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Legislação aplicável

Na CF: aparece referida entre as atribuições do MP (art. 129, inc. III).


Legislação reguladora: lei 7.347/85
Também há previsão do uso da ACP em outras legislações específicas:

• Lei 7.853/89 – dispõe sobre o paio às pessoas portadoras de


deficiência.
• Lei 7.913/89 – dispõe sobre a ACP de responsabilidade por danos
causados aos investidores no mercado de valores imobiliários
• Lei 8.069/90 – Estatuto da Criança e do Adolescente Lei 8.078/90
– Código de Defesa do Consumidor.

Interesses difusos, coletivos e individuais homogênios

A partir de 1.974, os trabalhos de Mauro Cappelletti provocaram uma


crítica à tradicional consideração dos interesses apenas como públicos (o
indivíduo em relação ao Estado) e privados (os indivíduos interrelacionando-se).
Demonstrou-se a existência de uma categoria intermediária onde se
compreendiam os interesses transindividuais, ou seja, aqueles referentes a toda
uma categoria de pessoas (p. ex., os condôminos de um edifício, os sócios de
uma empresa, os membros de uma equipe esportiva etc.).
Mas mesmo dentro dessa categoria intermediária, foi possível estabelecer
uma distinção entre os interesses que atingem uma categoria determinada (ou
determinável) de pessoas e os que atingem um grupo indeterminado de
indivíduos (ou de difícil determinação). Os integrantes desse último grupo estão
dispersos na coletividade (ex.: os moradores de uma região, os consumidores
de um certo produto, os turistas que frequentam determinada praia, os habitantes
de certo município etc.). Este último grupo forma o que chamamos “interesses
difusos”.
Interesses difusos, pois, são aqueles, transindividuais, que abrangem
número indeterminado de pessoas unidas pelo mesmo fato.
Característica fundamental: indeterminidade.
Seus sujeitos são indeterminados e indetermináveis. Ex.: vítimas do uso
de um determinado remédio; vítimas da poluição ambiental provocada por certa
empresa.
O interesse coletivo, por sua vez, também é transindividual, embora
pertencente a grupos ou categorias de pessoas determináveis, possuindo uma
só base jurídica (relação jurídica-base, diz o art. 81 do CDC).
Característica fundamental: determinidade.
Seus sujeitos são indeterminados, mas determináveis. Ex.: os usuários
de certo serviço público como o serviço de distribuição de energia elétrica ou
serviço de telefonia; ação proposta por sindicato em relação às contribuições
sindicais; acp questionando concurso público, não suficientemente divulgado
(tornado público): direito coletivo da classe médica; acp para fazer certo
condomínio cumprir norma de segurança: direito coletivo dos condôminos
moradores e direito difuso da coletividade.

Em sentido lato, é subespécie dos interesses coletivos os chamados


interesses individuais homogêneos – são os decorrentes de origem comum.
Ex.: os alunos de uma determinada escola em relação ao aumento abusivo das
mensalidades; os contribuintes de um mesmo imposto; os moradores de um
conjunto habitacional, em ação que obriga a construtora a reparos estruturais
nas habitações financiadas

Legitimidade

Ativa

• o Ministério Público;
• a União, os Estados, os Municípios;
• autarquias, empresas públicas, fundação pública, sociedade de
economia mista;
• associação constituída há pelo menos um ano, nos termos da lei
civil, e que inclua entre as suas finalidades institucionais a proteção a um dos
interesses de que cuida a lei;
Sempre que o MP não for o autor da ação, dela deverá participar como
fiscal da lei, podendo, inclusive, aditar a inicial se entender necessário.
O MP assume a titularidade quando houver desistência por parte do
autor, caso entenda que há justa causa para a ação.
Com a procedência da ação e o trânsito em julgado da sentença, o MP
poderá promover a execução do julgado, caso o autor não o faça no prazo de 60
dias.
Os legitimados ativos podem propor a ACP sozinhos ou em litisconsórcio.
OBS.: O Conselho Federal da OAB pode propor ACP (art. 54, inc. XIV da
lei 8.906/94 – EOAB).

Passiva

Todos os responsáveis pelas situações ou fatos ensejadores da ação,


sejam pessoas físicas ou jurídicas (mesmo os órgãos governamentais e
entidades da adm. Direta e indireta).

Foro competente

Regra: local onde ocorrer o dano.

Observe-se que se a União, suas autarquias ou empresas públicas forem


interessadas, a ação deve ser ajuizada na Justiça Federal. Todavia, o STF já
assentou na Súmula n.º 183 que “compete ao Juiz Estadual, nas comarcas que
não sejam sede de vara da Justiça Federal, processar e julgar ação civil pública,
ainda que a União figure no processo”.

Cautelares e liminares

A ACP pode ser precedida de medidas de caráter cautelar.


Pode conter, ainda, pedido de liminar (tanto na cautelar como na principal)
suspensiva da atividade do réu que, sendo pessoa jurídica de direito público,
deverá ser ouvida antes da concessão. Da liminar cabe agravo.

