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Aula 03

TRTs (Analista Judiciário - Área


Judiciária) Direito do Trabalho - 2022
(Pré-Edital)

Autor:
Antonio Daud

12 de Janeiro de 2022

85416800020 - Felipe Alegransi


Antonio Daud
Aula 03

Sumário

1 – Introdução .................................................................................................................................................. 3

2 - Terceirização no Direito do Trabalho ..................................................................................................... 4

2.1 – Empresa prestadora de serviços (EPS) ........................................................................................... 7

2.2 – Contratante dos serviços .................................................................................................................. 8

2.3 – Atividades que podem ser terceirizadas...................................................................................... 12

2.4 – Contrato de prestação de serviços ............................................................................................... 13

2.5 – Quarentena para terceirização ...................................................................................................... 13

2.6 – Não obrigatoriedade de salário equivalente aos terceirizados ............................................... 14

2.7 – Terceirização na Administração Pública....................................................................................... 15

3 - Trabalho temporário ............................................................................................................................... 20

3.1 – Hipóteses do trabalho temporário ............................................................................................... 22

3.2 – Prazo do trabalho temporário........................................................................................................ 23

3.3 – Empresa de trabalho temporário (ETT) ........................................................................................ 24

3.4 – Tomador dos serviços ..................................................................................................................... 25

3.5 – Contrato entre ETT e tomador ...................................................................................................... 27

3.6 – Contrato entre ETT e trabalhador temporário ............................................................................ 28

3.7 – Direitos do trabalhador temporário.............................................................................................. 29

4 – Flexibilização e Desregulamentação ................................................................................................... 30

Questões Comentadas ................................................................................................................................. 32

Lista de Questões.......................................................................................................................................... 43

Gabarito .......................................................................................................................................................... 47
1

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Resumo ........................................................................................................................................................... 48

Conclusão ....................................................................................................................................................... 51

Lista de Legislação, Súmulas e OJ do TST relacionados à aula ............................................................ 52

CF/88 ....................................................................................................................................................... 52

CLT ........................................................................................................................................................... 52

Legislação específica............................................................................................................................. 52

TST ........................................................................................................................................................... 60

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1 – INTRODUÇÃO
Oi amigos (as),

Sejam bem-vindos (as) a mais uma aula do nosso curso. Nesta aula veremos os temas Terceirização e, com
mais detalhes, Trabalho Temporário.

Ambos sofreram mudanças significativas com a aprovação da Lei 13.429, de 31 de março de 2017. A
“Terceirização” sofreu nova alteração por meio da reforma trabalhista (Lei 13.467/2017).

O que a Lei 13.429/2017 fez foi inserir as regras sobre a terceirização dentro da Lei 6.019/1974, que, até
então, tratava somente do trabalho temporário. Além disso, a nova lei alterou alguns aspectos do trabalho
temporário. Portanto, tanto “trabalho temporário” quanto a “terceirização” (em sentido estrito) encontram-
se regulados pela Lei 6.019.

As alterações promovidas pela nova lei exigirão o cancelamento ou a revisão da Súmula no 331 do TST. Até
então, esta súmula era a principal diretriz que tínhamos a respeito do assunto, já que, em todos estes anos
de terceirização no Brasil, o assunto ainda não havia sido regulamentado por lei.

Nesta aula, vamos começar falando da “terceirização” e na sequência abordamos o “trabalho temporário”.

Vamos ao trabalho!

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2 - TERCEIRIZAÇÃO NO DIREITO DO TRABALHO


Estudamos até o momento os casos em que há vínculo empregatício (relação bilateral, nas figuras de
empregado e empregador) e, também, casos em que existe a relação de trabalho lato sensu (relação entre
prestador de serviços e tomador de serviços).

Na terceirização, por sua vez, estaremos diante de relação trilateral, onde terão lugar:

✓ Empregado
✓ Empregador (empresa prestadora de serviços - EPS)
✓ Empresa contratante de serviços

Neste contexto, haverá contrato de trabalho entre a empresa prestadora de serviços e o empregado, e, entre
as empresas prestadora e contratante, um contrato de natureza civil.

Exemplo: o Supermercado Alfa contrata a empresa de limpeza Limpatudo para realizar a manutenção de
suas instalações.

Entre o Supermercado Alfa e a Limpatudo haverá um contrato de direito civil; entre a Limpatudo e seus
empregados haverá, naturalmente, um contrato de trabalho e teremos, assim, a terceirização das atividades
de limpeza e conservação tendo a Limpatudo como prestadora de serviços e o Supermercado Alfa como
contratante dos serviços.

Até a publicação da Lei 13.429/2017 (que alterou a Lei 6.019/1974), o tema exigia o conhecimento da Súmula
331 do TST:

SUM-331 CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. LEGALIDADE

I - A contratação de trabalhadores por empresa interposta é ilegal, formando-se o vínculo


diretamente com o tomador dos serviços, salvo no caso de trabalho temporário (Lei nº
6.019, de 03.01.1974).

II - A contratação irregular de trabalhador, mediante empresa interposta, não gera vínculo


de emprego com os órgãos da Administração Pública direta, indireta ou fundacional (art.
37, II, da CF/1988).

III - Não forma vínculo de emprego com o tomador a contratação de serviços de vigilância
(Lei nº 7.102, de 20.06.1983) e de conservação e limpeza, bem como a de serviços
especializados ligados à atividade-meio do tomador, desde que inexistente a pessoalidade
e a subordinação direta.

IV - O inadimplemento das obrigações trabalhistas, por parte do empregador, implica a


responsabilidade subsidiária do tomador dos serviços quanto àquelas obrigações, desde
que haja participado da relação processual e conste também do título executivo judicial.

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V - Os entes integrantes da Administração Pública direta e indireta respondem


subsidiariamente, nas mesmas condições do item IV, caso evidenciada a sua conduta
culposa no cumprimento das obrigações da Lei n.º 8.666, de 21.06.1993, especialmente na
fiscalização do cumprimento das obrigações contratuais e legais da prestadora de serviço
como empregadora. A aludida responsabilidade não decorre de mero inadimplemento das
obrigações trabalhistas assumidas pela empresa regularmente contratada.

VI – A responsabilidade subsidiária do tomador de serviços abrange todas as verbas


decorrentes da condenação referentes ao período da prestação laboral.

Com a alteração promovida pela Lei 13.429/2017, a redação da súmula perdeu grande parte de sua
relevância.

Vamos agora passar a tratar das novas regras da terceirização.

A lei define “empresa prestadora de serviços” como sendo1:

Lei 6.019, art. 4o-A. Considera-se prestação de serviços a terceiros a transferência feita
pela contratante da execução de quaisquer de suas atividades, inclusive sua atividade
principal, à pessoa jurídica de direito privado prestadora de serviços que possua
capacidade econômica compatível com a sua execução.

Pela parte final do caput acima, percebemos que a contratante dos serviços não poderia contratar uma
empresa prestadora de serviços (EPS) qualquer, ele deve ter “capacidade econômica” compatível, com, por
exemplo, patrimônio e capital de giro suficiente para o contrato celebrado.

Após a reforma trabalhista, foi excluída a necessidade de que os serviços terceirizados fossem “determinados
e específicos”. Veja como era a redação anterior:

Lei 6.019, art. 4º-A. Empresa prestadora de serviços a terceiros é a pessoa jurídica de
direito privado destinada a prestar à contratante serviços determinados e específicos.

Esta modificação foi cobrada na questão abaixo, incorreta:

FCC/TRT-RN – Analista Judiciário–Área Judiciária – 2017 (adaptada)


A empresa contratante é subsidiariamente responsável pelas obrigações trabalhistas dos empregados da
contratada, desde que os serviços terceirizados sejam determinados e específicos.

1
Aqui uma dica! Para diferenciar, na nova redação da Lei 6.019, a “terceirização” (em sentido estrito) do “trabalho temporário”,
fique atento à terminologia dada à empresa contratada para prestar os serviços: em geral, se falar em “empresa prestadora de
serviços” (EPS), será caso de terceirização; se falar em “empresa de trabalho temporário” (ETT), caso de trabalho temporário.
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Aqui um parêntese antes de avançarmos. Muito embora não mais se exija expressamente que os serviços
contratados sejam “determinados e específicos”, como alerta Raphael Miziara2, eles devem ser especificados
no contrato de prestação de serviços3, além do que é vedada4 a utilização dos terceirizados em atividades
distintas daquelas contratadas (desvio de função).

Explorando essa sutileza e a exigência da “especificação do serviço a ser prestado”, trago a questão abaixo,
incorreta:

FCC/TST – Analista Judiciário–Área Judiciária – 2017 (adaptada)


É lícita a celebração de contrato geral de prestação de serviços entre a tomadora e a empresa prestadora de
serviços, não sendo exigido que no termo esteja determinado expressa e especificamente os serviços a
serem desempenhados.

Seguindo adiante, a Lei 6.019 destaca também que o trabalhador terceirizado (diferentemente do
trabalhador temporário) não se subordina diretamente à contratante:

Lei 6.019/1974, art. 4º-A, § 1º A empresa prestadora de serviços contrata, remunera e


dirige o trabalho realizado por seus trabalhadores, ou subcontrata outras empresas para
realização desses serviços.

Portanto, na terceirização, é a EPS quem dirige a prestação laboral (como já dizia a SUM-331 do TST, item III,
parte final).

Outra observação a respeito do §1º acima, é a possibilidade de a empresa prestadora (EPS) de serviços
subcontratar outras empresas (chamada, por alguns, de “terceirização em cadeia”5 ou, por outros,
“quarteirização”6).

Exemplo: o Supermercado Alfa contrata a empresa de limpeza Limpatudo para realizar a manutenção de
suas instalações. A Limpatudo, por sua vez, subcontrata estes serviços da empresa FazdeTudo, cujos
trabalhadores irão efetivamente realizar a tarefa.

Na sequência, a Lei deixa claro que, sendo caso de terceirização lícita7, não haverá formação de vínculo de
emprego dos trabalhadores terceiros (ou sócios das EPS) com a empresa contratante dos serviços:

2
MIZIARA, Raphael. PINHEIRO, Iuri. A Regulamentação da Terceirização e o Novo Regime do Trabalho Temporário. LTr, 2017. p.
54
3
Lei 6.019/1974, art. 5º-B. O contrato de prestação de serviços conterá: (..) II - especificação do serviço a ser prestado
4
Lei Art. 5o-A, § 1º É vedada à contratante a utilização dos trabalhadores em atividades distintas daquelas que foram objeto do
contrato com a empresa prestadora de serviços.
5
MIZIARA, Raphael. PINHEIRO, Iuri. A Regulamentação da Terceirização e o Novo Regime do Trabalho Temporário. LTr, 2017. p.
59-66
6
AIRR - 1818-52.2012.5.12.0019. Data de Julgamento: 3/12/2014, Data de Publicação: DEJT 5/12/2014
7
Aproveitando-se o teor da SUM-331, I.
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Lei 6.019/1974, art. 4º-A, § 2º Não se configura vínculo empregatício entre os


trabalhadores, ou sócios das empresas prestadoras de serviços, qualquer que seja o seu
ramo, e a empresa contratante.

Existe uma disposição muito semelhante em relação ao trabalho temporário 8.

2.1 – Empresa prestadora de serviços (EPS)


INCIDÊNCIA EM PROVA: BAIXA

Como já vimos, a empresa prestadora de serviços deve ser uma pessoa jurídica de direito privado com
capacidade econômica para o contrato.

Nesse sentido, a lei da terceirização prevê alguns requisitos para funcionamento desta empresa, em especial
exigências do capital social da empresa:

Lei 6.019/1974, art. 4º-B. São requisitos para o funcionamento da empresa de prestação
de serviços a terceiros:

I - prova de inscrição no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ);

II - registro na Junta Comercial;

III - capital social compatível com o número de empregados, observando-se os seguintes


parâmetros:

a) empresas com até dez empregados - capital mínimo de R$ 10.000,00 (dez mil reais);

b) empresas com mais de dez e até vinte empregados - capital mínimo de R$ 25.000,00
(vinte e cinco mil reais);

c) empresas com mais de vinte e até cinquenta empregados - capital mínimo de R$


45.000,00 (quarenta e cinco mil reais);

d) empresas com mais de cinquenta e até cem empregados - capital mínimo de R$


100.000,00 (cem mil reais); e

e) empresas com mais de cem empregados - capital mínimo de R$ 250.000,00 (duzentos e


cinquenta mil reais).

Compilando o inciso III acima, temos:

8
Lei 6.019/1974, art. 10. Qualquer que seja o ramo da empresa tomadora de serviços, não existe vínculo de emprego entre ela e
os trabalhadores contratados pelas empresas de trabalho temporário.
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Quantidade de
Capital social mínimo (R$)
empregados da EPS
Até 10 10.000,00
de 11 até 20 25.000,00
de 21 até 50 45.000,00
de 51 até 100 100.000,00
mais de 100 250.000,00

2.2 – Contratante dos serviços


INCIDÊNCIA EM PROVA: MÉDIA

A lei define como:

Lei 6.019, art. 5º-A. Contratante é a pessoa física ou jurídica que celebra contrato com
empresa de prestação de serviços relacionados a quaisquer de suas atividades, inclusive
sua atividade principal.

Portanto, a lei facultou que até mesmo pessoas físicas (isto é, naturais) terceirizem serviços 9.

E para preservar o contrato de prestação de serviços:

Lei 6.019/1974, art. 5o-A, § 1º É vedada à contratante a utilização dos trabalhadores em


atividades distintas daquelas que foram objeto do contrato com a empresa prestadora de
serviços.

Os serviços terceirizados poderão ser prestados em qualquer local, desde que seja de comum acordo entre
EPS e contratante:

Lei 6.019/1974, art. 5o-A, § 2º Os serviços contratados poderão ser executados nas
instalações físicas da empresa contratante ou em outro local, de comum acordo entre as
partes.

Agora, importante conhecer as obrigações da contratante em uma terceirização.

Por meio do art. 5º-A, §3º, o legislador afirma que é a contratante é obrigada a garantir um ambiente de
trabalho seguro:

9
A nova lei não deixou claro se a Administração Pública poderia ou não se escorar em tal definição para terceirizar amplamente
suas atividades. De toda forma, a ampliação irrestrita da terceirização pelo Estado esbarra no mandamento do concurso público
(CF, art. 37, II).
8

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Lei 6.019/1974, art. 5o-A, § 3o É responsabilidade da contratante garantir as condições de


segurança, higiene e salubridade dos trabalhadores, quando o trabalho for realizado em
suas dependências ou local previamente convencionado em contrato.

