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INSTITUTO SUPERIOR MUTASA - ISMU

DELEGACAO DE MAPUTO

Curso: Direito

Cadeira: Direito Fiscal Aduaneiro

Turma: A/B

Sala: 18

Laboral

Descentes:

 Néusia Macuacuá

 Nílda Macuacuá

 Ornede Pariela

 Stella Baúque

 Luciana Celeste Macumbe

Maputo, setembro De 2022


INSTITUTO SUPERIOR MUTASA - ISMU
DELEGACAO DE MAPUTO

TEMA: Sistema Fiscal Em Moçambique Pós Independência

DOUTOR/MESTRE:

 Alegre Arone

Maputo, setembro De 2022


Indice
Objetivo Geral...................................................................................................................1

Objetivos Específicos........................................................................................................1

Introdução..........................................................................................................................2

O Sistema Fiscal Moçambicano Pós-Independência.........................................................4

A Primeira Reforma Tributária De 1978...........................................................................4

A Resolução 5/77 Da Assembleia Popular........................................................................5

Fins Da Reforma............................................................................................................5

A Segunda Reforma De 1987............................................................................................7

Impostos Adoptados Pela Reforma De 1987.....................................................................8

Diretos............................................................................................................................8

Indiretos, Ou Sobre Despesas........................................................................................8

Efeitos Da Reforma...........................................................................................................8

A Terceira Reforma De 2002............................................................................................9

O Sistema Tributário De 2002.........................................................................................10

Tipos De Impostos Da Última Reforma..........................................................................10

1. Tributação Direta (Art. 57 LBST)...........................................................................10

2. Tributação Indireta (art. 66 LBST)..........................................................................11

Conclusão........................................................................................................................12

Bibliografia......................................................................................................................14
Objetivo Geral
o Debruçar sobre o Sistema Fiscal Em Moçambique Pós Independência

Objetivos Específicos
o Debruçar sobre a reforma no período pôs independência

o Debruçar sobre os impostos adotados durante a reforma

o Debruçar sobre o sistema tributário implementado pôs independência

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Introdução
Neste trabalho, abordaremos a matéria relacionada com a história do sistema fiscal
moçambicano pós-independência. Trata-se de um breve excursus histórico que
apresentará as três grandes reformas do sistema tributário moçambicano face à realidade
social que Moçambique percorreu desde a independência até aos nossos dias.

Não se trata de um enfoque histórico cabal, mas breves trechos que elucidarão a
primeira grande Reforma Tributária de 1978, a segunda de 1987 e a terceira de 2002,
segundo a nomenclatura de Dr. Ibraimo, contudo sem querermos sair da linha do nosso
professor, Dr. Teodoro Waty que apresenta seis Reformas, designadamente as de1978,
1982, 1987, 1997, 1999 e 2003, porém, todas elas serão englobadas naquelas três
supracitadas.

Em breve trecho, a Reforma de 1978 visava uma adequação aos princípios


constitucionais do recém-criado Estado moçambicano, como o de justiça social, próprio
do Socialismo (art. 13 CRPM) e à qualidade do pessoal profissional existente. Também
consta o problema do declínio das receitas provindas da Contribuição Industrial e do
Imposto de Consumo; a de 1987, em função da implementação do Programa para a
Reabilitação Económica, consequência da Reforma anterior que permitiu o
enfraquecimento da coleta e a consequente agravante, que resultou do mercado paralelo,
vulgo “candonga” que tinha debilitado e tornado ineficaz o Sistema Fiscal até então
vigente. Aqui, revitalizou-se a política dos impostos diretos. Durante este período, duas
situações ocorreram: a introdução no Sistema Fiscal de Impostos Autárquicos pela Lei
11/97 de 31 de maio e a Introdução do IVA (Imposto sobre Valor Acrescentado) e do
ICE (Imposto sobre Consumos Específicos) e; a última Reforma que só apresenta
diferença de datas (2002 e/ou 2003) em função dos autores supracitados, mas mesmo
conteúdo, refere-se à aprovação da Lei Base do Sistema Tributário (15/2002 de 25 de
junho). Nesta, estabelecem-se as bases para a implementação do novo Sistema de
Tributação do rendimento, obedecendo a princípios de unidade e progressividade, as
garantias e obrigações do contribuinte e Administração.

