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Aula 01

Direito Processual Penal Militar p/ Oficial PMDF


Professor: Paulo Guimarães

02214600124 - Agatha Aparecida Rodrigues Moreira


Direito Processual Penal Militar para PMDF
Teoria e exercícios comentados
Prof. Paulo Guimarães – Aula 01
AULA 01: Juiz, Auxiliares e Partes do Processo.

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SUMÁRIO PÁGINA
1. Do Juiz e seus Auxiliares 2
2. Das Partes 11
3. Questões comentadas 22
4. Questões sem comentários 27

Olá amigo!

Na aula de hoje continuaremos nosso passeio pelo Direito


Processual Penal Militar. Lembre-se de que essa disciplina tem o potencial
de ser o verdadeiro diferencial que garantirá sua aprovação no concurso!

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Força! Bons estudos!

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1. DO JUIZ E SEUS AUXILIARES

1.1. Do Juiz

FUNÇÃO DO JUIZ
Art. 36. O juiz proverá a regularidade do processo e a execução da
lei, e manterá a ordem no curso dos respectivos atos, podendo, para tal
fim, requisitar a força militar.
§1º Sempre que este Código se refere a juiz abrange, nesta
denominação, quaisquer autoridades judiciárias, singulares ou
colegiadas, no exercício das respectivas competências atributivas ou
processuais.

INDEPENDÊNCIA DA FUNÇÃO
§2º No exercício das suas atribuições, o juiz não deverá obediência
senão, nos termos legais, à autoridade judiciária que lhe é superior.
O §1º trata da tríplice competência no âmbito da primeira
instância da Justiça Militar da União: a do Juiz-Auditor, que atua, de
forma monocrática, essencialmente nas fases inquisitorial e de
execução; a do Conselho de Justiça, que atua em regra após a
instauração do processo e até o julgamento; e a do Presidente do
Conselho, que se restringe à atividade administrativa durante as
sessões. 02214600124

Preparei o quadro abaixo com um exemplo acerca das


atribuições do Juiz-Auditor e do Conselho de Justiça, contendo
dispositivos da Lei nº 8.457/1992 (Lei de Organização da Justiça Militar
da União). Este quadro serve apenas para ajudar você a lembrar de que o
Juiz-Auditor tem sua atuação relacionada com a fase inquisitorial,
enquanto o Conselho de Justiça atua na fase processual.

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JUIZ-AUDITOR CONSELHO DE JUSTIÇA
Art. 30, III - manter ou relaxar prisão Art. 28, I - decretar a prisão
em flagrante, decretar, revogar e preventiva de acusado, revogá-la ou
restabelecer a prisão preventiva de restabelecê-la;
indiciado, mediante despacho
fundamentado em qualquer caso.

Existem, contudo, exceções à regra de que o Conselho de


Justiça atua sempre na fase processual: trata-se da audiência visando o
cumprimento de Carta Precatória. O Juízo deprecado não convocará o
Conselho para, por exemplo, realizar audiência de oitiva de testemunha .
Outra exceção, que já mencionei, é a prevista no art. 30, XI,
da Lei de Organização Judiciária Militar no tocante à execução de
sentença, cuja competência é do Juiz-Auditor.
Vale lembrar ainda que, conforme alteração pela Emenda
Constitucional nº 45, nas Auditorias Militares Estaduais não existe mais a
denominação Juiz-Auditor, e sim Juiz de Direito, conforme art. 124, §3º,
da Constituição Federal.

IMPEDIMENTO PARA EXERCER A JURISDIÇÃO.


Art. 37. O juiz não poderá exercer jurisdição no processo em que:
a) como advogado ou defensor, órgão do Ministério Público,
autoridade policial, auxiliar de justiça ou perito, tiver funcionado seu
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cônjuge, ou parente consanguíneo ou afim até o terceiro grau inclusive;


b) ele próprio houver desempenhado qualquer dessas funções ou
servido como testemunha;
c) tiver funcionado como juiz de outra instância, pronunciando-se, de
fato ou de direito, sobre a questão;
d) ele próprio ou seu cônjuge, ou parente consanguíneo ou afim, até
o terceiro grau inclusive, for parte ou diretamente interessado.

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INEXISTÊNCIA DE ATOS
Parágrafo único. Serão considerados inexistentes os atos
praticados por juiz impedido, nos termos deste artigo.

O impedimento se dá em razão do vínculo do juiz com o


processo. São incompatibilidades objetivas e vedam ao juiz o exercício
da competência no caso específico.
O juiz não poderá exercer jurisdição no processo em que
atuou a qualquer título, seja como advogado, representante do
Ministério Público, autoridade policial, auxiliar da justiça, perito, ou
ainda como testemunha. A mesma regra se aplica a processos em que
essas funções foram desempenhadas por cônjuge ou parente do juiz, em
até terceiro grau.
Atenção para a exceção! Se o cônjuge ou parente do juiz tiver
atuado apenas na condição de testemunha, não há impedimento.
Se o próprio juiz já tiver atuado como magistrado no mesmo
processo, também estará impedido, assim como quando ele mesmo, seu
cônjuge ou parente até terceiro grau for parte ou tiver interesse direto na
causa
A LOJMU traz ainda um caso de incompatibilidade,
determinando, em seu art. 61, que não podem servir, conjuntamente, os
magistrados, membros do Ministério Público e advogados que sejam entre
si cônjuges, parentes consanguíneos ou afins em linha reta, bem como
em linha colateral, até o terceiro grau, e os que tenham vínculo de
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adoção.
Lembre-se de que os atos praticados por juiz impedido são
considerados inexistentes, e não apenas anuláveis, e por isso precisam
ser refeitos para que tenham validade.

