Você está na página 1de 30

Processo Penal

OAB 1ª Fase
2018
Atualizada conforme leis 13.608/18 (denúncias por telefone),
13.603/18 (JECRIM), 13.546/17 (CTB), 13.434/17 (algemas),
13.44/16 (tráfico de pessoas), 13.285/16 (CPP), 13.281/16
(CTB), 13.217/16 (revista íntima), 13.260/16 (terrorismo),
13.257/16 (primeira infância) e 13.245/16 (EOAB).

Súmulas STJ (último verbete nº 600)

Súmulas STF (último verbete nº 736)

Súmulas Vinculantes (último verbete nº 56)

1
Rodrigo Bello
Interatividade:

Instagram: @professor_bello Whats App: (21) 97434-1978


O professor Rodrigo Bello não usa Facebook e toda terça-feira são enviadas
dicas em vídeo para os interessados em fazer parte de sua lista de transmissão.
Para tanto, basta enviar mensagem para o telefone acima com nome e
cidade. Eventual atualização legislativa e julgado importante demandará
uma transmissão excepcional.

Curriculum:
Com atuação por volta de 10 anos, o professor Rodrigo Bello iniciou sua
trajetória, como professor de Direito, especializando-se em Ciências Criminais e
dando aulas em cursos de pequeno porte na cidade do Rio de Janeiro e
interior, quando em 2005 foi convidado a dar aulas na cidade de Curitiba. No
final de 2010 recebe o convite para ministrar aulas no Curso Forum e
atualmente é professor também do Supremo Concursos em Belo Horizonte
com ênfase em carreiras policiais. Advogado criminalista, com diversos cursos
de extensão, é autor de obras jurídicas, em destaque para o “Manual de
Prática Penal” em parceria com o professor Felipe Novaes, onde juntos
também coordenam a 2ª Fase Penal do Curso Forum. Já teve a oportunidade
de palestrar em todas as regiões do país com seu projeto “Processo Penal &
Mídia”, além de outros temas que ensejam uma discussão reflexiva.

Orientações para uma boa preparação:


a) Reinvente-se. Mude hábitos. Estude bastante, esse é o verdadeiro
segredo.
b) Utilização da legislação atualizada em todos os momentos,
principalmente em sala de aula;
c) Modernamente assistir uma aula deve-se priorizar, nesta ordem:
audição, visão e por último, fazer anotações pontuais;
d) Estudar para a OAB não é a mesma coisa que estudar para a
faculdade;
e) Use experiências equivocadas de provas anteriores para mudar;
f) Nem que sejam 30 minutos diários, mas sempre estude Ética Profissional;
g) Desligue o telefone, o silêncio é amigo da concentração;
h) Treine provas anteriores, no limite da perfeição, ou seja, como se fosse o
dia da prova. Imprima-as, se concentre e, sem consulta ou interrupções
demoradas, as realize. Descanse e depois confira seus erros,
verificando-os na legislação e montando um grupo de anotações de
temas relevantes e que merecem destaque;
i) Use a apostila durante a aula junto com a legislação.
j) Agradeça de poder estar estudando com saúde e de ser um
privilegiado em fazer um curso de Direito;
2
Rodrigo Bello
Arte da Guerra – Conheça a Banca:
Temas de Processo Penal das últimas provas:
XIV XV XVI XVII XVIII XIX

5 questões 5 questões 5 questões 5 questões 5 questões 5 questões

Busca e Tribunal do Inquérito Inquérito Restituição de Recurso


Apreensão Júri Policial Policial Coisas
Apreendidas

Lei
Recurso Exame Questão Recurso Processual
Criminológico Prejudicial Interrogatório no Tempo

Progressão de Competência
Regime Detração Competência Competência Sequestro
Penal

Ação Penal
Emendatio Prisão Prova Ilícita Carta
Libelli e Recurso – Cautelar Precatória
Mutatio Libelli Efeitos
Procedimento
Inquérito
Recurso Policial Transação
Ação Penal Interrogatório Penal
Lei de Drogas

XX XXI XXII XXIII XIV

5 questões 5 questões 5 questões 5 questões 5 questões

Prisão Citação Ação Penal Ação Penal Recurso (2)

Exame de Princípio da Recursos (2) Nulidade Ação Penal


Insanidade Correlação
Mental

Recurso Competência
Competência
Ação Penal da J.Militar Prova Penal
(anulada)
Medida Prova Penal
Cautelar
Procedimento Exceções
Ordinário Exceções

Prisão

Ação Tribunal do
Autônoma Júri

3
Rodrigo Bello
Temas com maior incidência, em ordem:

1º - Recursos
2º - Competência
3º - Ação Penal
4º - Inquérito Policial
5º - Prisão
Apresentação das Aulas:

Turma Semanal – Regular (manhã ou noite): Carga Horária: 05 encontros

1ª Aula 2ª Aula 3ª Aula 4ª Aula 5ª Aula


Processo Provas
Penal & Prisões e Recursos
Constitucional Ação Penal Competência Medidas
& Inquérito Cautelares
Policial

Turma Sábado: Carga Horária: 03 encontros

1ª Aula 2ª Aula 3ª Aula


Processo Penal
Constitucional & Competência Penal & Prisão e Medidas
Inquérito Policial & Ação Prova Penal Cautelares & Recursos
Penal

Roteiro:

1. Processo Penal Constitucional:

a) CPP 1941 vs. CF 1988.


b) Sistema Acusatório.
c) Direitos Fundamentais (art. 5º CF).
d) Princípios Constitucionais da Presunção de Inocência (Art. 5º LVII CF),
Devido Processo Legal (Art. 5º LIV CF), Ampla Defesa e Contraditório
(Art. 5º L CF).
e) Constitucionalização do Processo Penal.

Momento “Se cair eu acerto!”

Súmula 444 STJ: É vedada a utilização de inquéritos policiais e ações


penais em curso para agravar a pena-base.

4
Rodrigo Bello
2. Inquérito Policial – art. 5º CPP

a) Elementos
b) Conceito
c) Características (11)
d) Dinâmica
e) Conclusão das Investigações

Momento “Se cair eu acerto!”

Súmula Vinculante 14: É direito do defensor, no interesse do


representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que, já
documentados em procedimento investigatório realizado por órgão
com competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do
direito de defesa.

3. Ação Penal – Art. 24 CPP

a) Requisitos
b) Procuração com Poderes Especiais
c) Modalidades
d) Princípios
e) Representação
f) Causas de Extinção da Punibilidade – Renúncia, Perdão e
Peremopção

Momento “Se cair eu acerto!”

