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Lei de Entorpecentes
LEI DE ENTORPECENTES
Dando continuidade à lei antidrogas, agora será estudado sobre o crime previsto no art. 38.
Art. 38. Prescrever ou ministrar, CULPOSAMENTE, drogas, sem que delas necessite o paciente,
ou fazê-lo em doses excessivas ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar.
Obs.: prescrever é receitar, como um médico, enquanto ministrar é aplicar, ou injetar, por
exemplo.
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e pagamento de 50 (cinquenta) a 200 (duzen-
tos) dias-multa.
Parágrafo único. O juiz comunicará a condenação ao Conselho Federal da categoria profissio-
nal a que pertença o agente.
Obs.: quando houver a condenação, a doutrina ostenta que essa condenação deve ser defi-
nitiva, ou seja, com a condenação transitada em julgado, porque se comunicar antes
disso e houver a reversão dessa condenação (com recurso, por exemplo), de nada
valeria ter comunicado.
Art. 39. Conduzir EMBARCAÇÃO ou AERONAVE após o consumo de drogas, expondo a dano
potencial a incolumidade de outrem:
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, além da apreensão do veículo, cassação da
habilitação respectiva ou proibição de obtê-la, pelo mesmo prazo da pena privativa de liberdade
aplicada, e pagamento de 200 (duzentos) a 400 (quatrocentos) dias-multa.
Parágrafo único. As penas de prisão e multa, aplicadas cumulativamente com as demais, serão
de 4 (quatro) a 6 (seis) anos e de 400 (quatrocentos) a 600 (seiscentos) dias-multa, se o veículo
referido no caput deste artigo for de transporte coletivo de passageiros.
Obs.: a lei não exige transporte público, mas dispõe de transporte coletivo, pois transporte
público é, geralmente, coletivo, mas nem todo transporte coletivo é público. No en-
tanto, neste caso, também deve-se demonstrar situação de perigo, porque não basta
uma presunção abstrata que o tipo de transporte que a pessoa conduzia era coletivo,
o perigo é concreto, então tem que ter mais pessoas com o motorista para demonstrar
que a exposição ao perigo foi do transporte coletivo de pessoas.
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• Veículo terrestre (art. 306, CTB): A lei não dispõe de veículo terrestre, então, neste
caso, não se aplica o artigo 39, mas o artigo 306, do CTB.
• Precisa estar sob o efeito da droga? Não, a lei não exige, ela dispõe que basta prova
(testemunhal ou pericial) de que ele foi conduzir a embarcação ou aeronave após ter
consumido drogas.
• Crime de perigo concreto – porque nesse caso a lei exige que haja exposição a dano,
precisando de demonstração de que expôs a dano potencial a incolumidade de outrem.
DIRETO DO CONCURSO
7. (CESPE/TJ-AC/JUIZ SUBSTITUTO/2012/ADAPTADA) Quem, após consumir drogas, con-
duz embarcação coletiva de passageiros, expondo a dano potencial a incolumidade alheia,
comete, de acordo com a lei, crime qualificado.
Art. 40. As penas previstas nos arts. 33 a 37 desta Lei são aumentadas de um sexto a dois terços, se:
I – a natureza, a procedência da substância ou do produto apreendido e as circunstâncias do fato
evidenciarem a transnacionalidade do delito;
Obs.: o examinador cobra muito em provas sobre precisar haver a efetiva transposição de
fronteiras, e não precisa. O STJ dispõe que basta a demonstração que essa droga se-
ria dirigida para o exterior, como, por exemplo, uma pessoa ser pega num aeroporto,
com passagens compradas e circunstâncias claras.
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• Súmula n. 607 – STJ: A majorante do tráfico transnacional de drogas (art. 40, I, da Lei n.
11.343/2006) configura-se com a prova da destinação internacional das drogas, ainda
que não consumada a transposição de fronteiras.
• Competência da Justiça Federal (Súmula n. 522, STF)
Não precisa da efetiva transposição de fronteiras, de acordo com a Súmula n. 607, do STJ.
• Súmula n. 587, STJ: Para a incidência da majorante prevista no art. 40, V, da Lei n.
11.343/2006, é desnecessária a efetiva transposição de fronteiras entre estados da
Federação, sendo suficiente a demonstração inequívoca da intenção de realizar o
tráfico interestadual.
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É exatamente isso que o STJ diz, por isso a questão está correta.
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Exemplo: supondo que uma pessoa traga drogas do Paraguai, na fronteira com Mundo
Novo ou Ponta Porã. A pessoa quer levar a droga para o Rio de Janeiro, então sai de Mato
Grosso do Sul, vai para São Paulo e, de lá, vai para o Rio; ou sai de Mundo Novo e então
passa no Paraná e depois para São Paulo, finalmente pro Rio de Janeiro.
Neste caso, ele pode ter acrescida a majorante, tanto da transnacionalidade quanto da
interestadualidade? O STJ responde que pode, na seguinte situação: se ficar demonstrada
a intenção de que o agente vai pulverizando a droga pelos distintos estados da federação,
porque se a intenção dele era pegar essa droga do Paraguai e levar para o Rio de Janeiro,
ele responderá pela majorante do tráfico transnacional, mas não a majorante do tráfico inte-
restadual. Se ele foi pego no Paraná, mesmo que não tenha chegado ao Rio de Janeiro, mas
ficou claro que ele pegaria essa droga e distribuiria dentro do Paraná e dentro de SP, e, por
fim, chegar ao Rio, ele responderá pelas duas majorantes.
Caderno 131, Tese 38 (STJ) – É cabível a aplicação cumulativa das causas de aumento
relativas à transnacionalidade e à interestadualidade do delito, previstas nos incisos I e V do
art. 40 da Lei de Drogas, quando evidenciado que a droga proveniente do exterior se destina
a mais de um estado da Federação, sendo o intuito dos agentes distribuir o entorpecente
estrangeiro por mais de uma localidade do país.
Obs.: quando se fala de arma de fogo, fica vinculado ao processo de intimidação, porque
se a arma está guardada dentro da bolsa, por exemplo, não estando ostensiva, sem
intimidar ninguém pelo porte ostensivo da arma, nesse caso terá o crime de tráfico
acumulado com o crime do estatuto do desarmamento, porte ilegal de arma de fogo.
Mas se a pessoa está portando ostensivamente a arma, intimidando, aplica-se essa
majorante do crime de tráfico.
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DIRETO DO CONCURSO
Nesse caso, ele está se prevalecendo da função pública, o fato de ele ser bombeiro e estar
usando a arma não gera intimidação, mas ele está se prevalecendo da função pública,
então ele tem esse crime majorado.
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GABARITO
7. C
8. E
9. E
10. C
11. C
12. C
�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pelo professor Diego Fontes.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
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