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LEI N. 11.

343/06
Lei de Entorpecentes VI

LEI DE ENTORPECENTES VI

2. Porte de Drogas para Consumo Pessoal (art. 28)


3. Providências

Art. 32. As plantações ilícitas serão imediatamente destruídas pelo delegado de polí-
cia na forma do art. 50-A, que recolherá quantidade suficiente para exame pericial, de
tudo lavrando auto de levantamento das condições encontradas, com a delimitação do local,
asseguradas as medidas necessárias para a preservação da prova.

Obs.: Em resumo, não se faz necessária autorização judiciária para que sejam destruídas
plantações ilícitas, devendo o próprio delegado tomar ações imediatas relacionadas à
situação, visando em paralelo a preservação das provas identificadas.

§ 3º Em caso de ser utilizada a queimada para destruir a plantação, observar-se-á, além


das cautelas necessárias à proteção ao meio ambiente, o disposto no Decreto n. 2.661, de 8
de julho de 1998, no que couber, dispensada a autorização prévia do órgão próprio do Sistema
Nacional do Meio Ambiente – Sisnama.
§ 4º As glebas cultivadas com plantações ilícitas serão expropriadas, conforme o disposto
no art. 243 da Constituição Federal, de acordo com a legislação em vigor.

Propriedade onde se encontra plantação de droga deve ser expropriada

Por unanimidade, o Supremo Tribunal Federal (STF) reformou, nesta quinta-feira (26),
decisão do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), e determinou que a União deve
expropriar todo o imóvel, de mais de 25 hectares, de Olivinho Fortunato da Silva. Isso porque,
na propriedade, a polícia encontrou uma área de cerca de 150 metros quadrados plantada de
cannabis sativa, conhecida popularmente como maconha.
A Justiça de primeira instância condenou Olivinho a nove anos de reclusão, e determinou
a expropriação de todo seu imóvel.
O TRF-1 acolheu um recurso do fazendeiro contra essa decisão, e determinou a expro-
priação apenas da parcela de terra onde foi encontrada a plantação ilegal. A União recorreu,
então, ao Supremo, alegando afronta ao artigo 243 da Constituição, pedindo a expropriação de

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toda a propriedade rural. O dispositivo constitucional diz que “glebas” onde sejam encontradas
culturas de drogas devem ser expropriadas e destinadas a assentamentos de colonos, para
produção de alimentos e produtos medicamentosos, sem qualquer indenização ao proprietário.
Em seu voto, o ministro Eros Grau, relator do processo, frisou que o argumento dos
advogados do fazendeiro, de que o termo “gleba”, constante do artigo 243 da Cons-
tituição, faria referência apenas à parcela do imóvel onde se encontrou a droga não é
aceitável. “Gleba é área de terra, não porção ou parcela dessa área, é o imóvel, simples-
mente”, disse o ministro.
O termo gleba, presente na Constituição Federal, só pode ser entendido como “proprie-
dade”. E é essa propriedade que se sujeita à expropriação quando é encontrada plantação
de drogas psicotrópicas. O preceito não fala na expropriação de áreas, mas sim da gleba
em seu todo.
A expropriação prevista no art. 243 da Constituição Federal pode ser afastada, desde
que o proprietário comprove que não incorreu em culpa, ainda que in vigilando ou in
eligendo. STF. Plenário. RE 635336/PE, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 14/12/2016
(repercussão geral) (Info 851).
5m

DIRETO DO CONCURSO
1. (CESPE/POLÍCIA FEDERAL/DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL/2018) Independente-
mente de autorização judicial, a autoridade policial deverá proceder de forma a garantir a
imediata destruição da plantação – que poderá ser queimada –, devendo preservar ape-
nas quantidade suficiente da droga para a realização de perícia.

COMENTÁRIO

Não precisa de autorização judicial e deve ter parte preservada.

4. Tráfico de Drogas (art. 33)

Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à
venda, oferecer, ter em depósito, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar,
entregar a consumo ou fornecer drogas, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em
desacordo com determinação legal ou regulamentar:
Pena – reclusão de 5 (cinco) a 15 (quinze) anos e pagamento de 500 (quinhentos) a 1.500
(mil e quinhentos) dias-multa.

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Obs.: A prática de apenas uma das condutas dispostas já caracteriza crime previsto no
art. 33. O crime previsto pelo art. 33 não necessariamente estará relacionado ao ob-
jetivo de lucro. Assim, o fornecimento de drogas ainda que gratuitamente também é
caracterizado como tráfico de drogas.