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Os atos praticados por juiz impedido são inexistentes, e não


apenas anuláveis.

CASOS DE SUSPEIÇÃO DO JUIZ


Art. 38. O juiz dar-se-á por suspeito e, se o não fizer, poderá ser
recusado por qualquer das partes:
a) se for amigo íntimo ou inimigo de qualquer delas;
b) se ele, seu cônjuge, ascendente ou descendente, de um ou de
outro, estiver respondendo a processo por fato análogo, sobre cujo
caráter criminoso haja controvérsia;
c) se ele, seu cônjuge, ou parente, consanguíneo ou afim até o
segundo grau inclusive, sustentar demanda ou responder a processo que
tenha de ser julgado por qualquer das partes;
d) se ele, seu cônjuge, ou parente, a que alude a alínea anterior,
sustentar demanda contra qualquer das partes ou tiver sido
procurador de qualquer delas;
e) se tiver dado parte oficial do crime;
f) se tiver aconselhado qualquer das partes;
g) se ele ou seu cônjuge for herdeiro presuntivo, donatário ou
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usufrutuário de bens ou empregador de qualquer das partes;


h) se for presidente, diretor ou administrador de sociedade
interessada no processo;
i) se for credor ou devedor, tutor ou curador, de qualquer das
partes.
Suspeição é o vínculo do juiz com as partes.
Primeiramente chamo sua atenção para o dever estabelecido
no caput do art. 38 para o juiz: cabe ao magistrado dar-se por
suspeito, mesmo que a suspeição não seja levantada por nenhuma das

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partes. Se o magistrado não o fizer, a suspeição poderá ser arguida por
qualquer as partes nas situações previstas no dispositivo.
Algumas das hipóteses são bem óbvias, e outras nem tanto. O
juiz não pode atuar no processo em que uma das partes é seu amigo
íntimo ou inimigo. Ainda quanto à relação entre o juiz e as partes, não
pode este julgar quanto tiver promovido a notitia criminis relativa ao
fato, quando for credor, devedor, tutor ou curador de alguma das
partes, ou quando tiver aconselhado qualquer das partes.
Esse aconselhamento não precisa ser formal, bastando que
tenha sido procurado, por exemplo, pela mãe desesperada de um
insubmisso que queria dizer a seu filho o que fazer, ou ainda por qualquer
pessoa que, sabendo de seu conhecimento acerca do Direito Penal Militar,
buscou sua opinião ou informações adicionais sobre conduta praticada por
alguém.
A hipótese da alínea B é bastante interessante. Caso o
magistrado, seu cônjuge ou parente até segundo grau esteja sendo
julgado por fato cujo caráter criminoso é motivo de controvérsia, este juiz
é considerado suspeito para julgar casos semelhantes. A suspeição do
magistrado neste caso repousa na possibilidade de produzir
jurisprudência em interesse próprio.
A alínea C traz a situação em que o juiz teria interesse no
julgamento da lide em razão da existência de outro processo em que
umas das partes funciona como órgão julgador ao mesmo tempo em
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que o próprio juiz, seu cônjuge ou parente em até segundo grau seja
autor ou réu.
A alínea D menciona o caso de o juiz, seu cônjuge ou parente
ter sido autor em demanda contra uma das partes, ou ter atuado como
advogado.

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Nas hipóteses de impedimento que mencionam parentes do


juiz, o grau de parentesco vai até o terceiro grau. Nas hipóteses de
suspeição o CPPM menciona apenas parentesco até o segundo grau.

É interessante também lembrar a forma como se calculam os


graus de parentesco. Cada grau representa um vínculo direto de
ascendência ou descendência. Para calcular o grau de parentesco de
colaterais, é necessário ir até o ascendente comum, e dele até a pessoa
cujo grau de parentesco se pretende calcular.

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Por fim, se o magistrado ou seu cônjuge for herdeiro,


donatário, usufrutuário de bens ou empregador de qualquer das
partes; ou, ainda quando o juiz for presidente, diretor ou

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administrador de sociedade interessada diretamente no processo,
também será considerado suspeito.

