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DELEGACAO DE MAPUTO
Curso: Direito
Turma: A/B
Sala: 18
Laboral
Descentes:
Néusia Macuacuá
Nílda Macuacuá
Ornede Pariela
Stella Baúque
DOUTOR/MESTRE:
Alegre Arone
Objetivos Específicos........................................................................................................1
Introdução..........................................................................................................................2
Fins Da Reforma............................................................................................................5
Diretos............................................................................................................................8
Efeitos Da Reforma...........................................................................................................8
Conclusão........................................................................................................................12
Bibliografia......................................................................................................................14
Objetivo Geral
o Debruçar sobre o Sistema Fiscal Em Moçambique Pós Independência
Objetivos Específicos
o Debruçar sobre a reforma no período pôs independência
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Introdução
Neste trabalho, abordaremos a matéria relacionada com a história do sistema fiscal
moçambicano pós-independência. Trata-se de um breve excursus histórico que
apresentará as três grandes reformas do sistema tributário moçambicano face à realidade
social que Moçambique percorreu desde a independência até aos nossos dias.
Não se trata de um enfoque histórico cabal, mas breves trechos que elucidarão a
primeira grande Reforma Tributária de 1978, a segunda de 1987 e a terceira de 2002,
segundo a nomenclatura de Dr. Ibraimo, contudo sem querermos sair da linha do nosso
professor, Dr. Teodoro Waty que apresenta seis Reformas, designadamente as de1978,
1982, 1987, 1997, 1999 e 2003, porém, todas elas serão englobadas naquelas três
supracitadas.
Queremos, desde já, referir que seguiremos a linha orientadora do Dr. Ibraimo Ibraimo
por apresentar de forma sintética as três reformas, ainda, pôr a sua síntese não pôr em
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causa as diversas Reformas que ocorreram até a última, a de 2002. Apesar disso, não
prescindiremos da referência bibliográfica do Dr. Waty. Para a elaboração deste
trabalho recorremos a livros e entrevista com pessoas que viveram a época post-
independência e sentiram pulsar das Reformas ocorridas, principalmente a de
1987.Seguiremos uma metodologia que facilitará a leitura deste opúsculo.
Desde já, o nosso tema tratará de abordar o sistema fiscal dando enfoque à primeira
Reforma (I), à segunda Reforma (II) e à terceira Reforma (III). Não se trata do cúmulo
de toda a história do direito fiscal post-independência, mas uma ilustração das situações
que ocorreram até a última Reforma.
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O Sistema Fiscal Moçambicano Pós-Independência
A proclamação da Independência total e completa de Moçambique e a adopção do
socialismo em 1977 trouxe uma grande virada para o sistema fiscal que se pretendia de
justiça social. Por assim dizer, como era de esperar em contradição com o sistema
anterior, tornou-se inadequado com o sistema fiscal colonial que não se baseava nos
princípios de justiça social, o que implicava uma tributação pesada sobre os
rendimentos de trabalho, cujas taxas eram consideravelmente elevadas. Só para ilustrar,
até à data da independência, as estatísticas mostram que 82% do valor das despesas era
financiado pelas receitas fiscais. Ademais, a saída dos portugueses originou um declínio
na Administração fiscal em termos de pessoal qualificado, queda na produção de bens,
sabotagem nas empresas privadas e indústrias ora existentes e um assalto às
propriedades privadas. Em resultado desta situação nefasta, os impostos vindos ou que
dependiam destes organismos ficaram de certo modo inexistentes, porquanto estes
mesmos impostos dependiam de lucros das indústrias sociedades ou empresas
comerciais. Assim, a queda da produção industrial causou igualmente a queda nas
cobranças em impostos de produção e de consumo, daí a impossibilidade de manter as
receitas ora atingidas (entenda-se no tempo colonial, ou antes da independência).
