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INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS

LICENCIATURA EM DIREITO

Modulo: Direito Fiscal e Aduaneiro

RELAÇÕES JURÍDICA FISCAL E OBRIGAÇÕES FISCAL EM


MOÇAMBIQUE

2 º Ano

Irene Tauzene

Maxixe, Junho de 2022


INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS

LICENCIATURA EM DIREITO

RELAÇÕES JURÍDICA FISCAL E OBRIGAÇÕES FISCAL EM MOÇAMBIQUE

Trabalho a ser submetido ao Departamento de


Ciências Sociais e Humanas em cumprimento dos
requisitos exigidos pelo UnISCED para ser
submetido ao trabalho de DFA no curso de Direito.
Orientado por:

Irene Tauzene

Maxixe, Junho de 2022


Índice
1. Introdução ....................................................................................................................................... 4
1.1. Objectivos ............................................................................................................................... 4
1.1.2. Objestivo Geral ......................................................................................................................... 4
1.1.3. Objectivos Específicos .......................................................................................................... 4
1.1.4. Metodologias................................................................................................................................. 4
2. CONTEXTUALIZAÇÃO TEÓRICA ............................................................................................ 5
2.1.2. Contencioso tributário ............................................................................................................... 5
2.2. Obrigações da jurisdição fiscal de Moçambique ......................................................................... 6
2.2.1. A jurisdição dos Tribunais Administrativos e Fiscais............................................................... 7
3. CONCLUSÃO .............................................................................................................................. 10
4. Referencias Bibliográficas ............................................................................................................ 11
1. Introdução

Direito Tributário ou Fiscal é o conjunto das leis reguladoras da arrecadação dos tributos, bem
como de sua fiscalização. Regula as relações jurídicas estabelecidas entre o Estado e o
contribuinte, no que se refere à arrecadação dos tributos. O Direito pode ser definido como um
conjunto de princípios universais, imutáveis, superiores ou normas jurídicas inerentes à própria
condição humana. Este trabalho tem por objectivo falar das relações jurídicas fiscais, e
obrigações fiscais em Moçambique.

1.1. Objectivos

1.1.2. Objestivo Geral


 Falar das Relações Jurídicas Fiscais e Obrigações Fiscais em Moçambique.

1.1.3. Objectivos Específicos


 Conceituar jurisdição fiscal;
 Descrever as obrigações da jurisdição fiscal de Moçambique;
 Relacionar jurisdição fiscal e obrigações fiscais.

1.1.4. Metodologias
Este trabalho está estruturado em qutro capítulos:
O primeiro capítulo aborda a introdução que contextualiza o tema de estudo, os objetivos de
pesquisa teórica e prática do estudo.
No segundo capítulo são apresentando os procedimentos metodológicos, relativos ao tipo de
pesquisa, aos níveis de análise, às definições constitutivas e operacionais, às técnicas e
instrumentos de coleta e análise dos dados.
O terceiro capítulo é composto pela revisão teórica e empírica que visa abranger os principais
arcabouços teóricos abordados no estudo.
No quarto capítulo são descritos os resultados da pesquisa de campo por
meio da análise dos dados coletados.

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2. CONTEXTUALIZAÇÃO TEÓRICA

2.1. Relações jurídicas fiscais

2.1.1. Jurisdição fiscal

Jurisdição é o poder que o Estado detém para aplicar o direito a um determinado caso, com o
objetivo de solucionar conflitos de interesses e com isso resguardar a ordem jurídica e a
autoridade da lei.

No âmbito da fiscalização, jurisdição é a competência, ação, efeito de fiscalizar controlar (ou a


auditoria) e a verificação das ações ou das obras de alguém, ou o cumprimento do ofício de
fiscal/auditor.

Direito Tributário ou Fiscal é o conjunto das leis reguladoras da arrecadação dos tributos, bem
como de sua fiscalização. Regula as relações jurídicas estabelecidas entre o Estado e o
contribuinte, no que se refere à arrecadação dos tributos. Cuida dos princípios e normas relativas
à imposição e à arrecadação dos tributos, analisando a relação jurídica tributária, em que são
partes o ente público e os contribuintes, bem como o fato jurídico gerador dos tributos. O objetos
é a obrigação tributária, que pode consistir numa obrigação de dar (levar o dinheiro aos cofres
públicos) ou uma obrigação de fazer ou não fazer. Devido a sua intensa actividade financeira
envolvendo despesas e em contrapartida receitas, a conservação dos bens públicos, o património,
o controle monetário, o orçamento público, demandam a necessidade de arrecadação de tributos
para garantir o seu meio de subsistência, para dirigir a economia e direcioná-la para o bem-estar
social.

