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LEIS ESPECIAIS

Legislação penal especial

Versão Condensada
Sumário
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1.  Lei de drogas – nº 11.343/2006������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������� 3

1.1 Aspectos iniciais������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������ 3

1.2 Crime – art. 28: porte de drogas para uso ou consumo pessoal��������������������������������������������������������������������������������� 3

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Legislação penal especial

1. Lei de drogas – nº 11.343/2006

1.1 Aspectos iniciais

1.4 Outras características gerais:

E) IMPUTABILIDADE (Isso é importante saber, porque vez ou outra tem caído em provas da carreira policial – foco na
letra da lei): A Lei de drogas dispõe sobre causa de isenção OU redução de pena por questão afeta à imputabilidade
(inimputabilidade e semi – imputabilidade), veja-se:

Art. 45. É isento de pena o agente que, em razão da dependência, ou sob o efeito, proveniente de caso fortuito ou força
maior, de droga, era, ao tempo da ação ou da omissão, qualquer que tenha sido a infração penal praticada, inteiramente
incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.

Parágrafo único. Quando absolver o agente, reconhecendo, por força pericial, que este apresentava, à época do fato
previsto neste artigo, as condições referidas no caput deste artigo, poderá determinar o juiz, na sentença, o seu enca-
minhamento para tratamento médico adequado.

Art. 46. As penas podem ser reduzidas de um terço a dois terços se, por força das circunstâncias previstas no art. 45
desta Lei, o agente não possuía, ao tempo da ação ou da omissão, a plena capacidade de entender o caráter ilícito do
fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.

1.2 Crime – art. 28: porte de drogas para uso ou consumo pessoal

Art. 28. Quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer consigo, para consumo pessoal, drogas sem
autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar será submetido às seguintes penas:

I - advertência sobre os efeitos das drogas;

II - prestação de serviços à comunidade;

III - medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo.

§ 1º Às mesmas medidas submete-se quem, para seu consumo pessoal, semeia, cultiva ou colhe plantas destinadas
à preparação de pequena quantidade de substância ou produto capaz de causar dependência física ou psíquica.

§ 2º Para determinar se a droga destinava-se a consumo pessoal, o juiz atenderá à natureza e à quantidade da subs-
tância apreendida, ao local e às condições em que se desenvolveu a ação, às circunstâncias sociais e pessoais, bem
como à conduta e aos antecedentes do agente.

§ 3º As penas previstas nos incisos II e III do caput deste artigo serão aplicadas pelo prazo máximo de 5 (cinco)
meses.

§ 4º Em caso de reincidência, as penas previstas nos incisos II e III do caput deste artigo serão aplicadas pelo prazo
máximo de 10 (dez) meses.

§ 5º A prestação de serviços à comunidade será cumprida em programas comunitários, entidades educacionais ou


assistenciais, hospitais, estabelecimentos congêneres, públicos ou privados sem fins lucrativos, que se ocupem,
preferencialmente, da prevenção do consumo ou da recuperação de usuários e dependentes de drogas.

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§ 6º Para garantia do cumprimento das medidas educativas a que se refere o caput, nos incisos I, II e III, a que
injustificadamente se recuse o agente, poderá o juiz submetê-lo, sucessivamente a:

I - admoestação verbal;

II - multa.

§ 7º O juiz determinará ao Poder Público que coloque à disposição do infrator, gratuitamente, estabelecimento de
saúde, preferencialmente ambulatorial, para tratamento especializado.

Art. 29. Na imposição da medida educativa a que se refere o inciso II do § 6º do art. 28, o juiz, atendendo à reprova-
bilidade da conduta, fixará o número de dias-multa, em quantidade nunca inferior a 40 (quarenta) nem superior a 100
(cem), atribuindo depois a cada um, segundo a capacidade econômica do agente, o valor de um trinta avos até 3 (três)
vezes o valor do maior salário mínimo.

Parágrafo único. Os valores decorrentes da imposição da multa a que se refere o § 6º do art. 28 serão creditados à
conta do Fundo Nacional Antidrogas.

Art. 30. Prescrevem em 2 (dois) anos a imposição e a execução das penas, observado, no tocante à interrupção do
prazo, o disposto nos arts. 107 e seguintes do Código Penal.

2.1. CONDUTA:

- Crime de ação múltipla (tipo misto alternativo ou conteúdo variado). Isso significa que é um crime que tem vários verbos
e, cada um dos verbos, expressa a conduta criminosa.