LEI N. 6.368/1976 (ULTRATIVIDADE)

Art. 12. Importar ou exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender, expor
à venda ou oferecer, fornecer ainda que gratuitamente, ter em depósito, transportar, trazer
consigo, guardar, prescrever, ministrar ou entregar, de qualquer forma, a consumo substância
entorpecente ou que determine dependência física ou psíquica, sem autorização ou em desa-
cordo com determinação legal ou regulamentar; (Vide Lei n. 7.960, de 1989)
10m
Pena – Reclusão, de 3 (três) a 15 (quinze) anos, e pagamento de 50 (cinquenta) a 360
(trezentos e sessenta) dias-multa.

• É necessário que a droga pertença ao agente? Não. Por exemplo, o mero transporte.
Ainda que a droga não seja de propriedade do agente, será atribuído a um dos tipos
penais do art. 33.
• Se estiver com diversas espécies de drogas, responde por mais de um crime?
Não. O agente responderá por crime único em que serão consideradas as diversas
naturezas e quantidades de drogas que estavam sob sua posse (as quais serão apre-
ciadas para constituição da pena base).
• O sujeito que negocia droga por telefone pratica o crime ou o crime só se con-
suma com o recebimento da droga? Sim, conforme jurisprudência do STJ (Infor-
mativo 569):

Informativo 569 (STJ): DIREITO PENAL. CONSUMAÇÃO DO CRIME DE TRÁFICO DE DROGAS NA


MODALIDADE ADQUIRIR. A conduta consistente em negociar por telefone a aquisição de droga e
também disponibilizar o veículo que seria utilizado para o transporte do entorpecente configura o crime
de tráfico de drogas em sua forma consumada - e não tentada -, ainda que a polícia, com base em
indícios obtidos por interceptações telefônicas, tenha efetivado a apreensão do material entorpecente
antes que o investigado efetivamente o recebesse.

• O intuito de lucro é indispensável? Não. O fornecimento de drogas ainda que gratuito


será crime previsto pelo art. 33.

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• A pequena quantidade de droga descaracteriza o delito? Não necessariamente.


Se for constatado que a pequena quantidade de posse do agente não é para consumo
próprio, a conduta será enquadrada no art. 33.
• O grau de pureza da droga influencia? Não. A perícia se concentra na comprovação
da substância enquanto droga, independentemente de sua pureza.
• Equiparação a hediondo: inclusive para fins de progressão de regime e efeitos de um
possível livramento condicional.
• Possibilidade de concurso de crimes com Associação para o Tráfico (art. 35):
Necessidade de avaliação dos bens jurídicos (crimes diferentes). O simples fato de
haver uma associação para o tráfico com dolo já é suficiente para que o grupo de pes-
soas seja enquadrado no art. 35, não sendo necessário o cometimento do crime de trá-
fico de drogas, bastando a demonstração do dolo específico da traficância.
15m

DIRETO DO CONCURSO
(CESPE/MPE-TO/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO/2012) Em 19/7/2013, às 20 h,
durante operação policial em Araguaína-TO, foi interceptado um ônibus da linha Palmas-
TO – Belém-PA. Entre os passageiros, viajavam Cristiano Silva, maior e capaz, que trazia
consigo um cigarro de maconha para consumo próprio, e Marília Horácio, maior e capaz,
suspeita de transportar cápsulas de cocaína no estômago. Ambos viajavam separadamente.
Cristiano, encaminhado à delegacia de polícia, onde foi lavrado termo circunstanciado de
ocorrência em relação à sua conduta, recusou-se a assumir o compromisso de comparecer
ao juizado especial criminal, tendo, em consequência, sido preso em flagrante pela
autoridade policial. Marília, que vinha sendo monitorada pela polícia, mediante autorização
judicial, por envolvimento em rede de tráfico de drogas, foi encaminhada imediatamente ao
hospital público local para ser submetida a exame de raios X dada a suspeita de ter ingerido
cápsulas de cocaína. Confirmada a existência da referida droga no estômago de Marília
e diante do risco de morte que o eventual rompimento das cápsulas poderia ocasionar, a
mulher foi submetida a lavagem estomacal para a saída da droga de seu organismo. Em
seguida, foi lavrado auto de prisão em flagrante de Marília. Os autos de prisão em flagrante
de Cristiano e Marília foram encaminhados ao juiz, que abriu vistas ao Ministério Público
para a devida manifestação. Em face dessa situação hipotética, redija, na condição de
membro do Ministério Público, texto dissertativo em atendimento ao que se pede a seguir:
• manifeste-se, à luz da Lei n. 11.343/2006 (Lei de Drogas) e da jurisprudência do STF
acerca da matéria, sobre a natureza jurídica da conduta de Cristiano e sobre sua prisão
em flagrante; [valor: 2,40 pontos]

