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Disciplina: Legislação Penal Especial

Professor: Paulo Henrique Fuller


Aula: 04 | Data: 14/05/2019

ANOTAÇÃO DE AULA

SUMÁRIO

LEI DE EXECUÇÃO PENAL


2. Remição – artigos 126 a 129 da LEP
2.3 Efeitos – art. 128 da LEP
2.4 Remição pela leitura
3. Regressão de regime – art. 118 da LEP

LEI DE EXECUÇÃO PENAL

2. Remição – artigos 126 a 129 da LEP

2.3 Efeitos – art. 128 da LEP

“Art. 128. O tempo remido será computado como pena cumprida,


para todos os efeitos”.

Ex.: condenado a 18 anos deve cumprir 1/6 para progredir o regime (3 anos). Ele já cumpriu 2 anos e 9 meses de
pena, tendo 90 dias de saldo de remição. Somando o tempo remido ao tempo cumprido de pena, o preso terá
direito à progressão.

Obs.: de acordo com o art. 128 da LEP, o tempo remido deve ser somado ao tempo de cumprimento efetivo (e não
mais deduzido/subtraído da pena total para posterior cálculo da fração legal, entendimento que era proposto pelo
Ministério Público).

2.4 Remição pela leitura

Disciplinada pela recomendação 44/2013 do CNJ.

Corresponde a leitura de 1 obra por mês, sendo que o preso deverá fazer uma resenha do livro. A cada livro lido o
preso ganhará 4 dias de remição; o limite é remir 48 dias a cada 12 meses.

3. Regressão de regime – art. 118 da LEP

“Art. 118. A execução da pena privativa de liberdade ficará sujeita à


forma regressiva, com a transferência para qualquer dos regimes mais
rigorosos, quando o condenado:
I - praticar fato definido como crime doloso ou falta grave;
II - sofrer condenação, por crime anterior, cuja pena, somada ao
restante da pena em execução, torne incabível o regime (artigo 111)”.

a) Superveniência de nova condenação durante a execução da pena por conduta anterior

Magistratura e MP Estadual
CARREIRAS JURÍDICAS
Damásio Educacional
O juiz da execução deverá unificar as penas, o que pode ensejar uma regressão em relação ao regime atualmente
cumprido pelo preso, segundo o art. 111 da LEP:

“Art. 111. Quando houver condenação por mais de um crime, no


mesmo processo ou em processos distintos, a determinação do regime
de cumprimento será feita pelo resultado da soma ou unificação das
penas, observada, quando for o caso, a detração ou remição.
Parágrafo único. Sobrevindo condenação no curso da execução,
somar-se-á a pena ao restante da que está sendo cumprida, para
determinação do regime”.

Por isso, a partir da unificação das penas, será possível a regressão per saltum.

b) Praticar crime doloso ou falta grave

Qual é o momento (base) para decretar a regressão?

Posição 1 (era defendida MP) - basta a mera notícia da falta grave;

Posição 2 – basta a apuração em Procedimento Administrativo Disciplinar, em que assegurada a defesa técnica por
defensor constituído ou público (nesse PAD não se aplica a súmula vinculante 5, sendo esta válida para PAD de
servidor público). No STJ prevalece esse entendimento – no mesmo sentido a súmula 533 do STJ:

“Súmula 533, STJ.


Para o reconhecimento da prática de falta disciplinar no âmbito da
execução penal, é imprescindível a instauração de procedimento
administrativo pelo diretor do estabelecimento prisional, assegurado
o direito de defesa, a ser realizado por advogado constituído ou
defensor público nomeado”.

Posição 3 (era defendida pela Defensoria) – exige o trânsito em julgado de uma decisão penal condenatória. Essa
posição foi rechaçada pela súmula 526 do STJ:

“Súmula 526.
O reconhecimento de falta grave decorrente do cometimento de fato
definido como crime doloso no cumprimento da pena prescinde do
trânsito em julgado de sentença penal condenatória no processo penal
instaurado para apuração do fato”.

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