Desde logo, o sistema clamava por uma Reforma. Reforma que se concretizou em
fevereiro de 1978, que se basearia nos princípios de política fiscal definidos na
Resolução 5/77 da Assembleia Popular (AP) que incluía taxas progressivas e outras
medidas que visavam a prossecução da justiça social.
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A Resolução 5/77 Da Assembleia Popular
O princípio da legalidade e a observância das normas constantes da Constituição
evidenciavam uma profunda razão para a Reforma (Cfr. Art. 13 CRPM), pois dispunha
que o rendimento e a propriedade privada estavam sujeitos a impostos progressivos,
fixados segundo os critérios de justiça social. Ainda, a Resolução supracitada,
enquadrava os impostos adotados na política orçamental do país assentes na política
económica da “ideologia” concebida, virada à solução de problemas sociais de todo o
povo, na defesa da soberania e numa economia centralmente planificada em que o
sector público tinha papel preponderante na arrecadação de receitas do Orçamento Geral
do Estado.
Fins Da Reforma
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Nos 2/78 que aprovava o Código do Imposto de Circulação e 4/78 que introduzia
alterações do Código dos Impostos sobre Rendimentos. O Imposto do Consumo, que
agravava a contribuição dos produtos supérfluos em detrimento dos produtos de
primeira necessidade foi alterado pelo Decreto-Lei 27/76.Dentro dos moldes da
Resolução 5/77 da AP introduziu-se o Imposto de Reconstrução Nacional (IRN) com
tendências a ser temporário, Imposto de Circulação e, por fim, foi revisto e alterado o
Código dos Impostos sobre o Rendimento.
Todavia, esta Reforma funcionou eficazmente até 1983 com reflexiono PIB que passou
de 9% em 1976 para 16% em 1983.
Porém, em 1984, o PIB baixou para 13%, o que demonstrou a inadequação do sistema
adoptado à realidade da época. Tal situação deveu-se porque o sistema estava concebido
para vigorar num ambiente de paz e segurança social onde o mercado oficial fosse
controlado pelo Estado.
A não ser assim, dos estudos feitos em 1986, notou-se que o estado detinha 30% do
controlo tributário em detrimento dos 70% que escapavam, debilitando deste modo a
economia nacional e tornando o sistema fiscal cada vez mais ineficaz. Aliás, houve
muita indiferença nos contribuintes para com o fisco, pois a cobrança não incidia sobre
o mercado paralelo, vulgo “candonga”, daí os prejuízos enunciados, que não satisfaziam
os objectivos preconizados na Resolução 5/77.Ainda, o agravamento das receitas
públicas e a inadaptação das receitas fiscais à economia prejudicou o Estado na
aceleração progressiva do PIB. Quer dizer, a redução da distribuição das riquezas pelo
Estado por via dos impostos era notável por seguintes causas:
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Neste período, importa referir a queda da matéria coletável e o crescimento excessivo
dos lucros, rendimentos de transação tributáveis das pessoas singulares no mercado
oficial. De todo o exposto, em função das situações demonstradas, impunha-se nos fins
de 1986, a alteração do sistema tributário e a moralização do Direito fiscal, sendo este
instrumento fundamental do conjunto das normas do Direito Financeiro e a reativação
das leis universais da economia que se circunscreviam no domínio dos preços, câmbios,
salários, créditos e outros.
Desta feita, uma nova Reforma se exigia para repor a situação anormalidade.
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A redistribuição da tributação dos rendimentos do trabalho fazendo com que: os
trabalhadores do estado ficassem isentos, a adaptação das taxas não desvirtuasse
o significado do aumento salarial;
Imposto complementar que passou a incidir sobre os rendimentos de trabalho;
A sujeição das empresas estatais ao regime geral dos impostos;
IRN, passando a designar-se Imposto de capitação e; criou-se o calendário fiscal
que introduziu o sistema de cobranças antecipadas em lugar de sistemas de
correção.