Queremos, desde já, referir que seguiremos a linha orientadora do Dr. Ibraimo Ibraimo
por apresentar de forma sintética as três reformas, ainda, pôr a sua síntese não pôr em

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causa as diversas Reformas que ocorreram até a última, a de 2002. Apesar disso, não
prescindiremos da referência bibliográfica do Dr. Waty. Para a elaboração deste
trabalho recorremos a livros e entrevista com pessoas que viveram a época post-
independência e sentiram pulsar das Reformas ocorridas, principalmente a de
1987.Seguiremos uma metodologia que facilitará a leitura deste opúsculo.

Desde já, o nosso tema tratará de abordar o sistema fiscal dando enfoque à primeira
Reforma (I), à segunda Reforma (II) e à terceira Reforma (III). Não se trata do cúmulo
de toda a história do direito fiscal post-independência, mas uma ilustração das situações
que ocorreram até a última Reforma.

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O Sistema Fiscal Moçambicano Pós-Independência
A proclamação da Independência total e completa de Moçambique e a adopção do
socialismo em 1977 trouxe uma grande virada para o sistema fiscal que se pretendia de
justiça social. Por assim dizer, como era de esperar em contradição com o sistema
anterior, tornou-se inadequado com o sistema fiscal colonial que não se baseava nos
princípios de justiça social, o que implicava uma tributação pesada sobre os
rendimentos de trabalho, cujas taxas eram consideravelmente elevadas. Só para ilustrar,
até à data da independência, as estatísticas mostram que 82% do valor das despesas era
financiado pelas receitas fiscais. Ademais, a saída dos portugueses originou um declínio
na Administração fiscal em termos de pessoal qualificado, queda na produção de bens,
sabotagem nas empresas privadas e indústrias ora existentes e um assalto às
propriedades privadas. Em resultado desta situação nefasta, os impostos vindos ou que
dependiam destes organismos ficaram de certo modo inexistentes, porquanto estes
mesmos impostos dependiam de lucros das indústrias sociedades ou empresas
comerciais. Assim, a queda da produção industrial causou igualmente a queda nas
cobranças em impostos de produção e de consumo, daí a impossibilidade de manter as
receitas ora atingidas (entenda-se no tempo colonial, ou antes da independência).

A Primeira Reforma Tributária De 1978


A necessidade de garantir o funcionamento dos sectores sociais, nomeadamente a saúde
e a educação trouxe para o Estado moçambicano a problemática dos meios para
assegurar a realização das receitas para os objectivos de justiça social traçados (os
supracitados), cuja exequibilidade não passa de simples sonho, mas de concretização.

Desde logo, o sistema clamava por uma Reforma. Reforma que se concretizou em
fevereiro de 1978, que se basearia nos princípios de política fiscal definidos na
Resolução 5/77 da Assembleia Popular (AP) que incluía taxas progressivas e outras
medidas que visavam a prossecução da justiça social.

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A Resolução 5/77 Da Assembleia Popular
O princípio da legalidade e a observância das normas constantes da Constituição
evidenciavam uma profunda razão para a Reforma (Cfr. Art. 13 CRPM), pois dispunha
que o rendimento e a propriedade privada estavam sujeitos a impostos progressivos,
fixados segundo os critérios de justiça social. Ainda, a Resolução supracitada,
enquadrava os impostos adotados na política orçamental do país assentes na política
económica da “ideologia” concebida, virada à solução de problemas sociais de todo o
povo, na defesa da soberania e numa economia centralmente planificada em que o
sector público tinha papel preponderante na arrecadação de receitas do Orçamento Geral
do Estado.

