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LEI DE DROGAS - 11.

343/06

Art. 2º da Lei 11343/06: Ficam proibidas as drogas, plantio, a cultura, a colheita e a exploração
de vegetais e substratos, ressalvada a hipótese de autorização legal ou regulamentar e o uso
estritamente ritualístico-religioso. Pode a União autorizar o plantio, a cultura e a colheita
exclusivamente para fins medicinais ou científicos.

1.PORTE PARA CONSUMO PRÓPRIO Art. 28, caput: Quem adquirir, guardar, tiver em
depósito, transportar ou trouxer consigo, para consumo pessoal, drogas será submetido às
seguintes penas: I – advertência; II – prestação de serviços à comunidade (Apresenta 2
características-> Não Substitutividade (vem prevista diretamente no preceito secundário. Não
há previsão de pena privativa de liberdade) e Não Conversibilidade (O descumprimento
injustificado não pode resultar na conversão em pena privativa de liberdade); III – medida de
comparecimento à programa ou curso educativo. Obs. podem ser aplicadas isolada ou
cumulativamente, bem como substituídas, umas pelas outras. É crime de perigo abstrato.
Apenas foi despenalizado (Gera reincidência). Não gerou abolitio criminis, houve uma
continuidade normativa-típica.

Obs. Militar com entorpecente no interior do quartel - artigo 290 do CPM. --> princípio da
especialidade.

Figura equiparada: Cultivo para uso pessoal: Art. 28, §1º: Às mesmas medidas submetem-se
quem, para seu consumo pessoal, semeia, cultiva ou colhe plantas destinadas à preparação de
pequena quantidade de substância ou produto capaz de causar dependência física ou
psíquica. Obs Se o objetivo do cultivo for o uso compartilhado, o crime será o do art. 33, §3º,
(Oferecer droga, eventualmente e sem objetivo de lucro, a pessoa de seu relacionamento,
para juntos a consumirem. Pena – detenção, de 6 meses a 1 ano).

Elemento subjetivo do tipo: É o dolo, devendo o agente ter ciência de que se trata de droga
sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar. Dolo específico
Para consumo pessoal.

Sistema adotado pelo Brasil Sistema da quantificação judicial. O Estado-Juiz analisa o caso
concreto para decidir pelo porte de drogas para o consumo ou tráfico de drogas. Art. 28, §2º:
Para determinar se a droga se destinava a consumo pessoal, o juiz atenderá à natureza e à
quantidade da substância apreendida, ao local e às condições em que se desenvolveu a ação,
às circunstâncias sociais e pessoais, bem como a conduta e aos antecedentes do agente. Na
dúvida, o magistrado condena o agente pelo crime menos grave (porte de drogas).

Obs. Se adquiriu a droga para consumo e depois resolve vender responderá só por tráfico.

Obs. Cabe à acusação provar que a droga era destinada ao tráfico, e não ao usuário provar que
era para consumo próprio.

Obs. Crime de ínfimo potencial ofensivo.

Prazo prescricional 2 anos.

Competência: Juizado Especial Criminal Estadual, salvo se houve concurso com crime mais
grave. Se for praticado a bordo de navio ou aeronave Juizado Especial Federal.

2. DA REPRESSÃO À PRODUÇÃO NÃO AUTORIZADA E AO TRÁFICO ILÍCITO DE DROGAS.


TRÁFICO DE DROGASArt. 33, caput: Importar, exportar, remeter, preparar, produzir,
fabricar, adquirir, vender, expor à venda, oferecer, ter em depósito, transportar, trazer
consigo, guardar, prescrever, ministrar, entregar a consumo ou fornecer drogas, ainda que
gratuitamente. Pena – reclusão de cinco a quinze anos. EQUIPARADO A HEDIONDO. Em regra
crime comum. Com relação ao verbo “prescrever” é próprio (Só o médico ou dentista).
Tentativa: possível. Não é necessário que a droga seja de propriedade do agente. Exemplo:
Guarda em residência droga de outrem. O tráfico de drogas, independentemente da
quantidade de entorpecente apreendido, afasta o crime de bagatela.