Súmula 542 STJ: A ação penal relativa ao crime de lesão corporal


resultante de violência doméstica contra a mulher é pública
incondicionada.

Súmula 714 STF: É concorrente a legitimidade do ofendido, mediante


queixa, e do ministério público, condicionada à representação do
ofendido, para a ação penal por crime contra a honra de servidor
público em razão do exercício de suas funções.

4. Competência Penal – Art. 69 CPP

a) Princípio do Juiz Natural


b) Critérios para determinação de competência
c) Local do Crime
5
Rodrigo Bello
d) Prevenção, Distribuição, Conexão e Continência
e) Natureza da Infração
f) Prerrogativa de Função
g) Conflitos de Competência

Momento “Se cair eu acerto!”

Súmula 702 STF: A competência do tribunal de justiça para julgar


prefeitos restringe-se aos crimes de competência da justiça comum
estadual; nos demais casos, a competência originária caberá ao
respectivo tribunal de segundo grau.

Súmula Vinculante 45: A competência constitucional do Tribunal do Júri


prevalece sobre o foro por prerrogativa de função estabelecido
exclusivamente pela Constituição Estadual.

5. Prova Penal – Art. 155 CPP

a) Conceito
b) Princípios Legais
c) Verdade Real
d) Exame de Corpo de Delito
e) Interrogatório
f) Ofendido
g) Testemunhas

Momento “Se cair eu acerto!”

Súmula 439 STJ: Admite-se o exame criminológico pelas peculiaridades


do caso, desde que em decisão motivada.

6. Prisão e Medidas Cautelares Diversas da Prisão – Art. 282 CPP

a) Lei 12.403/11 e suas novidades


b) Medidas Cautelares Diversas da Prisão – Art. 319 CPP
c) Recolhimento Domiciliar, Prisão Domiciliar e Regime Domiciliar
d) Fiança
e) Prisão em Flagrante
f) Audiência de Custódia
g) Prisão Preventiva
6
Rodrigo Bello
h) Prisão Temporária – Lei 7.960/89

Momento “Se cair eu acerto!”

Art. 1º Resolução 213 CNJ – Audiência de Custódia: Determinar que


toda pessoa presa em flagrante delito, independentemente da
motivação ou natureza do ato, seja obrigatoriamente apresentada, em
até 24 horas da comunicação do flagrante, à autoridade judicial
competente, e ouvida sobre as circunstâncias em que se realizou sua
prisão ou apreensão.

Súmula 145 STF: Não há crime, quando a preparação do flagrante pela


polícia torna impossível a sua consumação.

7. Recursos – Art. 574 CPP

a) Apresentação
b) Efeitos
c) Características/Princípios
d) Recurso em Sentido Estrito
e) Agravo em Execução
f) Apelação
g) Embargos Infringentes e de Nulidade
h) Embargos de Declaração

Momento “Se cair eu acerto!”

Súmula 707 STF: Constitui nulidade a falta de intimação do denunciado


para oferecer contra-razões ao recurso interposto da rejeição da
denúncia, não a suprindo a nomeação de defensor dativo.

7
Rodrigo Bello
A escolha da 2ª Fase: Porque fazer Penal ? 10 razões:
1. Provas claras, com enunciados claros,
medindo o conhecimento dos
candidatos, sem pegadinhas ou erros de
elaboração. A banca tem sido objetiva e
proporcional na elaboração das provas.
2. O índice de reprovação na prova de
penal, na média nacional da prova, é
mais alto que de outras matérias!
Não tenha medo disso, é preciso
entender esses números, penal é uma
matéria procurada por muitos
candidatos, que nem sempre estão preparados para a prova, por isso o índice
é maior que de outras matérias como, por exemplo, constitucional, que em
regra é procurada somente por quem gosta e tem mais conhecimento. O
importante é saber, que no Curso Forum, o percentual de aprovação é muito
maior do que o nacional.
3. Não se assuste com o conteúdo! Há necessidade de estudar o conteúdo da
parte geral de direito penal e aplicá-la a parte especial e as leis especiais. Em
provas com consulta não é necessário memorizar os crimes ou as leis, basta
consultá-los durante a prova. Isso proporciona uma redução expressiva no
conteúdo a ser estudado.
4. Penal nunca teve problema de identificação da peça processual cobrada!
Peças processuais de cabimento muito claro, não há cabimento dúbio em
processo penal, os procedimentos são simples e claros, e os recursos regidos
pelo Princípio da Unirrecorribilidade dando segurança ao aluno quanto a
peça;
5. O direito material é difícil? As teses de mérito são as excludentes de
tipicidade, ilicitude, culpabilidade ou as causas que extinguem a punibilidade,
muito fácil localizá-las na legislação, mais ainda após as aulas, com a
marcações no Código.
6. Todas as aulas e atividades complementares ministradas pelos professores
Felipe Novaes e Rodrigo Bello.
7. Não há professores convidados e as monitorias são realizadas com a
participação dos professores. Proporcionando uma maior proximidade entre
os alunos e os professores.
8. Apostila de acompanhamento disponibilizada aos alunos e os professores
são autores do livro: Manual de Prática Penal, absolutamente indicado para a
preparação para a prova.
9. Correção individualizada de peças na modalidade presencial e online. A
peça é corrigida, os erros apontados, no mesmo formato que a banca utiliza.
Treinamento de verdade.
10. Simulados mais rigorosos do que a prova. Treinamento duro, jogo fácil.

8
Rodrigo Bello
Últimas Atualizações Processuais Penais:

Lei 13.608/18 - Dispõe sobre o serviço telefônico de recebimento de


denúncias e sobre recompensa por informações que auxiliem nas
investigações policiais;

Lei 13.603/18 – Inclui a simplicidade como critério orientador do


processo perante o Jecrim.

Lei 13.546/17 - Altera dispositivos da Lei n o 9.503, de 23 de setembro de


1997 (Código de Trânsito Brasileiro), para dispor sobre crimes cometidos
na direção de veículos automotores.

Lei 13.434/17 – Acrescentou o §único no art. 292 do CPP para vedar o


uso de algemas em mulheres grávidas antes, durante e após os atos
médico-hospitalares.

Lei 13.344/16 – Acrescentou os artigos 13-A e 13-B no CPP modernizando


a persecução penal acerca do tráfico de pessoas.

Lei 13.285/16 - Acrescentou o art. 394-A CPP que determina prioridade


na apuração dos crimes hediondos.

Lei 13.281/16 - Alteração no Código de Trânsito Brasileiro (lei 9.503/97).


Além de normas administrativas, nos chama atenção a alteração
quanto à realização do teste de alcoolemia (bafômetro), que agora
traz imposições ainda mais severas. Alteração no art. 165-A e 253-A do
CTB.