Fins Da Reforma

Os objectivos que a Reforma visava assentavam, em suma, na arrecadação de receitas


com base numa fórmula que fizesse face às exigências orçamentais. Analiticamente
destaca-se:

 Simplificação do processo de captação do rendimento das empresas, retendo-o


no processo de circulação de mercadorias e faturação de serviços;
 Manutenção da contribuição industrial e do imposto complementar apenas como
impostos corretivos;
 Fusão das diversas formas de tributação do rendimento do trabalho num só
imposto, estabelecendo-se taxas progressivas nos termos da constituição vigente.
 Agravamento das taxas dos impostos sobre o lucro das empresas;
 Simplificação da legislação fiscal em vigor.

A Reforma foi materializada pelos Decretos do Conselho de Ministros, que tinham


prerrogativas para definir as bases da política fiscal. (art. 44 al. d) CRPM), DC.

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Nos 2/78 que aprovava o Código do Imposto de Circulação e 4/78 que introduzia
alterações do Código dos Impostos sobre Rendimentos. O Imposto do Consumo, que
agravava a contribuição dos produtos supérfluos em detrimento dos produtos de
primeira necessidade foi alterado pelo Decreto-Lei 27/76.Dentro dos moldes da
Resolução 5/77 da AP introduziu-se o Imposto de Reconstrução Nacional (IRN) com
tendências a ser temporário, Imposto de Circulação e, por fim, foi revisto e alterado o
Código dos Impostos sobre o Rendimento.

Todavia, esta Reforma funcionou eficazmente até 1983 com reflexiono PIB que passou
de 9% em 1976 para 16% em 1983.

Porém, em 1984, o PIB baixou para 13%, o que demonstrou a inadequação do sistema
adoptado à realidade da época. Tal situação deveu-se porque o sistema estava concebido
para vigorar num ambiente de paz e segurança social onde o mercado oficial fosse
controlado pelo Estado.

A não ser assim, dos estudos feitos em 1986, notou-se que o estado detinha 30% do
controlo tributário em detrimento dos 70% que escapavam, debilitando deste modo a
economia nacional e tornando o sistema fiscal cada vez mais ineficaz. Aliás, houve
muita indiferença nos contribuintes para com o fisco, pois a cobrança não incidia sobre
o mercado paralelo, vulgo “candonga”, daí os prejuízos enunciados, que não satisfaziam
os objectivos preconizados na Resolução 5/77.Ainda, o agravamento das receitas
públicas e a inadaptação das receitas fiscais à economia prejudicou o Estado na
aceleração progressiva do PIB. Quer dizer, a redução da distribuição das riquezas pelo
Estado por via dos impostos era notável por seguintes causas:

 Graves distorções na estrutura económica e comercial;


 Inadequação do sistema tributário que não incidia sobre mercado paralelo;
 Progressiva deterioração da economia por causa da guerra.

As consequências deste sistema não tardaram, pois dificultavam a captação de


excedentes gerados pelos agentes económicos, fator que fez com que do lado da procura
aumentasse cada vez mais o dinheiro e do lado da oferta, os preços oficiais não
correspondessem o valor da oferta. Por conseguinte, assistiu-se ao nascimento da
candonga.

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Neste período, importa referir a queda da matéria coletável e o crescimento excessivo
dos lucros, rendimentos de transação tributáveis das pessoas singulares no mercado
oficial. De todo o exposto, em função das situações demonstradas, impunha-se nos fins
de 1986, a alteração do sistema tributário e a moralização do Direito fiscal, sendo este
instrumento fundamental do conjunto das normas do Direito Financeiro e a reativação
das leis universais da economia que se circunscreviam no domínio dos preços, câmbios,
salários, créditos e outros.

Desta feita, uma nova Reforma se exigia para repor a situação anormalidade.

