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Tássio Paganella Della Giustina | 54984224439 | tassiopdellagiustina@hotmail.com | CPF: 003.760.

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Turma: Clube do MP
Material: 4ª Prova Dissertativa (ESPELHO)

4º PROVA DISSERTATIVA 1
(ESPELHO)

CPF: 003.760.160-19

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
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4º PROVA DISSERTATIVA
(ESPELHO)

Questão 1

Uma sociedade aberta de intérpretes é importante para a consolidação e efetividade


da democracia no Brasil contemporâneo. Discorra sobre os aspectos teóricos e
práticos admitidos pelo STF no tocante ao pluralismo de intérpretes.

4,0 pontos. 40 linhas

ESPELHO

Peter Haberle 0,3


Sociedade fechada 0,5
Viés democrático 0,5
Interpretação por todos 0,5
Realidade constitucional 0,5
Força produtiva da interpretação
Audiências públicas
0,3
0,3
2
Defesa da tolerância e da aceitação do outro e à proteção dos 0,5
direitos fundamentais
Amicus curiae 0,6
4,0
CPF: 003.760.160-19
A teoria da sociedade aberta dos intérpretes da Constituição foi desenvolvida por
Peter Häberle, que parte da premissa de que a interpretação constitucional não deriva
somente do Estado por meio da chamada “sociedade fechada”, composta pelo
Judiciário e normas procedimentais. Estrutura a teoria, portanto, sob o viés democrático
de uma sociedade plural, para permitir que no processo de interpretação constitucional
estejam potencialmente ligados todos os órgãos estatais, cidadãos e grupos sociais.
A lógica interpretativa de Häberle pressupõe uma interpretação democrática da
Constituição, pois quem vive a norma, acaba por interpretá-la. Caminha, portanto, na
esteira da síntese entre o texto constitucional e a realidade constitucional,
evidenciando o papel fundamental exercido pelos agentes que vivem essa realidade.
A sua metodologia gira em torno do modelo aberto e pluralista de sociedade,
tendo como fator mais importante nesse processo os seus participantes, pois todos
aqueles que vivem a norma em sua realidade devem ser considerados com “forças
produtivas da interpretação”, ou seja, intérpretes em latu sensu da Constituição, pois os

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aplicadores do direito não são os únicos que vivem a norma, não podem monopolizar a
atividade interpretativa.
Härbele defende também que é própria da força produtiva da interpretação, a
opinião pública democrática e pluralista, obtendo um importante papel, nesse
processo, a mídia e também os cidadãos, as associações, os partidos políticos, igrejas,
escolas, entre outros. A participação do indivíduo, dessa forma, é potencialmente
integradora de todas as forças da comunidade política no processo, em que a ampliação
desse círculo de intérpretes decorre da necessidade de integrar a realidade no processo
interpretativo, afastando-se o monopólio interpretativo do Estado.
Nesse sentido, os instrumentos de informação dos juízes constitucionais, como as
audiências públicas e intervenções de eventuais interessados tem sido estimulados
pela sociedade como forma de se assegurar a participação popular nos processos
interpretativos.
A de interpretação pluralista proposta por Härbele rompe com a metodologia
tradicional da hermenêutica jurídica tradicional e é voltada à defesa da tolerância e da
aceitação do outro e à proteção dos direitos fundamentais. Diante da complexa
realidade do mundo atual, especificamente a realidade brasileira, que demonstra uma
enorme pluralidade em vários aspectos, a hermenêutica proposta pelo professor
alemão, contribuiu de modo grandioso para o fortalecimento do Estado Constitucional,
sobretudo em países de transição democrática.
A influência da teoria hermenêutica de Häberle pode ser observada no âmbito do
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Supremo Tribunal Federal com a formalização da figura do amicus curiae na jurisdição
constitucional brasileira, que possuem ampla participação nas ações do controle
abstrato de constitucionalidade e constituem peças fundamentais do processo de
interpretação da Constituição por parte do Supremo Tribunal Federal. Assim, é possível
afirmar que a Jurisdição Constitucional no Brasil adota, hoje, um modelo procedimental
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que oferece alternativas e condições as quais tornam possível, de modo cada vez mais
intenso, a interferência de uma pluralidade de sujeitos, argumentos e visões no
processo constitucional.

Questão 2

No âmbito do controle de constitucionalidade, quais os aspectos comuns entre ADI,


ADC e APDF?
2,0 pontos. 15 linhas.

