1º da Lei Anticorrupção, Lei 12.846/2013, a
responsabilidade administrativa e civil das pessoas jurídicas é objetiva, ou seja, independe de
comprovação de dolo ou culpa na prática do ato ilícito. Ainda no mesmo dispositivo, menciona-
se a abrangência dos atos responsabilizados. Atos contra a Administração Pública, seja nacional
ou estrangeira, são abrangidos pela referida norma. Vejamos o dispositivo legal supracitado:

Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a responsabilização objetiva administrativa e civil de pessoas
jurídicas pela prática de atos contra a administração pública, nacional ou estrangeira.

As demais alternativas estão incorretas, visto que afirmam situações contrárias ao artigo exposto
acima.
Portanto, o gabarito é a Letra (C).
Gabarito (C)

30. VUNESP - Proc Leg (CM Mauá) /CM Mauá/2019


Com relação ao Acordo de Leniência, previsto na Lei Federal no 12.846/13, que dispõe sobre a
responsabilização administrativa e civil de pessoas jurídicas pela prática de atos contra a
Administração Pública, nacional ou estrangeira, assinale a alternativa correta.
a) O acordo de leniência não exime a pessoa jurídica da obrigação de reparar integralmente o
dano causado.
b) A proposta de acordo de leniência somente se tornará pública após a sua publicação em Diário
Oficial.
c) A proposta de acordo de leniência rejeitada importará em reconhecimento da prática do ato
ilícito investigado.
d) Os efeitos do acordo de leniência não serão estendidos às pessoas jurídicas que integram o
mesmo grupo econômico.
e) A celebração do acordo de leniência não interrompe o prazo prescricional dos atos ilícitos
previstos na legislação.

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Comentários:

A Letra (A) está correta. Ela trouxe a literalidade do o art. 16, § 3º, da Lei 12.846/2013. A mera
celebração do acordo de leniência não isenta a responsabilidade civil da pessoa jurídica que
cometeu o ato ilícito. A obrigação de pagar os danos causados persiste.

A Letra (B) está incorreta, pois somente com a efetivação do acordo de leniência que este se torna
público, como regra geral. A alternativa erra ao dizer que o momento seria após a publicação no
Diário Oficial. É o que diz o art. 16, § 6º, da Lei 12.846/2013. Vejamos:

Art. 16. (...)

§ 6º A proposta de acordo de leniência somente se tornará pública após a efetivação do


respectivo acordo, salvo no interesse das investigações e do processo administrativo.

A Letra (C) está incorreta. Consoante ao exposto no art. 16, § 7º, da Lei 12.846/2013, a proposta
de acordo de leniência rejeitada pela autoridade não faz com que a prática do ato ilícito seja
reconhecida. Para isso é necessário o devido processo legal.

A Letra (D) está incorreta. Segundo o art. 16, § 5º, da Lei Anticorrupção, Lei 12.846/2013, os efeitos
do acordo de leniência serão estendidos às pessoas jurídicas que integram o mesmo grupo
econômico. Deve-se atentar que para isso ocorrer, essas empresas devem firmar o acordo em
conjunto.

A Letra (E) está incorreta, pois, conforme o exposto no art. 16, § 9º, da Lei 12.846/2013, o prazo
prescricional dos atos ilícitos é interrompido com a celebração do acordo de leniência. Vejamos o
referido dispositivo legal:

Art. 16. (...)

§ 9º A celebração do acordo de leniência interrompe o prazo prescricional dos atos ilícitos


previstos nesta Lei.

Gabarito (A)

31. VUNESP - PLeg (CM SM Arcanjo) /CM SM Arcanjo/2019


Suponha que a Sociedade Empresária XY fraudou licitação pública que transcorreu no âmbito do
Poder Executivo do Município Z, cometendo, assim, ato lesivo à administração pública, conforme
preceitua a Lei nº 12.846/13. Considerando o que dispõe tal Lei a respeito do processo
administrativo de responsabilização, é correto afirmar que

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a) a competência para a instauração e o julgamento do processo administrativo de apuração de


responsabilidade da Sociedade Empresária XY não poderá ser delegada.
b) o processo administrativo para apuração da responsabilidade da Sociedade Empresária XY será
conduzido por comissão composta por 5 (cinco) ou mais servidores.
c) no processo administrativo para apuração de responsabilidade, será concedido à Sociedade
Empresária XY prazo de 15 (quinze) dias para defesa.
d) a instauração de processo administrativo específico de reparação integral do dano prejudica a
aplicação imediata das sanções estabelecidas na Lei nº 12.846/13.
e) a comissão designada para apuração da responsabilidade da Sociedade Empresária XY, após a
conclusão do procedimento administrativo, dará conhecimento ao Ministério Público de sua
existência, para apuração de eventuais delitos.

