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Atualização em súmulas e OJs do TST

Direito do Trabalho p/ TRT 20ª Região (Analista - Áreas Judiciária e Execução de


Mandados)

Professores: Antonio Daud Jr, Mário Pinheiro


Atualização em Direito do Trabalho
Alterações Jurisprudenciais do TST de 2012 a
2015
Prof. Mário Pinheiro / Prof. Antonio Daud Jr

Alterações na jurisprudência do TST de 2012 a 2015

Sumário
1. Introdução ............................................................................................. 2
2. Alterações jurisprudenciais divulgadas no primeiro semestre de 2012 ............ 3
3. Alterações jurisprudenciais divulgadas em setembro de 2012 ..................... 17
3.1. Novas Súmulas do TST ..................................................................... 17
3.2. Súmulas e OJ canceladas .................................................................. 22
3.3. Súmulas e OJ alteradas..................................................................... 22
4. Alterações jurisprudenciais divulgadas em 2013 e 2014 ............................. 61
4.1. Novas Súmulas do TST ..................................................................... 61
4.2. Súmulas alteradas............................................................................ 68
5. Alterações jurisprudenciais divulgadas em 2015 ........................................ 69
5.1. Novas Súmulas do TST ..................................................................... 69
5.2. Súmulas alteradas............................................................................ 69
5.3. OJs canceladas ................................................................................ 74
6. Conclusão ............................................................................................ 76
7. Lista das Súmulas e OJ comentadas na aula ............................................... 1

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1. Introdução

Oi amigos(s),

Esta aula é uma coletânea da jurisprudência (Súmulas e Orientações


Jurisprudenciais) do TST que foi alterada nos últimos anos.

Como todos sabem, as Bancas Examinadoras costumam exigir que os


candidatos se mantenham atualizados, então o conteúdo desta aula certamente
aparecerá nas provas a serem aplicadas durante os próximos anos.

Dividimos o conteúdo em 4 subitens, a saber: alterações realizadas em no


primeiro semestre de 2012; alterações realizadas em 14/09/2012 (resultado da
2º Semana do TST); as poucas alterações de 2013 e de 2014; e, por fim, as
alterações de 2015.

Em relação ao primeiro bloco, faremos os comentários pertinentes sobre a


redação atual das Súmulas e Orientações Jurisprudenciais.

Já acerca das alterações promovidas em setembro de 2012, trouxemos


nesta aula as redações anteriores e, claro, a redação atual dos verbetes, de modo
a podermos comparar o que foi alterado e quais são as consequências disto.

Apesar de já ter se passado mais de um ano que a maioria das alterações


foi promovida e de já estarem incluídas em cada um dos conteúdos estudados neste
nosso curso, ainda assim achamos pertinente trazê-las, em função da necessidade
específica de algum concurseiro, da relevância das alterações e de novas cobranças
por parte das Bancas.

Vamos ao trabalho!

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2. Alterações jurisprudenciais divulgadas no primeiro semestre


de 2012

Seguem abaixo os comentários que esclarecem as disposições dos verbetes


do TST.

------------------------------------------------

SUM-430 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA INDIRETA. CONTRATAÇÃO.


AUSÊNCIA DE CONCURSO PÚBLICO. NULIDADE. ULTERIOR PRIVATIZAÇÃO.
CONVALIDAÇÃO. INSUBSISTÊNCIA DO VÍCIO
Convalidam-se os efeitos do contrato de trabalho que, considerado nulo
por ausência de concurso público, quando celebrado originalmente com
ente da Administração Pública Indireta, continua a existir após a sua
privatização.

É basicamente o seguinte: a Constituição Federal exige aprovação prévia


em concurso público para a investidura em cargo ou emprego público (inclusive
na Administração Indireta – autarquias, fundações, empresas públicas, etc.):

CF/88, art. 37, II - a investidura em cargo ou emprego público depende de


aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo
com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei,
ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre
nomeação e exoneração.

O que a Súmula dispõe é que, quando o empregado é admitido sem


concurso e a entidade é privatizada, convalidam-se os efeitos da admissão irregular.

A convalidação significa regularizar o ato (a admissão, no caso), de modo


que ele continue válido e produza seus efeitos regulares (seria a continuidade da
existência do vínculo empregatício, nesta situação fática).

Segue abaixo a ementa de um dos precedentes da referida alteração


jurisprudencial:

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RECURSO DE EMBARGOS. CONTRATO NULO. SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA.


PRIVATIZAÇÃO. CONVALIDAÇÃO. A admissão de servidor público sem a prévia
aprovação em concurso público é nula, gerando direito apenas à contraprestação
pactuada e aos depósitos do FGTS (Súmula 3631). Entretanto, havendo a
admissão sem a observância desse requisito, e sobrevindo a privatização da
instituição pública, não há mais que se falar em nulidade do ato, uma vez que a
exigência constitucional da admissão somente mediante aprovação prévia em
concurso público não se aplica às empresas privadas. Nesse caso, com a
privatização da Companhia Vale do Rio Doce - CVRD, consolidou-se o contrato de
trabalho anteriormente celebrado, gerando todos os efeitos desde a data da
admissão. (...)

(E-RR-64400-24.2000.5.17.0002, Rel. Min. João Batista Brito Pereira, Data de


Julgamento 09/06/2011, Data de Publicação DEJT 17/06/2011)

------------------------------------------------

OJ-SDI1-235 HORAS EXTRAS. SALÁRIO POR PRODUÇÃO


O empregado que recebe salário por produção e trabalha em
sobrejornada tem direito à percepção apenas do adicional de horas
extras, exceto no caso do empregado cortador de cana, a quem é devido
o pagamento das horas extras e do adicional respectivo.

Este verbete está relacionado aos empregados que recebem por produção.

De uma forma geral, o empregado que recebe por produção, sem que haja
controle de horário, receberá o valor pactuado em relação ao que foi produzido.

Além disto, a jurisprudência entende que, quando o empregado é remunerado


por produção sujeito a controle de horário, tem direito a receber o adicional de
horas extraordinárias, mas não o valor das horas extraordinárias: é que, por ser
remunerado por produção, ele já recebeu o valor das horas de sobrejornada.

1
SUM-363 CONTRATO NULO. EFEITOS
A contratação de servidor público, após a CF/1988, sem prévia aprovação em concurso público, encontra óbice
1
no respectivo art. 37, II e § 2º , somente lhe conferindo direito ao pagamento da contraprestação pactuada, em
relação ao número de horas trabalhadas, respeitado o valor da hora do salário mínimo, e dos valores referentes
aos depósitos do FGTS.

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Sendo assim, só caberia pagar, em relação às horas que extrapolaram a


jornada padrão, o respectivo adicional. Este é o sentido da Súmula 340:

SUM-340 COMISSIONISTA. HORAS


O empregado, sujeito a controle de horário, remunerado à base de comissões,
tem direito ao adicional de, no mínimo, 50% (cinqüenta por cento) pelo trabalho
em horas extras, calculado sobre o valor-hora das comissões recebidas no mês,
considerando-se como divisor o número de horas efetivamente trabalhadas.

Voltando à OJ 235, podemos ver claramente a distinção entre o pagamento


do adicional de horas extraordinárias (aplicável no caso) e o das horas
extraordinárias (inaplicável no caso).

A exceção no verbete é feita sobre os cortadores de cana, cuja realidade


é a exigência, pelo empregador, do cumprimento de metas de produção. Como as
metas não são baixas, o empregado é forçado a realizar sobrejornada para atingi-
las, e com isso o TST entende cabível o pagamento, ao cortador de cana, do
adicional de horas extras e também do valor das horas.

Segue abaixo a ementa de um dos precedentes da alteração da Orientação


Jurisprudencial em estudo:

RECURSO DE EMBARGOS. HORAS EXTRAORDINÁRIAS. TRABALHADOR RURAL


BRAÇAL. CORTE DE CANA. SALÁRIO POR PRODUÇÃO. INAPLICABILIDADE DA
ORIENTAÇÃO JURISPRUDENCIAL 235 DA C. SDI E DA SÚMULA 340 DO C. TST. Não
há como se reconhecer contrariedade aos termos da Orientação Jurisprudencial nº
235 da SDI-1 e da Súmula 340 deste C. TST, uma vez que essa orientação trata
genericamente de empregado que recebe salário por produção e trabalha em
sobrejornada. O caso do empregado cortador de cana de açúcar denota situação
especialíssima de trabalhador rural braçal, em que há imposição de tarifa pelo
empregador, a determinar o trabalho em sobrejornada como forma de alcançar a
meta, que também é determinada pelo empregado. Não há como transferir
exclusivamente para o empregado o ônus relacionado ao acréscimo da produção,
incumbindo levar em consideração que no meio rural o mecanismo tem servido para
exploração injusta da mão-de-obra. Assim sendo, não há como se reconhecer que
o trabalho por produção, no corte de cana de açúcar, impede o pagamento de horas
extraordinárias mais o adicional, sob pena de se afastar do fundamento que norteou
a limitação contida na jurisprudência do c. TST. (...).

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(E-RR-90100-13.2004.5.09.0025, Rel. Min. Aloysio Corrêa da Veiga, SBDI-1,


DEJT 17/06/2011 - decisão unânime)

O seguinte excerto do voto do Ministro José Roberto Freire Pimenta, de


julgado mais recente, explica o motivo do tratamento diferenciado conferido aos
cortadores de cana:

“(...) a iterativa jurisprudência desta Corte entende que a Súmula nº


340 e a Orientação Jurisprudencial nº 235 da SBDI-1 fica restrita aos
demais trabalhadores remunerados por produção, para os quais é
devido apenas o adicional de horas extraordinárias. A mesma ratio
essendi não se estende, entretanto, ao trabalhador rural que se ativa
no corte da cana-de-açúcar, cuja atividade é extremamente árdua e
penosa, possui meta diária, de forma que existe sempre a
necessidade de labor em sobrejornada para que a meta seja
alcançada, fato esse que, por representar desgaste físico prejudicial à
saúde do trabalhador, deve ser remunerado integralmente. (...) O
fundamento adotado pela SBDI-12 busca resguardar a dignidade do
trabalhador e do ser humano, objeto de proteção na ordem
constitucional brasileira (artigos 5º e 7º), além de privilegiar a isonomia
(artigo 5º, caput, da Constituição Federal), estabelecendo tratamento
desigual a trabalhadores rurais que se diferenciam pelo grande esforço
físico demandado no trabalho executado. Pelo esclarecido, em função
da peculiaridade da atividade do trabalho por produção no campo, as
horas extraordinárias do trabalhador rural na lavoura de cana-de-
açúcar, se pagas somente com o adicional respectivo, desvirtuariam os
princípios norteadores do Direito Material do Trabalho.”

(AIRR - 471-86.2010.5.15.0110, Relator Ministro: José Roberto Freire Pimenta,


Data de Julgamento: 27/06/2012, 2ª Turma, Data de Publicação: 03/08/2012)

------------------------------------------------

2
Aqui o Ministro faz referência ao processo da SBD-1 cuja ementa foi transcrita na pina anterior, E-RR-90100-
13.2004.5.09.0025, que foi um dos precedentes da alteração da OJ 235.

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OJ-SDI1-413 AUXÍLIO-ALIMENTAÇÃO. ALTERAÇÃO DA NATUREZA


JURÍDICA. NORMA COLETIVA OU ADESÃO AO PAT.
A pactuação em norma coletiva conferindo caráter indenizatório à verba
“auxílio-alimentação” ou a adesão posterior do empregador ao Programa
de Alimentação do Trabalhador — PAT — não altera a natureza salarial da
parcela, instituída anteriormente, para aqueles empregados que,
habitualmente, já percebiam o benefício, a teor das Súmulas nos 51, I3, e
2414 do TST.

Além de dever ser benéfico ao empregador, outro fator relevante para o


enquadramento de bem ou serviço como salário in natura é a natureza jurídica
conferida à utilidade. É que a própria Lei instituidora pode conferir natureza não
salarial ao item fornecido.

A Lei 6.321/76, que dispõe sobre dedução fiscal de despesas incorridas pela
empresa no âmbito do Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT)
retirou tais parcelas do cômputo do salário de contribuição 5, e nesta esteira o TST
conferiu natureza não salarial a tal utilidade (ajuda alimentação):

OJ-SDI1-133 AJUDA ALIMENTAÇÃO. PAT. LEI Nº 6.321/76. NÃO INTEGRAÇÃO AO


SALÁRIO
A ajuda alimentação fornecida por empresa participante do programa de
alimentação ao trabalhador, instituído pela Lei nº 6.321/76, não tem caráter
salarial. Portanto, não integra o salário para nenhum efeito legal.

No caso da OJ 413, a situação é a seguinte: por meio de negociação


coletiva ou através da inscrição da empresa no Programa de Alimentação do
Trabalhador, a alimentação pode deixar de possuir natureza salarial.

O que a OJ assegura é que tais alterações não irão retirar a natureza


salarial em relação aos empregados que já recebiam a prestação in natura antes
desta alteração que conferiu à verba natureza não salarial.
3
SUM-51 NORMA REGULAMENTAR. VANTAGENS E OPÇÃO PELO NOVO REGULAMENTO. ART. 468 DA
CLT
I - As cláusulas regulamentares, que revoguem ou alterem vantagens deferidas anteriormente, só atingirão os
trabalhadores admitidos após a revogação ou alteração do regulamento.
4
SUM-241 SALÁRIO-UTILIDADE. ALIMENTAÇÃO
O vale para refeição, fornecido por força do contrato de trabalho, tem caráter salarial, integrando a remuneração
do empregado, para todos os efeitos legais.
5
Lei 6.321/76, art 3º Não se inclui como salário de contribuição a parcela paga in natura, pela empresa, nos
programas de alimentação [PAT] aprovados pelo Ministério do Trabalho.

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Abaixo dois julgados que serviram de precedente para a alteração da


referida OJ:

RECURSO DE EMBARGOS INTERPOSTO PELO RECLAMANTE. AUXÍLIO-


ALIMENTAÇÃO. SUPRESSÃO. PARTICIPAÇÃO NO PAT. NATUREZA JURÍDICA.
Tendo o Tribunal Regional consignado que o pagamento do auxílio-alimentação
ao reclamante era efetuado habitualmente anteriormente à adesão do reclamado
ao PAT, não há como afastar a natureza salarial da referida parcela. (...)

(E-ED-RR - 55100-47.2007.5.22.0004 Data de Julgamento: 27/10/2011, Relator


Ministro: João Batista Brito Pereira, SBDI-1, DEJT 04/11/2011)

EMBARGOS EM RECURSO DE REVISTA. ACÓRDÃO PUBLICADO NA VIGÊNCIA DA


LEI Nº 11.496/2007. AUXÍLIO-ALIMENTAÇÃO. NORMA COLETIVA POSTERIOR
PREVENDO A NATUREZA INDENIZATÓRIA DA VERBA. EFEITOS. A jurisprudência
desta e. Subseção tem entendido que tanto no caso de adesão (...) ao PAT-
Programa de Atendimento ao Trabalhador, como na hipótese de edição de norma
coletiva conferindo caráter indenizatório à verba, o auxílio-alimentação percebido
anteriormente pelos empregados, por força de contrato de trabalho, continua a
ostentar o reconhecimento de sua natureza salarial. Precedentes. Recurso de
embargos não conhecido.

(E-ED-RR-117841-11.2007.5.10.0020, Rel. Min. Horácio Raymundo de Senna


Pires, SBDI-1, DEJT 17/6/2011)

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OJ-SDI1-417 PRESCRIÇÃO. RURÍCOLA. EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 28,


DE 26.05.2000. CONTRATO DE TRABALHO EM CURSO.
Não há prescrição total ou parcial da pretensão do trabalhador rural que
reclama direitos relativos a contrato de trabalho que se encontrava em
curso à época da promulgação da Emenda Constitucional nº 28, de
26.05.2000, desde que ajuizada a demanda no prazo de cinco anos de
sua publicação, observada a prescrição bienal.

A CLT previa critério distinto de prescrição entre urbanos e rurais:

CLT, art. 11 - O direito de ação quanto a créditos resultantes das relações de


trabalho prescreve:

I - em cinco anos para o trabalhador urbano, até o limite de dois anos após a
extinção do contrato;

II - em dois anos, após a extinção do contrato de trabalho, para o trabalhador rural.

Assim, ao urbano se aplicavam as prescrições quinquenal e bienal, e ao


rural apenas a prescrição bienal.

Com a citada Emenda Constitucional 28/2000 alterou-se a redação do art.


7º, XXIX, estabelecendo para ambos (urbanos e rurais) as prescrições quinquenal
e bienal:

CF/88, art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros
que visem à melhoria de sua condição social:

(...)

XXIX - ação, quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho, com prazo
prescricional de cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite
de dois anos após a extinção do contrato de trabalho;

Para os contratos de rurícolas que já haviam sido extintos quando da vigência


da citada Emenda Constitucional, caberia apenas a aplicação da prescrição
bienal, como podemos concluir da leitura do verbete abaixo:

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OJ-SDI1-271 RURÍCOLA. PRESCRIÇÃO. CONTRATO DE EMPREGO EXTINTO.


EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 28/2000. INAPLICABILIDADE
O prazo prescricional da pretensão do rurícola, cujo contrato de emprego já se
extinguira ao sobrevir a Emenda Constitucional nº 28, de 26/05/2000, tenha sido
ou não ajuizada a ação trabalhista, prossegue regido pela lei vigente ao tempo da
extinção do contrato de emprego.

Retomando a OJ 417, ela esclarece que não haverá prescrição parcial ou total,
desde que respeitada a prescrição bienal e ajuizada a ação até 26.05.2005, ou seja,
prazo de cinco anos da publicação da citada Emenda Constitucional (é que, antes
da Emenda, não havia a prescrição quinquenal para o rural).

Se a ação do rurícola foi ajuizada após 26.05.2005, os direitos anteriores


serão atingidos pela prescrição quinquenal (sempre se observando, também, a
possibilidade do direito já ter sido atingido pela prescrição bienal).

Cite-se, por oportuno, um dos precedentes da edição do verbete:

PRESCRIÇÃO. RURÍCOLA. EXTINÇÃO DO CONTRATO POSTERIORMENTE À


PUBLICAÇÃO DA EMENDA CONSTITUCIONAL N.º 28/2000. Mesmo em relação aos
contratos extintos após a edição da Emenda Constitucional n.º 28/2000, não se
deve aplicar a prescrição quinquenal, no período anterior a 26/5/2005, quanto
aos direitos vindicados que se incorporaram ao patrimônio jurídico do empregado
antes do advento da referida emenda, que tem aplicação imediata, mas não
efeito retroativo, o que exigiria previsão expressa da norma. A aplicação
retroativa da citada emenda feriria o comando inserto no artigo 5º, XXXVI 6, da
Constituição da República. Há de prevalecer, assim, entendimento segundo o qual
as parcelas que não se encontravam cobertas pelo manto prescricional por
ocasião do advento da Emenda Constitucional n.º 28, de 26/5/2000, não podem
ser por ela regidas. (...).

(E-ED-RR - 73600-86.2004.5.15.0029, Relator Ministro: Lélio Bentes Corrêa,


Data de Julgamento: 10/11/2011, SBDI-1, Data de Publicação: 25/11/2011)

Neste mesmo processo é interessante a passagem do voto do Relator, que


contextualiza a alteração constitucional com a aplicabilidade da nova regra
prescricional aos empregados rurais:

6
CF/88, art. 5º, XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada;

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“A alteração do artigo 7º, XXIX, da Lei Magna, introduzida pela multicitada


Emenda, de que resultou a unificação do prazo prescricional para empregados
urbanos e rurais, não pode surtir efeito no presente caso, porquanto referida
norma tem aplicação imediata e não retroativa, não alcançando o contrato de
trabalho do reclamante, que adquirira o direito de deduzir sua pretensão em
juízo antes da consagração do novo regramento constitucional. A norma de
direito material que dispõe sobre prescrição tem aplicação imediata,
alcançando as situações em curso na data de sua promulgação, ressalvadas
apenas aquelas que já se haviam aperfeiçoado sob a égide da legislação
anterior. Assim, as parcelas que se tornaram exigíveis antes do advento da
Emenda Constitucional n.º 28/2000 não podem ser por ela regidas. (...)
Frise-se que a aplicação retroativa da EC n.º 28/2000 na ausência de
previsão expressa nesse sentido acabaria por ferir o comando inserto no
artigo 5º, XXXVI, da Constituição da República. Com efeito, a situação criada
com o advento da Emenda em comento importou na incidência do prazo
prescricional sobre pretensões de empregados rurais que, até então, não
eram atingidas pela prescrição quinquenal, mas tão somente pela prescrição
de dois anos contados da extinção do contrato. Consagrar a aplicação
imediata do novo regramento equivaleria a dar-lhe eficácia retroativa, visto
que, no momento da entrada em vigor da emenda constitucional, restariam
fulminados pela prescrição direitos até então imprescritíveis no curso do
contrato de trabalho. Admitir- se tal possibilidade não só violaria o direito
adquirido da parte à regência da prescrição pela lei vigente à época do
nascimento da pretensão, como também a conduziria à perplexidade,
surpreendendo-a com a extinção imediata de pretensão que jamais estivera
submetida a limitação temporal. O instituto da prescrição milita em prol
da estabilidade das relações jurídicas e tem por pressuposto o transcurso
in albis do prazo respectivo, traduzindo a aquiescência tácita do titular do
direito à situação de que resultou a sua violação em tese. Ora, se não incidia
o lapso prescricional na pretensão do obreiro sob a égide do regime
constitucional anterior à publicação da Emenda Constitucional n.º 28/2000,
não se pode extrair de sua inércia o consentimento tácito. Do mesmo modo,
não se pode reconhecer ao novo mandamento constitucional efeito tal que
inviabilize, de forma instantânea, a insurgência da parte contra ato que violou
seu direito. Assim, é da edição da EC n.º 28/2000 que se deve contar o prazo
prescricional quinquenal a incidir sobre os direitos do trabalhador rural cujo
contrato encontrava-se em vigor à época da introdução no mundo jurídico
do novo regramento constitucional.”

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OJ-SDI1-418 EQUIPARAÇÃO SALARIAL. PLANO DE CARGOS E SALÁRIOS.
APROVAÇÃO POR INSTRUMENTO COLETIVO. AUSÊNCIA DE ALTERNÂNCIA
DE CRITÉRIOS DE PROMOÇÃO POR ANTIGUIDADE E MERECIMENTO.
Não constitui óbice à equiparação salarial a existência de plano de cargos
e salários que, referendado por norma coletiva, prevê critério de promoção
apenas por merecimento ou antiguidade, não atendendo, portanto, o
requisito de alternância dos critérios, previsto no art. 461, §
2º, da CLT.

