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Lei de Entorpecentes IV
LEI DE ENTORPECENTES IV
Art. 27. As penas previstas neste Capítulo poderão ser aplicadas isolada ou cumulativamente,
bem como substituídas a qualquer tempo, ouvidos o Ministério Público e o defensor.
Obs.: Ao utilizar a expressão “neste Capítulo”, o art. 27 faz uma referência direta ao art. 28,
que trata do porte de drogas para consumo pessoal. A aplicação de penas de maneira
cumulativa deve ser devidamente fundamentada.
Art. 28. Quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer consigo, para con-
sumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar
será submetido às seguintes penas:
ATENÇÃO
Mediante a ausência de finalidade específica de consumo pessoal, o indivíduo que
adquirir droga para o uso de outra pessoa será enquadrado no art. 33 (tráfico de drogas).
5m
Obs.: O § 1º do art. 28 apresenta uma conduta equiparada à disposta pelo próprio artigo,
uma vez que ambas estão sujeitas às mesmas medidas.
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Considerações:
– Não houve em nenhuma hipótese. Ainda que não se apliquem as penas de detenção
ou reclusão, não há qualquer indício que configure uma descriminalização (ou
legalização), existindo, inclusive, a previsão de penas. A doutrina se posiciona
favorável a um fenômeno de despenalização ou descarcerização (considerados, em
termos gerais, sinônimos).
10m
DIRETO DO CONCURSO
1. (CESPE/POLÍCIA FEDERAL/DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL/2018) Aquele que
adquirir, transportar e guardar cocaína para consumo próprio ficará sujeito às mesmas penas
imputadas àquele que adquirir, transportar e guardar cocaína para fornecer a parentes e
amigos, ainda que gratuitamente.
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COMENTÁRIO
O dolo específico corresponde ao consumo próprio, o qual não se aplica à segunda
hipótese disposta pela questão (configurada pelo art. 33).
15m
Lei n. 6.368/1976
Art. 16. Adquirir, guardar ou trazer consigo, para o uso próprio, substância entorpecente ou que
determine dependência física ou psíquica, sem autorização ou em desacordo com determinação
legal ou regulamentar:
Pena – Detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e pagamento de (vinte) a 50 (cinquenta)
dias-multa.
Art. 28, L. 11.343/06.: novatio legis in mellius. Não é possível retroagir apenas a uma parte da lei,
devendo se aplicar a retroatividade a sua integridade e somente se ela for favorável ao réu, confor-
me Súmula 501 do STJ:
Súmula 501 (STJ): É cabível a aplicação retroativa da Lei n. 11.343/2006, desde que o resultado
da incidência das suas disposições, na íntegra, seja mais favorável ao réu do que o advindo da
aplicação da Lei n. 6.368/1976, sendo vedada a combinação de leis.
DIRETO DO CONCURSO
2. (CESPE/DPE-DF/DEFENSOR PÚBLICO/2019) Condenação anterior por delito de porte
de substância entorpecente para consumo próprio não faz incidir a circunstância agravante
relativa à reincidência, ainda que não tenham decorrido cinco anos entre a condenação e a
infração penal posterior.
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COMENTÁRIO
Aplicação do Informativo 632 do STJ.
STJ (INFORMATIVO – 711): O réu não tem o dever de demonstrar que a droga encontrada
consigo seria utilizada apenas para consumo próprio. Cabe à acusação comprovar os
elementos do tipo penal, ou seja, que a droga apreendida era destinada ao tráfico. Ao Estado-
acusador incumbe demonstrar a configuração do tráfico, que não ocorre pelo simples fato dos
réus terem comprado e estarem na posse de entorpecente. Em suma, se a pessoa é encontrada
com drogas, cabe ao Ministério Público comprovar que o entorpecente era destinado ao
tráfico. Não fazendo esta prova, prevalece a versão do réu de que a droga era para consumo
próprio. STF. 1ª Turma. HC 107448/MG, red. p/ o acórdão Min. Marco Aurélio, 18.6.2013 (Info
711). STJ. 6ª Turma. REsp 1.769.822, Rel. Min. Rogério Schietti Cruz, julgado em 27/11/2018.
EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO
3. A incidência da atenuante da confissão espontânea no crime de tráfico ilícito
de entorpecentes é aplicável mesmo que o acusado apenas admita a posse ou
propriedade da substância para uso próprio.
25m
COMENTÁRIO
Não é possível confessar crime previsto pelo art. 28 (tráfico de drogas) e solicitar benefícios
relacionados ao art. 33 (porte de drogas para consumo).
Art. 28. (...) § 2º Para determinar se a droga destinava-se a consumo pessoal, o juiz atenderá à na-
tureza e à quantidade da substância apreendida, ao local e às condições em que se desenvolveu
a ação, às circunstâncias sociais e pessoais, bem como à conduta e aos antecedentes do agente.
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DIRETO DO CONCURSO
4. (CESPE/TJ-RO/ANALISTA JUDICIÁRIO/OFICIAL DE JUSTIÇA/2012) Devem ser
considerados pelo julgador, para determinar se a droga apreendida destina-se a consumo
pessoal, a natureza e a quantidade da substância apreendida, o local e as condições em
que se desenvolveu a ação, as circunstâncias sociais e pessoais, bem como a conduta e
os antecedentes do agente.
COMENTÁRIO
A autoridade policial não deve considerar somente a quantidade de drogas apreendida, mas
também outros fatores como a sua natureza, condições, circunstâncias sociais da pessoa,
sua conduta e antecedentes, conforme art. 28. § 2º.
30m
GABARITO
1. E
2. C
3. E
4. C
5. E
Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pelo professor Diego Fontes.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
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