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MEDICINA LEGAL

DA IMPUTABILIDADE PENAL E
TOXICOLOGIA FORENSE

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MEDICINA LEGAL
DA IMPUTABILIDADE PENAL | TOXICOLOGIA FORENSE

Prezados, esse material é destinado ao estudo direcionado de vocês. De


acordo com a necessidade de cada assistido, o coach irá recomendar o
estudo a título de aprofundamento ou revisão. Nossa missão aqui é estudar
os pontos com maior incidência no concurso de Delegado de Polícia e de
forma estratégica. Para tanto, selecionamos o que realmente cai e
trazemos os pontos e discussões principais, sempre balizados na estatística
de incidência em nossos certames policiais.

- DA IMPUTABILIDADE PENAL:
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A imputabilidade é a capacidade de imputação. Trata-se da capacidade


mental de compreender o caráter ilícito do fato e de determinar-se de
acordo com esse entendimento, conforme se extrai do art. 26, caput, do CP,
interpretado a contrario sensu. O código penal adota o critério
biopsicológico, considerando não apenas o desenvolvimento mental do
agente, mas também a capacidade de entendimento e de
autodeterminação no momento da conduta.

Inimputáveis

Art. 26 - É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento


mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão,
inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de
acordo com esse entendimento. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Redução de pena

Parágrafo único - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, em


virtude de perturbação de saúde mental ou por desenvolvimento mental
incompleto ou retardado não era inteiramente capaz de entender o caráter ilícito
do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.(Redação dada
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

ATENÇÃO: Neuróticos, psicopatas e epiléticos são considerados perturbados


mentais e, como tal, serão considerados como semi-imputáveis.

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SÃO ESPÉCIES DE CASOS DE CASOS DE
DOENÇAS MENTAIS: DESENVOLVIMENTO DESENVOLVIMENTO
MENTAL INCOMPLETO: MENTAL RETARDADO:
Psicóticos; Surdos-mudos e Oligofrênicos: Idiotas
esquizofrênicos; indígenas afastados da (Q.I de 0 a 25%);
dementes civilização, que não imbecis (Q.I de 26 a 50%
(esquizofrênicos). conseguem expressar e débeis mentais, de 51
sua vontade. a 75%.

SÃO CONSIDERADOS PERTURBADOS MENTAIS: Neuróticos, psicopatas e


epiléticos. Importante não confundir psicóticos com psicopatas. Os
psicopatas ao contrário do que se pensa têm a real consciência do que
estão praticando e, sentem prazer, em praticar a maldade/perversão a
quem cruza o caminho deles, sem remorso algum. Até profissionais da área,
como os médicos psiquiatras, que já estão habituados a todas as
armadilhas de quem tem esse tipo de transtorno, podem cair “nos encantos
deles”. Eles são os mestres da encenação; são os atores da vida real. O
psicótico, por sua vez, representa o estereótipo do “louco”, um indivíduo
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que produz grande estranheza social devido ao seu desprezo para com a
realidade. Os principais sintomas são: delírios, alucinações e retraimento
social. Delírios são ideias distorcidas, irreais, que o esquizofrênico percebe
como reais. Dividem-se em manias persecutórios, ou seja, eles sentem
estarem sendo perseguidos.

Em todos os casos, devemos avaliar a capacidade de entender o caráter


ilícito da conduta e determinar-se de acordo com seu entendimento no
momento da ação ou da omissão. O fato de qualquer indivíduo se
enquadrar em alguma das hipóteses acima não é bastante para imputação
ou não do agente, devendo haver nexo de causalidade entre a patologia e
o resultado provocado.

Art. 149 – Somente o juiz pode determinar o exame de sanidade mental


para fins de análise de imputabilidade do indiciado, acusado ou
condenado. O delegado de polícia deverá representar pela realização do
exame. MP, advogados e parte interessada devem requerê-lo. O juiz ao
determinar o exame de sanidade irá nomear curador ao acusado.

JUIZ DETERMINA O EXAME DE INSANIDADE


DELEGADO REPRESENTA PELO EXAME
MP, ADVOGADOS E PARTES REQUEREM O EXAME

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IMPORTANTE: Quando for para examinar a vítima, o Delegado e o MP
podem requisitar o exame e as partes podem requerê-lo.

A norma processual penal não exige que o perito seja psiquiatra, podendo
até mesmo ser realizada por duas pessoas imparciais.

QUADRO SINÓPTICO:
Imputabilidade – o agente, ao tempo da conduta, possui plena
capacidade de entender o caráter ilícito do fato E de determinar-se de
acordo com esse entendimento.

Semi-imputável - o agente, ao tempo da conduta, não era inteiramente


capaz de entender o caráter ilícito do fato OU de determinar-se de acordo
com esse entendimento.

Inimputável – o agente, ao tempo da conduta, está inteiramente incapaz


de entender o caráter ilícito do fato OU de determinar-se de acordo com
esse entendimento.
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OBS.: O momento que será aferida a incapacidade do agente é o da pratica


da conduta, sob a égide da Teoria da Atividade – Princípio da
Simultaneidade ou Congruência.

No que tange às questões etárias, o CP adota o critério puramente


biológico:
Menores de dezoito anos

Art. 27 - Os menores de 18 (dezoito) anos são penalmente inimputáveis, ficando


sujeitos às normas estabelecidas na legislação especial.

NEXO CAUSAL: Importante destacar que não basta apenas a doença


mental, deve haver nexo de causalidade entre a doença e o fato praticado
pelo agente, visto que o CP adota o critério biopsicológico. Assim, não basta
a doença, é preciso a doença (+) a ausência de capacidade para
entender o caráter ilícito ou determinar-se consoante esse entendimento.