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• posicione-se, à luz do atual entendimento do STJ, a respeito da legalidade da prova


constituída contra Marília, por meio do exame de raios X, analisando eventual ques-
tionamento da licitude da prova pela defesa de Marília, sob o argumento de que nin-
guém pode ser obrigado a fazer prova contra si mesmo e de que os procedimentos
adotados para a prisão configurariam violação à dignidade da pessoa humana.[valor:
2,40 pontos]

COMENTÁRIO
INFORMATIVO 468 (STJ). EXAME. RAIOS X. TRÁFICO. ENTORPECENTES. Uma das questões
suscitadas pela defesa no writ afirma a ilegalidade da prova produzida, sob o fundamento de que
a submissão dos pacientes ao exame de raios x, a fim de constatar a ingestão de cápsulas de
cocaína, ofende o princípio segundo o qual ninguém pode ser compelido a produzir prova contra si
(nemo tenetur se detegere). A Turma entendeu que não houve violação do referido princípio,
uma vez que não ficou comprovada qualquer recusa na sujeição à radiografia abdominal; ao con-
trário, os pacientes teriam assumido a ingestão da droga, narrando, inclusive, detalhes da ação que
culminaria no tráfico internacional do entorpecente. Ressaltou que os exames de raios x não exigi-
ram qualquer agir ou fazer por parte dos pacientes, tampouco constituíram procedimentos
invasivos ou até mesmo degradantes que pudessem violar seus direitos fundamentais, acrescen-
tando, ainda, que a postura adotada pelos policiais não apenas acelerou a colheita da prova, como
também visou à salvaguarda do bem jurídico vida, já que o transporte de droga de tamanha
nocividade no organismo pode ocasionar a morte. Assim, a Turma, entre outras questões, denegou
a ordem. HC 149.146-SP, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 5/4/2011.
20m INFORMATIVO 821 (STF). Possibilidade de substituição por restritiva de direitos. Não sendo
o paciente reincidente, nem tendo contra si circunstâncias judiciais desfavoráveis (CP, art. 59), a
gravidade em abstrato do crime do art. 33, caput, da Lei n. 11.343/2006, não constitui motivação
idônea para justificar a fixação do regime mais gravoso. Com esse entendimento, a Segunda Turma,
após superar o óbice do Enunciado 691 da Súmula do STF, concedeu habeas corpus de ofício para
garantir ao paciente, condenado à pena de um ano e oito meses de reclusão pela prática do delito
de tráfico de drogas, a substituição da reprimenda por duas penas restritivas de direitos, a serem
estabelecidas pelo juízo das execuções criminais, bem assim a fixação do regime inicial aberto. O
Colegiado entendeu que o paciente atende aos requisitos do art. 44 do CP, razão pela qual o
juízo deve considerá-los ao estabelecer a reprimenda, de acordo com o princípio constitucional da
individualização da pena. HC 133028/SP, rel. Min. Gilmar Mendes, 12.4.2016. (HC-133028).

2. (CESPE/POLÍCIA FEDERAL/ESCRIVÃO DE POLÍCIA FEDERAL/2018) Em caso de pri-


são por tráfico de drogas ilícitas, o juiz não poderá substituir a pena privativa de liberdade
por restritiva de direito.

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COMENTÁRIO
Poderá proceder à substituição.

3. (CESPE/PC-PE/DELEGADO DE POLÍCIA/2016) No crime de tráfico de entorpecente, é


cabível a substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos, bem como a
fixação de regime aberto, quando preenchidos os requisitos legais.

COMENTÁRIO
Preenchidos os requisitos legais, é possível ambos os casos.

4. (CESPE/TJDFT/ANALISTA JUDICIÁRIO/2015) Em observância ao princípio da individua-


lização da pena, segundo o entendimento pacificado do STF, em se tratando do delito de
tráfico ilícito de entorpecentes, a pena privativa de liberdade pode ser substituída por pena
restritiva de direitos, preenchidos os requisitos previstos no Código Penal.

COMENTÁRIO
Preenchidos os requisitos legais, é possível a referida substituição.

5. (CESPE/CÂMARA DOS DEPUTADOS/ANALISTA LEGISLATIVO/CONSULTOR LEGIS-


LATIVO/ÁREA VI/2014) No processamento do crime de tráfico de substâncias entorpe-
centes, é vedada, em qualquer hipótese, a substituição da pena privativa de liberdade por
penas restritivas de direitos.

COMENTÁRIO
A substituição é plausível desde que atendidos os requisitos previstos no Código Penal.

GABARITO

1. C
2. E
3. C
4. C
5. E

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula preparada e
ministrada pelo professor Diego Fontes.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo ministrado na
videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclusiva deste material.

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