Determinadas situações inviabilizam o pleito equiparatório, sendo exemplo


disto o quadro de carreira:

CLT, art. 461, § 2º - Os dispositivos deste artigo [equiparação salarial] não


prevalecerão quando o empregador tiver pessoal organizado em quadro de carreira,
hipótese em que as promoções deverão obedecer aos critérios de antiguidade
e merecimento.

Relembrando os requisitos da equiparação salarial, conforme previsto na lei


e jurisprudência do TST:

››› Função idêntica

››› Mesmo empregador

››› Mesma localidade


››› Mesma produtividade
Requisitos da
››› Mesma perfeição técnica
equiparação salarial

Diferença de tempo de função serviço


›››
não superior a 2 anos

››› Simultaneidade no exercício da função

Inexistência de quadro de carreira


›››
homologado pelo MTE

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Caso haja quadro de carreira que não respeite esta diretriz legal de critérios
de antiguidade e merecimento para a promoção, ele não inviabilizará a pretensão
equiparatória.

A OJ ressalta, inclusive, que o fato de este quadro estar referendado por


norma coletiva não influenciará nesta questão, pois a necessidade de existência
de critérios de antiguidade e merecimento está prevista em lei.

Na sequência transcrevo duas ementas cujos julgados foram precedentes


da publicação do verbete em estudo:

(...) EQUIPARAÇÃO SALARIAL. QUADRO DE CARREIRA. NORMA COLETIVA.


PREVISÃO DE PROMOÇÃO APENAS PELO CRITÉRIO DO MERECIMENTO. Adoção
do entendimento firmado nesta SBDI-1 no sentido de que se o plano de cargos e
salários, ainda que convalidado por instrumento coletivo, não contempla o critério
de promoções por antiguidade, na forma art. 461, §§ 2.º e 3.º, da CLT 7, faz jus o
trabalhador à equiparação salarial. (...).

(E-ED-RR-88200-49.2003.5.15.0126, Rel. Min. Delaíde Miranda Arantes, DEJT


24/2/2012)

(...) EQUIPARAÇÃO SALARIAL- PETROBRAS - PLANO DE CARGOS E SALÁRIOS


FIRMADO EM NORMA COLETIVA- QUADRO DE CARREIRA - VALIDADE - AUSÊNCIA
DO CRITÉRIO DE PROMOÇÕES POR ANTIGUIDADE. Nos termos do artigo 461, §§
2º e 3º, da CLT, a existência de quadro organizado de carreira é fato obstativo ao
direito à equiparação salarial, desde que as promoções obedeçam aos critérios de
antiguidade e merecimento, de forma alternada, ante a exigência expressa de
tais critérios em lei. In casu, não há como conferir validade ao plano de cargos e
salários da Petrobras, uma vez que não contemplou plenamente o critério de
promoções por antiguidade, requisito imposto pelo dispositivo legal supracitado.
Recurso de embargos conhecido e desprovido.

7
CLT, art. 461 - Sendo idêntica a função, a todo trabalho de igual valor, prestado ao mesmo empregador, na
mesma localidade, corresponderá igual salário, sem distinção de sexo, nacionalidade ou idade.

(...)

§ 2º - Os dispositivos deste artigo não prevalecerão quando o empregador tiver pessoal organizado em quadro
de carreira, hipótese em que as promoções deverão obedecer aos critérios de antigüidade e merecimento.

§ 3º - No caso do parágrafo anterior, as promoções deverão ser feitas alternadamente por merecimento e por
antigüidade, dentro de cada categoria profissional.

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(E-ED-RR-137800-58.2001.5.15.0013, Rel. Min. Renato de Lacerda Paiva, DEJT


16/9/2011)

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OJ-SDI1-419 ENQUADRAMENTO. EMPREGADO QUE EXERCE ATIVIDADE


EM EMPRESA AGROINDUSTRIAL. DEFINIÇÃO PELA ATIVIDADE
PREPONDERANTE DA EMPRESA.
Considera-se rurícola empregado que, a despeito da atividade exercida,
presta serviços a empregador agroindustrial (art. 3º, § 1º, da Lei nº
5.889, de 08.06.1973), visto que, neste caso, é a atividade
preponderante da empresa que determina o enquadramento.

OJ 419 foi criada em 2012, mas cancelada em 2015.

De acordo com a Lei 5.889/73 (que estatui normas reguladoras do trabalho


rural),

Lei 5.889/73, art. 2º Empregado rural é toda pessoa física que, em propriedade
rural ou prédio rústico, presta serviços de natureza não eventual a empregador
rural, sob a dependência deste e mediante salário.

Deste dispositivo podemos verificar os elementos fático-jurídicos da relação


de emprego (pessoa física, pessoalidade, onerosidade, não eventualidade e
subordinação), além da indicação de outros 2 elementos que se relacionam ao
empregado rural: a prestação de serviços a empregador rural e o labor prestado
em propriedade rural ou prédio rústico.

Na mesma lei consta a definição do empregador rural, que é

Lei 5.889/73, art. 3º - Considera-se empregador rural, para os efeitos desta


Lei, a pessoa física ou jurídica, proprietário ou não, que explore atividade
agro-econômica, em caráter permanente ou temporário, diretamente ou
através de prepostos e com auxílio de empregados.

§ 1º Inclui-se na atividade econômica, referida no "caput" deste artigo, a


exploração industrial em estabelecimento agrário não compreendido na
Consolidação das Leis do Trabalho.

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Assim, o enquadramento do emprego como rurícola depende de haver:

Trabalho em
propriedade rural Trabalho prestado a
Empregado rural
ou prédio rústico empregador rural

A OJ em estudo consolidou entendimento de que o enquadramento como


rurícola depende da atividade preponderante da empresa.

Registre-se que a referida OJ foi cancelada em 2015.

------------------------------------------------

OJ-SDI1-420 TURNOS ININTERRUPTOS DE REVEZAMENTO.


ELASTECIMENTO DA JORNADA DE TRABALHO. NORMA COLETIVA COM
EFICÁCIA RETROATIVA. INVALIDADE.
É inválido o instrumento normativo que, regularizando situações
pretéritas, estabelece jornada de oito horas para o trabalho em turnos
ininterruptos de revezamento.

Para situar o(a) leitor(a), lembremos que, no regime de turnos


ininterruptos de revezamento, a regra é que a jornada seja de seis horas:

CF/88, art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros
que visem à melhoria de sua condição social:

(...)

XIV - jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos


de revezamento, salvo negociação coletiva;

Caso haja negociação coletiva em sentido contrário (estabelecendo jornada


superior a seis horas), não cabe o pagamento do adicional:

SUM-423 TURNO ININTERRUPTO DE REVEZAMENTO. FIXAÇÃO DE JORNADA DE


TRABALHO MEDIANTE NEGOCIAÇÃO COLETIVA. VALIDADE.

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Estabelecida jornada superior a seis horas e limitada a oito horas por meio de
regular negociação coletiva, os empregados submetidos a turnos ininterruptos de
revezamento não tem direito ao pagamento da 7ª e 8ª horas como extras.

No caso da OJ-SDI1-420, após os empregados terem laborado além das


seis horas em turnos ininterruptos (caso em que fariam jus ao adicional de horas
extraordinárias das sétima e oitava horas), o sindicato quis “negociar”
retroativamente de modo a retirar dos empregados o direito ao adicional.

Nesta linha um dos precedentes para a publicação da OJ:

(...) TURNOS ININTERRUPTOS DE REVEZAMENTO. EXCLUSÃO DAS HORAS EXTRAS.


IMPOSSIBILIDADE DE EMPRESTAR EFEITO RETROATIVO A NORMA COLETIVA. (...)
1. Consoante o disposto nos artigos 611 e 614, §§ 1º e 3º, da Consolidação das
Leis do Trabalho, os acordos coletivos estipulam condições de trabalho aplicáveis
às relações individuais de trabalho, cuja vigência se dá para o futuro, até o prazo
máximo de dois anos. 2. Não se coaduna com o escopo dos referidos dispositivos
legais o estabelecimento de eficácia retroativa a norma coletiva. 3. Constatada, no
presente caso, a existência de acordo coletivo estipulando a jornada de oito horas
para o trabalho em turnos ininterruptos de revezamento, com determinação de sua
aplicação a períodos pretéritos, no intuito de vedar o pagamento de horas extras
decorrentes do trabalho realizado após a sexta hora diária, resulta imperiosa a
declaração da nulidade do instrumento normativo no que tange à previsão de efeito
retroativo. Hipótese em que se evidencia manifesta a afronta ao artigo 5º, XXXVI,
da Constituição da República, em razão do desrespeito aos princípios constitucionais
assecuratórios da proteção ao ato jurídico perfeito e ao direito adquirido dos
empregados, cuja jornada deve ser regida pelas regras vigentes à época da efetiva
prestação dos serviços. (...).

(E-RR - 682083-43.2000.5.17.0008, Relator Ministro: Lelio Bentes Corrêa, Data


de Julgamento: 26/09/2011, SBDI-1, DEJT: 30/09/2011)

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3. Alterações jurisprudenciais divulgadas em setembro de


2012

Aqui faremos a enumeração (e comentários pertinentes) às Súmulas e


Orientações Jurisprudenciais criadas, canceladas e alteradas pelo TST em
14/09/2012.

3.1. Novas Súmulas do TST

SUM-438 INTERVALO PARA RECUPERAÇÃO TÉRMICA DO EMPREGADO.


AMBIENTE ARTIFICIALMENTE FRIO. HORAS EXTRAS. ART. 253 DA CLT.
APLICAÇÃO ANALÓGICA.
O empregado submetido a trabalho contínuo em ambiente artificialmente
frio, nos termos do parágrafo único do art. 253 da CLT, ainda que não
labore em câmara frigorífica, tem direito ao intervalo intrajornada previsto
no caput do art. 253 da CLT.

O intervalo intrajornada específico para os exercentes de atividades em


ambientes refrigerados é o seguinte:

CLT, art. 253 - Para os empregados que trabalham no interior das câmaras
frigoríficas e para os que movimentam mercadorias do ambiente quente ou normal
para o frio e vice-versa, depois de 1 (uma) hora e 40 (quarenta) minutos de trabalho
contínuo, será assegurado um período de 20 (vinte) minutos de repouso,
computado esse intervalo como de trabalho efetivo.

O parágrafo único deste artigo dispõe que

CLT, art. 253, parágrafo único - Considera-se artificialmente frio, para os fins do
presente artigo, o que for inferior, nas primeira, segunda e terceira zonas climáticas
do mapa oficial do Ministério do Trabalho, Industria e Comercio, a 15º (quinze
graus), na quarta zona a 12º (doze graus), e nas quinta, sexta e sétima zonas a
10º (dez graus)8.

O importante a ser destacado neste verbete é que ele garante o direito à


pausa de 20 minutos a cada 1h40min ao empregado que esteja submetido a

8
Esta divisão geográfica em zonas climáticas utiliza o mapa Brasil Climas, elaborado pelo IBGE.

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trabalho contínuo em ambiente artificialmente frio, mesmo que não labore


em câmara frigorífica.

Segue abaixo trecho da ementa de um julgado recente do TST, que foi um


dos precedentes para a edição da Súmula 438:

RECURSO DE REVISTA. 1. INTERVALO INTRAJORNADA PARA RECUPERAÇÃO


TÉRMICA. INTERPRETAÇÃO DO ART. 253 DA CLT. O desempenho das atividades
em ambiente dotado de circunstância diferenciada (frio artificial) é que gera o
direito ao período de descanso, sendo irrelevante que o nome dado ao local de
trabalho não seja câmara frigorífica, porquanto o dispositivo, concernente à
segurança do trabalhador, não deve ser interpretado restritivamente. Observe-se
que a Consolidação, diante dessas circunstâncias diferenciadas - trabalho em
ambiente com temperatura inferior à do corpo humano e composto de umidade e
gases prejudiciais à saúde do obreiro -, prescreveu o intervalo de 20 minutos a cada
1 hora e 40 minutos trabalhados, norma que, obviamente, tem caráter imperativo
(...).

(RR - 2068-64.2010.5.08.0117, Relator Ministro: Mauricio Godinho Delgado, Data


de Julgamento: 09/05/2012, 3ª Turma, Data de Publicação: 11/05/2012)

---------------------------------------

SUM-440 AUXÍLIO-DOENÇA ACIDENTÁRIO. APOSENTADORIA POR


INVALIDEZ. SUSPENSÃO DO CONTRATO DE TRABALHO.
RECONHECIMENTO DO DIREITO À MANUTENÇÃO DE PLANO DE SAÚDE OU
DE ASSISTÊNCIA MÉDICA.
Assegura-se o direito à manutenção de plano de saúde, ou de assistência
médica, oferecido pela empresa ao empregado, não obstante suspenso o
contrato de trabalho em virtude de auxílio-doença acidentário ou de
aposentadoria por invalidez.

Conforme previsto na CLT, a aposentadoria por invalidez suspende o


contrato de trabalho, pois não há prestação de serviços e nem o pagamento de
salários:

CLT, art. 475 - O empregado que for aposentado por invalidez terá suspenso o
seu contrato de trabalho durante o prazo fixado pelas leis de previdência social para
a efetivação do benefício.

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Ao contrário da interrupção contratual, onde o obreiro não presta serviços


mas recebe salário, aqui teremos a sustação ampla e bilateral do contrato de
trabalho, de modo que não há nem prestação de serviços nem pagamento de
salário.

Como o contrato de trabalho, nestes casos, é suspenso (e não extinto), a


Súmula 440 veio a consolidar a interpretação de que durante tal suspensão é
mantido o direito do empregado ao plano de saúde oferecido pelo empregador.

Os julgados abaixo facilitam o entendimento deste posicionamento do TST:

APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. SUSPENSÃO DO CONTRATO DE TRABALHO.


MANUTENÇÃO DO PLANO DE SAÚDE. Esta Corte superior tem se posicionado no
sentido de que a aposentadoria por invalidez, apenas suspende o contrato de
trabalho. O reclamante continua a ser empregado dos reclamados, tendo jus à
manutenção do plano de saúde nas mesmas condições de quando estava em
atividade. Precedentes desta Corte uniformizadora. Recurso de revista não
conhecido. (...)"

(TST-RR - 35700-21.2003.5.17.0006, 1ª Turma, Rel. Min. Lelio Bentes Corrêa,


DEJT de 09/09/2011).

PLANO DE SAÚDE PELO BANCO. O empregado não tem, pelo advento da


aposentadoria por invalidez, seu contrato de trabalho extinto, mas suspenso. Nesse
período, somente não são devidas obrigações incompatíveis com a ausência
de prestação de trabalho, o que não ocorre, contudo, em relação à permanência do
empregado no plano de saúde (...).

(TST-RR -122500-96.2005.5.05.0012, 6ª Turma, Rel. Min. Mauricio Godinho


Delgado, DEJT de 02/09/2011)

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SUM-444 JORNADA DE TRABALHO. ESCALA DE 12 POR 36. VALIDADE.


É valida, em caráter excepcional, a jornada de 12 horas de trabalho por
trinta e seis de descanso, prevista em lei ou ajustada exclusivamente
mediante acordo coletivo de trabalho ou convenção coletiva de trabalho,
assegurada a remuneração em dobro dos feriados trabalhados. O
empregado não tem direito ao pagamento de adicional referente ao labor
prestado na décima primeira e décima segunda horas.

Não se admite compensação de horas ajustada tacitamente. Deste modo, a


validade da escala de 12 por 36 demanda formalização. Como ultrapassa o
módulo semanal, a validade deste regime demanda previsão em negociação
coletiva de trabalho.

A CF/88 estabelece como direito dos trabalhadores duração do trabalho


normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais,
facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou
convenção coletiva de trabalho.

Já a CLT determina que a duração normal do trabalho poderá ser acrescida


de horas suplementares, em número não excedente de 2 (duas), mediante
acordo escrito entre empregador e empregado, ou mediante contrato coletivo de
trabalho.

Desta maneira, surgiu controvérsia sobre a possibilidade de jornada de 12


horas, que, segundo vimos, é admitida pelo TST (havendo previsão em norma
coletiva). Neste caso, não será cabível pagamento de horas extraordinárias.
Segue abaixo um dos julgados que serviram de precedente para a Súmula
444:

HORAS EXTRAS - JORNADA 12X36. A jurisprudência desta Corte é pacífica em


reconhecer a validade do regime de compensação de 12 por 36 horas, quando
autorizado por norma coletiva, considerando indevido o pagamento
como horas extras da 11ª e da 12ª horas diárias. Agravo de Instrumento não
provido. (...)

(ARR - 101800-54.2008.5.04.0002, 8ª Turma, Rel. Juíza Conv. Maria Laura


Franco Lima de Faria, DEJT 27.4.2012).

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SUM-443 DISPENSA DISCRIMINATÓRIA. PRESUNÇÃO. EMPREGADO
PORTADOR DE DOENÇA GRAVE. ESTIGMA OU PRECONCEITO. DIREITO À
REINTEGRAÇÃO.
Presume-se discriminatória a despedida de empregado portador do vírus
HIV ou de outra doença grave que suscite estigma ou preconceito. Inválido
o ato o empregado tem direito à reintegração no emprego.

Esta Súmula vem a consolidar entendimento do TST sobre o viés


discriminatório da demissão que se fundamenta no fato de o empregado ter
AIDS. Assim, salvo havendo motivo que justifique a demissão, esta será
considerada arbitrária.

Abaixo um dos julgados que serviram de precedente para a edição desta


Súmula:

RECURSO DE REVISTA. REINTEGRAÇÃO. EMPREGADO PORTADOR DO VÍRUS HIV.


PRESUNÇÃO DE DISPENSA DISCRIMINATÓRIA. DIGNIDADE DA PESSOA
HUMANA. Presume-se discriminatória a ruptura arbitrária, quando não
comprovado um motivo justificável, em face de circunstancial debilidade física
causada pela grave doença em comento (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida
- AIDS) e da realidade que, ainda nos tempos atuais, se observa no seio da
sociedade, no que toca à discriminação e preconceito do portador do vírus HIV. A
AIDS ainda é uma doença que apresenta repercussões estigmatizantes na
sociedade e, em particular, no mundo do trabalho. Nesse contexto, a matéria
deve ser analisada à luz dos princípios constitucionais relativos à dignidade da
pessoa humana, à não-discriminação e à função social do trabalho e da propriedade
(art. 1º, III, IV, 3º IV, e 170 da CF/88). Não se olvide, outrossim, que faz parte
do compromisso do Brasil, também na ordem internacional (Convenção 111 da
OIT), o rechaçamento a toda forma de discriminação no âmbito laboral. (...)

(TST-RR-317800-64.2008.5.12.0054, Relator Ministro Mauricio Godinho Delgado,


6ª Turma, DEJT de 10/6/2011)

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3.2. Súmulas e OJ canceladas

SUM-343 BANCÁRIO. HORA DE SALÁRIO. DIVISOR


O bancário sujeito à jornada de 8 (oito) horas (art. 224, § 2º, da CLT), após
a CF/1988, tem salário-hora calculado com base no divisor 220 (duzentos
e vinte), não mais 240 (duzentos e quarenta).

Esta Súmula foi cancelada porque o salário-hora do bancário foi delineado


com a nova redação da Súmula 124, que veremos abaixo.

3.3. Súmulas e OJ alteradas

Como as alterações foram recentes e o material didático dos alunos


contempla as redações antigas, faremos um paralelo entre a redação anterior e
as modificações realizadas pelo TST em setembro de 2012.

---------------------------------------

SUM-244 GESTANTE. ESTABILIDADE PROVISÓRIA


I - O desconhecimento do estado gravídico pelo empregador não afasta o
direito ao pagamento da indenização decorrente da estabilidade (art. 10,
II, "b" do ADCT9).
II - A garantia de emprego à gestante só autoriza a reintegração se esta
se der durante o período de estabilidade. Do contrário, a garantia
restringe-se aos salários e demais direitos correspondentes ao período
de estabilidade.
III - Não há direito da empregada gestante à estabilidade provisória na hipótese de
admissão mediante contrato de experiência, visto que a extinção da relação de

9
ADCT, art. 10. Até que seja promulgada a lei complementar a que se refere o art. 7º, I, da Constituição:

(...)

II - fica vedada a dispensa arbitrária ou sem justa causa:

(...)

b) da empregada gestante, desde a confirmação da gravidez até cinco meses após o parto.

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emprego, em face do término do prazo, não constitui dispensa arbitrária ou sem


justa causa.
III – A empregada gestante tem direito à estabilidade provisória prevista
no art.10, inciso II, alínea b, do ADCT, mesmo na hipótese de admissão
mediante contrato por tempo determinado.

Os itens I e II permaneceram com a mesma redação. A alteração incidiu


apenas sobre o item III:

Redação anterior Redação atual


III - Não há direito da empregada
III – A empregada gestante tem
gestante à estabilidade provisória na
direito à estabilidade provisória
hipótese de admissão mediante
prevista no art.10, inciso II, alínea b,
contrato de experiência, visto que a
do ADCT, mesmo na hipótese de
extinção da relação de emprego, em
admissão mediante contrato por
face do término do prazo, não constitui
tempo determinado.
dispensa arbitrária ou sem justa causa.

Sendo assim, vemos que houve mudança diametralmente oposta: antes o


item III não assegurava a garantia de emprego (estabilidade provisória) da
gestante nos contratos a termo, e, com esta alteração, assegura.

Esta nova interpretação jurisprudencial é fundamentada em princípios como


o da dignidade da pessoa humana, à vida, ao nascituro e à criança.