Comentários:

A Letra (A) está incorreta. A instauração e julgamento do processo administrativo de apuração de


responsabilidade, conforme o art. 8º, § 1º, da Lei 12.846/2013, são competências que podem ser
delegadas. Deve-se atentar, pois o mesmo dispositivo legal traz a proibição de subdelegação das
referidas competências.

A Letra (B) está incorreta, pois, conforme o art. 10 da Lei 12.846/2013, a comissão que conduz o
processo administrativo que apura a reponsabilidade da pessoa jurídica pelo ato praticado é
composta por 2 (dois) ou mais servidores estáveis. A alternativa erra ao mencionar que a
composição da referida comissão é de 5 (cinco) ou mais.

A Letra (C) está incorreta, pois, conforme o art. 11 da Lei 12.846/2013, o prazo de defesa da
pessoa jurídica no processo administrativo, não são 15 (quinze) dias, mas sim 30 (trinta) dias.

A Letra (D) está incorreta. Segundo o art. 13 da Lei 12.846/2013, a aplicação de forma imediata
das sanções não é prejudicada pela instauração de processo administrativo específico de
reparação integral do dano.

A Letra (E) está de acordo com a literalidade do art. 15 da Lei 12.846/2013:

Art. 15. A comissão designada para apuração da responsabilidade de pessoa jurídica, após
a conclusão do procedimento administrativo, dará conhecimento ao Ministério Público de
sua existência, para apuração de eventuais delitos.

Gabarito (E)

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10. LISTA DAS QUESTÕES COMENTADAS


1. CEBRASPE (CESPE) - AJ (TJ PA) /TJ PA/Administrativa/2020
No que se refere ao acordo de leniência previsto na Lei n.º 12.846/2013, assinale a opção correta.
a) A proposta de acordo de leniência suspende o prazo prescricional dos atos ilícitos previstos na
referida lei.
b) O termo final para a prática dos atos infracionais pela pessoa jurídica é a celebração do acordo
de leniência.
c) A celebração do acordo de leniência isenta a pessoa jurídica da sanção de multa.
d) O acordo de leniência não exime a pessoa jurídica da obrigação de reparar integralmente o
dano causado.
e) A celebração dos acordos de leniência no âmbito do Poder Executivo federal é de competência
exclusiva do Ministério Público Federal.

2. CEBRASPE (CESPE) - AJ (TJ PA) /TJ PA/Administrativa/2020


Considerando o disposto na Lei n.º 12.846/2013, assinale a opção correta.
a) É vedada a delegação da competência para a instauração e o julgamento de processo
administrativo de apuração de responsabilidade.
b) A sanção de multa terá como limite mínimo o percentual de 0,2% do faturamento líquido do
ano anterior à instauração do processo administrativo.
c) O prazo prescricional será suspendido com o julgamento do processo administrativo.
d) Pessoa jurídica estrangeira está imune à incidência das regras estabelecidas na referida lei.
e) Comissão constituída para a apuração de responsabilidade poderá, cautelarmente, propor à
autoridade instauradora que suspenda os efeitos do ato ou processo objeto da investigação.

3. CEBRASPE (CESPE) – Aux J (TJ PA) /TJ PA/"Sem Área"/2020


Considerando o disposto na Lei n.º 12.846/2013, assinale a opção correta.
a) As regras da referida lei são inaplicáveis às fundações privadas.
b) A responsabilização das pessoas jurídicas é subjetiva.
c) Na hipótese de fusão, a sucessora poderá ser responsabilizada por ressarcir valores superiores
ao montante total do patrimônio transferido.
d) O limite para a sanção de multa será de 40% do faturamento líquido do ano anterior à
instauração do processo administrativo sancionador.
e) Os dirigentes ou administradores somente serão responsabilizados por atos ilícitos na medida
da sua culpabilidade.

