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Teste a sua Direção

Oi, guerreiro/a!

Nesta aula hoje apresentarei a você algumas assertivas referentes às aulas anteriores (Crimes de
Tortura).
Professor, qual o objetivo disso?

Quero que você faça uma autoavaliação do que estudou até aqui. Essa é uma maneira bastante
adequada para você medir a evolução do seu conhecimento em Legislação Penal!

Não se desespere se houver algum “branco” ao resolver as assertivas. A ideia do Teste a sua Direção é
exatamente esta: encontrar lacunas no aprendizado e na captação do conteúdo que foi dado.

Nosso objetivo é preencher os vazios no conhecimento até que você se sinta seguro/a quanto ao que foi
estudado.
Lembre-se: caso isso ocorra ou se você ainda errar alguma afirmativa, volte ao conteúdo que foi lecionado e
leia novamente. Se possível, faça mais exercícios até fixar a matéria!
Caso algo não tenha ficado esclarecido, pode me procurar no Fórum da disciplina ou nas minhas redes
sociais:

@profsantillo

profhenriquesantillo@gmail.com

Aperta o cinto e bom Teste de Direção!


Exercícios para revisão

1. Dentre as penas previstas para quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer consigo,
para consumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou
regulamentar está a pena de prestação pecuniária.
( ) Verdadeiro
( ) Falso

2. Para a lavratura do auto de prisão em flagrante por tráfico de drogas previsto no art. 33, caput, é
indispensável para a materialidade do delito que o sujeito esteja exercendo a venda da substância
entorpecente proibida.
( ) Verdadeiro
( ) Falso

3. A condenação por tráfico, ainda que privilegiado e com pena inferior a 4 anos, não permite a substituição
da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos.
( ) Verdadeiro
( ) Falso

4. Sérgio adquiriu, por vontade livre e consciente, maquinário destinado à transformação de drogas, já que
descobriu uma fórmula para baratear os custos do próprio negócio ilícito, consistente na transformação
da cocaína em outros tipos de drogas mais potentes, objetivando lucro exponencial e aumento do
respectivo mercado ilegal, sob a ótica geográfica.
Nesse caso hipotético, considerando que Sérgio ainda não utilizou efetivamente o maquinário para
transformar a droga, é correto afirmar que ele não praticou crime previsto na Lei nº 11.343/2006, pois a
ação de adquirir maquinário é um antefato impunível.
( ) Verdadeiro
( ) Falso

5. A quantidade da droga apreendida é critério bastante e suficiente para determinar se a substância se


destinava ao consumo pessoal do agente ou se destinava ao consumo de terceiros.
( ) Verdadeiro
( ) Falso

6. Aquele que oferece droga, eventualmente e sem objetivo de lucro, à pessoa de seu relacionamento, para
juntos a consumirem, pratica crime, mas não está sujeito à pena privativa de liberdade.
( ) Verdadeiro
( ) Falso

7. No crime de tráfico de drogas, a intermunicipalidade é causa que aumenta a pena de um sexto a dois
terços.
( ) Verdadeiro
( ) Falso
Gabarito
1– F
2–F
3–F
4–F
5–F
6–F
7–F
Resolução dos exercícios

1. Dentre as penas previstas para quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer consigo,
para consumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou
regulamentar está a pena de prestação pecuniária.
( ) Verdadeiro
(X) Falso

COMENTÁRIO:

Item falso!

A afirmativa nos descreveu o crime de posse de drogas para consumo pessoal:

Art. 28. Quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer consigo, para consumo
pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar será
submetido às seguintes penas:

I - advertência sobre os efeitos das drogas;

II - prestação de serviços à comunidade;

III - medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo.

Repare que não há cominada a pena de prestação pecuniária, de modo que a afirmativa pode ser
considerada falsa!

2. Para a lavratura do auto de prisão em flagrante por tráfico de drogas previsto no art. 33, caput, é
indispensável para a materialidade do delito que o sujeito esteja exercendo a venda da substância
entorpecente proibida.
( ) Verdadeiro
(X) Falso

COMENTÁRIO:

Item falso! O crime de tráfico de drogas (art. 33, caput) é classificado como tipo misto alternativo, de modo
que a venda não indispensável para a sua configuração.

Repare, abaixo, que o núcleo do tipo penal é constituído de várias condutas, restando caracterizado o crime
com a prática de qualquer delas:

Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à venda,
oferecer, ter em depósito, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar, entregar a
consumo ou fornecer drogas, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com
determinação legal ou regulamentar:

Pena - reclusão de 5 (cinco) a 15 (quinze) anos e pagamento de 500 (quinhentos) a 1.500 (mil e
quinhentos) dias-multa.
3. A condenação por tráfico, ainda que privilegiado e com pena inferior a 4 anos, não permite a substituição
da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos.
( ) Verdadeiro
(X) Falso

COMENTÁRIO:

Item falso!

Primeiramente, lembre-se de que o tráfico “privilegiado” na realidade é uma causa de diminuição de 1/6 a 2/3
da pena, devendo ser observados os requisitos abaixo, de forma cumulativa:

Ser o agente primário

Ter bons antecedentes

Não se dedicar a atividades criminosas

Não participar de organização criminosa

Art. 33 (...) 4º Nos delitos definidos no caput e no § 1º deste artigo, as penas poderão ser reduzidas
de 1/6 a 2/3, vedada a conversão em penas restritivas de direitos, desde que o agente seja
primário, de bons antecedentes, não se dedique às atividades criminosas nem integre
organização criminosa

O STF declarou a inconstitucionalidade da expressão “vedada a conversão em penas restritivas de direito”,


de forma que é possível sim a conversão da pena de prisão em restritiva de direitos!