No julgado abaixo (um dos precedentes para a alteração) o Ministro


Godinho esclarece, inclusive, que já há posicionamentos do STF no sentido de
priorizar as normas constitucionais de proteção à maternidade em prejuízo dos
efeitos do contrato a termo (no caso, a questionada impossibilidade de garantia
provisória de emprego):

RECURSO DE REVISTA. ESTABILIDADE DA GESTANTE. CONTRATO POR PRAZO


DETERMINADO. NORMATIZAÇÃO ESPECIAL E PRIVILEGIADA À MATERNIDADE
CONTIDA NA CARTA DE 1988. ARTS. 10, II, B, DO ADCT, ARTS. 7º, XVIII E XXII,
194, 196, 197, 200, I, 227, CF/88. RESPEITO, FIXADO NA ORDEM
CONSTITUCIONAL, À DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA, À PRÓPRIA VIDA, AO
NASCITURO E À CRIANÇA (ART. 1º, III, E 5º, CAPUT, DA CF). Em princípio, a
lógica dos contratos a termo não permite qualquer possibilidade de maior integração
do trabalhador na empresa, além de já preestabelecer o final do próprio
vínculo empregatício. Em face disso, em regra, o instituto da garantia de

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emprego é inábil a produzir, no contexto dos contratos a termo, a mesma


extensão de efeitos que seguramente propicia na seara dos contratos
indeterminados. Por outro ângulo, contudo, é certo dizer que a lógica dos
contratos a termo é perversa e contra ela se contrapõe todo o Direito do
Trabalho, já que esse ramo jurídico especializado busca aperfeiçoar as condições de
pactuação da força de trabalho no mercado. Por essas razões, a legislação busca
restringir ao máximo suas hipóteses de pactuação e de reiteração no contexto da
dinâmica justrabalhista. (...) De par com isso, qualquer situação que envolva
efetivas considerações e medidas de saúde pública (e o período de gestação e
recente parto assim se caracterizam) permite tratamento normativo diferenciado, à
luz de critério jurídico valorizado pela própria Constituição da República. Note-se,
ilustrativamente, a esse respeito, o art. 196 que firma ser a saúde "direito de todos
e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à
redução do risco de doença e de outros agravos..."; ou o art. 197, que qualifica
como de "relevância pública as ações e serviços de saúde...", além de outros
dispositivos, como artigos 194, 200, I, e 7º, XXII, CF/88. A estabilidade
provisória advinda da licença maternidade decorre da proteção constitucional às
trabalhadoras em geral e, em particular, às gestantes e aos nascituros. A proteção
à maternidade e à criança advém do respeito, fixado na ordem constitucional, à
dignidade da pessoa humana e à própria vida (art. 1º, III, e 5º, caput, da CF). E,
por se tratar de direito constitucional fundamental, deve ser interpretado de forma
a conferir-se, na prática, sua efetividade. (...) Nessa linha, está realmente superada
a interpretação exposta no item III da Súmula 244 do TST. Inclusive o Supremo
Tribunal Federal possui diversas decisões - que envolvem servidoras públicas
admitidas por contrato temporário de trabalho -, em que expõe de forma clara o
posicionamento de garantir à gestante o direito à licença-maternidade e à
estabilidade, independentemente do regime jurídico de trabalho. Sob esse enfoque,
o STF prioriza as normas constitucionais de proteção à maternidade, lançando uma
diretriz para interpretação das situações congêneres. Recurso de revista conhecido
e provido.

(RR - 69-70.2011.5.12.0007, Relator Ministro: Mauricio Godinho Delgado, Data


de Julgamento: 19/09/2012, 3ª Turma, Data de Publicação: 21/09/2012)

No tocante à relação entre a garantia provisória de emprego da gestante e


o aviso prévio, é importante lembrar que o período de aviso prévio10 se integra
ao tempo de serviço.
10
CTL, art. 487 - Não havendo prazo estipulado, a parte que, sem justo motivo, quiser rescindir o contrato
deverá avisar a outra da sua resolução com a antecedência mínima de:
(...)

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Nesta linha, a concepção ocorrida durante o período do aviso prévio


também gera o direito à garantia provisória de emprego, como podemos
observar nos seguintes julgados recentes do TST:
RECURSO DE REVISTA. ESTABILIDADE GESTANTE. CONCEPÇÃO NO CURSO DO
AVISO-PRÉVIO INDENIZADO. Nos termos do art. 10, II, 'b', do ADCT, para a
garantia de estabilidade provisória da empregada é exigido somente que ela
esteja grávida e que a dispensa não tenha ocorrido por justo motivo. O atual
posicionamento desta Corte é no sentido de se conferir a garantia de estabilidade
provisória à trabalhadora a partir do momento da concepção, ocorrida no curso
do contrato de trabalho, ainda que durante o aviso-prévio trabalhado ou indenizado.
Essa garantia não visa apenas à proteção objetiva da gestante, mas, sobretudo, à
tutela do nascituro. Ademais, consoante preconiza a Orientação Jurisprudencial 8211
da SBDI-1 do TST, não há dúvida de que o período relativo ao aviso-prévio integra
o contrato de trabalho. (...)

(RR - 205800-71.2009.5.02.0311, Relator Ministro: Augusto César Leite de


Carvalho, 6ª Turma, DEJT de 23.11.2012).

AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA. ESTABILIDADE


GESTANTE. CONCEPÇÃO NO CURSO DO AVISO PRÉVIO TRABALHADO. De acordo
com o entendimento atual da SDI-1/TST, a concepção durante o curso do aviso
prévio dá direito à estabilidade provisória da gestante, porquanto, além de o
contrato de trabalho ainda não ter-se expirado, há de ser observada a dicção do
artigo 10, II, 'b', do ADCT, o qual é enfático ao determinar que fica vedada a
dispensa arbitrária ou sem justa causa da empregada gestante, desde a
confirmação da gravidez até cinco meses após o parto. (...)

(AIRR-555-91.2011.5.10.0013, Relatora Ministra: Dora Maria da Costa, 8ª


Turma, DEJT de 5.10.2012).

Alinha-se a estes julgados a alteração da CLT ocorrida em maio de 2013,


quando foi acrescentado o art. 391-A, a saber:

§ 1º - A falta do aviso prévio por parte do empregador dá ao empregado o direito aos salários correspondentes
ao prazo do aviso, garantida sempre a integração desse período no seu tempo de serviço.
11
OJ-SDI1-82 AVISO PRÉVIO. BAIXA NA CTPS
A data de saída a ser anotada na CTPS deve corresponder à do término do prazo do aviso prévio, ainda que
indenizado.

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CLT, art. 391-A. A confirmação do estado de gravidez advindo no curso do


contrato de trabalho, ainda que durante o prazo do aviso prévio trabalhado ou
indenizado, garante à empregada gestante a estabilidade provisória prevista na
alínea b do inciso II do art. 10 do Ato das Disposições Constitucionais
Transitórias.

---------------------------------------

SUM-228 ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. BASE DE CÁLCULO


A partir de 9 de maio de 2008, data da publicação da Súmula Vinculante nº
4 do Supremo Tribunal Federal, o adicional de insalubridade será
calculado sobre o salário básico, salvo critério mais vantajoso fixado em
instrumento coletivo. Súmula cuja eficácia está suspensa por decisão liminar
do Supremo Tribunal Federal.

Aqui não houve propriamente alteração textual, e sim ressalva registrando


a suspensão provisória de sua eficácia pelo Supremo Tribunal Federal, para
orientação dos jurisdicionados:

Adendo: Súmula cuja eficácia está suspensa por decisão liminar do Supremo
Tribunal Federal.

A citada Súmula Vinculante do STF é a que impede a utilização do salário


mínimo como base de cálculo de outras rubricas:

SÚMULA VINCULANTE Nº 4
Salvo nos casos previstos na constituição, o salário mínimo não pode ser usado
como indexador de base de cálculo de vantagem de servidor público ou de
empregado, nem ser substituído por decisão judicial.

Ainda não houve consolidação de que base de cálculo deve ser utilizada
para o adicional de insalubridade, o que provavelmente será resolvido com
alteração do artigo 192 da CLT:

CLT, art. 192 - O exercício de trabalho em condições insalubres, acima dos limites
de tolerância estabelecidos pelo Ministério do Trabalho, assegura a percepção de
adicional respectivamente de 40% (quarenta por cento), 20% (vinte por cento) e
10% (dez por cento) do salário-mínimo da região, segundo se classifiquem nos
graus máximo, médio e mínimo.

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SUM-369 DIRIGENTE SINDICAL. ESTABILIDADE PROVISÓRIA


I - É indispensável a comunicação, pela entidade sindical, ao empregador, na forma
do § 5º do art. 543 da CLT.
I – É assegurada a estabilidade provisória ao empregado dirigente
sindical, ainda que a comunicação do registro da candidatura ou da eleição
e da posse seja realizada fora do prazo previsto no art. 543, § 5º, da CLT,
desde que a ciência ao empregador, por qualquer meio, ocorra na vigência
do contrato de trabalho.
II - O art. 522 da CLT foi recepcionado pela Constituição Federal de 1988.
Fica limitada, assim, a estabilidade a que alude o art. 543, § 3.º, da CLT a
sete dirigentes sindicais e igual número de suplentes.
III - O empregado de categoria diferenciada eleito dirigente sindical só
goza de estabilidade se exercer na empresa atividade pertinente à
categoria profissional do sindicato para o qual foi eleito dirigente.
IV - Havendo extinção da atividade empresarial no âmbito da base
territorial do sindicato, não há razão para subsistir a estabilidade.
V - O registro da candidatura do empregado a cargo de dirigente sindical
durante o período de aviso prévio, ainda que indenizado, não lhe
assegura a estabilidade, visto que inaplicável a regra do § 3º do art. 543
da Consolidação das Leis do Trabalho.

A alteração incidiu apenas sobre o item I:

Redação anterior Redação atual


I – É assegurada a estabilidade provisória ao
I - É indispensável a empregado dirigente sindical, ainda que a
comunicação, pela comunicação do registro da candidatura ou da
entidade sindical, ao eleição e da posse seja realizada fora do prazo
empregador, na forma do previsto no art. 543, § 5º, da CLT, desde que a ciência
§ 5º do art. 543 da CLT. ao empregador, por qualquer meio, ocorra na
vigência do contrato de trabalho.

O citado dispositivo da CLT assim dispõe:

CLT, art. 543, § 5º - Para os fins deste artigo, a entidade sindical comunicará por
escrito à empresa, dentro de 24 (vinte e quatro) horas, o dia e a hora do registro
da candidatura do seu empregado e, em igual prazo, sua eleição e posse,
fornecendo, outrossim, a este, comprovante no mesmo sentido.

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Com esta alteração da Súmula 369, o TST reconhece o direito à garantia


provisória de emprego desde que haja ciência do empregador na vigência do
contrato de trabalho, não importando se a comunicação do registro da
candidatura ou da eleição e da posse seja realizada fora do prazo previsto no art.
543, § 5º, da CLT. Segue abaixo uma decisão que transparece este entendimento
do TST:

DIRIGENTE SINDICAL. COMUNICAÇÃO EXTEMPORÂNEA AO EMPREGADOR.


EFEITOS. O e. TRT expressamente registrou que -(...) embora inobservado o
prazo de 24 horas estabelecido no parágrafo 5º do art. 543 da CLT, no que respeita
à comunicação da candidatura do empregado, a reclamada tomou conhecimento de
que o empregado foi eleito em 18/01/02 e tomou posse em
19/02/02 (...), tendo sido cumprido o objetivo da norma legal, essencialmente
dirigida à proteção do direito do empregado-. Nesse contexto, tendo a empresa
tomado conhecimento da eleição, ocorrida em 18/01/2002 e da posse do
reclamante, ocorrida em 19/02/2002 e dispensado-o em 11/03/2002, não se cogita
de contrariedade ao item I da Súmula 369/TST, porquanto inaplicável ao caso, uma
vez que ciente a empregadora da condição de dirigente sindical do autor à época
da dispensa. (...) Recursos de embargos não conhecidos.

(E-ED-ED-RR - 89800-51.2002.5.03.0037, Relator Ministro: Horácio Raymundo


de Senna Pires, SBDI-1, Data de Publicação: DEJT 17/12/2010)
---------------------------------------

OJ-SDI1-84 AVISO PRÉVIO. PROPORCIONALIDADE


A proporcionalidade do aviso prévio, com base no tempo de serviço, depende da
legislação regulamentadora, visto que o art. 7º, inc. XXI, da CF/1988 não é
autoaplicável.

SÚMULA N.º 441. AVISO PRÉVIO. PROPORCIONALIDADE.


O direito ao aviso prévio proporcional ao tempo de serviço somente é
assegurado nas rescisões de contrato de trabalho ocorridas a partir da
publicação da Lei nº 12.506, em 13 de outubro de 2011.

Este verbete, que originalmente foi publicado como OJ, teve sua redação
alterada e foi convertido em Súmula:

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Redação anterior Redação atual


OJ-SDI1-84 AVISO PRÉVIO. SÚMULA N.º 441. AVISO PRÉVIO.
PROPORCIONALIDADE PROPORCIONALIDADE.
A proporcionalidade do aviso prévio, O direito ao aviso prévio proporcional ao
com base no tempo de serviço, tempo de serviço somente é assegurado
depende da legislação nas rescisões de contrato de trabalho
regulamentadora, visto que o art. ocorridas a partir da publicação da Lei nº
7º, inc. XXI, da CF/1988 não é 12.506, em 13 de outubro de 2011.
autoaplicável.

Existe previsão constitucional da proporcionalidade do aviso prévio,


conforme podemos relembrar:

CF/88, art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros
que visem à melhoria de sua condição social:

(...)

XXI - aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de trinta


dias, nos termos da lei;

Com base neste comando constitucional foi promulgada, no final de 2011, a


Lei 12.506, que definiu a proporcionalidade do aviso prévio, nos seguintes
termos:

Lei 12.506/11, art. 1º O aviso prévio, de que trata o Capítulo VI do Título IV da


Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, aprovada pelo Decreto-Lei no 5.452, de
1o de maio de 1943, será concedido na proporção de 30 (trinta) dias aos
empregados que contem até 1 (um) ano de serviço na mesma empresa.

Parágrafo único. Ao aviso prévio previsto neste artigo serão acrescidos 3 (três)
dias por ano de serviço prestado na mesma empresa, até o máximo de 60
(sessenta) dias, perfazendo um total de até 90 (noventa) dias.

À época da publicação da OJ-SDI1-84 a Lei 12.506 ainda não existia, e por


isto, a proporcionalidade do aviso prévio, que era norma de eficácia limitada, não
poderia ser aplicada às rescisões contratuais.

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Com a vigência da Lei 12.506, após mais de 20 (vinte) anos da


promulgação da CF/88, finalmente pode-se aplicar a proporcionalidade deste
instituto, sendo cabível nas rescisões de contrato de trabalho ocorridas a partir da
publicação da Lei nº 12.506, em 13 de outubro de 2011, ou seja, não se admite a
retroatividade desta previsão legal.

A forma de cálculo e critérios da proporcionalidade normatizada pela Lei


12.506/11 ainda traz dificuldades. Vejamos uma questão recente:

(FCC_TRT6_ANALISTA JUDICIÁRIO_ÁREA ADMINISTRATIVA_2012) Em Fevereiro


de 2012, Artêmis e Hera, empregadas da empresa "XX", receberam aviso prévio de
rescisão injustificada de contrato individual de trabalho por prazo indeterminado.
Considerando que Artêmis possuía três anos de serviço na empresa "XX" e
Hera dez anos, elas terão direito ao Aviso Prévio de
(A) 30 dias.
(B) 45 dias.
(C) 33 dias e 51 dias, respectivamente.
(D) 36 dias e 57 dias, respectivamente.
(E) 39 dias e 60 dias, respectivamente.

O gabarito foi (D).

Se Artêmis possui 3 anos, o seu aviso prévio seria de 30 dias + 9 dias


(pelos 3 anos) = 39

Pelo mesmo raciocínio, Hera teria aviso de 30 + 30 (pelos 10 anos) = 60

Entretanto, existe interpretação de que se contariam os 3 anos a partir do


2º ano completo de serviço, e nesse caso os avisos de Artêmis e Hera seriam,
respectivamente, de 36 e 57.

É muito complicado a Banca ter usado uma das interpretações da nova lei
como sendo a mais certa (o gabarito foi D, e a questão não foi anulada).

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A tendência é que a primeira das interpretações seja predominante, e neste


caso o gabarito seria (E). Nesta linha a Nota Técnica 184/2012/CGRT/SRT/MTE12,
que conclui o seguinte sobre a proporcionalidade regulamentada pela lei:

1) A Lei não poderá retroagir para alcançar aviso prévio já iniciado;


2) A proporcionalidade da lei somente se aplica em benefício do empregado (ou
seja, não se aplicaria no pedido de demissão);
3) O acréscimo de 3 (três) dias por ano de serviço se computam a partir do
momento em que seja superado 1 (um) ano de serviço na empresa13;
(...)
Em março de 2013 (ou seja, já estava em vigor a atual Nota Técnica do
MTE supracitada) a Banca CESPE aplicou a prova de Advogado da Telebrás, na
qual tivemos a questão abaixo - cujo gabarito foi “correta”:

(CESPE_TELEBRAS_ADVOGADO_2013) Considere a situação hipotética na qual


um obreiro com vínculo laboral de dez meses percebeu o piso remuneratório
legal. Referido obreiro tinha jornada semanal de vinte e uma horas, com intervalo
legal para tal jornada, e folga aos finais de semana. Caso o contrato de trabalho
durasse treze meses, o trabalhador faria jus ao aviso prévio de trinta e três dias.

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OJ-SDI1-173 ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. RAIOS SOLARES. INDEVIDO


Em face da ausência de previsão legal, indevido o adicional de insalubridade ao
trabalhador em atividade a céu aberto (art. 195, CLT e NR 15 MTb, Anexo 7).

OJ-SDI1-173 ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. ATIVIDADE A CÉU


ABERTO. EXPOSIÇÃO AO SOL E AO CALOR.
I – Ausente previsão legal, indevido o adicional de insalubridade ao
trabalhador em atividade a céu aberto por sujeição à radiação solar (art.
195 da CLT e Anexo 7 da NR 15 da Portaria Nº 3.214/78 do MTE).
II – Tem direito à percepção ao adicional de insalubridade o empregado
que exerce atividade exposto ao calor acima dos limites de tolerância,

12

http://portal.mte.gov.br/data/files/8A7C812D36A2800001375095B4C91529/Nota%20T%C3%A9cnica%20n%C2%BA%2
0184_2012_CGRT.pdf
13
Com isso, o gabarito da questão seria (E). O edital do concurso foi publicado antes da alteração interpretativa
veiculada pelo MTE.

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inclusive em ambiente externo com carga solar, nas condições previstas


no Anexo 3 da NR 15 da Portaria Nº 3.214/78 do MTE.

Anteriormente a OJ contava com apenas um item, e sua redação (e título)


foram alterados. Agora seu texto conta com 2 itens, a saber:

Redação anterior Redação atual


I – Ausente previsão legal, indevido o adicional de
OJ-SDI1-173 ADICIONAL DE insalubridade ao trabalhador em atividade a céu
INSALUBRIDADE. RAIOS aberto por sujeição à radiação solar (art. 195 da
SOLARES. INDEVIDO CLT e Anexo 7 da NR 15 da Portaria Nº 3.214/78
Em face da ausência de do MTE).
previsão legal, indevido o II – Tem direito à percepção ao adicional de
adicional de insalubridade insalubridade o empregado que exerce atividade
ao trabalhador em atividade exposto ao calor acima dos limites de tolerância,
a céu aberto (art. 195, CLT inclusive em ambiente externo com carga solar,
e NR 15 MTb, Anexo 7). nas condições previstas no Anexo 3 da NR 15 da
Portaria Nº 3.214/78 do MTE.

Inicialmente cumpre esclarecer a competência legal do MTE para dispor sobre


as atividades e operações insalubres:

CLT, art. 190 - O Ministério do Trabalho aprovará o quadro das atividades e


operações insalubres e adotará normas sobre os critérios de caracterização da
insalubridade, os limites de tolerância aos agentes agressivos, meios de proteção
e o tempo máximo de exposição do empregado a esses agentes.

CLT, art. 195 - A caracterização e a classificação da insalubridade e da


periculosidade, segundo as normas do Ministério do Trabalho, far-se-ão através
de perícia a cargo de Médico do Trabalho ou Engenheiro do Trabalho, registrados
no Ministério do Trabalho.

A Norma Regulamentadora nº 15 - ATIVIDADES E OPERAÇÕES


INSALUBRES – foi publicada pelo MTE com o objetivo de regulamentar as atividades
e operações insalubres. Neste escopo, coube à NR identificar, através de seus
vários anexos, quais são as atividades e operações enquadradas como insalubres.

A redação inicial da OJ (e o atual item I) fazem menção ao Anexo 7 da NR


15, que trata das radiações não ionizantes (microondas, ultravioletas e laser).

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Sobre o assunto, Sérgio Pinto Martins14 explica que

“Não há dúvida de que o Sol pode queimar a pele de uma pessoa,


dependendo da exposição aos raios solares. Depois das 10 horas e
antes das 16 horas há maior concentração de raios ultravioletas nos
raios solares, implicando maiores possibilidades de danos à pele da
pessoa. Em razão disso, foram feitas reivindicações de pagamento de
adicional de insalubridade, principalmente por empregados que
trabalhavam em canaviais no nordeste do país”.

Neste contexto, como não há previsão normativa de insalubridade causada


por exposição a radiação solar, é incabível o pedido de adicional de insalubridade
por este motivo.

Já o Anexo 3 da NR 15 trata dos limites de tolerância para exposição ao


calor. Neste anexo há maneiras de se calcular a exposição ao calor com ou sem
carga solar, e por este motivo, no item I, o TST incluiu ao final a expressão “por
sujeição à radiação solar” (pois no verbete não se fala de calor, e sim radiação).

Do exposto, verifica-se que as pessoas que laboram em ambiente externo


com carga solar não têm sua atividade caracterizada como insalubre pela exposição
à radiação solar (Anexo 7 da NR 15), mas tal atividade pode ser caracterizada como
insalubre pela exposição, acima dos limites de tolerância, ao calor (Anexo 3 da NR
15).

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OJ-SDI1-342 INTERVALO INTRAJORNADA PARA REPOUSO E ALIMENTAÇÃO. NÃO


CONCESSÃO OU REDUÇÃO. PREVISÃO EM NORMA COLETIVA. INVALIDADE.
EXCEÇÃO AOS CONDUTORES DE VEÍCULOS RODOVIÁRIOS, EMPREGADOS EM
EMPRESAS DE TRANSPORTE COLETIVO URBANO.
I - É inválida cláusula de acordo ou convenção coletiva de trabalho contemplando
a supressão ou redução do intervalo intrajornada porque este constitui medida de
higiene, saúde e segurança do trabalho, garantido por norma de ordem pública (art.
71 da CLT e art. 7º, XXII, da CF/1988), infenso à negociação coletiva.

14
MARTINS, Sérgio Pinto. Comentários às Orientações Jurisprudenciais da SBDI 1 e 2 do TST. 3 ed. São
Paulo: Atlas, 2012, p. 46.

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II – Ante a natureza do serviço e em virtude das condições especiais de trabalho


a que são submetidos estritamente os condutores e cobradores de veículos
rodoviários, empregados em empresas de transporte público coletivo urbano, é
válida cláusula de acordo ou convenção coletiva de trabalho contemplando a
redução do intervalo intrajornada, desde que garantida a redução da jornada
para, no mínimo, sete horas diárias ou quarenta e duas semanais, não
prorrogada, mantida a mesma remuneração e concedidos intervalos para
descanso menores e fracionados ao final de cada viagem, não descontados da
jornada.

SUM-437 INTERVALO INTRAJORNADA PARA REPOUSO E ALIMENTAÇÃO.


