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Informativo TST2021 nº 20

Entregamos mais um PDF específico do curso de atualização


jurisprudencial TST 2021. As decisões aqui inseridas poderão ser destacadas
para comporem um dos módulos com comentários por escrito e/ou por vídeo, ou
seja, o que está aqui no PDF será disponibilizado também dentro dos módulos,
pra facilitar uma pesquisa futura. Para que a leitura fique mais agradável, vamos
limitar o Informativo a 11 decisões e, com isso, você receberá mais de um
Informativo por semana.

Este PDF será utilizado na Live com PDF, no domingo, 16 de maio de


2021, às 11:00 horas, pelo instagram e YouTube.

Dois avisos.

Amanhã, estarão abertas as matrículas da Turma 2 do Audiência4.0, o


melhor e mais completo treinamento de audiências trabalhistas, com o professor
José Antônio Ribeiro.

Quem quiser conhecer um pouco do magnífico trabalho feito pelo


professor José Antônio, pode assistir as 3 aulas da SEMANA DAS AUDIÊNCIAS
TRABALHISTAS, que estarão disponíveis até às 23h59 de hoje, pelo link
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Amanhã, na bio do perfil @audiencia4.0, haverá um link com todas as


informações do curso, com destaque que há um bônus especial de um curso de
Tutelas de Urgência no Processo do Trabalho, gravado pelo professor José
Antônio e um desconto de R$ 300,00 para o primeiro dia de inscrições.

E quem tiver interesse de adquirir o Manual das Audiências Trabalhistas,


do professor José Antônio Ribeiro, pode acessar o site da editora Juspodium e
utilizar o cupom AUDIENCIAS2021, que dá um desconto bem bacana. É o único
livro do mercado hoje que tem um capítulo específico sistematizando a prática
das audiências por videoconferência.

O segundo aviso é que estão abertas as inscrições para o treinamento


gratuito PRÁTICA DOS RECURSOS TRABALHISTAS. Será realizado de 31 de
maio a 7 de junho. É um evento que nunca fizemos, na intensidade e na
diversidade dos temas. Será 5 aulas, de segunda a sexta-feira, que mudarão
completamente o seu jeito de fazer recursos. As aulas envolverão ED, RO e
agravo de instrumento na primeira instância, ED no Regional, recurso de revista
e o agravo de instrumento no recurso de revista. E trataremos ainda de
memoriais e sustentação oral, além de temas extrajurídicos para que o advogado
possa se posicionar melhor na carreira ou na apresentação das petições. Assim,
teremos aula sobre atuação na fase recursal, pesquisa de jurisprudência,
precificação de honorários e construção de autoridade como expert em recursos
trabalhistas.
Ao ver a programação, o advogado pode até estranhar de ser um evento
gratuito, porque vamos oferecer um conhecimento que vale muito mais que
alguns cursos pagos do mercado.

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longo do evento. Não perca. Já faça a sua inscrição gratuita pelo link
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Vamos à jurisprudência.

01 – SDI=1 do TST reitera obrigatoriedade da aplicação da lei que fixa piso


salarial do engenheiro, no momento da admissão e sem correção
automática pelo salário mínimo.

"AGRAVO EM EMBARGOS REGIDOS PELA LEI Nº 13.015/2014, PELO CPC/2015 E


PELA INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 39/2016 DO TRIBUNAL SUPERIOR DO
TRABALHO. SALÁRIO PROFISSIONAL DO ENGENHEIRO. LEI Nº 4.950-A/66.
VINCULAÇÃO A MÚLTIPLOS DO SALÁRIO MÍNIMO. CONSTITUCIONALIDADE.
ARTIGO 7º, INCISO IV, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. IMPOSSIBILIDADE DO
REAJUSTE AUTOMÁTICO DO SALÁRIO PROFISSIONAL PELO REAJUSTE DO
SALÁRIO MÍNIMO. A matéria em discussão já se encontra pacificada no âmbito desta
Corte superior, no sentido de que o salário profissional de determinada categoria pode
ser estabelecido tendo como parâmetro o salário mínimo, sendo vedada apenas a
utilização do salário mínimo como indexador de reajuste salarial. Nesse sentido, a
Orientação Jurisprudencial nº 71 da Subseção II Especializada em Dissídios Individuais
do TST, in verbis: "A estipulação do salário profissional em múltiplos do salário mínimo
não afronta o art. 7º, inciso IV, da Constituição Federal de 1988, só incorrendo em
vulneração do referido preceito constitucional a fixação de correção automática do
salário pelo reajuste do salário mínimo". Nesse contexto, as diferenças salariais
decorrentes do descumprimento dos artigos 5º e 6º da Lei nº 4.950-A/66 devem ser
apuradas com base no cotejo entre o salário efetivamente pactuado e o salário mínimo
vigente no momento da contratação do trabalhador, aplicando aos reajustes posteriores
os índices concedidos à categoria obreira, sem nenhuma vinculação às elevações
anuais do salário mínimo nacional. Precedentes. Agravo desprovido" (Ag-E-RR-624-
29.2014.5.07.0005, Subseção I Especializada em Dissídios Individuais, Relator Ministro
Jose Roberto Freire Pimenta, DEJT 14/05/2021).