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4. FCC - JE TJMS/TJ MS/2020


No que se refere ao acordo de leniência, previsto na Lei Anticorrupção − Lei Federal nº 12.846,
de 1º de agosto de 2013 –, a sua celebração
a) suspende o prazo prescricional dos atos ilícitos previstos na referida lei.
b) afasta integralmente a multa que seria aplicável à empresa que celebrou o acordo.
c) evitará a sanção de publicação extraordinária da decisão condenatória.
d) implica afastamento imediato dos dirigentes ou administradores que deram causa ao ilícito.
e) obriga a pessoa jurídica signatária a implementar ou aprimorar mecanismos internos de
integridade.

5. CEBRASPE (CESPE) - PJ (MPE CE) /MPE CE/2020


De acordo com a Lei Anticorrupção (Lei n.º 12.846/2013), acordo de leniência celebrado na esfera
administrativa entre a administração pública e pessoa jurídica de direito privado, em razão da
identificação de conduta ilícita prevista na referida norma,
a) não tem o condão de eximir a pessoa jurídica da obrigação de reparar integralmente o dano
causado na esfera cível.
b) é legítimo somente se houver comprovação de conduta culposa da pessoa jurídica envolvida
em ato de corrupção contra a administração pública.
c) é nulo de pleno direito, porque somente pode ser feito em sede de processo judicial.
d) isenta integralmente a multa aplicável pela conduta que for objeto do acordo e deve
obrigatoriamente ser mantido em sigilo até o término de seu cumprimento integral.
e) suspende o prazo prescricional para responsabilização dos atos ilícitos previstos na Lei
Anticorrupção, desde que seja ratificado pelo Ministério Público.

6. CEBRASPE (CESPE) - Ana Min (MPE CE) /MPE CE/Direito/2020


Considerando as disposições acerca do acordo de leniência estabelecidas na Lei n.º 12.846/2013
(Lei Anticorrupção), julgue o próximo item.
Em caso de descumprimento do acordo de leniência, a pessoa jurídica deverá ficar impedida de
celebrar novo acordo pelo prazo de três anos, contados do conhecimento pela administração
pública do referido descumprimento.
( )Certo

( )Errado

7. CEBRASPE (CESPE) - Ana Min (MPE CE) /MPE CE/Direito/2020

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Considerando as disposições acerca do acordo de leniência estabelecidas na Lei n.º 12.846/2013


(Lei Anticorrupção), julgue o próximo item.
A proposta de acordo de leniência rejeitada não implica reconhecimento da prática do ato ilícito
investigado.
( )Certo
( )Errado

8. CEBRASPE (CESPE) - Ana Min (MPE CE) /MPE CE/Direito/2020


Considerando as disposições acerca do acordo de leniência estabelecidas na Lei n.º 12.846/2013
(Lei Anticorrupção), julgue o próximo item.
A celebração do acordo de leniência exime a pessoa jurídica da obrigação de reparar
integralmente dano causado.
( )Certo
( )Errado

9. CEBRASPE (CESPE) - Ana Min (MPE CE) /MPE CE/Direito/2020


Considerando as disposições acerca do acordo de leniência estabelecidas na Lei n.º 12.846/2013
(Lei Anticorrupção), julgue o próximo item.
Celebrado o acordo de leniência, fica suspenso o prazo prescricional dos atos ilícitos previstos na
referida lei.
( )Certo
( )Errado

10. CEBRASPE (CESPE) - AAP (PGE PE) /PGE PE/Calculista/2019


A respeito da responsabilização de pessoa jurídica pela prática de atos contra a administração
pública, julgue o item subsequente, à luz da Lei Anticorrupção (Lei n.º 12.846/2013).
Atos lesivos praticados contra a administração direta por sociedade simples nacional não
personificada e que atentem contra compromissos internacionais assumidos pelo Brasil são
passíveis de apuração por meio da instauração de processo administrativo, que pode ser
deflagrado de ofício pela autoridade máxima do órgão.
( )Certo
( )Errado

11. CEBRASPE (CESPE) - AAP (PGE PE) /PGE PE/Calculista/2019


Considerando as disposições acerca do acordo de leniência estabelecidas na Lei n.º 12.846/2013
(Lei Anticorrupção), julgue o próximo item.

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Nas hipóteses de fusão e incorporação societária legalmente promovida, a responsabilização da


pessoa jurídica sucessora restringe-se à obrigação de pagamento de multas e à reparação integral
de dano, até o limite do patrimônio transferido.