APLICAÇÃO DO ART. 71 DA CLT.
I – Após a edição da Lei nº 8.923/94, a não-concessão total ou a concessão
parcial do intervalo intrajornada mínimo, para repouso e
alimentação a empregados urbanos e rurais, implica o pagamento total
do período correspondente, e não apenas daquele suprimido, com
acréscimo de, no mínimo, 50% sobre o valor da remuneração da hora
normal de trabalho (art. 71 da CLT), sem prejuízo do cômputo da efetiva
jornada de labor para efeito de remuneração.
II - É inválida cláusula de acordo ou convenção coletiva de trabalho
contemplando a supressão ou redução do intervalo intrajornada porque
este constitui medida de higiene, saúde e segurança do trabalho,
garantido por norma de ordem pública (art. 71 da CLT e art. 7º, XXII, da
CF/1988), infenso à negociação coletiva.
III – Possui natureza salarial a parcela prevista no art. 71, § 4º, da CLT,
com redação introduzida pela Lei nº 8.923, de 27 de julho de 1994, quando
não concedido ou reduzido pelo empregador o intervalo mínimo
intrajornada para repouso e alimentação, repercutindo, assim, no cálculo
de outras parcelas salariais.
IV – Ultrapassada habitualmente a jornada de seis horas de trabalho, é
devido o gozo do intervalo intrajornada mínimo de uma hora, obrigando
o empregador a remunerar o período para descanso e alimentação não
usufruído como extra, acrescido do respectivo adicional, na forma
prevista no art. 71, caput e § 4º, da CLT.

O que era OJ foi convertido em Súmula intitulada como INTERVALO


INTRAJORNADA PARA REPOUSO E ALIMENTAÇÃO. APLICAÇÃO DO ART. 71 DA

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CLT. O antigo item II foi cancelado e o item I foi inserido na Súmula com item II.
Além disso, novos itens foram inseridos no verbete.

Além disso, frise-se que o texto da Súmula 437 é resultado da conversão


das OJ 307, 342, 354, 380 e 381 da SBDI-1.

Façamos um paralelo entre as redações pretérita e atual e, também, os


comentários pertinentes sobre este importante verbete do TST:

Redação anterior Redação atual


I – Após a edição da Lei nº 8.923/94, a não-
concessão total ou a concessão parcial do intervalo
II – Ante a natureza do
intrajornada mínimo, para repouso e alimentação a
serviço e em virtude das empregados urbanos e rurais, implica o pagamento
condições especiais de total do período correspondente, e não apenas
trabalho a que são daquele suprimido, com acréscimo de, no mínimo,
submetidos estritamente 50% sobre o valor da remuneração da hora normal
os condutores e de trabalho (art. 71 da CLT), sem prejuízo do
cobradores de veículos cômputo da efetiva jornada de labor para efeito de
rodoviários, empregados remuneração.
em empresas de II - É inválida cláusula de acordo ou convenção
transporte público coletivo coletiva de trabalho contemplando a supressão ou
urbano, é válida cláusula redução do intervalo intrajornada porque este
de acordo ou convenção constitui medida de higiene, saúde e segurança do
coletiva de trabalho trabalho, garantido por norma de ordem pública
contemplando a redução (art. 71 da CLT e art. 7º, XXII, da CF/1988),
do intervalo intrajornada, infenso à negociação coletiva.
desde que garantida a III – Possui natureza salarial a parcela prevista no
redução da jornada para, art. 71, § 4º, da CLT, com redação introduzida pela
no mínimo, sete horas Lei nº 8.923, de 27 de julho de 1994, quando não
diárias ou quarenta e duas concedido ou reduzido pelo empregador o intervalo
semanais, não prorrogada, mínimo intrajornada para repouso e alimentação,
mantida a mesma repercutindo, assim, no cálculo de outras parcelas
remuneração e concedidos salariais.
intervalos para descanso IV – Ultrapassada habitualmente a jornada de seis
menores e fracionados ao horas de trabalho, é devido o gozo do intervalo
final de cada viagem, não intrajornada mínimo de uma hora, obrigando o
descontados da jornada. empregador a remunerar o período para descanso
e alimentação não usufruído como extra, acrescido

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do respectivo adicional, na forma prevista no art.


71, caput e § 4º, da CLT.

O item I da Súmula 437, inicialmente, faz menção à Lei 8.923/94. Esta lei
acrescentou o § 4º ao art. 71 da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT,
prescrevendo sanção a ser aplicada em caso de descumprimento do disposto no
caput do referido artigo.

Vejamos sua redação:

CLT, art. 71, § 4º Quando o intervalo para repouso e alimentação, previsto neste
artigo15, não for concedido pelo empregador, este ficará obrigado a remunerar o
período correspondente com um acréscimo de no mínimo cinqüenta por cento sobre
o valor da remuneração da hora normal de trabalho.

Interpretando o dispositivo, o item I da Súmula 437 estabeleceu que a não


concessão total ou a concessão parcial do intervalo intrajornada mínimo, para
repouso e alimentação a empregados urbanos e rurais, implica o pagamento total
do período correspondente, e não apenas daquele suprimido, com acréscimo de,
no mínimo, 50% sobre o valor da remuneração da hora normal de trabalho.

Assim, por exemplo, caso o empregado trabalhe 8 horas seguidas sem


intervalo, haverá a obrigatoriedade de remunerá-lo com hora extra o intervalo de
1 hora não concedido (o que não afasta a conduta irregular do empregador, que
mesmo pagando o adicional poderá ser autuado).

Nos casos em que o intervalo é parcialmente concedido (por exemplo, deveria


conceder 1 hora e concedeu apenas 30 minutos) o entendimento dominante é de
que deve ser pago como extra a totalidade do intervalo.

Seguindo adiante, reproduzo novamente o item II da Súmula 437 para


facilitar o acompanhamento dos comentários devidos:

15
CLT, art. 71 - Em qualquer trabalho contínuo, cuja duração exceda de 6 (seis) horas, é obrigatória a
concessão de um intervalo para repouso ou alimentação, o qual será, no mínimo, de 1 (uma) hora e, salvo
acordo escrito ou contrato coletivo em contrário, não poderá exceder de 2 (duas) horas.

§ 1º - Não excedendo de 6 (seis) horas o trabalho, será, entretanto, obrigatório um intervalo de 15 (quinze)
minutos quando a duração ultrapassar 4 (quatro) horas.

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II - É inválida cláusula de acordo ou convenção coletiva de trabalho


contemplando a supressão ou redução do intervalo intrajornada porque
este constitui medida de higiene, saúde e segurança do trabalho, garantido
por norma de ordem pública (art. 71 da CLT e art. 7º, XXII, da CF/1988),
infenso à negociação coletiva.

Sobre este item II é importante destacar que as normas que regulamentam


limitação de jornada e descansos são imperativas. Neste contexto, trago o
seguinte trecho da lição de Mauricio Godinho Delgado16:

“As normas jurídicas estatais que regem a estrutura e dinâmica da


jornada e duração do trabalho são, de maneira geral, no Direito
brasileiro, normas imperativas. O caráter de obrigatoriedade que
tanto qualifica e distingue o Direito do Trabalho afirma-se, portanto,
enfaticamente, neste campo juslaboral. Em consequência dessa
afirmação, todos os princípios e regras associados ou decorrentes de tal
imperatividade incidem, soberanamente, nesta seara. Por essa razão,
a renúncia, pelo trabalhador, no âmbito da relação de emprego, a
alguma vantagem ou situação resultante de normas respeitantes à
jornada é absolutamente inválida”.

Deste modo, não se admite que o sindicato negocie redução de intervalos.

III – Possui natureza salarial a parcela prevista no art. 71, § 4º, da CLT,
com redação introduzida pela Lei nº 8.923, de 27 de julho de 1994, quando
não concedido ou reduzido pelo empregador o intervalo mínimo
intrajornada para repouso e alimentação, repercutindo, assim, no cálculo
de outras parcelas salariais.

Nos casos em que seja desrespeitado o intervalo mínimo exigido por lei caberá
o pagamento da totalidade do período, como vimos acima.

Este item trata da natureza desta parcela, que, segundo a redação da Súmula,
é salarial. Neste aspecto, percebam que a própria CLT não fala de indenizar, e sim
de remunerar:

CLT, art. 71, § 4º Quando o intervalo para repouso e alimentação, previsto neste
artigo, não for concedido pelo empregador, este ficará obrigado a remunerar o

16
DELGADO, Mauricio Godinho. Curso de Direito do Trabalho. 11ª Ed. São Paulo: LTr, 2012, p. 879.

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período correspondente com um acréscimo de no mínimo cinqüenta por cento sobre


o valor da remuneração da hora normal de trabalho.

IV – Ultrapassada habitualmente a jornada de seis horas de trabalho, é


devido o gozo do intervalo intrajornada mínimo de uma hora, obrigando
o empregador a remunerar o período para descanso e alimentação não
usufruído como extra, acrescido do respectivo adicional, na forma
prevista no art. 71, caput e § 4º, da CLT.

A duração mínima do intervalo intrajornada varia de acordo com a jornada


praticada pelo empregado, a saber:

CLT, art. 71 - Em qualquer trabalho contínuo, cuja duração exceda de 6 (seis)


horas, é obrigatória a concessão de um intervalo para repouso ou alimentação, o
qual será, no mínimo, de 1 (uma) hora e, salvo acordo escrito ou contrato
coletivo em contrário, não poderá exceder de 2 (duas) horas.

§ 1º - Não excedendo de 6 (seis) horas o trabalho, será, entretanto, obrigatório um


intervalo de 15 (quinze) minutos quando a duração ultrapassar 4 (quatro) horas.

Assim, temos:

Jornada Intervalo intrajornada

Não há obrigatoriedade de
Igual ou inferior a 04 horas concessão de intervalo intrajornada

Maior que 04 horas e inferior a 06 horas Intervalo de 15 minutos

Superior a 06 horas Intervalo de 1 a 2 horas

Desta maneira, se a jornada do empregado é de 6 horas, cabe o intervalo


de 15 minutos. Entretanto, como assevera o item IV da Súmula 437,
ultrapassada habitualmente a jornada de seis horas de trabalho, é devido o gozo
do intervalo intrajornada mínimo de uma hora.

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SUM-428 SOBREAVISO
O uso de aparelho de intercomunicação, a exemplo de BIP, “pager” ou aparelho
celular, pelo empregado, por si só, não caracteriza o regime de sobreaviso, uma
vez que o empregado não permanece em sua residência aguardando, a qualquer
momento, convocação para o serviço.
SUM-428 SOBREAVISO. APLICAÇÃO ANALÓGICA DO ART. 244, § 2º DA
CLT
I - O uso de instrumentos telemáticos ou informatizados fornecidos pela
empresa ao empregado, por si só, não caracteriza regime de sobreaviso.
II – Considera-se em sobreaviso o empregado que, à distancia e submetido
a controle patronal por instrumentos telemáticos ou
informatizados, permanecer em regime de plantão ou equivalente,
aguardando a qualquer momento o chamado para o serviço durante o
período de descanso.

A redação original foi alterada e agora constam 2 itens na Súmula:

Redação anterior Redação atual


I - O uso de instrumentos telemáticos ou
O uso de aparelho de
informatizados fornecidos pela empresa ao
intercomunicação, a exemplo
empregado, por si só, não caracteriza regime
de BIP, “pager” ou aparelho
de sobreaviso.
celular, pelo empregado, por si
II – Considera-se em sobreaviso o empregado
só, não caracteriza o regime de
que, à distancia e submetido a controle patronal
sobreaviso, uma vez que o
por instrumentos telemáticos ou
empregado não permanece em
informatizados, permanecer em regime de
sua residência aguardando, a
plantão ou equivalente, aguardando a
qualquer momento, convocação
qualquer momento o chamado para o serviço
para o serviço.
durante o período de descanso.

A atual redação do item I tem o mesmo sentido da anterior, de modo que


não basta apenas o uso de meios de comunicação fornecidos pela empresa para
que se configure o sobreaviso.

Sobre o instituto do sobreaviso e sua relação com os meios de


comunicação, é interessante conhecer a lição de Sérgio Pinto Martins17:

17
MARTINS, Sérgio Pinto. Comentários às Súmulas do TST. 11 ed. São Paulo: Atlas, 2012, p. 340.

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“O sobreaviso se caracteriza pelo fato do empregado ficar em sua


casa (e não em outro local), aguardando ser chamado para o serviço.
Permanece em estado de expectativa durante o seu descanso,
aguardando ser chamado a qualquer momento. Não tem o empregado
condições de assumir outros compromissos, pois pode ser chamado
de imediato, comprometendo até os seus afazeres familiares, pessoais
e até o seu lazer. (...) Em razão da evolução dos meios de comunicação,
o empregado tanto pode ser chamado pelo telefone ou pelo telégrafo
(como ocorria nas estradas de ferro), como também por BIP,
“pagers”, lap top ligado à empresa, telefone celular, etc. O artigo 244
da CLT18 foi editado exclusivamente para os ferroviários, pois os
últimos meios de comunicação na época ainda não existiam. O Direito
do Trabalho passa, assim, a ter de enfrentar essas novas situações para
considerar se o empregado está ou não à disposição do empregador,
principalmente quanto à liberdade de locomoção do obreiro”.

Sobre o uso, no verbete, da expressão “instrumentos telemáticos ou


informatizados” cite-se a alteração feita na CLT em 2011, a partir da qual o seu art.
6º passou a contar com o § único cuja redação segue abaixo:

CLT, art. 6º, parágrafo único. Os meios telemáticos e informatizados de


comando, controle e supervisão se equiparam, para fins de subordinação jurídica,
aos meios pessoais e diretos de comando, controle e supervisão do trabalho
alheio.

Voltando à Súmula 428, vejamos seu item II:

II – Considera-se em sobreaviso o empregado que, à distancia e submetido


a controle patronal por instrumentos telemáticos ou informatizados,
permanecer em regime de plantão ou equivalente,

18
CLT, art. 244. As estradas de ferro poderão ter empregados extranumerários, de sobre-aviso e de prontidão,
para executarem serviços imprevistos ou para substituições de outros empregados que faltem à escala
organizada.
(...)
§ 2º Considera-se de "sobre-aviso" o empregado efetivo, que permanecer em sua própria casa, aguardando a
qualquer momento o chamado para o serviço. Cada escala de "sobre-aviso" será, no máximo, de vinte e quatro
horas, As horas de "sobre-aviso", para todos os efeitos, serão contadas à razão de 1/3 (um terço) do salário
normal.

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aguardando a qualquer momento o chamado para o serviço durante o


período de descanso.

Assim como frisamos ao comentar o item I, não basta que o empregado utilize
meio de comunicação da empresa para configurar o sobreaviso: deve haver
algum tipo de restrição de locomoção, como o regime de plantão.

Seguem abaixo dois julgados cuja leitura ajuda a fixar este entendimento:

HORAS DE SOBREAVISO. REGIME DE PLANTÃO. USO DE APARELHO CELULAR.


Nos termos da novel Súmula 428, item I, do TST- o uso de instrumentos telemáticos
ou informatizados fornecidos pela empresa ao empregado, por si só,
não caracteriza regime de sobreaviso-. Ocorre que, na hipótese dos autos, a
condenação para pagamento das horas de sobreaviso foi fixada em razão de
haver prova de que o empregado ficava de plantão desde a sexta-feira de uma
semana até a sexta-feira subsequente. (...)

( RR - 45400-34.2006.5.09.0072 , Relator Ministro: Mauricio Godinho Delgado,


Data de Julgamento: 26/09/2012, 3ª Turma, Data de Publicação: 28/09/2012)

HORAS DE SOBREAVISO. USO DE CELULAR. De acordo com o entendimento


desta Corte, o simples uso de instrumentos telemáticos ou informatizados
fornecidos pela empresa ao empregado não caracteriza o regime de sobreaviso.
Entretanto, considera-se em sobreaviso o empregado que é submetido a controle
patronal pelos referidos instrumentos, desde que permaneça em regime de
plantão ou equivalente. Essa é a dicção da Súmula nº 428 do TST, alterada pelo
Tribunal Pleno desta Corte em sessão do dia 14/09/2012. Na presente hipótese,
há registro de que o reclamante tenha permanecido em casa, aguardando
eventual chamado do empregador. De fato, consta no acórdão regional que - o
autor ficava à disposição da ré à noite e em finais de semana, em sua residência,
à espera de chamados por telefone celular, para realizar a manutenção em
transmissores e antenas da RBS TV (...) que, evidentemente, redundava em
tolhimento de sua liberdade de locomoção. (...)

(RR - 7200-44.2009.5.04.0701, Relator Ministro: Pedro Paulo Manus, Data de


Julgamento: 26/09/2012, 7ª Turma, Data de Publicação: 28/09/2012)

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SUM-431 SALÁRIO-HORA. 40 HORAS SEMANAIS. CÁLCULO. APLICAÇÃO DO


DIVISOR 200.
Aplica-se o divisor 200 (duzentos) para o cálculo do valor do salário-hora do
empregado sujeito a 40 (quarenta) horas semanais de trabalho.

SUM-431 SALÁRIO HORA. EMPREGADO SUJEITO AO REGIME GERAL DE


TRABALHO (art. 58, caput, da CLT). 40 HORAS SEMANAIS. CÁLCULO.
APLICAÇÃO DO DIVISOR 200.
Para os empregados a que alude o art. 5819, caput, da CLT, quando
sujeitos a 40 horas semanais de trabalho, aplica-se o divisor 200 para o
cálculo do valor do salário hora.

A redação original foi alterada e Súmula passou a ser intitulada SALÁRIO


HORA. EMPREGADO SUJEITO AO REGIME GERAL DE TRABALHO (art. 58, caput,
da CLT). 40 HORAS SEMANAIS. CÁLCULO. APLICAÇÃO DO DIVISOR 200.

Redação anterior Redação atual


Aplica-se o divisor 200 (duzentos) Para os empregados a que alude o art.
para o cálculo do valor do salário- 58, caput, da CLT, quando sujeitos a 40
hora do empregado sujeito a 40 horas semanais de trabalho, aplica-se o
(quarenta) horas semanais de divisor 200 para o cálculo do valor do
trabalho. salário hora.

Inicialmente vejamos a disposição constitucional relacionada:

CF/88, art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros
que visem à melhoria de sua condição social:

(...)

XIII - duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta
e quatro semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada,
mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho;

19
CLT, art. 58 - A duração normal do trabalho, para os empregados em qualquer atividade privada, não
excederá de 8 (oito) horas diárias, desde que não seja fixado expressamente outro limite.

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O salário-hora é o resultado da divisão entre o salário mensal e as horas


trabalhadas pelo empregado durante o mês.

Para os empregados que possuem a duração do trabalho definida na CF/88


(carga semanal de 44 horas), o divisor, considerando o mês com 30 dias, será
220 horas.

Divisor = (módulo semanal/dias úteis na semana) x 30

Divisor = (44/6) x 30 = 7,33h x 30 = 7h20min x 30 = 220

Se, por exemplo, o empregado ganha R$ 1.100,00, seu salário-hora será de


R$ 5,00 (1.100/220).

Voltando à Súmula, vemos que ela estabeleceu o divisor de 200 horas


para os que trabalham 40 (quarenta) horas semanais. Seria o caso, por exemplo,
dos empregados que trabalham 8 horas por dia de segunda-feira a sexta-feira e
não trabalham no sábado.

Divisor = (40/6) x 30 = 6h40min x 30 = 200


Neste caso, considerando o mesmo salário de R$ R$ 1.100,00, o valor do
salário-hora será R$ 5,50.

Este critério é mais benéfico ao empregado, porque, neste exemplo, a base


de cálculo da hora extraordinária será R$ 5,50, ao invés de R$ 5,00.

Para quem sente muita dificuldade com números, não há motivo para
desespero: não encontrei nenhuma questão anterior exigindo cálculos
trabalhistas. O mais importante é lembrar-se da literalidade da Súmula.

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SUM-124 BANCÁRIO. HORA DE SALÁRIO. DIVISOR


Para o cálculo do valor do salário-hora do bancário mensalista, o divisor a ser
adotado é 180 (cento e oitenta).

SUM-124 BANCÁRIO. SALÁRIO-HORA. DIVISOR.


I - O divisor aplicável para o cálculo das horas extras do bancário, se
houver ajuste individual expresso ou coletivo no sentido de considerar o
sábado como dia de descanso remunerado, será:
a) 150, para os empregados submetidos à jornada de seis horas, prevista
no caput do art. 224 da CLT;
b) 200, para os empregados submetidos à jornada de oito horas, nos
termos do § 2º do art. 224 da CLT.
II – Nas demais hipóteses, aplicar-se-á o divisor:
a) 180, para os empregados submetidos à jornada de seis horas prevista
no caput do art. 224 da CLT;
b) 220, para os empregados submetidos à jornada de oito horas, nos
termos do § 2º do art. 224 da CLT.

A redação original foi alterada e a Súmula, agora, conta com 2 itens e 2


alíneas em cada, contemplando diferentes jornadas de trabalho.

Antes de iniciar os comentários sobre a Súmula é importante ler o art. 224


e seu § 2º:

CLT, art. 224 - A duração normal do trabalho dos empregados em bancos, casas
bancárias e Caixa Econômica Federal será de 6 (seis) horas contínuas nos dias
úteis, com exceção dos sábados, perfazendo um total de 30 (trinta) horas de
trabalho por semana.

§ 2º - As disposições deste artigo não se aplicam aos que exercem funções de


direção, gerência, fiscalização, chefia e equivalentes, ou que desempenhem
outros cargos de confiança, desde que o valor da gratificação não seja inferior
a 1/3 (um terço) do salário do cargo efetivo.

Assim, bancários em geral laboram 6 (seis) horas, enquanto os ocupantes


de funções de confiança não ficam limitados a estas seis horas diárias.

Comparando as redações antiga e atual da Súmula:

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Redação anterior Redação atual


I - O divisor aplicável para o cálculo das horas extras
do bancário, se houver ajuste individual expresso ou
SUM-124 BANCÁRIO. coletivo no sentido de considerar o sábado como dia
HORA DE SALÁRIO. de descanso remunerado, será:
DIVISOR a) 150, para os empregados submetidos à jornada de
Para o cálculo do valor seis horas, prevista no caput do art. 224 da CLT;
do salário-hora do b) 200, para os empregados submetidos à jornada de
bancário mensalista, o oito horas, nos termos do § 2º do art. 224 da CLT.
divisor a ser adotado é II – Nas demais hipóteses, aplicar-se-á o divisor:
180 (cento e oitenta). a) 180, para os empregados submetidos à jornada de
seis horas prevista no caput do art. 224 da CLT;
b) 220, para os empregados submetidos à jornada de
oito horas, nos termos do § 2º do art. 224 da CLT.

Esta divisão em itens I e II se deve à distinção ocorrida pelo fato de se


considerar o sábado como dia útil não trabalhado ou como descanso remunerado.