A par da previsão legal transcrita acima, a doutrina10 entende que tal disposição não afasta a
responsabilidade da EPS, a qual seria solidariamente responsável (juntamente com a contratante), conforme
se extrai do enunciado da 1º Jornada de Direito do Trabalho:

44. RESPONSABILIDADE CIVIL. ACIDENTE DO TRABALHO. TERCEIRIZAÇÃO. SOLIDARIEDADE.

Em caso de terceirização de serviços, o tomador e o prestador respondem solidariamente


pelos danos causados à saúde dos trabalhadores. Inteligência dos artigos 932, III, 933 e 942,
parágrafo único, do Código Civil e da Norma Regulamentadora 4 (Portaria 3.214/77 do
Ministério do Trabalho e Emprego).

Como regra geral, a Lei faculta (não torna obrigatória) a extensão aos trabalhadores terceirizados das
facilidades médicas e de refeição dos próprios empregados da contratante:

Lei 6.019/1974, art. 5o-A, § 4o A contratante poderá estender ao trabalhador da empresa


de prestação de serviços o mesmo atendimento médico, ambulatorial e de refeição
destinado aos seus empregados, existente nas dependências da contratante, ou local por
ela designado.

Entretanto, caso os serviços sejam prestados nas dependências da tomadora dos serviços, torna-se
obrigatório à contratante estender tais facilidades aos terceirizados:

10
MIZIARA, Raphael. PINHEIRO, Iuri. A Regulamentação da Terceirização e o Novo Regime do Trabalho Temporário. LTr, 2017. p.
97-99.
9

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Lei 6.019, art. 4o-C. São asseguradas aos empregados da empresa prestadora de serviços
a que se refere o art. 4o-A desta Lei, quando e enquanto os serviços, que podem ser de
qualquer uma das atividades da contratante, forem executados nas dependências da
tomadora, as mesmas condições:

I - relativas a:

a) alimentação garantida aos empregados da contratante, quando oferecida em


refeitórios;

b) direito de utilizar os serviços de transporte;

c) atendimento médico ou ambulatorial existente nas dependências da contratante ou


local por ela designado;

d) treinamento adequado, fornecido pela contratada, quando a atividade o exigir.

II - sanitárias, de medidas de proteção à saúde e de segurança no trabalho e de instalações


adequadas à prestação do serviço.

Exemplo 1: a empresa tomadora dos serviços possui refeitório para seus empregados e contrata prestação
de serviços terceirizados em suas dependências: deverá facultar também aos terceirizados a mesma
condição.

Exemplo 2: a empresa tomadora dos serviços possui refeitório para seus empregados, mas a prestação de
serviços terceirizados ocorre fora das suas dependências: poderá facultar também aos terceirizados a
mesma condição.

O mesmo vale para transporte, atendimento médico e ambulatorial, treinamento, condições sanitárias e de
SST.

Embora parte da doutrina tenha entendido inicialmente que o art. 4o-C (inserido pela Lei 13.467/2017)
revogou tacitamente o art. 5o-A, § 4o (inserido pela Lei 13.429/2017), as Bancas têm entendido pela
coexistência das duas regras, de modo que uma seria exceção à regra da outra.

Este detalhe foi cobrado na questão abaixo, incorreta, já que não se mencionou que a prestação ocorria nas
dependências da contratante:

FCC/TST – Analista Judiciário–Área Judiciária – 2017 (adaptada)


A contratante deverá estender ao trabalhador da empresa de prestação de serviços o mesmo atendimento
médico, ambulatorial e de refeição destinado aos seus empregados, existente nas dependências da
contratante, ou local por ela designado.

Por outro lado, a questão abaixo foi considerada correta:

FCC/TST – Analista Judiciário–Área Administrativa – 2017 (adaptada)


10

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Gosto Bom Ltda., indústria alimentícia, terceirizou os serviços do setor de embalagens dos seus produtos e,
para tanto, contratou a empresa Pacote Forte Embalagens Ltda., de propriedade de seu antigo gerente
industrial, que pediu demissão exatamente para fundar esta empresa. Esse é o primeiro contrato de
prestação de serviços firmado pela Pacote Forte Embalagens Ltda., quatro meses depois de iniciar suas
atividades. No contrato de prestação de serviços pactuado restou previsto que os empregados da contratada
farão jus a salário equivalente ao pago aos empregados da contratante. Os serviços contratados são
executados nas dependências da tomadora. Considerando as regras legais sobre terceirização de serviços,
julgue:
( ) os empregados da Pacote Forte Embalagens Ltda. que prestam serviços à Gosto Bom Ltda. têm
asseguradas as mesmas condições relativas a atendimento médico ou ambulatorial existente nas
dependências da contratante ou local por ela designado.

E se, por exemplo, a quantidade de terceirizados for tão grande que o refeitório da
tomadora não seja suficiente para acomodar todos?

Antevendo esta situação, o legislador autorizou que os “serviços de alimentação” e de “atendimento


ambulatorial” fossem fornecidos aos terceirizados em outro local, nas hipóteses em que os terceirizados
forem em número igual ou superior a 20% dos empregados próprios da tomadora:

Lei 6.019, art. 4o-C, § 2o Nos contratos que impliquem mobilização de empregados da
contratada em número igual ou superior a 20% (vinte por cento) dos empregados da
contratante, esta poderá disponibilizar aos empregados da contratada os serviços de
alimentação e atendimento ambulatorial em outros locais apropriados e com igual padrão
de atendimento, com vistas a manter o pleno funcionamento dos serviços existentes.

----

Reparem, portanto, que, em se tratando de ambiente de trabalho, há equivalência de direitos entre o


terceirizado e o empregado próprio do tomador, nas situações em que a prestação ocorrer dentro das
dependências da tomadora.

Todavia, em se tratando de salário, veremos mais à frente que não existe tal equivalência.

----

Por fim, a lei deixa clara a responsabilidade subsidiária da contratante pelas obrigações trabalhistas em uma
terceirização lícita11:

Lei 6.019/1974, art. 5o-A, § 5º A empresa contratante é subsidiariamente responsável


pelas obrigações trabalhistas referentes ao período em que ocorrer a prestação de

11
Aproveitando-se o teor da SUM-331, itens I e IV.
11

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serviços, e o recolhimento das contribuições previdenciárias observará o disposto no art.


31 da Lei no 8.212, de 24 de julho de 199112.

Responsabilidade subsidiária pelas


obrigações trabalhistas (regra)

Responsável por gerar ambiente de


Contratante trabalho seguro aos terceirizados
dos serviços regra: poderá dar o mesmo
(tomadora) atendimento tratamento dado aos
médico, empregados próprios Se terceirizados
ambulatorial e forem 20% ou mais
de refeição aos exceção: serviços prestados
dos empregados
terceirizados nas dependências da próprios: outros
contratante locais com mesmo
padrão

2.3 – Atividades que podem ser terceirizadas


INCIDÊNCIA EM PROVA: ALTA

Antes da publicação da Lei, permitia-se (por meio da SUM-331 do TST) somente a terceirização de serviços
especializados ligados à atividade-meio do contratante, atividades de limpeza e conservação e de vigilância.

A nova lei, por sua vez, não faz qualquer restrição nesse sentido, possibilitando expressamente a
terceirização das atividades principais da empresa contratante. Ou seja, segundo dispõe a Lei 6.019, com
redação dada pela Lei 13.467, de julho de 2017, quaisquer atividades podem ser objeto de terceirização, seja
atividade-meio ou atividade-fim.

12
Lei 8.212/1991, art. 31. A empresa contratante de serviços executados mediante cessão de mão de obra, inclusive em regime
de trabalho temporário, deverá reter 11% (onze por cento) do valor bruto da nota fiscal ou fatura de prestação de serviços e
recolher, em nome da empresa cedente da mão de obra, a importância retida até o dia 20 (vinte) do mês subsequente ao da
emissão da respectiva nota fiscal ou fatura, ou até o dia útil imediatamente anterior se não houver expediente bancário naquele
dia, observado o disposto no § 5º do art. 33 desta Lei.
12

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Na sequência, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu13 que é lícita a terceirização em todas as etapas do
processo produtivo, seja meio ou fim, tendo fixado a seguinte tese:

É licita a terceirização ou qualquer outra forma de divisão do trabalho entre pessoas


jurídicas distintas, independentemente do objeto social das empresas envolvidas,
mantida a responsabilidade subsidiária da empresa contratante.

2.4 – Contrato de prestação de serviços


INCIDÊNCIA EM PROVA: BAIXA

O art. 5º-B da Lei 6.019 elenca alguns requisitos do contrato de prestação de serviços:

Lei 6.019/1974, art. 5º-B. O contrato de prestação de serviços conterá:

I - qualificação das partes;

II - especificação do serviço a ser prestado; 14

III - prazo para realização do serviço, quando for o caso;

IV - valor.

2.5 – Quarentena para terceirização


INCIDÊNCIA EM PROVA: MÉDIA

Objetivando minimizar as chances de que as empresas dispensem seus empregados próprios para
terceirizarem, com os mesmos trabalhadores, as atividades por eles exercidas, criou-se uma quarentena de
18 meses.

Exemplo: Francisco é empregado da empresa QueBrada Ltda. Se Francisco é dispensado, ele somente poderá
prestar serviços, enquanto trabalhador terceirizado, àquela empresa após o decurso de 18 meses (seja como
empregado da empresa prestadora de serviços, seja como sócio da prestadora).

A ideia é evitar que os empregados sejam demitidos e forçados a constituírem empresas próprias
(pejotização) para prestarem serviços ao antigo empregador, no intuito de burlar a legislação trabalhista.

13
Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 324 e o Recurso Extraordinário (RE) 958252, com repercussão
geral reconhecida. Julgamento em 30/8/2018.
14
Aproveito para destacar que a Lei 6.019 não se aplica à terceirização dos serviços de vigilância e transporte de valores, os quais
continuam sendo regidos por lei própria (Lei nº 7.102/1983).

13

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A única exceção refere-se ao empregado que se aposenta. Neste caso, não há que se falar em quarentena
de 18 meses:

Lei 6.019, art. 5º-C. Não pode figurar como contratada, nos termos do art. 4º-A desta Lei,
a pessoa jurídica cujos titulares ou sócios tenham, nos últimos dezoito meses, prestado
serviços à contratante na qualidade de empregado ou trabalhador sem vínculo
empregatício, exceto se os referidos titulares ou sócios forem aposentados.

Lei 6.019, art. 5º-D. O empregado que for demitido não poderá prestar serviços para esta
mesma empresa na qualidade de empregado de empresa prestadora de serviços antes do
decurso de prazo de dezoito meses, contados a partir da demissão do empregado.

2.6 – Não obrigatoriedade de salário equivalente aos terceirizados


INCIDÊNCIA EM PROVA: BAIXA

O TST vinha entendendo que os trabalhadores terceirizados tinham direito à isonomia salarial com o
empregado próprio do tomador dos serviços, em especial nas situações de terceirização ilícita, conforme se
depreende da OJ 383 da SDI-115.

Todavia, a Lei não exige isonomia entre os terceirizados e os empregados próprios do tomador. Isto porque,
por meio da Lei 13.467, que alterou a Lei 6.019/1974, ficou estabelecido que não há obrigatoriedade de
equivalência salarial entre o empregado próprio do tomador dos serviços e o trabalhador terceirizado:

Lei 6.019, art. 4o-C, § 1o Contratante e contratada poderão estabelecer, se assim


entenderem, que os empregados da contratada farão jus a salário equivalente ao pago aos
empregados da contratante, além de outros direitos não previstos neste artigo.

Em outras palavras, até pode ser estabelecida a equivalência salarial, no âmbito do contrato de prestação de
serviços, mas esta não é uma obrigação das empresas.

Sintetizando, temos o seguinte:

15
383. TERCEIRIZAÇÃO. EMPREGADOS DA EMPRESA PRESTADORA DE SERVIÇOS E DA TOMADORA. ISONOMIA. ART. 12, “A”, DA LEI
Nº 6.019, DE 03.01.1974.
A contratação irregular de trabalhador, mediante empresa interposta, não gera vínculo de emprego com ente da Administração
Pública, não afastando, contudo, pelo princípio da isonomia, o direito dos empregados terceirizados às mesmas verbas trabalhistas
legais e normativas asseguradas àqueles contratados pelo tomador dos serviços, desde que presente a igualdade de funções.
Aplicação analógica do art. 12, “a”, da Lei nº 6.019, de 03.01.1974.
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Nesse sentido, destaco que a equivalência salarial ficou mantida apenas para o trabalhador temporário – Lei
6.019, art. 12, ‘a’.

Para encerrar este tópico, trago as críticas do Ministro Godinho em relação à mudança promovida 16:

A segunda mudança muito impactante promovida pela Lei n. 13.467/2017 consiste na


consagração da ideia da discriminação salarial entre os trabalhadores terceirizados e os
empregados da empresa contratante (art. 4º-C, §1º, Lei 6.019/1974). Ou melhor: a
possibilidade de escolha contratual, pelas empresas, entre se adotar uma prática
discriminatória ou não quanto aos salários dos trabalhadores terceirizados.

2.7 – Terceirização na Administração Pública


INCIDÊNCIA EM PROVA: ALTA

A terceirização no âmbito público em geral é realizada por meio de contratos administrativos de prestação
de serviços, celebrados entre o ente público e o prestador privado.

A regra geral, de sede constitucional, é de que tais contratos sejam resultantes de um procedimento
licitatório.

16
DELGADO, Maurício Godinho. DELGADO, Gabriela Neves. A Reforma Trabalhista no Brasil: com os comentários à Lei n.
13.467/2017. 1ª ed. São Paulo: LTr, 2017. P. 209
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E, uma vez celebrado o contrato, como vocês sabem, a Lei 8.666 atribuiu à Administração Pública o dever de
fiscalizar os contratos administrativos que vier a celebrar:

Lei 8.666, art. 67. A execução do contrato deverá ser acompanhada e fiscalizada por um
representante da Administração especialmente designado, permitida a contratação de
terceiros para assisti-lo e subsidiá-lo de informações pertinentes a essa atribuição.

Esta atribuição é desempenha por um servidor, muitas vezes chamado de “fiscal de contrato” ou “gestor de
contrato”.

Considerando esta atribuição, o TST vinha entendendo que, caso esta fiscalização não fosse realizada de
forma adequada, a Administração Pública poderia ser chamada a responder pelos créditos trabalhistas não
pagos aos terceirizados.

Exemplo: a empresa XYZ foi contratada pelo Tribunal 234 para prestar serviços de vigilância. Pois bem, a
empresa decretou sua falência e deixou de pagar uma série de direitos aos seus empregados que prestavam
serviços àquele Tribunal.