Consequências da procedência

O responsável poderá ser condenado, na ACP, a :


a) condenação em dinheiro
b) cumprimento de obrigação de fazer ou não fazer.
• sanção diversa prevista especificamente na lei (ex. improbidade
adm.)

A condenação em dinheiro, sobretudo quando o status quo ante não


puder ser recomposto, será recolhida em favor de um fundo especial para a
reparação de direitos difusos lesados.
Este valor deverá ser equivalente ao custo concreto e efetivo da
conservação ou da restauração do bem. Quando este valor não é facilmente
mensurável, pode-se usar o valor estimativo ou a realização de perícias para a
avaliação.
No caso de obrigação de fazer ou não fazer, o juiz poderá cominar multa
diária (astreinte) para a hipótese de descumprimento.
A sentença faz coisa julgada erga omnes (no âmbito de jurisdição da
autoridade julgadora) e permite, quando for o caso, execução específica pelo
interessado.
DA TUTELA PENAL
LEI DE CRIMES AMBIENTAIS – Lei 9605/98

Parte Geral – arts. 2º a 28


Estrutura
Parte Especial – arts. 29 e seguintes

Título I – Parte Geral

Teoria Monista e dever jurídico de agir

O art. 2º, primeira parte, dispõe que é possível o concurso de pessoas em


crimes ambientais, ou seja, adotou a teoria unitária ou monista prevista no art.
29, CP.
O art. 2º, segunda parte, criou o dever jurídico de agir para algumas
pessoas físicas responsáveis pela PJ, ou seja, a omissão nesse caso é
penalmente relevante, nos termos do art. 13, §2º, “a”.
Essas pessoas respondem por ação ou omissão nos crimes ambientais.
Na omissão, para se evitar a chamada responsabilidade penal objetiva, exige-se
dois requisitos:

• Ter ciência do crime;


• Possa evitar o crime;
• Denúncia Inepta - Não se admite denúncias genéricas (inepta), pois
não estabelecem um mínimo vínculo entre a conduta do agente e o crime
ocorrido. Inclusão de pessoa no pólo passivo da ação penal apenas pelo fato de
proprietário, gerente ou preposto da PJ (STJ/HC 86879/SP).
• Denúncia genérica e geral é comum nos crimes societários. Ao
contrário da genérica, a denúncia geral não é inepta (Eugênio Patelli).
• O STF não admite mais a denúncia geral.
Teoria monista;

Art. 2º Pena – de acordo com a culpabilidade do agente


(colaboração);

Dever jurídico de agir – omissão penalmente relevante;

Responsabilidade penal das PJ

Base Legal – art. 225, §3º, CF; art. 3º, Lei 9605/98;

Correntes doutrinarias

1ª Corrente – a CF não criou (prevê) a responsabilidade penal da PJ,


pois:

• A CF estabelece que condutas praticadas por pessoas físicas


geram sanções penais e as atividades exercidas pela PJ geram sanções
administrativas, sendo que ambas respondem civilmente;
• Princípio da pessoalidade (incomunicabilidade ou
instransmissibilidade) da pena – a pena deve recair na pessoa do infrator, ou
seja, a pessoa física que cometeu a infração penal não pode ser transmitida à
pessoa jurídica;

Conclusão: A CF não criou responsabilidade penal da PJ. Assim, o art.


3º da lei 9605/98 é inconstitucional, pois estabelece responsabilidade penal da
PJ (ofende materialmente os arts. 225, §3º e 5º, XLV da CF) não prevista na CF.
(Luis Regis Prado, Cesar Roberto Bitencourt, Miguel Reale Jr, Jose Henrique
Pierangelli, Rene Ariel Dotti, Luis Vicente Cernicchiaro).
2ª Corrente - Pessoa Jurídica não comete crime “Societas delinquere
non postet”

Essa corrente se baseia na teoria civilista da ficção jurídica de savigny e


Feuerbach, pois as PJ são meras ficções ou abstrações legais, ou seja, não são
entes reais.
São entes fictícios desprovidos de consciência, vontade, finalidade e
portanto não podem praticar condutas tipicamente humanas como pro exemplo
crimes.
Argumentos:

• PJ não tem capacidade de conduta (não age com dolo, vontade,


consciência, finalidade), logo não age com dolo ou culpa, ou seja, não pratica
conduta criminosa. Sua punição é responsabilidade penal objetiva;

• A PJ não age com culpabilidade, pois é desprovida de potencial


consciência da ilicitude e imputabilidade (capacidade mental de entender),
portanto não pode sofrer pena;

• As penas são inúteis para a PJ (Luis Regis Prado), pois por não
ser ente real ela é incapaz de assimilar as finalidades da pena (retributiva,
preventiva);

Conclusão: Todos os da primeira corrente que não admitem que a CF


criou a conduta criminosa e outros que mesmo admitindo a criação ela é
inaplicável (Zafforoni, Rogerio Greco, LFG, Francisco de Assis Toledo, Mirabete,
Delmanto etc).

