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DIREITO PROCESSUAL PENAL III

PROFA. Thaize de Carvalho


PROCEDIMENTO SUMARÍSSIMO JUIZADO ESPECIAL CRIMINAL – LEI
9.099/95
1.Carol da Anunciação estava portando 2 cigarros de maconha no Farol da Barra, em
Salvador-Ba. Abordada por uma guarnição da Policia Militar foi levada à delegacia de
Polícia. Considerando o estado de flagrância, o que deve acontecer com a imputada em
sede policial?
Pela quantidade da droga achada na pose de Carol, tudo indica que a mesma estava em
pose da substancia para uso próprio. Assim, tomando como base O Código de Processo
Penal brasileiro, quem usa drogas pode ser preso em flagrante, quando surpreendido portando
para uso próprio drogas consideradas ilícitas no Brasil.

o art. 301 do Código de Processo Penal “qualquer do povo poderá e as autoridades


policiais e seus agentes deverão prender quem quer que seja encontrado em flagrante
delito”. (Código de Processo Penal-Planalto).

É valido recordar, que a prisão em flagrante conta com quatro momentos distintos: a)
captura do agente; b) sua condução coercitiva até à presença da autoridade policial; c)
lavratura do auto de prisão em flagrante e d) recolhimento ao cárcere, como afirma
Gomes, em seu livro Lei de drogas de 2013, p. 225. Em outras palavras, é possível,
uma vez verificada a posse de drogas para consumo pessoal, a captura do usuário e
sua condução até à presença da autoridade policial.
O passo a passo do que deve acontecer com a imputada em sede policial, comeca no
momento da apreensão de Carol e da droga para uma ivestigação se a substancia é
licita ou ilicita, é necessario um laudo do perito criminal para continuar com os
tramitis. Além do mais, aqui no Brasil não exiti uma lei que delimiti a quantidade de
drogas que é para consumo ou para venda a autoridade policial analisará se está se
destinava ao uso próprio ou tráfico atendendo à natureza retirada das informações do
laudo, e à quantidade da substância apreendida, ao local e às circunstâncias em que se
desenvolveu a ação, às circunstâncias sociais e pessoais, bem como à conduta e aos
antecedentes do agente (art. 28, § 2º, da Lei de Drogas).
Comprovado que se trata de uma droga ilícita, com circunstâncias os levam para uso
próprio a autoridade policial determinará a lavratura do termo circunstanciado de
ocorrência. Por expressa vedação legal (art. 48, § 2º, da Lei n. 11.343/2006), porém,
não será imposta ao usuário de drogas prisão em flagrante (isto é, lavratura do auto de
prisão em flagrante e recolhimento ao cárcere); em vez disso, deverá ser ele
encaminhado ao Juizado Especial Criminal competente ou assumir o compromisso de
lá comparecer, sendo, em seguida, liberado.
No dia e hora indicados no TCO para o seu comparecimento ao JECrim, será realizada
audiência preliminar (conduzida, via de regra, por conciliador) onde o Ministério
Público, preenchidos os requisitos legais, oferecerá proposta de transação penal, que
consiste em um acordo celebrado entre o MP e o usuário, por meio do qual é proposta
a aplicação imediata de penas restritivas de direitos, evitando-se, assim, a instauração
do processo (Lima, 2020, p. 603).
2.Felipe Marques e Danilo Costa, após uma partida de futebol, se desentenderam e
Danilo deu um chute em Felipe, que foi levado ao hospital, medicado, ficando com um
grande edema por 15 dias na perna esquerda. Caso Felipe procure a delegacia, qual
procedimento será adotado?
O art. 23, inc. III, do Código Penal, dispõe que “não há crime quando o agente pratica
o fato [...] no exercício regular do direito”. Dessa forma, disputar a bola em lance
normal de jogo se enquadra perfeitamente na excludente de ilicitude apontada
(Art. 23, inc. III, do Código Penal), pois se trata de exercício regular do direito do
jogador de disputar a partida, podendo ocasionar não raras vezes lesões no adversário
por ações culposas (em que o jogador tem culpa de provocar a lesão, mas não tem a
intenção).
Por outro lado, nem tudo que acontece dentro de campo está assegurado por tal regra.
As lesões decorrentes de agressão física dolosa (com a intenção de lesionar) não se
enquadram na norma da referida excludente de ilicitude e devem gerar ao jogador
agressor as penalidades descritas na Lei Penal e também as responsabilidades
descritas no Código Brasileiro de Justiça Desportiva.
Como o caso trata-se de um pós jogo, e a lesão não estava mas respaldado com o
aspecto esportivo de contato que tem no futebol, Danilo Costa pode responde por
crime tipificado pelo caput do art. 129, do Código Penal, lesão corporal leve com pena
de 3 (três) meses a 1 (um) ano de detenção. Pois, mesmo Felipe ficando com edema
por 15 dias, a situação dele não se encaixa nas demais descrições de lesão corporal.
Assim, por definição legal, lesão corporal leve é toda lesão corporal que não se
encaixe nas demais categorias, isso significa que pode ocorrer um dano que
consideremos grave ao olhar para ele. Porém, se não houver o preenchimento dos
requisitos das demais categorias, ele continuará se enquadrando como leve. Assim
Filipe pode abrir uma queixa com ele e logo o réu vai ser intimado para participar da
primeira audiência do Juizado Especial Criminal de sua competência.

3.Júlio Costa, maior e capaz, residente e domiciliada na capital, recebeu intimação para
participar de primeira audiência do Juizado Especial Criminal, pela suposta prática de
crime de ameaça, praticado no carnaval do ano de 2023, nesta cidade, contra Jeane
Matos, sua ex-vizinha. Testemunhas oculares arroladas junto com o Termo
Circunstanciado anexado à intimação. Procurado pelo autor, o mesmo, com medo, quer
saber o que acontecerá nesta sentada. Elabore parecer opinativo sobre a consulta, na
qualidade de advogado contratado pelo Sr. Júlio Costa.
O crime de ameaça é previsto no artigo 147 do Código Penal e consiste no ato de
ameaçar alguém, por palavras, gestos ou outros meios, de lhe causar mal injusto e grave
e, como punição, a lei determina detenção de um a seis meses ou multa.
A promessa de mal pode ser contra a própria vítima, contra pessoa próxima ou até
contra seus bens.A ameaça é considerada um crime de menor potencial ofensivo, por
isso é apurado nos juizados especiais criminais, e o condenado poder ter a pena de
prisão substituída por outra pena alternativa, como prestação de serviço à comunidade,
pagamento de cestas básicas a alguma instituição, dentre outras.
Para a ocorrência do crime não precisa que o criminoso cumpra o que disse, basta que
ele tenha intenção de causar medo e que a vítima se sinta atemorizada.

Código Penal - Decreto-Lei No 2.848, de 7 de dezembro de 1940.

Ameaça

Art. 147 - Ameaçar alguém, por palavra, escrito ou gesto, ou qualquer outro meio
simbólico, de causar-lhe mal injusto e grave:

Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.

Parágrafo único - Somente se procede mediante representação

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