Nesse cenário, o TST vinha entendendo que, caso o Tribunal não houvesse fiscalizado de forma adequada a
prestação dos serviços, o próprio Tribunal 234 poderia ser chamado a responder pelos direitos dos
empregados da empresa XYZ.

Neste aspecto convém mencionar as culpas in eligendo e in vigilando.

O conceito de culpa in eligendo decorre do tomador de serviços ter elegido mal seu prestador de serviços,
que não cumpriu suas obrigações perante os empregados.

A culpa in vigilando se relaciona à fiscalização deficiente da tomadora, que permitiu a prática de


irregularidades trabalhistas por parte da prestadora, o que implica em sua responsabilidade subsidiária.

Para que o tomador de serviços seja responsabilizado subsidiariamente me face de obrigações trabalhista
oriundas da terceirização, este deve ter participado da relação processual e deve constar também do título
executivo judicial.

Tendo em vista evolução jurisprudencial com relação à responsabilização da Administração Pública em


terceirizações, em 2011 o TST inseriu o item V na Súmula 331, que trata especificamente da responsabilidade
subsidiária de órgão e entidades públicos:

SUM-331, V - Os entes integrantes da Administração Pública direta e indireta respondem


subsidiariamente, nas mesmas condições do item IV, caso evidenciada a sua conduta
culposa no cumprimento das obrigações da Lei n.º 8.666, de 21.06.1993, especialmente
na fiscalização do cumprimento das obrigações contratuais e legais da prestadora de
serviço como empregadora. A aludida responsabilidade não decorre de mero
inadimplemento das obrigações trabalhistas assumidas pela empresa regularmente
contratada.

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Esta alteração decorreu de ação judicial (Ação Declaratória de Constitucionalidade - ADC) envolvendo a Lei
8.666/93, também chamada de Lei de Licitações e Contratos (LLC), que em seu artigo 71 dispõe:

Lei 8.666/93, art. 71. O contratado é responsável pelos encargos trabalhistas,


previdenciários, fiscais e comerciais resultantes da execução do contrato.

§ 1º A inadimplência do contratado, com referência aos encargos trabalhistas, fiscais e


comerciais não transfere à Administração Pública a responsabilidade por seu pagamento,
nem poderá onerar o objeto do contrato ou restringir a regularização e o uso das obras e
edificações, inclusive perante o Registro de Imóveis.

Além disso, a LLC estabelece que a Administração contratante fiscalizará a execução do contrato e o
cumprimento das obrigações contratuais da empresa contratada.

Deste modo, o item V deixa claro que a responsabilização do ente público “não decorre de mero
inadimplemento das obrigações trabalhistas assumidas pela empresa regularmente contratada”, mas terá
lugar quando se verifique que o ente público contratante aja de forma culposa no cumprimento
(descumprimento, no caso) de sua obrigação de fiscalizar o contato – configurar-se-ão, neste caso, as culpas
in eligendo e in vigilando.

Em outro giro, no julgamento do RE nº 760.931/DF, com repercussão geral reconhecida, o STF firmou a tese
de que:

o inadimplemento dos encargos trabalhistas dos empregados do contratado não transfere


automaticamente ao Poder Público contratante a responsabilidade pelo seu pagamento,
seja em caráter solidário ou subsidiário, nos termos do art. 71, § 1º, da Lei nº 8.666/93

Isto porque o STF entendeu que a responsabilização do ente público apenas está autorizada quando comprovada
a ausência de fiscalização quanto ao cumprimento das obrigações trabalhistas pela prestadora.

E quem detém o ônus de comprovar a realização da fiscalização? Ou de provar a


inexistência de fiscalização sistemática?

Até pouco tempo atrás, vinha se entendendo que a definição do ônus da prova caberia ao TST, diante de sua
natureza eminentemente infraconstitucional. E, nesse sentido, vinha defendendo o TST 17 que a
Administração Pública é quem detinha o ônus de provar que fiscalizou diligentemente os contratos por ela
firmados. Não havendo tal comprovação, o poder público seria chamado a responder em caráter subsidiário.
Na prática, tal entendimento acabava apequenando o entendimento do STF no sentido de que a

17
A exemplo do TST-E-RR-925-07.2016.5.05.0281, SBDI-I, rel. Min. Cláudio Mascarenhas Brandão,
12.12.2019. Informativo TST 214
17

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Administração não responderia automaticamente. Isto porque, caso não houvesse provas de fiscalização
adequada, haveria a responsabilização subsidiária do poder público "automaticamente".

Ocorre que, a partir de setembro de 2020, interpretando-se julgados do STF18, o TST curvou-se à tese de que
é do empregado (e não da Administração Pública) o ônus de se comprovar a culpa in vigilando da
Administração:

1. O Supremo Tribunal Federal, ao revisitar o tema específico da responsabilidade


subsidiária, após o reconhecimento da constitucionalidade do art. 71, § 1º, da Lei 8.666/93,
que exime a administração pública nos casos de terceirização de serviços (ADC 16, Rel. Min.
Cezar Peluso, DJe de 08/09/11), reafirmou o entendimento anterior, que veda a
responsabilização automática da administração pública, só cabendo sua condenação se
houver prova inequívoca de sua conduta omissiva ou comissiva na fiscalização dos
contratos (RE 760.931, Red. Min. Luiz Fux, julgado em 30/03/17, leading case do Tema 246
de Repercussão Geral do STF). Nesse sentido, apenas nas hipóteses em que fique claro na
decisão regional que foi comprovada pelo reclamante a culpa in eligendo ou in vigilando da
administração pública é que se poderia condená-la subsidiariamente. As hipóteses de culpa
presumida ou decorrente de inversão do ônus da prova, como também a de atribuição da
responsabilidade por mero inadimplemento das obrigações trabalhistas por parte do
prestador de serviços, foram descartadas pelo Pretório Excelso nesse último julgamento.

2. Sobreleva notar que a tese da Relatora originária do RE 760.931 (Min. Rosa Weber), de
que o ônus da prova era da Administração Pública, restou vencida, e a decisão do TST,
calcada na culpa in vigilando do ente público, por não ter provado que fiscalizou o
cumprimento das obrigações trabalhistas, foi reformada. Assim, os embargos declaratórios
foram rejeitados ao fundamento de que a decisão não carecia de maiores esclarecimentos
(RE 760.931-ED, Red. Min. Edson Fachin, DJe de 06/09/19). Ou seja, nem se adotou a tese,
a contrario sensu, do ônus da prova do reclamante nos embargos declaratórios, nem se
afirmou ser tal matéria infraconstitucional, já que, repita-se, ficou vencida a tese do ônus
da prova da administração pública no julgamento originário do Supremo, com cassação da
decisão do TST que se firmava nessa tese específica (Rel. Min. Freire Pimenta).

3. Ademais, ambas as Turmas do STF, apreciando reclamações contra decisões do TST,


vencidos os Min. Marco Aurélio e Rosa Webrer, deixaram claro que, de acordo com o
figurino dos precedentes vinculantes do STF quanto ao Tema 246, é do reclamante o ônus
da prova da culpa in vigilando da administração pública (cfr. AgRg-ED-Rcl 36.836-MA, 1ª
Turma, Red. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 14/2/2020; AgRg-Rcl 37.035-MA, 2ª
Turma, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 19/12/2019). 4. Assim, a regra é a não
responsabilização da administração pública pelos créditos judiciais trabalhistas de
empregados terceirizados, e a contemporização do STF, abrindo exceção à regra, fica
limitada e balizada pelas decisões da própria Suprema Corte, que, portanto, não
comportam elastecimento por parte da Justiça do Trabalho.

18
Em especial o RE 760.931 (tema de repercussão geral 246)
18

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TST-RR-83- 97.2018.5.20.0003, 4ª Turma, rel. Min. Ives Gandra Martins Filho, julgado em
29/9/2020. Informativo TST 226.

----

Para finalizar a Súmula 331 vamos reler o item VI:

VI – A responsabilidade subsidiária do tomador de serviços abrange todas as verbas


decorrentes da condenação referentes ao período da prestação laboral.

Este item também foi inserido em 2011, para deixar claro que a responsabilidade subsidiária na terceirização
não se refere apenas ao salário, mas também às demais verbas trabalhistas remuneratórias e indenizatórias.

Como já ressaltamos anteriormente, a súmula comentada acima não foi objeto de cancelamento ou reforma
pelo TST, mesmo após a publicação da nova lei de terceirização
1 (Lei 13.429/2017).

As alterações promovidas pela nova lei exigirão o cancelamento ou a revisão da Súmula no 331 do TST, pois,
até então, esta súmula era a principal diretriz que tínhamos a respeito do assunto, já que, em todos estes
anos de terceirização no Brasil, o assunto ainda não havia sido regulamentado por lei.

Com a alteração promovida pela Lei 13.429/2017, a redação da súmula, no geral, perdeu parte de sua
relevância.

Todavia, no que diz respeito à responsabilidade do tomador, a regra continua sendo a responsabilidade
subsidiária de quem contrata a prestação dos serviços.

Nesse sentido, a lei da terceirização reforça a responsabilidade subsidiária da contratante pelas obrigações
trabalhistas em uma terceirização lícita19:

Lei 6.019/1974, art. 5o-A, § 5o A empresa contratante é subsidiariamente responsável


pelas obrigações trabalhistas referentes ao período em que ocorrer a prestação de
serviços, e o recolhimento das contribuições previdenciárias observará o disposto no art.
31 da Lei no 8.212, de 24 de julho de 199120.

Por fim, ressalte-se que, em junho de 2020, ao apreciar a constitucionalidade da alteração promovida pela
Lei 13.429/2017, o STF21 confirmou sua constitucionalidade, inclusive quanto à possibilidade de terceirização
no âmbito da Administração Pública.

19
Aproveitando-se o teor da SUM-331, itens I e IV.
20
Lei 8.212/1991, art. 31. A empresa contratante de serviços executados mediante cessão de mão de obra, inclusive em regime
de trabalho temporário, deverá reter 11% (onze por cento) do valor bruto da nota fiscal ou fatura de prestação de serviços e
recolher, em nome da empresa cedente da mão de obra, a importância retida até o dia 20 (vinte) do mês subsequente ao da
emissão da respectiva nota fiscal ou fatura, ou até o dia útil imediatamente anterior se não houver expediente bancário naquele
dia, observado o disposto no § 5º do art. 33 desta Lei.
21
ADIs 5.735, 5.695, 5.685, 5.686 e 5.687
19

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3 - TRABALHO TEMPORÁRIO
Em relação ao trabalho temporário, considero importante frisar que o trabalhador temporário não se
confunde com o empregado contratado a prazo determinado (art. 443 da CLT).

No trabalho temporário regido pela Lei 6.019/74 temos uma relação jurídica trilateral, com a empresa de
trabalho temporário (ETT), empresa tomadora de serviços e o trabalhador, vinculado à primeira.

No contrato a prazo determinado, conforme delineado pelo art. 443 da CLT, não existe empresa de trabalho
temporário; é a própria empresa interessada que irá contratar o empregado a prazo determinado nas
hipóteses previstas, quais sejam:

c justifique a predeterminação do prazo;


a) de serviço cuja natureza ou transitoriedade

b) de atividades empresariais de caráter transitório;

c) de contrato de experiência.

Acerca da similitude das hipóteses autorizativa das contratações em ambos os casos, Mauricio Godinho
Delgado22 explica que

“O exame dessas duas hipóteses de pactuação temporária evidencia que não se


diferenciam substantivamente das hipóteses celetistas de pactuação de contrato
empregatício por tempo determinado (art. 443, CLT). De fato, sob a ótica socioeconômica,
as mesmas necessidades empresariais atendidas pelos trabalhadores temporários (Lei n.
6.019) sempre puderam (e podem) ser preenchidas por empregados submetidos a
contratos celetistas por tempo determinado (art. 443, CLT).”

-----

Voltando ao trabalho temporário, regido pela Lei 6.019/74, pode-se defini-lo como:

Lei 6.019/74, art. 2º - Trabalho temporário é aquele prestado por pessoa física contratada
por uma empresa de trabalho temporário que a coloca à disposição de uma empresa

22
DELGADO, Mauricio Godinho. Op. cit., p. 463.
20

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tomadora de serviços, para atender à necessidade de substituição transitória de pessoal


permanente ou à demanda complementar de serviços.

Antes da Lei 13.429/2017, a definição era a seguinte:

Lei 6.019/74, art. 2º - Trabalho temporário é aquele prestado por pessoa física a uma
empresa, para atender à necessidade transitória de substituição de seu pessoal regular e
permanente ou à acréscimo extraordinário de serviços.

É nesta mesma lei onde consta a definição de empresa de trabalho temporário:

Lei 6.019/74, art. 4º - Empresa de trabalho temporário é a pessoa jurídica, devidamente


registrada no Ministério do Trabalho, responsável pela colocação de trabalhadores à
disposição de outras empresas temporariamente.
7
A definição anterior era a seguinte:

Lei 6.019/74, art. 4º - Compreende-se como empresa de trabalho temporário a pessoa


física ou jurídica urbana, cuja atividade consiste em colocar à disposição de outras
empresas, temporariamente, trabalhadores, devidamente qualificados, por elas
remunerados e assistidos.

Como a empresa de trabalho temporário (ETT) não é contratada para realizar serviços, mas sim intermediar
mão de obra, percebam que este é um caso em que o trabalhador da empresa prestadora será alocado na
dinâmica industrial da tomadora, ou seja, realizará suas atividades de forma subordinada à tomadora.

Segue abaixo um esquema envolvendo o trabalho temporário:

Empresa tomadora de mão de Contrato de natureza civil Empresa de trabalho


«» «»
obra (intermediação de mão de obra) temporário (ETT)

Trabalho subordinado
(entretanto não há vínculo de Relação de trabalho
emprego)

Trabalhador temporário

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3.1 – Hipóteses do trabalho temporário


INCIDÊNCIA EM PROVA: ALTA

O trabalho temporário se destina a permitir que a empresa de trabalho temporário (ETT) forneça
trabalhadores a outras empresas, sendo relação excepcional que só é admitida nas estritas hipóteses do art.
2º da Lei 6.019/74, a saber:

• necessidade de substituição transitória de pessoal permanente23


• demanda complementar de serviços24

Acerca desta última hipótese, a própria lei dispôs da seguinte forma:

Lei 6.019/74, art. 2º, § 2º Considera-se complementar a demanda de serviços que seja
oriunda de fatores imprevisíveis ou, quando decorrente de fatores previsíveis, tenha
5
natureza intermitente, periódica ou sazonal.