2.1.2. Contencioso tributário


O contencioso tributário é a forma pela qual o contribuinte consegue efetivamente exercer seus
direitos, seja para afastar uma cobrança indevida, seja para afastar uma tributação ilegítima e
recuperar valores pagos indevidamente ao Estado.

Todo contribuinte tem o direito de defender-se, caso seja autuado pela fiscalização tributária,
sem necessariamente ter que recorrer ao órgão judiciário, podendo fazê-lo de forma
administrativa, ou seja, junto ás próprias repartições fiscalizadoras. A palavra Contencioso

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pressupõe um conflito de interesses, entre duas ou mais partes que leva à discussão da legalidade
de determinados actos, ou apuramento de responsabilidades, perante órgãos independentes
imparciais com competência para proferirem decisões tendentes a converte-se em coisa julgada.

Na designação de “direito tributário” ou dos tributos, englobamos para além das leis fiscais dos
impostos, toda a legislação sobre taxas (prestação como contrapartida de um serviço prestado,
quer pelo estado, quer pelas autarquias) e outras prestações financeiras a favor de entidades
públicas (propinas, contribuições da segurança social, direitos aduaneiros, etc.) – artº 3 da Lei
Geral Tributária (decreto-lei 398/98, de 17 /12).

2.2. Obrigações da jurisdição fiscal de Moçambique


Embora esta complexidade de situações, importa reter que o núcleo central da relação jurídica
fiscal é constituído pela obrigação de pagar o imposto. De um modo coerente, a obrigação fiscal
pode ser tida como o vinculo jurídico nascido de verificação de situação ou das condições
abstratamente previstas na lei tributaria e cujo objectivo e a prestação do imposto. Esta obrigação
embora sendo estruturalmente uma:

a) Obrigação legal
Trata-se de obrigação pois é na medida em que a mesma resulta da lei, tem como fonte a lei. Por
isso nasce do encontro do facto gerador ou facto tributário com a hipótese legal. A relação
jurídica fiscal se constitui com a verificação do facto tributário.

b) Obrigação pública
Constitui obrigação pública na medida em que a sua disciplina jurídica se integra no direito
público, o que tem tradução nomeadamente na presunção de legalidade do acto de liquidação ou
acto tributário que suporta a sua exigibilidade.

c) Exequível e executiva
Trata-se de uma obrigação exequível e executiva na medida em que, por um lado, o acto
tributário não é auto exequível, carecendo, portanto de execução e, por outro lado, a sua
execução não está dependente de qualquer outra pronúncia para além da constituída pelo próprio
acto tributário na designação de “direito tributário” ou dos tributos, englobamos para além das

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leis fiscais dos impostos, toda a legislação sobre taxas (prestação como contrapartida de um
serviço prestado, quer pelo estado, quer pelas autarquias) e outras prestações financeiras a favor
de entidades públicas (propinas, contribuições da segurança social, direitos aduaneiros, etc.) –
artº 3 da Lei Geral Tributária (decreto-lei 398/98, de 17 /12).

2.2.1. A jurisdição dos Tribunais Administrativos e Fiscais.

Uma função financeira: A função financeira do imposto. À função financeira do imposto


chama-se também função fiscal do imposto. Mediante ela são fornecidos ao tesouro público os
fundos indispensáveis ao Estado para ocorrer aos gastos com a satisfação das necessidades
colectivas, o que nos indica tratar-se da função clássica do tributo.

