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TÍTULO III autos para a instância de revisão

ministerial para fins de homologação, na


DA AÇÃO PENAL forma da lei

Art. 24. Nos crimes de ação pública, § 1º Se a vítima, ou seu representante


esta será promovida por denúncia do legal, não concordar com o
Ministério Público, mas dependerá, arquivamento do inquérito policial,
quando a lei o exigir, de requisição do poderá, no prazo de 30 (trinta) dias do
Ministro da Justiça, ou de representação recebimento da comunicação,
do ofendido ou de quem tiver qualidade submeter a matéria à revisão da
para representá-lo. instância competente do órgão
ministerial, conforme dispuser a
§ 1o No caso de morte do ofendido ou respectiva lei orgânica.
quando declarado ausente por decisão
judicial, o direito de representação § 2º Nas ações penais relativas a crimes
passará ao cônjuge, ascendente, praticados em detrimento da União,
descendente ou irmão. Estados e Municípios, a revisão do
arquivamento do inquérito policial
§ 2o Seja qual for o crime, quando poderá ser provocada pela chefia do
praticado em detrimento do patrimônio órgão a quem couber a sua
ou interesse da União, Estado e representação judicial.
Município, a ação penal será
pública. Art. 28-A. Não sendo caso de
arquivamento e tendo o investigado
Art. 25. A representação será confessado formal e
irretratável, depois de oferecida a circunstancialmente a prática de
denúncia. infração penal sem violência ou grave
ameaça e com pena mínima inferior a 4
Art. 26. A ação penal, nas (quatro) anos, o Ministério Público
contravenções, será iniciada com o auto poderá propor acordo de não
de prisão em flagrante ou por meio de persecução penal, desde que necessário
portaria expedida pela autoridade e suficiente para reprovação e
judiciária ou policial. prevenção do crime, mediante as
seguintes condições ajustadas
Art. 27. Qualquer pessoa do povo cumulativa e alternativamente:
poderá provocar a iniciativa do
Ministério Público, nos casos em que I - reparar o dano ou restituir a coisa à
caiba a ação pública, fornecendo-lhe, vítima, exceto na impossibilidade de
por escrito, informações sobre o fato e a fazê-lo;
autoria e indicando o tempo, o lugar e
os elementos de convicção. II - renunciar voluntariamente a bens e
direitos indicados pelo Ministério
Art. 28. Ordenado o arquivamento do Público como instrumentos, produto ou
inquérito policial ou de quaisquer proveito do crime;
elementos informativos da mesma
natureza, o órgão do Ministério Público III - prestar serviço à comunidade ou a
comunicará à vítima, ao investigado e à entidades públicas por período
autoridade policial e encaminhará os correspondente à pena mínima
cominada ao delito diminuída de um a persecução penal, transação penal ou
dois terços, em local a ser indicado pelo suspensão condicional do processo;
juízo da execução, na forma do art. 46 e
do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de
dezembro de 1940 (Código Penal); IV - nos crimes praticados no âmbito de
violência doméstica ou familiar, ou
IV - pagar prestação pecuniária, a ser praticados contra a mulher por razões
estipulada nos termos do art. 45 do da condição de sexo feminino, em favor
Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro do agressor.
de 1940 (Código Penal), a entidade
pública ou de interesse social, a ser § 3º O acordo de não persecução penal
indicada pelo juízo da execução, que será formalizado por escrito e será
tenha, preferencialmente, como função firmado pelo membro do Ministério
proteger bens jurídicos iguais ou Público, pelo investigado e por seu
semelhantes aos aparentemente defensor.
lesados pelo delito; ou
§ 4º Para a homologação do acordo de
V - cumprir, por prazo determinado, não persecução penal, será realizada
outra condição indicada pelo Ministério audiência na qual o juiz deverá verificar
Público, desde que proporcional e a sua voluntariedade, por meio da oitiva
compatível com a infração penal do investigado na presença do seu
imputada. defensor, e sua legalidade.