3ª Corrente – PJ podem cometer crimes – societas delinquere potest


Baseia-se na teoria civilista da realidade ou personalidade real (Otto
Gierke) que se contrapõe a teoria anterior, sustenta que as PJ são entes reais,
não são meras ficções jurídicas. Possuem capacidade e vontade própria e
distinta das pessoas físicas que as compõem – são realidade independentes.
Argumentos:

• Dogmático - A responsabilidade penal é expressa na CF e Lei


crimes ambientais, portanto induvidosa essa possibilidade;

• As PJ tem culpabilidade – não a individual clássica própria do


finalismo, mas uma culpabilidade social (empresa como centro de emanação de
decisões), chamada de ação delituosa institucional;

• Pragmático – a pena criminal tem uma simbologia muito mais forte


do que as sanções administrativas, por isso cumpre melhor a finalidade de
prevenção de crimes ambientais;

• Punir a pessoa física exclusivamente significa utilizá-la como


escudo de proteção para impunidade da PJ que a beneficiária do crime
ambiental; Conclusão: Nucci, Paulo Affonso Leme Machado, Edis Milaré,
Damásio, Ada Pelegrini Grinover etc.

Requisitos cumulativos para responsabilização penal da PJ – art. 3º

Sistema da responsabilidade penal por empréstimo ou ricochete (sistema


Frances de imputação), ou seja, a PJ e punida reflexamente por atos praticados
pela PF que a representa, isolada ou colegiado.

• A decisão do crime deve ser tomada por representante legal ou


órgão colegiado da PJ;
• Praticada no interesse ou benefício da PJ
Exemplos:

• Empregado que por conta própria invade APP e corta árvores – não
há decisão do representante ou colegiado

• Vazamento de óleo da Petrobrás – não há interesse da empresa,


pois não beneficia a PJ, ao contrário, causou prejuízos, portanto não há que se
falar em imputação penal.

Responsabilidade penal na Jurisprudência

• TRFs – todos admitem a responsabilidade penal da PJ;

• STJ – admite desde que seja denunciada juntamente com a PF que


executou o crime (sistema de imputação por empréstimo). Não admite denúncia
somente contra PJ, sob pena de inépcia. Nesse sentido: REsp 847476/SC. Rel
Paulo Galoti – 05-05-08

• STF – não tem decisão. As opiniões dos ministros, de passagem –


obter dicta, são a favor HC 92921/BA e contra HC 83301 (Peluso).

Remédio para PJ – não é HC, pois só tutela a liberdade ambulatória (ir e


vir), portanto, só cabe MS.

Responsabilidade penal da PJ de direito público

Discute-se muito de as PJ de direito público e as pessoas políticas podem


ser denunciadas por crimes ambientais:
• 1ª Corrente – PJ de Dir Público pode ser denunciada por crime
ambiental, pois não há ressalva na CF e lei de crimes ambientais (Nucci, Paulo
Affonso
Leme Machado, Sérgio Salomão Schecaira, Walter Claudius
Rhotemburg);

• 2ª Corrente – PJ de direito público (direta ou indireta) não pode ser


denunciada por crime ambiental (Édis Milaré, Curvim, Solange Telles - a
imposição de penas seria inócua, pois o Estado não pode punir a si próprio; a
punição nesses casos recai sobre a própria coletividade, pois a sanção será paga
com o dinheiro público);

Sistema da dupla imputação ou imputação paralelas – art. 3º, §

É possível punir, simultaneamente, a PF e PJ pelo mesmo fato, ou seja,


há dupla punição, mas de pessoas diferentes, portanto não há bis in idem. Nesse
sentido: RESp 610114/RN – 19/12/05.
Esse sistema não se confunde com o sistema da imputação por
empréstimo que exige a imputação da PJ se vinculada a PF.

Desconsideração da PJ – art. 4º

Permite a desconsideração da PJ para que a sanção recaia sobre o


patrimônio da pessoa física. É possível sua aplicação no âmbito penal?
Não é possível sua aplicação em matéria penal em razão do princípio
constitucional da incomunicabilidade ou intransmissibilidade da pena (art. 5º,
XLV, CF), ou seja, a pena da pessoa jurídica não pode ser transmitida para a
PF.
Assim, o art. 4º desta lei é instituto de direito civil, não se aplicando em
matéria penal (Nucci).
Aplicação das Penas em Crimes Ambientais

Aplicação da pena no CP

a) Calcula a quantidade da pena com base no critério trifásico do art. 68,


CP

✓ Pena base com base nas circunstancias judiciais do art. 59, CP;
✓ Agravantes e atenuantes genéricas aplicáveis sobre a pena base;
✓ Causas de aumento e diminuição gerais e especiais;

b) Regime inicial de cumprimento de pena;

c) Possibilidade de substituição da pena de prisão por restritiva de


direitos ou multa ou concessão do sursis;

