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Disciplina: Legislação Penal Especial

Professor: Paulo Henrique Fuller


Aula: 11 | Data: 01/07/2019

ANOTAÇÃO DE AULA

SUMÁRIO

II. LEI MARIA DA PENA – nº 11.340/2006


8. Alterações recentes da Lei Maria da Penha
III. HEDIONDOS

II. LEI MARIA DA PENA – nº 11.340/2006 (...)

8. Alterações recentes da Lei Maria da Penha

a) Crime do art. 24-A do da Lei Maria da Penha

“Art. 24-A. Descumprir decisão judicial que defere medidas protetivas


de urgência previstas nesta Lei:
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos.
§ 1º A configuração do crime independe da competência civil ou
criminal do juiz que deferiu as medidas.
§ 2º Na hipótese de prisão em flagrante, apenas a autoridade judicial
poderá conceder fiança.
§ 3º O disposto neste artigo não exclui a aplicação de outras sanções
cabíveis”.

Descumprir decisão judicial que defere medidas protetivas de urgência previstas nesta Lei (arts. 22 a 24 da Lei Maria
da Penha).

A pena cominada é de 3 meses a 2 anos. Embora a pena máxima seja 2 anos, perdeu o menor potencial ofensivo.

Em tese, o delegado poderia oferecer fiança (pena máxima de até 4 anos). Entretanto, a Lei expressamente definiu
que o arbitramento de fiança é feito pela autoridade judicial na audiência de custódia (art. 24-A, § 2º da Lei Maria
da Penha). Portanto, o §2º do art. 24-A da Lei excepciona a regra geral contida no art. 322 do CPP, que permite que
a autoridade policial conceda fiança para infrações penais com pena máxima até 4 anos.

b) Inserção do art. 12-C da Lei Maria da Penha: afastamento imediato do agressor do lar

“Art. 12-C. Verificada a existência de risco atual ou iminente à vida ou


à integridade física da mulher em situação de violência doméstica e
familiar, ou de seus dependentes, o agressor será imediatamente
afastado do lar, domicílio ou local de convivência com a ofendida:
I - pela autoridade judicial;
II - pelo delegado de polícia, quando o Município não for sede de
comarca; ou
III - pelo policial, quando o Município não for sede de comarca e não
houver delegado disponível no momento da denúncia”.

A medida protetiva pode ser determinada:

Magistratura e MP Estadual
CARREIRAS JURÍDICAS
Damásio Educacional
- Pelo juiz;
- Pelo delegado, quando o Município não for sede de comarca;
- Pelo policial, quando o Município não for sede de comarca e não houver delegado disponível no momento do
oferecimento da notitia criminis.

ATENÇÃO! O descumprimento da medida aplicada pelo delegado ou policial não enseja o crime do art. 24-A da Lei
Maria da Penha, por ausência da elementar “decisão judicial”.

III. HEDIONDOS

A CF/88 criou a categoria de crimes hediondos no art. 5º, XLIII, mas previu que seriam definidos por lei. Portanto,
o Brasil adota o sistema estritamente legal (o juiz não pode atribuir/afastar a hediondez – não há margem
discricionária).

A CF/88 adotou o sistema legal para definição dos crimes hediondos, de modo que cabe ao legislador, no plano
abstrato, selecionar os crimes que serão considerados hediondos quando vierem a ser praticados (o juiz não tem
margem alguma de liberdade para definir a hediondez no caso concreto). Trata-se de um critério ou conceito
formal, pois a lei indica quais crimes são hediondos, não havendo um conceito material do que seria tal figura.

Considera-se que tal sistema seria um sistema de rotulação ou etiquetamento.

Junto com a CF/88 surgiram também os crimes equiparados a hediondos (TTT):

- Tráfico de drogas (11.343/96);


- Tortura (Lei 9455/97);
- Terrorismo (Lei 13.260/2016)

O texto constitucional prevê 3 restrições aos crimes hediondos e equiparados, quais sejam:

 Anistia e Graça;
 Inafiançáveis;

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