§ 1º Para aferição da pena mínima § 5º Se o juiz considerar inadequadas,


cominada ao delito a que se refere insuficientes ou abusivas as condições
o caput deste artigo, serão dispostas no acordo de não persecução
consideradas as causas de aumento e penal, devolverá os autos ao Ministério
diminuição aplicáveis ao caso Público para que seja reformulada a
concreto. proposta de acordo, com concordância
do investigado e seu defensor.
§ 2º O disposto no caput deste artigo
não se aplica nas seguintes § 6º Homologado judicialmente o
hipóteses: acordo de não persecução penal, o juiz
devolverá os autos ao Ministério Público
I - se for cabível transação penal de para que inicie sua execução perante o
competência dos Juizados Especiais juízo de execução penal.
Criminais, nos termos da lei;
§ 7º O juiz poderá recusar homologação
II - se o investigado for reincidente ou se à proposta que não atender aos
houver elementos probatórios que requisitos legais ou quando não for
indiquem conduta criminal habitual, realizada a adequação a que se refere o
reiterada ou profissional, exceto se § 5º deste artigo.
insignificantes as infrações penais
pretéritas; § 8º Recusada a homologação, o juiz
devolverá os autos ao Ministério Público
III - ter sido o agente beneficiado nos 5 para a análise da necessidade de
(cinco) anos anteriores ao cometimento complementação das investigações ou o
da infração, em acordo de não oferecimento da denúncia.
§ 9º A vítima será intimada da Art. 30. Ao ofendido ou a quem tenha
homologação do acordo de não qualidade para representá-lo caberá
persecução penal e de seu intentar a ação privada.
descumprimento.
Art. 31. No caso de morte do ofendido
§ 10. Descumpridas quaisquer das ou quando declarado ausente por
condições estipuladas no acordo de não decisão judicial, o direito de oferecer
persecução penal, o Ministério Público queixa ou prosseguir na ação passará ao
deverá comunicar ao juízo, para fins de cônjuge, ascendente, descendente ou
sua rescisão e posterior oferecimento irmão.
de denúncia.
Art. 32. Nos crimes de ação privada, o
§ 11. O descumprimento do acordo de juiz, a requerimento da parte que
não persecução penal pelo investigado comprovar a sua pobreza, nomeará
também poderá ser utilizado pelo advogado para promover a ação penal.
Ministério Público como justificativa
para o eventual não oferecimento de § 1o Considerar-se-á pobre a pessoa
suspensão condicional do processo. que não puder prover às despesas do
processo, sem privar-se dos recursos
§ 12. A celebração e o cumprimento do indispensáveis ao próprio sustento ou
acordo de não persecução penal não da família.
constarão de certidão de antecedentes
criminais, exceto para os fins previstos § 2o Será prova suficiente de pobreza o
no inciso III do § 2º deste artigo. atestado da autoridade policial em cuja
circunscrição residir o ofendido.
§ 13. Cumprido integralmente o acordo
de não persecução penal, o juízo Art. 33. Se o ofendido for menor de 18
competente decretará a extinção de anos, ou mentalmente enfermo, ou
punibilidade. retardado mental, e não tiver
representante legal, ou colidirem os
§ 14. No caso de recusa, por parte do interesses deste com os daquele, o
Ministério Público, em propor o acordo direito de queixa poderá ser exercido
de não persecução penal, o investigado por curador especial, nomeado, de
poderá requerer a remessa dos autos a ofício ou a requerimento do Ministério
órgão superior, na forma do art. 28 Público, pelo juiz competente para o
deste Código. processo penal.