Aplicação da pena na Lei de Crimes Ambientais – art. 6º

Fixação da pena base

a) Pena base – circunstancias judiciais do 59, CP e 6º desta lei –


portanto a lei dos crimes tem circunstancias judiciais próprias. São elas:

• Gravidade do fato e consequências para a saúde pública (não


vítima) e meio ambiente;
• Situação econômica do infrator;

CP Lei 9605
Consequência para a vítima Consequência para a saúde pública
ou meio ambiente
Antecedentes do acusado Antecedentes ambientais a PJ
Situação econômica não entra na Situação econômica do infrator
pena base

b) Agravantes e atenuantes dos arts. 14/15 desta lei

Atenuantes – art. 14

• Baixo grau de escolaridade do agente, porém tem potencial


consciência da ilicitude da conduta. Se a pessoa não sabe que é ilícito é erro de
proibição.

• Reparação ou diminuição do dano. Não se aplica o arrependimento


posterior pois a lei ambiental não faz distinção se a reparação ocorrer antes ou
depois do recebimento da denúncia, bem como, é lei especial.

• Colaboração com a vigilância ambiental – delação premiada


ambiental;

Agravantes – art. 15

Reincidência específica em crime ambiental;

c) Causas de aumento e diminuição de penas (gerais e especiais)

Previstas no CP e nesta lei.

Fixação do regime inicial de cumprimento


Só se aplica a PF.

Possibilidade de substituição da pena de prisão

Só se aplica para PF

17.2.3.1 – Requisitos necessários para substituição da pena de prisão por


restritiva de direitos – art. 7º

CP – art. 44 Lei 9605 – Art. 7º


Crime culposo ou se doloso com pena Crime culposo ou se doloso a for
pena
igual ou a 4 anos; inferior a 4 anos;
inferior

Sem violência ou grave ameaça à Circunstâncias judiciais


pessoa; favoráveis;
Circunstâncias judiciais favoráveis
Não reincidência em crime doloso

✓ O prazo da pena restritiva é o mesmo tempo da prisão substituída (art. 7º,


§U), salvo:
✓ Na pena de interdição temporária de contratar com o poder público ou
receber incentivos ou outros benefícios (art. 10), terá duração de 5 anos
para crimes dolosos e 3 para culposos;
✓ Delmanto alega que os prazos do art. 10 não se aplicam, pois estão em
contradição lógica com o art. 7º, §U e fere o princípio da razoabilidade,
haja vista que não há crimes doloso com pena de 5 e culposo com pena
3, o que faz com que a pena restritiva seja maior do que a pena
substituída.
a) Pena de recolhimento domiciliar – art. 13

Não se confunde com a limitação de fim de semana (art. 48, CP), pela
qual o condenado deve recolher-se por 5h00 aos sábados e domingos em casa
do albergado ou estabelecimento similar.

As circunstâncias que atenuam a pena – art. 14

As circunstâncias que atenuam a pena em crimes ambientais, estão


expressamente previstas pelo art. 14, da Lei nº 9.605/98, e são as seguintes: a)
baixo grau de instrução ou escolaridade do agente; b) arrependimento do
infrator, manifestado pela espontânea reparação do dano, ou limitação
significativa da degradação ambiental causada; c) comunicação prévia pelo
agente do perigo iminente de degradação ambiental, e d) colaboração com os
agentes encarregados da vigilância e do controle ambiental.
Ao contrário dos demais crimes, em matéria ambiental as circunstâncias
atenuantes são aplicadas a critério do juiz, porque o dispositivo da Lei dos
Crimes Ambientais reza apenas em “São circunstâncias que atenuam a pena”,
diversamente do Código Penal que reza: “São circunstâncias que sempre
atenuam a pena” (grifamos), para demonstrar a aplicação obrigatória das
circunstâncias.
O quantum da atenuação fica a critério do juiz, que a aplicará sobre a
pena-base.

As circunstâncias que agravam a pena – art. 15

As circunstâncias que agravam a pena constituem matéria delicada, e


que, para sua aplicação, precisa ser analisada de forma detida
e minuciosa pelo aplicador do direito. Tais circunstâncias que incidem sobre os
crimes ambientais estão expressamente previstas em extenso rol constante do
art. 15, da chamada Lei nº 9.605/98, que reza:

Art. 15 - São circunstâncias que agravam a pena, quando não constituem


ou qualificam o crime:
I - reincidência nos crimes de natureza ambiental;
II - ter o agente cometido a infração:
a) para obter vantagem pecuniária;
b) coagindo outrem para a execução material da infração;
c) afetando ou expondo a perigo, de maneira grave, a saúde pública
ou o meio ambiente;
d) concorrendo para danos à propriedade alheia;
e) atingindo áreas de unidades de conservação ou áreas sujeitas, por
ato do Poder Público, a regime especial de uso;
f) atingindo áreas urbanas ou quaisquer assentamentos humanos;
g) em período de defeso à fauna;
h) em domingos ou feriados;
i) à noite;
j) em épocas de seca ou inundações;
l) no interior do espaço territorial especialmente protegido;
m) com o emprego de métodos cruéis para abate ou captura de
animais;
n) mediante fraude ou abuso de confiança;
o) mediante abuso do direito de licença, permissão ou autorização
ambiental;
p) no interesse de pessoa jurídica mantida, total ou parcialmente, por
verbas públicas ou beneficiada por incentivos fiscais;
q) atingindo espécies ameaçadas, listadas em relatórios oficiais das
autoridades competentes;
r) facilitada por funcionário público no exercício de suas funções.