02 – SDI-1 do TST defere adicional de periculosidade para empregado de


farmácia situada no posto de combustíveis.

"EMBARGOS EM RECURSO DE REVISTA. ADICIONAL DE PERICULOSIDADE.


FARMÁCIA INSTALADA EM ÁREA DE RISCO. POSTO DE ABASTECIMENTO DE
COMBUSTÍVEIS. 1. A Sexta Turma concluiu ser indevido o adicional de periculosidade,
pois, embora o reclamante prestasse serviço dentro da área de risco, em farmácia
localizada no posto de gasolina, não mantinha contato direto com o agente inflamável,
uma vez que não operava no abastecimento de veículos. 2. Conforme disposto na NR
16, anexo 2, quadro 3, do Ministério do Trabalho, são consideradas atividades ou
operações perigosas com inflamáveis, as "operações em postos de serviço e bombas
de abastecimento de inflamáveis líquido", e é devido o adicional ao "operador de bomba
e trabalhadores que operam na área de risco". 3. Na hipótese, constatada na instância
ordinária a prestação de serviços em farmácia instalada à distância inferior a 7,5m da
boca de abastecimento das bombas do posto, deve-se aplicar o item 2, inciso VI, da
NR-16, anexo 2, Quadro 3, no sentido de ser devido o referido adicional, também, aos
trabalhadores que exercem outras atividades em escritório de vendas instaladas em
área de risco. Recurso de embargos conhecido e provido" (E-RR-20267-
40.2014.5.04.0333, Subseção I Especializada em Dissídios Individuais, Relator Ministro
Walmir Oliveira da Costa, DEJT 14/05/2021).

Concurso MEU CADERNO NOTÁVEL. Publique no feed e replique nos


stories uma foto do caderno que você usa para anotações das lives do Trabalho
Notável. Marque o perfil @trabalhonotavel (tanto no feed quanto nos stories) e
concorra a um livro (Manual das Audiências ou Reforma Trabalhista, do Quarteto
Trabalhista) ou a um curso (Direito do Trabalho de Emergência ou TST2021).
Será premiado um por sorteio e outro por análise subjetiva. Tivemos que alterar
a divulgação do resultado, que será apresentado na Live de Prática Trabalhista,
no sábado, 22 de maio, às 11 horas.

03 – SDI-1 do TST reitera a jurisprudência da Corte de que, em regra, o


auxílio-alimentação não é devido na suspensão contratual em razão da
percepção de benefício previdenciário. .

"RECURSO DE EMBARGOS. REGÊNCIA DA LEI Nº 13.015/2014. APOSENTADORIA


POR INVALIDEZ. SUSPENSÃO DO CONTRATO DE TRABALHO. FORNECIMENTO
DE CARTÃO-ALIMENTAÇÃO. PAGAMENTO DE ABONO SALARIAL. A
jurisprudência desta Subseção é firme no sentido de que a aposentadoria por invalidez
acarreta a suspensão do contrato de trabalho, desobrigando o empregador, nesse
período, do pagamento de vantagens previstas a título de contraprestação pelo trabalho,
tais como o fornecimento de cartão-alimentação e pagamento de abono previsto em
norma coletiva, salvo previsão expressa assegurando a manutenção de tais benefícios,
hipótese não veiculada nos autos. Recurso de embargos conhecido e provido " (E-ED-
RR-1453-21.2012.5.03.0060, Subseção I Especializada em Dissídios Individuais,
Relator Ministro Walmir Oliveira da Costa, DEJT 14/05/2021).