ESPELHO

ADI FINALIDADE 0,2


ADC FINALIDADE 0,2
ADPF FINALIDADE 0,2
Decisões possuem efeito erga omnes e vinculante 0,3

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Decisões são irrecorríveis, salvo embargos de declaração 0,2


Os legitimados ativos são idênticos (art. 103 da CF) 0,3
Causa de pedir é aberta; 0,2
Não admitem ação rescisória; 0,2
Não admitem desistência, assistência ou intervenção de 0,2
terceiros, admitindo a figura do amicus curiae.
2,0

Suscintamente, pode-se afirmar que o controle de constitucionalidade


caracteriza-se pela proteção e supremacia da norma constitucional, que pode ser
realizado, entre outras formas, como no controle difuso, por meio da Ação Direta de
Inconstitucionalidade (ADI), Ação Declaratória de Constitucionalidade (ADC) e Arguição
de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF).
Em linhas gerais, a ADI tem por objeto combater leis e atos normativos federais
ou estaduais contrários à Constituição. Por sua vez, a ADC tem por escopo a obtenção
da declaração de constitucionalidade de lei ou ato normativo federal. Por fim, a ADPF
visa evitar ou reparar lesão a preceito fundamental decorrente de ação estatal ou
quando existir relevante fundamento de controvérsia constitucional sobre lei ou ato
normativo federal, estadual ou municipal quando seus efeitos forem aptos a causar
lesão ou ameaça de lesão a preceitos fundamentais constitucionais.
Não obstante possuírem objetos distintos, as referidas ações possuem aspectos
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comuns: a) as decisões possuem efeito erga omnes e vinculante; b) as decisões são
irrecorríveis, salvo embargos de declaração; c) os legitimados ativos são idênticos (art.
103 da CF); d) a causa de pedir é aberta; e) não admitem ação rescisória; f) não
admitem desistência, assistência ou intervenção de terceiros, admitindo a figura do
amicus curiae. CPF: 003.760.160-19

Questão 3

No que consiste a teoria da dupla garantia no âmbito da responsabilidade civil do


Estado? Fundamente.
2,0 pontos. 15 linhas.

ESPELHO

Teoria da imputação 0,2


Princípio da impessoalidade 0,2
Art. 37, §6º CF 0,2
Desnecessidade de prova de dolo e culpa 0,7
Propositura contra o Estado e não contra o agente 0,7
2,0

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A teoria da dupla garantia, decorrente da teoria da imputação e do princípio da


impessoalidade, foi prevista no art. 37, § 6º da Constituição Federal, caracterizando-se
pela peculiaridade de constituir, em primeiro lugar, a garantia em favor do particular
lesado, permitindo o ajuizamento de ação de indenização contra o Estado, sem ter a
necessidade de demonstrar que o agente público agiu com dolo ou culpa.
A segunda garantia, por seu turno, correlaciona-se com a primeira de forma
invertida, pois assegura ao agente público que causou o dano que a ação seja proposta
diretamente contra o Estado e não contra sua pessoa.

Questão 4

Para fins de constituição do crédito tributário, o lançamento é ato imprescindível da


autoridade tributária. Está correta a assertiva? Fundamente.
15 linhas. 2,0 pontos

ESPELHO

RESPOSTA NEGATIVA 0,5


FUNDAMENTAÇÃO LANÇAMENTO 0,6
DECLARAÇÃO 0,3
CONFISSÃO 0,3
DEPÓSITO SUSPENSIVO 0,3
5
2,0

O CTN não regula a constituição ou formalização do crédito através de declaração


ou de confissão do contribuinte, tratando
CPF: apenas da constituição do crédito tributário
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através de ato da autoridade em seu art. 142, ou seja, por lançamento.
Isso poderia levar ao entendimento equivocado de que, dispondo o CTN sobre as
normas gerais de Direito Tributário e disciplinando apenas o lançamento de ofício, fosse
essa a única modalidade de formalização do crédito tributário, de modo que as outras
seriam inválidas, irregulares, sem sustentação.
Assim, age a Fazenda quando o contribuinte não o faz, ou não o faz
satisfatoriamente, deixando não apenas de efetuar o pagamento do montante devido
como de depositá-lo ou de declará-lo ao Fisco. Quando o contribuinte, embora não
efetuando o pagamento, reconhece formalmente o débito, através de declarações
(obrigações acessórias), confissões (e.g., para a obtenção de parcelamentos) ou
mesmo da realização de depósito suspensivo da exigibilidade, resta dispensado o
lançamento, pois tudo o que o ato de lançamento por parte da autoridade apuraria já
resta formalizado e reconhecido pelo contribuinte, de forma que a assertiva está
incorreta.

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