Conforme consta do dispositivo legal, as circunstâncias acima elencadas


agravam a pena quando não constituem ou qualificam o crime, uma vez que se
a circunstância já constitui elemento do tipo, ou circunstância que o qualifique,
não pode servir também para agravar a pena, o que é proibido em direito penal
pelo princípio non bis in idem - não se devem aplicar duas penas sobre a mesma
infração.
Exemplificando, portanto, tem-se o art. 29, § 4º, inc. V, da Lei dos Crimes
Ambientais, que prevê crime contra a fauna, com a hipótese qualificadora em
que o crime é praticado em unidade de conservação. Dessa forma, a prática do
crime “em unidade de conservação” já constitui circunstância qualificadora do
tipo penal, e não pode, dessa forma, sofrer incidência da agravação prevista pelo
art. 15, inc. II, alínea e, da mesma Lei, porque, se isso ocorresse, o crime seria
aumentado duas vezes em razão do mesmo fato, o que é proibido.
Outro exemplo: o art. 34, da Lei dos Crimes Ambientais, reza que é crime
pescar em período no qual a pesca seja proibida. Dessa forma, a prática do
crime em período de defeso já constitui elemento do tipo previsto pelo art.
34, e, dessa forma, para tal crime, não se aplica a agravante prevista no
art. 15, inc.
II, alínea g, da mesma Lei, sob pena de bis in idem.

Da suspensão condicional da pena


Art. 16
O art. 16, da Lei nº 9.605/98, reza que a suspensão condicional da pena
pode ser aplicada aos crimes de condenação a pena privativa de liberdade não
superior a três anos.
A suspensão condicional da pena é o chamado sursis, que no dizer de
Damásio E. de Jesus deriva de surseoir, que significa suspender, e “permite que
o condenado não se sujeite à execução de pena privativa de liberdade de
pequena duração.”
Os requisitos para a aplicação dos sursis estão previstos no art. 77, do
Código Penal, tendo em vista a subsidiariedade do Código Penal.
Art. 17
O art. 17, da Lei dos Crimes Ambientais, diz que a verificação da
reparação a que se refere o art. 78, § 2º, do Código Penal, será realizada
mediante laudo de reparação do dano ambiental, e as condições a serem
impostas pelo juiz deverão relacionar-se com a proteção do meio ambiente.
O indigitado art. 78, do Código Penal, dispõe sobre as exigências a que o
condenado se submete durante o prazo de suspensão.
O § 1º, desse art. 78, reza que o condenado, no primeiro ano da
suspensão, deverá prestar serviços à comunidade, ou submeter-se à limitação
do fim de semana, que consiste na obrigação do condenado permanecer, aos
sábados e domingos, por cinco horas diárias, em casa de albergado ou outro
estabelecimento adequado, nos termos da lei.
O § 2º, do mesmo art. 78, por sua vez, dispõe sobre a situação do
condenado que repara o dano causado, situação em que o juiz poderá substituir
a exigência contida no § 1º por outras condições, que são: a) proibição de
frequentar determinados lugares; ou b) proibição de ausentar-se da comarca
onde reside, sem autorização do juiz, ou, ainda, c) comparecimento pessoal e
obrigatório a juízo, mensalmente, para informar e justificar suas atividades.
O dispositivo cuida do sursis especial, conforme entende a doutrina
especializada.
A substituição prevista no art. 78, § 2º, do Código Penal, é sempre
realizada de acordo com as circunstâncias do caso concreto, e a critério do juiz,
sendo que a expressão poderá autoriza a aplicação ou não do sursis especial
pelo juiz, diante do juízo de apreciação, e se presentes todos os requisitos legais
necessários para a sua concessão.

Da pena de multa
Art. 18
O art. 18, da Lei dos Crimes Ambientais, reza que a pena será calculada
segundo os critérios do Código Penal; se revela-se ineficaz, ainda que aplicada
no valor máximo, poderá ser aumentada até 3 (três) vezes, tendo em vista o
valor da vantagem econômica auferida.
Os critérios para a fixação de pena de multa estão previstos pelos arts. 49
a 52, do Código Penal.
Reza o art. 49, com redação dada pela Lei nº 7.209, de 11 de julho de
1.984:
Art. 49 – A pena de multa consiste no pagamento ao fundo penitenciário
da quantia fixada na sentença e calculada em dias-multa. Será, no mínimo, de
10 (dez) e, no máximo, de 360 (trezentos e sessenta) dias-multa. § 1º - O valor
do dia-multa será fixado pelo juiz não podendo ser inferior a um trigésimo do
maior salário mínimo mensal vigente ao tempo do fato, nem superior a 5 (cinco)
vezes esse salário.
§ 2º - O valor da multa será atualizado, quando da execução, pelos índices
de correção monetária.