Este, inclusive, é o objeto da Súmula 113:

SUM-113 BANCÁRIO. SÁBADO. DIA ÚTIL


O sábado do bancário é dia útil não trabalhado, não dia de repouso remunerado.
Não cabe a repercussão do pagamento de horas extras habituais em sua
remuneração.

Se o sábado (por ajuste individual expresso ou coletivo) for descanso


remunerado, o divisor será (30/6) x 30 = 150 (item I, a), ou (40/6) x 30 = 6,66h
x 30 = 200 (item I, b).

Considerando o sábado como “dia útil não trabalhado”, ele não entrará no
cálculo do divisor. Neste caso o divisor será 180 (item II, a), ou 220 (item II, b).
A atual redação da Súmula 124, especificamente seu item I, é mais
benéfica ao empregado. Com efeito, se o sábado for considerado dia de descanso
remunerado, haverá repercussão de horas extras habituais em sua remuneração.

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OJ-SDC-5 DISSÍDIO COLETIVO CONTRA PESSOA JURÍDICA DE DIREITO


PÚBLICO. IMPOSSIBILIDADE JURÍDICA
Aos servidores públicos não foi assegurado o direito ao reconhecimento de
acordos e convenções coletivos de trabalho, pelo que, por conseguinte, também
não lhes é facultada a via do dissídio coletivo, à falta de previsão legal.

OJ-SDC-5 DISSÍDIO COLETIVO. PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PÚBLICO.


POSSIBILIDADE JURÍDICA. CLÁUSULA DE NATUREZA SOCIAL.
Em face de pessoa jurídica de direito público que mantenha empregados,
cabe dissídio coletivo exclusivamente para apreciação de cláusulas de
natureza social. Inteligência da Convenção nº 151 da Organização
Internacional do Trabalho, ratificada pelo Decreto Legislativo nº
206/2010.

Agora a OJ é intitulada DISSÍDIO COLETIVO. PESSOA JURÍDICA DE


DIREITO PÚBLICO. POSSIBILIDADE JURÍDICA. CLÁUSULA DE NATUREZA SOCIAL.

Redação anterior Redação atual


OJ-SDC-5 DISSÍDIO COLETIVO CONTRA
Em face de pessoa jurídica de direito
PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PÚBLICO.
público que mantenha empregados,
IMPOSSIBILIDADE JURÍDICA
cabe dissídio coletivo exclusivamente
Aos servidores públicos não foi
para apreciação de cláusulas de
assegurado o direito ao reconhecimento
natureza social. Inteligência da
de acordos e convenções coletivos de
Convenção nº 151 da Organização
trabalho, pelo que, por conseguinte,
Internacional do Trabalho, ratificada
também não lhes é facultada a via do
pelo Decreto Legislativo nº
dissídio coletivo, à falta de previsão
206/2010.
legal.

Esta OJ havia sido publicada anteriormente à ratificação da Convenção nº


151 da OIT, que trata do Direito de Sindicalização e Relações de Trabalho na
Administração Pública.

A partir da ratificação, ocorrida em 2010, o TST passou a modular o


posicionamento sobre a viabilidade de se reconhecer o cabimento de dissídio
coletivo, fazendo distinção entre cláusulas de natureza social e cláusulas
econômicas.

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Segue abaixo trecho da obra de Mauricio Godinho Delgado 20, que sintetiza
esta diferenciação:

“No caminho aberto pelas novas induções trazidas pela Convenção


151 da Organização Internacional do Trabalho, a Seção de Dissídios
Coletivos do TST, a partir do segundo semestre de 2010, passou a
conferir relevo á distinção entre cláusulas econômicas e cláusulas
meramente sociais, estas sem conteúdo econômico, para fins de
celebração de negociação coletiva trabalhista e instauração de
processo de dissídio coletivo. Embora o texto original da OJ 05 da
SDC/TST não faça semelhante diferenciação, - vedando,
genericamente, tanto a negociação coletiva (ACT ou CCT) como o
dissídio coletivo quanto a pessoas jurídicas de direito público, mesmo
que contratando servidores pela CLT -, a maioria da Seção, em face
do novo diploma internacional ratificado, preferiu abrir senda
inovadora na jurisprudência consolidada, relativamente às cláusulas
meramente sociais, sem conteúdo econômico”.

Para fixar o entendimento desta diferenciação entre cláusulas de


natureza social e cláusulas econômicas trago abaixo um precedente do TST
que se alinha à atual redação da OJ-SDC-5:

RECURSO ORDINÁRIO. DISSÍDIO COLETIVO. FUNDAÇÃO. ANÁLISE DAS


CLÁUSULAS SOCIAIS. VEDAÇÃO CONSTITUCIONAL À ANÁLISE DAS
CLÁUSULAS DE NATUREZA ECONÔMICA. A jurisprudência desta Corte é no
sentido de restringir a legitimidade das entidades de caráter público para
figurar no pólo passivo de dissídio coletivo de natureza econômica. Isso
porque as pessoas jurídicas de direito público integrantes da administração
indireta sujeitam-se às regras constitucionais referentes aos servidores
públicos, notadamente a exigência de lei específica para alteração da
remuneração (art. 37, X21, CF/88), devendo ser observados, ainda, os
limites dos arts. 39 e 169 da Carta Magna. Ressalte-se que tal
entendimento independe de o regime adotado pela entidade para seus
servidores ser celetista ou estatutário. Entretanto, essa restrição é válida
apenas para as cláusulas de conteúdo econômico, em razão da expressa

20
DELGADO, Mauricio Godinho. Op. cit. p. 1401.
21
CF/88, art. 37, X - a remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que trata o § 4º do art. 39 somente
poderão ser fixados ou alterados por lei específica, observada a iniciativa privativa em cada caso, assegurada
revisão geral anual, sempre na mesma data e sem distinção de índices;

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vedação constitucional, sendo possível a análise das cláusulas sociais.


Recurso ordinário parcialmente provido.

(TST-RXOF e RODC - 2008000-03.2005.5.02.0000 - Pub. DEJT -


20/08/2010 - SDC - Ministro Relator Mauricio Godinho Delgado)

No tocante à celebração de dissídio coletivo com cláusulas econômicas,


pela Administração Pública, o julgado abaixo corrobora a inviabilidade:

RECURSO DE REVISTA. ENTIDADE DE DIREITO PÚBLICO. INAPLICABILIDADE


DE NORMAS CONVENCIONAIS SOBRE AUMENTO DE DESPESAS COM
PESSOAL. Emerge do disposto no § 3º do art. 39 c/c com o art. 7º, XXVI, da
CF que não se reconhece, regra geral, à Administração Pública a possibilidade
de firmar convenção ou acordo coletivo de trabalho, ressalvado o debate
sobre cláusulas meramente sociais (não econômicas) e o novo período
aberto pela ratificação, em 2.010, da Convenção 151 da OIT. Por imposição
da Constituição Federal, compete à lei, em sentido estrito, a fixação de
limites do gasto com pessoal, sendo imprescindível a sua previsão em lei
orçamentária (art. 169) e sua iniciativa pelo Poder Executivo (art. 61, § 1º,
II, -a-, CF). Desse modo, o ente público encontra- se proibido de firmar
convenção coletiva sobre vantagens remuneratórias, já que não possui
autonomia para dispor sobre despesas, salvo se expressamente autorizado
por lei e respeitados os limites nela previstos. Recurso de revista conhecido e
provido.

(RR - 5740-76.2008.5.02.0001, Relator Ministro: Mauricio Godinho


Delgado, Data de Julgamento: 10/11/2010, 6ª Turma, Data de Publicação:
19/11/2010)

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SUM-277 SENTENÇA NORMATIVA. CONVENÇÃO OU ACORDO COLETIVOS.


VIGÊNCIA. REPERCUSSÃO NOS CONTRATOS DE TRABALHO
I - As condições de trabalho alcançadas por força de sentença normativa,
convenção ou acordos coletivos vigoram no prazo assinado, não integrando, de
forma definitiva, os contratos individuais de trabalho.
II – Ressalva-se da regra enunciada no item I o período compreendido entre
23.12.1992 e 28.07.1995, em que vigorou a Lei nº 8.542, revogada pela Medida
Provisória nº 1.709, convertida na Lei nº 10.192, de 14.02.2001.

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SUM-277 CONVENÇÃO COLETIVA DE TRABALHO OU ACORDO COLETIVO


DE TRABALHO. EFICÁCIA. ULTRATIVIDADE.
As cláusulas normativas dos acordos coletivos ou convenções coletivas
integram os contratos individuais de trabalho e somente poderão ser
modificadas ou suprimidas mediante negociação coletiva de trabalho.

Agora a Súmula é intitulada CONVENÇÃO COLETIVA DE TRABALHO OU


ACORDO COLETIVO DE TRABALHO. EFICÁCIA. ULTRATIVIDADE, e seu conteúdo
recebeu significativa mudança.

Redação anterior Redação atual


SUM-277 SENTENÇA NORMATIVA.
CONVENÇÃO OU ACORDO COLETIVOS.
VIGÊNCIA. REPERCUSSÃO NOS
CONTRATOS DE TRABALHO
I - As condições de trabalho alcançadas
por força de sentença normativa, As cláusulas normativas dos acordos
convenção ou acordos coletivos vigoram coletivos ou convenções coletivas
no prazo assinado, não integrando, de integram os contratos individuais de
forma definitiva, os contratos individuais trabalho e somente poderão ser
de trabalho. modificadas ou suprimidas mediante
II – Ressalva-se da regra enunciada no negociação coletiva de trabalho.
item I o período compreendido entre
23.12.1992 e 28.07.1995, em que vigorou
a Lei nº 8.542, revogada pela
Medida Provisória nº 1.709, convertida
na Lei nº 10.192, de 14.02.2001.

A duração máxima dos CCT e ACT foi definida pela Consolidação das Leis do
Trabalho como sendo de 2 anos:

CLT, art. 614, § 3º Não será permitido estipular duração de Convenção ou


Acordo superior a 2 (dois) anos.

Assim, não se admite a duração de CCT e ACT por prazo superior.

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O debate, neste contexto, diz respeito à aderência permanente (ou não)


das regras jurídicas nos contratos de trabalho dos empregados, mesmo depois de
cessada a duração do instrumento coletivo que a previa.
Os posicionamentos doutrinários dividem-se nas teorias da aderência
irrestrita, aderência limitada pelo prazo e aderência limitada por revogação.

Resumidamente seria o seguinte:

As disposições dos CCT e ACT aderem de forma


permanente nos contratos de trabalho dos
Aderência
»» empregados, não podendo mais ser suprimidos. É que
irrestrita
por esta teoria, às disposições do instrumento coletivo
se aplica o art. 468 da CLT.

Em contraponto à teoria anterior, esta defende que as


Aderência disposições de CCT e ACT somente surtem efeitos
limitada pelo »» durante a vigência do diploma autônomo, não
prazo havendo aderência das disposições juscoletivas nos
contratos de trabalho.

Esta é uma teoria intermediária, segundo a qual as


Aderência regras instituídas pela CCT ou ACT vigoram até que
limitada por »»
sejam revogadas (expressamente ou tacitamente) por
revogação outro diploma negocial.

A redação anterior da Súmula 277 prestigiava a corrente da aderência


limitada pelo prazo.

Com a alteração ocorrida o verbete se relaciona à última corrente,


denominada aderência limitada por revogação, que guarda relação com a
ultratividade22.

22
Ultratividade, no caso, seria a cláusula da CCT ou ACT continuar aplicável mesmo depois de expirada a
vigência do diploma coletivo que originalmente a previa.

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A teoria da aderência limitada por revogação, que é posição intermediária


em relação às outras duas, é a tecnicamente mais adequada, segundo o
posicionamento de Mauricio Godinho Delgado 23:

“Para esta posição intermediária, os dispositivos dos diplomas


negociados vigorariam até que novo diploma negocial os revogasse. É
óbvio que a revogação consumar-se-ia não apenas de modo expresso,
podendo também se passar tacitamente (como acontece com
qualquer norma jurídica). A revogação tácita ocorreria, por exemplo,
em virtude de o novo diploma regular o conjunto da matéria omitindo
preceitos da velha convenção ou acordo coletivo, independentemente
de haver efetiva incompatibilidade entre dispositivos novos e antigos;
ocorreria também se despontasse incompatibilidade entre os preceitos
confrontados. Tal posição é tecnicamente mais correta, por se estar
tratando de norma jurídica – e norma provisória é, regra geral, uma
excepcionalidade. Doutrinariamente é também mais sábia, por ser
mais harmônica aos objetivos do Direito Coletivo do Trabalho, que são
buscar a paz social, aperfeiçoar as condições laborativas e promover a
adequação setorial justrabalhista. Ora, a provisoriedade conspira contra
esses objetivos, ao passo que o critério da aderência por revogação
instaura natural incentivo à negociação coletiva”.

A ultratividade, como mencionado no verbete, é conceituada por


Carvalho, Magalhães e Delgado24 como

“A norma coletiva de trabalho é ultra-ativa, ou reveste-se de ultra-


atividade, quando continua eficaz após o seu termo final de vigência.
Se uma categoria profissional e a representação patronal definem
quais os direitos que devem ser assegurados a certos trabalhadores a
partir da data inicial de vigência de uma convenção ou acordo
coletivo, o advento da data derradeira de vigência dessa norma não
lhe retirará a eficácia.”

23
DELGADO, Mauricio Godinho. Op. cit. p. 1413-1414.
24
CARVALHO, Augusto César Leite de; ARRUDA, Kátia Magalhães; DELGADO, Mauricio Godinho. A Súmula
Nº 277 e a Defesa da Constituição. Disponível em < http://aplicacao.tst.jus.br/dspace/
bitstream/handle/1939/28036/2012_sumula_277_aclc_kma_mgd.pdf?sequence=1>

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Assim, podemos visualizar a ultratividade tanto na teoria da aderência


irrestrita quanto na teoria da aderência limitada por revogação.

Sobre isto os Ministros25 observam que

“Mas a ultra-atividade segue ao menos dois modelos, que se distinguem


pelo seu caráter condicionado ou incondicionado: a ultra- atividade
incondicionada dá-se em alguns países nos quais uma conquista obreira
obtida mediante negociação coletiva não pode ser jamais suprimida,
incorporando-se definitivamente ao patrimônio dos trabalhadores;
noutros países, a ultra-atividade da cláusula resultante de negociação
coletiva está condicionada à inexistência de norma coletiva posterior
que a revogue, ou seja, a cláusula normativa pode ser suprimida ou
quiçá ter o seu alcance reduzido mediante norma coletiva
superveniente, imunizando-se o seu conteúdo somente quanto à
incidência das alterações individuais do contrato de trabalho.”

No Brasil, portanto, prevalece a teoria da aderência limitada por


revogação (ultratividade condicionada).

A recente alteração da Súmula 277, em verdade, não se constituiu em


completa inovação no modo de se considerar a vigência de diplomas coletivos: o
próprio Tribunal já sinalizava este entendimento em alguns de seus julgados,
como arrematam os Ministros na conclusão do artigo26:

“A jurisprudência que emana da Seção de Dissídios Coletivos do Tribunal


Superior do Trabalho já sinalizava um claro dissenso com a orientação
predominante nos órgãos fracionários que, inspirados na antiga redação
da Súmula nº 277, afastavam a eficácia da norma coletiva após seu
prazo de vigência, ainda que outra norma coletiva não houvesse surgido
a reger as relações coletivas de trabalho correspondentes. A nova
redação da Súmula nº 277 do TST não cria direitos e benefícios.
Permite, ao invés, que as regras coletivas se desenvolvam sobre os
pontos relevantes, ou seja, a propósito dos direitos não regidos pela
norma coletiva de trabalho precedente, salvo
25
Idem.
26
Idem.

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se há a intenção de modificá-los ou suprimi-los. Além disso, atende à


lógica prevista no art. 7º da CF quando trata da preservação dos direitos
que visem à melhoria das condições sociais dos trabalhadores.
Leva, enfim, ao equilíbrio de forças, absolutamente essencial à
negociação coletiva no contexto de um estado democrático (princípio da
equivalência entre os contratantes coletivos). A ultra- atividade
condicional, ou seja, aquela que faz a norma coletiva prevalecer até que
a cláusula de interesse seja eventualmente derrogada por norma
coletiva posterior, promove a harmonia entre os atores coletivos da
relação laboral, impondo a negociação coletiva de trabalho como um
modo necessário de rever conquistas obreiras, sem o artifício de tê-las
suprimidas pela mera passagem do tempo.”

Para encerrar o assunto, vamos acrescentar no nosso quadro anterior mais


algumas informações, que complementam as teorias quanto à validade dos acordos
e convenções coletivos de trabalho:
As disposições dos CCT e ACT aderem de forma
Aderência
permanente nos contratos de trabalho dos
irrestrita
»» empregados, não podendo mais ser suprimidos. É que,
(ultratividade
por esta teoria, às disposições do instrumento coletivo
incondicionada)
se aplica o art. 468 da CLT27.

Em contraponto à teoria anterior, esta defende que as


disposições de CCT e ACT somente surtem efeitos
Aderência
durante a vigência do diploma autônomo, não
limitada pelo »»
havendo aderência das disposições juscoletivas nos
prazo
contratos de trabalho. Prestigiada pela antiga redação
da Súmula 277 do TST.

Aderência Esta é uma teoria intermediária, segundo a qual as


limitada por regras instituídas pela CCT ou ACT vigoram até que
revogação »» sejam revogadas (expressamente ou tacitamente) por
(ultratividade outro diploma negocial. Prestigiada pela atual redação
condicionada) da Súmula 277 do TST.

27
CLT, art. 468 - Nos contratos individuais de trabalho só é lícita a alteração das respectivas condições por
mútuo consentimento, e ainda assim desde que não resultem, direta ou indiretamente, prejuízos ao empregado,
sob pena de nulidade da cláusula infringente desta garantia.

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SUM-378 ESTABILIDADE PROVISÓRIA. ACIDENTE DO TRABALHO. ART.


118 DA LEI Nº 8.213/1991. CONSTITUCIONALIDADE. PRESSUPOSTOS
I - É constitucional o artigo 118 da Lei nº 8.213/1991 que assegura o
direito à estabilidade provisória por período de 12 meses após a cessação
do auxílio-doença ao empregado acidentado.
II - São pressupostos para a concessão da estabilidade o afastamento
superior a 15 dias e a conseqüente percepção do auxílio-doença
acidentário, salvo se constatada, após a despedida, doença profissional
que guarde relação de causalidade com a execução do contrato de
emprego.
III - O empregado submetido a contrato de trabalho por tempo
determinado goza da garantia provisória de emprego, decorrente de
acidente de trabalho, prevista no art. 118 da Lei nº 8.213/1991.

A redação original da Súmula não foi alterada. Neste caso o que houve foi a
inclusão do item III no verbete.

Verifica-se que houve uma interpretação mais favorável ao empregado do


art. 118 da 8.213/91 (Plano de Benefícios da Previdência Social):

Lei 8.213/91, art. 118. O segurado que sofreu acidente do trabalho tem
garantida, pelo prazo mínimo de doze meses, a manutenção do seu contrato de
trabalho na empresa, após a cessação do auxílio-doença acidentário,
independentemente de percepção de auxílio-acidente.

Com esta alteração, o TST estende a garantia provisória de emprego


(estabilidade provisória) ao empregado que sofre acidente de trabalho durante o
contrato de experiência.

Seguem abaixo dois julgados recentes que consolidam este posicionamento


do TST:

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EMBARGOS EM RECURSO DE REVISTA. ESTABILIDADE PROVISÓRIA. ACIDENTE DO


TRABALHO. CONTRATO DE EXPERIÊNCIA. O artigo 118 da Lei 8.213/91 não faz
distinção entre contrato por prazo determinado e indeterminado, pelo que inviável
a pretensão recursal de restringir o direito à estabilidade provisória decorrente do
acidente de trabalho apenas aos trabalhadores contratados por tempo
indeterminado. Nesse contexto, reconhecido o acidente de trabalho, com percepção
do benefício previdenciário, faz jus o empregado à estabilidade provisória.
Precedente da excelsa Suprema Corte no sentido de extensão dos direitos sociais
previstos no artigo 7º da Constituição Federal aos servidores contratados
temporariamente. Recurso de embargos conhecido e não provido.

(E-RR-398200-65.2008.5.09.0663, Rel. Min. Horácio Raymundo de Senna Pires,


Subseção I Especializada em Dissídios Individuais, DEJT 3/8/2012)

RECURSO DE EMBARGOS. (...) CONTRATO DE EXPERIÊNCIA. ACIDENTE DE


TRABALHO. ESTABILIDADE PROVISÓRIA. RECURSO DE REVISTA CONHECIDO E
PARCIALMENTE PROVIDO. Por se tratar de acidente de trabalho ocorrido na vigência
de contrato de experiência, existe garantia de estabilidade no emprego, conforme
previsto no artigo 118 da Lei nº 8.213/91, pois, por força do disposto no artigo
7º, XXII, da CF, que transfere ao empregador a obrigação de adotar medidas que
visem à saúde, higiene e segurança do trabalhador, torna-se imperioso uma
interpretação mais flexível das normas infraconstitucionais que tratam da matéria,
para reconhecer a compatibilidade entre o contrato de experiência e a garantia
provisória no emprego decorrente de acidente de trabalho. Precedentes da SDI.
Embargos conhecidos e desprovidos.

(E-RR-236600-63.2009.5.15.0071, Rel. Min. Aloysio Corrêa da Veiga, Subseção I


Especializada em Dissídios Individuais, DEJT 20/4/2012)

O artigo 7º, XXII, da CF/88, mencionado no segundo julgado, tem a


seguinte redação:

CF/88, art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros
que visem à melhoria de sua condição social:

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(...)

XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde,
higiene e segurança;

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SUM-10 PROFESSOR
É assegurado aos professores o pagamento dos salários no período de férias
escolares. Se despedido sem justa causa ao terminar o ano letivo ou no curso
dessas férias, faz jus aos referidos salários.

PROFESSOR. DISPENSA SEM JUSTA CAUSA. TÉRMINO DO ANO LETIVO OU


NO CURSO DE FÉRIAS ESCOLARES. AVISO PRÉVIO.
É assegurado aos professores o pagamento dos salários no período de
férias escolares. Se despedido sem justa causa ao terminar o ano letivo
ou no curso dessas férias, faz jus aos referidos salários.

O novo título do verbete é PROFESSOR. DISPENSA SEM JUSTA CAUSA.


TÉRMINO DO ANO LETIVO OU NO CURSO DE FÉRIAS ESCOLARES. AVISO
PRÉVIO.

Redação anterior Redação atual


É assegurado aos professores o O direito aos salários assegurados (artigo
pagamento dos salários no período de 322, caput e parágrafo 3º da CLT) não
férias escolares. Se despedido sem exclui o direito também ao aviso prévio,
justa causa ao terminar o ano letivo na hipótese de dispensa sem justa causa
ou no curso dessas férias, faz jus aos ao término do ano letivo ou no curso das
referidos salários. férias escolares.