( )Certo
( )Errado

12. CEBRASPE (CESPE) - AAP (PGE PE) /PGE PE/Calculista/2019


A respeito da responsabilização de pessoa jurídica pela prática de atos contra a administração
pública, julgue o item subsequente, à luz da Lei Anticorrupção (Lei n.º 12.846/2013).
As sociedades empresárias consorciadas por força de contrato administrativo são responsáveis
solidárias entre si por atos de improbidade administrativa, respondendo irrestritamente umas
pelas outras nos âmbitos administrativo, civil e criminal.

( )Certo
( )Errado

13. CEBRASPE (CESPE) - AAP (PGE PE) /PGE PE/Calculista/2019


A respeito da responsabilização de pessoa jurídica pela prática de atos contra a administração
pública, julgue o item subsequente, à luz da Lei Anticorrupção (Lei n.º 12.846/2013).
Para avaliar a graduação da sanção administrativa a ser aplicada, a autoridade competente está
impedida de considerar parâmetros referentes ao estado econômico do infrator, devendo se
restringir ao dano ao erário efetivamente apurado.
( )Certo
( )Errado

14. CEBRASPE (CESPE) - ACI (COGE CE) /COGE CE/Correição/2019


As sociedades empresárias e as fundações brasileiras ou estrangeiras sediadas no território
brasileiro serão responsabilizadas objetivamente pelos atos lesivos que praticarem, desde que
a) sejam direta e exclusivamente beneficiárias do ato.
b) os atos decorram de incorporação societária, sendo afastada a responsabilização no caso de
fusão societária.
c) ocorra a responsabilização individual das pessoas físicas que compõem a pessoa jurídica.
d) a responsabilidade das consorciadas se limite à obrigação de pagamento de multa e reparação
integral do dano causado.
e) a cisão societária preveja a responsabilidade da pessoa jurídica.

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15. CEBRASPE (CESPE) - ACI (COGE CE) /COGE CE/Correição/2019


A respeito de acordos de leniência e de responsabilização nos crimes previstos na Lei n.º
12.846/2013 — que dispõe sobre a responsabilização administrativa e civil de pessoas jurídicas
pela prática de atos contra a administração pública, nacional ou estrangeira —, assinale a opção
correta.
a) Celebrado o acordo de leniência, a pessoa jurídica fica automaticamente isenta do pagamento
integral de eventuais multas.
b) O acordo de leniência exime a pessoa jurídica da obrigação de reparar integralmente o dano
causado.
c) A competência para instauração e julgamento de processo administrativo de apuração de
responsabilidade de pessoa jurídica poderá ser delegada.
d) A Advocacia-Geral da União tem competência para avocar processos instaurados com
fundamento na referida lei.
e) As sanções aplicáveis incluem a suspensão das atividades da pessoa jurídica, mas não preveem
a sua dissolução compulsória.

16. CEBRASPE (CESPE) - - AssP (PGE PE) /PGE PE/2019


Considerando as Leis n.º 12.846/2013 e n.º 16.309/2018, que tratam, respectivamente, de
responsabilização de pessoas jurídicas pela prática de atos contra a administração pública e do
processo administrativo de responsabilização (PAR), julgue o item a seguir.
O PAR é um procedimento preliminar, de caráter sigiloso e não punitivo, destinado a apurar os
indícios de autoria e materialidade de atos lesivos à administração pública.
( )Certo
( )Errado

17. CEBRASPE (CESPE) - - AssP (PGE PE) /PGE PE/2019


Considerando as Leis n.º 12.846/2013 e n.º 16.309/2018, que tratam, respectivamente, de
responsabilização de pessoas jurídicas pela prática de atos contra a administração pública e do
processo administrativo de responsabilização (PAR), julgue o item a seguir.
A responsabilidade civil das pessoas jurídicas é subjetiva; depende, portanto, da análise de dolo
ou culpa na prática da conduta lesiva.

( )Certo
( )Errado

18. CEBRASPE (CESPE) - - AssP (PGE PE) /PGE PE/2019

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Considerando as Leis n.º 12.846/2013 e n.º 16.309/2018, que tratam, respectivamente, de


responsabilização de pessoas jurídicas pela prática de atos contra a administração pública e do
processo administrativo de responsabilização (PAR), julgue o item a seguir.
A responsabilização por atos ilícitos apurados, cometidos por pessoas naturais que exercem a
administração de sociedades empresárias, será aplicada conforme a culpabilidade da pessoa.