Reza o art. 50, com redação dada pela Lei nº 7.209/84, sobre o
pagamento da multa, para dizer que a multa deve ser paga dentro de dez dias
depois de transitada em julgado a sentença, sendo que tal pagamento, a
requerimento do condenado, e com permissão do juiz, pode ser realizado em
parcelas mensais.
Tal pagamento pode ser realizado mediante desconto no vencimento ou
salário do condenado, conforme reza o § 1º, do art. 50.
Tal desconto, entretanto, não pode incidir sobre os recursos
indispensáveis ao sustento do condenado, e de sua família, conforme se lê do §
2º, do art. 50.
O art. 51, com redação dada pela Lei nº 9.268, de 1º de abril de 1.996,
cuida do modo de conversão da multa, e reza que a multa será considerada
dívida de valor, aplicando-lhe as normas da legislação relativa à dívida ativa da
Fazenda Pública.
O art. 52, por fim, e com redação dada pela Lei nº 7.209/84, reza que é
suspensa a execução da pena de multa, se sobrevém ao condenado doença
mental.

Art. 19
O art. 19, da Lei dos Crimes Ambientais, preceitua que a perícia de
constatação do dano ambiental, sempre que possível, fixará o montante do
prejuízo causado para efeitos de prestação de fiança e cálculo de multa.
Tal dispositivo deve ser aplicado em conjunto com o art. 326, do Código
de Processo Penal, ao rezar que para determinar o valor da fiança, a autoridade
levará em consideração a natureza da infração, as condições pessoais de
fortuna e vida pregressa do acusado, e circunstâncias indicativas de sua
periculosidade, bem como a importância provável das custas do processo, até
final julgamento.
De tal sorte, para a fixação o valor da fiança, o juiz não pode analisar
exclusivamente a gravidade objetiva da infração, mas, sim, todas as
circunstâncias previstas no dispositivo processual.
O parágrafo único, do art. 19, da Lei nº 9.605/98, reza que a perícia
produzida no inquérito civil ou no juízo cível poderá ser aproveitada no processo
penal, instaurando-se o contraditório.
Tal previsão refere-se à prova emprestada, perfeitamente admitida em
direito processual, para atender ao princípio da economia processual.

Art. 20
O art. 20, da Lei dos Crimes Ambientais, cuida da sentença penal
condenatória, que deverá fixar o valor mínimo para reparação dos danos
causados pela infração, considerando os prejuízos sofridos pelo ofendido ou
pelo meio ambiente.
O parágrafo único, do art. 20, por sua vez, determina que transitada em
julgado a sentença condenatória, a execução poderá efetuar-se pelo valor fixado
nos termos do caput, sem prejuízo da liquidação para apuração do dano
efetivamente sofrido.

Das penas aplicadas às pessoas jurídicas


Art. 21
No âmbito do direito penal, conforme se depreende do art. 21, da Lei nº
9.605/98, são aplicadas às pessoas jurídicas as seguintes penas:
a) multa;
b) restritiva de direito;
c) prestação de serviços à comunidade;
d) liquidação forçada, e
e) desconsideração da pessoa jurídica.
A pena de multa está prevista no art. 21, inc. I, da Lei dos Crimes
Ambientais, e, ainda, perfeitamente autorizada pelo art. 5º, inc. XLVI, letra c, da
Constituição Federal. Para a aplicação da penalidade multa, utiliza-se a regra
determinada pelo art. 18, da citada Lei nº 9.605/98, que é aplicável para pessoas
físicas e jurídicas indistintamente. Ou seja, a mesma pena pecuniária é aplicada
para todos, fato que tem ensejado muita discussão, uma vez que a vantagem
obtida através do crime ambiental pelas pessoas jurídicas é sempre muito maior
do que o obtido por uma pessoa física, e, dessa forma, a multa aplicada às
primeiras deveria ser sempre em maior valor.

Art. 22
As penas restritivas de direitos aplicadas às pessoas jurídicas, previstas
pelo art. 21, inc. II, e art. 22, ambos da Lei federal nº 9.605/98, são as seguintes:
a) suspensão parcial ou total de atividades, que ocorre quando não estão sendo
obedecidas as disposições legais ou regulamentares relativas à proteção do
meio ambiente; b) interdição temporária de estabelecimento, obra ou atividade,
que ocorre no caso de funcionamento sem a devida autorização, ou em
desacordo com a concedida, ou com violação de disposição legal ou
regulamentar, e c) proibição de contratar com o Poder Público,
bem como dele obter subsídios, subvenções ou doações, que não poderá
exceder o prazo de 10 (dez) anos.