Inicialmente vejamos o citado dispositivo celetista:

CLT, art. 322 - No período de exames e no de férias escolares, é assegurado aos


professores o pagamento, na mesma periodicidade contratual, da remuneração
por eles percebida, na conformidade dos horários, durante o período de aulas.

(...)

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§ 3º - Na hipótese de dispensa sem justa causa, ao término do ano letivo ou no


curso das férias escolares, é assegurado ao professor o pagamento a que se
refere o caput deste artigo.

A redação original deste verbete data de 1969, e em 1995, houve a


inclusão, na CLT, do citado § 3º. Esta redação que agora foi alterada, na verdade,
coincidia com a disposição legal.

A divergência que motivou esta alteração da Súmula é o cabimento do aviso


prévio cumulativamente com os salários assegurados no art. 322, caput e § 3º.

Havia interpretação de que este pagamento substituiria o aviso prévio, o


que não foi acatado pelo TST, cujo entendimento é de que, na dispensa sem justa
causa conforme definido na CLT, caberá, cumulativamente, o pagamento dos
salários e do aviso prévio:

RECURSO DE REVISTA. PROFESSOR. DISPENSA NO PERÍODO DE FÉRIAS


LETIVAS. DIREITO AO PAGAMENTO DO AVISO-PRÉVIO. O entendimento desta
Corte gravita no sentido de que o salário do professor durante as férias letivas
deve ser pago cumulativamente com o aviso prévio conferido nesse mesmo
período. Precedentes. Recurso de revista conhecido e provido.

(RR - 186040-77.2001.5.01.0301, Relator: Augusto César Leite de Carvalho,


Data de Julgamento: 3/2/2010, 6ª Turma, DEJT: 19/2/2010)

PROFESSOR. DISPENSA NO PERÍODO DE FÉRIAS ESCOLARES. DIREITO AO


PAGAMENTO DAS FÉRIAS ESCOLARES E DO AVISO-PRÉVIO CUMULATIVAMENTE.
O entendimento desta Corte é de que o salário do professor durante as férias letivas
deve ser pago cumulativamente com o aviso-prévio conferido nesse mesmo
período (...).

( RR - 57200-64.2007.5.01.0034 , Relator Ministro: José Roberto Freire Pimenta,


Data de Julgamento: 07/03/2012, 2ª Turma, Data de Publicação: 16/03/2012)

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SUM-6 EQUIPARAÇÃO SALARIAL. ART. 461 DA CLT


I - Para os fins previstos no § 2º do art. 461 da CLT, só é válido o quadro
de pessoal organizado em carreira quando homologado pelo Ministério do
Trabalho, excluindo-se, apenas, dessa exigência o quadro de carreira das
entidades de direito público da administração direta, autárquica e
fundacional aprovado por ato administrativo da autoridade competente.
II - Para efeito de equiparação de salários em caso de trabalho igual,
conta-se o tempo de serviço na função e não no emprego.
III - A equiparação salarial só é possível se o empregado e o paradigma
exercerem a mesma função, desempenhando as mesmas tarefas, não
importando se os cargos têm, ou não, a mesma denominação.
IV - É desnecessário que, ao tempo da reclamação sobre equiparação
salarial, reclamante e paradigma estejam a serviço do estabelecimento,
desde que o pedido se relacione com situação pretérita.
V - A cessão de empregados não exclui a equiparação salarial, embora
exercida a função em órgão governamental estranho à cedente, se esta
responde pelos salários do paradigma e do reclamante.
VI - Presentes os pressupostos do art. 461 da CLT, é irrelevante a circunstância
de que o desnível salarial tenha origem em decisão judicial que beneficiou o
paradigma, exceto se decorrente de vantagem pessoal, de tese jurídica superada
pela jurisprudência de Corte Superior ou, na hipótese de equiparação salarial em
cadeia, se não demonstrada a presença dos requisitos da equiparação em relação
ao paradigma que deu origem à pretensão, caso arguida a objeção pelo
reclamado.
VI - Presentes os pressupostos do art. 461 da CLT, é irrelevante a circunstância
de que o desnível salarial tenha origem em decisão judicial que beneficiou o
paradigma, exceto se decorrente de vantagem pessoal, de tese jurídica superada
pela jurisprudência de Corte Superior ou, na hipótese de equiparação salarial em
cadeia suscitada em defesa, o reclamado produzir prova do alegado fato
modificativo, impeditivo ou extintivo do direito à equiparação salarial em relação ao
paradigma remoto. (redação que passou a vigorar a partir de então, mas foi
cancelada em 2015)
VI - Presentes os pressupostos do art. 461 da CLT, é irrelevante a circunstância
de que o desnível salarial tenha origem em decisão judicial que beneficiou o
paradigma, exceto:
a) se decorrente de vantagem pessoal ou de tese jurídica superada pela
jurisprudência de Corte Superior;

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b) na hipótese de equiparação salarial em cadeia, suscitada em defesa, se o


empregador produzir prova do alegado fato modificativo, impeditivo ou
extintivo do direito à equiparação salarial em relação ao paradigma
remoto, considerada irrelevante, para esse efeito, a existência de diferença de
tempo de serviço na função superior a dois anos entre o reclamante e os
empregados paradigmas componentes da cadeia equiparatória, à exceção do
paradigma imediato. (redação que passou a vigorar a partir de junho de 2015)
VII - Desde que atendidos os requisitos do art. 461 da CLT, é possível a
equiparação salarial de trabalho intelectual, que pode ser avaliado por
sua perfeição técnica, cuja aferição terá critérios objetivos.
VIII - É do empregador o ônus da prova do fato impeditivo, modificativo
ou extintivo da equiparação salarial.
IX - Na ação de equiparação salarial, a prescrição é parcial e só alcança
as diferenças salariais vencidas no período de 5 (cinco) anos que precedeu
o ajuizamento.
X - O conceito de "mesma localidade" de que trata o art. 461 da CLT
refere-se, em princípio, ao mesmo município, ou a municípios distintos
que, comprovadamente, pertençam à mesma região metropolitana.

Esta Súmula trata dos requisitos que viabilizam a equiparação salarial entre
equiparando (ou paragonado) e o paradigma (ou espelho).

A alteração de 2012 incidiu apenas sobre a redação do item VI, que trata da
equiparação em cadeia:

Redação anterior Redação atual


VI - Presentes os pressupostos do art. VI - Presentes os pressupostos do art.
461 da CLT, é irrelevante a 461 da CLT, é irrelevante a
circunstância de que o desnível salarial circunstância de que o desnível salarial
tenha origem em decisão judicial que tenha origem em decisão judicial que
beneficiou o paradigma, exceto se beneficiou o paradigma, exceto se
decorrente de vantagem pessoal, de decorrente de vantagem pessoal, de
tese jurídica superada pela tese jurídica superada pela
jurisprudência de Corte Superior ou, jurisprudência de Corte Superior ou, na
na hipótese de equiparação salarial em hipótese de equiparação salarial em
cadeia, se não demonstrada a cadeia suscitada em defesa, o reclamado
presença dos requisitos da produzir prova do alegado fato
equiparação em relação ao paradigma modificativo, impeditivo ou extintivo do
que deu origem à pretensão, caso direito à equiparação salarial em
arguida a objeção pelo reclamado. relação ao paradigma

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remoto.

Vale ressaltar que o item VI da SUM-6 foi posteriormente alterado em


2015, o que será objeto de comentários nas seções a seguir.

Antes de comentar o item é interessante relembrar o que significa


equiparação em cadeia.

Vamos supor que o empregado B (equiparando), pleiteia judicialmente sua


equiparação salarial com o empregado A (paradigma), que exerce função
idêntica, na mesma empresa, mesma localidade, etc.

Atendidos todos os requisitos legais e jurisprudenciais, a Justiça do


Trabalho reconhece o direito à equiparação salarial.

Posteriormente o empregado C, da mesma empresa, pleiteia judicialmente


a equiparação salarial, indicando como paradigma o empregado B: esta seria a
equiparação em cadeia.

A partir da leitura da Súmula conclui-se que é possível a equiparação


salarial em cadeia, mas para isto é necessária a presença dos requisitos da
equiparação em relação ao paradigma que deu origem à pretensão (no nosso
exemplo, seriam os requisitos em relação ao empregado A, paradigma remoto).

Caso exista fato modificativo, impeditivo ou extintivo do direito à equiparação


salarial em cadeia, será ônus do empregador comprová-lo, conforme já previsto
genericamente no item VIII da mesma Súmula:

VIII - É do empregador o ônus da prova do fato impeditivo, modificativo ou


extintivo da equiparação salarial.

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4. Alterações jurisprudenciais divulgadas em 2013 e 2014

Embora de menor relevância que as alterações de 2012, faremos a


enumeração Súmulas e Orientações Jurisprudenciais criadas, canceladas e
alteradas pelo TST em 2013 e em 2014.

4.1. Novas Súmulas do TST

SUM-446 MAQUINISTA FERROVIÁRIO. INTERVALO INTRAJORNADA.


SUPRESSÃO PARCIAL OU TOTAL. HORAS EXTRAS DEVIDAS.
COMPATIBILIDADE ENTRE OS ARTS. 71, § 4º, E 238, § 5º, DA CLT.
A garantia ao intervalo intrajornada, prevista no art. 71 da CLT, por
constituir-se em medida de higiene, saúde e segurança do empregado, é
aplicável também ao ferroviário maquinista integrante da categoria "c"
(equipagem de trem em geral), não havendo incompatibilidade entre as
regras inscritas nos arts. 71, § 4º, e 238, § 5º, da CLT.

Os trabalhadores ferroviários foram divididos pela CLT em categorias28, e a


categoria C é a dos trabalhadores da equipagem de trens em geral.

Vamos ler os dispositivos celetistas citados na Súmula 446:

CLT, art. 71 - Em qualquer trabalho contínuo, cuja duração exceda de 6 (seis)


horas, é obrigatória a concessão de um intervalo para repouso ou
alimentação, o qual será, no mínimo, de 1 (uma) hora e, salvo acordo

28
CLT, art. 237 - O pessoal a que se refere o artigo antecedente [do serviço ferroviário] fica dividido nas
seguintes categorias:

a) funcionários de alta administração, chefes e ajudantes de departamentos e seções, engenheiros residentes,


chefes de depósitos, inspetores e demais empregados que exercem funções administrativas ou fiscalizadoras;

b) pessoal que trabalhe em lugares ou trechos determinados e cujas tarefas requeiram atenção constante;
pessoal de escritório, turmas de conservação e construção da via permanente, oficinas e estações principais,
inclusive os respectivos telegrafistas; pessoal de tração, lastro e revistadores;

c) das equipagens de trens em geral;

d) pessoal cujo serviço é de natureza intermitente ou de pouca intensidade, embora com permanência
prolongada nos locais de trabalho; vigias e pessoal das estações do interior, inclusive os respectivos telegrafistas.

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escrito ou contrato coletivo em contrário, não poderá exceder de 2 (duas)


horas.

(...)

§ 4º - Quando o intervalo para repouso e alimentação, previsto neste


artigo, não for concedido pelo empregador, este ficará obrigado a
remunerar o período correspondente com um acréscimo de no mínimo 50%
(cinqüenta por cento) sobre o valor da remuneração da hora normal de
trabalho.

[SEÇÃO V - DO SERVIÇO FERROVIÁRIO] CLT, art. 238. Será computado como


de trabalho efetivo todo o tempo, em que o empregado estiver à disposição
da estrada.

(...)

§ 5º O tempo concedido para refeição não se computa como de trabalho


efetivo, [senão] então para o pessoal da categoria c, quando as refeições
forem tomadas em viagem ou nas estações durante as paradas. Esse tempo
não será inferior a uma hora, exceto para o pessoal da referida categoria
em serviço de trens.

Verifica-se, portanto, que o intervalo intrajornada da referida categoria de


ferroviários é diferente da regra geral que estudamos ao longo do curso, balizada
pelo artigo 71 da CLT. Neste caso a CLT admite intervalo inferior a 1 hora.

Em que pese o fato, a Súmula dispõe que a não concessão do intervalo fará
com que o empregador seja obrigado a indenizar o período de repouso não
concedido, nos termos do art. 71, § 4º.

Ou seja: o artigo 71 da CLT não é aplicável aos ferroviários, mas o § 4º do


mesmo dispositivo se aplica àquela categoria.

Ressaltamos apenas a correção feita no texto do § 5º do art. 238 da CLT


acima, dado que, de acordo com a redação publicada no DOU de 1943, o correto
é “senão” em vez de “então”, até mesmo para dar lógica ao trecho.

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SUM-447 ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. PERMANÊNCIA A BORDO


DURANTE O ABASTECIMENTO DA AERONAVE. INDEVIDO. Os
tripulantes e demais empregados em serviços auxiliares de transporte
aéreo que, no momento do abastecimento da aeronave, permanecem a
bordo não têm direito ao adicional de periculosidade a que aludem o art.
193 da CLT e o Anexo 2, item 1, "c", da NR 16 do MTE.

Aqui a temática é sobre periculosidade, assunto tratado na CLT e na Norma


Regulamentadora nº 16 do MTE (NR 16).

Vamos ler os dispositivos legais citados no verbete:

CLT, art. 193. São consideradas atividades ou operações perigosas, na


forma da regulamentação aprovada pelo Ministério do Trabalho e Emprego,
aquelas que, por sua natureza ou métodos de trabalho, impliquem risco
acentuado em virtude de exposição permanente do trabalhador a:

I - inflamáveis, explosivos ou energia elétrica;

II - roubos ou outras espécies de violência física nas atividades profissionais


de segurança pessoal ou patrimonial.

NR 16, Anexo 2, item 1.c:

ANEXO 2
ATIVIDADES E OPERAÇÕES PERIGOSAS COM INFLAMÁVEIS
1. São consideradas atividades ou operações perigosas, conferindo aos
trabalhadores que se dedicam a essas atividades ou operações, bem como
aqueles que operam na área de risco adicional de 30 (trinta) por cento, as
realizadas:

Atividades Adicional de 30%


(...) (...)
c. nos postos de reabastecimento todos os trabalhadores nessas atividades
de aeronaves. ou que operam na área de risco.

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Em conclusão, verifica-se que o TST entendeu não ser cabível o adicional


de periculosidade aos tripulantes e demais empregados que, durante o
abastecimento, permanecem a bordo (dentro da aeronave).

Isso se dá em virtude de não se ter vislumbrado a condição de risco acentuado


que ensejasse a percepção do referido adicional. Quanto ao texto da NR 16, pode-
se concluir que o Tribunal entendeu que a “área de risco” citada no Anexo 2, item
1.c não inclui o interior da aeronave.

--------

Por oportuno, ressaltamos a alteração legislativa promovida na CLT,


por meio da Lei 12.997/2014, em 18/6/2014. A referida Lei alterou o art. 193 da
CLT, incluindo o seguinte parágrafo 4º:

§ 4º - São também consideradas perigosas as atividades de


trabalhador em motocicleta.

Portanto, a partir de então, as atividades do trabalhador em motocicleta


foram incluídas no rol de atividades consideradas perigosas para fins de
percepção do respectivo adicional.

Assim, os motoboys em regime CLT passam a ter direito ao adicional


periculosidade de 30% calculado sobre o salário sem os acréscimos.

-------

Além dessas duas Súmulas transcritas acima, foram publicadas outras 7


decorrentes de conversão de OJs:

SUM-448 ATIVIDADE INSALUBRE. CARACTERIZAÇÃO. PREVISÃO NA


NORMA REGULAMENTADORA Nº 15 DA PORTARIA DO MINISTÉRIO DO
TRABALHO Nº 3.214/78. INSTALAÇÕES SANITÁRIAS.
I - Não basta a constatação da insalubridade por meio de laudo pericial para
que o empregado tenha direito ao respectivo adicional, sendo necessária a
classificação da atividade insalubre na relação oficial elaborada pelo
Ministério do Trabalho.

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II – A higienização de instalações sanitárias de uso público ou coletivo de


grande circulação, e a respectiva coleta de lixo, por não se equiparar à limpeza
em residências e escritórios, enseja o pagamento de adicional de insalubridade
em grau máximo, incidindo o disposto no Anexo 14 da NR-15 da Portaria do MTE
nº 3.214/78 quanto à coleta e industrialização de lixo urbano.

Esta Súmula 448 foi resultante da conversão da Orientação Jurisprudencial nº


4 da SBDI-1, com nova redação do item II.

SUM-449 MINUTOS QUE ANTECEDEM E SUCEDEM A JORNADA DE


TRABALHO. LEI Nº 10.243, DE 19.06.2001. NORMA
COLETIVA. FLEXIBILIZAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE.
A partir da vigência da Lei nº 10.243, de 19.06.2001, que acrescentou o § 1º ao
art. 58 da CLT, não mais prevalece cláusula prevista em convenção ou
acordo coletivo que elastece o limite de 5 minutos que antecedem e
sucedem a jornada de trabalho para fins de apuração das horas extras.

Esta Súmula 449 decorreu da conversão da Orientação Jurisprudencial nº


372 da SBDI-1.

SUM-450 FÉRIAS. GOZO NA ÉPOCA PRÓPRIA. PAGAMENTO FORA DO


PRAZO. DOBRA DEVIDA. ARTS. 137 E 145 DA CLT.
É devido o pagamento em dobro da remuneração de férias, incluído o terço
constitucional, com base no art. 137 da CLT, quando, ainda que gozadas na
época própria, o empregador tenha descumprido o prazo previsto no art.
145 do mesmo diploma legal.

A referida Súmula 450 resultou da conversão da Orientação Jurisprudencial


nº 386 da SBDI-1.

Portanto, se o empregador descumpre o prazo limite de 2 dias antes do início


do período de gozo de férias para pagar a respectiva remuneração de férias ao
empregado, ele deverá pagá-la em dobro, incluindo o terço constitucional. Ou
seja, o TST impôs ao empregador a mesma sanção pela concessão do período de
férias fora do período concessivo (art. 137 da CLT).

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O empregado deve gozar suas férias na época certa (período concessivo) e


com dinheiro no bolso (remuneração de férias até 2 dias antes). Do contrário, o
empregador pagará a remuneração de férias em dobro.

SUM-451 PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS E RESULTADOS. RESCISÃO


CONTRATUAL ANTERIOR À DATA DA DISTRIBUIÇÃO DOS LUCROS.
PAGAMENTO PROPORCIONAL AOS MESES TRABALHADOS. PRINCÍPIO DA
ISONOMIA.
Fere o princípio da isonomia instituir vantagem mediante acordo coletivo
ou norma regulamentar que condiciona a percepção da parcela
participação nos lucros e resultados ao fato de estar o contrato de trabalho
em vigor na data prevista para a distribuição dos lucros. Assim, inclusive
na rescisão contratual antecipada, é devido o pagamento da parcela de
forma proporcional aos meses trabalhados, pois o ex- empregado
concorreu para os resultados positivos da empresa.

A citada Súmula 451 resultou da conversão da Orientação Jurisprudencial


nº 390 da SBDI-1.

Portanto, ex-empregado também tem direito à participação nos lucros e


resultados referente ao período em que laborou na empresa. Assim, não pode o
empregador restringir tal recebimento a apenas os empregados que possuam
contrato de trabalho em vigor.

SUM-452 DIFERENÇAS SALARIAIS. PLANO DE CARGOS E SALÁRIOS.


DESCUMPRIMENTO. CRITÉRIOS DE PROMOÇÃO NÃO OBSERVADOS.
PRESCRIÇÃO PARCIAL.
Tratando-se de pedido de pagamento de diferenças salariais decorrentes
da inobservância dos critérios de promoção estabelecidos em Plano de
Cargos e Salários criado pela empresa, a prescrição aplicável é a parcial,
pois a lesão é sucessiva e se renova mês a mês.

A Súmula 452 foi decorrente da conversão da Orientação Jurisprudencial nº


404 da SBDI-1.

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SUM-453 ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. PAGAMENTO ESPONTÂNEO.


CARACTERIZAÇÃO DE FATO INCONTROVERSO. DESNECESSÁRIA A
PERÍCIA DE QUE TRATA O ART. 195 DA CLT
O pagamento de adicional de periculosidade efetuado por mera
liberalidade da empresa, ainda que de forma proporcional ao tempo de
exposição ao risco ou em percentual inferior ao máximo legalmente
previsto, dispensa a realização da prova técnica exigida pelo art. 195 da
CLT, pois torna incontroversa a existência do trabalho em condições
perigosas.

Esta Súmula 453 decorreu da conversão da Orientação Jurisprudencial nº


406 da SBDI-1.

SUM-455 EQUIPARAÇÃO SALARIAL. SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA.


ART. 37, XIII, DA CF/1988. POSSIBILIDADE.
À sociedade de economia mista não se aplica a vedação à equiparação prevista
no art. 37, XIII, da CF/1988, pois, ao admitir empregados sob o regime da CLT,
equipara-se a empregador privado, conforme disposto no art. 173, § 1º, II, da
CF/1988.

Por fim, a Súmula 455 foi resultante da conversão da Orientação


Jurisprudencial nº 353 da SBDI-1.

Portanto, ao todo, foram canceladas as OJ nº 4 (conversão da SUM-448),


353 (SUM-455), 372 (SUM-449), 386 (SUM-450), 387 (SUM-457), 390 (SUM-
451), 404 (SUM-452), 405 (SUM-458) e 406 (SUM-453).

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4.2. Súmulas alteradas

SUM-288 COMPLEMENTAÇÃO DOS PROVENTOS DA APOSENTADORIA


(inserção do item II à redação)
I - A complementação dos proventos da aposentadoria é regida pelas normas em
vigor na data da admissão do empregado, observando-se as alterações
posteriores desde que mais favoráveis ao beneficiário do direito.
II - Na hipótese de coexistência de dois regulamentos de planos de
previdência complementar, instituídos pelo empregador ou por entidade
de previdência privada, a opção do beneficiário por um deles tem efeito
jurídico de renúncia às regras do outro.

Aqui houve a inclusão do item II.

Este item aborda a temática da renúncia no direito do trabalho, e em


nosso curso (na Aula 01) já havíamos estudado outro verbete com disposição
bastante semelhante, que segue abaixo:

SUM-51 NORMA REGULAMENTAR. VANTAGENS E OPÇÃO PELO NOVO


REGULAMENTO. ART. 468 DA CLT
(...)
II - Havendo a coexistência de dois regulamentos da empresa, a opção do
empregado por um deles tem efeito jurídico de renúncia às regras do
sistema do outro.

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5. Alterações jurisprudenciais divulgadas em 2015

Além das alterações jurisprudenciais do TST, em 2015 houve a aprovação


da tão esperada regulamentação dos direitos dos empregados domésticos, por meio
da Lei Complementar nº 150, de junho de 2015.