Uma função económica: A função económica do imposto. Através da função económica do


imposto pode verificar-se a intervenção dos poderes públicos na economia. Servindo-se duma
conveniente orientação do sistema tributário, o Estado pode agir sobre a conjuntura ou sobre as
estruturas económicas modificando, pela utilização de medidas temporárias ou definitivas, o
volume da repartição da carga fiscal, influenciando, assim, o nível das actividades, a importância
do consumo e o montante da poupança individual. O imposto, sob a forma de reduções ou de
isenções Com entrada em vigor do decreto-lei nº 325/2003 de 29/12 os Tribunais Tributários de
primeira instância deixaram de estar dependentes do Ministério das Finanças e passaram a
integrar a jurisdição administrativa e fiscal do Ministério da Justiça. Os tribunais da jurisdição
administrativa e fiscal são órgãos de soberania que administram a justiça com as competências
genéricas previstas no artº 4 do ETAF – Estatuto dos Tribunais Administrativos e Fiscais - Lei nº
13 /2002 de 19/ 02, encontrando-se hierarquizados, em três graus de jurisdição numa estrutura
encabeçada, pelo Supremo Tribunal Administrativo.

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2.2.1.1. Princípio da legalidade fiscal
A constituição da República é a lei fundamental e ocupa o lugar cimeiro na hierarquia das leis. É
portanto o primeiro modo de formação e revelação do direito fiscal. Os principais princípios
jurídico-constitucionais do direito fiscal são:

 Princípio da legalidade fiscal


 Princípio da segurança jurídica
 A proibição do referendo fiscal
 Princípio da igualdade fiscal
 A consideração fiscal da família
 Respeito pelos direitos, liberdades e garantias fundamentais
 Princípio do Estado social

Princípio da Tipicidade
Este princípio está relacionado com o princípio da legalidade e significa (Não há lugar a
cobrança de impostos que não tenham sido estabelecidos por lei)

Princípio da legalidade fiscal


Este princípio não exclusivo do Direito ao Direito fiscal, mas apresenta, à face deste, um
significado mais rigoroso e exigente. A reserva da lei ganha particular relevo em matéria de
Direito Fiscal, pois, resulta claro do disposto no artigo 100 da CRM que “os impostos só podem
ser criados ou alterados por lei, que os fixa segundo critérios de justiça social e decorre do
imperativo constitucional”

Princípio de Territorialidade
Este princípio resulta da territorialidade do imposto da necessidade de delimitação do âmbito de
aplicação no espaço das normas fiscais. Ligado ao conceito e elementos do Estado, as normas
fiscais moçambicanas são validas no território moçambicano.

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Princípio da consideração fiscal da família
Na determinação das obrigações fiscais deve tomar-se em consideração o aspecto familiar.
Portanto não é permitida qualquer discriminação desfavorável ao contribuinte em razão de ser
casado ou não. Também não é permitida a utilização dos benefícios fiscais para o favorecimento
da constituição e desenvolvimento da família.

O respeito pelos direitos, liberdades e garantias fundamentais


O processo de tributação deve respeitar os direitos, liberdades e garantias fundamentais. O
imposto é determinado tendo em conta certos fatores como por exemplo a dignidade da pessoa
humana. Ou seja, deve-se assegurar um mínimo de meios ou recursos materiais indispensáveis à
dignidade do cidadão.

O princípio do Estado social.


O princípio do Estado Social tem implicações importantes no domínio dos impostos pois
constitui tarefa fundamental do Estado a realização da democracia económica, social e cultural.
Aliás ao artigo 11 da Constituição estabelece que o estado tem como obectivos fundamentais:

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3. CONCLUSÃO

Como já referi, limitei o meu trabalho à impugnação judicial, porque a abordar outros processos
do contencioso tributário o tornaria muito extenso, mas não posso deixar de referir alguns
aspectos que se prendem com outras formas processuais, porque a verdade, é que um mesmo
facto tributário, pode dar origem a que corram em simultâneo vários processo judiciais fiscais,
com todos os inconvenientes e custos que isso implica, quer para os cofres do Estado, quer para
o contribuinte. Findado o trabalho conclui-se que O contribuinte incorre em infração, pela qual
lhe será levantado um processo de contraordenação para pagamento de uma, coima, da qual pode
o contribuinte recorrer, para o Tribunal Tributário, caso não se conforme com a decisão da
administração fiscal.

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4. Referencias Bibliográficas

1. J. L. Saldanha Sanches - A Qualificação da Obrigação Tributária – Deveres de


Cooperação, Cadernos de Ciência e Técnica Fiscal nº. 173, Centro de Estudos Fiscais,
Lisboa 1995;
2. Conceitos e Princípios Jurídicos de João Melo Franco e Herlander Antunes Martins;
3. José Manuel Cardoso da Costa – Curso de Direito Fiscal, 2ª. Edição Coimbra 1972.

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