Obs. Prevalecendo-se de função pública ou no desempenho de função de educação, poder


familiar, guarda ou vigilância, a pena será aumentada de um sexto a dois terços.

Obs. Se existir um acordo de vontade acerca do preço, não há necessidade da entrega da


droga nem do pagamento do valor para a consumação do tráfico na modalidade adquirir. Está
consumado antes que o investigado receba.

Obs. Se o policial induz o agente a lhe vender drogaNo tocante à ação típica “vender” o
flagrante é nulo. Todavia, o tráfico é crime de ação múltipla. Assim, é possível ser preso em
flagrante por outras condutas típicas. Ex. trazer consigo, guardar, oferecer, condutas
permanentes e, portanto, preexistentes à atividade policial.

Obs. Se, no mesmo contexto fático, no intento de traficar o agente utiliza aparelhos e insumos
somente para esse fim, todo ato relacionado a sua produção deve ser considerado ato
preparatório do delito de tráfico. Princípio da consunção. Delito meio (objetos ligados à
fabricação) absorvido pelo delito fim.

Obs. Se o juiz considerar o valor do dia-multa ineficaz em razão da condição econômica do


acusado, poderá aumentar até o décuplo. Em concurso de crimes, multa aplicada
cumulativamente, isto é, ainda que diante de concurso formal ou crime continuado, as penas
de multa serão somadas.

Livramento condicional: Concedido após 2/3 da pena, vedado se for reincidente específico.

Obs. Possível a substituição da pena privativa de liberdade por restritivas de direitos.

Obs. Proibido a concessão de fiança pelo delegado. Magistrado diante do caso concreto pode
conceder liberdade provisória sem fiança.

FIGURAS EQUIPARADAS AO TRÁFICO:

Art. 33, §1º: Nas mesmas penas incorre quem: I – importa, exporta, remete, produz, fabrica,
adquire, vende, expõe à venda, oferece, fornece, tem em depósito, transporta, traz consigo ou
guarda, ainda que gratuitamente, matéria-prima, insumo ou produto químico destinado à
preparação de drogas; EQUIPARADO A HEDIONDO.

Art. 33, §1º, II: Semeia, cultiva ou faz a colheita, de plantas que se constituam em matéria-
prima para a preparação de drogas. EQUIPARADO A HEDIONDO. ATENÇÃO Não há
necessidade de que as plantas tenham o princípio ativo da substância entorpecente proscrita
no Brasil (não precisa estar na Portaria).

Art. 33, §1º, III: Utiliza local ou bem de que tem a propriedade, posse, administração, guarda
ou vigilância, ou consente que outrem dele se utilize, ainda que gratuitamente, para o tráfico
ilícito de drogas. Crime próprio. EQUIPARADO A HEDIONDO. Pode ser móvel ou imóvel. O
crime se consuma quando no local ou bem é praticado o tráfico, ainda que por uma única vez.

Obs. O traficante que também utiliza o local para a prática do tráfico responderá apenas pelo
tráfico.

Art. 33, §1º, IV: vende ou entrega drogas ou matéria-prima, insumo ou produto químico
destinado à preparação de drogas a agente policial disfarçado, quando presentes elementos
probatórios razoáveis de conduta criminal preexistente. Atenção: Diferente de agente
infiltrado.

INDUZIMENTO, INSTIGAÇÃO OU AUXÍLIO AO USO DE DROGAS Art. 33, §2: Induzir, instigar
ou auxiliar alguém ao uso indevido de drogas: Pena – detenção, de um a três anos. O
induzimento, a instigação e o auxílio são destinados a pessoa(s) determinada(s). É crime
Material (Deve haver o uso do entorpecente). Admite-se a suspensão condicional do processo.