Resumindo, será complementar a demanda decorrente de fatores:

✓ imprevisíveis ou
✓ previsíveis, com natureza
o periódica
o intermitente
o sazonal

Por outro lado, o Decreto 10.060, de outubro de 2019, deixa claro que:

Art. 3º, Parágrafo único. Não se considera demanda complementar de serviços:

I - as demandas contínuas ou permanentes; ou

II - as demandas decorrentes da abertura de filiais.

----

Além das hipóteses, é importante se atentar para duas novidades trazidas com a Lei 13.429/2017:

• atualmente apenas pessoa jurídica pode ser empresa de trabalho temporário25


• poderá existir trabalho temporário também no meio rural26

23
Decreto 10.060/2019, art. 3º, V - substituição transitória de pessoal permanente - substituição de trabalhador permanente da
empresa tomadora de serviços ou cliente afastado por motivo de suspensão ou interrupção do contrato de trabalho, tais como
férias, licenças e outros afastamentos previstos em lei;
24 Que substituiu a hipótese anterior de acréscimo extraordinário de serviços.
25 A definição anterior dava margem a que pessoas físicas também o fossem.
26 A definição anterior restringia o trabalho temporário ao meio urbano.

22

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A lei autoriza, excepcionalmente, a utilização do trabalho temporário para substituir grevistas em algumas
raras situações27, como no caso de greve considerada abusiva:

Lei 6.019/74, art. 2º, § 1o É proibida a contratação de trabalho temporário para a


substituição de trabalhadores em greve, salvo nos casos previstos em lei28.

Portanto, vejam que, regra geral, não se pode utilizar do trabalho temporário para substituir grevistas
indiscriminadamente.

A adoção do trabalho temporário, na situação de greve, se dá apenas em casos específicos, previstos na Lei
de Greve.

Por fim, a lei esclarece que o trabalho temporário pode se dar em atividades-meio ou atividades-fim da
tomadora dos serviços:
5
Lei 6.019/74, art. 9º, § 3o O contrato de trabalho temporário pode versar sobre o
desenvolvimento de atividades-meio e atividades-fim a serem executadas na empresa
tomadora de serviços.

Esta regra não traz novidades quanto ao trabalho temporário, eis que este já era o entendimento vigente
com a SUM-331 (apenas a “terceirização” é que não era admitida em atividades-fim).

3.2 – Prazo do trabalho temporário


INCIDÊNCIA EM PROVA: ALTA

Em regra, o atual29 prazo do trabalho temporário, considerando o mesmo trabalhador e o mesmo tomador,
é de 180 dias (ainda que não consecutivos):

Lei 6.019, art. 10, § 1º O contrato de trabalho temporário, com relação ao mesmo
empregador, não poderá exceder ao prazo de cento e oitenta dias, consecutivos ou não.

Todavia, a lei prevê uma possibilidade de prorrogação por mais 90 dias, caso mantidas as condições que
ensejaram a contratação:

27
Lei 7.783, art. 9º Durante a greve, o sindicato ou a comissão de negociação, mediante acordo com a entidade patronal ou
diretamente com o empregador, manterá em atividade equipes de empregados com o propósito de assegurar os serviços cuja
paralisação resultem em prejuízo irreparável, pela deterioração irreversível de bens, máquinas e equipamentos, bem como a
manutenção daqueles essenciais à retomada das atividades da empresa quando da cessação do movimento.
Parágrafo único. Não havendo acordo, é assegurado ao empregador, enquanto perdurar a greve, o direito de contratar
diretamente os serviços necessários a que se refere este artigo.
Art. 14 Constitui abuso do direito de greve a inobservância das normas contidas na presente Lei, bem como a manutenção da
paralisação após a celebração de acordo, convenção ou decisão da Justiça do Trabalho.
28
Estes casos encontram-se previstos nos arts. 9º e 14 da Lei de Greve.
29
Antes da Lei 13.429, o prazo do contrato de trabalho temporário era de até três meses, salvo autorização do Ministério do
Trabalho.
23

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Lei 6.019, art. 10, § 2º O contrato poderá ser prorrogado por até noventa dias,
consecutivos ou não, além do prazo estabelecido no § 1º deste artigo, quando comprovada
a manutenção das condições que o ensejaram.

Portanto:

Prazo de 180 dias, prorrogável por mais 90 dias, consecutivos ou não.

Ora, mas como assim, “prazo não consecutivo”?

Quer dizer que um trabalhador, em toda sua vida, pode ser temporário de um mesmo tomador somente
durante esse prazo?

Não é bem assim! 0


A lei criou uma “quarentena” de 90 dias:

Lei 6.019, art. 10, § 5º O trabalhador temporário que cumprir o período estipulado nos §§
1º e 2º deste artigo somente poderá ser colocado à disposição da mesma tomadora de
serviços em novo contrato temporário, após noventa dias do término do contrato
anterior.

Exemplo: se Pedro tiver sido trabalhador temporário na empresa XisMais por 270 dias (180+90), passados
90 dias do final do contrato anterior, ele poderia ser novamente “colocado à disposição” da empresa XisMais.

Entendi! Mas, e se o prazo for descumprido?

A resposta está na própria lei: vínculo de emprego com o tomador dos serviços:

Lei 6.019, art. 10, § 6º A contratação anterior ao prazo previsto no § 5º deste artigo
caracteriza vínculo empregatício com a tomadora.

3.3 – Empresa de trabalho temporário (ETT)


INCIDÊNCIA EM PROVA: MÉDIA

A Lei 6.019 exige o registro da empresa de trabalho temporário junto ao Ministério do Trabalho (MTb):

Lei 6.019/74, art. 4o Empresa de trabalho temporário é a pessoa jurídica, devidamente


registrada no Ministério do Trabalho, responsável pela colocação de trabalhadores à
disposição de outras empresas temporariamente.

Neste aspecto, não houve novidades com a Lei 13.429/2017. A alteração ficou por conta dos requisitos para
funcionamento e registro da ETT. A nova lei resumiu os requisitos aos seguintes:

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Lei 6.019/1974, art. 6º, I - prova de inscrição no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica
(CNPJ), do Ministério da Fazenda;

II - prova do competente registro na Junta Comercial da localidade em que tenha sede;

III - prova de possuir capital social de, no mínimo, R$ 100.000,00 (cem mil reais).30

Comparando as exigências de capital social entre a ETT (trab. Temporário) e a EPS (terceirização), temos o
seguinte:

Trabalho temporário (ETT) Terceirização (EPS)

Capital Social compatível com o número de empregados,


observando-se os seguintes parâmetros:

a) empresas com até dez empregados - capital mínimo de R$


10.000,00;
Capital Social de, no mínimo, R$ 100.000,00
(independentemente da quantidade de b) mais de dez e até vinte - R$ 25.000,00;
trabalhadores temporários)
c) mais de vinte e até cinquenta - R$ 45.000,00;

d) mais de cinquenta e até cem - R$ 100.000,00; e

e) mais de cem empregados - R$ 250.000,00.

3.4 – Tomador dos serviços


INCIDÊNCIA EM PROVA: BAIXA

A lei não traz grandes novidades ao definir a empresa tomadora de serviços, em seu art. 5º:

Lei 6.019, art. 5º Empresa tomadora de serviços é a pessoa jurídica ou entidade a ela
equiparada que celebra contrato de prestação de trabalho temporário com a empresa
definida no art. 4o desta Lei.

Buscando conferir segurança jurídica ao tomador dos serviços, a nova lei assegura que, em uma relação de
trabalho temporário, não haverá formação de vínculo de emprego entre o trabalhador e o tomador dos
serviços:

30
Anteriormente, a exigência de capital social era de 500 salários-mínimos.
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Lei 6.019, art. 10. Qualquer que seja o ramo da empresa tomadora de serviços, não existe
vínculo de emprego entre ela e os trabalhadores contratados pelas empresas de trabalho
temporário.

Apesar de não ter deixado expresso, subentende-se que tal dispositivo aplica-se somente ao trabalho
temporário lícito.

Seguindo adiante, assim como fez em relação à terceirização de serviços, a Lei deixa claro que é o tomador
quem deve garantir um ambiente de trabalho seguro:

Lei 6.019, art. 9º, § 1º É responsabilidade da empresa contratante garantir as condições de


segurança, higiene e salubridade dos trabalhadores, quando o trabalho for realizado em
suas dependências ou em local por ela designado.

Portanto, cabe ao tomador dos serviços assegurar condições adequadas de segurança e saúde no trabalho
aos trabalhadores terceirizados.

Nessa esteira, no §2º abaixo a lei também obriga o tomador do trabalho temporário a estender aos
trabalhadores temporários as facilidades médicas e de refeição dos próprios empregados da empresa
tomadora:

Lei 6.019, art. 9º, § 2º A contratante estenderá ao trabalhador da empresa de trabalho


temporário o mesmo atendimento médico, ambulatorial e de refeição destinado aos seus
empregados, existente nas dependências da contratante, ou local por ela designado.

Comparando estas regras do trabalho temporário com aquelas estudadas sobre a terceirização de serviços,
temos o seguinte:

Por fim, a lei deixa clara a responsabilidade do tomador dos serviços pelas obrigações trabalhistas em um
trabalho temporário.

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Em regra, haverá responsabilidade subsidiária do tomador:

Lei 6.019, art. 10, § 7º A contratante é subsidiariamente responsável pelas obrigações


trabalhistas referentes ao período em que ocorrer o trabalho temporário, e o recolhimento
das contribuições previdenciárias observará o disposto no art. 31 da Lei nº 8.212, de 24 de
julho de 199131.

Entretanto, mantendo uma regra que já existia antes da Lei 13.429/2017, no caso de falência da ETT, o
tomador responderá de forma solidária:

Lei 6.019/1974, art. 16 - No caso de falência da empresa de trabalho temporário, a


empresa tomadora ou cliente é solidariamente responsável pelo recolhimento das
contribuições previdenciárias, no tocante ao tempo em que o trabalhador esteve sob suas
ordens, assim como em referência ao mesmo período, pela remuneração e indenização
previstas nesta Lei.

Esquematizando, portanto, a responsabilidade do tomador de trabalho temporário, temos:

- regra geral: responsabilidade subsidiária


- falência da ETT: responsabilidade solidária

Tal responsabilidade foi delimitada pelo Decreto 10.060/2019 da seguinte forma:

Art. 16. No caso de falência da empresa de trabalho temporário, a empresa tomadora ou


cliente e solidariamente responsável pelo recolhimento das contribuições previdenciárias,
no tocante ao tempo em que o trabalhador esteve sob suas ordens, assim como em
referência ao mesmo período, pela remuneração e indenização previstas nesta Lei.

3.5 – Contrato entre ETT e tomador


INCIDÊNCIA EM PROVA: BAIXA

A lei deixa claro que o contrato de intermediação de mão de obra, celebrado entre a ETT e a tomadora dos
serviços, deverá ser por escrito e conter os seguintes elementos:

31
Lei 8.212/1991, art. 31. A empresa contratante de serviços executados mediante cessão de mão de obra, inclusive em regime
de trabalho temporário, deverá reter 11% (onze por cento) do valor bruto da nota fiscal ou fatura de prestação de serviços e
recolher, em nome da empresa cedente da mão de obra, a importância retida até o dia 20 (vinte) do mês subsequente ao da
emissão da respectiva nota fiscal ou fatura, ou até o dia útil imediatamente anterior se não houver expediente bancário naquele
dia, observado o disposto no § 5º do art. 33 desta Lei.
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Lei 6.019, art. 9º O contrato celebrado pela empresa de trabalho temporário e a tomadora
de serviços será por escrito, ficará à disposição da autoridade fiscalizadora no
estabelecimento da tomadora de serviços e conterá:

I - qualificação das partes;

II - motivo justificador da demanda de trabalho temporário;

III - prazo da prestação de serviços;

IV - valor da prestação de serviços;

V - disposições sobre a segurança e a saúde do trabalhador, independentemente do local


de realização do trabalho.

3.6 – Contrato entre ETT e trabalhador temporário


INCIDÊNCIA EM PROVA: MÉDIA

Assim como ocorria antes da Lei 13.429, o contrato entre o trabalhador temporário e a ETT também deve
ser necessariamente por escrito:

Lei 6019, art. 11 - O contrato de trabalho celebrado entre empresa de trabalho temporário
e cada um dos assalariados colocados à disposição de uma empresa tomadora ou cliente
será, obrigatoriamente, escrito e dele deverão constar, expressamente, os direitos
conferidos aos trabalhadores por esta Lei.

Apesar de se referir a um “contrato de trabalho”, há divergências32 quanto ao enquadramento ou não do


trabalhador temporário como um empregado, havendo precedentes recentes do TST pelo não
enquadramento33. A despeito disso, a lei determina que a condição de trabalhador temporário seja anotada
na CTPS do obreiro:

Lei 6019, art. 12, § 1º - Registrar-se-á na Carteira de Trabalho e Previdência Social do


trabalhador sua condição de temporário.

Decreto 10.060/2019, art. 12, § 1º Registrar-se-á na Carteira de Trabalho e Previdência


Social do trabalhador sua condição de temporário.

Caso a tomadora se interesse por contratar o temporário (que originalmente era trabalhador da empresa de
trabalho temporário) isto deve ser permitido, não sendo admitida cláusula de reserva:

32
DELGADO, Mauricio Godinho. 9ª ed., p. 432.
33
RR - 1342-91.2010.5.02.0203; Red. Min. Renato de Lacerda Paiva; 30/4/2015; RR – 1000-46.2014.5.09.0009, rel. Min. Alexandre
de Souza Agra Belmonte; 28/9/2016
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Lei 6.019/74, art. 11, parágrafo único. Será nula de pleno direito qualquer cláusula de
reserva, proibindo a contratação do trabalhador pela empresa tomadora ou cliente ao fim
do prazo em que tenha sido colocado à sua disposição pela empresa de trabalho
temporário.

Em relação a essa contratação, é importante se atentar para a regra abaixo:

Lei 6.019, art. 10, § 4º Não se aplica ao trabalhador temporário, contratado pela tomadora
de serviços, o contrato de experiência previsto no parágrafo único do art. 445 da
Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1o de maio
de 1943.

Ou seja, caso o tomador dos serviços decida contratar diretamente a pessoa que lhe prestava serviços como
trabalhador temporário, não poderá celebrar contrato de experiência com este trabalhador. As partes já se
conhecem, de modo que não faria sentido algum um contrato de experiência nessa situação.