Art. 29. Será admitida ação privada nos Art. 34. Se o ofendido for menor de 21
crimes de ação pública, se esta não for e maior de 18 anos, o direito de queixa
intentada no prazo legal, cabendo ao poderá ser exercido por ele ou por seu
Ministério Público aditar a queixa, representante legal.
repudiá-la e oferecer denúncia
substitutiva, intervir em todos os termos Art. 35. (Revogado pela Lei nº 9.520,
do processo, fornecer elementos de de 27.11.1997)
prova, interpor recurso e, a todo tempo,
no caso de negligência do querelante, Art. 36. Se comparecer mais de uma
retomar a ação como parte principal. pessoa com direito de queixa, terá
preferência o cônjuge, e, em seguida, o
parente mais próximo na ordem de § 2o A representação conterá todas as
enumeração constante do art. 31, informações que possam servir à
podendo, entretanto, qualquer delas apuração do fato e da autoria.
prosseguir na ação, caso o querelante
desista da instância ou a abandone. § 3o Oferecida ou reduzida a termo a
representação, a autoridade policial
Art. 37. As fundações, associações ou procederá a inquérito, ou, não sendo
sociedades legalmente constituídas competente, remetê-lo-á à autoridade
poderão exercer a ação penal, devendo que o for.
ser representadas por quem os
respectivos contratos ou estatutos § 4o A representação, quando feita ao
designarem ou, no silêncio destes, pelos juiz ou perante este reduzida a termo,
seus diretores ou sócios-gerentes. será remetida à autoridade policial para
que esta proceda a inquérito.
Art. 38. Salvo disposição em contrário,
o ofendido, ou seu representante legal, § 5o O órgão do Ministério Público
decairá no direito de queixa ou de dispensará o inquérito, se com a
representação, se não o exercer dentro representação forem oferecidos
do prazo de seis meses, contado do dia elementos que o habilitem a promover
em que vier a saber quem é o autor do a ação penal, e, neste caso, oferecerá a
crime, ou, no caso do art. 29, do dia em denúncia no prazo de quinze dias.
que se esgotar o prazo para o
oferecimento da denúncia. Art. 40. Quando, em autos ou papéis de
que conhecerem, os juízes ou tribunais
Parágrafo único. Verificar-se-á a verificarem a existência de crime de
decadência do direito de queixa ou ação pública, remeterão ao Ministério
representação, dentro do mesmo prazo, Público as cópias e os documentos
nos casos dos arts. 24, parágrafo único, necessários ao oferecimento da
e 31. denúncia.

Art. 39. O direito de representação Art. 41. A denúncia ou queixa conterá a


poderá ser exercido, pessoalmente ou exposição do fato criminoso, com todas
por procurador com poderes especiais, as suas circunstâncias, a qualificação do
mediante declaração, escrita ou oral, acusado ou esclarecimentos pelos quais
feita ao juiz, ao órgão do Ministério se possa identificá-lo, a classificação do
Público, ou à autoridade policial. crime e, quando necessário, o rol das
testemunhas.
§ 1o A representação feita oralmente
ou por escrito, sem assinatura Art. 42. O Ministério Público não
devidamente autenticada do ofendido, poderá desistir da ação penal.
de seu representante legal ou
procurador, será reduzida a termo, Art. 61. Em qualquer fase do processo,
perante o juiz ou autoridade policial, o juiz, se reconhecer extinta a
presente o órgão do Ministério Público, punibilidade, deverá declará-lo de
quando a este houver sido dirigida. ofício.

Parágrafo único. No caso de


requerimento do Ministério Público, do
querelante ou do réu, o juiz mandará Art. 65. Faz coisa julgada no cível a
autuá-lo em apartado, ouvirá a parte sentença penal que reconhecer ter sido
contrária e, se o julgar conveniente, o ato praticado em estado de
concederá o prazo de cinco dias para a necessidade, em legítima defesa, em
prova, proferindo a decisão dentro de estrito cumprimento de dever legal ou
cinco dias ou reservando-se para no exercício regular de direito.
apreciar a matéria na sentença final.
Art. 66. Não obstante a sentença
Art. 62. No caso de morte do acusado, o absolutória no juízo criminal, a ação civil
juiz somente à vista da certidão de poderá ser proposta quando não tiver
óbito, e depois de ouvido o Ministério sido, categoricamente, reconhecida a
Público, declarará extinta a inexistência material do fato.
punibilidade.
Art. 67. Não impedirão igualmente a
TÍTULO IV propositura da ação civil:

DA AÇÃO CIVIL I - o despacho de arquivamento do


inquérito ou das peças de informação;
Art. 63. Transitada em julgado a
sentença condenatória, poderão II - a decisão que julgar extinta a
promover-lhe a execução, no juízo cível, punibilidade;
para o efeito da reparação do dano, o
ofendido, seu representante legal ou III - a sentença absolutória que decidir
seus herdeiros. que o fato imputado não constitui
crime.
Parágrafo único. Transitada em julgado
a sentença condenatória, a execução Art. 68. Quando o titular do direito à
poderá ser efetuada pelo valor fixado reparação do dano for pobre (art. 32,
nos termos do inciso iv do caput do art. §§ 1o e 2o), a execução da sentença
387 deste Código sem prejuízo da condenatória (art. 63) ou a ação civil
liquidação para a apuração do dano (art. 64) será promovida, a seu
efetivamente sofrido. (Incluído requerimento, pelo Ministério Público.
pela Lei nº 11.719, de 2008).
TÍTULO V
Art. 64. Sem prejuízo do disposto no
artigo anterior, a ação para DA COMPETÊNCIA
ressarcimento do dano poderá ser
proposta no juízo cível, contra o autor Art. 69. Determinará a competência
do crime e, se for caso, contra o jurisdicional:
responsável civil. (Vide Lei nº
5.970, de 1973) I - o lugar da infração:

Parágrafo único. Intentada a ação II - o domicílio ou residência do réu;


penal, o juiz da ação civil poderá
suspender o curso desta, até o III - a natureza da infração;
julgamento definitivo daquela.
IV - a distribuição;
V - a conexão ou continência; pelo local do domicílio da vítima, e, em
caso de pluralidade de vítimas, a
VI - a prevenção; competência firmar-se-á pela
prevenção.
VII - a prerrogativa de função.
Art. 71. Tratando-se de infração
CAPÍTULO I continuada ou permanente, praticada
em território de duas ou mais
DA COMPETÊNCIA PELO LUGAR DA jurisdições, a competência firmar-se-á
INFRAÇÃO pela prevenção.

Art. 70. A competência será, de regra, CAPÍTULO II


determinada pelo lugar em que se
consumar a infração, ou, no caso de DA COMPETÊNCIA PELO DOMICÍLIO OU
tentativa, pelo lugar em que for RESIDÊNCIA DO RÉU
praticado o último ato de execução.
Art. 72. Não sendo conhecido o lugar da
§ 1o Se, iniciada a execução no infração, a competência regular-se-á
território nacional, a infração se pelo domicílio ou residência do réu.
consumar fora dele, a competência será
determinada pelo lugar em que tiver § 1o Se o réu tiver mais de uma
sido praticado, no Brasil, o último ato de residência, a competência firmar-se-á
execução. pela prevenção.

§ 2o Quando o último ato de execução § 2o Se o réu não tiver residência certa


for praticado fora do território nacional, ou for ignorado o seu paradeiro, será
será competente o juiz do lugar em que competente o juiz que primeiro tomar
o crime, embora parcialmente, tenha conhecimento do fato.
produzido ou devia produzir seu
resultado. Art. 73. Nos casos de exclusiva ação
privada, o querelante poderá preferir o
§ 3o Quando incerto o limite territorial foro de domicílio ou da residência do
entre duas ou mais jurisdições, ou réu, ainda quando conhecido o lugar da
quando incerta a jurisdição por ter sido infração.
a infração consumada ou tentada nas
divisas de duas ou mais jurisdições, a CAPÍTULO III
competência firmar-se-á pela
prevenção. DA COMPETÊNCIA PELA NATUREZA DA
INFRAÇÃO
§ 4º Nos crimes previstos no art. 171 do
Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro Art. 74. A competência pela natureza
de 1940 (Código Penal), quando da infração será regulada pelas leis de
praticados mediante depósito, organização judiciária, salvo a
mediante emissão de cheques sem competência privativa do Tribunal do
suficiente provisão de fundos em poder Júri.
do sacado ou com o pagamento
frustrado ou mediante transferência de § 1º Compete ao Tribunal do Júri o
valores, a competência será definida julgamento dos crimes previstos
nos arts. 121, §§ 1º e 2º, 122, parágrafo Art. 126. Para a decretação do
único, 123, 124, 125, 126 e 127 do seqüestro, bastará a existência de
Código Penal, consumados ou indícios veementes da proveniência
tentados. ilícita dos bens.