( )Certo
( )Errado

19. CEBRASPE (CESPE) - - AssP (PGE PE) /PGE PE/2019


Considerando as Leis n.º 12.846/2013 e n.º 16.309/2018, que tratam, respectivamente, de
responsabilização de pessoas jurídicas pela prática de atos contra a administração pública e do
processo administrativo de responsabilização (PAR), julgue o item a seguir.
Para apurar ilícitos administrativos lesivos a licitações e contratos públicos, admite-se ao Poder
Executivo estadual celebrar acordo de leniência com as pessoas jurídicas que tenham participado
do certame, desde que a colaboração dessas seja efetiva.
( )Certo
( )Errado

20. CEBRASPE (CESPE) - - AssP (PGE PE) /PGE PE/2019


Considerando as Leis n.º 12.846/2013 e n.º 16.309/2018, que tratam, respectivamente, de
responsabilização de pessoas jurídicas pela prática de atos contra a administração pública e do
processo administrativo de responsabilização (PAR), julgue o item a seguir.
A responsabilização da pessoa jurídica na esfera administrativa afasta a possibilidade de sua
responsabilização na esfera judicial.

( )Certo
( )Errado

21. CEBRASPE (CESPE) - Ana Min (MPC TCE-PA) /TCE-PA/Administração/2019


Conforme a Lei n.º 8.429/1992 e a Lei n.º 12.846/2013, assinale a opção correta, relativa à ética
no setor público.
a) O agente público tem o dever moral de agir honestamente diante dos seus pares, o que não
significa que tem o dever de lealdade para com a administração pública.
b) De acordo com o princípio da publicidade, cabe ao Poder Executivo federal formular o cadastro
nacional de empresas punidas, registrando as sanções aplicadas com base na Lei n.º 12.846/2013.

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c) Ocorrendo lesão ao patrimônio público, o agente público deverá ser responsabilizado


objetivamente pelo integral ressarcimento do dano, na forma da Lei n.º 8.429/1992.
d) As pessoas jurídicas serão responsabilizadas por ação ou omissão, dolosa ou culposa, nos
âmbitos administrativo e civil, pelos atos lesivos previstos na Lei n.º 12.846/2013 praticados em
seu interesse ou benefício, exclusivo ou não.
e) Celebrado o acordo de leniência, as partes não precisarão reparar dano causado, nos termos
do previsto no art. 16, § 3.º, da Lei n.º 12.846/2013.

22. CEBRASPE (CESPE) - Ana Min (MPC TCE-PA) /TCE-PA/Controle Externo/2019


A celebração de acordo de leniência entre administração pública e pessoa jurídica investigada
pela prática dos atos previstos na Lei n.º 12.846/2013
a) é nula de pleno direito em razão da indisponibilidade do interesse público.
b) pode ser realizada, independentemente de admissão de participação no ato ilícito pela pessoa
jurídica investigada.
c) suspende o prazo prescricional para eventual ação de responsabilidade pela prática de ilícito.
d) acarreta a isenção integral de eventual multa referente ao ilícito investigado.
e) não desonera a pessoa jurídica da obrigação de reparação integral do dano causado.

23. FGV - Ana (MPE RJ) /MPE RJ/Administrativa/2019


Certa pessoa jurídica constituída sob a égide das leis brasileiras, sediada no Estado Alfa, praticou
ato lesivo à Administração Pública de outro País, cujos efeitos se consumaram exclusivamente no
estrangeiro.
À luz da sistemática estabelecida pela Lei 12.846/2013, a referida pessoa jurídica:
a) não poderá ser responsabilizada pelas autoridades brasileiras;
b) somente poderá ser administrativamente responsabilizada pela Controladoria-Geral da União;
c) somente poderá ser judicialmente responsabilizada, o que se dará por autoridade da União;
d) poderá ser administrativa e judicialmente responsabilizada pelas autoridades do Estado Alfa;
e) somente poderá ser judicialmente responsabilizada, o que se dará por iniciativa do Ministério
Público do Estado Alfa.