Lei 13.271/16 - Dispõe sobre a proibição de revista íntima de funcionárias


nos locais de trabalho e trata da revista íntima em ambientes prisionais.

Lei 13.260/16 - Por influência dos jogos olímpicos, dos atentados


internacionais, o Direito Penal, que deveria ser a ultima ratio em nosso
ordenamento jurídico é chamado para inibir práticas de terrorismo e
tipificar tal conduta. Mais uma demonstração, a nosso ver, lamentável
do processo penal emergencial.

Lei 13.257/16 - Esta interessante lei externa a preocupação do legislador


com quem precisa de proteção. Trata-se de uma verdadeira
demonstração de fraternalismo legislativo. As mudanças no CPP são
pontuais no Inquérito, Interrogatório e quando da prisão. Não podemos
esquecer que tal lei trouxe mudanças também no ECA e na CLT.

9
Rodrigo Bello
Para conhecermos as mudanças, inicialmente insta observar o que é
primeira infância: Art. 2º: Para os efeitos desta Lei, considera-se
primeira infância o período que abrange os primeiros 6 (seis) anos
completos ou 72 (setenta e dois) meses de vida da criança.

Lei 13.245/16 - Alteração no EOAB, a matéria mais importante da 1ª fase


de Ordem, por ter o maior número de questões. Vamos às alterações
quanto aos direitos do advogado, lembrando que o inquérito continua
inquisitório e ao abordar, no novo inciso XXI, “assistir”, isso significa que o
advogado pode acompanhar diligência, estar presente durante o
interrogatório e orientar seu cliente, sem tirar o caráter inquisitório do
procedimento administrativo, que é o inquérito policial. Esta mudança
visa apenas impedir as proibições que muitos advogados sofriam ao
querer estar presente a um determinado ato investigativo. Em
conclusão, quem preside, coordena e determina o que será feito no
inquérito, é o delegado, protegido pela inquisitoriedade, inerente ao
procedimento investigativo preliminar.
Vejamos as mudanças no art. 7º EOAB:
XIV - examinar, em qualquer instituição responsável por conduzir
investigação, mesmo sem procuração, autos de flagrante e de
investigações de qualquer natureza, findos ou em andamento, ainda
que conclusos à autoridade, podendo copiar peças e tomar
apontamentos, em meio físico ou digital;
XXI - assistir a seus clientes investigados durante a apuração de
infrações, sob pena de nulidade absoluta do respectivo interrogatório
ou depoimento e, subsequentemente, de todos os elementos
investigatórios e probatórios dele decorrentes ou derivados, direta ou
indiretamente, podendo, inclusive, no curso da respectiva apuração:
a) apresentar razões e quesitos;

Resolução 213 de 15 de dezembro de 2015 - Dispõe sobre a


apresentação de toda pessoa presa à autoridade judicial no prazo de
24 horas – Audiência de Custódia.

10
Rodrigo Bello
Últimas Súmulas STJ em âmbito Criminal:

600 - Para a configuração da violência doméstica e familiar prevista no


artigo 5º da Lei n. 11.340/2006 (Lei Maria da Penha) não se exige a
coabitação entre autor e vítima.

599 - O princípio da insignificância é inaplicável aos crimes contra a


administração pública.

593 - O crime de estupro de vulnerável se configura com a conjunção


carnal ou prática de ato libidinoso com menor de 14 anos, sendo
irrelevante eventual consentimento da vítima para a prática do ato, sua
experiência sexual anterior ou existência de relacionamento amoroso
com o agente.

589 - É inaplicável o princípio da insignificância nos crimes ou


contravenções penais praticados contra a mulher no âmbito das
relações domésticas.

588 - A prática de crime ou contravenção penal contra a mulher com


violência ou grave ameaça no ambiente doméstico impossibilita a
substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos.

587 - Para a incidência da majorante prevista no art. 40, V, da Lei n.


11.343/2006, é desnecessária a efetiva transposição de fronteiras entre
estados da Federação, sendo suficiente a demonstração inequívoca
da intenção de realizar o tráfico interestadual.

582 - Consuma-se o crime de roubo com a inversão da posse do bem


mediante emprego de violência ou grave ameaça, ainda que por
breve tempo e em seguida à perseguição imediata ao agente e
recuperação da coisa roubada, sendo prescindível a posse mansa e
pacífica ou desvigiada.

575 - Constitui crime a conduta de permitir, confiar ou entregar a


direção de veículo automotor a pessoa que não seja habilitada, ou que
se encontre em qualquer das situações previstas no art. 310 do CTB,
independentemente da ocorrência de lesão ou de perigo de dano
concreto na condução do veículo.

574 - Para a configuração do delito de violação de direito autoral e a


comprovação de sua materialidade, é suficiente a perícia realizada por
amostragem do produto apreendido, nos aspectos externos do

11
Rodrigo Bello
material, e é desnecessária a identificação dos titulares dos direitos
autorais violados ou daqueles que os representem.

568 - O relator, monocraticamente e no Superior Tribunal de Justiça,


poderá dar ou negar provimento ao recurso quando houver
entendimento dominante acerca do tema.

567 - Sistema de vigilância realizado por monitoramento eletrônico ou


por existência de segurança no interior de estabelecimento comercial,
por si só, não torna impossível a configuração do crime de furto.

562 - É possível a remição de parte do tempo de execução da pena


quando o condenado, em regime fechado ou semiaberto,
desempenha atividade laborativa, ainda que extramuros.

546 - A competência para processar e julgar o crime de uso de


documento falso é firmada em razão da entidade ou órgão ao qual foi
apresentado o documento público, não importando a qualificação do
órgão expedidor.

545 - Quando a confissão for utilizada para a formação do


convencimento do julgador, o réu fará jus à atenuante prevista no art.
65, III, d, do Código Penal.

542 - A ação penal relativa ao crime de lesão corporal resultante de


violência doméstica contra a mulher é pública incondicionada.

536 - A suspensão condicional do processo e a transação penal não se


aplicam na hipótese de delitos sujeitos ao rito da Lei Maria da Penha.

Súmulas Vinculantes:
SÚMULA VINCULANTE 11 - Só é lícito o uso de algemas em casos de resistência
e de fundado receio de fuga ou de perigo à integridade física própria ou
alheia, por parte do preso ou de terceiros, justificada a excepcionalidade por
escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou
da autoridade e de nulidade da prisão ou do ato processual a que se refere,
sem prejuízo da responsabilidade civil do Estado.

SÚMULA VINCULANTE 14 - É direito do defensor, no interesse do representado,


ter acesso amplo aos elementos de prova que, já documentados em
procedimento investigatório realizado por órgão com competência de polícia
judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa.