§ 2o Se, iniciado o processo perante um Art. 127. O juiz, de ofício, a


juiz, houver desclassificação para requerimento do Ministério Público ou
infração da competência de outro, a do ofendido, ou mediante
este será remetido o processo, salvo se representação da autoridade policial,
mais graduada for a jurisdição do poderá ordenar o seqüestro, em
primeiro, que, em tal caso, terá sua qualquer fase do processo ou ainda
competência prorrogada. antes de oferecida a denúncia ou
queixa.
§ 3o Se o juiz da pronúncia desclassificar
a infração para outra atribuída à Art. 128. Realizado o seqüestro, o juiz
competência de juiz singular, observar- ordenará a sua inscrição no Registro de
se-á o disposto no art. 410; mas, se a Imóveis.
desclassificação for feita pelo próprio
Tribunal do Júri, a seu presidente caberá Art. 129. O seqüestro autuar-se-á em
proferir a sentença (art. 492, § 2o). apartado e admitirá embargos de
terceiro.
CAPÍTULO III
Art. 130. O seqüestro poderá ainda ser
DAS INCOMPATIBILIDADES E embargado:
IMPEDIMENTOS
I - pelo acusado, sob o fundamento de
Art. 112. O juiz, o órgão do Ministério não terem os bens sido adquiridos com
Público, os serventuários ou os proventos da infração;
funcionários de justiça e os peritos ou
intérpretes abster-se-ão de servir no II - pelo terceiro, a quem houverem os
processo, quando houver bens sido transferidos a título oneroso,
incompatibilidade ou impedimento sob o fundamento de tê-los adquirido
legal, que declararão nos autos. Se não de boa-fé.
se der a abstenção, a incompatibilidade
ou impedimento poderá ser argüido Parágrafo único. Não poderá ser
pelas partes, seguindo-se o processo pronunciada decisão nesses embargos
estabelecido para a exceção de antes de passar em julgado a sentença
suspeição. condenatória.

CAPÍTULO VI Art. 131. O seqüestro será levantado:

DAS MEDIDAS ASSECURATÓRIAS I - se a ação penal não for intentada no


prazo de sessenta dias, contado da data
Art. 125. Caberá o seqüestro dos bens em que ficar concluída a diligência;
imóveis, adquiridos pelo indiciado com
os proventos da infração, ainda que já II - se o terceiro, a quem tiverem sido
tenham sido transferidos a terceiro. transferidos os bens, prestar caução que
assegure a aplicação do disposto
no art. 74, II, b, segunda parte, do realizar o interrogatório do réu preso
Código Penal; por sistema de videoconferência ou
outro recurso tecnológico de
III - se for julgada extinta a punibilidade transmissão de sons e imagens em
ou absolvido o réu, por sentença tempo real, desde que a medida seja
transitada em julgado. necessária para atender a uma das
seguintes finalidades:
Art. 156. A prova da alegação incumbirá
a quem a fizer, sendo, porém, facultado I - prevenir risco à segurança pública,
ao juiz de ofício: quando exista fundada suspeita de que
o preso integre organização criminosa
I – ordenar, mesmo antes de iniciada a ou de que, por outra razão, possa fugir
ação penal, a produção antecipada de durante o deslocamento;
provas consideradas urgentes e
relevantes, observando a necessidade, II - viabilizar a participação do réu no
adequação e proporcionalidade da referido ato processual, quando haja
medida; relevante dificuldade para seu
comparecimento em juízo, por
II – determinar, no curso da instrução, enfermidade ou outra circunstância
ou antes de proferir sentença, a pessoal;
realização de diligências para dirimir
dúvida sobre ponto III - impedir a influência do réu no ânimo
relevante. de testemunha ou da vítima, desde que
não seja possível colher o depoimento
CAPÍTULO III destas por videoconferência, nos
termos do art. 217 deste
DO INTERROGATÓRIO DO ACUSADO Código;