24. FGV - Ana (MPE RJ) /MPE RJ/ Processual/2019


O Estado Alfa, após a instauração de processo administrativo para apurar a possível prática de
atos lesivos à Administração Pública, conforme tipificação da Lei 12.846/2013, decidiu pela
celebração de acordo de leniência com a pessoa jurídica XX. No ajuste, foi acertado o pagamento

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de metade da multa cominada e a não aplicação da sanção de publicação extraordinária da


decisão.
Considerando a sistemática legal, o referido acordo foi celebrado em:
a) desacordo com a sistemática legal, pois somente poderia ser celebrado caso estivéssemos
perante atos de improbidade administrativa;
b) desacordo com a sistemática legal, pois não poderia ser celebrado pelo Estado Alfa, mas apenas
pelo Ministério Público;
c) desacordo com a sistemática legal, pois a sanção de multa não poderia ser objeto do ajuste,
mas apenas a de publicação extraordinária da decisão;
d) harmonia com a sistemática legal, pois o Estado Alfa tinha competência para celebrar o ajuste
e o seu alcance observou os balizamentos legais;
e) harmonia com a sistemática legal, desde que a celebração tenha ocorrido sob supervisão
judicial, considerando os seus reflexos nas sanções da alçada do Poder Judiciário.

25. VUNESP - Adm Jud (TJ SP) /TJ SP/2019


Assinale a alternativa que está de acordo com a Lei no 12.846/2013 (Lei Anticorrupção).
a) O acordo de leniência exime a pessoa jurídica da obrigação de reparar integralmente o dano
causado.
b) Em caso de descumprimento do acordo de leniência, a pessoa jurídica ficará impedida de
celebrar novo acordo pelo prazo de 5 (cinco) anos contados do conhecimento pela Administração
Pública do referido descumprimento.
c) O processo administrativo para apuração da responsabilidade de pessoa jurídica será conduzido
por comissão designada pela autoridade instauradora e composta por 2 (dois) ou mais servidores
estáveis.
d) A competência para a instauração e o julgamento do processo administrativo de apuração de
responsabilidade da pessoa jurídica não poderá ser delegada.
e) No processo administrativo para apuração de responsabilidade, será concedido à pessoa
jurídica prazo de 15 (quinze) dias para defesa.

26. VUNESP - Proc Ju (CM Serrana) /CM Serrana/2019


É correto afirmar, nos termos
a) da Lei nº 12.846/13 (responsabilização administrativa e civil de pessoas jurídicas pela prática de
atos contra a Administração Pública, nacional ou estrangeira), que não importará em
reconhecimento da prática do ato ilícito investigado a proposta de acordo de leniência rejeitada.

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b) da Lei nº 8.429/92 (Improbidade Administrativa), que as ações destinadas a levar a efeito as


sanções previstas nesta lei podem ser propostas até quinze anos após o término do exercício de
mandato, de cargo em comissão ou de função de confiança.
c) da Lei Complementar nº 101/00 (Lei de Responsabilidade Fiscal), que é obrigatório aos
Municípios com população inferior a cinquenta mil habitantes divulgar trimestralmente o Relatório
de Gestão Fiscal.
d) da Lei nº 12.527/11 (Lei de Acesso à Informação), que a classificação do sigilo de informações,
no âmbito da Administração Pública federal, no grau de ultrassecreto é de competência exclusiva
do Presidente da República.
e) do Decreto-Lei nº 201/67 (Responsabilidade dos Prefeitos), que a conduta do Prefeito de
apropriar-se de bens ou rendas públicas é considerada um crime de responsabilidade, sujeitando-
o ao julgamento pela Câmara dos Vereadores, após o trânsito em julgado de sentença.

27. VUNESP - Proc Leg (CM Tatuí) /CM Tatuí/2019


Segundo estabelece a Lei Federal no 12.846/13 (Lei Anticorrupção), na hipótese de uma das
pessoas jurídicas responsáveis pela prática dos atos previstos nessa Lei decidir celebrar acordo de
leniência,
a) ela ficará isenta da pena de multa sobre o seu faturamento.
b) não precisa admitir sua participação no ilícito, desde que os demais envolvidos sejam
identificados.
c) não ficará isenta da obrigação de reparar integralmente o dano causado.
d) haverá reconhecimento da prática do ato ilícito investigado, ainda que rejeitada a sua proposta
de acordo.
e) sendo ou não ele celebrado, não haverá interrupção do prazo de prescrição dos atos ilícitos
previstos na Lei.

