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LEI DE DROGAS –

LEI Nº 11.343/06
ART. 40 – CAUSAS
DE AUMENTO
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LEI DE DROGAS – LEI Nº 11.343/06


ART. 40 – CAUSAS DE AUMENTO
INCISO IV
IV - o crime tiver sido praticado com violência, grave ameaça, emprego de arma de fogo,
ou qualquer processo de intimidação difusa ou coletiva;
Para a prática dos crimes previstos na Lei de Drogas, não se exige a presença de violência, grave
ameaça, emprego de arma de fogo ou processos intimidativos. No entanto, caso estes elementos
estejam presentes, incidirá a causa de aumento do inciso IV do art. 40.
Havendo uso ilegal de arma de fogo para a prática de crimes da Lei de Drogas, existem duas
possibilidades, conforme o caso concreto: concurso material com o Estatuto do Desarmamento ou
incidência da causa de aumento do inciso IV do art. 40 da Lei 11.343/06.
» Quando a posse/porte ilegal de arma de fogo tem a finalidade exclusiva de viabilizar
o tráfico de drogas, incidirá a majorante do art. 40, apenas.
» Já quando a posse/porte ilegal de arma de fogo também é utilizada fora do contexto
do tráfico de drogas, haverá combinação com o art. 14 ou 16 da Lei 10.826/03.

INCISO V
V - caracterizado o tráfico entre Estados da Federação ou entre estes e o Distrito Federal;
Sobre este tema, é fundamental conhecer o enunciado da Súmula 587 do STJ: “Para a incidência
da majorante prevista no artigo 40, inciso V da Lei 11.343/06 é desnecessária a efetiva transposição
de fronteiras entre Estados da Federação, sendo suficiente a demonstração inequívoca da intenção
de realizar o tráfico interestadual”.
Veja que é o mesmo entendimento aplicado ao tráfico transnacional, mencionado anterior-
mente. Basta a prova inequívoca da intenção de transpassar as divisas entre os estados.
Discute-se, jurisprudencialmente, se existe a possibilidade de combinar as majorantes do
inciso V com a do inciso I do art. 40.
» Imagine que uma droga tem origem internacional e está destinada a apenas uma
unidade federativa no Brasil – neste caso, incide somente a majorante do inciso I
do art. 40 (tráfico internacional).
» Já na hipótese de a droga estrangeira ser difundida em mais de uma unidade fede-
rativa do Brasil, incidirão as majorantes do inciso I e V do art. 40.

INCISO VI
VI - sua prática envolver ou visar a atingir criança ou adolescente ou a quem tenha, por
qualquer motivo, diminuída ou suprimida a capacidade de entendimento e determinação;
Trata-se situação em que envolvem crianças e adolescentes, bem como pessoas que possuem
algum distúrbio ou deficiência que afete a sua capacidade de entendimento ou determinação. Foi
incluída como hipótese majorante de pena, em razão da alta reprovabilidade da conduta.
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Lembre-se que para a configuração do crime de associação para o tráfico (art. 35), é possível
que um dos integrantes da associação seja pessoa menor de idade. Neste caso, o indivíduo imputável
responderá pelo crime do art. 35 combinado com a majorante do art. 40, inciso VI da Lei de Drogas.
Quanto à hipótese de cometimento tanto do art. 35, quanto do art. 33, caput (por exemplo)
com envolvimento de menor de idade, a majorante do inciso VI do art. 40 incidirá em ambos os
delitos, conforme o entendimento jurisprudencial atual.
Além disso, quando há incidência desta majorante, fica afastada, automaticamente, a aplicação
do art. 244-B do ECA (corrupção de menores). Caso contrário, haveria bis in idem.

INCISO VII
VII - o agente financiar ou custear a prática do crime.
Conforme já estudado anteriormente, a doutrina aponta que a única possibilidade de incidência
desta majorante seria o caso de autofinanciamento, vez que esta mesma conduta é tipificada no
art. 36 da Lei de Drogas.
O autofinanciamento se dá quando o mesmo indivíduo financia ou custeia a atividade crimi-
nosa que ele mesmo concorre para a prática.

ART. 38 – PRESCRIÇÃO/MINISTRAÇÃO CULPOSA DE DROGA


Este delito possui três formas de configuração, sendo a prescrição ou ministração culposa de
droga:
ͫ Sem que dela necessite o paciente, ou;
ͫ Em dose excessiva, ou;
ͫ Em desacordo com determinação legal ou regulamentar.
Perceba que o caput do art. 33 também traz as condutas de prescrever ou ministrar droga,
mas na forma dolosa. O art. 38 trata exclusivamente destas condutas na forma culposa!
Além disso, é um crime próprio, pois exige uma condição específica do autor (médicos, enfer-
meiros, dentistas – aqueles que podem prescrever ou ministrar drogas).
Por sua vez, o parágrafo único deste artigo aponta que o juiz deverá comunicar a condenação
do indivíduo ao conselho profissional respectivo.
Em relação à consumação deste delito, ela ocorre quando há a prática de qualquer um dos
verbos do tipo – ou seja, é um crime de mera conduta e que não cabe tentativa (por ser culposo).

ART. 39 – CONDUÇÃO DE EMBARCAÇÃO/AERONAVE SOB


INFLUÊNCIA DE DROGA
Primeiramente, para a configuração deste delito, deve haver a influência da droga sobre o
indivíduo. Além disso, trata-se de um crime de perigo concreto, pois a lei exige a exposição a perigo
de dano – ou seja, deve haver uma situação real de perigo a ser constatada no caso concreto.
A pena prevista para este crime é de detenção de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, com apreensão
do veículo e cassação ou proibição da habilitação, com aplicação de multa.
Existe, ainda, uma figura qualificante – quando há condução de transporte coletivo (embar-
cações como balsas, aeronaves de voos comerciais, por exemplo).
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O crime se consuma quando o sujeito, após o consumo da droga, conduz de forma anormal a
embarcação ou aeronave, expondo as pessoas ali presentes a perigo de dano. É um crime forma,
conforme parte da doutrina (mas alguns entendem que é um crime de mera conduta).

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