12
Rodrigo Bello
SÚMULA VINCULANTE 24 - Não se tipifica crime material contra a ordem
tributária, previsto no art. 1º, incisos I a IV, da Lei nº 8.137/90, antes do
lançamento definitivo do tributo.

SÚMULA VINCULANTE 26 - Para efeito de progressão de regime no


cumprimento de pena por crime hediondo, ou equiparado, o juízo da
execução observará a inconstitucionalidade do art. 2º da Lei n. 8.072, de 25
de julho de 1990, sem prejuízo de avaliar se o condenado preenche, ou não,
os requisitos objetivos e subjetivos do benefício, podendo determinar, para tal
fim, de modo fundamentado, a realização de exame criminológico.

SÚMULA VINCULANTE 35 - A homologação da transação penal prevista no


artigo 76 da Lei 9.099/1995 não faz coisa julgada material e, descumpridas suas
cláusulas, retoma-se a situação anterior, possibilitando-se ao Ministério Público
a continuidade da persecução penal mediante oferecimento de renúncia ou
requisição de inquérito policial.

SÚMULA VINCULANTE 36 - Compete à Justiça Federal comum processar e


julgar civil denunciado pelos crimes de falsificação e de uso de documento
falso quando se tratar de falsificação da Caderneta de Inscrição e Registro
(CIR) ou de Carteira de Habilitação de Amador (CHA), ainda que expedidas
pela Marinha do Brasil.

SÚMULA VINCULANTE 45 - A competência constitucional do Tribunal do Júri


prevalece sobre o foro por prerrogativa de função estabelecido
exclusivamente pela constituição estadual.

SÚMULA VINCULANTE 46 - A definição dos crimes de responsabilidade e o


estabelecimento das respectivas normas de processo e julgamento são da
competência legislativa privativa da União.

SÚMULA VINCULANTE 56 - A falta de estabelecimento penal adequado não


autoriza a manutenção do condenado em regime prisional mais gravoso,
devendo-se observar, nessa hipótese, os parâmetros fixados no RE 641.320/RS.

Súmulas STF:
SÚMULA 723 - Não se admite a suspensão condicional do processo por crime
continuado, se a soma da pena mínima da infração mais grave com o
aumento mínimo de um sexto for superior a um ano.

SÚMULA 721 = TRANSFORMADA NA ATUAL SÚMULA VINCULANTE 45 - A


competência constitucional do Tribunal do Júri prevalece sobre o foro por
prerrogativa de função estabelecido exclusivamente pela Constituição
estadual.

13
Rodrigo Bello
Conteúdo Doutrinário:

1. Persecução Criminal

Persecução Criminal é todo aquele caminho trilhado pelo Estado a fim


de se apurar a autoria de um crime e a materialidade do mesmo para que ao
final seja prolatada uma decisão penal justa. Dividida em 2 fases.

1ª Fase: Investigatória – dispensável  objetivo de colher o maior número


de informações possíveis para se chegar aos indícios de autoria e
materialidade.

2ª Fase: Processual – obrigatória  com base no devido processo legal,


ampla defesa e contraditório as informações transformam-se em provas
para se chegar a sentença penal justa.

2. Inquérito Policial

Conceito: Conjunto de diligências presidido por autoridade policial com


o intuito de investigar para se obter informações referentes aos indícios de
autoria e materialidade do crime.

Formas de Abertura (art. 5º CPP): De ofício pelo delegado de polícia, a


requerimento do ofendido, mediante requisição do Ministério Público.

Vale observar que esta abertura de Inquérito Policial, de ofício, pelo


delegado, só acontece nos casos de ação penal pública, tema este que
veremos na seqüência. Justifica-se essa observação, pois se o crime for de
ação penal pública condicionada à representação ou crime de ação penal
privada, a autoridade policial para iniciar as investigações precisa respeitar
determinadas condições prévias, tais como a representação do ofendido ou a
anuência da vítima.

Já o requerimento do ofendido é chamado de notícia crime, que nada


mais é que um pedido de abertura de inquérito policial, que pode ou não ser
atendido pela autoridade policial. Em caso de negatória do delegado, o
ofendido pode recorrer administrativamente (art. 5º §2º CPP) ou entregar
diretamente a notícia crime ao membro do parquet.

Características:

i) Escrito;

14
Rodrigo Bello
ii) Formal;
iii) Oficial;
iv) Oficioso;
v) Tempestivo;
vi) Discricionário;
vii) Dispensável;
viii) Indisponível;
ix) Relativo;
x) Sigiloso;
xi) Investigatoriedade (“inquisitoriedade”)

Analisemos algumas delas:

a) Oficial (art. 4º CPP): presidência do Delegado de Polícia.


b) Escrito (art. 9º CPP)
c) Discricionário (art. 6º, 7º e 14 CPP): a autoridade policial não segue
um rito pré-ordenado durante a investigação. Não se aplica,
portanto, o princípio do devido processo legal (art. 5º LIV CF). Vale
lembrar que uma das possibilidades que o delegado tem durante as
investigações é de ordenar a identificação do indiciado pelo
processo datiloscópico, todavia devem ser respeitadas algumas
formalidades, agora numa recente lei, a 12.037/09.
d) Sigiloso (art. 20 CPP): apesar da permanência desta característica, é
inegável que hoje ela perde sua força tendo em vista a publicidade
constitucional (art. 5º LX), o Estatuto da OAB que permite acesso do
advogado a qualquer inquérito policial (art. 7º XIII_XV 8.906/94) e a
recente Súmula Vinculante 14 reproduzida a seguir:

É DIREITO DO DEFENSOR, NO INTERESSE DO


REPRESENTADO, TER ACESSO AMPLO AOS
ELEMENTOS DE PROVA QUE, JÁ
DOCUMENTADOS EM PROCEDIMENTO
INVESTIGATÓRIO REALIZADO POR ÓRGÃO
COM COMPETÊNCIA DE POLÍCIA
JUDICIÁRIA, DIGAM RESPEITO AO
EXERCÍCIO DO DIREITO DE DEFESA.

e) Inquisitório: Significa a não aplicabilidade de princípios


constitucionais sensíveis, tais como o da ampla defesa e do
contraditório (art. 5º inc. LV CF).

Prazo (Art. 10 CPP): 10 dias indiciado preso, 30 dias indiciado solto. Vale
lembrar que este termo “indiciado” é o mais técnico para àqueles que são
investigados preliminarmente. Já “acusado” é àquele que responde
processualmente.

