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PALAVRA DA CRUZ

SUMÁRIO

Bem-Aventurados .................................................................................... 2
Introdução .................................................................................... 2
I. A Felicidade dos humildes, aflitos e mansos ............................... 3
1. Os pobres de espírito. ....................................................... 3
2. Os que choram. ................................................................ 3
3. Os mansos........................................................................ 3
II. A Felicidade dos famintos e sedentos de justiça, misericordiosos
e dos puros ............................................................................. 4
1. Os famintos e sedentos de justiça. .................................... 4
2. Os misericordiosos............................................................ 4
3. Os puros........................................................................... 5
III. A Felicidade dos pacificadores, perseguidos e caluniados ......... 5
1. Os pacificadores. .............................................................. 5
2. Os perseguidos. ................................................................ 5
3. Os insultados e caluniados. .............................................. 6
Conclusão ..................................................................................... 6
PALAVRA DA CRUZ
BEM-AVENTURADOS

Mateus 5.1-12.

1 — Jesus, vendo a multidão, subiu a um monte, e, assentando-se,


aproximaram-se dele os seus discípulos; 2 — e, abrindo a boca, os ensinava,
dizendo: 3 — Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o Reino
dos céus; 4 — bem-aventurados os que choram, porque eles serão
consolados; 5 — bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra;
6 — bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão
fartos; 7 — bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão
misericórdia; 8 — bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão
a Deus; 9 — bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados
filhos de Deus; 10 — bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa
da justiça, porque deles é o Reino dos céus; 11 — bem-aventurados sois vós
quando vos injuriarem, e perseguirem, e, mentindo, disserem todo o mal
contra vós, por minha causa. 12 — Exultai e alegrai-vos, porque é grande o
vosso galardão nos céus; porque assim perseguiram os profetas que foram
antes de vós.

INTRODUÇÃO
As bem-aventuranças resumem perfeitamente o estilo de vida, bem
como a visão de mundo, de todos os que, nascidos de novo, tornaram-se
súditos do Reino e, por isso, veem as coisas sob a perspectiva de Cristo. É
impossível a qualquer pessoa, com um mínimo de bom senso, não se
surpreender com o texto conhecido como “As bem-aventuranças”. São nove
versículos que destacam condições, sentimentos e valores que o mundo de
então, tal como o de hoje, rejeita. Uma passagem muito conhecida do
Evangelho de Mateus que precisa, urgentemente, ser estudada. A
justificativa para essa necessidade é que o ímpeto da juventude a
predispõe a estar sempre em busca de uma causa ou motivo pelo qual
lutar. Tal disposição e interesse não possuem em si nada de ruim, pois
como seres humanos precisamos de um sentido para viver. O problema é
quando uma ideologia, por exemplo, torna-se a orientação fundamental
da existência de uma pessoa. Por mais justa que seja a referida ideologia,
ela será boa para alguns, mas nunca para todos. Já o Evangelho, é a Boa

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Notícia global que Deus nos trouxe através de Jesus Cristo: “Porque Deus
enviou o seu Filho ao mundo não para que condenasse o mundo, mas
para que o mundo fosse salvo por ele” (Jo 3.17).

I. A FELICIDADE DOS HUMILDES, AFLITOS E MANSOS


1. Os pobres de espírito.

Antes de pronunciar a primeira bem-aventurança, observa o


evangelista Mateus, que Jesus “vê” a multidão (v.1). O “ver” aqui não é
simplesmente enxergar ou contemplar, mas um olhar que contém
compaixão e que se importa com o outro. Uma importante observação
que aparece na versão bíblica Corrigida é que Ele, “abrindo a boca, os
ensinava” (v.2). Um registro que evidencia uma das formas, ou métodos,
de Jesus ensinar, pois em outras ocasiões Ele o fez em silêncio (Jo 8.6,7;
13.3-17). Em seu ensino, o Mestre destaca, em primeiro lugar, que é bem-
aventurado ou feliz, os “pobres de espírito”, isto é, os humildes, pois
“deles é o Reino dos céus” (v.3). Os pobres de espírito são aqueles que,
por reconhecerem sua dependência de Deus, não se apoiam em méritos
próprios e muito menos em alguma coisa que possuam. Justamente por
isso, eles são felizes, pois confiam integralmente em Deus e vivem para Ele.
Deles então é o Reino dos céus.

2. Os que choram.

Há vários tipos de choro e de motivações para chorar; contudo, o


Mestre refere-se a quem chora de aflição. Tal aflição não é de ordem
puramente material, mas uma angústia por ter de enfrentar as vicissitudes
de um mundo caído sem, contudo, tornar-se perverso tanto quanto os
maldosos (Mt 10.16). Longe de ser um sinal de fraqueza, o choro do aflito
traz a oportunidade de consolo: Um consolo que, promete-nos a Palavra
de Deus, será de um privilégio sem precedentes, pois o próprio “Deus
limpará de seus olhos toda lágrima” (Ap 21.4).

3. Os mansos.

Em tempos de disputa de grupos que se levantavam entre os judeus


para reconquistar a soberania política, afirmar que felizes são os mansos,

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ou não-violentos, é um desafio. Exaltar a calma, a mansidão e a
serenidade em um contexto belicoso representava uma afronta e até mesmo
uma espécie de conformismo com a situação perante grupos radicais, como
os zelotes, por exemplo (At 5.36,37). O Mestre, porém, não se importa com
tal pensamento e reverbera o Salmo 37.11:

“Mas os mansos herdarão a terra e se deleitarão na abundância


de paz”. A tão sonhada promessa de “posse da terra” não é uma conquista
do braço, ou da força humana, mas uma posição reverente e calma por
parte dos que creem que do “Senhor é a terra e toda a sua plenitude”,
sabendo que “fiel é o que prometeu” e Ele a dará aos que nEle confiam (Sl
24.1; Hb 10.23).

