Você está na página 1de 2

Disciplina: Peças Criminais do MP

Professor: Luís Mileo


Aula: 08 | Data: 30/03/2019

ANOTAÇÃO DE AULA

SUMÁRIO

CONTRARRAZÕES DE APELAÇÃO
1. Introdução
2. Exercício
3. Resposta
3.1. Contrarrazões de apelação

CONTRAZÕES DE APELAÇÃO

1. Introdução:

Contrarrazões de apelação é a peça que mais tem caído, por ser mais fácil para o examinador colocar várias
questões nessa peça.

As contrarrazões têm que contrariar todos os fatos propostos pela defesa. É uma peça em que o promotor está
defendendo a sentença.

As teses defensivas devem ser refutadas em ordem lógica – preliminares inicialmente, depois prejudiciais e depois
o mérito (todas as teses, a iniciar pela absolutória).

O modelo é bem parecido com as razões de apelação. Só que agora estaremos do outro lado.

Nas contrarrazões também há duas petições diversas: a peça estruturada de contrarrazões e a cota de
apresentação.

Há teses de defesa que vêm caindo em concurso, em especial, teses no roubo e no tráfico de drogas, que são crimes
que têm grande incidência na vida prática.

No tráfico tem-se a tese comum de desclassificação para o crime de uso ou causas de diminuição de pena.

No roubo, por exemplo, sempre há a tese de defesa de desclassificar para furto ou o afastamento da causa de
aumento de pena para o uso de arma branca, etc.

Preliminares também muito questionadas são a falta de fundamentação da sentença, a falta de intimação da defesa
da audiência no juízo deprecado (a defesa não deve ser intimada da audiência, mas apenas da expedição), a falta
de justa causa para a ação penal, entre outras.

2. Exercício:

O candidato, na qualidade de Promotor de Justiça, deverá elaborara peça prática, visando à avaliação de seus
conhecimentos sobre direito processual penal, levando em conta os dados abaixo:

SENTENÇA CÍVEL E PEÇAS DO MP


CARREIRAS JURÍDICAS
Damásio Educacional
Bruno Oliveira foi surpreendido, em 18/02/2018, às 13h30, na Rua José João, bairro Jardim Paulista, em São Paulo,
guardando 105 pontos de LSD. O auto de prisão em flagrante está às fls. 02/11. BO às fls. 12/18. Auto de exibição
e apreensão 19/22. Laudo de constatação 27/31. Laudo de exame químico toxicológico fl. 87. Os policiais foram
ouvidos às fls. 120/121. Interrogatório à fl.124.

Processado Bruno foi condenado às penas de 05 anos de reclusão, no regime prisional inicial fechado e de 500 dias-
multa, fixado no mínimo legal, como incurso no artigo 33 da Lei nº 11.343/06. Na sentença o Magistrado afastou
as teses defensivas de porte de drogas para uso próprio e da causa especial de diminuição de pena. Sentença fls.
142/153.

Bruno negou a prática delitiva na fase policial, mas em juízo confessou sua participação no comércio, alegando que
era para sustentar a dependência.

Inconformado, Bruno apelou. Alegou a inobservância do artigo 399, parágrafo 2º do CPP, pois o juiz que encerrou
a instrução estava de férias, quando da prolação da sentença. Pugnou também pela absolvição, por falta de provas.
Alternativamente requereu a desclassificação para o crime do artigo 28 da Lei de Tóxicos, alegando falta de
comprovação do comércio. Subsidiariamente, a aplicação da causa de diminuição de pena prevista no parágrafo
4º, do artigo 33 e a conversão da pena privativa de liberdade em restritiva de direitos, bem como regime aberto,
por fim, requereu a diminuição da pena pela confissão. As razões de apelação estão às fls. 217/224.

Bruno encontra-se preso e o recurso foi recebido pelo Juiz de primeiro grau. O Ministério Público não interpôs
recurso.

3. Resposta:

3.1. Contrarrazões de apelação:

As razões de apelação devem seguir os seguintes passos. Os itens são só para organização, não devendo ser citados
na prova.

A. Endereçamento:

“1ª Vara Criminal da Comarca de São Paulo

Autos nº:
Apelante: Bruno de Oliveira
Apelado: Ministério Público

Contrarrazões de Apelação

Egrégio Tribunal,
Colenda Câmara,
Douta Procuradoria de Justiça.”

B. Síntese dos fatos:

“Bruno Oliveira foi condenado a pena de... pelo crime de...”

Página 2 de 2

Você também pode gostar