5.1. Novas Súmulas do TST

Em 2015, não tivemos novas súmulas relacionados ao direito material do


trabalho. No que tange ao direito processual do trabalho, houve uma única nova
súmula, relativa a recurso de revista:

Nº 459 RECURSO DE REVISTA. NULIDADE POR NEGATIVA DE PRESTAÇÃO


JURISDICIONAL (conversão da Orientação Jurisprudencial nº 115 da SBDI-
1) - Res. 197/2015, DEJT divulgado em 14, 15 e 18.05.2015

5.2. Súmulas alteradas

Já com relação a alterações, tivemos 4 importantes alterações em 2015, a


saber: Súmulas nº 6, 362, 366 e 392.

SUM-6 EQUIPARAÇÃO SALARIAL. ART. 461 DA CLT


(...)
VI - Presentes os pressupostos do art. 461 da CLT, é irrelevante a circunstância
de que o desnível salarial tenha origem em decisão judicial que beneficiou o
paradigma, exceto:
a) se decorrente de vantagem pessoal ou de tese jurídica superada
pela jurisprudência de Corte Superior;
b) na hipótese de equiparação salarial em cadeia, suscitada em defesa, se o
empregador produzir prova do alegado fato modificativo, impeditivo ou
extintivo do direito à equiparação salarial em relação ao paradigma
remoto, considerada irrelevante, para esse efeito, a existência de diferença de
tempo de serviço na função superior a dois anos entre o reclamante e os
empregados paradigmas componentes da cadeia equiparatória, à exceção do
paradigma imediato.

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Houve uma alteração na redação do item VI da enorme Súmula 6 do TST,


que trata da equiparação salarial.

A redação anterior era a seguinte:

SUM-6, VI - Presentes os pressupostos do art. 461 da CLT, é irrelevante a


circunstância de que o desnível salarial tenha origem em decisão judicial
que beneficiou o paradigma, exceto se decorrente de vantagem pessoal, de
tese jurídica superada pela jurisprudência de Corte Superior ou, na hipótese
de equiparação salarial em cadeia suscitada em defesa, o reclamado
produzir prova do alegado fato modificativo, impeditivo ou extintivo do direito
à equiparação salarial em relação ao paradigma remoto.

Com efeito, incluiu-se uma ressalva à última exceção do item VI, deixando
claro que considera-se “irrelevante, para esse efeito, a existência de diferença
de tempo de serviço na função superior a dois anos entre o reclamante e os
empregados paradigmas componentes da cadeia equiparatória, à exceção do
paradigma imediato”.

Desta maneira, verifica-se que é possível a equiparação salarial mesmo


quando o desnível salarial decorra de decisão judicial, salvo quando:

1- A vantagem seja de natureza pessoal;

2- Envolva tese jurídica superada pela jurisprudência de Corte Superior;

Um exemplo prático relacionado à situação é mencionado por Ricardo


Resende29:

“(...) Imagine-se a hipótese de um empregado que conseguiu a


equiparação a um colega enquanto vigente a Súmula 76 do TST 30, a
qual previa a incorporação ao salário das horas extras habitualmente
prestadas. Nos termos do item VI da Súmula 6, este empregado não
pode ser invocado como paradigma em ação equiparatória ajuizada
agora, pois a referida Súmula já foi cancelada”.

29
RESENDE, Ricardo. Op. cit,. p. 547.
30
SUM-76 HORAS EXTRAS (cancelada)
O valor das horas suplementares prestadas habitualmente, por mais de 2 (dois) anos, ou durante todo o
contrato, se suprimidas, integra-se ao salário para todos os efeitos legais.

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3- Na equiparação em cadeia, quando não demonstrada a presença dos


requisitos da equiparação em relação ao paradigma que deu origem à pretensão.

Para facilitar, transcreve-se a SUM-6 e toda sua miríade de itens:

Súmula nº 6 do TST
EQUIPARAÇÃO SALARIAL. ART. 461 DA CLT (redação do item VI
alterada) – Res. 198/2015, republicada em razão de erro material – DEJT
divulgado em 12, 15 e 16.06.2015
I - Para os fins previstos no § 2º do art. 461 da CLT, só é válido o quadro de pessoal
organizado em carreira quando homologado pelo Ministério do Trabalho,
excluindo-se, apenas, dessa exigência o quadro de carreira das entidades de
direito público da administração direta, autárquica e fundacional aprovado por ato
administrativo da autoridade competente. (ex-Súmula nº 06 – alterada pela Res.
104/2000, DJ 20.12.2000)
II - Para efeito de equiparação de salários em caso de trabalho igual, conta-se o
tempo de serviço na função e não no emprego. (ex-Súmula nº 135 - RA
102/1982, DJ 11.10.1982 e DJ 15.10.1982)
III - A equiparação salarial só é possível se o empregado e o paradigma
exercerem a mesma função, desempenhando as mesmas tarefas, não importando
se os cargos têm, ou não, a mesma denominação. (ex-OJ da SBDI-1 nº 328 - DJ
09.12.2003)
IV - É desnecessário que, ao tempo da reclamação sobre equiparação salarial,
reclamante e paradigma estejam a serviço do estabelecimento, desde que o
pedido se relacione com situação pretérita. (ex-Súmula nº 22 - RA 57/1970, DO-
GB 27.11.1970)
V - A cessão de empregados não exclui a equiparação salarial, embora exercida a
função em órgão governamental estranho à cedente, se esta responde pelos
salários do paradigma e do reclamante. (ex-Súmula nº 111 - RA 102/1980, DJ
25.09.1980)
VI - Presentes os pressupostos do art. 461 da CLT, é irrelevante a
circunstância de que o desnível salarial tenha origem em decisão judicial
que beneficiou o paradigma, exceto: a) se decorrente de vantagem
pessoal ou de tese jurídica superada pela jurisprudência de Corte Superior;
b) na hipótese de equiparação salarial em cadeia, suscitada em defesa, se
o empregador produzir prova do alegado fato modificativo, impeditivo ou
extintivo do direito à equiparação salarial em relação ao paradigma
remoto, considerada irrelevante, para esse efeito, a existência

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de diferença de tempo de serviço na função superior a dois anos entre o


reclamante e os empregados paradigmas componentes da cadeia
equiparatória, à exceção do paradigma imediato.
VII - Desde que atendidos os requisitos do art. 461 da CLT, é possível a
equiparação salarial de trabalho intelectual, que pode ser avaliado por sua
perfeição técnica, cuja aferição terá critérios objetivos. (ex-OJ da SBDI-1 nº 298 -
DJ 11.08.2003)
VIII - É do empregador o ônus da prova do fato impeditivo, modificativo ou
extintivo da equiparação salarial. (ex-Súmula nº 68 - RA 9/1977, DJ 11.02.1977)
IX - Na ação de equiparação salarial, a prescrição é parcial e só alcança as
diferenças salariais vencidas no período de 5 (cinco) anos que precedeu o
ajuizamento. (ex-Súmula nº 274 - alterada pela Res. 121/2003, DJ 21.11.2003)
X - O conceito de "mesma localidade" de que trata o art. 461 da CLT refere-se,
em princípio, ao mesmo município, ou a municípios distintos que,
comprovadamente, pertençam à mesma região metropolitana. (ex-OJ da SBDI-1
nº 252 - inserida em 13.03.2002)

Súmula nº 362 do TST


FGTS. PRESCRIÇÃO (nova redação) - Res. 198/2015, republicada em
razão de erro material – DEJT divulgado em 12, 15 e 16.06.2015
I – Para os casos em que a ciência da lesão ocorreu a partir de 13.11.2014, é
quinquenal a prescrição do direito de reclamar contra o não-recolhimento de
contribuição para o FGTS, observado o prazo de dois anos após o término do
contrato;
II – Para os casos em que o prazo prescricional já estava em curso em
13.11.2014, aplica-se o prazo prescricional que se consumar primeiro: trinta
anos, contados do termo inicial, ou cinco anos, a partir de 13.11.2014 (STF-ARE-
709212/DF).

O TST reviu o teor da Súmula 362, para adequá-la ao novo entendimento


do STF no sentido de que a prescrição do FGTS não seria mais trintenária, mas
sim de cinco anos, consoante a prescrição trabalhista.

Em novembro de 2014, o STF, em sede de julgamento de recurso


extraordinário, com repercussão geral reconhecida (ARE 70912), havia entendido

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que a prescrição do FGTS deveria observar os mesmos cinco anos da prescrição


trabalhista, já que o FGTS é também um direito trabalhista constante do art. 7º
da CF.

Além disso, fazendo uso da modulação dos efeitos da sentença, o STF decidiu,
ainda, que o prazo prescricional de 5 anos somente valeria para os casos posteriores
à sua decisão, sendo que, para os casos antigos, ainda valeria o prazo que se
consumar primeiro: ou 30 anos do início da contagem do prazo; ou 5 anos a partir
da decisão.

Segue a redação anterior da SUM-362:

SUM-362 FGTS. PRESCRIÇÃO


É trintenária a prescrição do direito de reclamar contra o não-recolhimento
da contribuição para o FGTS, observado o prazo de 2 (dois) anos após o
término do contrato de trabalho.

Súmula nº 366 do TST


CARTÃO DE PONTO. REGISTRO. HORAS EXTRAS. MINUTOS QUE
ANTECEDEM E SUCEDEM A JORNADA DE TRABALHO (nova redação) -
Res. 197/2015 - DEJT divulgado em 14, 15 e 18.05.2015
Não serão descontadas nem computadas como jornada extraordinária as
variações de horário do registro de ponto não excedentes de cinco minutos,
observado o limite máximo de dez minutos diários. Se ultrapassado esse limite,
será considerada como extra a totalidade do tempo que exceder a jornada
normal, pois configurado tempo à disposição do empregador, não importando as
atividades desenvolvidas pelo empregado ao longo do tempo residual (troca de
uniforme, lanche, higiene pessoal, etc).

Houve uma alteração, ao final do verbete, para deixar mais clara sua redação
e reafirmando que tais períodos representam tempo à disposição do empregador,
qualquer que seja a atividade desenvolvida pelo empregado.

A redação anterior era a seguinte:

Redação original - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005

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Não serão descontadas nem computadas como jornada extraordinária as


variações de horário do registro de ponto não excedentes de cinco minutos,
observado o limite máximo de dez minutos diários. Se ultrapassado esse
limite, será considerada como extra a totalidade do tempo que exceder a
jornada normal. (ex-Ojs da SBDI-1 nºs 23 - inserida em 03.06.1996 - e
326 - DJ 09.12.2003)

--------

Embora relacionada ao direito processual, pela relevância, transcreve-se


também a SUM-392 do TST, que reafirma a competência da Justiça Trabalhista para
processar e julgar ações de indenização por danos moral e material:

Súmula nº 392 do TST


DANO MORAL E MATERIAL. RELAÇÃO DE TRABALHO. COMPETÊNCIA DA
JUSTIÇA DO TRABALHO (redação alterada em sessão do Tribunal Pleno
realizada em 27.10.2015) - Res. 200/2015, DEJT divulgado em
29.10.2015 e 03 e 04.11.2015
Nos termos do art. 114, inc. VI, da Constituição da República, a Justiça do Trabalho
é competente para processar e julgar ações de indenização por dano moral e
material, decorrentes da relação de trabalho, inclusive as oriundas de
acidente de trabalho e doenças a ele equiparadas, ainda que propostas pelos
dependentes ou sucessores do trabalhador falecido.

5.3. OJs canceladas

Houve o cancelamento de duas OJs da SDI-I do TST, a saber:

OJ SDI-I - 315. MOTORISTA. EMPRESA. ATIVIDADE


PREDOMINANTEMENTE RURAL. ENQUADRAMENTO COMO
TRABALHADOR RURAL (cancelada) - Res. 200/2015, DEJT divulgado
em 29.10.2015 e 03 e 04.11.2015
É considerado trabalhador rural o motorista que trabalha no âmbito de

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empresa cuja atividade é preponderantemente rural, considerando que, de


modo geral, não enfrenta o trânsito das estradas e cidades.

O cancelamento se deu em virtude de a OJ 315 conflitar com a Súmula


11731 do TST, mediante a qual se acata o conceito de categoria diferenciada,
desprendido da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), para efeito de não admitir
que motorista de Banco seja considerado bancário.

Diante disso entenderam inexistir "jurisprudência digna" para que se


compreenda que motorista de empresa rural deveria ser considerado rurícola. O
presidente da comissão complementou seus argumentos com fundamentos
propostos para o cancelamento da OJ 419.

OJ SDI-I - 419. ENQUADRAMENTO. EMPREGADO QUE EXERCE


ATIVIDADE EM EMPRESA AGROINDUSTRIAL. DEFINIÇÃO PELA
ATIVIDADE PREPONDERANTE DA EMPRESA. (cancelada) - Res.
200/2015, DEJT divulgado em 29.10.2015 e 03 e 04.11.2015
Considera-se rurícola, a despeito da atividade exercida, empregado que
presta serviços a empregador agroindustrial (art. 3º, § 1º, da Lei nº 5.889,
de 08.06.1973), visto que, neste caso, é a atividade preponderante da
empresa que determina o enquadramento.

O Pleno do TST acatou proposta da comissão de jurisprudência pelo


cancelamento da OJ por entender que a tese escolhida por esta orientação
jurisprudencial teve, à época de sua aprovação, tão somente que aplicar a
prescrição que beneficiava os rurícolas, não se discutindo a questão do
enquadramento sindical. Este fato causa nos dias de hoje "uma instabilidade jurídica
muito grande (...) com inúmeros conflitos intersindicais de representatividade".

A respeito do enquadramento do rurícola, portanto, restou a OJ-SDI1-3832.

31
SUM-117: Não se beneficiam do regime legal relativo aos bancários os empregados de estabelecimento de
crédito pertencentes a categorias profissionais diferenciadas.
32
OJ-SDI1-38: O empregado que trabalha em empresa de reflorestamento, cuja atividade está diretamente
ligada ao manuseio da terra e de matéria-prima, é rurícola e não industriário, (...) pouco importando que o
fruto de seu trabalho seja destinado à indústria (...)

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6. Conclusão

Bom pessoal,

Encerrados os comentários necessários sobre as atualizações


jurisprudenciais, fazemos alguns esclarecimentos adicionais.

O próximo item deste arquivo compila todos os verbetes comentados, nas


redações pretérita e atual, de modo que o(a) concurseiro(a) possa comparar as
redações após terem lido os comentários feitos em aula.

O Direito do Trabalho é muito dinâmico, e exemplo disto foram as diversas


alterações ocorridas e tratadas na aula de hoje. Vai parar por aí? Não.

Certamente novos verbetes surgirão, outros serão alterados e, é claro,


novas alterações legislativas continuarão a ser publicadas.

Neste contexto, o(a) concurseiro(a) deve sempre manter-se atento às


mudanças ocorridas que podem aparecer nas provas de concurso.

Elaboramos este material com o maior cuidado possível, mas sempre


haverá aspectos a melhorar. Caso, durante a leitura, tenha identificado algo que
possa ser alvo de sugestão, observação, crítica, correção, etc., por favor entrem
em contato conosco ;-)

Aproveitamos para agradecer a todos que valorizam nosso trabalho e


adquirem os cursos honestamente através do site Estratégia Concursos.

Grande abraço e bons estudos,

Prof. Mário Pinheiro Prof. Antonio Daud Jr

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7. Lista das Súmulas e OJ comentadas na aula

SUM-6 EQUIPARAÇÃO SALARIAL. ART. 461 DA CLT


I - Para os fins previstos no § 2º do art. 461 da CLT, só é válido o quadro de pessoal
organizado em carreira quando homologado pelo Ministério do Trabalho, excluindo-
se, apenas, dessa exigência o quadro de carreira das entidades de direito público
da administração direta, autárquica e fundacional aprovado por ato administrativo
da autoridade competente.
II - Para efeito de equiparação de salários em caso de trabalho igual, conta-se o
tempo de serviço na função e não no emprego.
III - A equiparação salarial só é possível se o empregado e o paradigma
exercerem a mesma função, desempenhando as mesmas tarefas, não importando
se os cargos têm, ou não, a mesma denominação.
IV - É desnecessário que, ao tempo da reclamação sobre equiparação salarial,
reclamante e paradigma estejam a serviço do estabelecimento, desde que o
pedido se relacione com situação pretérita.
V - A cessão de empregados não exclui a equiparação salarial, embora exercida a
função em órgão governamental estranho à cedente, se esta responde pelos
salários do paradigma e do reclamante.
VI - Presentes os pressupostos do art. 461 da CLT, é irrelevante a circunstância
de que o desnível salarial tenha origem em decisão judicial que beneficiou o
paradigma, exceto: a) se decorrente de vantagem pessoal ou de tese jurídica
superada pela jurisprudência de Corte Superior; b) na hipótese de equiparação
salarial em cadeia, suscitada em defesa, se o empregador produzir prova do alegado
fato modificativo, impeditivo ou extintivo do direito à equiparação salarial em
relação ao paradigma remoto, considerada irrelevante, para esse efeito, a
existência de diferença de tempo de serviço na função superior a dois anos entre
o reclamante e os empregados paradigmas componentes da cadeia equiparatória,
à exceção do paradigma imediato.
VI - Presentes os pressupostos do art. 461 da CLT, é irrelevante a circunstância
de que o desnível salarial tenha origem em decisão judicial que beneficiou o
paradigma, exceto se decorrente de vantagem pessoal, de tese jurídica superada
pela jurisprudência de Corte Superior ou, na hipótese de equiparação salarial em
cadeia suscitada em defesa, o reclamado produzir prova do alegado fato
modificativo, impeditivo ou extintivo do direito à equiparação salarial em relação ao
paradigma remoto.

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VII - Desde que atendidos os requisitos do art. 461 da CLT, é possível a equiparação
salarial de trabalho intelectual, que pode ser avaliado por sua perfeição técnica,
cuja aferição terá critérios objetivos.
VIII - É do empregador o ônus da prova do fato impeditivo, modificativo ou extintivo
da equiparação salarial.
IX - Na ação de equiparação salarial, a prescrição é parcial e só alcança as
diferenças salariais vencidas no período de 5 (cinco) anos que precedeu o
ajuizamento.
X - O conceito de "mesma localidade" de que trata o art. 461 da CLT refere-se,
em princípio, ao mesmo município, ou a municípios distintos que,
comprovadamente, pertençam à mesma região metropolitana.

SUM-10 PROFESSOR
É assegurado aos professores o pagamento dos salários no período de férias
escolares. Se despedido sem justa causa ao terminar o ano letivo ou no curso
dessas férias, faz jus aos referidos salários.

SUM-10 PROFESSOR. DISPENSA SEM JUSTA CAUSA. TÉRMINO DO ANO LETIVO


OU NO CURSO DE FÉRIAS ESCOLARES. AVISO PRÉVIO.
O direito aos salários assegurados (artigo 322, caput e parágrafo 3º da CLT) não
exclui o direito também ao aviso prévio, na hipótese de dispensa sem justa causa
ao término do ano letivo ou no curso das férias escolares.

SUM-124 BANCÁRIO. HORA DE SALÁRIO. DIVISOR


Para o cálculo do valor do salário-hora do bancário mensalista, o divisor a ser
adotado é 180 (cento e oitenta).

SUM-124 BANCÁRIO. SALÁRIO-HORA. DIVISOR.


I - O divisor aplicável para o cálculo das horas extras do bancário, se houver
ajuste individual expresso ou coletivo no sentido de considerar o sábado como dia
de descanso remunerado, será:
a) 150, para os empregados submetidos à jornada de seis horas, prevista no
caput do art. 224 da CLT;
b) 200, para os empregados submetidos à jornada de oito horas, nos termos do §
2º do art. 224 da CLT.
II – Nas demais hipóteses, aplicar-se-á o divisor:
a) 180, para os empregados submetidos à jornada de seis horas prevista no
caput do art. 224 da CLT;
b) 220, para os empregados submetidos à jornada de oito horas, nos termos do §
2º do art. 224 da CLT.

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SUM-228 ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. BASE DE CÁLCULO (Súmula cuja


eficácia está suspensa por decisão liminar do Supremo Tribunal Federal)
A partir de 9 de maio de 2008, data da publicação da Súmula Vinculante nº 4 do
Supremo Tribunal Federal, o adicional de insalubridade será calculado sobre o
salário básico, salvo critério mais vantajoso fixado em instrumento coletivo.

SUM-244 GESTANTE. ESTABILIDADE PROVISÓRIA


I - O desconhecimento do estado gravídico pelo empregador não afasta o direito ao
pagamento da indenização decorrente da estabilidade (art. 10, II, "b" do
ADCT).
II - A garantia de emprego à gestante só autoriza a reintegração se esta se der
durante o período de estabilidade. Do contrário, a garantia restringe-se aos
salários e demais direitos correspondentes ao período de estabilidade.
III - Não há direito da empregada gestante à estabilidade provisória na hipótese de
admissão mediante contrato de experiência, visto que a extinção da relação de
emprego, em face do término do prazo, não constitui dispensa arbitrária ou sem
justa causa.
III – A empregada gestante tem direito à estabilidade provisória prevista no art.10,
inciso II, alínea b, do ADCT, mesmo na hipótese de admissão mediante contrato
por tempo determinado.

SUM-277 SENTENÇA NORMATIVA. CONVENÇÃO OU ACORDO COLETIVOS.


VIGÊNCIA. REPERCUSSÃO NOS CONTRATOS DE TRABALHO
I - As condições de trabalho alcançadas por força de sentença normativa, convenção
ou acordos coletivos vigoram no prazo assinado, não integrando, de
forma definitiva, os contratos individuais de trabalho.
II – Ressalva-se da regra enunciada no item I o período compreendido entre
23.12.1992 e 28.07.1995, em que vigorou a Lei nº 8.542, revogada pela Medida
Provisória nº 1.709, convertida na Lei nº 10.192, de 14.02.2001.

SUM-277 CONVENÇÃO COLETIVA DE TRABALHO OU ACORDO COLETIVO DE


TRABALHO. EFICÁCIA. ULTRATIVIDADE.
As cláusulas normativas dos acordos coletivos ou convenções coletivas integram
os contratos individuais de trabalho e somente poderão ser modificadas ou
suprimidas mediante negociação coletiva de trabalho.

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SUM-288 COMPLEMENTAÇÃO DOS PROVENTOS DA APOSENTADORIA (inserção do


item II à redação)
I - A complementação dos proventos da aposentadoria é regida pelas normas em
vigor na data da admissão do empregado, observando-se as alterações
posteriores desde que mais favoráveis ao beneficiário do direito.
II - Na hipótese de coexistência de dois regulamentos de planos de previdência
complementar, instituídos pelo empregador ou por entidade de previdência privada,
a opção do beneficiário por um deles tem efeito jurídico de renúncia às
regras do outro.