A Segunda Reforma De 1987


Dadas as circunstâncias da guerra e a preocupação em minimizar os seus efeitos para
melhorar o estado da economia nacional foi lançado em 1987 o Programa de
Reabilitação Económica (PRE). Este programa consistia numa série de ações nas áreas
de formação dos preços, de taxa de câmbio, alteração da política e legislação fiscal e
outras estruturais e administrativas, visando melhorar a eficiência dos agentes
económicos, aumentar o abastecimento e a produção e ajudara restabelecer o equilíbrio
financeiro.

Por assim dizer, a Reforma implicava a revogação da Resolução5/77, cujos princípios já


não solucionavam os problemas da altura, pela Lei 3/87 que fixava novos princípios em
que deveria assentar o sistema fiscal de modo a:

 Aumentar a elasticidade das receitas em relação ao crescimento do PIB;


 Alargar a base tributária. Porém, mantiveram-se os seguintes Impostos: sobre o
Rendimento de Trabalho, sobre Lucro de Empresas, sobre as Transações e sobre
o Consumo e Importação, e alterou-se:
 A amplitude e a base de incidência dos impostos sobre consumo e importação,
com objectivos de captar para o Estado de forma seletiva os proveitos anormais
que em condições de novos preços e salários se encontravam nas mãos de um
número reduzido de cidadãos;
 A gravosidade do imposto sobre transações – imposto de circulação –
repercutindo sobre o consumidor, obrigou a partilhar com o Estado uma porção
maior dos lucros realizados pelo sector comercial;

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 A redistribuição da tributação dos rendimentos do trabalho fazendo com que: os
trabalhadores do estado ficassem isentos, a adaptação das taxas não desvirtuasse
o significado do aumento salarial;
 Imposto complementar que passou a incidir sobre os rendimentos de trabalho;
 A sujeição das empresas estatais ao regime geral dos impostos;
 IRN, passando a designar-se Imposto de capitação e; criou-se o calendário fiscal
que introduziu o sistema de cobranças antecipadas em lugar de sistemas de
correção.

Em 1988, completou-se a Reforma adoptando-se algumas medidas adicionais no


domínio aduaneiro. (DC 20/78).

Impostos Adoptados Pela Reforma De 1987


Com a Reforma de 1987, o sistema fiscal da RPM passou a integrar: Impostos Diretos e
Impostos Indiretos dos quais se destacam:

Diretos

 Contribuição industrial, incidente sobre os lucros da atividade comercial;


 Imposto sobre os Rendimentos de Trabalho, Secção A e B; Secção A: incidente
sobre remunerações; Secção B: incidente sobre o valor da produção e dos
serviços.
 Imposto Complementar, incidente sobre o rendimento global de pessoas
singulares, rendimento de aplicação de capitais (singulares e colectivos) e sobre
rendimento de trabalho independente.

Indiretos, Ou Sobre Despesas

 Imposto de Circulação, com incidência sobre todos os bens e serviços;


 Imposto de Consumo, incidente sobre produtos nacionais e importados;
 Direitos Aduaneiros;
 Outros impostos cuja situação concreta o justificasse como a sisa, imposto do
selo, o imposto sucessório, etc.

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Efeitos Da Reforma
Em concordância com os objectivos da elasticidade das receitas em relação ao
crescimento do PIB, o nível da fiscalidade alterou a situação até então existente,
passando-se da tributação que abrangia os produtos transacionados no mercado não
oficial. Assim, os impostos de consumo passaram a ter relevância deveras decisiva e
eficaz.

Contudo, os mesmos significavam maior sacrifício do rendimento das populações.