04 – SDI-2 do TST decide pelo descabimento de ação rescisória para


discutir astreintes, na vigência do CPC de 1973.
"RECURSO ORDINÁRIO EM AÇÃO RESCISÓRIA AJUIZADA SOB A ÉGIDE DO CPC
DE 1973. ART. 485, V, DO CPC/1973. AFASTAMENTO DAS ASTREINTES FIXADAS
PARA CUMPRIMENTO DA OBRIGAÇÃO DE FAZER IMPOSTA NO TÍTULO
EXECUTIVO. AUSÊNCIA DE DECISÃO MERITÓRIA. IMPOSSIBILIDADE JURÍDICA
DO PEDIDO. EXTINÇÃO DO PROCESSO SEM RESOLUÇÃO DO MÉRITO. 1. Trata-
se de ação rescisória, calcada no art. 485, V, do CPC de 1973, em que o Autor pretende
rescindir decisão por meio da qual o TRT, reformando sentença proferida em embargos
à execução, afastou os parâmetros originalmente fixados no título executivo, no que diz
com as astreintes impostas com a finalidade de compelir o executado ao cumprimento
da obrigação de fazer. 2. A imposição de multa por descumprimento de obrigação de
fazer e não fazer - astreintes - constitui instrumento processual à disposição do juiz,
como meio de coerção indireta, voltado a induzir o devedor ao cumprimento espontâneo
do título executivo (art. 461, § 4º, do CPC de 1973). A disciplina legal aplicável, no
entanto, sensível à dinâmica dos eventos que podem gravar o curso das ações judiciais,
expressamente faculta ao magistrado, inclusive de ofício, a alteração do valor da multa
ou de sua periodicidade, caso verifique que se tornou insuficiente ou excessiva (art. 461,
§ 6º, do CPC de 1973). Disso decorre que, por expressa imposição legal, fundada no
juízo de equidade reservado ao magistrado, o capítulo do julgado que define as
astreintes não é alcançado pela eficácia que torna imutável e indiscutível a sentença
não mais sujeita a recurso ordinário ou extraordinário (CPC/1973, art. 467). Vale lembrar
que o STJ, no Tema Repetitivo nº 706, firmou tese no sentido de que "A decisão que
comina astreintes não preclui, não fazendo tampouco coisa julgada". Como a cominação
de astreintes não transita em julgado, a sua exclusão, em decisão exarada na fase
executiva, também não pode receber a proteção da imutabilidade. Consequentemente,
inexistindo decisão de mérito em torno da questão, não é possível, à luz da regra inscrita
no art. 485 do CPC de 1973, a rescisão do julgado. Recurso ordinário conhecido e
processo extinto, de ofício, sem resolução do mérito, por impossibilidade jurídica do
pedido. Prejudicado o exame do recurso ordinário do Autor" (RO-277-
65.2014.5.05.0000, Subseção II Especializada em Dissídios Individuais, Relator Ministro
Douglas Alencar Rodrigues, DEJT 14/05/2021).

05 – SDI-2 do TST decide pelo cabimento de segurança contra o ato do juiz


que nega qualquer possibilidade de penhora salarial na vigência do CPC
de 2015. .

"RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA. DECISÃO IMPUGNADA


PROFERIDA NA VIGÊNCIA DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL DE 2015.
INDEFERIMENTO DO PEDIDO DE PENHORA SOBRE QUALQUER PERCENTUAL
DO SALÁRIO. O Tribunal Pleno desta Corte superior, mediante a Resolução nº 220, de
18 de setembro de 2017, decidiu modificar a Orientação Jurisprudencial nº 153 da SBDI-
2 para limitar a aplicação da tese aos atos praticados na vigência do CPC de 1973,
passando a dispor que "Ofende direito líquido e certo a decisão que determina o
bloqueio de numerário existente em conta salário, para satisfação de crédito trabalhista,
ainda que seja limitado a determinado percentual dos valores recebidos ou a valor
revertido para fundo de aplicação ou poupança, visto que o art. 649, IV, do CPC de 1973
contém norma imperativa que não admite interpretação ampliativa, sendo a exceção
prevista no art. 649, § 2º, do CPC de 1973 espécie e não gênero de crédito de natureza
alimentícia, não englobando o crédito trabalhista". Nos termos do artigo 833, § 2º, do
CPC/2015, a impenhorabilidade de vencimentos, subsídios, soldos, salários,
remunerações, proventos de aposentadoria, pensões, pecúlios e montepios "não se
aplica à hipótese de penhora para pagamento de prestação alimentícia,
independentemente de sua origem". O disposto no art. 539, § 3º, do mesmo diploma
legal limita a constrição ao limite máximo de 50% sobre o montante líquido penhorado.
A constatação de que a decisão impugnada foi proferida na vigência do CPC/2015,
firmando a tese de ser impenhorável qualquer percentual sobre o salário do executado,
revela-se contrária à norma jurídica e à jurisprudência desta Corte. Recurso ordinário
conhecido e provido. Segurança parcialmente concedida" (RO-1000208-
24.2019.5.02.0000, Subseção II Especializada em Dissídios Individuais, Relator Ministro
Renato de Lacerda Paiva, DEJT 14/05/2021).

06 – SDI-2 do TST reitera a sua jurisprudência pela impossibilidade de


penhora salarial sobre os rendimentos mensais do devedor que não
superam o patamar de um salário mínimo.

"RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA. DECISÃO IMPUGNADA


PROFERIDA NA VIGÊNCIA DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL DE 2015 -
BLOQUEIO DE SALÁRIO - POSSIBILIDADE - ESPECIFICIDADE DO CASO
CONCRETO - PENHORA INCIDENTE SOBRE UM SALÁRIO MÍNIMO PERCEBIDO
PELA EXECUTADA À TÍTULO DE REMUNERAÇÃO - IMPOSSIBILIDADE. O Tribunal
Pleno desta Corte superior, mediante a Resolução nº 220, de 18 de setembro de 2017,
decidiu modificar a Orientação Jurisprudencial nº 153 da SBDI-2 para limitar a aplicação
da tese aos atos praticados na vigência do CPC de 1973, passando a dispor que
"Ofende direito líquido e certo a decisão que determina o bloqueio de numerário
existente em conta salário, para satisfação de crédito trabalhista, ainda que seja limitado
a determinado percentual dos valores recebidos ou a valor revertido para fundo de
aplicação ou poupança, visto que o art. 649, IV, do CPC de 1973 contém norma
imperativa que não admite interpretação ampliativa, sendo a exceção prevista no art.
649, § 2º, do CPC de 1973 espécie e não gênero de crédito de natureza alimentícia,
não englobando o crédito trabalhista". Nos termos do artigo 833, § 2º, do CPC/2015, a
impenhorabilidade de vencimentos, subsídios, soldos, salários, remunerações,
proventos de aposentadoria, pensões, pecúlios e montepios "não se aplica à hipótese
de penhora para pagamento de prestação alimentícia, independentemente de sua
origem". A constatação de que a decisão impugnada foi proferida na vigência do
CPC/2015, e não ultrapassou o percentual legalmente previsto, revela, em tese, a
ausência de ilegalidade, bem como a inexistência de violação a direito líquido e certo da
impetrante. Contudo, conforme definido em precedente de relatoria do Exmo. Min.
Evandro Valadão, no RO-1002653-49.2018.5.02.0000, publicado no DEJT 02/10/2020,
a ponderação entre o direito do reclamante à satisfação de seu crédito e a própria
subsistência do executado, cuja penhora o condenaria à sobrevivência com menos de
um salário mínimo até a quitação total do débito, impõe a salvaguarda deste último,
"com base na dignidade da pessoa humana, fundamento da república (art. 1º, III, da
Constituição da República)". Recurso ordinário conhecido e provido" (RO-301-
20.2019.5.05.0000, Subseção II Especializada em Dissídios Individuais, Relator Ministro
Renato de Lacerda Paiva, DEJT 14/05/2021).
07 – SDI-2 do TST reitera que a mera insolvência, não é motivo para
apreensão do passaporte ou bloqueio da CNH do devedor.

"RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA. ATO COATOR QUE


DETERMINA A APREENSÃO DA CARTEIRA NACIONAL DE HABILITAÇÃO E A
SUSPENSÃO DO PASSAPORTE COMO PROVIDÊNCIAS EXECUTIVAS.
APLICAÇÃO DO ART. 139, IV, DO CPC/15. PODER GERAL DE EFETIVAÇÃO DA
TUTELA JURISDICIONAL. SUBSIDIARIEDADE E EXCEPCIONALIDADE DA
MEDIDA. INEXISTÊNCIA DE ELEMENTOS NO CASO CONCRETO QUE
COMPROVEM UTILIDADE E ADEQUAÇÃO DA MEDIDA. DIREITO LÍQUIDO E
CERTO. SEGURANÇA CONCEDIDA. Trata-se de mandado de segurança impetrado
contra ato do Juiz da 5ª Vara do Trabalho de Feira de Santana que ordenou a suspensão
da CNH e do passaporte do impetrante como medida executiva de coerção. É
admissível a imposição de medidas aflitivas na execução de pagar quantia certa,
contanto que seja demonstrada a sua utilidade para a satisfação do crédito exequendo.
A aplicação do art. 139, IV, do CPC/15 será balizada pela observância dos postulados
da proporcionalidade e razoabilidade, do contraditório e da ampla defesa, e da
adequada fundamentação das decisões judiciais. No caso concreto, a apreensão da
Carteira Nacional de Habilitação e a suspensão do passaporte não se revelam medidas
úteis para a satisfação do crédito alimentar, porque decorreu apenas da constatação da
autoridade coatora de que não há bens do devedor capazes de suportar a execução.
Com efeito, não há elementos que indiquem a oposição injustificada dos devedores ao
cumprimento da sentença, tais como prova da ocultação de bens ou gozo de estilo de
vida incompatível com a dívida objeto da execução. A mera insolvência, em si mesma,
não enseja a automática adoção de medidas limitadoras da liberdade individual do
devedor, porquanto a execução civil não possui o caráter punitivo verificado na
execução penal. Mesmo sob a égide do CPC de 2015, é sempre patrimonial a
responsabilidade do devedor (art. 789 do CPC de 2015). Precedentes do e. Superior
Tribunal de Justiça. Há, portanto, direito líquido e certo a ser protegido. Recurso
ordinário de que se conhece e a que se dá provimento para conceder a segurança "
(RO-62-50.2018.5.05.0000, Subseção II Especializada em Dissídios Individuais,
Relatora Ministra Maria Helena Mallmann, DEJT 14/05/2021).

08 – SDI-2 do TST reitera jurisprudência no sentido de que o advento da


sentença nos autos originários prejudica a tramitação do mandado de
segurança que discute a concessão de liminar de reintegração.

"RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA. DECISÃO PROFERIDA


NA VIGÊNCIA DO CPC/15. DEFERIMENTO DE TUTELA DE URGENCIA PARA
REINTEGRAÇÃO NO EMPREGO. DISPENSA OCORRIDA NO PERÍODO DA
PANDEMIA DO CORONAVÍRUS. ESTABILIDADE PROVISÓRIA. SUPERVENIÊNCIA
DE SENTENÇA NOS AUTOS DA AÇÃO TRABALHISTA PRINCIPAL. PERDA DO
OBJETO. 1. Trata-se de mandado de segurança impetrado para impugnar ato praticado
por Juiz do Trabalho que determinou, em sede de tutela provisória de urgência, a
reintegração da litisconsorte no emprego. 2. A segurança foi denegada pelo eg. Tribunal
Regional, dando azo à interposição de recurso ordinário. 3. Em consulta realizada em
06/04/2021, junto ao Sistema de Acompanhamento Processual disponibilizado no sítio
da internet do eg. Tribunal Regional do Trabalho da 11ª Região, verificou-se que, em
5/11/2020, foi proferida sentença nos autos da ação matriz. Constatada, portanto, a
superveniência de decisão definitiva no processo principal, perde objeto o mandado de
segurança, atraindo a aplicação, ao caso, do entendimento consagrado na Súmula nº
414, III, desta Corte. Recurso ordinário conhecido e desprovido" (ROT-100-
26.2020.5.11.0000, Subseção II Especializada em Dissídios Individuais, Relator Ministro
Alexandre de Souza Agra Belmonte, DEJT 14/05/2021).

