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Legitimidade
Ativa
• o Ministério Público;
• a União, os Estados, os Municípios;
• autarquias, empresas públicas, fundação pública, sociedade de
economia mista;
• associação constituída há pelo menos um ano, nos termos da lei
civil, e que inclua entre as suas finalidades institucionais a proteção a um dos
interesses de que cuida a lei;
Sempre que o MP não for o autor da ação, dela deverá participar como
fiscal da lei, podendo, inclusive, aditar a inicial se entender necessário.
O MP assume a titularidade quando houver desistência por parte do
autor, caso entenda que há justa causa para a ação.
Com a procedência da ação e o trânsito em julgado da sentença, o MP
poderá promover a execução do julgado, caso o autor não o faça no prazo de 60
dias.
Os legitimados ativos podem propor a ACP sozinhos ou em litisconsórcio.
OBS.: O Conselho Federal da OAB pode propor ACP (art. 54, inc. XIV da
lei 8.906/94 – EOAB).
Passiva
Foro competente
Cautelares e liminares
Consequências da procedência
Base Legal – art. 225, §3º, CF; art. 3º, Lei 9605/98;
Correntes doutrinarias
• As penas são inúteis para a PJ (Luis Regis Prado), pois por não
ser ente real ela é incapaz de assimilar as finalidades da pena (retributiva,
preventiva);
• Empregado que por conta própria invade APP e corta árvores – não
há decisão do representante ou colegiado
Desconsideração da PJ – art. 4º
Aplicação da pena no CP
✓ Pena base com base nas circunstancias judiciais do art. 59, CP;
✓ Agravantes e atenuantes genéricas aplicáveis sobre a pena base;
✓ Causas de aumento e diminuição gerais e especiais;
CP Lei 9605
Consequência para a vítima Consequência para a saúde pública
ou meio ambiente
Antecedentes do acusado Antecedentes ambientais a PJ
Situação econômica não entra na Situação econômica do infrator
pena base
Atenuantes – art. 14
Agravantes – art. 15
Só se aplica para PF
Não se confunde com a limitação de fim de semana (art. 48, CP), pela
qual o condenado deve recolher-se por 5h00 aos sábados e domingos em casa
do albergado ou estabelecimento similar.
Da pena de multa
Art. 18
O art. 18, da Lei dos Crimes Ambientais, reza que a pena será calculada
segundo os critérios do Código Penal; se revela-se ineficaz, ainda que aplicada
no valor máximo, poderá ser aumentada até 3 (três) vezes, tendo em vista o
valor da vantagem econômica auferida.
Os critérios para a fixação de pena de multa estão previstos pelos arts. 49
a 52, do Código Penal.
Reza o art. 49, com redação dada pela Lei nº 7.209, de 11 de julho de
1.984:
Art. 49 – A pena de multa consiste no pagamento ao fundo penitenciário
da quantia fixada na sentença e calculada em dias-multa. Será, no mínimo, de
10 (dez) e, no máximo, de 360 (trezentos e sessenta) dias-multa. § 1º - O valor
do dia-multa será fixado pelo juiz não podendo ser inferior a um trigésimo do
maior salário mínimo mensal vigente ao tempo do fato, nem superior a 5 (cinco)
vezes esse salário.
§ 2º - O valor da multa será atualizado, quando da execução, pelos índices
de correção monetária.
Reza o art. 50, com redação dada pela Lei nº 7.209/84, sobre o
pagamento da multa, para dizer que a multa deve ser paga dentro de dez dias
depois de transitada em julgado a sentença, sendo que tal pagamento, a
requerimento do condenado, e com permissão do juiz, pode ser realizado em
parcelas mensais.
Tal pagamento pode ser realizado mediante desconto no vencimento ou
salário do condenado, conforme reza o § 1º, do art. 50.
Tal desconto, entretanto, não pode incidir sobre os recursos
indispensáveis ao sustento do condenado, e de sua família, conforme se lê do §
2º, do art. 50.
O art. 51, com redação dada pela Lei nº 9.268, de 1º de abril de 1.996,
cuida do modo de conversão da multa, e reza que a multa será considerada
dívida de valor, aplicando-lhe as normas da legislação relativa à dívida ativa da
Fazenda Pública.