CESSÃO GRATUITA E EVENTUAL DE DROGAS PARA CONSUMO COMPARTILHADO Art. 33,


§3º: Oferecer droga, eventualmente e sem objetivo de lucro, a pessoa de seu
relacionamento, para juntos a consumirem (dolo específico) : Pena – detenção, de seis meses
a um ano. O destinatário da droga pode ser imputável ou inimputável. Se inimputável aplica-
se a causa de aumento do art. 40, VI.

OBS: A pessoa a quem é oferecida a substância apenas poderá ser punida pelo porte de
entorpecente.

TRÁFICO PRIVILEGIADO DE DROGAS Art. 33, §4º: Nos delitos definidos no caput e no §1º
deste artigo, as penas poderão ser reduzidas de um sexto a dois terços, desde que o agente
seja primário, de bons antecedentes, não se dedique às atividades criminosas nem integre
organização criminosa. Preenchidos 4 requisitos Direito subjetivo. Obs. Inaplicável quando o
acusado tenha sido condenado, na mesma ocasião, por tráfico e pela associação. Mesmo que
preencha os 4 requisitos.

Obs. Apesar da nomenclatura “tráfico privilegiado” não estamos diante de uma figura
privilegiada, pois o legislador não estabeleceu limite mínimo e máximo de pena privativa de
liberdade. Cuida-se de uma causa de diminuição de pena (minorante) de 1/6 a 2/3.

Obs. A condição de “mula” ou a mera alusão ao fato de ter efetuado o transporte de


entorpecentes (ainda que entre Estados da Federação), por si só, não impede a incidência da
minorante prevista no art. 33, §4.

Obs. A nova lei de drogas pode sim retroagir, porém é necessário que tal retroatividade seja
integral e não apenas o que é benéfico.

Obs. Crime cometido nas dependências de estabelecimento prisional (causa de aumento


descrita no art. 40, III, da Lei de Drogas) não prejudica para a fixação da minorante.

Obs. A menção a atos infracionais praticados pelo agente ou a mera quantidade da droga ou
insumo ainda que elevada, por si só, não legitima o afastamento do redutor do tráfico
privilegiado.

OUTROS CRIMES:
TRÁFICO DE MAQUINÁRIO PARA FABRICAÇÃO DE DROGAS Art. 34: Fabricar, adquirir,
utilizar, oferecer, vender, distribuir, entregar, possuir, guardar ou fornecer, ainda que
gratuitamente, maquinário, aparelho, instrumento ou qualquer objeto destinado à
fabricação, preparação, produção ou transformação de drogas: Pena – reclusão, de 3 a 10
anos. EQUIPARADO A HEDIONDO. Obs. Não é suficiente apenas o maquinário, mas sim a
prova que seria empregado para o tráfico.

Obs. É subsidiário em relação ao crime do art. 33. Ex Se a polícia não conseguir localizar
droga durante um mandado, porém encontrar uma balança com vestígios de cocaína, haverá
autuação pela prática do art. 34. Se achar a droga e a balança, será apenas o art. 33.

ASSOCIAÇÃO PARA O TRÁFICO DE DROGAS Art. 35: Associarem-se duas ou mais pessoas
para o fim de praticar, reiteradamente ou não, qualquer dos crimes previstos nos arts. 33,
caput e §1º, e 34 (tráfico de maquinário): Pena – reclusão, de 3 a 10 anos. Parágrafo único.
(Associação para o financiamento do tráfico) Nas mesmas penas incorre quem se associa
para a prática reiterada do crime definido no art. 36 desta Lei.

Obs. Não é equiparado ao hediondo. Prazo para livramento condicional é de 2/3, caso não
seja reincidente específico.

Obs. crime de concurso necessário (plurissubjetivo), podendo ser computado nesse número os
inimputáveis.

Consumação: Crime formal. Consuma-se com a mera união. Se o tráfico ocorrer respondem
por tráfico em concurso material com associação.