Além disso, o trabalhador temporário será cadastrado junto ao Ministério da Economia:

Decreto 10.060/2019, art. 7º O cadastramento dos trabalhadores temporários será feito


junto ao Ministério da Economia.

3.7 – Direitos do trabalhador temporário


INCIDÊNCIA EM PROVA: BAIXA

A Lei 13.429 não alterou os direitos do trabalhador temporário, que já eram previstos no art. 12 da Lei 6.019:

Lei 6.019, art. 12 - Ficam assegurados ao trabalhador temporário os seguintes direitos:

a) remuneração equivalente à percebida pelos empregados de mesma categoria da


empresa tomadora ou cliente calculados à base horária, garantida, em qualquer hipótese,
a percepção do salário mínimo regional; [leia-se salário-mínimo nacionalmente unificado –
após CF88]

b) jornada de oito horas, remuneradas as horas extraordinárias não excedentes de duas,


com acréscimo de 20% (vinte por cento) [leia-se 50% – após CF88];

c) férias proporcionais, nos termos do artigo 25 da Lei nº 5.107, de 13 de setembro de


1966;

d) repouso semanal remunerado;

e) adicional por trabalho noturno;

f) indenização por dispensa sem justa causa ou término normal do contrato,


correspondente a 1/12 (um doze avos) do pagamento recebido;
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g) seguro contra acidente do trabalho;

h) proteção previdenciária nos termos do disposto na Lei Orgânica da Previdência Social,


com as alterações introduzidas pela Lei nº 5.890, de 8 de junho de 1973 (art. 5º, item III,
letra "c" do Decreto nº 72.771, de 6 de setembro de 1973).

Acrescente-se a esta lista o direito ao FGTS, por força da Lei 8.036/1990!

4 – FLEXIBILIZAÇÃO E DESREGULAMENTAÇÃO
INCIDÊNCIA EM PROVA: BAIXA

Avançando, salienta-se que a Constituição Federal, apesar de ter reforçado a proteção e garantido direitos
mínimos ao trabalhador, autorizou a flexibilização dos direitos trabalhistas que sejam de indisponibilidade
relativa, como sendo aqueles de caráter privado, não previstos em lei ou na própria CF como tal (por
exemplo, direitos estipulados em acordo ou convenção coletiva de trabalho ou no regulamento da empresa).

Nos últimos tempos, como destacado pela Profa. Vólia Bomfim34

A lei tem autorizado, cada vez mais, outras hipóteses de flexibilização além daquelas
previstas na Constituição (..)

a Lei 13.429/17 ampliou as hipóteses de terceirização, e a Lei 13.467/17 (Reforma


Trabalhista) alterou a CLT para reduzir direitos dos empregados, autorizar que o ajuste
escrito entre as partes possa flexibilizar algumas regras trabalhistas e deu maior amplitude
à flexibilização coletiva, pois permite a redução de direitos desde que autorizada pelo
acordo ou convenção coletiva, prevalecendo sobre o legislado.

De toda forma, distinguindo flexibilização e desregulamentação, podemos dizer que, na flexibilização, o


Estado mantém sua intervenção nas relações de trabalho. O que acontece quando se autorizam regras
menos rígidas, mas mantém-se o chamado “mínimo existencial”.

Já quando se fala em desregulamentação, observa-se um fenômeno mais radical, em que o Estado deixa de
intervir nas relações de trabalho, deixando que as partes negociem livremente.

Além disso, entende-se incompatível com o Direito do Trabalho a desregulamentação das relações
trabalhistas. Notem que a desregulamentação (diferentemente da “flexibilização”) pressupõe a ausência de
intervenção estatal, de modo que as partes poderiam estipular livremente os contratos de trabalho. Tal
situação tende a não ser admitida no âmbito do Direito do Trabalho.

34
CASSAR, Vólia Bomfim. Direito do Trabalho. 14ª ed. Ed. Método. 2017. p. 39.
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QUESTÕES COMENTADAS

1. CESPE/PGE-PE – Analista de Procuradoria – 2019


Órgão de imprensa oficial de determinado estado contratou uma empresa para fazer a distribuição dos
diários oficiais por intermédio de motoboys. Recentemente, a empresa contratada demitiu um desses
empregados, sem cumprir com o devido pagamento de verbas rescisórias a ele.
Com relação a essa situação hipotética, julgue o próximo item.
Nessa situação, está caracterizada a terceirização do serviço, sendo cabível ao motoboy demitido solicitar a
responsabilização subsidiária do órgão de imprensa oficial para o pagamento das verbas rescisórias não
adimplidas pela empresa contratada.

Comentários:

Na esfera privada, como regra geral, o tomador de serviços é responsável subsidiário pelas verbas
trabalhistas devidas ao terceirizado.

No setor público, no entanto, a responsabilidade do tomador dos serviços (órgão de imprensa oficial) não é
automática, pois somente terá lugar quando comprovada sua conduta culposa na fiscalização contratual:

SUM-331, V - Os entes integrantes da Administração Pública direta e indireta respondem


subsidiariamente, nas mesmas condições do item IV, caso evidenciada a sua conduta
culposa no cumprimento das obrigações da Lei n.º 8.666, de 21.06.1993, especialmente
na fiscalização do cumprimento das obrigações contratuais e legais da prestadora de
serviço como empregadora. A aludida responsabilidade não decorre de mero
inadimplemento das obrigações trabalhistas assumidas pela empresa regularmente
contratada.

Gabarito (E)

2. CESPE/EMAP - Analista Portuário – Contratos - 2018


Acerca da responsabilidade previdenciária e trabalhista nos contratos administrativos, julgue o item que se
segue.
Os entes da administração pública direta ou indireta respondem subsidiariamente quanto ao cumprimento
das obrigações trabalhistas independentemente de conduta culposa, especialmente no que refere ao dever
de fiscalizar o adimplemento das obrigações.

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Comentários:

O item V da SUM-331 do TST, após alteração promovida em decorrência da ADC 16/STF, deixa claro que a
responsabilização do ente público “não decorre de mero inadimplemento das obrigações trabalhistas
assumidas pela empresa regularmente contratada”, mas terá lugar quando se verifique que o ente público
contratante aja de forma culposa no cumprimento (descumprimento, no caso) de sua obrigação de fiscalizar
o contato – configurar-se-ão, neste caso, as culpas in eligendo e in vigilando.

Portanto, diferentemente do que ocorre em relação aos particulares, a responsabilidade do ente público
não é ‘automática’, dependendo da aferição do grau de zelo da Administração Pública na fiscalização do
adimplemento das obrigações.

Gabarito (E)

3. FCC/TRT-PE – Analista – Área Administrativa – 2018


Marcela, supervisora do setor de embalagens da Empresa de Lâmpadas CTMR Ltda. foi injustamente
dispensada, sendo contratada uma empresa de serviços terceirizados. Marcela foi contratada
imediatamente como empregada da empresa terceirizada. Neste caso, é correto afirmar que Marcela
(A) não poderá prestar serviços para sua antiga empregadora na qualidade de empregada da empresa
prestadora de serviços terceirizados, podendo, entretanto, prestar serviços para outras tomadoras de
serviços da terceirizada.
(B) não poderá prestar serviços para sua antiga empregadora na qualidade de empregada da empresa
prestadora de serviços terceirizados, em hipótese alguma, sob pena de configuração de fraude às leis
trabalhistas.
(C) poderá prestar serviços para a Empresa de Lâmpadas, na qualidade de empregada da empresa prestadora
de serviços terceirizados, desde que cumpra o prazo de carência de doze meses, contados a partir de sua
demissão.
(D) poderá prestar serviços para a Empresa de Lâmpadas, na qualidade de empregada da empresa
prestadora de serviços terceirizados, desde que cumpra o prazo de carência de dezoito meses, contados a
partir de sua demissão.
(E) poderá prestar serviços para a Empresa de Lâmpadas, mas não na qualidade de empregada da empresa
prestadora de serviços terceirizados, e, sim, através de pessoa jurídica própria, abrindo uma empresa.

Comentários:

Objetivando minimizar as chances de as empresas dispensarem seus empregados próprios para


terceirizarem, com os mesmos trabalhadores, as atividades por eles exercidas, o legislador criou uma
quarentena de 18 meses.

Assim, Marcela não poderia ser recontratada como terceirizada da CTMR antes do decurso de 18 meses:

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Lei 6.019, art. 5o-D. O empregado que for demitido não poderá prestar serviços para esta
mesma empresa na qualidade de empregado de empresa prestadora de serviços antes do
decurso de prazo de dezoito meses, contados a partir da demissão do empregado.

Gabarito (D)

4. FCC/TRT24 – Analista Judiciário – Área Judiciária – 2017 (adaptada)


A empresa Ajax Produções contratou os serviços de dois operadores de som para atender à necessidade de
substituição transitória de pessoal permanente, optando pelo regime de trabalho temporário. Conforme
legislação que regula o trabalho temporário,
(A) o contrato entre a empresa de trabalho temporário e a empresa tomadora ou cliente, com relação a um
mesmo empregado, não poderá exceder de um ano, sujeito a apenas uma prorrogação por igual período.
(B) fica assegurada ao trabalhador temporário remuneração equivalente à percebida pelos empregados de
mesma categoria da empresa tomadora ou cliente, calculada à base horária, garantida, em qualquer
hipótese, a percepção do salário mínimo regional.
(C) entre a empresa de trabalho temporário e a empresa tomadora ou cliente deverá haver obrigatoriamente
contrato escrito, mas entre a empresa de trabalho temporário e cada um dos assalariados colocados à
disposição de uma empresa tomadora o contrato poderá ser verbal.
(D) no caso de falência da empresa de trabalho temporário, a empresa tomadora ou cliente é
subsidiariamente responsável pela remuneração, indenização trabalhista e recolhimento das contribuições
previdenciárias, no tocante ao tempo em que o trabalhador esteve sob suas ordens.
(E) a empresa de trabalho temporário poderá cobrar do trabalhador a importância máxima de 2% sobre o
valor do primeiro salário a título de mediação, bem como efetuar os descontos previstos em Lei.

Comentários:

A letra (A), incorreta, já que o prazo máximo, após a mudança ocorrida com a Lei 13.429/2017, é de 180 dias,
prorrogáveis por mais 90 (consecutivos ou não):

Lei 6.019/1974, art. 10, § 1º O contrato de trabalho temporário, com relação ao mesmo
empregador, não poderá exceder ao prazo de cento e oitenta dias, consecutivos ou não.

§ 2º O contrato poderá ser prorrogado por até noventa dias, consecutivos ou não, além do
prazo estabelecido no § 1º deste artigo, quando comprovada a manutenção das condições
que o ensejaram.

A letra (B), correta, pois se trata de um direito previsto no art. 12, ‘a’, da Lei 6.019/1974 (chamado por alguns
de ‘remuneração equitativa’):

Lei 6.019/1974, art. 12 - Ficam assegurados ao trabalhador temporário os seguintes


direitos:

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a) remuneração equivalente à percebida pelos empregados de mesma categoria da


empresa tomadora ou cliente calculados à base horária, garantida, em qualquer hipótese,
a percepção do salário mínimo regional;

A letra (C), incorreta, pois devem ser por escrito ambos os contratos celebrados pela ETT. Ou seja, tanto o
contrato da ETT com a tomadora, quanto o contrato da ETT com o trabalhador temporário, devem ser por
escrito:

Lei 6.019/1974, art. 9º O contrato celebrado pela empresa de trabalho temporário e a


tomadora de serviços será por escrito, ficará à disposição da autoridade fiscalizadora no
estabelecimento da tomadora de serviços e conterá: (..)

Art. 11 - O contrato de trabalho celebrado entre empresa de trabalho temporário e cada


um dos assalariados colocados à disposição de uma empresa tomadora ou cliente será,
obrigatoriamente, escrito e dele deverão constar, expressamente, os direitos conferidos
==1c7550==

aos trabalhadores por esta Lei.

A letra (D), incorreta, já que, no caso de falência da ETT, o tomador dos serviços é responsável solidário:

Lei 6.019/1974, art. 16 - No caso de falência da empresa de trabalho temporário, a empresa


tomadora ou cliente é solidariamente responsável pelo recolhimento das contribuições
previdenciárias, no tocante ao tempo em que o trabalhador esteve sob suas ordens, assim
como em referência ao mesmo período, pela remuneração e indenização previstas nesta
Lei.

Por fim, a letra (E), incorreta, já que a ETT é proibida de cobrar qualquer importância do trabalhador a título
de mediação:

Lei 6.019/1974, art. 18 - É vedado à empresa do trabalho temporário cobrar do trabalhador


qualquer importância, mesmo a título de mediação, podendo apenas efetuar os descontos
previstos em Lei.

Gabarito: (B).

5. FCC/TRT20 – Oficial de Justiça Avaliador – 2016 (adaptada)


A empresa Beta & Gama Construções S/A celebrou contrato escrito com a empresa Potencial Humano Mão
de Obra, onde constou expressamente o motivo justificador da demanda, ou seja, atender a uma demanda
complementar de serviços, para cobrir reparos emergenciais em hidroelétrica com ruptura parcial de
barreira, com duração de 180 dias. Essa situação caracteriza
(A) contrato de trabalho avulso.
(B) terceirização ilícita de atividade fim.
(C) prestação de serviços de trabalho autônomo de natureza civil.
(D) contrato de trabalho temporário.
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(E) contrato de trabalho na modalidade experiência.

Comentários:

A descrição da contratação se amolda à hipótese que autoriza a contratação de trabalhador temporário, com
base na Lei 6.019/74, art. 2º:

Lei 6.019/74, art. 2º - Trabalho temporário é aquele prestado por pessoa física contratada
por uma empresa de trabalho temporário que a coloca à disposição de uma empresa
tomadora de serviços, para atender à necessidade de substituição transitória de pessoal
permanente ou à demanda complementar de serviços.

Gabarito: (D).

6. FCC/TRT20 – Analista Judiciário – Área Judiciária – 2016 (adaptada)


A empresa Olimpos Metalúrgica decidiu terceirizar o setor de limpeza contratando os serviços de Atlas
Limpadora que forneceu três faxineiras por um período de 10 meses. Após o término do contrato entre as
empresas, as três faxineiras foram dispensadas pela empresa Atlas Limpadora, sem receber qualquer
indenização rescisória, com 2 meses de salários em atraso e ausência do recolhimento do FGTS do período.
Nessa situação, conforme prevê a lei de terceirização, sobre a responsabilidade da empresa Olimpos em
relação aos direitos das faxineiras, pode-se afirmar que
(A) não haverá qualquer responsabilidade porque não eram empregadas da empresa Olimpos e a
terceirização foi regular porque não era objeto de atividade-fim da tomadora.
(B) a responsabilidade será direta e exclusiva, com a formação do vínculo de emprego com a empresa
Olimpos, porque a terceirização foi irregular.
(C) a responsabilidade será subsidiária em razão de terceirização regular, alcançando todos os direitos não
cumpridos pela empresa empregadora no período.
(D) a responsabilidade será solidária em razão de terceirização irregular, alcançando todos os direitos não
cumpridos pela empresa empregadora no período.
(E) a empresa Olimpos responderá de forma subsidiária porque a terceirização foi regular, mas fica restrita
apenas a indenização rescisória em razão do rompimento contratual, porque os salários e o FGTS são de
responsabilidade exclusiva da empregadora.