28. VUNESP - Proc Mun (RP)/Pref RP/2019


Sobre o processo administrativo e a responsabilização administrativa e civil de pessoas jurídicas
pela prática de atos contra a administração pública, nacional ou estrangeira, a Lei Federal nº
12.846/13 estabelece:
a) Uma vez constituída comissão para apuração da responsabilidade de pessoa jurídica, o processo
deverá ser concluído no prazo improrrogável de 180 (cento e oitenta) dias contados da data da
publicação do ato que a instituir.
b) No processo administrativo para apuração de responsabilidade, será concedido à pessoa
jurídica prazo de 15 (quinze) dias para defesa, contados a partir da intimação.
c) A instauração de processo administrativo específico de reparação integral do dano prejudica a
aplicação imediata das sanções estabelecidas na Lei nº 12.846/13.

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d) A personalidade jurídica poderá ser desconsiderada sempre que utilizada com abuso do direito
para facilitar, encobrir ou dissimular a prática dos atos ilícitos previstos na Lei nº 12.846/13 ou para
provocar confusão patrimonial.
e) Os efeitos das sanções aplicadas à pessoa jurídica não serão estendidos aos seus
administradores e sócios, mesmo que estes não tenham poderes de administração.

29. VUNESP - Proc Jur (ESEF)/ESEF/2019


Assinale a alternativa correta à luz da Lei 12.846/2013, também conhecida como Lei
Anticorrupção, no que diz respeito à responsabilização de empresas que praticam atos lesivos
contra a administração.
a) As empresas somente poderão ser responsabilizadas se restar demonstrado dolo ou culpa.
b) Há responsabilidade objetiva na esfera administrativa e a responsabilidade no âmbito civil
depende de culpa.
c) Há previsão de responsabilização objetiva, no âmbito civil e administrativo, das empresas.
d) Há responsabilização apenas de empresas que praticam atos lesivos contra a administração
pública nacional.
e) A punição dos atos lesivos contra a administração pública estrangeira depende de comprovação
de culpa.

30. VUNESP - Proc Leg (CM Mauá) /CM Mauá/2019


Com relação ao Acordo de Leniência, previsto na Lei Federal no 12.846/13, que dispõe sobre a
responsabilização administrativa e civil de pessoas jurídicas pela prática de atos contra a
Administração Pública, nacional ou estrangeira, assinale a alternativa correta.
a) O acordo de leniência não exime a pessoa jurídica da obrigação de reparar integralmente o
dano causado.
b) A proposta de acordo de leniência somente se tornará pública após a sua publicação em Diário
Oficial.
c) A proposta de acordo de leniência rejeitada importará em reconhecimento da prática do ato
ilícito investigado.
d) Os efeitos do acordo de leniência não serão estendidos às pessoas jurídicas que integram o
mesmo grupo econômico.
e) A celebração do acordo de leniência não interrompe o prazo prescricional dos atos ilícitos
previstos na legislação.

31. VUNESP - PLeg (CM SM Arcanjo) /CM SM Arcanjo/2019

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Suponha que a Sociedade Empresária XY fraudou licitação pública que transcorreu no âmbito do
Poder Executivo do Município Z, cometendo, assim, ato lesivo à administração pública, conforme
preceitua a Lei nº 12.846/13. Considerando o que dispõe tal Lei a respeito do processo
administrativo de responsabilização, é correto afirmar que
a) a competência para a instauração e o julgamento do processo administrativo de apuração de
responsabilidade da Sociedade Empresária XY não poderá ser delegada.
b) o processo administrativo para apuração da responsabilidade da Sociedade Empresária XY será
conduzido por comissão composta por 5 (cinco) ou mais servidores.
c) no processo administrativo para apuração de responsabilidade, será concedido à Sociedade
Empresária XY prazo de 15 (quinze) dias para defesa.
d) a instauração de processo administrativo específico de reparação integral do dano prejudica a
aplicação imediata das sanções estabelecidas na Lei nº 12.846/13.
e) a comissão designada para apuração da responsabilidade da Sociedade Empresária XY, após a
conclusão do procedimento administrativo, dará conhecimento ao Ministério Público de sua
existência, para apuração de eventuais delitos.

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GABARITOS
1. D 8. E 15. C 22. E 29. C
2. E 9. E 16. E 23. B 30. A
3. E 10. C 17. E 24. D 31. E
4. C 11. C 18. C 25. C
5. A 12. E 19. C 26. A
6. C 13. E 20. E 27. C
7. C 14. D 21. B 28. D

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