Art. 23
A pena de prestação de serviços à comunidade, que, conforme é cediço
em direito penal, também é restritiva de direito, está prevista no art. 21, inc. III, e
no art. 23, ambos da Lei nº 9.605/98, consiste em: a) custeio de programas e de
projetos ambientais; b) execução de obras de recuperação de áreas degradadas;
c) manutenção de espaços públicos, e d) contribuições a entidades ambientais
ou culturais públicas.
Tais referidas penas de prestação de serviços à comunidade, que
constituem prestação social alternativa, nos termos ditados pela Constituição
Federal, em seu art. 5º, inc. XLVI, letra d, a nosso ver, revelam-se as mais
acertadas, dentre todas as cabíveis contra pessoas jurídicas, uma vez que
proporcionam auxílio a programas ambientais, assim como a recuperação de
áreas degradadas, entre outros. Isso não significa, entretanto, que as empresas
possuem “carta branca” para degradar, desde que, futuramente, custeiem
programas, executem obras de recuperação, mantenham espaços públicos, ou
contribuam para entidades ambientais. O objetivo da lei, é óbvio, é o de que tais
empresas não degradem, não poluam, não causem danos ao meio ambiente.
Art. 24
A liquidação forçada, conforme preceitua o art. 24, da Lei dos Crimes
Ambientais, é decretada à pessoa jurídica constituída ou utilizada,
preponderantemente, com o fim de permitir, facilitar ou ocultar a prática de crime
ambiental, hipótese em que o patrimônio da pessoa jurídica será considerado
instrumento do crime, e, dessa forma, será perdido em favor do Fundo
Penitenciário Nacional. Tal pena, a nosso ver, é perfeitamente constitucional,
uma vez que o art. 5º, inc. XLVI, letra b, da Carta, prevê como espécie de pena
a perda de bens. Tal pena também é restritiva de direito, assim como as demais
acima elencadas.
Da apreensão do produto e do instrumento de infração
administrativa ou de crime – art. 25

O art. 25, da Lei nº 9.605/98, com inspiração no art. 6º, do Código de


Processo Penal, preceitua que verificada a infração, serão apreendidos seus
produtos e instrumentos, lavrando-se, com isso, os respectivos autos.
Os produtos e instrumentos apreendidos não podem ser devolvidos ao
infrator, conforme se lê do r. acórdão proferido pelo e. Tribunal Regional Federal
da 1º Região, ACR 1998.01.00.040401-4/AM, 4ª Turma, rel. Juiz Mário César
Ribeiro, publicado in DJ de 15/1/02, p. 194.
Vejamos o que reza a ementa do indigitado r. acórdão:
“PROCESSUAL PENAL. BENS APREENDIDOS. RESTITUIÇÃO. FIEL
DEPOSITÁRIO. DRAGAS. INDEFERIMENTO.
1. Incumbe ao Poder Público, por imperativo constitucional,
compatibilizar o desenvolvimento econômico-social com a preservação da
qualidade do meio ambiente e do equilíbrio ecológico e zelar pela exploração
equilibrada dos recursos naturais, de modo a atender as necessidades não só
da atual mas também das futuras gerações;
2. A atividade garimpeira clandestina, causadora de graves danos ao
meio ambiente, deve ser reprimida energicamente, de modo a resguardar o bem
estar social.
3. Caso em que foram apreendidas 13 (treze) DRAGAS, mediante
atuação conjunta do IBAMA e do Exército Brasileiro, com rompimento dos
respectivos lacres.
4. Pedido de restituição indeferido.”

Art. 25, §§ 1º a 5º
O § 1º, do art. 25, reza que os animais serão libertados em seu habitat ou
entregues a jardins zoológicos, fundações ou entidades assemelhadas, desde
que fiquem sob a responsabilidade de técnicos habilitados.
O § 2º, do art. 25, com a redação que lhe foi dada pela Medida Provisória
nº 62, de 23 de agosto de 2.002, reza que tratando-se de produtos perecíveis,
serão eles avaliados e doados a instituições científicas, hospitalares, penais, e
outras com fins beneficentes.
O § 3º, do art. 25, por sua vez, cuida dos produtos e subprodutos da fauna
não perecíveis, que serão destruídos ou doados às instituições científicas,
culturais ou educacionais.
O § 4º, do art. 25, reza que os instrumentos utilizados na prática da
infração serão vendidos, garantida a sua descaracterização por meio da
reciclagem.
E, por fim, o § 5º, do art. 25, incluído pela Medida Provisória nº 62, de 23
de agosto de 2.002, preceitua que tratando-se de madeiras os produtos
apreendidos, serão elas levadas a leilão, e o valor arrecadado, revertido ao órgão
ambiental responsável por sua apreensão.