15
Rodrigo Bello
Encerramento do Inquérito Policial: O delegado de polícia, ao encerrar
as investigações, não poderá arquivar o inquérito policial (art. 17 CPP). Deverá
elaborar um relatório (art. 10§1º CPP) e enviá-lo ao titular da ação penal
pública (Ministério Público) quando se tratar de crimes dessa titularidade e
para o juízo competente, nos demais casos, ou seja, nos casos de
investigações preliminares acerca de crimes de ação penal privada (art. 19
CPP).

Na grande maioria, ou seja, crimes de ação penal pública, o promotor


de justiça quando recebe o inquérito policial poderá adotar 3(três) medidas.
Em primeiro lugar sendo verificados os indícios de autoria e materialidade, ele
deverá propor a denúncia (ação penal pública) conforme art. 24 CPP. Por
outro lado, poderá ainda requisitar novas diligências se assim entender
conveniente (art. 16 CPP). Concluindo, pode ainda o órgão ministerial opinar
pelo arquivamento (art. 28 CPP).

Arquivamento significa encerramento das investigações. Essa postura


pode acontecer quando o membro do parquet entende que não tem
subsídios para a propositura da ação penal. O juiz é chamado para fiscalizar a
atuação ministerial e pode ou não homologar seu pedido. Não homologando
este pedido, o Procurador Geral de Justiça é chamado para resolver o
impasse. Pode adotar assim a postura de propositura da ação penal ou
confirmar o arquivamento, medida esta que será definitiva. Todo este
procedimento poderá ser analisado legalmente com a simples leitura do art.
28 CPP.

Atualização Legislativa! Não deixem de assistir no Youtube, Canal do


Curso Forum, o programa FORUM OPINA sobre essa lei que tive a honra de
gravar com os professores Daniel Petrocelli e Álvaro de Azevedo Gonzaga.

LEI Nº 13.245, DE 12 DE JANEIRO DE 2016.

Altera o art. 7o da Lei no 8.906, de 4 de


julho de 1994 (Estatuto da Ordem dos
Advogados do Brasil).

A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1o O art. 7o da Lei nº 8.906, de 4 de julho de 1994 (Estatuto da Ordem


dos Advogados do Brasil), passa a vigorar com as seguintes alterações:

“Art. 7o .........................................................................

XIV - examinar, em qualquer instituição responsável por conduzir investigação,


mesmo sem procuração, autos de flagrante e de investigações de qualquer
natureza, findos ou em andamento, ainda que conclusos à autoridade,
podendo copiar peças e tomar apontamentos, em meio físico ou digital;
16
Rodrigo Bello
XXI - assistir a seus clientes investigados durante a apuração de infrações, sob
pena de nulidade absoluta do respectivo interrogatório ou depoimento e,
subsequentemente, de todos os elementos investigatórios e probatórios dele
decorrentes ou derivados, direta ou indiretamente, podendo, inclusive, no
curso da respectiva apuração:

a) apresentar razões e quesitos;

b) (VETADO).

§ 10. Nos autos sujeitos a sigilo, deve o advogado apresentar procuração


para o exercício dos direitos de que trata o inciso XIV.

§ 11. No caso previsto no inciso XIV, a autoridade competente poderá


delimitar o acesso do advogado aos elementos de prova relacionados a
diligências em andamento e ainda não documentados nos autos, quando
houver risco de comprometimento da eficiência, da eficácia ou da finalidade
das diligências.

§ 12. A inobservância aos direitos estabelecidos no inciso XIV, o fornecimento


incompleto de autos ou o fornecimento de autos em que houve a retirada de
peças já incluídas no caderno investigativo implicará responsabilização
criminal e funcional por abuso de autoridade do responsável que impedir o
acesso do advogado com o intuito de prejudicar o exercício da defesa, sem
prejuízo do direito subjetivo do advogado de requerer acesso aos autos ao juiz
competente.” (NR).

Art. 2o Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 12 de janeiro de 2016; 195o da Independência e 128o da


República.

3. Ação Penal

 . Pública  Incondicionada (100 CP – 24 CPP)

 Condicionada a) representação do
ofendido (100 §1º CP e 24 CPP)

b) requisição do Ministro da
Justiça (100§1º CP e 24 CPP)

17
Rodrigo Bello
 . Privada  Exclusiva (100 §2º CP e 30 CPP)

 Personalíssima (236 §único CP)

 Subsidiária da Pública (100 §3º CP e 29-46


CPP)

Princípios que regem a ação penal pública:

a) Obrigatoriedade
b) Indisponibilidade
c) Intranscendência
d) Oficialidade

Princípios que regem a ação penal privada:

e) Oportunidade
f) Disponibilidade
g) Indivisibilidade
h) Instranscendência

4. Competência

Tema de extrema complexidade que pode ser, didaticamente,


simplificada com a estipulação de uma nova ordem dos incisos do art. 69 do
CPP, por influência da Constituição Federal. Por falar nela, este tema deve ser
totalmente constitucionalizado pelo operador do direito e sabiamente
separado das regras de processo civil, que tanto influenciam os alunos.

Ordem Artigo Competência em Objetivo Característica


razão

1º Art. 69 Conexão ou Reunião Regra Geral em


V Continência processual nos nome da
casos de economia
concursos de processual e
agentes e de segurança jurídica
crimes

2º Art. 69 Prerrogativa de Foro Constitucional,


inc. VII Função Privilegiado Absoluta, Especial

18
Rodrigo Bello
3º Art. 69 Natureza da Justiça Constitucional,
inc. III Infração Especializada Absoluta, Geral

4º Art. 69 Local Justiça Infraconstitucional,


inc I-II Comum Relativa, Geral

5º Art. 69 Distribuição e Residuais Residuais


inc IV, Prevenção
VI

O tema de competência requer muitos cuidados, pois a jurisprudência


sobre o tema é extremamente instável. Quanto a primeira regra, de concurso
de pessoas e/ou crimes gerando a reunião processual, percebemos
claramente pelos últimos julgados nas instâncias superiores uma tendência em
desmembramento do feito quando se envolve detentores de foro privilegiado
e os que não possuem, julgando tão somente estes na primeira instância.

Sendo assim, a súmula 704 STF recebe uma adaptação, principalmente


depois do julgamento do mensalão e do Pacto de San José da Costa Rica
que garante o duplo grau de juridição.

Por falar em súmula, a última do STJ de Processo Penal é sobre


competência. Vejamos a redação do verbete 546:

A competência para processar e julgar o crime de


uso de documento falso é firmada em razão da
entidade ou órgão ao qual foi apresentado o
documento público, não importando a qualificação
do órgão expedidor.