09 – 1º Turma do TST explicita que a manutenção do plano de saúde


independe da aposentadoria por invalidez ser ou não decorrente do
trabalho.

"AGRAVO. AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE REVISTA INTERPOSTO NA


VIGÊNCIA DA LEI Nº 13.467/17. RITO SUMARÍSSIMO. APOSENTADORIA POR
INVALIDEZ. SUSPENSÃO DO CONTRATO DE TRABALHO. MANUTENÇÃO DO
PLANO DE SAÚDE. TRANSCENDÊNCIA NÃO DEMONSTRADA. Impõe-se confirmar
a decisão monocrática que negou seguimento ao agravo de instrumento, por ausência
de transcendência, porque não demonstrada no recurso de revista a existência de
"questões relevantes do ponto de vista econômico, político, social ou jurídico que
ultrapassem os interesses subjetivos do processo" (art. 1.035, § 1º, do CPC). Na
espécie, a Corte Regional proferiu acórdão em harmonia com a jurisprudência uniforme
deste Tribunal Superior quanto à manutenção do plano de saúde do autor, ainda que a
doença motivadora da aposentadoria por invalidez não tenha relação com o labor,
aplicando a diretriz da Súmula nº 440 do TST. Precedentes. Agravo a que se nega
provimento" (Ag-AIRR-932-79.2017.5.20.0011, 1ª Turma, Relator Desembargador
Convocado Marcelo Lamego Pertence, DEJT 14/05/2021).
10 – 4ª Turma do TST decide pela constitucionalidade do prazo
prescricional de um ano, previsto na lei do transportador autônomo de
cargas.

"A) AGRAVO EM AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA. I.