SUSPEIÇÃO PROVOCADA
Art. 41. A suspeição não poderá ser declarada nem reconhecida,
quando a parte injuriar o juiz, ou de propósito der motivo para criá -la.
Imagine o seguinte caso: uma pessoa, tendo praticado
conduta tipificada como crime militar, foi investigado em sede de
Inquérito Policial Militar e posteriormente denunciado pelo Ministério
Público Militar. Tendo tido notícia do despacho do Juiz-Auditor
determinando sua citação na condição de acusado, o sujeito se dirigiu à
sede da Auditoria Militar e proferiu duros xingamentos direcionados ao
magistrado.
Não é razoável que esse mesmo acusado possa agora alegar
que o juiz é suspeito porque se tornou seu inimigo, não é mesmo? É esse
tipo de conduta que o art. 41 veda, chamando-a de suspeição provocada,
porque ela é “fabricada” pela parte interessada em ver afastado aquele
magistrado.

SUSPEIÇÃO ENTRE ADOTANTE E ADOTADO


Art. 39. A suspeição entre adotante e adotado será considerada nos
mesmos termos da resultante entre ascendente e descendente, mas não
se estenderá aos respectivos parentes e cessará no caso de se dissolver o
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vínculo da adoção.

SUSPEIÇÃO POR AFINIDADE


Art. 40. A suspeição ou impedimento decorrente de parentesco por
afinidade cessará pela dissolução do casamento que lhe deu causa, salvo
sobrevindo descendentes. Mas, ainda que dissolvido o casamento, sem
descendentes, não funcionará como juiz o parente afim em primeiro grau

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na linha ascendente ou descendente ou em segundo grau na linha
colateral, de quem for parte do processo.
Hoje o adotado goza de direitos absolutamente iguais aos dos
filhos consanguíneos, não se fazendo qualquer distinção, nos termos do
art. 20 da Lei nº 8.069/1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente). Por
essa razão, aplica-se às relações entre o adotante e o adotado as mesmas
regras de suspeição aplicadas a pais e filhos, que são parentes em
primeiro grau.
A forma de impugnação, tanto para a suspeição quanto para
o impedimento é a exceção, prevista nos arts. 129 a 142 do CPPM.
As regras de suspeição e impedimento são também aplicáveis,
quando possível, aos servidores da Justiça Militar, inclusive quanto à
suspeição provocada (art. 46 do CPPM). Os dispositivos acerca da
suspeição também são aplicáveis aos peritos e intérpretes, mas há
norma específica para estes auxiliares quanto ao impedimento.

1.2. Dos auxiliares do Juiz

Os auxiliares do juiz determinados pelo CPPM são os


servidores da Justiça Militar. Adicionalmente, a Doutrina também
considera como auxiliares os peritos e intérpretes.
O CPPM chama os servidores da Justiça Militar de funcionários
ou serventuários. Você bem sabe que hoje a maneira mais adequada de
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referir-se a esses trabalhadores é chama-los de servidores públicos.


A Justiça Militar da União faz parte do Poder Judiciário, e por
isso seus servidores estão submetidos à Lei n° 8.112/1990 (Estatuto dos
Servidores Públicos Civis da Administração Pública Federal). Lembro a
você que os servidores da Justiça Militar são civis.
Os servidores são, nos processos em que funcionam,
auxiliares do juiz, a cujas determinações devem obedecer. Cabe ao
escrivão certificar-se de que as peças e termos do processo estão em
dia. Ao oficial de justiça cabe a realização das diligências determinadas

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pelo juiz e atribuídas pela LOJMU, certificando o ocorrido (fé pública) no
respectivo instrumento, com designação de lugar, dia e hora.
As diligências devem ser realizadas durante o dia, entre as
6h e as 18h e, sempre que possível, na presença de duas testemunhas.
Quanto aos peritos e intérpretes, o CPPM traz mais regras.
Estes auxiliares são de livre nomeação do juiz, sem intervenção das
partes, e serão nomeados preferencialmente entre oficiais da ativa,
atendida a especialidade.
Os peritos e intérpretes prestarão compromisso de
desempenhar a função com obediência à disciplina judiciária e de
responder fielmente aos quesitos propostos pelo juiz e pelas partes. Esse
compromisso não pode ser prestado de forma genérica, devendo
ser repetido a cada perícia.
O encargo não pode ser recusado, salvo por motivo relevante,
que será analisado pelo juiz. Caso o perito ou intérprete desobedeça
alguma dessas normas, poderá, em tese, responder pelo crime de falsa
perícia, previsto no art. 346 do CPM.
Uma regra interessante acerca desses auxiliares é a
possibilidade da aplicação de penalidade de multa no caso de recusa
do encargo por razão irrelevante. O valor da multa deve ser de até
três dias de remuneração, ou de um décimo à metade do maior salário
mínimo vigente no país, caso o perito ou intérprete não tenha
vencimentos fixos. 02214600124

A penalidade de multa também é aplicável àqueles que


deixam de acudir ao chamado da autoridade, não comparecem no dia e
local designado para o exame, não apresentam o laudo, ou concorrem
para que a perícia não seja feita nos prazos estabel ecidos.
Os peritos e intérpretes têm regras próprias de impedimento,
consubstanciadas no art. 52. As regras de suspeição, entretanto, são as
mesmas aplicáveis aos juízes.