UESTÃO

5. Prova

A doutrina mais moderna de processo penal conceitua prova como


sendo tudo aquilo que tem por objetivo tentar demonstrar a exatidão dos
fatos sobre o crivo do contraditório. Perfeita a definição, ocasionando assim,
uma impossibilidade de utilização desse termo durante as investigações
preliminares inquisitórias, onde não se permite reagir de algo produzido
naquele instante.

Sobre o tema, corriqueiro em exame de ordem, importante o candidato


ficar atento às inúmeras novidades surgidas desde 2003, com a lei 10.792 e

19
Rodrigo Bello
com a mais recente 11.690/08, esta fazendo parte da recente reforma
processual penal.

Princípios da Prova:

a) Princípio do Livre Convencimento ou da Persuasão Racional


ou do Livre Convencimento Motivado (art. 155 CPP c/c
Exposição de Motivos CPP VII)  Ordena uma livre e
fundamentada apreciação da prova, não podendo o
magistrado entender que uma prova seria mais importante do
que outra. Impede, portanto, o princípio autoritário da prova
legal ou tarifada.
b) Princípio do Ônus da Prova (art. 156 CPP)  A prova da
alegação incumbirá a quem a fizer. Notemos que o art. 156 2ª
parte permite que o juiz facultativamente possa perquirir
provas. Essa 2ª parte não é vista muito bem por grande parte
da doutrina que defende o princípio acusatório, onde o juiz
deve-se manter imparcial e eqüidistante da colheita de
provas.
c) Princípio da Vedação das Provas Ilícitas (art. 157 CPP c/c Art.
5º LVI CF) -> aquela prova que desrespeita o ordenamento
jurídico.

6. Procedimento Ordinário

O procedimento ordinário, mais genérico e abrangente, sofreu inúmeras


alterações com a recente reforma processual de 2008. A lei 11.719/08 começa
inovando trazendo uma certeza legal em relação à escolha dos
procedimentos, senão vejamos com a análise do art. 394 §1º CPP.

Penas Máximas Abstratas acima de 4 anos  Procedimento Ordinário;

Penas Máximas Abstratas abaixo de 4 anos  Procedimento Sumário;

Crimes de Menor Potencial Ofensivo  Procedimento Sumaríssimo.

Assim sendo procedimento ordinário, o procedimento se inicia com:

1) propositura da ação – obrigatoriedade em cumprimento dos


requisitos do art. 41 e 44 do CPP;
2) recebimento da ação e citação do acusado – o que
ocasiona o recebimento de uma ação penal é o
preenchimento das condições da ação (art. 395 CPP). Com o
recebimento, em regra, o juiz mandará o oficial de justiça citar
pessoalmente o acusado para responder a acusação e tomar
conhecimento da amplitude da acusação. Caso o réu se
oculta para não ser citado, este será citado por hora certa
(art. 362 CPP). Trata-se de uma novidade da lei 11.719/08.

20
Rodrigo Bello
Ainda permanece a citação por edital nos casos do art.
363§1º CPP.
3) Com a citação realizada, segundo o novo artigo 363 CPP, o
processo terá completada sua formação.
4) Em 10 dias o acusado deverá apresentar a resposta do
acusado, também chamada de resposta preliminar ou defesa
prévia. Peça importantíssima, de apresentação obrigatória,
onde o acusado deverá colocar tudo quer for interessante
para sua defesa.
5) Possibilidade de Absolvição Sumária (art. 397 CPP).
Excludentes, atipicidade, dentre outras causas, geram a
absolvição sumária.
6) Marcação da Audiência de Instrução e Julgamento em 60
dias (art. 400 CPP). Rege esta audiência o princípio da
concentração dos atos instrutórios. A intenção da reforma é
condensar todos os atos de instrução numa só audiência
(ofendido + testemunhas de acusação(8) + testemunhas de
defesa(8) + perito + acareações + reconhecimento de
pessoas + interrogatório). Destacamos a posição do
interrogatório agora no final da instrução, gerando assim uma
maior possibilidade de exercício do princípio constitucional da
ampla defesa.
7) Neste momento duas possibilidades podem acontecer. 1ª:
não havendo necessidade alguma de diligência ou sendo
indeferidas, serão abertas as alegações orais por 20min
prorrogável por mais 10min, primeiro a acusação, depois a
defesa (art. 403 CPP). Entretanto, 2ª possibilidade: se o fato for
complexo, muitos acusados ou sendo caso de procederem
com algumas diligências, o juiz encerra a audiência. Após a
realização das diligências, o magistrado abre vista à
acusação para apresentar em 5 dias Alegações Finais Escritas
por Memoriais. Após, vista a defesa para também em 5 dias
apresentar suas Alegações Finais Escritas por Memoriais (art.
403§3º CPP).
8) Sentença (art. 381 CPP): será prolatada em audiência se as
alegações finais forem orais (regra – art. 403 CPP) ou após 10
dias no caso das alegações finais escritas por memoriais (art.
404 §único CPP).

Em relação às diferenças com o procedimento sumário, poderíamos


destacar 3(três): Número de Testemunhas, que no sumário são 5(cinco – art.
532 CPP) ao invés de 8(oito) do ordinário. No procedimento ordinário deve-se
marcar a audiência em 60 dias. No sumário em 30 dias (art. 531 CPP). E no
sumário só temos possibilidade de alegações finais orais (art. 534 CPP),
enquanto que no ordinário temos a regra na oralidade e a exceção a escrita.

21
Rodrigo Bello
7. Prisões Cautelares e Medidas Cautelares Diversas da Prisão:

PRISÃO EM PRISÃO TEMPORÁRIA PRISÃO PRISÃO


FLAGRANTE PREVENTIVA DOMICILIAR

Art. 301 CPP e Lei 7960/89 Art. 311 CPP Art. 317 CPP
seguintes

Particularidades:

1) Somente Requisitos (312


durante IP CPP):
Modalidades: 2) Crimes do art.
1º inc III e
Hediondos
(8.072/90)
3) Prazo Certo e
Determinado. .garantia da
301 1ª Parte: ordem pública
Art. 2º 7.960/89
Facultativo – 5 dias
prorrogáveis .garantia da Consiste no
301 2ª Parte: por igual ordem
Obrigatório ou recolhimento
período ou Art. econômica
Compulsório 2º §4º 8.072/90 do indiciado
– 30 dias . assegurar a
302 I-II: Próprio, prorrogáveis aplicação da lei ou acusado
Perfeito ou Real por igual penal
período em sua
302 III – Impróprio 4) Mandado de .conveniência
ou Imperfeito Prisão serve residência, só
da instrução
como Nota de
302 IV – Presumido criminal podendo nela
Culpa
ou Ficto 5) Independe de
Alvará de ausentar-se
Soltura .indícios de com
autoria
autorização
.materialidade
do fato judicial.