Art. 185. O acusado que comparecer IV - responder à gravíssima questão de


perante a autoridade judiciária, no curso ordem pública.
do processo penal, será qualificado e
interrogado na presença de seu § 3o Da decisão que determinar a
defensor, constituído ou realização de interrogatório por
nomeado. videoconferência, as partes serão
intimadas com 10 (dez) dias de
§ 1o O interrogatório do réu preso antecedência.
será realizado, em sala própria, no
estabelecimento em que estiver § 4o Antes do interrogatório por
recolhido, desde que estejam videoconferência, o preso poderá
garantidas a segurança do juiz, do acompanhar, pelo mesmo sistema
membro do Ministério Público e dos tecnológico, a realização de todos os
auxiliares bem como a presença do atos da audiência única de instrução e
defensor e a publicidade do julgamento de que tratam os arts.
ato. 400, 411 e 531 deste
Código.
§ 2o Excepcionalmente, o juiz, por
decisão fundamentada, de ofício ou a § 5o Em qualquer modalidade de
requerimento das partes, poderá interrogatório, o juiz garantirá ao réu o
direito de entrevista prévia e reservada CAPÍTULO VI
com o seu defensor; se realizado por
videoconferência, fica também DAS TESTEMUNHAS
garantido o acesso a canais telefônicos
reservados para comunicação entre o Art. 202. Toda pessoa poderá ser
defensor que esteja no presídio e o testemunha.
advogado presente na sala de audiência
do Fórum, e entre este e o Art. 203. A testemunha fará, sob
preso. palavra de honra, a promessa de dizer a
verdade do que souber e Ihe for
§ 6o A sala reservada no perguntado, devendo declarar seu
estabelecimento prisional para a nome, sua idade, seu estado e sua
realização de atos processuais por residência, sua profissão, lugar onde
sistema de videoconferência será exerce sua atividade, se é parente, e em
fiscalizada pelos corregedores e pelo que grau, de alguma das partes, ou quais
juiz de cada causa, como também pelo suas relações com qualquer delas, e
Ministério Público e pela Ordem dos relatar o que souber, explicando sempre
Advogados do Brasil. as razões de sua ciência ou as
circunstâncias pelas quais possa avaliar-
§ 7o Será requisitada a apresentação do se de sua credibilidade.
réu preso em juízo nas hipóteses em que
o interrogatório não se realizar na forma Art. 204. O depoimento será prestado
prevista nos §§ 1o e 2o deste oralmente, não sendo permitido à
artigo. testemunha trazê-lo por escrito.

§ 8o Aplica-se o disposto nos §§ 2o, 3o, Parágrafo único. Não será vedada à
4o e 5o deste artigo, no que couber, à testemunha, entretanto, breve consulta
realização de outros atos processuais a apontamentos.
que dependam da participação de
pessoa que esteja presa, como Art. 218. Se, regularmente intimada, a
acareação, reconhecimento de pessoas testemunha deixar de comparecer sem
e coisas, e inquirição de testemunha ou motivo justificado, o juiz poderá
tomada de declarações do requisitar à autoridade policial a sua
ofendido. apresentação ou determinar seja
conduzida por oficial de justiça, que
§ 9o Na hipótese do § 8o deste artigo, poderá solicitar o auxílio da força
fica garantido o acompanhamento do pública.
ato processual pelo acusado e seu
defensor. Art. 219. O juiz poderá aplicar à
testemunha faltosa a multa prevista
§ 10. Do interrogatório deverá constar no art. 453, sem prejuízo do processo
a informação sobre a existência de penal por crime de desobediência, e
filhos, respectivas idades e se possuem condená-la ao pagamento das custas da
alguma deficiência e o nome e o contato diligência.
de eventual responsável pelos cuidados
dos filhos, indicado pela pessoa Art. 220. As pessoas impossibilitadas,
presa por enfermidade ou por velhice, de
comparecer para depor, serão § 1o A expedição da precatória não
inquiridas onde estiverem. suspenderá a instrução criminal.