Comentários:

A lei deixa claro que é subsidiária a responsabilidade da contratante pelas obrigações trabalhistas em uma
terceirização:

Lei 6.019/1974, art. 5o-A, § 5o A empresa contratante é subsidiariamente responsável


pelas obrigações trabalhistas referentes ao período em que ocorrer a prestação de

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serviços, e o recolhimento das contribuições previdenciárias observará o disposto no art.


31 da Lei no 8.212, de 24 de julho de 199135.

Gabarito: (C).

7. CESPE/CAIXA – Advogado – 2010 (Adaptada)


O terceirizado é o trabalhador que presta serviço a uma empresa denominada contratante, possuindo
subordinação direta na prestação do serviço, estando ausente, no entanto, a pessoalidade.

Comentários:

O terceirizado não pode estar subordinado à empresa contratante. Quem dirige a prestação dos serviços é a
empresa prestadora dos serviços (EPS):

Lei 6.019/1974, art. 4º-A, § 1º A empresa prestadora de serviços contrata, remunera e


dirige o trabalho realizado por seus trabalhadores, ou subcontrata outras empresas para
realização desses serviços.

Portanto, o trabalhador terceirizado (diferentemente do trabalhador temporário) não se subordina


diretamente à contratante.

Gabarito: (E).

8. Daud/2017
A nova regulamentação da terceirização permite, até mesmo, que a empresa prestadora dos serviços
subcontrate a prestação de serviços. Em outras palavras, a lei permite a chamada 'quarteirização'.

Comentários:

A alternativa está correta, conforme dispõe a Lei 6.019, art. 4º-A, §1º, em sua parte final, transcrito acima.

A respeito do uso da terminologia ‘quarteirização’, tomamos por base a corrente retratada no seguinte
excerto:

QUARTEIRIZAÇÃO. TOMADOR DE SERVIÇOS INTEGRANTE DA INICIATIVA PRIVADA.


RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA. DECISÃO EM CONFORMIDADE COM A SÚMULA Nº 331,
IV, DO C. TST. ÓBICES DO ART. 896, § 7º, DA CLT E SÚMULA Nº 333 DO C. TST.

35
Lei 8.212/1991, art. 31. A empresa contratante de serviços executados mediante cessão de mão de obra, inclusive em regime
de trabalho temporário, deverá reter 11% (onze por cento) do valor bruto da nota fiscal ou fatura de prestação de serviços e
recolher, em nome da empresa cedente da mão de obra, a importância retida até o dia 20 (vinte) do mês subsequente ao da
emissão da respectiva nota fiscal ou fatura, ou até o dia útil imediatamente anterior se não houver expediente bancário naquele
dia, observado o disposto no § 5º do art. 33 desta Lei.
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Assentou o E. Regional que a Reclamada RBS terceirizou à empresa Pack Four a entrega de
seus jornais, a qual, por sua vez, terceirizou o serviço ao Reclamado Wilson Sadzinski - ME,
empregador do Reclamante. Assim, o fenômeno havido no caso dos autos é aquele que a
doutrina e a jurisprudência denominam como "quarteirização", (..)

AIRR - 1818-52.2012.5.12.0019. Data de Julgamento: 3/12/2014, Relatora


Desembargadora Convocada: Jane Granzoto Torres da Silva, 8ª Turma, Data de Publicação:
DEJT 5/12/2014)

Gabarito: (C).

9. Daud/2017
A Lei 13.429, de 31 de março de 2017, atribui à empresa prestadora dos serviços a responsabilidade por
garantir condições de trabalho seguras aos seus trabalhadores, inclusive quando o trabalho for realizado em
outras dependências.

Comentários:

É da contratante (tomadora dos serviços) a responsabilidade por garantir um ambiente de trabalho seguro
também para os temporários que lhe prestarem serviços:

Lei 6.019/1974, art. 5o-A, § 3o É responsabilidade da contratante garantir as condições de


segurança, higiene e salubridade dos trabalhadores, quando o trabalho for realizado em
suas dependências ou local previamente convencionado em contrato.

Gabarito: (E).

10. Daud/2017
A nova lei da terceirização definiu elementos mínimos para o contrato de prestação de serviços, celebrado
entre contratante e a empresa prestadora dos serviços. A despeito disso, tal avença prescinde da
especificação do serviço a ser prestado.

Comentários:

Tal informação é imprescindível ao contrato de prestação de serviços, segundo disposto na Lei 6.019/1974:

Lei 6.019/1974, art. 5º-B. O contrato de prestação de serviços conterá:

I - qualificação das partes;

II - especificação do serviço a ser prestado;

III - prazo para realização do serviço, quando for o caso;

IV - valor.
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Gabarito: (E).

11. Daud/2017
A nova regulamentação do trabalho temporário veda sua utilização no meio rural.

Comentários:

Reparem que não mais consta tal restrição à utilização do trabalho temporário no meio urbano. Segue abaixo
a definição anterior de ETT (já revogada), que fazia menção à prestação urbana:

Lei 6.019/74, art. 4º - Compreende-se como empresa de trabalho temporário a pessoa


física ou jurídica urbana, cuja atividade consiste em colocar à disposição de outras
empresas, temporariamente, trabalhadores, devidamente qualificados, por elas
remunerados e assistidos.

Gabarito: (E).

12. Daud/2017
A greve representa direito assegurado constitucionalmente. Apesar disso, é permitida a contratação de
trabalhadores temporários para substituir empregados em greve, ainda que o movimento paredista
descumpra exigências previstas na Lei de Greve e seja considerado abusivo.

Comentários:

Excepcionalmente, a lei autoriza a utilização do trabalho temporário para substituir grevistas, mas isto se dá
apenas nos casos previstos na lei de greve36, como no caso de greve considerada abusiva:

Lei 6.019/74, art. 2º, § 1o É proibida a contratação de trabalho temporário para a


substituição de trabalhadores em greve, salvo nos casos previstos em lei.

Gabarito: (E).

13. Daud/2017
O trabalho temporário é por natureza efêmero. A despeito disso, após 60 dias do fim do contrato temporário,
o trabalhador pode ser colocado à disposição novamente da mesma tomadora.

36
Lei 7.783, art. 9º Durante a greve, o sindicato ou a comissão de negociação, mediante acordo com a entidade patronal ou
diretamente com o empregador, manterá em atividade equipes de empregados com o propósito de assegurar os serviços cuja
paralisação resultem em prejuízo irreparável, pela deterioração irreversível de bens, máquinas e equipamentos, bem como a
manutenção daqueles essenciais à retomada das atividades da empresa quando da cessação do movimento.
Parágrafo único. Não havendo acordo, é assegurado ao empregador, enquanto perdurar a greve, o direito de contratar
diretamente os serviços necessários a que se refere este artigo.
Art. 14 Constitui abuso do direito de greve a inobservância das normas contidas na presente Lei, bem como a manutenção da
paralisação após a celebração de acordo, convenção ou decisão da Justiça do Trabalho.
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Comentários:

A “quarentena” é de 90 dias:

Lei 6.019, art. 10, § 5º O trabalhador temporário que cumprir o período estipulado nos §§
1º e 2º deste artigo somente poderá ser colocado à disposição da mesma tomadora de
serviços em novo contrato temporário, após noventa dias do término do contrato
anterior.

Gabarito: (E).

14. Daud/2017
A Empresa de Trabalho Temporário deve se registrar perante o Ministério do Trabalho. Para tanto, deverá
fazer prova de possuir capital social de, no mínimo, R$ 250.000,00.

Comentários:

A questão cobrou os requisitos para funcionamento e registro da ETT:

Lei 6.019/1974, art. 6º, I - prova de inscrição no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica
(CNPJ), do Ministério da Fazenda;

II - prova do competente registro na Junta Comercial da localidade em que tenha sede;

III - prova de possuir capital social de, no mínimo, R$ 100.000,00 (cem mil reais).

Gabarito: (E).

15. Daud/2017
A tomadora dos serviços deve assegurar aos temporários que trabalharem em suas dependências condições
seguras de trabalho, sendo que a Lei garante a este trabalhador seguro contra acidente do trabalho.

Comentários:

A geração de ambiente de trabalho seguro é responsabilidade da empresa contratante (tomadora dos


serviços):

Lei 6.019, art. 9º, § 1º É responsabilidade da empresa contratante garantir as condições de


segurança, higiene e salubridade dos trabalhadores, quando o trabalho for realizado em
suas dependências ou em local por ela designado.

Além disso, o trabalhador temporário faz jus o SAT (seguro contra acidente do trabalho) segundo expressa
disposição legal:

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Lei 6.019, art. 12 - Ficam assegurados ao trabalhador temporário os seguintes direitos: (..)

g) seguro contra acidente do trabalho;

Gabarito: (C).
16. Daud/2017
Segundo dispõe a Lei 6.019, com redação dada pela Lei 13.467, a empresa prestadora de serviços não possui
obrigação de garantir aos terceirizados direito à isonomia salarial em relação aos empregados próprios da
contratante dos serviços, diferentemente do que ocorre em relação aos trabalhadores temporários em
relação aos empregados da empresa tomadora dos serviços.

Comentários:

Em relação aos terceirizados, segue o art. 4º-C, §1º, que estabelece a isonomia salarial como uma faculdade
das empresas:

Lei 6.019, art. 4o-C, § 1o Contratante e contratada poderão estabelecer, se assim


entenderem, que os empregados da contratada farão jus a salário equivalente ao pago aos
empregados da contratante, além de outros direitos não previstos neste artigo.

Em sentido contrário, o art. art. 12, “a”, que prevê tal direito aos temporários:

Lei 6.019, art. 12 - Ficam assegurados ao trabalhador temporário os seguintes direitos:

a) remuneração equivalente à percebida pelos empregados de mesma categoria da


empresa tomadora ou cliente calculados à base horária, garantida, em qualquer hipótese,
a percepção do salário mínimo regional; [leia-se salário-mínimo nacionalmente unificado –
após CF88]

Gabarito: (C).
17. Daud/2017
Caio e Tício tiveram seus contratos de trabalho extintos pela empresa QuêBrada Ltda. No mesmo período,
Mévio se aposentou e também teve seu vínculo de emprego extinto com a QuêBrada.
Na sequência, Mévio e Tício constituíram a empresa Recursus para Terceiros Ltda e contrataram Caio como
emprego, para auxiliar na prestação de serviços. A empresa QuêBrada decide terceirizar para a Recursus
parte de suas atividades finalísticas. Passados seis meses,
(A) apenas Mévio e Tício podem atuar como terceirizados da QuêBrada.
(B) Tício só poderia atuar como terceirizado da QuêBrada após decorridos doze meses do rompimento do
seu vínculo empregatício.
(C) apenas Mévio poderia ser sócio da empresa contratada pela QuêBrada.
(D) apenas Caio pode atuar como terceirizado da QuêBrada.
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(E) a atividade finalística não poderia ser terceirizada.

Comentários:

Primeiramente, não há óbices à terceirização da atividade-fim:

Lei 6.019, art. 4o-A. Considera-se prestação de serviços a terceiros a transferência feita
pela contratante da execução de quaisquer de suas atividades, inclusive sua atividade
principal, à pessoa jurídica de direito privado prestadora de serviços que possua
capacidade econômica compatível com a sua execução.

Em relação à quarentena, com apenas 6 meses do rompimento do vínculo de Tício e Caio não poderiam ser
nem sócios nem empregados da empresa prestadora de serviços. Por outro lado, como Mévio aposentou-
se, este sim poderia ser sócio da empresa contratada pela QuêBrada:

Lei 6.019, art. 5o-C. Não pode figurar como contratada, nos termos do art. 4o-A desta Lei,
a pessoa jurídica cujos titulares ou sócios tenham, nos últimos dezoito meses, prestado
serviços à contratante na qualidade de empregado ou trabalhador sem vínculo
empregatício, exceto se os referidos titulares ou sócios forem aposentados.

Lei 6.019, art. 5o-D. O empregado que for demitido não poderá prestar serviços para esta
mesma empresa na qualidade de empregado de empresa prestadora de serviços antes do
decurso de prazo de dezoito meses, contados a partir da demissão do empregado.

Gabarito: (C).

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LISTA DE QUESTÕES
1. CESPE/PGE-PE – Analista de Procuradoria – 2019
Órgão de imprensa oficial de determinado estado contratou uma empresa para fazer a distribuição dos
diários oficiais por intermédio de motoboys. Recentemente, a empresa contratada demitiu um desses
empregados, sem cumprir com o devido pagamento de verbas rescisórias a ele.
Com relação a essa situação hipotética, julgue o próximo item.
Nessa situação, está caracterizada a terceirização do serviço, sendo cabível ao motoboy demitido solicitar a
responsabilização subsidiária do órgão de imprensa oficial para o pagamento das verbas rescisórias não
adimplidas pela empresa contratada.

2. CESPE/EMAP - Analista Portuário – Contratos - 2018


Acerca da responsabilidade previdenciária e trabalhista nos contratos administrativos, julgue o item que se
segue.
Os entes da administração pública direta ou indireta respondem subsidiariamente quanto ao cumprimento
das obrigações trabalhistas independentemente de conduta culposa, especialmente no que refere ao dever
de fiscalizar o adimplemento das obrigações.