Entretanto, a adequação do sistema de liquidação e cobrança e a correção do calendário


fiscal como antecipação da cobrança da Contribuição Industrial através da tributação
das mais valias nas exportações e da Contribuição Industrial provisória possibilitaram a
arrecadação espaço em tempo útil dos impostos devidos, atestando os resultados
benéficos de uma escalo nação dos impostos no tempo e no espaço dada a pontualidade
com que as obrigações fiscais passaram a ser cumpridas. Isto atenuou o índice de evasão
e contribuiu para a correção monetária da dívida fiscal, permitiu uma maior eficácia das
cobranças e elevou as receitas dos orçamentos provinciais.

Em jeito de conclusão, extrai-se que a lei 3/87 contribuiu para o aumento das receitas
fiscais e para a reposição de alguns princípios que orientam as leis do mercado. Dado
que as posições divergem em função da preferência de um ou outro sistema, não nos
cabe aqui tomar posições sobre a perfeição ou não de um sistema.

Este sistema vigorou até 31 de dezembro de 2002, altura em que começou a funcionar o
novo sistema aprovado pela Lei 15/2002 de 26de junho, conhecida pela sigla LBST.

A Terceira Reforma De 2002


A terceira Reforma teve como prenúncio a introdução do IVA como substituição do
imposto de circulação que apesar de ter constituído grande fonte de receita para os
cofres do Estado fomentava o mercado informal e aumento dos preços dos produtos
produzidos internamente; e introdução do Imposto de Consumo de Produtos Específicos
(ICE) que substituía o Imposto de Consumo, que pelas características dava azoa o
contrabando e evasão fiscal.

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Estes novos impostos visavam alargar da base tributária, reduzir a carga fiscal no
conjunto da tributação direta, aumentar o nível das receitas fiscais, modernizar o sistema
de impostos e racionalizar o sistema de benefícios fiscais.

Como ficou dito, nem toda a legislação fiscal colonial foi revogada, restando para tal
tudo o que não fosse contrário à Constituição de1975.

Por assim dizer, assistiu-se a uma reformulação da tributação, substituindo também a


matéria do Código dos Impostos sobre o Rendimento de 1987.

Nesta reforma de 2002, estabeleceram-se as bases para a implementação do novo


sistema de tributação do rendimento (Imposto sobre Rendimento de Pessoas Singulares
- IRPS e Imposto sobre Rendimento de Pessoas Coletivas - IRPC) com carácter
progressivo.

Ainda, foram constituídos os princípios de organização tributária no país, as garantias e


as obrigações tributárias dos contribuintes e dá Administração fiscal, os procedimentos
básicos de liquidação e cobrança de impostos, o regime geral de infracções tributárias,
introduz-se a tributação das empresas pelo seu rendimento real.

O Sistema Tributário De 2002


A última Reforma introduz alterações profundas na estrutura dos impostos e coloca
princípios que foram deixados à parte pelas duas anteriores Reformas designadamente
de 1978 e 1987 de forma a alcançar melhor eficiência de execução face à realidade da
época quer quanto a capacidade técnica do pessoal administrativo quer dos
contribuintes.

A lei 15/2002 introduz técnicas modernas de tributação e consagra os princípios de


generalidade, da justiça material, da eficiência e simplicidade do sistema, requisitos
necessários para um sistema fiscal ideal. Ainda, revoga a Lei 3/87 de 19 de janeiro e a
Lei 8/88 de 21 de dezembro. Uma outra inovação consistiu na materialização dos
princípios e na fixação de regras de interpretação e integração de lacunas da mesma, no
tratamento dos elementos da relação jurídico tributária, conceituação de substituição
fiscal e de retenção na fonte, garantias dos contribuintes, apresentação das formas de
extinção da responsabilidade tributária, das modalidades de cobrança dos impostos e do
conceito de infracção tributária (arts. 5, 6, 11 e 12, 17,32, 37 e 41 todos da LBST).

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Ainda mais, introduz uma alteração na tributação direta, passando do clássico modelo
cedular para um modelo de tributação de Rendimentos.