*2 últimos
obrigatórios
conjugados
com os demais

22
Rodrigo Bello
Situações: Legitimados: Legitimados: Hipóteses:

Preparado (S. 145 Delegado de -Maior de 80


STF) - ilegal Polícia
Delegado de Polícia Anos;
Forjado - ilegal Ministério
Ministério Público Público -
Esperado - legal
Querelante Extremamente
Retardado - legal
Juiz de Ofício, debilitado por
durante a ação motivo de
penal somente
doença grave;
Assistente
-

Imprescindível

aos cuidados

especiais de

menor de 6

anos de idade

ou com

deficiência;

-Gestante

-Mulher com
filho até 12
anos
incompletos;

-Homem com
filho até 12
anos
incompletos
desde que seja
o único
responsável.

Art. 304 – Recibo Requisitos (art. 1º inc Art. 313: I -


de Entrega lei 7.960/89): apenas

23
Rodrigo Bello
I+III ou II+III ou I+II+III para crimes
dolosos

com pena
superior a

4 anos.

Demais casos na
lei.

Art. 306 – Momentos (art.1º inc I Momentos (art.


Obrigações do lei 7.960/89): 311 CPP):
Delegado de
Polícia após a
lavratura do APF – Somente durante o Durante o
Retrato Fiel dos Inquérito Policial Inquérito Policial
incisos e Ação Penal
LXII,LXIII,LXIV do
art. 5º CF

Medidas Cautelares Diversas da Prisão (Art. 319 CPP):

I - comparecimento periódico em juízo, no prazo e nas condições fixadas pelo


juiz, para informar e justificar atividades;
II - proibição de acesso ou frequência a determinados lugares quando, por
circunstâncias relacionadas ao fato, deva o indiciado ou acusado
permanecer distante desses locais para evitar o risco de novas infrações;
III - proibição de manter contato com pessoa determinada quando, por
circunstâncias relacionadas ao fato, deva o indiciado ou acusado dela
permanecer distante;
IV - proibição de ausentar-se da Comarca quando a permanência seja
conveniente ou necessária para a investigação ou instrução;
V - recolhimento domiciliar no período noturno e nos dias de folga quando o
investigado ou acusado tenha residência e trabalho fixos;
VI - suspensão do exercício de função pública ou de atividade de natureza
econômica ou financeira quando houver justo receio de sua utilização para a
prática de infrações penais;
VII - internação provisória do acusado nas hipóteses de crimes praticados com
violência ou grave ameaça, quando os peritos concluírem ser inimputável ou
semi-imputável (art. 26 do Código Penal) e houver risco de reiteração;
VIII - fiança, nas infrações que a admitem, para assegurar o comparecimento
a atos do processo, evitar a obstrução do seu andamento ou em caso de
resistência injustificada à ordem judicial;
IX - monitoração eletrônica.

24
Rodrigo Bello
8. Recursos

Conceito: Meio impugnativo voluntário que demonstra uma insatisfação com


certa decisão.

Sobre a teoria geral dos recursos, algumas considerações podem ser traçadas.

Características/Princípios:

a) Voluntários (art. 574 CPP);


b) Taxativos;
c) Tempestivos;
d) Unirrecorríveis;
e) Fungibilidade (art. 579 CPP);
f) Vedação da Reformatio in Pejus (art. 617 CPP);
g) Indisponibilidade para o Ministério Público (art. 576 CPP);
h) Anteriores à Coisa Julgada
i) Inconformismo;
j) Reexame de determinada matéria.

Efeitos:

A) Devolutivo;
B) Suspensivo;
C) Extensivo (art. 580 CPP);
D) Regressivo (art. 589 CPP).

Pressupostos – Juízo de Admissibilidade (em regra):

Admissibilidade
Juízo que Proferiu a Decisão
Órgão a quo
Folha de Rosto

Análise dos seguintes Pressupostos:

- previsão legal
- forma prescrita
- tempestividade

Juízo de Mérito (em regra):

Mérito
Juízo da Instância Superior
Órgão Ad Quem
Folha de Razões
Análise do Mérito Recursal – Fatos – Fundamentos - Pedido

Apresentação dos Recursos e seus objetivos:


25
Rodrigo Bello
Recurso Art. Prazo Em face de:
Recurso em Art. 581 CPP 5 dias (art. 586) Decisões
Sentido Estrito 5 dias por Interlocutórias
instrumento + 2
dias para razões
(art. 587 – 588)
Apelação Art. 593 CPP 5 dias (art. 593) Sentença Penal
5 dias por termo
Art. 82 lei + 8 para razões
9.099/95
(art. 600)
10 dias (art. 82
9.099/95)
Embargos Art. 609 §único 10 dias (art. 609 Acórdão não
Infringentes e de CPP §único) unânime
Nulidade

Embargos de Arts. 382 - 619 2 dias (arts. 382- Sentença penal


Declaração CPP e art. 83 lei 619) ambígua,
9.099/95 5 dias (art. 83 §1º obscura, omissa,
lei 9.099/95) contraditória

Recurso Especial Art. 105 III CF 15 dias Acórdão que


desrespeita lei
federal

Recurso Art. 102 III CF 15 dias Acórdão que


Extraordinário desrespeita a
Constituição

Carta Art. 639 CPP 48 horas Decisões que


Testemunhável denegam recurso
e/ou de não
prosseguimento
dos recursos

Agravo em Art. 197 lei 5 dias (segue o Incidentes na


Execução 7.210/84 rito Execução Penal
procedimental
do Recurso em
Súmula 700 STF Sentido Estrito art.
586 CPP)

Recurso Ordinário Art. 30 lei 5 dias (art. 30 lei Decisões


em Habeas 8.038/90 8.038/90) denegatórias de
Corpus Habeas Corpus
nos Tribunais

26
Rodrigo Bello
9. Ações Autônomas de Impugnação

Temos duas ações autônomas de impugnação com disposição no Código de


Processo Penal:

a) Revisão Criminal (art. 621 CPP);


b) Habeas Corpus (art. 5º LXVIII CF c/c art. 647 CPP).

A revisão criminal tem por objetivo reconhecer eventuais erros judiciários que
podem ser analisados de forma exemplificativa no art. 621 CPP. Trata-se de um
meio de impugnação privativo da defesa e que não possui prazo legal para
sua interposição (art. 622 CPP).

Em relação a competência da revisão, chamamos atenção ao art. 624 CPP.


