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LEI Nº 11.343/06
ART. 37 –
COLABORAÇÃO
COMO INFORMANTE
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INCISO I
I - a natureza, a procedência da substância ou do produto apreendido e as circunstâncias
do fato evidenciarem a transnacionalidade do delito;
A transnacionalidade ou internacionalidade do tráfico (de drogas ou maquinário) é, portanto,
uma causa de aumento aplicável aos crimes do art. 33, caput, §1º e art. 34.
Além disso, para que seja configurada esta causa de aumento, não é necessário que efetiva-
mente haja a transposição de fronteiras, conforme elucida o enunciado da Súmula 607, do STF: “A
majorante do tráfico transnacional de drogas (art. 40, I, da Lei 11.343/06) se configura com a prova
da destinação internacional das drogas, ainda que não consumada a transposição de fronteiras”.
ͫ Exemplo: sujeito que está em Foz do Iguaçu/PR e deseja viajar para os Estados Unidos,
transportando 3kg de cocaína em sua mochila. Ele consegue entrar na sala de embarque,
mas a Polícia Federal toma conhecimento da existência da droga. Neste caso, incide a
causa de aumento de pena, mesmo que nem tenha embarcado, vez que a passagem
comprada já evidencia o destino internacional.
Importante dizer que a característica da internacionalidade não está relacionada com a origem
da droga, mas com a sua destinação. Ou seja, uma pessoa que está com entorpecente só poderá
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responder pela causa de aumento do art. 40, inciso I, caso se comprove que ele concorreu para a
sua importação.
Ademais, a competência para processar e julgar os casos de tráfico transnacional é da Justiça
Federal. Por fim, não há bis in idem (dupla incriminação pelo mesmo fato) nas condutas de importar
e exportar, previstas no art. 33, caput.
Outro entendimento jurisprudencial importante, diz respeito à distância percorrida pelo acu-
sado no transporte da droga – este elemento é suficiente para autorizar a fixação da fração de
aumento acima do limite mínimo de 1/6.
Em caso de droga importada pela via postal/correios, o juízo federal competente será o do
DESTINO da droga (e não o local da apreensão da substância).
INCISO II
II - o agente praticar o crime prevalecendo-se de função pública ou no desempenho de
missão de educação, poder familiar, guarda ou vigilância;
Veja que a lei é expressa ao exigir que o agente se prevaleça da sua função para praticar os
delitos do art. 33 ao 37 da Lei de Drogas, isso porque existe maior reprovabilidade desta conduta.
INCISO III
III - a infração tiver sido cometida nas dependências ou imediações de estabelecimentos
prisionais, de ensino ou hospitalares, de sedes de entidades estudantis, sociais, culturais,
recreativas, esportivas, ou beneficentes, de locais de trabalho coletivo, de recintos onde
se realizem espetáculos ou diversões de qualquer natureza, de serviços de tratamento de
dependentes de drogas ou de reinserção social, de unidades militares ou policiais ou em
transportes públicos;
Esta causa de aumento se justifica em razão de serem locais onde normalmente há aglomera-
ção de pessoas, o que facilita a dissimulação da prática criminosa, bem como em razão de alguns
estabelecimentos possuírem expectativa de proteção daqueles que estão nas imediações.
Outro ponto importante é que a expressão “tiver sido cometida nas dependências ou ime-
diações” dos estabelecimentos apresentados. Acerca deste tema, a jurisprudência afirma que não
é necessário que a droga seja destinada à disseminação dentro daquele local ou às pessoas que
estão ali dentro.
Acerca dos transportes públicos, incide esta majorante apenas se o indivíduo estiver disse-
minando ou comercializando a droga dentro do transporte (ônibus, metrô). Por outro lado, caso
o indivíduo utilize o transporte público para se deslocar, ocultando a droga sem a intenção de ali
comercializar, não haverá incidência desta causa de aumento.
Para os estabelecimentos prisionais, de ensino e hospitais, basta que seja praticado algum dos
crimes previstos no art. 33 a 37 da Lei nas imediações ou dependências destes locais. Ou seja, não
é necessário que a droga seja destinada a pessoas que estão no interior destes estabelecimentos.
Já no tocante aos estabelecimentos de ensino fechados, não incide esta causa de aumento
quando a prática do crime ocorre fora do horário de funcionamento deste estabelecimento (por
exemplo, em um domingo à noite). Isso porque, neste caso o indivíduo não se vale da aglomeração
ali existente para dissimular a prática delituosa e também porque não há a expectativa de proteção
que o local oferece.