Art. 221. O Presidente e o Vice- § 2o Findo o prazo marcado, poderá


Presidente da República, os senadores e realizar-se o julgamento, mas, a todo
deputados federais, os ministros de tempo, a precatória, uma vez devolvida,
Estado, os governadores de Estados e será junta aos autos.
Territórios, os secretários de Estado, os
prefeitos do Distrito Federal e dos § 3o Na hipótese prevista
Municípios, os deputados às no caput deste artigo, a oitiva de
Assembléias Legislativas Estaduais, os testemunha poderá ser realizada por
membros do Poder Judiciário, os meio de videoconferência ou outro
ministros e juízes dos Tribunais de recurso tecnológico de transmissão de
Contas da União, dos Estados, do sons e imagens em tempo real,
Distrito Federal, bem como os do permitida a presença do defensor e
Tribunal Marítimo serão inquiridos em podendo ser realizada, inclusive,
local, dia e hora previamente ajustados durante a realização da audiência de
entre eles e o juiz. instrução e julgamento.

§ 1o O Presidente e o Vice-Presidente Art. 222-A. As cartas rogatórias só serão


da República, os presidentes do Senado expedidas se demonstrada previamente
Federal, da Câmara dos Deputados e do a sua imprescindibilidade, arcando a
Supremo Tribunal Federal poderão parte requerente com os custos de
optar pela prestação de depoimento por envio.
escrito, caso em que as perguntas,
formuladas pelas partes e deferidas pelo Parágrafo único. Aplica-se às cartas
juiz, Ihes serão transmitidas por rogatórias o disposto nos §§ 1o e 2o do
ofício. art. 222 deste Código.

§ 2o Os militares deverão ser Art. 223. Quando a testemunha não


requisitados à autoridade conhecer a língua nacional, será
superior. nomeado intérprete para traduzir as
perguntas e respostas.
§ 3o Aos funcionários públicos aplicar-
se-á o disposto no art. 218, devendo, Parágrafo único. Tratando-se de mudo,
porém, a expedição do mandado ser surdo ou surdo-mudo, proceder-se-á na
imediatamente comunicada ao chefe da conformidade do art. 192.
repartição em que servirem, com
indicação do dia e da hora Art. 224. As testemunhas comunicarão
marcados. ao juiz, dentro de um ano, qualquer
mudança de residência, sujeitando-se,
Art. 222. A testemunha que morar fora pela simples omissão, às penas do não-
da jurisdição do juiz será inquirida pelo comparecimento.
juiz do lugar de sua residência,
expedindo-se, para esse fim, carta Art. 225. Se qualquer testemunha
precatória, com prazo razoável, houver de ausentar-se, ou, por
intimadas as partes. enfermidade ou por velhice, inspirar
receio de que ao tempo da instrução
criminal já não exista, o juiz poderá, de Art. 241. Quando a própria autoridade
ofício ou a requerimento de qualquer policial ou judiciária não a realizar
das partes, tomar-lhe antecipadamente pessoalmente, a busca domiciliar
o depoimento. deverá ser precedida da expedição de
mandado.
CAPÍTULO XI
Art. 242. A busca poderá ser
DA BUSCA E DA APREENSÃO determinada de ofício ou a
requerimento de qualquer das partes.
Art. 240. A busca será domiciliar ou
pessoal. Art. 243. O mandado de busca deverá:

§ 1o Proceder-se-á à busca domiciliar, I - indicar, o mais precisamente possível,


