Você está na página 1de 5

Licensed to Bruna Rocha Marques - brunarocha2201@gmail.com - 027.345.

713-66

SUMÁRIO
AUDIÊNCIA DE CUSTÓDIA ....................................................................................... 2
Introdução ....................................................................................................................... 2
Medidas Judiciais............................................................................................................ 3
Relaxamento da Prisão Ilegal .................................................................................... 3
Conversão da Prisão em Flagrante em Preventiva ................................................ 4
Concessão da Liberdade Provisória ......................................................................... 5

1
Licensed to Bruna Rocha Marques - brunarocha2201@gmail.com - 027.345.713-66

AUDIÊNCIA DE CUSTÓDIA
INTRODUÇÃO
A audiência de custódia é o procedimento em que o preso é ouvido pelo juiz, antes
de decidir pela conversão da prisão em flagrante em preventiva ou pela concessão da
liberdade provisória.

Sua previsão legal é o art. 310, caput, do CPP.

Art. 310. Após receber o auto de prisão em flagrante, no prazo


máximo de até 24 (vinte e quatro) horas após a realização da
prisão, o juiz deverá promover audiência de custódia com a
presença do acusado, seu advogado constituído ou membro
da Defensoria Pública e o membro do Ministério Público (...)

É importante ressaltar que a audiência de custódia deverá ser realizada no prazo de 24 horas,
inclusive, com previsão legal de responsabilização da autoridade competente que não a realizar.

Art. 310, § 4º Transcorridas 24 (vinte e quatro) horas após o


decurso do prazo estabelecido no caput deste artigo, a não
realização de audiência de custódia sem motivação idônea
ensejará também a ilegalidade da prisão, a ser relaxada pela
autoridade competente, sem prejuízo da possibilidade de
imediata decretação de prisão preventiva

A resposta é NÃO.

Segundo a jurisprudência do STJ1:

A falta da audiência de custódia não enseja nulidade


da prisão preventiva, superada que foi a prisão em flagrante,
devendo ser este novo título de prisão aquele a merecer o
exame da legalidade e necessidade.
STJ. 6ª Turma. RHC 99.091/AL, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em
04/09/2018.

1
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. A falta da audiência de custódia enseja nulidade da prisão preventiva? O preso deverá ser
colocado em liberdade?. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível
em:<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/05ae14d7ae387b93370d142d82220f1b>. Acesso em:
10/08/2021

2
Licensed to Bruna Rocha Marques - brunarocha2201@gmail.com - 027.345.713-66

MEDIDAS JUDICIAIS
RELAXAMENTO DA PRISÃO ILEGAL
O inciso I, do art. 310, do CPP aponta o relaxamento da prisão ilegal.

Art. 310. (...), o juiz deverá, fundamentadamente:


I - relaxar a prisão ilegal; ou

O relaxamento da prisão está relacionado à existência de alguma ilegalidade


quando da prisão em flagrante.

A resposta é NÃO.

Segundo a jurisprudência do STF2:

A decisão que, na audiência de custódia, determina


o relaxamento da prisão em flagrante sob o argumento de que
a conduta praticada é atípica não faz coisa julgada. Assim, esta
decisão não vincula o titular da ação penal, que poderá
oferecer acusação contra o indivíduo narrando os mesmos fatos
e o juiz poderá receber essa denúncia.
STF. 1ª Turma. HC 157306/SP, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em
25/9/2018 (Info 917).

2
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Decisão proferida em audiência de custódia reconhecendo a atipicidade do fato não faz coisa
julgada. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/a70dab11c90d06b809d0be230731762a>. Acesso em:
10/08/2021

3
Licensed to Bruna Rocha Marques - brunarocha2201@gmail.com - 027.345.713-66

A resposta é NÃO.

Segundo a doutrina, o eventual vício na prisão em flagrante não repercute na ação


penal correspondente.

Contudo, as provas decorrentes da prisão em flagrante ilegal são consideradas


ilícitas.

CONVERSÃO DA PRISÃO EM FLAGRANTE EM PREVENTIVA


O inciso II, do art. 310, do CPP, aponta a possibilidade de o juiz converter a prisão em
flagrante em preventiva.

Art. 310. (...), o juiz deverá, fundamentadamente:


(...)
II - converter a prisão em flagrante em preventiva, quando
presentes os requisitos constantes do art. 312 deste Código, e se
revelarem inadequadas ou insuficientes as medidas cautelares
diversas da prisão;

A resposta é NÃO.

Após o advento do Pacote Anticrimes (Lei nº 13.964/19), não é possível a conversão


da prisão em flagrante em prisão preventiva, de ofício, pelo juiz.

Segundo a jurisprudência3:

3
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Depois da Lei nº 13.964/2019 (Pacote Anticrime), não é mais possível que o juiz, de ofício,
converta a prisão em flagrante em prisão preventiva (é indispensável requerimento). Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/6b5617315c9ac918215fc7514bef514b>. Acesso em: 11/08/2021

4
Licensed to Bruna Rocha Marques - brunarocha2201@gmail.com - 027.345.713-66

Após o advento da Lei nº 13.964/2019, não é mais possível


a conversão da prisão em flagrante em preventiva sem
provocação por parte ou da autoridade policial, do querelante,
do assistente, ou do Ministério Público, mesmo nas situações em
que não ocorre audiência de custódia.
(...)
STJ. 3ª Seção. RHC 131.263, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior,
julgado em 24/02/2021 (Info 686).
STF. 2ª Turma. HC 188888/MG, Rel. Min. Celso de Mello, julgado
em 6/10/2020 (Info 994).

Contudo, o posterior requerimento da autoridade policial ou manifestação do


Ministério Público favorável à prisão preventiva supre o vício da decretação de ofício.

Nesse sentido4:

O posterior requerimento da autoridade policial pela


segregação cautelar ou manifestação do Ministério Público
favorável à prisão preventiva suprem o vício da inobservância
da formalidade de prévio requerimento.
STJ. 5ª Turma. AgRg RHC 136708/MS, Rel. Min. Felix Fisher, julgado
em 11/03/2021 (Info 691).

CONCESSÃO DA LIBERDADE PROVISÓRIA


O inciso III, do art. 310, do CPP, aponta a possibilidade de o juiz conceder a liberdade
provisória, com ou sem fiança.

Art. 310. (...), o juiz deverá, fundamentadamente:


(...)
III - conceder liberdade provisória, com ou sem fiança.

Na atual sistemática do processo penal, a concessão da liberdade provisória deve


ser a regra.

Assim, a segregação do agente somente deve ser decretada quando não for
possível conceder a liberdade, com ou sem medida cautelar.

4
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Não é possível que o juiz, de ofício, decrete a prisão preventiva; vale ressaltar, no entanto, que,
se logo depois de decretar, a autoridade policial ou o MP requererem a prisão, o vício de ilegalidade que maculava a custódia é
suprido. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/b0285cbf334be23be58e7ff353af1af2>. Acesso em: 11/08/2021

Você também pode gostar