Obs. Desnecessária a comprovação da materialidade quanto ao delito de tráfico, sendo


prescindível a apreensão da droga ou o laudo toxicológico.

Comprovada estabilidade e permanência de grupo voltado à mercancia de drogas, cabível é o


enquadramento no crime de associação para o tráfico.

FINANCIAMENTO OU CUSTEIO AO TRÁFICO DE DROGAS Art. 36: Financiar ou custear a


prática de qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e §1º, e 34 desta Lei: Pena –
reclusão, de 8 a 20 anos. É o mais grave da lei de drogas! Quem antes era punido como mero
partícipe passa a responder pelo crime autônomo do art. 36. Portanto, é uma Exceção
pluralística à teoria monista, ou seja, ao invés de responder por apenas um crime respondem
por crimes diferentes. Abrange qualquer espécie de ajuda financeira (bens, armas, munições,
veículos ou valores). Obs Quando financia sua própria atividade ilícita apenas responde pelo
tráfico com a causa de aumento do art. 40, VII.

Obs. Livramento condicional depois do cumprimento de dois terços da pena.

INFORMANTE COLABORADOR Art. 37: Colaborar, como informante, com grupo,


organização ou associação destinados à prática de qualquer dos crimes previstos nos arts. 33,
caput, e §1, e 34: Pena – reclusão, de 2 a 6 anos. Ex. Fogueteiro solta rojão avisa chegada da
polícia. Obs Se colaborar com informações para apenas 1 traficante do grupo também
responde como informante. Se integrar o grupo responde por associação.

Obs. Também estamos diante de uma exceção pluralística à teoria monista.

Obs. livramento condicional depois de dois terços da pena.


PRESCRIÇÃO OU MINISTRAÇÃO CULPOSA DE DROGAS Art. 38: Prescrever ou ministrar,
culposamente, drogas, sem que deles necessite o paciente, ou fazê-lo em doses excessivas ou
em desacordo com determinação legal ou regulamentar: Pena – detenção, de 6 meses a 2
anos. Crime Próprio. De menor potencial ofensivo.

ATENÇÃO Em regra, os crimes culposos são tipos abertos. Já este crime não é um tipo penal
aberto, pois a própria lei descreve as condutas culposas incriminadoras.

CONDUÇÃO DE EMBARCAÇÃO OU DE AERONAVE APÓS O CONSUMO DE DROGASArt. 39:


Conduzir embarcação ou aeronave após o consumo de drogas, expondo a dano potencial a
incolumidade de outrem (crime de perigo concreto): Pena – detenção, de 6 meses a 3 anos,
apreensão do veículo, cassação da habilitação ou proibição de obtê-la, pelo mesmo prazo da
pena aplicada. Parágrafo único. As penas de prisão e multa, aplicadas cumulativamente com as
demais, serão de 4 a 6 anos se o veículo for de transporte coletivo de passageiros.
(AtençãoDeve existir passageiro no momento da conduta).

Obs. Não é equiparado a hediondo!

Obs. É necessária a demonstração da prova do consumo de droga (testemunhal ou pericial).

Obs. Na modalidade simples é possível a suspensão condicional do processo, já que a pena


mínima não ultrapassa 1 ano. Na modalidade qualificada não.

CAUSAS DE AUMENTO: Art. 40: As penas previstas nos arts. 33 a 37 são aumentadas de um
sexto a dois terços, se:

I - a natureza, a procedência da substância ou do produto apreendido e as circunstâncias do


fato evidenciarem a transnacionalidade do delito; Obs. Não é necessário que a droga tenha
saído do território nacional.Competência Justiça Federal. Se decorrente de importação,
caberá a Justiça Federal do local da apreensão. Obs. Não será tráfico internacional se a
substância apreendida no Brasil não for ilícita no país de origem (ou de destino). Será tráfico
interno de drogas (justiça Estadual). Obs. Não configura bis in idem a aplicação de majorante
do tráfico internacional se for praticado mediante as condutas de importar e exportar.