O art. 52, por fim, e com redação dada pela Lei nº 7.209/84, reza que é
suspensa a execução da pena de multa, se sobrevém ao condenado doença
mental.
Art. 19
O art. 19, da Lei dos Crimes Ambientais, preceitua que a perícia de
constatação do dano ambiental, sempre que possível, fixará o montante do
prejuízo causado para efeitos de prestação de fiança e cálculo de multa.
Tal dispositivo deve ser aplicado em conjunto com o art. 326, do Código
de Processo Penal, ao rezar que para determinar o valor da fiança, a autoridade
levará em consideração a natureza da infração, as condições pessoais de
fortuna e vida pregressa do acusado, e circunstâncias indicativas de sua
periculosidade, bem como a importância provável das custas do processo, até
final julgamento.
De tal sorte, para a fixação o valor da fiança, o juiz não pode analisar
exclusivamente a gravidade objetiva da infração, mas, sim, todas as
circunstâncias previstas no dispositivo processual.
O parágrafo único, do art. 19, da Lei nº 9.605/98, reza que a perícia
produzida no inquérito civil ou no juízo cível poderá ser aproveitada no processo
penal, instaurando-se o contraditório.
Tal previsão refere-se à prova emprestada, perfeitamente admitida em
direito processual, para atender ao princípio da economia processual.
Art. 20
O art. 20, da Lei dos Crimes Ambientais, cuida da sentença penal
condenatória, que deverá fixar o valor mínimo para reparação dos danos
causados pela infração, considerando os prejuízos sofridos pelo ofendido ou
pelo meio ambiente.
O parágrafo único, do art. 20, por sua vez, determina que transitada em
julgado a sentença condenatória, a execução poderá efetuar-se pelo valor fixado
nos termos do caput, sem prejuízo da liquidação para apuração do dano
efetivamente sofrido.
Art. 22
As penas restritivas de direitos aplicadas às pessoas jurídicas, previstas
pelo art. 21, inc. II, e art. 22, ambos da Lei federal nº 9.605/98, são as seguintes:
a) suspensão parcial ou total de atividades, que ocorre quando não estão sendo
obedecidas as disposições legais ou regulamentares relativas à proteção do
meio ambiente; b) interdição temporária de estabelecimento, obra ou atividade,
que ocorre no caso de funcionamento sem a devida autorização, ou em
desacordo com a concedida, ou com violação de disposição legal ou
regulamentar, e c) proibição de contratar com o Poder Público,
bem como dele obter subsídios, subvenções ou doações, que não poderá
exceder o prazo de 10 (dez) anos.
Art. 23
A pena de prestação de serviços à comunidade, que, conforme é cediço
em direito penal, também é restritiva de direito, está prevista no art. 21, inc. III, e
no art. 23, ambos da Lei nº 9.605/98, consiste em: a) custeio de programas e de
projetos ambientais; b) execução de obras de recuperação de áreas degradadas;
c) manutenção de espaços públicos, e d) contribuições a entidades ambientais
ou culturais públicas.
Tais referidas penas de prestação de serviços à comunidade, que
constituem prestação social alternativa, nos termos ditados pela Constituição
Federal, em seu art. 5º, inc. XLVI, letra d, a nosso ver, revelam-se as mais
acertadas, dentre todas as cabíveis contra pessoas jurídicas, uma vez que
proporcionam auxílio a programas ambientais, assim como a recuperação de
áreas degradadas, entre outros. Isso não significa, entretanto, que as empresas
possuem “carta branca” para degradar, desde que, futuramente, custeiem
programas, executem obras de recuperação, mantenham espaços públicos, ou
contribuam para entidades ambientais. O objetivo da lei, é óbvio, é o de que tais
empresas não degradem, não poluam, não causem danos ao meio ambiente.