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IMPEDIMENTO DOS PERITOS
Art. 52. Não poderão ser peritos ou intérpretes:
a) os que estiverem sujeitos a interdição que os inabilite para o
exercício de função pública;
b) os que tiverem prestado depoimento no processo ou opinado
anteriormente sobre o objeto da perícia;
c) os que não tiverem habilitação ou idoneidade para o seu
desempenho;
d) os menores de vinte e um anos.

2. DAS PARTES

2.1. Do acusador

Já falamos no nosso curso acerca da função acusatória, que é


desempenhada pelo Ministério Público Militar. O Ministério Público é
instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado,
incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos
interesses sociais e individuais indisponíveis.

MINISTÉRIO PÚBLICO
Art. 54. O Ministério Público é o órgão de acusação no processo
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penal militar, cabendo ao procurador-geral exercê-la nas ações de


competência originária no Superior Tribunal Militar e aos procuradores nas
ações perante os órgãos judiciários de primeira instância.
O Processo Penal moderno, em razão do caráter acusatório,
exige que a função de acusação (Estado-Acusador) seja desempenhada
por um órgão independente do Poder Judiciário (Estado-Julgador).
A função acusatória no Direito Processual Penal Militar é
exercida privativamente pelo MPM, pois não há crimes militares de

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ação penal privada. A exceção fica por conta da ação penal privada
subsidiária da pública, que é um direito assegurado ao ofendido pela
Constituição diante da desídia do MP no oferecimento de denúncia.
O exercício da função acusatória é exercido pelo Procurador-
Geral da Justiça Militar nas ações de competência originária do STM. O
nome do cargo dos representantes do MPM nos órgãos de primeiro grau
de jurisdição foi alterado, e hoje eles são chamados de Promotores da
Justiça Militar.

FISCALIZAÇÃO E FUNÇÃO ESPECIAL DO MINISTÉRIO PÚBLICO


Art. 55. Cabe ao Ministério Público fiscalizar o cumprimento da
lei penal militar, tendo em atenção especial o resguardo das normas de
hierarquia e disciplina, como bases da organização das Forças Armadas.
Esta é a função de fiscal da lei (custus legis), exercida pelo
Ministério Público com fulcro na Constituição. Muitos acham,
erroneamente, que essa função somente é exercida pelo MP quando ele
não atua como parte, mas isso não é verdade.

INDEPENDÊNCIA DO MINISTÉRIO PÚBLICO


Art. 56. O Ministério Público desempenhará as suas funções de
natureza processual sem dependência a quaisquer determinações que não
emanem de decisão ou despacho da autoridade judiciária competente, no
uso de atribuição prevista neste Código e regularmente exerci da, havendo
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no exercício das funções recíproca independência entre os órgãos do


Ministério Público e os da ordem judiciária.

SUBORDINAÇÃO DIRETA AO PROCURADOR-GERAL


Parágrafo único. Os procuradores são diretamente subordinados
ao procurador-geral.
A independência do Ministério Público se traduz nas garantias
conferidas aos seus membros pela Constituição:

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1) Vitaliciedade após dois anos de exercício, não podendo
perder o cargo senão por sentença judicial transitada em
julgado;
2) Inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público,
mediante decisão do órgão colegiado competente do
Ministério Público, por voto de dois terços de seus
membros, assegurada ampla defesa;
3) Irredutibilidade de subsídio, fixado na forma do art. 39,
§4º, e ressalvado o disposto nos arts. 37, X e XI, 150, II,
153, III, 153, §2º, I.

É importante salientar que a subordinação mencionada no


parágrafo único é apenas de natureza administrativa, pois os
membros do MP, como já tratamos, têm independência no exercício da
função.
A seguir o CPPM trata dos casos de impedimento e suspeição
dos membros do MPM. As hipóteses são muito semelhantes àquelas
aplicadas ao juiz, e nunca foram cobradas em provas antes.
Chamo sua atenção para a aplicabilidade do disposto nos arts.
39, 40 e 41 também aos membros do MPM. Esses dispositivos tratam da
suspeição gerada por vínculo entre adotante e adotado, por parentesco
por afinidade, e, por fim, da proibição da arguição da suspeição
provocada. 02214600124

IMPEDIMENTOS
Art. 57. Não pode funcionar no processo o membro do Ministério
Público:
a) se nele já houver intervindo seu cônjuge ou parente consanguíneo
ou afim, até o terceiro grau inclusive, como juiz, defensor do acusado,
autoridade policial ou auxiliar de justiça;
b) se ele próprio houver desempenhado qualquer dessas funções;

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c) se ele próprio ou seu cônjuge ou parente consanguíneo ou afim,
até o terceiro grau inclusive, for parte ou diretamente interessado no
feito.