SUM-343 BANCÁRIO. HORA DE SALÁRIO. DIVISOR


O bancário sujeito à jornada de 8 (oito) horas (art. 224, § 2º, da CLT), após a
CF/1988, tem salário-hora calculado com base no divisor 220 (duzentos e vinte),
não mais 240 (duzentos e quarenta).

Súmula nº 362 do TST


FGTS. PRESCRIÇÃO (nova redação) - Res. 198/2015, republicada em razão de erro
material – DEJT divulgado em 12, 15 e 16.06.2015
I – Para os casos em que a ciência da lesão ocorreu a partir de 13.11.2014, é
quinquenal a prescrição do direito de reclamar contra o não-recolhimento de
contribuição para o FGTS, observado o prazo de dois anos após o término do
contrato;
II – Para os casos em que o prazo prescricional já estava em curso em
13.11.2014, aplica-se o prazo prescricional que se consumar primeiro: trinta
anos, contados do termo inicial, ou cinco anos, a partir de 13.11.2014 (STF-ARE-
709212/DF).

SUM-362 FGTS. PRESCRIÇÃO


É trintenária a prescrição do direito de reclamar contra o não-recolhimento da
contribuição para o FGTS, observado o prazo de 2 (dois) anos após o término do
contrato de trabalho.

Súmula nº 366 do TST


CARTÃO DE PONTO. REGISTRO. HORAS EXTRAS. MINUTOS QUE ANTECEDEM E
SUCEDEM A JORNADA DE TRABALHO (nova redação) - Res. 197/2015 - DEJT
divulgado em 14, 15 e 18.05.2015

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Não serão descontadas nem computadas como jornada extraordinária as


variações de horário do registro de ponto não excedentes de cinco minutos,
observado o limite máximo de dez minutos diários. Se ultrapassado esse limite,
será considerada como extra a totalidade do tempo que exceder a jornada
normal, pois configurado tempo à disposição do empregador, não importando as
atividades desenvolvidas pelo empregado ao longo do tempo residual (troca de
uniforme, lanche, higiene pessoal, etc).

Súmula nº 366 do TST


Não serão descontadas nem computadas como jornada extraordinária as
variações de horário do registro de ponto não excedentes de cinco minutos,
observado o limite máximo de dez minutos diários. Se ultrapassado esse limite,
será considerada como extra a totalidade do tempo que exceder a jornada
normal. (ex-Ojs da SBDI-1 nºs 23 - inserida em 03.06.1996 - e 326 - DJ
09.12.2003)

SUM-369 DIRIGENTE SINDICAL. ESTABILIDADE PROVISÓRIA


I - É indispensável a comunicação, pela entidade sindical, ao empregador, na forma
do § 5º do art. 543 da CLT.
I – É assegurada a estabilidade provisória ao empregado dirigente sindical, ainda
que a comunicação do registro da candidatura ou da eleição e da posse seja
realizada fora do prazo previsto no art. 543, § 5º, da CLT, desde que a ciência ao
empregador, por qualquer meio, ocorra na vigência do contrato de trabalho.
II - O art. 522 da CLT foi recepcionado pela Constituição Federal de 1988. Fica
limitada, assim, a estabilidade a que alude o art. 543, § 3.º, da CLT a sete dirigentes
sindicais e igual número de suplentes.
III - O empregado de categoria diferenciada eleito dirigente sindical só goza de
estabilidade se exercer na empresa atividade pertinente à categoria profissional
do sindicato para o qual foi eleito dirigente.
IV - Havendo extinção da atividade empresarial no âmbito da base territorial do
sindicato, não há razão para subsistir a estabilidade.

SUM-378 ESTABILIDADE PROVISÓRIA. ACIDENTE DO TRABALHO. ART. 118 DA


LEI Nº 8.213/1991. CONSTITUCIONALIDADE. PRESSUPOSTOS
I - É constitucional o artigo 118 da Lei nº 8.213/1991 que assegura o direito à
estabilidade provisória por período de 12 meses após a cessação do auxílio- doença
ao empregado acidentado.
II - São pressupostos para a concessão da estabilidade o afastamento superior a
15 dias e a conseqüente percepção do auxílio-doença acidentário, salvo se

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constatada, após a despedida, doença profissional que guarde relação de


causalidade com a execução do contrato de emprego.
III - O empregado submetido a contrato de trabalho por tempo determinado goza
da garantia provisória de emprego, decorrente de acidente de trabalho, prevista
no art. 118 da Lei nº 8.213/1991.

SUM-428 SOBREAVISO
O uso de aparelho de intercomunicação, a exemplo de BIP, “pager” ou aparelho
celular, pelo empregado, por si só, não caracteriza o regime de sobreaviso, uma
vez que o empregado não permanece em sua residência aguardando, a qualquer
momento, convocação para o serviço.

SUM-428 SOBREAVISO. APLICAÇÃO ANALÓGICA DO ART. 244, § 2º DA CLT


I - O uso de instrumentos telemáticos ou informatizados fornecidos pela empresa
ao empregado, por si só, não caracteriza regime de sobreaviso.
II – Considera-se em sobreaviso o empregado que, à distancia e submetido a
controle patronal por instrumentos telemáticos ou informatizados, permanecer
em regime de plantão ou equivalente, aguardando a qualquer momento o chamado
para o serviço durante o período de descanso.

SUM-430 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA INDIRETA. CONTRATAÇÃO. AUSÊNCIA DE


CONCURSO PÚBLICO. NULIDADE. ULTERIOR PRIVATIZAÇÃO. CONVALIDAÇÃO.
INSUBSISTÊNCIA DO VÍCIO
Convalidam-se os efeitos do contrato de trabalho que, considerado nulo por
ausência de concurso público, quando celebrado originalmente com ente da
Administração Pública Indireta, continua a existir após a sua privatização.

SUM-431 SALÁRIO-HORA. 40 HORAS SEMANAIS. CÁLCULO. APLICAÇÃO DO


DIVISOR 200.
Aplica-se o divisor 200 (duzentos) para o cálculo do valor do salário-hora do
empregado sujeito a 40 (quarenta) horas semanais de trabalho.

SUM-431 SALÁRIO HORA. EMPREGADO SUJEITO AO REGIME GERAL DE


TRABALHO (art. 58, caput, da CLT). 40 HORAS SEMANAIS. CÁLCULO. APLICAÇÃO
DO DIVISOR 200.

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Para os empregados a que alude o art. 5833, caput, da CLT, quando sujeitos a 40
horas semanais de trabalho, aplica-se o divisor 200 para o cálculo do valor do
salário hora.

OJ-SDI1-342 INTERVALO INTRAJORNADA PARA REPOUSO E ALIMENTAÇÃO. NÃO


CONCESSÃO OU REDUÇÃO. PREVISÃO EM NORMA COLETIVA. INVALIDADE.
EXCEÇÃO AOS CONDUTORES DE VEÍCULOS RODOVIÁRIOS, EMPREGADOS EM
EMPRESAS DE TRANSPORTE COLETIVO URBANO.
I - É inválida cláusula de acordo ou convenção coletiva de trabalho contemplando
a supressão ou redução do intervalo intrajornada porque este constitui medida de
higiene, saúde e segurança do trabalho, garantido por norma de ordem pública (art.
71 da CLT e art. 7º, XXII, da CF/1988), infenso à negociação coletiva.
II – Ante a natureza do serviço e em virtude das condições especiais de trabalho
a que são submetidos estritamente os condutores e cobradores de veículos
rodoviários, empregados em empresas de transporte público coletivo urbano, é
válida cláusula de acordo ou convenção coletiva de trabalho contemplando a
redução do intervalo intrajornada, desde que garantida a redução da jornada
para, no mínimo, sete horas diárias ou quarenta e duas semanais, não
prorrogada, mantida a mesma remuneração e concedidos intervalos para
descanso menores e fracionados ao final de cada viagem, não descontados da
jornada.

SUM-437 INTERVALO INTRAJORNADA PARA REPOUSO E ALIMENTAÇÃO.


APLICAÇÃO DO ART. 71 DA CLT.
I – Após a edição da Lei nº 8.923/94, a não-concessão total ou a concessão
parcial do intervalo intrajornada mínimo, para repouso e alimentação a
empregados urbanos e rurais, implica o pagamento total do período
correspondente, e não apenas daquele suprimido, com acréscimo de, no mínimo,
50% sobre o valor da remuneração da hora normal de trabalho (art. 71 da CLT),
sem prejuízo do cômputo da efetiva jornada de labor para efeito de remuneração.
II - É inválida cláusula de acordo ou convenção coletiva de trabalho
contemplando a supressão ou redução do intervalo intrajornada porque este
constitui medida de higiene, saúde e segurança do trabalho, garantido por norma
de ordem pública (art. 71 da CLT e art. 7º, XXII, da CF/1988), infenso à
negociação coletiva.

33
CLT, art. 58 - A duração normal do trabalho, para os empregados em qualquer atividade privada, não
excederá de 8 (oito) horas diárias, desde que não seja fixado expressamente outro limite.

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III – Possui natureza salarial a parcela prevista no art. 71, § 4º, da CLT, com
redação introduzida pela Lei nº 8.923, de 27 de julho de 1994, quando não
concedido ou reduzido pelo empregador o intervalo mínimo intrajornada para
repouso e alimentação, repercutindo, assim, no cálculo de outras parcelas salariais.
IV – Ultrapassada habitualmente a jornada de seis horas de trabalho, é devido o
gozo do intervalo intrajornada mínimo de uma hora, obrigando o empregador a
remunerar o período para descanso e alimentação não usufruído como extra,
acrescido do respectivo adicional, na forma prevista no art. 71, caput e § 4º, da
CLT.
SUM-438 INTERVALO PARA RECUPERAÇÃO TÉRMICA DO EMPREGADO. AMBIENTE
ARTIFICIALMENTE FRIO. HORAS EXTRAS. ART. 253 DA CLT. APLICAÇÃO
ANALÓGICA.
O empregado submetido a trabalho contínuo em ambiente artificialmente frio, nos
termos do parágrafo único do art. 253 da CLT, ainda que não labore em câmara
frigorífica, tem direito ao intervalo intrajornada previsto no caput do art. 253 da
CLT.

SUM-440 AUXÍLIO-DOENÇA ACIDENTÁRIO. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ.


SUSPENSÃO DO CONTRATO DE TRABALHO. RECONHECIMENTO DO DIREITO À
MANUTENÇÃO DE PLANO DE SAÚDE OU DE ASSISTÊNCIA MÉDICA.
Assegura-se o direito à manutenção de plano de saúde, ou de assistência médica,
oferecido pela empresa ao empregado, não obstante suspenso o contrato de
trabalho em virtude de auxílio-doença acidentário ou de aposentadoria por
invalidez.

SUM-443 DISPENSA DISCRIMINATÓRIA. PRESUNÇÃO. EMPREGADO PORTADOR


DE DOENÇA GRAVE. ESTIGMA OU PRECONCEITO. DIREITO À REINTEGRAÇÃO.
Presume-se discriminatória a despedida de empregado portador do vírus HIV ou
de outra doença grave que suscite estigma ou preconceito. Inválido o ato o
empregado tem direito à reintegração no emprego.

SUM-444 JORNADA DE TRABALHO. ESCALA DE 12 POR 36. VALIDADE.


É valida, em caráter excepcional, a jornada de 12 horas de trabalho por trinta e
seis de descanso, prevista em lei ou ajustada exclusivamente mediante acordo
coletivo de trabalho ou convenção coletiva de trabalho, assegurada a
remuneração em dobro dos feriados trabalhados. O empregado não tem direito

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ao pagamento de adicional referente ao labor prestado na décima primeira e décima


segunda horas.

OJ-SDI1-84 AVISO PRÉVIO. PROPORCIONALIDADE


A proporcionalidade do aviso prévio, com base no tempo de serviço, depende da
legislação regulamentadora, visto que o art. 7º, inc. XXI, da CF/1988 não é
autoaplicável.

SUM-441 AVISO PRÉVIO. PROPORCIONALIDADE.


O direito ao aviso prévio proporcional ao tempo de serviço somente é assegurado
nas rescisões de contrato de trabalho ocorridas a partir da publicação da Lei nº
12.506, em 13 de outubro de 2011.

SUM-446 MAQUINISTA FERROVIÁRIO. INTERVALO INTRAJORNADA. SUPRESSÃO


PARCIAL OU TOTAL. HORAS EXTRAS DEVIDAS. COMPATIBILIDADE ENTRE OS
ARTS. 71, § 4º, E 238, § 5º, DA CLT.
A garantia ao intervalo intrajornada, prevista no art. 71 da CLT, por constituir-se
em medida de higiene, saúde e segurança do empregado, é aplicável também ao
ferroviário maquinista integrante da categoria "c" (equipagem de trem em geral),
não havendo incompatibilidade entre as regras inscritas nos arts. 71, § 4º, e 238,
§ 5º, da CLT.

SUM-447 ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. PERMANÊNCIA A BORDO DURANTE O


ABASTECIMENTO DA AERONAVE. INDEVIDO.
Os tripulantes e demais empregados em serviços auxiliares de transporte aéreo
que, no momento do abastecimento da aeronave, permanecem a bordo não têm
direito ao adicional de periculosidade a que aludem o art. 193 da CLT e o Anexo
2, item 1, "c", da NR 16 do MTE.

SUM-448 ATIVIDADE INSALUBRE. CARACTERIZAÇÃO. PREVISÃO NA NORMA


REGULAMENTADORA Nº 15 DA PORTARIA DO MINISTÉRIO DO TRABALHO Nº
3.214/78. INSTALAÇÕES SANITÁRIAS.
I - Não basta a constatação da insalubridade por meio de laudo pericial para que
o empregado tenha direito ao respectivo adicional, sendo necessária a
classificação da atividade insalubre na relação oficial elaborada pelo Ministério do
Trabalho.
II – A higienização de instalações sanitárias de uso público ou coletivo de grande
circulação, e a respectiva coleta de lixo, por não se equiparar à limpeza em
residências e escritórios, enseja o pagamento de adicional de insalubridade em

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grau máximo, incidindo o disposto no Anexo 14 da NR-15 da Portaria do MTE nº


3.214/78 quanto à coleta e industrialização de lixo urbano.

SUM-449 MINUTOS QUE ANTECEDEM E SUCEDEM A JORNADA DE TRABALHO. LEI


Nº 10.243, DE 19.06.2001. NORMA COLETIVA. FLEXIBILIZAÇÃO.
IMPOSSIBILIDADE.
A partir da vigência da Lei nº 10.243, de 19.06.2001, que acrescentou o § 1º ao
art. 58 da CLT, não mais prevalece cláusula prevista em convenção ou acordo
coletivo que elastece o limite de 5 minutos que antecedem e sucedem a jornada
de trabalho para fins de apuração das horas extras.

SUM-450 FÉRIAS. GOZO NA ÉPOCA PRÓPRIA. PAGAMENTO FORA DO PRAZO.


DOBRA DEVIDA. ARTS. 137 E 145 DA CLT.
É devido o pagamento em dobro da remuneração de férias, incluído o terço
constitucional, com base no art. 137 da CLT, quando, ainda que gozadas na
época própria, o empregador tenha descumprido o prazo previsto no art. 145 do
mesmo diploma legal.

SUM-451 PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS E RESULTADOS. RESCISÃO CONTRATUAL


ANTERIOR À DATA DA DISTRIBUIÇÃO DOS LUCROS. PAGAMENTO
PROPORCIONAL AOS MESES TRABALHADOS. PRINCÍPIO DA ISONOMIA.
Fere o princípio da isonomia instituir vantagem mediante acordo coletivo ou
norma regulamentar que condiciona a percepção da parcela participação nos
lucros e resultados ao fato de estar o contrato de trabalho em vigor na data prevista
para a distribuição dos lucros. Assim, inclusive na rescisão contratual antecipada, é
devido o pagamento da parcela de forma proporcional aos meses trabalhados, pois
o ex-empregado concorreu para os resultados positivos da empresa.

SUM-452 DIFERENÇAS SALARIAIS. PLANO DE CARGOS E SALÁRIOS.


DESCUMPRIMENTO. CRITÉRIOS DE PROMOÇÃO NÃO OBSERVADOS. PRESCRIÇÃO
PARCIAL.
Tratando-se de pedido de pagamento de diferenças salariais decorrentes da
inobservância dos critérios de promoção estabelecidos em Plano de Cargos e
Salários criado pela empresa, a prescrição aplicável é a parcial, pois a lesão é
sucessiva e se renova mês a mês.

SUM-453 ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. PAGAMENTO ESPONTÂNEO.


CARACTERIZAÇÃO DE FATO INCONTROVERSO. DESNECESSÁRIA A PERÍCIA DE
QUE TRATA O ART. 195 DA CLT

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O pagamento de adicional de periculosidade efetuado por mera liberalidade da


empresa, ainda que de forma proporcional ao tempo de exposição ao risco ou em
percentual inferior ao máximo legalmente previsto, dispensa a realização da
prova técnica exigida pelo art. 195 da CLT, pois torna incontroversa a existência do
trabalho em condições perigosas.

SUM-455 EQUIPARAÇÃO SALARIAL. SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA. ART. 37,


XIII, DA CF/1988. POSSIBILIDADE.
À sociedade de economia mista não se aplica a vedação à equiparação prevista
no art. 37, XIII, da CF/1988, pois, ao admitir empregados sob o regime da CLT,
equipara-se a empregador privado, conforme disposto no art. 173, § 1º, II, da
CF/1988.

OJ-SDI1-173 ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. RAIOS SOLARES. INDEVIDO


Em face da ausência de previsão legal, indevido o adicional de insalubridade ao
trabalhador em atividade a céu aberto (art. 195, CLT e NR 15 MTb, Anexo 7).

OJ-SDI1-173 ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. ATIVIDADE A CÉU ABERTO.


EXPOSIÇÃO AO SOL E AO CALOR.
I – Ausente previsão legal, indevido o adicional de insalubridade ao trabalhador
em atividade a céu aberto por sujeição à radiação solar (art. 195 da CLT e Anexo
7 da NR 15 da Portaria Nº 3.214/78 do MTE).
II – Tem direito à percepção ao adicional de insalubridade o empregado que
exerce atividade exposto ao calor acima dos limites de tolerância, inclusive em
ambiente externo com carga solar, nas condições previstas no Anexo 3 da NR 15
da Portaria Nº 3.214/78 do MTE.

OJ-SDI1-235 HORAS EXTRAS. SALÁRIO POR PRODUÇÃO


O empregado que recebe salário por produção e trabalha em sobrejornada tem
direito à percepção apenas do adicional de horas extras, exceto no caso do
empregado cortador de cana, a quem é devido o pagamento das horas extras e
do adicional respectivo.

OJ SDI-I - 315. MOTORISTA. EMPRESA. ATIVIDADE PREDOMINANTEMENTE RURAL.


ENQUADRAMENTO COMO TRABALHADOR RURAL (cancelada) - Res.
200/2015, DEJT divulgado em 29.10.2015 e 03 e 04.11.2015
É considerado trabalhador rural o motorista que trabalha no âmbito de empresa
cuja atividade é preponderantemente rural, considerando que, de modo geral,
não enfrenta o trânsito das estradas e cidades.

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Alterações Jurisprudenciais do TST de 2012 a
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OJ-SDI1-413 AUXÍLIO-ALIMENTAÇÃO. ALTERAÇÃO DA NATUREZA JURÍDICA.


NORMA COLETIVA OU ADESÃO AO PAT.
A pactuação em norma coletiva conferindo caráter indenizatório à verba “auxílio-
alimentação” ou a adesão posterior do empregador ao Programa de Alimentação do
Trabalhador — PAT — não altera a natureza salarial da parcela, instituída
anteriormente, para aqueles empregados que, habitualmente, já percebiam o
benefício, a teor das Súmulas nos 51, I, e 241 do TST.

OJ-SDI1-417 PRESCRIÇÃO. RURÍCOLA. EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 28, DE


26.05.2000. CONTRATO DE TRABALHO EM CURSO.
Não há prescrição total ou parcial da pretensão do trabalhador rural que reclama
direitos relativos a contrato de trabalho que se encontrava em curso à época da
promulgação da Emenda Constitucional nº 28, de 26.05.2000, desde que
ajuizada a demanda no prazo de cinco anos de sua publicação, observada a
prescrição bienal.

OJ-SDI1-418 EQUIPARAÇÃO SALARIAL. PLANO DE CARGOS E SALÁRIOS.


APROVAÇÃO POR INSTRUMENTO COLETIVO. AUSÊNCIA DE ALTERNÂNCIA DE
CRITÉRIOS DE PROMOÇÃO POR ANTIGUIDADE E MERECIMENTO.
Não constitui óbice à equiparação salarial a existência de plano de cargos e
salários que, referendado por norma coletiva, prevê critério de promoção apenas
por merecimento ou antiguidade, não atendendo, portanto, o requisito de
alternância dos critérios, previsto no art. 461, § 2º, da CLT.

OJ-SDI1-419 ENQUADRAMENTO. EMPREGADO QUE EXERCE ATIVIDADE EM


EMPRESA AGROINDUSTRIAL. DEFINIÇÃO PELA ATIVIDADE PREPONDERANTE DA
EMPRESA.
Considera-se rurícola empregado que, a despeito da atividade exercida, presta
serviços a empregador agroindustrial (art. 3º, § 1º, da Lei nº 5.889, de
08.06.1973), visto que, neste caso, é a atividade preponderante da empresa que
determina o enquadramento.

OJ-SDI1-420 TURNOS ININTERRUPTOS DE REVEZAMENTO. ELASTECIMENTO DA


JORNADA DE TRABALHO. NORMA COLETIVA COM EFICÁCIA RETROATIVA.
INVALIDADE.
É inválido o instrumento normativo que, regularizando situações pretéritas,
estabelece jornada de oito horas para o trabalho em turnos ininterruptos de
revezamento.

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OJ-SDC-5 DISSÍDIO COLETIVO CONTRA PESSOA JURÍDICA DE DIREITO


PÚBLICO. IMPOSSIBILIDADE JURÍDICA
Aos servidores públicos não foi assegurado o direito ao reconhecimento de
acordos e convenções coletivos de trabalho, pelo que, por conseguinte, também
não lhes é facultada a via do dissídio coletivo, à falta de previsão legal.

OJ-SDC-5 DISSÍDIO COLETIVO. PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PÚBLICO.


POSSIBILIDADE JURÍDICA. CLÁUSULA DE NATUREZA SOCIAL.
Em face de pessoa jurídica de direito público que mantenha empregados, cabe
dissídio coletivo exclusivamente para apreciação de cláusulas de natureza social.
Inteligência da Convenção nº 151 da Organização Internacional do Trabalho,
ratificada pelo Decreto Legislativo nº 206/2010.

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