Art. 24
A liquidação forçada, conforme preceitua o art. 24, da Lei dos Crimes
Ambientais, é decretada à pessoa jurídica constituída ou utilizada,
preponderantemente, com o fim de permitir, facilitar ou ocultar a prática de crime
ambiental, hipótese em que o patrimônio da pessoa jurídica será considerado
instrumento do crime, e, dessa forma, será perdido em favor do Fundo
Penitenciário Nacional. Tal pena, a nosso ver, é perfeitamente constitucional,
uma vez que o art. 5º, inc. XLVI, letra b, da Carta, prevê como espécie de pena
a perda de bens. Tal pena também é restritiva de direito, assim como as demais
acima elencadas.
Da apreensão do produto e do instrumento de infração
administrativa ou de crime – art. 25
Art. 25, §§ 1º a 5º
O § 1º, do art. 25, reza que os animais serão libertados em seu habitat ou
entregues a jardins zoológicos, fundações ou entidades assemelhadas, desde
que fiquem sob a responsabilidade de técnicos habilitados.
O § 2º, do art. 25, com a redação que lhe foi dada pela Medida Provisória
nº 62, de 23 de agosto de 2.002, reza que tratando-se de produtos perecíveis,
serão eles avaliados e doados a instituições científicas, hospitalares, penais, e
outras com fins beneficentes.
O § 3º, do art. 25, por sua vez, cuida dos produtos e subprodutos da fauna
não perecíveis, que serão destruídos ou doados às instituições científicas,
culturais ou educacionais.
O § 4º, do art. 25, reza que os instrumentos utilizados na prática da
infração serão vendidos, garantida a sua descaracterização por meio da
reciclagem.
E, por fim, o § 5º, do art. 25, incluído pela Medida Provisória nº 62, de 23
de agosto de 2.002, preceitua que tratando-se de madeiras os produtos
apreendidos, serão elas levadas a leilão, e o valor arrecadado, revertido ao órgão
ambiental responsável por sua apreensão.
Art. 26
Reza o art. 26 que nas infrações penais previstas na Lei dos Crimes
Ambientais, a ação penal é a pública incondicionada.
A ação penal pública é aquela cuja titularidade pertence ao Estado, e é
promovida pelo e. Ministério Público, por denúncia, conforme determinam
expressamente o art. 129, da Constituição Federal, o art. 100, § 1º, do Código
Penal, e o art. 24, do Código de Processo Penal.
A peça de denúncia deve conter, obrigatoriamente, todos os requisitos
determinados pelo art. 41, do Código de Processo Penal, que são: a exposição
do fato criminoso, com todas as suas circunstâncias, a qualificação do acusado
ou esclarecimentos pelos quais se possa identificá-lo, a classificação do crime,
e, quando necessário, o rol de testemunhas.
A ação penal pública no caso dos crimes ambientais é incondicionada,
porque seu exercício não se subordina a nenhum requisito, ou
seja, a ação pode ser iniciada sem a representação do ofendido, e sem a
requisição do Ministro da Justiça.
Art. 27
O art. 27, da Lei dos Crimes Ambientais, reza que nos “crimes ambientais
de menor potencial ofensivo, a proposta de aplicação imediata de pena
restritiva de direitos ou multa, prevista no art. 76 da Lei nº 9.099, de 26 de
setembro de 1995, somente poderá ser formulada desde que tenha havido a
prévia composição do dano ambiental, de que trata o art. 74 da mesma lei,
salvo em caso de comprovada impossibilidade.” (Grifamos)
Os crimes de menor potencial ofensivo foram definidos pelo art. 2º,
parágrafo único, da Lei federal nº 10.259, de 12 de julho de 2.001, como aqueles
em que a pena máxima cominada pela lei é não superior a dois anos, ou multa.
Art. 28
O art. 28 reza que as disposições contidas no art. 89, da Lei nº 9.099, de
26 de setembro de 1.995, aplicam-se aos crimes de menor potencial ofensivo
definidos na lei.
De tal sorte, para os crimes capitulados na Lei dos Crimes Ambientais,
com menor potencial ofensivo – que são aqueles com pena prevista não superior
a dois anos, ou multa –, o e. Ministério Público, ao oferecer a denúncia, poderá
propor a suspensão do processo, por dois a quatro anos, desde que o acusado
não esteja sendo processado ou não tenha sido condenado por outro crime,
presentes os demais requisitos que autorizariam a suspensão condicional da
pena, previstas no art. 77, do Código Penal.
REFERÊNCIAS