quando fundadas razões a autorizarem, a casa em que será realizada a diligência
para: e o nome do respectivo proprietário ou
morador; ou, no caso de busca pessoal,
a) prender criminosos; o nome da pessoa que terá de sofrê-la
ou os sinais que a identifiquem;
b) apreender coisas achadas ou obtidas
por meios criminosos; II - mencionar o motivo e os fins da
diligência;
c) apreender instrumentos de
falsificação ou de contrafação e objetos III - ser subscrito pelo escrivão e
falsificados ou contrafeitos; assinado pela autoridade que o fizer
expedir.
d) apreender armas e munições,
instrumentos utilizados na prática de § 1o Se houver ordem de prisão,
crime ou destinados a fim delituoso; constará do próprio texto do mandado
de busca.
e) descobrir objetos necessários à prova
de infração ou à defesa do réu; § 2o Não será permitida a apreensão de
documento em poder do defensor do
f) apreender cartas, abertas ou não, acusado, salvo quando constituir
destinadas ao acusado ou em seu poder, elemento do corpo de delito.
quando haja suspeita de que o
conhecimento do seu conteúdo possa Art. 244. A busca pessoal independerá
ser útil à elucidação do fato; de mandado, no caso de prisão ou
quando houver fundada suspeita de que
g) apreender pessoas vítimas de crimes; a pessoa esteja na posse de arma
proibida ou de objetos ou papéis que
h) colher qualquer elemento de constituam corpo de delito, ou quando
convicção. a medida for determinada no curso de
busca domiciliar.
§ 2o Proceder-se-á à busca pessoal
quando houver fundada suspeita de que Art. 245. As buscas domiciliares serão
alguém oculte consigo arma proibida ou executadas de dia, salvo se o morador
objetos mencionados nas letras b a f e consentir que se realizem à noite, e,
letra h do parágrafo anterior. antes de penetrarem na casa, os
executores mostrarão e lerão o Art. 247. Não sendo encontrada a
mandado ao morador, ou a quem o pessoa ou coisa procurada, os motivos
represente, intimando-o, em seguida, a da diligência serão comunicados a quem
abrir a porta. tiver sofrido a busca, se o requerer.

§ 1o Se a própria autoridade der a Art. 248. Em casa habitada, a busca será


busca, declarará previamente sua feita de modo que não moleste os
qualidade e o objeto da diligência. moradores mais do que o indispensável
para o êxito da diligência.
§ 2o Em caso de desobediência, será
arrombada a porta e forçada a entrada. Art. 249. A busca em mulher será feita
por outra mulher, se não importar
§ 3o Recalcitrando o morador, será retardamento ou prejuízo da diligência.
permitido o emprego de força contra
coisas existentes no interior da casa, Art. 250. A autoridade ou seus agentes
para o descobrimento do que se poderão penetrar no território de
procura. jurisdição alheia, ainda que de outro
Estado, quando, para o fim de
§ 4o Observar-se-á o disposto nos apreensão, forem no seguimento de
§§ 2o e 3o, quando ausentes os pessoa ou coisa, devendo apresentar-se
moradores, devendo, neste caso, ser à competente autoridade local, antes da
intimado a assistir à diligência qualquer diligência ou após, conforme a urgência
vizinho, se houver e estiver presente. desta.

§ 5o Se é determinada a pessoa ou coisa § 1o Entender-se-á que a autoridade ou


que se vai procurar, o morador será seus agentes vão em seguimento da
intimado a mostrá-la. pessoa ou coisa, quando:

§ 6o Descoberta a pessoa ou coisa que a) tendo conhecimento direto de sua


se procura, será imediatamente remoção ou transporte, a seguirem sem
apreendida e posta sob custódia da interrupção, embora depois a percam
autoridade ou de seus agentes. de vista;

§ 7o Finda a diligência, os executores b) ainda que não a tenham avistado,


lavrarão auto circunstanciado, mas sabendo, por informações
assinando-o com duas testemunhas fidedignas ou circunstâncias indiciárias,
presenciais, sem prejuízo do disposto no que está sendo removida ou
§ 4o. transportada em determinada direção,
forem ao seu encalço.
Art. 246. Aplicar-se-á também o
disposto no artigo anterior, quando se § 2o Se as autoridades locais tiverem
tiver de proceder a busca em fundadas razões para duvidar da
compartimento habitado ou em legitimidade das pessoas que, nas
aposento ocupado de habitação coletiva referidas diligências, entrarem pelos
ou em compartimento não aberto ao seus distritos, ou da legalidade dos
público, onde alguém exercer profissão mandados que apresentarem, poderão
ou atividade. exigir as provas dessa legitimidade, mas
de modo que não se frustre a diligência.

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