Da ação e do processo penal – arts. 26 a 28

Art. 26
Reza o art. 26 que nas infrações penais previstas na Lei dos Crimes
Ambientais, a ação penal é a pública incondicionada.
A ação penal pública é aquela cuja titularidade pertence ao Estado, e é
promovida pelo e. Ministério Público, por denúncia, conforme determinam
expressamente o art. 129, da Constituição Federal, o art. 100, § 1º, do Código
Penal, e o art. 24, do Código de Processo Penal.
A peça de denúncia deve conter, obrigatoriamente, todos os requisitos
determinados pelo art. 41, do Código de Processo Penal, que são: a exposição
do fato criminoso, com todas as suas circunstâncias, a qualificação do acusado
ou esclarecimentos pelos quais se possa identificá-lo, a classificação do crime,
e, quando necessário, o rol de testemunhas.
A ação penal pública no caso dos crimes ambientais é incondicionada,
porque seu exercício não se subordina a nenhum requisito, ou
seja, a ação pode ser iniciada sem a representação do ofendido, e sem a
requisição do Ministro da Justiça.
Art. 27
O art. 27, da Lei dos Crimes Ambientais, reza que nos “crimes ambientais
de menor potencial ofensivo, a proposta de aplicação imediata de pena
restritiva de direitos ou multa, prevista no art. 76 da Lei nº 9.099, de 26 de
setembro de 1995, somente poderá ser formulada desde que tenha havido a
prévia composição do dano ambiental, de que trata o art. 74 da mesma lei,
salvo em caso de comprovada impossibilidade.” (Grifamos)
Os crimes de menor potencial ofensivo foram definidos pelo art. 2º,
parágrafo único, da Lei federal nº 10.259, de 12 de julho de 2.001, como aqueles
em que a pena máxima cominada pela lei é não superior a dois anos, ou multa.

As contravenções também constituem infrações penais consideradas


como de menor potencial ofensivo.
A prévia composição do dano ambiental constitui na possibilidade de
transação pelo d. representante do e. Ministério Público, para a celebração de
compromisso por parte do infrator de recuperar o meio ambiente que degradou
de forma criminosa.
É cediço que incumbe sempre ao d. representante do e. Parquet a
postulação de reparação do dano ambiental. Dessa forma, deverá o d. Promotor,
sempre que atendidos os requisitos legais, propor o referido compromisso ao
infrator, antes mesmo de formular qualquer pleito de aplicação de pena.
Resta imperioso consignar que se a composição do dano ambiental
estiver comprovada, o d. Promotor deverá propor a transação penal, antes
mesmo de oferecer a denúncia.

Art. 28
O art. 28 reza que as disposições contidas no art. 89, da Lei nº 9.099, de
26 de setembro de 1.995, aplicam-se aos crimes de menor potencial ofensivo
definidos na lei.
De tal sorte, para os crimes capitulados na Lei dos Crimes Ambientais,
com menor potencial ofensivo – que são aqueles com pena prevista não superior
a dois anos, ou multa –, o e. Ministério Público, ao oferecer a denúncia, poderá
propor a suspensão do processo, por dois a quatro anos, desde que o acusado
não esteja sendo processado ou não tenha sido condenado por outro crime,
presentes os demais requisitos que autorizariam a suspensão condicional da
pena, previstas no art. 77, do Código Penal.

Existem, porém, algumas ressalvas a tal benefício, que são aquelas


expressamente previstas nos incs. I a V, do art. 28, da Lei dos Crimes
Ambientais, e que rezam:

I – a declaração de extinção de punibilidade, de que trata o § 5° do


artigo referido no caput – que é o 89, da Lei nº 9.099/95 – , dependerá de laudo
de constatação de reparação do dano ambiental, ressalvada a impossibilidade
prevista no inciso I do § 1° do mesmo artigo;
II – na hipótese de o laudo de constatação comprovar não ter sido
completa a reparação, o prazo de suspensão do processo será prorrogado, até
o período máximo previsto no artigo referido no caput, acrescido de mais um ano,
com suspensão do prazo da prescrição;
III – no período de prorrogação, não se aplicarão as condições dos
incisos II, III e IV do § 1° do artigo mencionado no caput;
IV – findo o prazo de prorrogação, proceder-se-á à lavratura de novo
laudo de constatação de reparação do dano ambiental, podendo, conforme seu
resultado, ser novamente prorrogado o período de suspensão, até o máximo
previsto no inciso II deste artigo, observado o disposto no inciso III;
V – esgotado o prazo máximo de prorrogação, a declaração de
extinção de punibilidade dependerá de laudo de constatação que comprove ter
o acusado tomado as providências necessárias à reparação integral do dano.
Tais ressalvas devem sempre ser consideradas pelo d. representante do
e. Ministério Público, ao oferecer a denúncia.

REFERÊNCIAS

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Empresas. Belo Horizonte: Editora Fórum, 2ª ed., 2009. Pág. 47
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BENJAMIN, Antonio Herman V. "Introdução ao Direito Ambiental Brasileiro", in:
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Em defesa do Código Florestal. In: Código Florestal: 45 Anos - Estudos e
Reflexões. Org: FIGUEIREDO, Guilherme José Purvin de et alii. Curitiba: Letra
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RODRIGUES, Marcelo Abelha. Instituições de Direito Ambiental. Vol. I. São
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