3. FCC/TRT-PE – Analista – Área Administrativa – 2018


Marcela, supervisora do setor de embalagens da Empresa de Lâmpadas CTMR Ltda. foi injustamente
dispensada, sendo contratada uma empresa de serviços terceirizados. Marcela foi contratada
imediatamente como empregada da empresa terceirizada. Neste caso, é correto afirmar que Marcela
(A) não poderá prestar serviços para sua antiga empregadora na qualidade de empregada da empresa
prestadora de serviços terceirizados, podendo, entretanto, prestar serviços para outras tomadoras de
serviços da terceirizada.
(B) não poderá prestar serviços para sua antiga empregadora na qualidade de empregada da empresa
prestadora de serviços terceirizados, em hipótese alguma, sob pena de configuração de fraude às leis
trabalhistas.
(C) poderá prestar serviços para a Empresa de Lâmpadas, na qualidade de empregada da empresa prestadora
de serviços terceirizados, desde que cumpra o prazo de carência de doze meses, contados a partir de sua
demissão.
(D) poderá prestar serviços para a Empresa de Lâmpadas, na qualidade de empregada da empresa
prestadora de serviços terceirizados, desde que cumpra o prazo de carência de dezoito meses, contados a
partir de sua demissão.
(E) poderá prestar serviços para a Empresa de Lâmpadas, mas não na qualidade de empregada da empresa
prestadora de serviços terceirizados, e, sim, através de pessoa jurídica própria, abrindo uma empresa.

4. FCC/TRT24 – Analista Judiciário – Área Judiciária – 2017 (adaptada)


A empresa Ajax Produções contratou os serviços de dois operadores de som para atender à necessidade de
substituição transitória de pessoal permanente, optando pelo regime de trabalho temporário. Conforme
legislação que regula o trabalho temporário,

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(A) o contrato entre a empresa de trabalho temporário e a empresa tomadora ou cliente, com relação a um
mesmo empregado, não poderá exceder de um ano, sujeito a apenas uma prorrogação por igual período.
(B) fica assegurada ao trabalhador temporário remuneração equivalente à percebida pelos empregados de
mesma categoria da empresa tomadora ou cliente, calculada à base horária, garantida, em qualquer
hipótese, a percepção do salário mínimo regional.
(C) entre a empresa de trabalho temporário e a empresa tomadora ou cliente deverá haver obrigatoriamente
contrato escrito, mas entre a empresa de trabalho temporário e cada um dos assalariados colocados à
disposição de uma empresa tomadora o contrato poderá ser verbal.
(D) no caso de falência da empresa de trabalho temporário, a empresa tomadora ou cliente é
subsidiariamente responsável pela remuneração, indenização trabalhista e recolhimento das contribuições
previdenciárias, no tocante ao tempo em que o trabalhador esteve sob suas ordens.
(E) a empresa de trabalho temporário poderá cobrar do trabalhador a importância máxima de 2% sobre o
valor do primeiro salário a título de mediação, bem como efetuar os descontos previstos em Lei.

5. FCC/TRT20 – Oficial de Justiça Avaliador – 2016 (adaptada)


A empresa Beta & Gama Construções S/A celebrou contrato escrito com a empresa Potencial Humano Mão
de Obra, onde constou expressamente o motivo justificador da demanda, ou seja, atender a uma demanda
complementar de serviços, para cobrir reparos emergenciais em hidroelétrica com ruptura parcial de
barreira, com duração de 180 dias. Essa situação caracteriza
(A) contrato de trabalho avulso.
(B) terceirização ilícita de atividade fim.
(C) prestação de serviços de trabalho autônomo de natureza civil.
(D) contrato de trabalho temporário.
(E) contrato de trabalho na modalidade experiência.

6. FCC/TRT20 – Analista Judiciário – Área Judiciária – 2016 (adaptada)


A empresa Olimpos Metalúrgica decidiu terceirizar o setor de limpeza contratando os serviços de Atlas
Limpadora que forneceu três faxineiras por um período de 10 meses. Após o término do contrato entre as
empresas, as três faxineiras foram dispensadas pela empresa Atlas Limpadora, sem receber qualquer
indenização rescisória, com 2 meses de salários em atraso e ausência do recolhimento do FGTS do período.
Nessa situação, conforme prevê a lei de terceirização, sobre a responsabilidade da empresa Olimpos em
relação aos direitos das faxineiras, pode-se afirmar que
(A) não haverá qualquer responsabilidade porque não eram empregadas da empresa Olimpos e a
terceirização foi regular porque não era objeto de atividade-fim da tomadora.
(B) a responsabilidade será direta e exclusiva, com a formação do vínculo de emprego com a empresa
Olimpos, porque a terceirização foi irregular.
(C) a responsabilidade será subsidiária em razão de terceirização regular, alcançando todos os direitos não
cumpridos pela empresa empregadora no período.
(D) a responsabilidade será solidária em razão de terceirização irregular, alcançando todos os direitos não
cumpridos pela empresa empregadora no período.

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(E) a empresa Olimpos responderá de forma subsidiária porque a terceirização foi regular, mas fica restrita
apenas a indenização rescisória em razão do rompimento contratual, porque os salários e o FGTS são de
responsabilidade exclusiva da empregadora.

7. CESPE/CAIXA – Advogado – 2010 (Adaptada)


O terceirizado é o trabalhador que presta serviço a uma empresa denominada contratante, possuindo
subordinação direta na prestação do serviço, estando ausente, no entanto, a pessoalidade.

8. Daud/2017
A nova regulamentação da terceirização permite, até mesmo, que a empresa prestadora dos serviços
subcontrate a prestação de serviços. Em outras palavras, a lei permite a chamada 'quarteirização'.

9. Daud/2017
A Lei 13.429, de 31 de março de 2017, atribui à empresa prestadora dos serviços a responsabilidade por
garantir condições de trabalho seguras aos seus trabalhadores, inclusive quando o trabalho for realizado em
outras dependências.

10. Daud/2017
A nova lei da terceirização definiu elementos mínimos para o contrato de prestação de serviços, celebrado
entre contratante e a empresa prestadora dos serviços. A despeito disso, tal avença prescinde da
especificação do serviço a ser prestado.

11. Daud/2017
A nova regulamentação do trabalho temporário veda sua utilização no meio rural.

12. Daud/2017
A greve representa direito assegurado constitucionalmente. Apesar disso, é permitida a contratação de
trabalhadores temporários para substituir empregados em greve, ainda que o movimento paredista
descumpra exigências previstas na Lei de Greve e seja considerado abusivo.

13. Daud/2017
O trabalho temporário é por natureza efêmero. A despeito disso, após 60 dias do fim do contrato temporário,
o trabalhador pode ser colocado à disposição novamente da mesma tomadora.

14. Daud/2017
A Empresa de Trabalho Temporário deve se registrar perante o Ministério do Trabalho. Para tanto, deverá
fazer prova de possuir capital social de, no mínimo, R$ 250.000,00.

15. Daud/2017
A tomadora dos serviços deve assegurar aos temporários que trabalharem em suas dependências condições
seguras de trabalho, sendo que a Lei garante a este trabalhador seguro contra acidente do trabalho.

16. Daud/2017
Segundo dispõe a Lei 6.019, com redação dada pela Lei 13.467, a empresa prestadora de serviços não possui
obrigação de garantir aos terceirizados direito à isonomia salarial em relação aos empregados próprios da

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contratante dos serviços, diferentemente do que ocorre em relação aos trabalhadores temporários em
relação aos empregados da empresa tomadora dos serviços.

17. Daud/2017
Caio e Tício tiveram seus contratos de trabalho extintos pela empresa QuêBrada Ltda. No mesmo período,
Mévio se aposentou e também teve seu vínculo de emprego extinto com a QuêBrada.
Na sequência, Mévio e Tício constituíram a empresa Recursus para Terceiros Ltda e contrataram Caio como
emprego, para auxiliar na prestação de serviços. A empresa QuêBrada decide terceirizar para a Recursus
parte de suas atividades finalísticas. Passados seis meses,
(A) apenas Mévio e Tício podem atuar como terceirizados da QuêBrada.
(B) Tício só poderia atuar como terceirizado da QuêBrada após decorridos doze meses do rompimento do
seu vínculo empregatício.
(C) apenas Mévio poderia ser sócio da empresa contratada pela QuêBrada.
(D) apenas Caio pode atuar como terceirizado da QuêBrada.
(E) a atividade finalística não poderia ser terceirizada.

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GABARITO

1. E
2. E
3. D
4. B
5. D
6. C
7. E
8. C
9. E
10. E
11. E
12. E
13. E
14. E
15. C
16. C
17. C

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CONCLUSÃO
Bom pessoal,

Chegamos ao final da nossa aula. O tema é atual e relevante, mas ainda não conta com muitas questões de
prova.

Sugerimos ler e reler a Lei 6019, transcrita logo abaixo.

Esperamos que tenham gostado da aula, e se surgir alguma dúvida quanto ao assunto apresentado, estamos
à disposição para auxiliá-los (as).

Grande abraço e bons estudos,

Prof. Antonio Daud

https://www.facebook.com/professordaud

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LISTA DE LEGISLAÇÃO, SÚMULAS E OJ DO TST RELACIONADOS À AULA


CF/88

CF/88, art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:

(...)

II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público


de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou
emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado
em lei de livre nomeação e exoneração;

CLT

CLT, art. 442, parágrafo único - Qualquer que seja o ramo de atividade da sociedade cooperativa,
não existe vínculo empregatício entre ela e seus associados, nem entre estes e os tomadores de
serviços daquela.

Legislação específica

Lei 6019, art. 1o As relações de trabalho na empresa de trabalho temporário, na empresa de


prestação de serviços e nas respectivas tomadoras de serviço e contratante regem-se por esta
Lei. (Redação dada pela Lei nº 13.429, de 2017)

Art. 2o Trabalho temporário é aquele prestado por pessoa física contratada por uma empresa de
trabalho temporário que a coloca à disposição de uma empresa tomadora de serviços, para
atender à necessidade de substituição transitória de pessoal permanente ou à demanda
complementar de serviços. (Redação dada pela Lei nº 13.429, de 2017)

§ 1o É proibida a contratação de trabalho temporário para a substituição de trabalhadores em


greve, salvo nos casos previstos em lei. (Incluído pela Lei nº 13.429, de 2017)

§ 2o Considera-se complementar a demanda de serviços que seja oriunda de fatores imprevisíveis


ou, quando decorrente de fatores previsíveis, tenha natureza intermitente, periódica ou
sazonal. (Incluído pela Lei nº 13.429, de 2017)

Art. 3º - É reconhecida a atividade da empresa de trabalho temporário que passa a integrar o


plano básico do enquadramento sindical a que se refere o art. 577, da Consolidação da Leis do
Trabalho.

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Art. 4o Empresa de trabalho temporário é a pessoa jurídica, devidamente registrada no Ministério


do Trabalho, responsável pela colocação de trabalhadores à disposição de outras empresas
temporariamente. (Redação dada pela Lei nº 13.429, de 2017)

Lei 6.019, art. 4o-A. Considera-se prestação de serviços a terceiros a transferência feita pela
contratante da execução de quaisquer de suas atividades, inclusive sua atividade principal, à
pessoa jurídica de direito privado prestadora de serviços que possua capacidade econômica
compatível com a sua execução.

§ 1o A empresa prestadora de serviços contrata, remunera e dirige o trabalho realizado por seus
trabalhadores, ou subcontrata outras empresas para realização desses serviços. (Incluído pela
Lei nº 13.429, de 2017)

§ 2o Não se configura vínculo empregatício entre os trabalhadores, ou sócios das empresas


prestadoras de serviços, qualquer que seja o seu ramo, e a empresa contratante. (Incluído pela
Lei nº 13.429, de 2017)

Art. 4o-B. São requisitos para o funcionamento da empresa de prestação de serviços a


terceiros: (Incluído pela Lei nº 13.429, de 2017)

I - prova de inscrição no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ); (Incluído pela Lei nº
13.429, de 2017)

II - registro na Junta Comercial; (Incluído pela Lei nº 13.429, de 2017)

III - capital social compatível com o número de empregados, observando-se os seguintes


parâmetros: (Incluído pela Lei nº 13.429, de 2017)

a) empresas com até dez empregados - capital mínimo de R$ 10.000,00 (dez mil reais); (Incluído
pela Lei nº 13.429, de 2017)

b) empresas com mais de dez e até vinte empregados - capital mínimo de R$ 25.000,00 (vinte e
cinco mil reais); (Incluído pela Lei nº 13.429, de 2017)

c) empresas com mais de vinte e até cinquenta empregados - capital mínimo de R$ 45.000,00
(quarenta e cinco mil reais); (Incluído pela Lei nº 13.429, de 2017)

d) empresas com mais de cinquenta e até cem empregados - capital mínimo de R$ 100.000,00
(cem mil reais); e (Incluído pela Lei nº 13.429, de 2017)

e) empresas com mais de cem empregados - capital mínimo de R$ 250.000,00 (duzentos e


cinquenta mil reais). (Incluído pela Lei nº 13.429, de 2017)

Art. 4º-C. São asseguradas aos empregados da empresa prestadora de serviços a que se refere o
art. 4o-A desta Lei, quando e enquanto os serviços, que podem ser de qualquer uma das
atividades da contratante, forem executados nas dependências da tomadora, as mesmas
condições:
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I - relativas a:

a) alimentação garantida aos empregados da contratante, quando oferecida em refeitórios;

b) direito de utilizar os serviços de transporte;

c) atendimento médico ou ambulatorial existente nas dependências da contratante ou local por


ela designado;

d) treinamento adequado, fornecido pela contratada, quando a atividade o exigir.

II - sanitárias, de medidas de proteção à saúde e de segurança no trabalho e de instalações


adequadas à prestação do serviço.

§ 1o Contratante e contratada poderão estabelecer, se assim entenderem, que os empregados


da contratada farão jus a salário equivalente ao pago aos empregados da contratante, além de
outros direitos não previstos neste artigo.

§ 2o Nos contratos que impliquem mobilização de empregados da contratada em número igual


ou superior a 20% (vinte por cento) dos empregados da contratante, esta poderá disponibilizar
aos empregados da contratada os serviços de alimentação e atendimento ambulatorial em
outros locais apropriados e com igual padrão de atendimento, com vistas a manter o pleno
funcionamento dos serviços existentes.

Art. 5o Empresa tomadora de serviços é a pessoa jurídica ou entidade a ela equiparada que
celebra contrato de prestação de trabalho temporário com a empresa definida no art. 4 o desta
Lei. (Redação dada pela Lei nº 13.429, de 2017)

Lei 6.019, art. 5º-A. Contratante é a pessoa física ou jurídica que celebra contrato com empresa
de prestação de serviços relacionados a quaisquer de suas atividades, inclusive sua atividade
principal.