II - O agente praticar o crime prevalecendo-se de função pública ou no desempenho de


missão de educação, poder familiar, guarda ou vigilância;

III - a infração tiver sido cometida nas dependências ou imediações de estabelecimentos


prisionais, de ensino ou hospitalares, de sedes de entidades estudantis, sociais, culturais,
recreativas, esportivas, ou beneficentes, de locais de trabalho coletivo, de recintos onde se
realizem espetáculos, de serviços de tratamento de dependentes de drogas ou de reinserção
social, de unidades militares ou policiais ou em transportes públicos;

IV - O crime tiver sido praticado com violência, grave ameaça, emprego de arma de fogo, ou
qualquer processo de intimidação;

V - Caracterizado o tráfico entre Estados da Federação ou entre estes e o Distrito Federal; Não
é necessário a transposição de divisas, apenas a intenção. (Comp. Justiça Estadual);

VI - Sua prática envolver ou visar a atingir criança ou adolescente ou a quem tenha, por
qualquer motivo, diminuída ou suprimida a capacidade de entendimento e determinação;
Obs. Para evitar bis in idem, o agente não responderá por corrupção de menores do art. 244-B
do ECA.
VII - o agente financiar ou custear a prática do crime.

Obs. Se o agente tinha intenção de distribuir a droga entre Estados quando importada, cabe
aplicação simultânea das causas de aumento do inciso I e V.

As referidas causas de aumento de pena só não são aplicadas a quatro crimes: a) porte de
drogas para consumo próprio b) plantio de drogas para consumo próprio c) prescrever ou
ministrar culposamente, drogas d) direção perigosa de aeronave ou embarcação.

COLABORAÇÃO PREMIADA OU DELAÇÃO PREMIADA 1/3 a 2/3. É uma minorante.


Requisitos: Voluntariedade da colaboração; Identificação dos demais coautores ou partícipes;
Recuperação total ou parcial do produto do crime; Durante a persecução penal (judicial ou
extrajudicial).

INIMPUTABILIDADE Art. 45 da Lei 11343/06: É isento de pena o agente que, em razão da


dependência, ou sob o efeito, proveniente de caso fortuito ou força maior, de droga, era, ao
tempo da ação ou da omissão, qualquer que tenha sido a infração penal praticada,
inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com
esse entendimento. Parágrafo único. Quando absolver o agente, reconhecendo por força
pericial, poderá determinar o juiz o seu encaminhamento para tratamento médico. Adotado
critério biopsicológico.

SEMIMPUTABILIBDADE Art. 46 da Lei 11343/06: As penas podem ser reduzidas de um terço


a dois terços se, por força das circunstâncias previstas no art. 45, o agente não possuía, ao
tempo da ação ou da omissão, a plena capacidade de entender o caráter ilícito do fato ou de
determinar-se de acordo com esse entendimento. Também deve ser atestada por perícia e, se
for dependente, deverá ser submetido a tratamento no local em que tiver que cumprir a
pena.

FASE POLICIAL Ocorrendo prisão em flagrante, delegado comunica imediatamente ao juiz,


remetendo-lhe cópia do auto de prisão em flagrante, do qual será dada vista ao Ministério
Público, em 24 horas. Para lavratura do auto e estabelecimento da materialidade do delito, é
suficiente o laudo de constatação da natureza e quantidade da droga, firmado por perito
oficial ou, na falta deste, por pessoa idônea . O perito que subscrever o laudo provisório não
ficará impedido de participar do laudo definitivo. Recebida cópia do flagrante, o juiz, no prazo
de 10 (dez) dias, determinará a destruição das drogas, guardando-se amostra necessária à
realização do laudo definitivo. A destruição será executada pelo delegado no prazo de 15 dias
(após decisão do juiz) na presença do Ministério Público e da autoridade sanitária. A
destruição de drogas apreendidas sem prisão em flagrante será feita por incineração, no
prazo máximo de 30 (trinta) dias da apreensão. OBS As glebas serão expropriadas e
destinadas à reforma agrária e a programas de habitação sem indenização. Expropriação recai
sobre todo o imóvel, pode atingir o bem de família e pode ser afastada desde que o
proprietário comprove que não incorreu em culpa, ainda que in vigilando ou in elegendo.