Demonstrado o desacerto da decisão agravada com a tese fixada pelo Supremo
Tribunal Federal no julgamento conjunto da ADC 48 e da ADIN 3.961, dá-se provimento
ao agravo para fins de processamento do agravo de instrumento em recurso de revista.
II. Agravo de que se conhece e a que se dá provimento. B) AGRAVO DE
INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA INTERPOSTO PELA RECLAMADA
GAFOR S.A. ACÓRDÃO REGIONAL PUBLICADO NA VIGÊNCIA DA LEI Nº
13.015/2014 E ANTES DA VIGÊNCIA DA LEI Nº 13.467/2017. 1. TRANSPORTE
RODOVIÁRIO DE CARGAS - TRC. LEI Nº 11.442/2007. CONTRATO COMERCIAL.
NÃO CONFIGURAÇÃO DE RELAÇÃO DE EMPREGO. TESE FIXADA PELO
SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL NO JULGAMENTO CONJUNTO DA ADC 48 E DA
ADIN 3.961. INCIDÊNCIA DO ART. 102, § 2º, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. EFEITO
VINCULANTE E EFICÁCIA ERGA OMNES. CONHECIMENTO E PROVIMENTO. I. O
Tribunal Regional reformou a sentença em que se decidiu pela legalidade do Contrato
de Transporte Autônomo de Cargas, para reconhecer o vínculo empregatício entre as
partes. Entre outras considerações, fundamentou seu posicionamento na função de
motorista exercida pelo reclamante, delimitando que o autor "atuava na atividade-fim da
Reclamada". Demonstrada a violação do art. 4º, § 1º, da Lei 11.442/07 e a contrariedade
à tese vinculante firmada pelo STF em controle concentrado de constitucionalidade. II.
Agravo de instrumento de que se conhece e a que se dá provimento, para determinar o
processamento do recurso de revista, observando-se disposto no ATO SEGJUD.GP Nº
202/2019 do TST. 2. MULTA. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. NATUREZA
PROTELATÓRIA. ARTIGO 1.026, § 2º, CPC DE 2015. DESTINATÁRIO. AUTOR DA
RECLAMAÇÃO TRABALHISTA. PROVIDO. I. Não caracterizado o intuito protelatório
dos embargos de declaração, merece reparo o acórdão regional para afastar a
penalidade aplicada. II. Agravo de instrumento conhecido e provido. C) RECURSO DE
REVISTA INTERPOSTO INTERPOSTO PELA RECLAMADA GAFOR S.A. ACÓRDÃO
REGIONAL PUBLICADO NA VIGÊNCIA DA LEI Nº 13.015/2014 E ANTES DA
VIGÊNCIA DA LEI Nº 13.467/2017. 1. TRANSPORTE RODOVIÁRIO DE CARGAS -
TRC. LEI Nº 11.442/2007. CONTRATO COMERCIAL. NÃO CONFIGURAÇÃO DE
RELAÇÃO DE EMPREGO. TESE FIXADA PELO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL
NO JULGAMENTO CONJUNTO DA ADC 48 E DA ADIN 3.961. INCIDÊNCIA DO ART.
102, § 2º, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. EFEITO VINCULANTE E EFICÁCIA ERGA
OMNES. CONHECIMENTO E PROVIMENTO. I. O Supremo Tribunal Federal, quando
do julgamento conjunto da ADC 48 e da Adin 3.961, declarou a constitucionalidade da
Lei 11.442/2007. Ressaltou que "No caso do transporte de carga, a possibilidade de
terceirização da atividade-fim é, ademais, inequívoca porque expressamente
disciplinada na Lei nº 11.442/2007", e concluiu que "uma vez preenchidos os requisitos
dispostos na Lei nº 11.442/2007, estará configurada a relação comercial de natureza
civil e afastada a configuração de vínculo trabalhista. Entendimento contrário é
justamente o que tem permitido que, na prática, se negue sistematicamente aplicação
à norma em exame, esvaziando-lhe o preceito" (destaque no original). Eis a tese fixada:
"1 - A Lei nº 11.442/2007 é constitucional, uma vez que a Constituição não veda a
terceirização, de atividade-meio ou fim. 2 - O prazo prescricional estabelecido no art. 18
da Lei nº 11.442/2007 é válido porque não se trata de créditos resultantes de relação de
trabalho, mas de relação comercial, não incidindo na hipótese o art. 7º, XXIX, CF. 3 -
Uma vez preenchidos os requisitos dispostos na Lei nº 11.442/2007, estará configurada
a relação comercial de natureza civil e afastada a configuração de vínculo trabalhista"
II. De tal modo, considerando que a Lei nº 11.442/2007 prevê duas modalidades
distintas de Transportador Autônomo de Cargas - TAC. O TAC-agregado e o TAC
independente, sendo o primeiro, nos termos do art. 4º, §1º, da referida Lei, aquele que
dirige o próprio serviço e pode prestá-lo diretamente ou por meio de preposto seu, com
exclusividade e remuneração certa, verifica-se que a hipótese dos autos não se trata de
relação empregatícia, mas, sim, de relação comercial, razão pela qual o provimento ao
recurso de revista é medida que se impõe. III. No presente caso, o Tribunal Regional
deixou de aplicar norma reconhecida como constitucional pelo STF, a partir da
prevalência da relação de emprego em razão da atividade se inserir na atividade da
empresa contratante. Com isso, proferiu decisão em desconformidade com o
entendimento vinculante do STF. IV. Recurso de revista de que se conhece e a que se
dá provimento. 2. MULTA POR OPOSIÇÃO DE EMBARGOS DE DECLARAÇÃO
CONSIDERADOS PROTELATÓRIOS. I. A imposição de multa por embargos de
declaração protelatórios, nos termos do artigo 1.026, § 2º, do CPC de 2015, à parte que
busca retardar a regular marcha processual constitui importante ferramenta, afinada ao
texto constitucional (art. 5º, LXXVIII, da Constituição Federal) e à nova ordem
processual inaugurada com a vigência do Código de Processo Civil de 2015. II.
Robustece tal convicção a interpretação sistemática do artigo 1.026, § 2º, do CPC de
2015 com outros dispositivos do mesmo diploma legal, os quais prestigiam garantias
processuais asseguradas às partes, indistintamente, no tocante à obtenção de prazo
razoável à solução integral do mérito, mediante cooperação entre todos os sujeitos do
processo, e também à paridade de tratamento em relação a sanções processuais.
Inteligência dos artigos 4º, 6º e 7º do CPC de 2015, compatíveis e aplicáveis ao
Processo do Trabalho, por força do que dispõem os artigos 15 do CPC de 2015 e 1º,
caput, da Instrução Normativa nº 39/2016. III. Diante da ausência de manifesta natureza
protelatória de embargos de declaração, impõe-se retificar o acórdão regional para
excluir da condenação imposta à reclamada a multa de que trata o artigo 1.026, § 2º, do
CPC de 2015" (RR-1000500-62.2015.5.02.0254, 4ª Turma, Relator Ministro Alexandre
Luiz Ramos, DEJT 14/05/2021).
11 – 2ª Turma do TST dá provimento ao recurso de revista em matéria
acidentária, utilizando premissa fática assentada pelo Regional.