A PRINCIPAL CARACTERÍSTICA DESSE TIPO DE CRIME É QUE SE PRATICADO 2 OU MAIS VERBOS, NO MESMO
CONTEXTO FÁTICO (MESMA OCASIÃO): HAVERÁ CRIME ÚNICO!

- Neste artigo NÃO se criminaliza o uso ou consumo pessoal. Portanto, se na sua prova cair que o SIMPLES consumo
de droga é crime, é uma afirmativa equivocada!

Essa não criminalização está de acordo com o PRINCÍPIO DA ALTERIDADE, o qual nos ensina que não há crime quando
a conduta do agente prejudica única e exclusivamente a ele, isto é, não extrapola da esfera individual. Só há punição,
juridicamente falando, se há ao menos a potencialidade de lesionar outras pessoas.

É por isso que no delito do art. 28 não se pune o consumo em si, mas verbos relacionados ao PORTE da droga para
consumo pessoal.

• Exemplo prático (já caiu em prova): sujeito está com uma seringa cheia de heroína e injeta em sua veia. Joga a
seringa fora e agora está com toda a droga em seu organismo. Nesse momento, a droga não tem mais potenciali-
dade de circular perante a sociedade. Portanto, se eventualmente houver uma abordagem da polícia, não haverá
a caracterização do delito.

• Situação diferente seria se o agente fosse encontrado na posse da droga (ex: trazendo consigo cigarro de maco-
nha). Aqui, em razão do verbo “trazer consigo”, haverá o delito.

• - Elemento subjetivo: Além do dolo genérico, inerente a todos os crimes dolosos, tem que haver também o DOLO
ESPECÍFICO/FINALIDADE ESPECÍFICA/ELEMENTO SUBJETIVO ESPECIAL DO TIPO, que é a finalidade de con-
sumo pessoal/uso.

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• Isso é importante, na medida em que se o agente estiver portando droga, por exemplo, com o fim de mercancia,
aí haverá subsunção ao delito de TRÁFICO DE DROGAS (Art. 33, caput, da lei). Ou, se o agente oferece droga, de
forma gratuita e eventual, a pessoa de seu relacionamento, com o intuito de uso compartilhado, já teremos outro
crime (Art. 33, §3º da lei). Estudaremos todos eles.

• - Penas: podem ser aplicadas de forma isolada OU cumulativa (bem como substituídas a qualquer tempo, ouvidos
Ministério Público e o defensor).

• I) Advertência (pelo juiz – imediata);

• II) Prestação de serviços à comunidade;

• III) Medida educativa de comparecimento de curso ou programa educativo.

• Atenção: em relação às penas II e III há um prazo máximo de 5 meses, em regra. Porém, a lei admite a duplicação,
ou seja, duração de até 10 meses. Essa duplicação é possível quando:

• For reincidente.

• CUIDADO: O STJ entendeu que a reincidência deve ser específica, ou seja, sujeito foi condenado definitiva-
mente pelo art. 28 e depois pratica novamente o mesmo delito. Mas, saiba que a letra da lei apenas menciona
reincidência. Portanto, na hora da prova tem que verificar qual é o comando da questão (Se letra de lei; se
entendimento jurisprudencial).

• - A reincidência apenas serve para duplicar o prazo máximo das penas de 5 para 10 meses. PARA NADA MAIS SE
CONSIDERA A REINCIDÊNCIA NO DELITO DO ART. 28!

• Se o sujeito é condenado pelo art. 28 da lei de drogas e posteriormente pratica, por exemplo, um crime de roubo,
ele NÃO será considerado reincidente. A condenação anterior por crime do art. 28 da lei de drogas não gera rein-
cidência. O STJ já decidiu isso (portanto, pode cair na sua prova).

• - Descumprimento: se o sujeito descumprir as penas II e III, a lei diz que aplica-se:

• A. Admoestação verbal;

• B. Multa. SUCESSIVA (Primeiro uma, depois a outra).

• Admoestação verbal e multa não são penas. São tão somente consequências para o descumprimento das penas.
Renato Brasileiro diz que são medidas coercitivas que visam a compelir o agente a cumprir a pena  CUIDADO.
ISSO JÁ CAIU EM PROVA.

• Não há pena privativa de liberdade para esse crime (não pode ser levado ao cárcere, não importa quantas vezes
pratique o delito).

• - Figura equiparada (sujeita às mesmas penas do art. 28 caput):

• Semeadura; -Pequena quantidade de droga;

• Cultivo; PLANTA

• Colheita. - Para consumo pessoal.

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