Tipos De Impostos Da Última Reforma


O sistema tributário integra impostos nacionais e autárquicos. De todo resulta que os
impostos do sistema fiscal nacional se classificam em diretos e indiretos e atuam da
seguinte maneira:

1. Tributação Direta (Art. 57 LBST)

Atuam com base em:

• IRPS;

• IRPC.

2. Tributação Indireta (art. 66 LBST)

Atuam com base em:

• imposto sobre a despesa;

• IVA;

• ICE; e

• Direitos

Aduaneiros, Contudo, a LBST manteve os seguintes impostos das Reformas anteriores:


Imposto do selo, sobre sucessões, sisa, especial sobre o jogo, IRN, sobre veículos.

A terminar, de referir que esta Lei trouxe grandes inovações e modernizou o sistema
fiscal moçambicano porquanto adopta princípios universais do direito fiscal e está
virado para a justiça social.

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Conclusão
O sistema fiscal moçambicano é uma realidade que tem vindo a evoluir desde os tempos
antigos. Desde já, a evolução por mais que seja boa ou má aos olhos de uns e outros, ela
tende a melhorar qualquer situação social. Segundo, Hegel, o filósofo, a história é uma
contradição ou oposição de forças (tese, antítese e síntese).Deste modo, a história do
direito fiscal que partiu desde o período primitivo até à época colonial servindo os
interesses dos soberanos e depois dos exploradores, respectivamente, tem
hodiernamente o sentido verdadeiro do fisco, que visa a financiar a carência do Estado
de forma a satisfazer os fins a que ele se obriga a prosseguir.

Desde a Independência até hoje, vivemos três épocas “fiscais” distintas que pretendiam
fins de justiça social. Porém, bem ou mal, perfeito ou imperfeito era o sistema vigente.

Na primeira época, com a introdução do sistema socialista, houve por bem deixar o
ideal colonialista que satisfazia os interesses imperialistas burgueses para servir os
interesses da nação baseados no princípio de justiça social. Assistimos aqui a uma
lapidação económica, consequência da inexistência da paz e segurança social,
descontrolo duma grande parte da tributação, cerca de 70% e indiferença quanto ao
fisco, incentivada pela guerra e outros males sociais. Esta fase redundou num fracasso.
Porque a história é feita de teses, antíteses e sínteses desembocámos numa outra fase
que pretendia recuperar o sucesso alcançado pela primeira fase.

Na segunda fase, as medidas usadas foram violentas e penosas para a população ao se


introduzir o, exigindo de todos maior sacrifício fiscal. Procurava-se ajustar as receitas

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fiscais ao OGE e acelerar o PIB. Das medidas tomadas, o mercado informal foi
abrangido e o custo de vida subiu.

Na terceira fase, pretendeu-se melhorar o sistema e introduziram-se grandes alterações


que resultaram na introdução de princípios de justiça social, simplicidade, eficiência e
eficácia do sistema fiscal. Uma grande informação e formação das pessoas nesta matéria
e estabelecimento de bases para garantias dos contribuintes entre outros. Foi, em suma,
como prefere Dr. Waty a introdução de um

modelo fiscal comum, isto é, que obedece a regras universais.

Concluindo, diremos que este trabalho contribuiu bastante para enriquecer a nossa
percepção de todo um conjunto de arsenal que compõe a história da fiscalidade pós
independência de Moçambique.

Não se trata do cúmulo da matéria, mas um percurso pelo historiado direito tributário
moçambicano.

Desde já, com o conhecimento da história e dos seus princípios fundantes podemos ir
mais longe, progredindo e recuperando o que foi perdido, segundo as palavras dos
latinos história Magistra vista est.

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Bibliografia
o WATY, T. A., Introdução ao Direito Fiscal, W&W Editora, Maputo,2004

o IBRAIMO, I., O Direito e a fiscalidade, Um Contributo para direito Fiscal

Moçambicano, Maputo, s.a.

o CRPM de 1975.

o CRM de 2004

o LBST

o Lei das Finanças autárquicas.

o Fontes orais.

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