"I - AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE REVISTA. VIGÊNCIA DA LEI Nº


13.015/2014. NULIDADE POR NEGATIVA DE PRESTAÇÃO JURISDICIONAL.
PRECLUSÃO. Inviável a análise da preliminar de nulidade por negativa de prestação
jurisdicional, uma vez que a parte não cuidou de opor os devidos embargos de
declaração, o que atrai a preclusão disposta nas Súmulas 184 e 297, II, do TST. Agravo
de instrumento a que se nega provimento. INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E
MATERIAIS. DOENÇA OCUPACIONAL. LAUDO PERICIAL. NEXO CAUSAL
COMPROVADO. Hipótese em que se discute a caracterização do nexo de causalidade
entre a doença do reclamante e suas atividades laborais. O Tribunal Regional excluiu a
condenação por danos morais e materiais, sob o fundamento de que não haveria nos
autos elementos suficientes no sentido de que as doenças que acometem o autor
tiveram origem ou foram agravadas pelo trabalho. Todavia, extrai-se do acórdão
regional que o laudo pericial apresentou conclusão no sentido de que as atividades
laborais exercidas em favor do reclamado guardam nexo de causalidade com as
patologias apresentadas. A perícia registrou, ainda, que há incapacidade parcial e
permanente para o trabalho desenvolvido. Assim, ante a possível violação dos arts. 186
e 927 do CC, deve ser provido o agravo de instrumento. Agravo de instrumento a que
se dá provimento. II - RECURSO DE REVISTA. VIGÊNCIA DA LEI Nº 13.015/2014.
INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E MATERIAIS. DOENÇA OCUPACIONAL.
LAUDO PERICIAL. NEXO CAUSAL COMPROVADO. 1. Hipótese em que se discute a
caracterização do nexo de causalidade entre a doença do reclamante e suas atividades
laborais. 2. O Tribunal Regional reformou a sentença para excluir a indenização por
danos morais e materiais decorrentes de doença ocupacional, sob o fundamento de que
não haveria nos autos elementos suficientes no sentido de que as doenças que
acometem o autor tiveram origem ou foram agravadas pelo trabalho como motorista no
Município reclamado. 3. Todavia, extrai-se do acórdão regional que o laudo pericial
apresentou conclusão no sentido de que as atividades laborais exercidas em favor do
reclamado guardam nexo de causalidade com as patologias apresentadas
(lombociatalgia por hérnia de disco lombar e cervicobraquialgia). Segundo constatou o
perito, " Reclamante foi acometido de patologia ortopédica de etiologia Ocupacional e,
portanto não há fatores genéticos causadores da referida doença". A perícia registrou,
ainda, que há incapacidade parcial e permanente para o trabalho desenvolvido. Como
se vê, é incontroverso o registro da conclusão pericial no sentido do reconhecimento do
nexo de causalidade. 4. Configurada, portanto, a doença laboral equiparada a acidente
de trabalho e estabelecido o nexo de causalidade entre a doença que acometeu o
reclamante e as atividades desempenhadas por ele, estão presentes todos os requisitos
que engendram o dever de reparação do ofensor. O dano moral, nesse caso, decorrente
de ato ilícito que ensejou diminuição da capacidade laboral do reclamante é in re ipsa,
pelo que prescinde de prova do dano, bastando a constatação da ofensa ao bem jurídico
para que seja configurado. Já o dano material, na modalidade de pensão mensal,
corresponde à depreciação da capacidade de trabalho sofrida pelo reclamante, na forma
prevista no art. 950 do Código Civil. Recurso de revista de que se conhece e a que se
dá provimento" (RRAg-11328-16.2015.5.15.0144, 2ª Turma, Relatora Ministra Maria
Helena Mallmann, DEJT 14/05/2021).

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