Diretos
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Efeitos Da Reforma
Em concordância com os objectivos da elasticidade das receitas em relação ao
crescimento do PIB, o nível da fiscalidade alterou a situação até então existente,
passando-se da tributação que abrangia os produtos transacionados no mercado não
oficial. Assim, os impostos de consumo passaram a ter relevância deveras decisiva e
eficaz.
Em jeito de conclusão, extrai-se que a lei 3/87 contribuiu para o aumento das receitas
fiscais e para a reposição de alguns princípios que orientam as leis do mercado. Dado
que as posições divergem em função da preferência de um ou outro sistema, não nos
cabe aqui tomar posições sobre a perfeição ou não de um sistema.
Este sistema vigorou até 31 de dezembro de 2002, altura em que começou a funcionar o
novo sistema aprovado pela Lei 15/2002 de 26de junho, conhecida pela sigla LBST.
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Estes novos impostos visavam alargar da base tributária, reduzir a carga fiscal no
conjunto da tributação direta, aumentar o nível das receitas fiscais, modernizar o sistema
de impostos e racionalizar o sistema de benefícios fiscais.
Como ficou dito, nem toda a legislação fiscal colonial foi revogada, restando para tal
tudo o que não fosse contrário à Constituição de1975.
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Ainda mais, introduz uma alteração na tributação direta, passando do clássico modelo
cedular para um modelo de tributação de Rendimentos.
• IRPS;
• IRPC.
• IVA;
• ICE; e
• Direitos
A terminar, de referir que esta Lei trouxe grandes inovações e modernizou o sistema
fiscal moçambicano porquanto adopta princípios universais do direito fiscal e está
virado para a justiça social.
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Conclusão
O sistema fiscal moçambicano é uma realidade que tem vindo a evoluir desde os tempos
antigos. Desde já, a evolução por mais que seja boa ou má aos olhos de uns e outros, ela
tende a melhorar qualquer situação social. Segundo, Hegel, o filósofo, a história é uma
contradição ou oposição de forças (tese, antítese e síntese).Deste modo, a história do
direito fiscal que partiu desde o período primitivo até à época colonial servindo os
interesses dos soberanos e depois dos exploradores, respectivamente, tem
hodiernamente o sentido verdadeiro do fisco, que visa a financiar a carência do Estado
de forma a satisfazer os fins a que ele se obriga a prosseguir.
Desde a Independência até hoje, vivemos três épocas “fiscais” distintas que pretendiam
fins de justiça social. Porém, bem ou mal, perfeito ou imperfeito era o sistema vigente.
Na primeira época, com a introdução do sistema socialista, houve por bem deixar o
ideal colonialista que satisfazia os interesses imperialistas burgueses para servir os
interesses da nação baseados no princípio de justiça social. Assistimos aqui a uma
lapidação económica, consequência da inexistência da paz e segurança social,
descontrolo duma grande parte da tributação, cerca de 70% e indiferença quanto ao
fisco, incentivada pela guerra e outros males sociais. Esta fase redundou num fracasso.
Porque a história é feita de teses, antíteses e sínteses desembocámos numa outra fase
que pretendia recuperar o sucesso alcançado pela primeira fase.
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fiscais ao OGE e acelerar o PIB. Das medidas tomadas, o mercado informal foi
abrangido e o custo de vida subiu.
Concluindo, diremos que este trabalho contribuiu bastante para enriquecer a nossa
percepção de todo um conjunto de arsenal que compõe a história da fiscalidade pós
independência de Moçambique.
Não se trata do cúmulo da matéria, mas um percurso pelo historiado direito tributário
moçambicano.
Desde já, com o conhecimento da história e dos seus princípios fundantes podemos ir
mais longe, progredindo e recuperando o que foi perdido, segundo as palavras dos
latinos história Magistra vista est.
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Bibliografia
o WATY, T. A., Introdução ao Direito Fiscal, W&W Editora, Maputo,2004
o CRPM de 1975.
o CRM de 2004
o LBST
o Fontes orais.
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