II. A FELICIDADE DOS FAMINTOS E SEDENTOS DE JUSTIÇA,


MISERICORDIOSOS E DOS PUROS

1. Os famintos e sedentos de justiça.

Das necessidades básicas, fome e sede são duas das principais. A


ingestão de alimento é algo obrigatório e dela depende a sobrevivência. Ao
dizer que “os que têm fome e sede de justiça” serão fartos ou saciados,
Jesus não destaca qualquer espécie de “justiça própria”, ou seja, “punir
aplicando uma forma de suplício corporal, em especial condenar à
morte”, e muito menos o ajuntamento amotinado (Lc 9.51-56). O Mestre
refere-se a um perfil de pessoa cujo desejo, vontade e aspiração pela
justiça, tornaram-se parte de sua natureza. Essas pessoas sentem a dor
do próximo e não somente as suas, e tal percepção as levam a sentir “fome
e sede de justiça”, não como regras impostas, mas como sentimentos
conscientes que fazem parte de sua natureza (Jr 31.33).

2. Os misericordiosos.

O tema da misericórdia sucede o da justiça com um propósito muito


claro: Para que ninguém pense que ter “fome e sede de justiça” é algo
que se confunde com tornar-se “justiceiro”. Assim, exercer ou ter
misericórdia é uma atitude benevolente (Mt 18.21-35; Ef 2.1-10). Enfim,
em uma sociedade que cultua o revide, Jesus ensinou justamente o
contrário, dizendo que felizes são os misericordiosos, pois eles serão

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tratados por Deus com a mesma benevolência com que trataram as pessoas
que lhes ofenderam (Mt 18.35).

3. Os puros.

Cria-se que o coração era a sede dos desejos humanos, por isso, ao
contrário da religiosidade que valoriza meramente o exterior e a aparência,
Jesus chama a atenção para o fato inegável de que os limpos, ou puros,
de coração verão a Deus. É consenso entre os estudiosos que, neste trecho,
o Mestre alude o Salmo 24,3,4. Para estar no “lugar santo”, ou na “casa
santa”, não bastava cumprir a pureza ritualística que poderia ser feita de
forma mecânica e exterior; antes era necessário ter as mãos puras e um
coração limpo, qualidades que apenas o Senhor verdadeiramente
contempla e conhece. Os limpos de coração, ainda que não estivessem
conforme os padrões da religiosidade oficial, veriam a Deus. Portanto,
mesmo sendo esquecidos pelas pessoas, eles são felizes.

III. A FELICIDADE DOS PACIFICADORES, PERSEGUIDOS E


CALUNIADOS

1. Os pacificadores.

Em um contexto conflitante e de golpes de Estado, exaltar a paz e


dizer que os que a promovem são felizes, visto que serão chamados
“filhos de Deus”, é um desafio. Sobretudo, quando se estuda a passagem
e se descobre que “paz” aqui não é, na acepção comum, unicamente
“ausência de guerra”, isto é, algo passivo. Paz significa muito mais que
isso no conceito bíblico, pois fala de algo concreto, ativo, prático e que
deve ser promovido. Os pacificadores promovem a igualdade, a inteireza e
a unidade (Is 52.7 cf. Pv 6.16-19). Em um ambiente que vive cheio de
intrigas e “pequenas guerras”, um pacificador tem um papel importante:
Restabelecer a ordem e o equilíbrio entre as pessoas, gerando outro
tipo de lugar, transformando radicalmente o meio (Hb 12.14; Pv 26.20).

2. Os perseguidos.

Uma vez mais o Senhor Jesus surpreende ao sublimar uma


situação que, em condições “normais”, todos rejeitam. É importante

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perceber que o sofrimento se dá em decorrência de a pessoa buscar fazer a
vontade de Deus que é nada mais nada menos que a justiça. Ansiar por
justiça, como já dissemos, sem, contudo, tornar-se justiceiro, sendo antes
misericordioso, limpo de coração e promotor da paz, não pode resultar em
outra coisa.

Ser perseguido por causa da justiça significa viver, ainda que


parcialmente, a glória do Reino, pois em um mundo onde reina a
justiça segundo Deus, sem dúvida alguma, mesmo com perseguição, é
infinitamente melhor que o mundo da falsa paz. A estes, ou seja, aos
perseguidos, o Senhor pronuncia-lhes o mesmo que pronunciou aos pobres
de espírito: Deles é o Reino dos céus.

3. Os insultados e caluniados.

O Mestre chega ao ápice das bem-aventuranças com uma exaltação


paradoxal: Felizes são os discípulos quando forem injuriados,
perseguidos e caluniados por causa dEle (vv.11,12). Jesus diz que tal
sofrimento é um privilégio, pois gerará uma grande recompensa ao mesmo
tempo em que fará com que os discípulos se equiparem, e não apenas se
identifiquem, com os profetas do Antigo Testamento (Jr 37.1—38.28). Uma
vez que todos tinham os profetas em alta conta, dizer que tal situação os
colocava no mesmo patamar era também uma forma de afirmar sua
autoridade divina, pois os profetas no Antigo Testamento estavam a serviço
de Deus e, justamente por isso, foram perseguidos. Se os discípulos
sofrem por causa de Jesus e isso os equipara aos profetas, logo quer
dizer também que eles sofrem por Deus.

CONCLUSÃO
O início do Sermão do Monte, resumido nas bem-aventuranças,
evidencia a diferença do ensino de Jesus em relação aos escribas, bem como
denota a grande disparidade do conteúdo da mensagem do Evangelho em
comparação com a exigência de memorização e o cumprimento de regras
provenientes da religiosidade.

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