Prazo do Inquérito30 dias preso, 90 dias solto (podem ser duplicados). Encerrados esses
prazos a autoridade policial remeterá os autos ao juízo. O Delegado confeccionará relatório,
narrando sumariamente os fatos e justificando as razões que a levaram à classificação do
delito, indicando a quantidade e a natureza da substância ou do produto apreendido, o local e
as condições em que se desenvolveu a ação criminosa, as circunstâncias da prisão, a conduta,
a qualificação e os antecedentes do agente, ou requererá a devolução dos autos para a
realização de diligências necessárias.
Obs. Durante as investigações policiais pode ocorrer: 1) infiltração dos agentes da polícia. Não
há tempo fixado em lei. 2) ação controlada ou flagrante diferido ou retardamento da prisão
em flagrante. Estas medidas dependem de autorização do juiz podendo em qualquer fase da
persecução penal.

Jurisprudência O laudo definitivo é indispensável para a edição da sentença penal


condenatória. É juntado na audiência de instrução e julgamento. Excepcionalmente, STJ aceita
a sentença condenatória ainda que ausente o laudo definitivo, desde que o laudo preliminar
(laudo de constatação) ofereça uma certeza idêntica ao definitivo e que tenha sido
confeccionado por um perito oficial.

A APREENSÃO, ARRECADAÇÃO E DESTINAÇÃO DE BENS DO ACUSADOo magistrado não


pode determinar tal medida de ofício. Acusado citado Juiz poderá determinar a prática de
atos necessários à conservação de bens, direitos ou valores. No prazo de 30 dias contado da
comunicação da apreensão feita pelo Delegado de Polícia, determinará a alienação dos bens
apreendidos (antes do trânsito em julgado), excetuadas as armas, que serão recolhidas. Os
órgãos de polícia judiciária, militar e rodoviária poderão fazer uso, sob sua responsabilidade e
com o objetivo de sua conservação, mediante autorização judicial. Nenhum pedido de
restituição será conhecido sem o comparecimento pessoal do acusado. O juiz determinará a
liberação total ou parcial dos bens quando comprovada a licitude de sua origem, mantendo-
se a constrição dos bens, direitos e valores necessários e suficientes à reparação dos danos e
ao pagamento de prestações pecuniárias, multas e custas. Cabe ao acusado comprovar a
origem lícita do produto (Inversão do ônus da prova). Na condenação com pena máxima
superior a 6 anos de reclusão, poderá ser decretada a perda, como produto ou proveito do
crime, dos bens correspondentes à diferença entre o valor do patrimônio do condenado e
aquele compatível com o seu rendimento lícito. Para isso deve haver conduta criminosa
habitual, reiterada ou profissional do condenado ou sua vinculação com organização
criminosa.

OUTRAS JURISPRUDÊNCIAS -

A periculosidade do paciente, evidenciada pela acentuada quantidade de droga apreendida e


pelo fundado receio de reiteração delitiva é fundamento idôneo para a decretação de prisão
cautelar.

A invocação da natureza e quantidade de droga constitui motivação idônea para exasperar a


pena-base.

À luz do princípio constitucional da presunção da não culpabilidade, a existência de inquéritos


ou ações penais em curso não constitui fundamento válido para afastar a incidência da causa
de diminuição de pena prevista no art. 33, § 4º, da Lei de Drogas.

A demonstração da finalidade mercantil do entorpecente inviabiliza a absolvição e a


desclassificação para a conduta do artigo 28 da Lei de Drogas.

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