Notemos que o artigo supra não menciona o Superior Tribunal de Justiça,
fazendo com que o operador do direito se atente ao artigo constitucional
referente ao tema (art. 105 I e CF).

Objetiva-se, assim, o reconhecimento do erro judiciário para que seja


liquidado o valor na esfera apropriada.

Em relação ao Habeas Corpus, remédio jurídico constitucional, este pode ser


impetrado por qualquer pessoa, mesmo sem capacidade postulatória e visa
proteger o bem jurídico mais importante que temos: a liberdade. O que seria
da vida sem liberdade?

Vislumbramos algumas hipóteses de Habeas Corpus:

a) HC Preventivo: na iminência da perda da liberdade. Objetiva-se a


expedição do salvo conduto. Em recente decisões, diversos tribunais brasileiros
rechaçaram a possibilidade desta medida para que o motorista não realizasse
o bafômetro. Vejamos notícia vinculada no site JusBrasil que retrata decisão
de nosso órgão maior:

“O ministro Gilmar Mendes, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF),


arquivou um pedido de Habeas Corpus preventivo (HC 95287) feito por um
advogado mineiro que pretendia não ter de se submeter à Lei Seca (Lei 11.705
/08), que estabelece punições como suspensão do direito de dirigir e prisão
para quem for flagrado dirigindo sob efeito de álcool. Na opinião do
advogado, a lei é inconstitucional porque fere o princípio da presunção da
inocência. Além disso, ao obrigar o cidadão a fazer uso do bafômetro, ela
também violaria o direito constitucional que afirma que ninguém será
obrigado a produzir provas contra si mesmo. Outra inconstitucionalidade, no
entender do advogado, se encontra no artigo 165 da citada lei, que manda
aplicar as penalidades do código ao condutor que recusar submeter-se ao
bafômetro.

27
Rodrigo Bello
O advogado pretendia conseguir um habeas preventivo, com a expedição
de ofício pelo STF dirigido ao Comando Geral da Polícia Militar em Minas
Gerais e à Secretaria de Segurança Pública do estado. O documento deveria
determinar a esses dois órgãos que se abstivessem de aplicar contra ele os
rigores da Lei Seca perda da carteira e do direito de dirigir por 12 meses, se
fosse pego dirigindo com teor alcoólico no sangue em níveis acima dos
determinados na lei. E que não fosse considerado desobediência se ele
decidisse não se submeter à lei.

Decisão

O presidente do Supremo ressaltou, em sua decisão, que não compete ao STF


julgar pedido de habeas contra a Polícia Militar e a Secretaria de Segurança
de Minas Gerais. Ele negou seguimento à ação no STF e determinou a remessa
do pedido para o Tribunal de Justiça de Minas Gerais. “

b) HC Propriamente Dito: a liberdade já foi burlada. Ou através de um título


prisional ou até mesmo através de investigações e ações penais recebidas
sem o mínimo lastro probatório exigido. Objetiva-se, muitas das vezes com
base em liminar, o alvará de soltura.

c) HC de Ofício: deferido pelo magistrado, de ofício, sem provocação (art. 654


§2º CPP).

Os personagens de tão importante medida podem ser vislumbrados no art. 654


CPP:

Impetrante – art. 654 §1º c;

Paciente – art. 654 §1º a;

Coator – art. 654 §1º c;

28
Rodrigo Bello
Revisão Final com 20 Dicas Pontuais:
1ª Dica:
O princípio da ampla defesa se divide em duas vertentes: a defesa técnica e
a autodefesa.

2ª Dica:
O princípio do juiz natural exige sabermos de antemão qual o foro
competente para o julgamento de um determinado crime, impedindo-se no
Brasil Tribunal de Exceção.

3ª Dica:
O inquérito policial é um procedimento administrativo que tem por objetivo
investigar e levar ao titular da ação penal o maior número de informações
possíveis.

4ª Dica:
Uma das características mais importantes do Inquérito Policial é o sigilo, que
atualmente deve ser lido em conformidade com a Súmula Vinculante 14.

5ª Dica:
No juizado especial criminal, a ação penal pública é regida pelo princípio da
obrigatoriedade regrada.

6ª Dica:
A ação penal privada subsidiária da pública, também conhecida como
queixa supletiva ou subsidiária, só é permitida com a inércia ministerial.

7ª Dica:
A competência para processar e julgar o crime de uso de documento falso é
firmada em razão da entidade ou órgão ao qual foi apresentado o
documento público, não importando a qualificação do órgão expedidor.
(Súmula 546 STJ).

8º Dica:
Pela sistemática “cross examination”, conforme art. 212 CPP, se permite
perguntas diretas às testemunhas.

9ª Dica:
O procedimento do Tribunal do Júri é bifásico (sumário de culpa e juízo de
mérito).

10ª Dica:
É desnecessária a resposta preliminar de que trata o artigo 514 do Código de
Processo Penal, na ação penal instruída por inquérito policial. (Súmula 330 STJ).

11ª Dica:
Da decisão que concede ou nega o livramento condicional cabe Agravo em
Execução.

29
Rodrigo Bello
12ª Dica:
São efeitos recursais: devolutivo, suspensivo, iterativo ou regressivo e extensivo.

13ª Dica:
Admite-se no Processo Penal brasileiro a citação por hora certa, quando o réu
se oculta para não ser citado, conforme as regras do NCPC.

14ª Dica:
A prisão domiciliar é permitida para o homem e a mulher que tenham filhos de
até 12 anos incompletos, entretanto para o homem só se ele for o único
responsável.

15ª Dica:
A fiança pode ser estabelecida pela autoridade policial desde que o crime
não seja superior a 04 anos.

16ª Dica:
O princípio da vedação das provas ilícitas exige que a prova seja
desentranhada dos autos.

17ª Dica:
Nos crimes de ação penal pública condicionada à representação, o Inquérito
Policial não pode ser iniciado sem esta.

18ª Dica:
A renúncia, desistência pré-processual, não se confunde com o perdão,
desistência processual, bilateral e pessoal quanto ao aceite.

19ª Dica:
Prefeito que comete crime federal é julgado no TRF (súmula 702 STF).

20ª Dica:
Para a busca e apreensão se exige mandado judicial e pode ser aplicada a
teoria da serendipidade.

Mensagem Final:
“Gentileza gera Gentileza”.

Sonhos são feitos para serem vividos, quando concretizados precisamos


agradecer e sermos gentis com quem nos ajudou e continua ajudando a vive-
los.

Dar aulas para mim é um sonho e por isso agradeço a você através desse
material objetivo e gratuito para auxiliar em sua preparação.

Nos vemos na 2ª Fase! Com minha admiração,

Bello
30
Rodrigo Bello

Você também pode gostar