SUSPEIÇÃO
Art. 58. Ocorrerá a suspeição do membro do Ministério Público:
a) se for amigo íntimo ou inimigo do acusado ou ofendido;
b) se ele próprio, seu cônjuge ou parente consanguíneo ou afim, até
o terceiro grau inclusive, sustentar demanda ou responder a processo que
tenha de ser julgado pelo acusado ou pelo ofendido;
c) se houver aconselhado o acusado;
d) se for tutor ou curador, credor ou devedor do acusado;
e) se for herdeiro presuntivo, ou donatário ou usufrutuário de bens,
do acusado ou seu empregador;
f) se for presidente, diretor ou administrador de sociedade ligada de
qualquer modo ao acusado.

2.2. Do assistente

HABILITAÇÃO DO OFENDIDO COMO ASSISTENTE


Art. 60. O ofendido, seu representante legal e seu sucessor
podem habilitar-se a intervir no processo como assistentes do Ministério
Público. 02214600124

REPRESENTANTE E SUCESSOR DO OFENDIDO


Parágrafo único. Para os efeitos deste artigo, considera-se
representante legal o ascendente ou descendente, tutor ou curador do
ofendido, se menor de dezoito anos ou incapaz; e sucessor, o seu
ascendente, descendente ou irmão, podendo qualquer deles, com
exclusão dos demais, exercer o encargo, ou constituir advogado para esse

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fim, em atenção à ordem estabelecida neste parágrafo, cabendo ao juiz a
designação se entre eles não houver acordo.
Considerando que o CPPM não admite a ação penal privada
exclusiva, o ofendido pode, no Processo Penal Militar, propor a ação penal
privada subsidiária da pública, ou atuar, quando desejar, como auxiliar do
Ministério Público Militar quando se tratar de ação penal pública
incondicionada, na qualidade de assistente.
Primeiramente esse papel pode ser ocupado pelo ofendido.
Em seguida, se não houver manifestação deste, o seu representante
legal e seu sucessor.
O dispositivo não inclui a possibilidade de o cônjuge atuar
como assistente, embora o Processo Penal comum venha a admiti-lo, de
acordo com os arts. 31 e 268. Parte da Doutrina, todavia, não enxerga
empecilho à atuação do cônjuge do ofendido na qualidade de assistente
no Processo Penal Militar.

COMPETÊNCIA PARA ADMISSÃO DO ASSISTENTE


Art. 61. Cabe ao juiz do processo, ouvido o Ministério Público,
conceder ou negar a admissão de assistente de acusação.
A assistência não é admitida no curso do inquérito policial
militar. Uma vez instaurado o processo, compete ao Juiz-Auditor
decidir quanto a esse requerimento, tendo em visto o disposto nos arts.
61 e 65 do CPPM. 02214600124

Caso seja negado o pedido de assistência, caberá recurso


inominado, de acordo com a parte final do §1º do art. 65. Este recurso
tem o mesmo rito previsto para o recurso em sentido estrito (previsto no
Regimento Interno do STM). Se o pedido foi feito em processo de
competência originária do STM, porém, a decisão será proferida pelo
relator e dela não cabe nenhum recurso.
O pedido de assistência pode ser negado em razão de não
haver interesse por parte daquele que se diz assistente. Ofendido é o
sujeito passivo da infração objeto da ação penal militar. É aquele que é

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atingido pela conduta do sujeito ativo do delito, sofrendo prejuízo material
e/ou moral. Pode mesmo ser o sujeito passivo secundário, como ocorre
nos crimes contra a administração militar, a exemplo da concussão,
excesso de exação, etc.
Não pode da admissão do assistente resultar impedimento
para o juiz, membro do MP ou escrivão. Neste caso, o juiz não permitirá a
nomeação do assistente, sem prejuízo da indicação de outro que o
substitua.
Caso o assistente cause tumulto no processo ou
desrespeite a disciplina judiciária, poderá o juiz cassar-lhe a sua
admissão.

OPORTUNIDADE DA ADMISSÃO
Art. 62. O assistente será admitido enquanto não passar em
julgado a sentença e receberá a causa no estado em que se achar.

Se a atuação do assistente só pode ter início com a


instauração do processo, a sua atividade se encerra com o trânsito em
julgado da sentença.
Não é permitido ao assistente requerer a realização de
diligências, caso ingresse nos autos na fase de apresentação de alegações
escritas, pois ele recebe o processo no estado em que se encontrar, além
de ser o processo uma “marcha para frente”.
Também não é necessário que seja feita nenhuma notificação
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ao assistente dos atos do processo, exceto para assistir julgamento, nos


termos do art. 66 do CPPM.

ADVOGADO DE OFÍCIO COMO ASSISTENTE


Art. 63. Pode ser assistente o advogado da Justiça Militar, desde que
não funcione no processo naquela qualidade ou como procurador de
qualquer acusado.

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Atualmente, o “advogado da Justiça Militar” ao qual o
dispositivo se refere é o membro da Defensoria Pública da União, que não
se encontra subordinado ao STM.