§ 1o É vedada à contratante a utilização dos trabalhadores em atividades distintas daquelas que


foram objeto do contrato com a empresa prestadora de serviços. (Incluído pela Lei nº 13.429,
de 2017)

§ 2o Os serviços contratados poderão ser executados nas instalações físicas da empresa


contratante ou em outro local, de comum acordo entre as partes. (Incluído pela Lei nº 13.429,
de 2017)

§ 3o É responsabilidade da contratante garantir as condições de segurança, higiene e salubridade


dos trabalhadores, quando o trabalho for realizado em suas dependências ou local previamente
convencionado em contrato. (Incluído pela Lei nº 13.429, de 2017)

§ 4o A contratante poderá estender ao trabalhador da empresa de prestação de serviços o mesmo


atendimento médico, ambulatorial e de refeição destinado aos seus empregados, existente nas
dependências da contratante, ou local por ela designado. (Incluído pela Lei nº 13.429, de 2017)
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§ 5o A empresa contratante é subsidiariamente responsável pelas obrigações trabalhistas


referentes ao período em que ocorrer a prestação de serviços, e o recolhimento das contribuições
previdenciárias observará o disposto no art. 31 da Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991. (Incluído
pela Lei nº 13.429, de 2017)

Art. 5o-B. O contrato de prestação de serviços conterá: (Incluído pela Lei nº 13.429, de 2017)

I - qualificação das partes; (Incluído pela Lei nº 13.429, de 2017)

II - especificação do serviço a ser prestado; (Incluído pela Lei nº 13.429, de 2017)

III - prazo para realização do serviço, quando for o caso;

IV - valor. (Incluído pela Lei nº 13.429, de 2017)

Art. 5o-C. Não pode figurar como contratada, nos termos do art. 4o-A desta Lei, a pessoa jurídica
cujos titulares ou sócios tenham, nos últimos dezoito meses, prestado serviços à contratante na
qualidade de empregado ou trabalhador sem vínculo empregatício, exceto se os referidos
titulares ou sócios forem aposentados.

Art. 5o-D. O empregado que for demitido não poderá prestar serviços para esta mesma empresa
na qualidade de empregado de empresa prestadora de serviços antes do decurso de prazo de
dezoito meses, contados a partir da demissão do empregado.

Art. 6o São requisitos para funcionamento e registro da empresa de trabalho temporário no


Ministério do Trabalho: (Redação dada pela Lei nº 13.429, de 2017)

a) (revogada); (Redação dada pela Lei nº 13.429, de 2017)

b) (revogada); (Redação dada pela Lei nº 13.429, de 2017)

c) (revogada); (Redação dada pela Lei nº 13.429, de 2017)

d) (revogada); (Redação dada pela Lei nº 13.429, de 2017)

e) (revogada); (Redação dada pela Lei nº 13.429, de 2017)

f) (revogada); (Redação dada pela Lei nº 13.429, de 2017)

I - prova de inscrição no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ), do Ministério da


Fazenda; (Incluído pela Lei nº 13.429, de 2017)

II - prova do competente registro na Junta Comercial da localidade em que tenha sede; (Incluído
pela Lei nº 13.429, de 2017)

III - prova de possuir capital social de, no mínimo, R$ 100.000,00 (cem mil reais). (Incluído pela
Lei nº 13.429, de 2017)
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Parágrafo único. (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.429, de 2017)

Art. 7º - A empresa de trabalho temporário que estiver funcionando na data da vigência desta Lei
terá o prazo de noventa dias para o atendimento das exigências contidas no artigo anterior.

Parágrafo único. A empresa infratora do presente artigo poderá ter o seu funcionamento
suspenso, por ato do Diretor Geral do Departamento Nacional de Mão-de-Obra, cabendo recurso
ao Ministro de Estado, no prazo de dez dias, a contar da publicação do ato no Diário Oficial da
União.

Art. 8º - A empresa de trabalho temporário é obrigada a fornecer ao Departamento Nacional de


Mão-de-Obra, quando solicitada, os elementos de informação julgados necessários ao estudo do
mercado de trabalho.

Art. 9o O contrato celebrado pela empresa de trabalho temporário e a tomadora de serviços será
por escrito, ficará à disposição da autoridade fiscalizadora no estabelecimento da tomadora de
serviços e conterá: (Redação dada pela Lei nº 13.429, de 2017)

I - qualificação das partes; (Incluído pela Lei nº 13.429, de 2017)

II - motivo justificador da demanda de trabalho temporário; (Incluído pela Lei nº 13.429, de


2017)

III - prazo da prestação de serviços; (Incluído pela Lei nº 13.429, de 2017)

IV - valor da prestação de serviços; (Incluído pela Lei nº 13.429, de 2017)

V - disposições sobre a segurança e a saúde do trabalhador, independentemente do local de


realização do trabalho. (Incluído pela Lei nº 13.429, de 2017)

§ 1o É responsabilidade da empresa contratante garantir as condições de segurança, higiene e


salubridade dos trabalhadores, quando o trabalho for realizado em suas dependências ou em
local por ela designado. (Incluído pela Lei nº 13.429, de 2017)

§ 2o A contratante estenderá ao trabalhador da empresa de trabalho temporário o mesmo


atendimento médico, ambulatorial e de refeição destinado aos seus empregados, existente nas
dependências da contratante, ou local por ela designado. (Incluído pela Lei nº 13.429, de 2017)

§ 3o O contrato de trabalho temporário pode versar sobre o desenvolvimento de atividades-meio


e atividades-fim a serem executadas na empresa tomadora de serviços. (Incluído pela Lei nº
13.429, de 2017)

Art. 10. Qualquer que seja o ramo da empresa tomadora de serviços, não existe vínculo de
emprego entre ela e os trabalhadores contratados pelas empresas de trabalho
temporário. (Redação dada pela Lei nº 13.429, de 2017)

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§ 1o O contrato de trabalho temporário, com relação ao mesmo empregador, não poderá exceder
ao prazo de cento e oitenta dias, consecutivos ou não. (Incluído pela Lei nº 13.429, de 2017)

§ 2o O contrato poderá ser prorrogado por até noventa dias, consecutivos ou não, além do prazo
estabelecido no § 1o deste artigo, quando comprovada a manutenção das condições que o
ensejaram. (Incluído pela Lei nº 13.429, de 2017)

§ 3o (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.429, de 2017)

§ 4o Não se aplica ao trabalhador temporário, contratado pela tomadora de serviços, o contrato


de experiência previsto no parágrafo único do art. 445 da Consolidação das Leis do Trabalho
(CLT), aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1o de maio de 1943. (Incluído pela Lei nº 13.429,
de 2017)

§ 5o O trabalhador temporário que cumprir o período estipulado nos §§ 1o e 2o deste artigo


somente poderá ser colocado à disposição da mesma tomadora de serviços em novo contrato
temporário, após noventa dias do término do contrato anterior. (Incluído pela Lei nº 13.429,
de 2017)

§ 6o A contratação anterior ao prazo previsto no § 5o deste artigo caracteriza vínculo


empregatício com a tomadora.

§ 7o A contratante é subsidiariamente responsável pelas obrigações trabalhistas referentes ao


período em que ocorrer o trabalho temporário, e o recolhimento das contribuições
previdenciárias observará o disposto no art. 31 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991. (Incluído
pela Lei nº 13.429, de 2017)

Art. 11 - O contrato de trabalho celebrado entre empresa de trabalho temporário e cada um dos
assalariados colocados à disposição de uma empresa tomadora ou cliente será,
obrigatoriamente, escrito e dele deverão constar, expressamente, os direitos conferidos aos
trabalhadores por esta Lei.

Parágrafo único. Será nula de pleno direito qualquer cláusula de reserva, proibindo a contratação
do trabalhador pela empresa tomadora ou cliente ao fim do prazo em que tenha sido colocado à
sua disposição pela empresa de trabalho temporário.

Art. 12 - Ficam assegurados ao trabalhador temporário os seguintes direitos:

a) remuneração equivalente à percebida pelos empregados de mesma categoria da empresa


tomadora ou cliente calculados à base horária, garantida, em qualquer hipótese, a percepção do
salário mínimo regional;

b) jornada de oito horas, remuneradas as horas extraordinárias não excedentes de duas, com
acréscimo de 20% (vinte por cento);

c) férias proporcionais, nos termos do artigo 25 da Lei nº 5.107, de 13 de setembro de 1966;

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d) repouso semanal remunerado;

e) adicional por trabalho noturno;

f) indenização por dispensa sem justa causa ou término normal do contrato, correspondente a
1/12 (um doze avos) do pagamento recebido;

g) seguro contra acidente do trabalho;

h) proteção previdenciária nos termos do disposto na Lei Orgânica da Previdência Social, com as
alterações introduzidas pela Lei nº 5.890, de 8 de junho de 1973 (art. 5º, item III, letra "c" do
Decreto nº 72.771, de 6 de setembro de 1973).

§ 1º - Registrar-se-á na Carteira de Trabalho e Previdência Social do trabalhador sua condição de


temporário.

§ 2º - A empresa tomadora ou cliente é obrigada a comunicar à empresa de trabalho temporário


a ocorrência de todo acidente cuja vítima seja um assalariado posto à sua disposição,
considerando-se local de trabalho, para efeito da legislação específica, tanto aquele onde se
efetua a prestação do trabalho, quanto a sede da empresa de trabalho temporário.

Art. 13 - Constituem justa causa para rescisão do contrato do trabalhador temporário os atos e
circunstâncias mencionados nos artigos 482 e 483, da Consolidação das Leis do Trabalho,
ocorrentes entre o trabalhador e a empresa de trabalho temporário ou entre aquele e a empresa
cliente onde estiver prestando serviço.

Art. 14 - As empresas de trabalho temporário são obrigadas a fornecer às empresas tomadoras


ou clientes, a seu pedido, comprovante da regularidade de sua situação com o Instituto Nacional
de Previdência Social.

Art. 15 - A Fiscalização do Trabalho poderá exigir da empresa tomadora ou cliente a apresentação


do contrato firmado com a empresa de trabalho temporário, e, desta última o contrato firmado
com o trabalhador, bem como a comprovação do respectivo recolhimento das contribuições
previdenciárias.

Art. 16 - No caso de falência da empresa de trabalho temporário, a empresa tomadora ou cliente


é solidariamente responsável pelo recolhimento das contribuições previdenciárias, no tocante ao
tempo em que o trabalhador esteve sob suas ordens, assim como em referência ao mesmo
período, pela remuneração e indenização previstas nesta Lei.

Art. 17 - É defeso às empresas de prestação de serviço temporário a contratação de estrangeiros


com visto provisório de permanência no País.

Art. 18 - É vedado à empresa do trabalho temporário cobrar do trabalhador qualquer


importância, mesmo a título de mediação, podendo apenas efetuar os descontos previstos em
Lei.

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Parágrafo único. A infração deste artigo importa no cancelamento do registro para


funcionamento da empresa de trabalho temporário, sem prejuízo das sanções administrativas e
penais cabíveis.

Art. 19 - Competirá à Justiça do Trabalho dirimir os litígios entre as empresas de serviço


temporário e seus trabalhadores.

Art. 19-A. O descumprimento do disposto nesta Lei sujeita a empresa infratora ao pagamento de
multa. (Incluído pela Lei nº 13.429, de 2017)

Parágrafo único. A fiscalização, a autuação e o processo de imposição das multas reger-se-ão


pelo Título VII da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452,
de 1o de maio de 1943.

Art. 19-B. O disposto nesta Lei não se aplica às empresas de vigilância e transporte de valores,
permanecendo as respectivas relações de trabalho reguladas por legislação especial, e
subsidiariamente pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), aprovada pelo Decreto-Lei
no 5.452, de 1o de maio de 1943. (Incluído pela Lei nº 13.429, de 2017)

Art. 19-C. Os contratos em vigência, se as partes assim acordarem, poderão ser adequados aos
termos desta Lei. (Incluído pela Lei nº 13.429, de 2017)

Lei 8.666/91, art. 3º A licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da


isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa para a administração e a promoção do
desenvolvimento nacional sustentável e será processada e julgada em estrita conformidade com
os princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade (...).

§ 1º É vedado aos agentes públicos:

I - admitir, prever, incluir ou tolerar, nos atos de convocação, cláusulas ou condições que
comprometam, restrinjam ou frustrem o seu caráter competitivo e estabeleçam preferências ou
distinções em razão da naturalidade, da sede ou domicílio dos licitantes ou de qualquer outra
circunstância impertinente ou irrelevante para o específico objeto do contrato;

I - admitir, prever, incluir ou tolerar, nos atos de convocação, cláusulas ou condições que
comprometam, restrinjam ou frustrem o seu caráter competitivo, inclusive nos casos de
sociedades cooperativas, e estabeleçam preferências ou distinções em razão da naturalidade, da
sede ou domicílio dos licitantes ou de qualquer outra circunstância impertinente ou irrelevante
para o específico objeto do contrato (...).

Lei 8.666/93, art. 71. O contratado é responsável pelos encargos trabalhistas, previdenciários,
fiscais e comerciais resultantes da execução do contrato.

§ 1º A inadimplência do contratado, com referência aos encargos trabalhistas, fiscais e comerciais


não transfere à Administração Pública a responsabilidade por seu pagamento, nem poderá
onerar o objeto do contrato ou restringir a regularização e o uso das obras e edificações, inclusive
perante o Registro de Imóveis.
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TST

SUM-331 CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. LEGALIDADE

I - A contratação de trabalhadores por empresa interposta é ilegal, formando-se o

vínculo diretamente com o tomador dos serviços, salvo no caso de trabalho temporário (Lei nº
6.019, de 03.01.1974).

II - A contratação irregular de trabalhador, mediante empresa interposta, não gera vínculo de


emprego com os órgãos da Administração Pública direta, indireta ou fundacional (art. 37, II, da
CF/1988).

III - Não forma vínculo de emprego com o tomador a contratação de serviços de

vigilância (Lei nº 7.102, de 20.06.1983) e de conservação e limpeza, bem como a

de serviços especializados ligados à atividade-meio do tomador, desde que inexistente a


pessoalidade e a subordinação direta.

IV - O inadimplemento das obrigações trabalhistas, por parte do empregador, implica a


responsabilidade subsidiária do tomador dos serviços quanto àquelas obrigações, desde que haja
participado da relação processual e conste também do título executivo judicial.

V - Os entes integrantes da Administração Pública direta e indireta respondem subsidiariamente,


nas mesmas condições do item IV, caso evidenciada a sua conduta culposa no cumprimento das
obrigações da Lei n.º 8.666, de 21.06.1993, especialmente na fiscalização do cumprimento das
obrigações contratuais e legais da prestadora de serviço como empregadora. A aludida
responsabilidade não decorre de mero inadimplemento das obrigações trabalhistas assumidas
pela empresa regularmente contratada.

VI – A responsabilidade subsidiária do tomador de serviços abrange todas as verbas decorrentes


da condenação referentes ao período da prestação laboral.

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