Isso ocorre porque a pena mínima para o tráfico de drogas é de 5 anos de reclusão 1 . Contudo, com a
diminuição da pena de 1/6 a 2/3, a pena mínima poderá chegar a aproximadamente 3 anos e 4 meses de
reclusão, o que em tese possibilitaria a conversão da pena privativa de liberdade em restritiva de direitos!

4. Sérgio adquiriu, por vontade livre e consciente, maquinário destinado à transformação de drogas, já que
descobriu uma fórmula para baratear os custos do próprio negócio ilícito, consistente na transformação
da cocaína em outros tipos de drogas mais potentes, objetivando lucro exponencial e aumento do
respectivo mercado ilegal, sob a ótica geográfica.

1
Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à venda, oferecer, ter em
depósito, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar, entregar a consumo ou fornecer DROGAS, ainda
que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar:
Pena - reclusão de 5 (cinco) a 15 (quinze) anos e pagamento de 500 (quinhentos) a 1.500 (mil e quinhentos) dias-multa.
Nesse caso hipotético, considerando que Sérgio ainda não utilizou efetivamente o maquinário para
transformar a droga, é correto afirmar que ele não praticou crime previsto na Lei nº 11.343/2006, pois a
ação de adquirir maquinário é um antefato impunível.
( ) Verdadeiro
(X) Falso

COMENTÁRIO:

Item falso!

A conduta consistente em “adquirir maquinário” destinado à transformação de drogas é conduta tipificada


pela Lei de Drogas:

Art. 34. Fabricar, ADQUIRIR, utilizar, transportar, oferecer, vender, distribuir, entregar a qualquer
título, possuir, guardar ou fornecer, ainda que gratuitamente, maquinário, aparelho,
instrumento ou qualquer objeto destinado à fabricação, preparação, produção ou
transformação de drogas, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou
regulamentar:

Pena - reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e pagamento de 1.200 (mil e duzentos) a 2.000 (dois
mil) dias-multa.

Assim, a Lei de Drogas expressamente determinou a responsabilidade penal de de uma conduta que
normalmente seria apenas um antefato impunível (ato preparatório) para o crime de tráfico de drogas.

5. A quantidade da droga apreendida é critério bastante e suficiente para determinar se a substância se


destinava ao consumo pessoal do agente ou se destinava ao consumo de terceiros.
( ) Verdadeiro
(X) Falso

COMENTÁRIO:

Item falso. Além da quantidade da droga apreendida, temos outras circunstâncias que devem ser levadas em
conta para determinar se a substância se destinava a consumo pessoal ou ao tráfico de drogas:

Art. 28 (...) § 2o Para determinar se a droga destinava-se a consumo pessoal, o juiz atenderá à
natureza e à quantidade da substância apreendida, ao local e às condições em que se
desenvolveu a ação, às circunstâncias sociais e pessoais, bem como à conduta e aos
antecedentes do agente.

6. Aquele que oferece droga, eventualmente e sem objetivo de lucro, à pessoa de seu relacionamento, para
juntos a consumirem, pratica crime, mas não está sujeito à pena privativa de liberdade.
( ) Verdadeiro
(X) Falso
COMENTÁRIO:

Item falso! Na realidade, além das penas do art. 28 (I - advertência sobre os efeitos das drogas; II -
prestação de serviços à comunidade; III - medida educativa de comparecimento a programa ou curso
educativo), o agente que eventualmente oferece droga a pessoa de seu relacionamento para consumo
conjunto – ainda que sem objetivo de lucro – comete o crime do art. 33, cuja pena cominada é de 6 (seis) meses
a 1 (um) ano de detenção, além de multa.

Art. 33 (...) § 3º Oferecer droga, eventualmente e sem objetivo de lucro, a pessoa de seu
relacionamento, para juntos a consumirem:

Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 1 (um) ano, e pagamento de 700 (setecentos) a 1.500 (mil e
quinhentos) dias-multa, sem prejuízo das penas previstas no art. 28.

7. No crime de tráfico de drogas, a intermunicipalidade é causa que aumenta a pena de um sexto a dois
terços.
( ) Verdadeiro
(X) Falso

COMENTÁRIO:

Item falso! O tráfico de drogas que ultrapassa as fronteiras de municípios não é causa de aumento de pena,
situação que somente será observada no tráfico interestadual e transnacional:

Art. 40. As penas previstas nos arts. 33 a 37 desta Lei são aumentadas de um sexto a dois terços,
se:

I - a natureza, a procedência da substância ou do produto apreendido e as circunstâncias do fato


evidenciarem a transnacionalidade do delito;

II - o agente praticar o crime prevalecendo-se de função pública ou no desempenho de missão de


educação, poder familiar, guarda ou vigilância;

III - a infração tiver sido cometida nas dependências ou imediações de estabelecimentos


prisionais, de ensino ou hospitalares, de sedes de entidades estudantis, sociais, culturais,
recreativas, esportivas, ou beneficentes, de locais de trabalho coletivo, de recintos onde se
realizem espetáculos ou diversões de qualquer natureza, de serviços de tratamento de
dependentes de drogas ou de reinserção social, de unidades militares ou policiais ou em
transportes públicos;

IV - o crime tiver sido praticado com violência, grave ameaça, emprego de arma de fogo, ou
qualquer processo de intimidação difusa ou coletiva;

V - caracterizado o tráfico entre Estados da Federação ou entre estes e o Distrito Federal;

VI - sua prática envolver ou visar a atingir criança ou adolescente ou a quem tenha, por qualquer
motivo, diminuída ou suprimida a capacidade de entendimento e determinação;

VII - o agente financiar ou custear a prática do crime.


Até a próxima!
Prof. Henrique Santillo

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