OFENDIDO QUE FOR TAMBÉM ACUSADO


Art. 64. O ofendido que for também acusado no mesmo processo
não poderá intervir como assistente, salvo se absolvido por sentença
passada em julgado, e daí em diante.
Imagine que ocorra um acidente de trânsito, resultando em
lesões corporais em ambos os condutores dos veículos envolvidos.
Havendo concorrência de culpas, os réus deste processo instaurado,
seriam também ofendidos, e, portanto, poderiam, ao menos em tese,
pleitear a admissão como assistentes.
Se um deles for absolvido por sentença transitada em julgado,
somente a partir de então poderá atuar como assistente do Ministério
Público Militar na acusação ao outro.

INTERVENÇÃO DO ASSISTENTE NO PROCESSO


Art. 65. Ao assistente será permitido, com aquiescência do juiz e
ouvido o Ministério Público:
a) propor meios de prova;
b) requerer perguntas às testemunhas, fazendo-o depois do
procurador; 02214600124

c) apresentar quesitos em perícia determinada pelo juiz ou requerida


pelo Ministério Público;
d) juntar documentos;
e) arrazoar os recursos interpostos pelo Ministério Público;
f) participar do debate oral.

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Direito Processual Penal Militar para PMDF
Teoria e exercícios comentados
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ARROLAMENTO DE TESTEMUNHAS E INTERPOSIÇÃO DE
RECURSOS
§1º Não poderá arrolar testemunhas, exceto requerer o
depoimento das que forem referidas, nem requerer a expedição de
precatória ou rogatória, ou diligência que retarde o curso do
processo, salvo, a critério do juiz e com audiência do Ministério Público,
em se tratando de apuração de fato do qual dependa o esclarecimento do
crime. Não poderá, igualmente, impetrar recursos, salvo de
despacho que indeferir o pedido de assistência.

Perceba que a atuação do assistente sofre restrições, valendo


mais em caráter supletivo ou complementar. Essas restrições
encontram fundamento no fato de o MPM ser o titular da ação penal. Ele é
a parte que possui legitimidade ad causam e tem interesse efetivo no
desfecho do processo, buscando uma decisão condenatória ou mesmo
opinando pela absolvição do acusado.
O assistente pode se manifestar nos autos juntamente com o
MPM, mas sempre dentro da linha de ação traçada por este. Podemos
tomar como exemplo as alíneas B e C, nas quais o MPM indica as
testemunhas ou requere a realização de perícias, cabendo ao assistente
apenas auxiliá-lo ao elaborar, respectivamente, perguntas ou quesitos.
Não é permitido ao assistente arrolar testemunhas, mas
somente requerer o depoimento das que forem referidas, e nem
requerer perícias, pois o MPM pode, na qualidade de dominus litis,
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entender que essas provas são desnecessárias ou até mesmo


desfavoráveis à tese acusatória.
Excepcionalmente o assistente poderá requerer diligências,
com a audiência do MPM, cabendo ao juiz decidir sobre o deferimento do
pedido.
Interessante frisar que, ao contrário do previsto na legislação
processual comum, no Processo Penal Militar o assistente de acusação
não tem legitimidade para impetrar apelação substitutiva quando o
MPM não interpõe apelação em caso de absolvição.

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O ASSISTENTE PODE... O ASSISTENTE NÃO PODE...

Requerer perguntas às testemunhas Arrolar testemunhas.


que forem referidas.
Requerer diligências, desde que o Impetrar apelação substitutiva de
pedido seja deferido pelo juiz, com sentença absolutória.
audiência do MPM.
Propor meios de prova. Requerer a expedição de precatória
ou rogatória.
Apresentar quesitos em perícia.
Juntar documentos.
Arrazoar os recursos impetrados
pelo MPM.
Participar do debate oral.

2.3. Do acusado

PERSONALIDADE DO ACUSADO
Art. 69. Considera-se acusado aquele a quem é imputada a prática
de infração penal em denúncia recebida.

IDENTIFICAÇÃO DO ACUSADO
Art. 70. A impossibilidade de identificação do acusado com o seu
verdadeiro nome ou outros qualificativos não retardará o processo,
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quando certa sua identidade física. A qualquer tempo, no curso do


processo ou da execução da sentença, far-se-á a retificação, por termo,
nos autos, sem prejuízo da validade dos atos precedentes.
A partir do momento em que a denúncia é recebida, o
indiciado ou denunciado passa a ser chamado de acusado.
Quando houver certeza por parte do MPM quanto à
identidade do acusado, mas seu nome não for conhecido, isso não
impedirá que seja proposta a ação penal. Para esse fim podem ser usadas

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características físicas ou apelidos. O uso de apelidos, na realidade, é
muito comum no Processo Penal, pois muitas vezes os nomes dos
componentes de facções criminosas não são conhecidos.
Nada impede também que, uma vez conhecido o nome, seja
promovida a retificação nos autos. Esse procedimento não invalida, de
forma alguma, os atos anteriores.

NOMEAÇÃO OBRIGATÓRIA DE DEFENSOR


Art. 71. Nenhum acusado, ainda que ausente ou foragido, será
processado ou julgado sem defensor.
A defesa técnica em processo é direito do acusado. A ele
também é assegurado o direito de escolher quem o defenderá em juízo. A
constituição do defensor independerá de instrumento de mandato, se
o acusado o indicar por ocasião do interrogatório ou em qualquer outra
fase do processo por termo nos autos.
Na Justiça Militar da União, as praças e os civis,
comprovadamente pobres, são assistidos pela Defensoria Pública da
União, cujos membros encontram-se totalmente desvinculados do
Superior Tribunal Militar. O §5° menciona a figura do “advogado de
ofício”, função que hoje é desempenhada pelo defensor público.
Caso o acusado seja incapaz, o próprio defensor poderá ser
nomeado como curador. Esta nomeação é feita no ato do interrogatório
pelo juiz-presidente (oficial de maior posto).
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O não comparecimento do defensor, justificado, adiará o


ato processual, desde que sua presença seja indispensável. Se a falta se
repetir, o juiz nomeará substituto para efeito do ato. Persistindo a
ausência, será nomeado outro defensor para prosseguir no processo.
Sempre é possível, entretanto, que o acusado nomeie defensor de sua
confiança.

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Chegamos ao fim da nossa aula de hoje. A seguir estão as


questões sobre os assuntos que estudamos. Se ficar alguma dúvida,
utilize o nosso fórum. Estou também disponível no e-mail e nas redes
sociais.

Grande abraço!

Paulo Guimarães
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3. QUESTÕES COMENTADAS

1. STM – Analista Judiciário – 2004 – Cespe. As partes, os


funcionários e os serventuários da justiça militar são auxiliares do juiz.

COMENTÁRIOS: O art. 42 do CPPM determina que os funcionários e


serventuários (hoje chamados de servidores) da Justiça Militar são, nos
processos em que atuam, auxiliares do juiz. A Doutrina adiciona a esse rol
também os peritos e intérpretes. As partes, entretanto, não são
auxiliares.

GABARITO: E

2. STM – Analista judiciário – 2004 – Cespe. No processo penal


militar, o termo juiz denomina somente o juiz togado e não, os militares,
os quais são chamados membros do conselho de justiça, como os jurados
nos processos do tribunal do júri.

COMENTÁRIOS: A resposta para nossa questão está no art. 36, §1° do


CPPM. O termo “juiz” abrange quaisquer autoridades judiciárias, se jam
órgãos singulares ou colegiados, no exercício das respectivas
competências atributivas ou processuais. O termo, portanto, pode ser
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aplicado tanto ao juiz togado (Juiz-Auditor) quando aos juízes militares,


componentes do Conselho de Justiça.

GABARITO: E

3. TJM-SP – Escrevente Técnico Judiciário – 2011 – Vunesp.


Assinale a alternativa correta.

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a) O Código de Processo Penal Militar utiliza a denominação "juiz" apenas
para autoridades judiciárias colegiadas, dentro e fora do exercício das
respectivas competências atributivas ou processuais.
b) A suspeição não poderá ser declarada nem reconhecida, quando a
parte injuriar o juiz ou, de propósito, der motivo para criá-la.
c) O oficial de justiça providenciará para que estejam em ordem e em dia
as peças e termos dos processos.
d) As diligências serão feitas durante o dia ou à noite, em período que
medeie entre as seis e as vinte e duas horas e sempre na presença de
duas testemunhas.
e) O escrivão realizará as diligências que lhe atribuir a lei de organizaçã o
judiciária militar e as que lhe forem ordenadas por despacho do juiz.

COMENTÁRIOS:
A alternativa A erra ao relacionar o termo “juiz” apenas aos órgãos
julgadores colegiados. Para fins de interpretação do CPPM, juiz é qualquer
autoridade judiciária, seja singular ou colegiada, no exercício das
respectivas competências atributivas ou processuais.
A alternativa B é a nossa resposta correta. Ela faz menção à suspeição
provocada, que não pode ser arguida, nos termos do art. 41 do CPPM.
As alternativas C e E invertem as funções do escrivão e do oficial de
justiça.
A alternativa D tenta enganar você trocando o horário para a realização
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das diligências, que é das 6h às 18h, e não das 6h às 22h.

GABARITO: B

4. STM – Analista Judiciário – 2004 – Cespe. No processo penal


militar, a acusação cabe ao Ministério Público Militar, que a exerce por
intermédio dos procuradores e promotores de justiça militar, sendo-lhe
vedado desistir da ação penal e pedir absolvição do acusado.

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COMENTÁRIOS: A função acusatória é desempenhada pelo MPM


(Estado-Acusador), por meio dos Procuradores e Promotores da Justiça
Militar. Também é correto dizer que o MPM não pode desistir da ação
penal. Entretanto, se, ao longo do processo, o representante do MPM se
convencer de que o réu não deve ser condenado, nada obsta que em suas
alegações finais seja pedida a absolvição.

GABARITO: E

5. (inédita). Se o juiz tiver atuado como testemunha no processo, estará


impedido de exercer a jurisdição. Entretanto, se a esposa do magistrado
foi ouvida na mesma condição, não haverá impedimento.

COMENTÁRIOS: A função de testemunha no processo somente é causa


de impedimento se a atribuição tiver sido exercida pelo próprio juiz. Nada
obsta que o magistrado atue em processo no qual serviu como
testemunha seu cônjuge ou parente.

GABARITO: C

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6. (inédita). Luiz é Juiz-Auditor da Justiça Militar da União, e tem um


neto chamado Abranavílson. Este, por sua vez, está movendo ação cível
de indenização por perdas e danos contra Ibraim, militar da ativa. Caso
Ibraim seja formalmente acusado de crime militar, é correto dizer que
Luiz deve declarar-se suspeito e afastar-se do processo.

COMENTÁRIOS: Esta é uma das hipóteses de suspeição, prevista na


alínea D do art. 38. O parentesco entre avô e neto é de segundo grau.

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GABARITO: C

7. (inédita). Os peritos e intérpretes serão nomeados livremente pelo


juiz, sem intervenção das partes, preferencialmente entre oficiais da
ativa, independentemente da especialidade.

COMENTÁRIOS: Esta é uma questão bem possível de aparecer na sua


prova, hein!? Os peritos são nomeados livremente pelo juiz, sem
intervenção das partes, e o encargo deve recair preferencialmente sobre
oficiais da ativa. O erro da assertiva está em dizer que os oficiais podem
ser nomeados independentemente de especialidade. Isso não faz o menor
sentido, não é mesmo? Imagine que é necessário fazer uma tradução e o
juiz nomeie um oficial da ativa que não conheça a língua estrangeira...

GABARITO: E

8. (inédita). É possível que o juiz aplique penalidade de multa ao perito


ou intérprete, caso um destes auxiliares se recuse a atuar no processo
sem apresentar justificativa relevante.

COMENTÁRIOS: Esta possibilidade está descrita no art. 50 do CPPM. A


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penalidade de multa pode ser aplicada também ao perito ou intérprete


que deixa de acudir ao chamado da autoridade, não comparece no dia e
local designado para o exame, não apresenta o laudo, ou concorre para
que a perícia não seja realizada nos prazos estabelecidos.

GABARITO: C

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9. (inédita). O ato praticado por juiz em condição de impedimento é
anulável.

COMENTÁRIOS: Os atos praticados por juiz impedido serão considerados


inexistentes, nos temos do parágrafo único do art. 37 do CPPM.

GABARITO: E

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4. QUESTÕES SEM COMENTÁRIOS

1. STM – Analista Judiciário – 2004 – Cespe. As partes, os


funcionários e os serventuários da justiça militar são auxiliares do juiz.

2. STM – Analista judiciário – 2004 – Cespe. No processo penal


militar, o termo juiz denomina somente o juiz togado e não, os militares,
os quais são chamados membros do conselho de justiça, como os jurados
nos processos do tribunal do júri.

3. TJM-SP – Escrevente Técnico Judiciário – 2011 – Vunesp.


Assinale a alternativa correta.

a) O Código de Processo Penal Militar utiliza a denominação "juiz" apenas


para autoridades judiciárias colegiadas, dentro e fora do exercício das
respectivas competências atributivas ou processuais.
b) A suspeição não poderá ser declarada nem reconhecida, quando a
parte injuriar o juiz ou, de propósito, der motivo para criá-la.
c) O oficial de justiça providenciará para que estejam em ordem e em dia
as peças e termos dos processos.
d) As diligências serão feitas durante o dia ou à noite, em período que
medeie entre as seis e as vinte e duas horas e sempre na presença de
duas testemunhas. 02214600124

e) O escrivão realizará as diligências que lhe atribuir a lei de organização


judiciária militar e as que lhe forem ordenadas por despacho do juiz.

4. STM – Analista Judiciário – 2004 – Cespe. No processo penal


militar, a acusação cabe ao Ministério Público Militar, que a exerce por
intermédio dos procuradores e promotores de justiça militar, sendo-lhe
vedado desistir da ação penal e pedir absolvição do acusado.

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5. (inédita). Se o juiz tiver atuado como testemunha no processo, estará
impedido de exercer a jurisdição. Entretanto, se a esposa do magistrado
foi ouvida na mesma condição, não haverá impedimento.

6. (inédita). Luiz é Juiz-Auditor da Justiça Militar da União, e tem um


neto chamado Abranavílson. Este, por sua vez, está movendo ação cível
de indenização por perdas e danos contra Ibraim, militar da ativa. Caso
Ibraim seja formalmente acusado de crime militar, é correto dizer que
Luiz deve declarar-se suspeito e afastar-se do processo.

7. (inédita). Os peritos e intérpretes serão nomeados livremente pelo


juiz, sem intervenção das partes, preferencialmente entre oficiais da
ativa, independentemente da especialidade.

8. (inédita). É possível que o juiz aplique penalidade de multa ao perito


ou intérprete, caso um destes auxiliares se recuse a atuar no processo
sem apresentar justificativa relevante.

9. (inédita). O ato praticado por juiz em condição de impedimento é


anulável.

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GABARITO
1. E
2. E
3. B
4. E
5. C
6. C
7. E
8. C
9. E

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