NÃO EXCLUIRÁ A IMPUTABILIDADE PENAL – Art. 28:


(1) A emoção ou paixão;
Tecnicamente a diferença é simples, a paixão se trata de sentimento prévio
que tenha força de fazer com que o agente motive sua conduta em virtude
deste sentimento. Já a emoção é um sentimento atual, casuístico, fugaz.

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(2) Embriaguez voluntária ou culposa pelo álcool ou substâncias análogas.

 Emoção e Paixão Patológicas: Quando a perícia constatar emoção ou


paixão patológicas, segundo a doutrina, o fato se amolda a uma
espécie de doença mental, de modo a encontrar respaldo no art. 26,
caput ou em seu parágrafo único, a depender do grau.
 Embriaguez Patológica ou Toxicomania: pessoa viciada, dependente
de alcóol. A OMS assevera que o vício em álcool e droga constitui
doença mental, dessa forma, poderá haver exclusão da
culpabilidade, não pela embriaguez, mas pela própria doença
mental.

Embriaguez: Ocorre quando o indivíduo está sob efeito de substância


entorpecente, seja o entorpecente lícito ou ilícito. A doutrina entende por
entorpecente toda e qualquer substância que tenha capacidade de alterar
a percepção do indivíduo.

A embriaguez afeta o cerebelo o que, por conseguinte, afeta o equilíbrio do


individuo. (Sinal de Romberg).
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A Síndrome de Korsakoff, por sua vez, se caracteriza pela atuação do álcool


no sistema nervoso central, provocando amnésia. Nesse quadro, apesar do
dependente do álcool não lembrar do ocorrido, ele fantasia os
acontecimentos de acordo com a sua criatividade.

ATENÇÃO: O estomago quando está cheio de alimentos dificulta a chegada


do álcool no cérebro, retardando ou até mesmo evitando o estado de
embriaguez (o álcool demora mais para passar pelo intestino). Quanto maior
a quantidade de alimentos gordurosos maior será a capacidade de
absorver o álcool e impedir que ele chegue ao cérebro.

O álcool dentro do sangue é absorvido e metabolizado. No ser humano vivo


o álcool é metabolizado em cerca de 8 horas. Quando o embriagado morre
a metabolização do álcool passa a ser muito lenta, dando até mesmo a
impressão de que o processo de metabolização cessou.

 MODALIDADES DE EMBRIAGUEZ:
A) Embriaguez quanto à sua origem:
Voluntária ou culposa: É a modalidade de embriaguez onde o individuo
ingere a substância entorpecente por sua própria vontade, sem qualquer
intenção indireta. Não excluem a culpabilidade!

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Preodenada: É modalidade de embriaguez em que o individuo ingere a
substância entorpecente com o fito de encorajar-se para a prática de
delito. A embriaguez preordenada, além de não excluir a culpabilidade,
é agravante genérica de pena. Art. 61, II,l, CP.

Acidental (Proveniente de caso fortuito ou força maior): O indivíduo está


embriagado em virtude de causa independente de sua vontade. Ex.
Cidadão que cai dentro de um tonél de vinho / Ex. Boa noite Cinderela. A
embriaguez proveniente de caso fortuito ou força maior isenta a pena,
quando o individuo era inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito
do fato delituoso. Se a embriaguez for incompleta temos possibilidade de
redução de pena em 1 a 2/3.

B) Embriaguez quanto ao seu efeito:


Embriaguez Completa ou plena: Quando a ingestão do entorpecente
retira completamente a possibilidade do indivíduo em compreender o
caráter ilícito de seu comportamento; Perda completa do discernimento.
(Conduz à inimputabilidade, a depender da origem)
Embriaguez Incompleta ou parcial: Quando a ingestão do entorpecente
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gera uma redução do discernimento do individuo, onde este encontra-se


parcialmente impossibilitado de entender o caráter ilícito de seus atos.
(Conduz à semi-imputabilidade, a depender da origem)

Embriaguez Proveniente de Caso Fortuito ou Força Maior


Completa Incompleta
ISENTA A PENA REDUZ A PENA EM 1 A 2/3

DEPENDÊNCIA FÍSICA OU PSÍQUICA


1. Tolerância – Necessidade de doses cada vez maiores de substancias para
obter o mesmo efeito anterior. O que acontece é que o organismo atua
construindo mais receptores para recepcionar a entrada da droga no
organismo o que acaba por diminuir o efeito dela. No entanto, o indivíduo
sente falta do sentimento que sentia antes e acaba por ingerir mais e mais,
porém sempre o organismo vai criando mais receptores e nunca teremos a
mesma sensação diante da mesma quantidade de ingestão de drogas.

2. Abstinência – Quando o indivíduo resolve parar de usar as drogas, os


receptores que foram criados para recepcioná-las acabam por incomodá-
lo frente a ausência da substância. Os receptores sem a droga acarretam
diversos efeitos psíquicos e somáticos, causando alucinações, confusões...

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3. Dependência – A partir do momento em que ele usa a droga para evitar
a sensação ruim ocasionada pela ausência da droga no organismo restará
configurada a SÍNDROME DA ABSTINÊNCIA e ele estará dependente da
droga.

FASES DA EMBRIAGUEZ
1.fase do macaco (excitação e desinibição) – equivale a embriaguez
incompleta
2.fase do leão (agitação ou confusão) – Fase em que há o cometimento de
crimes com violência, alto derramamento de sangue.
3.fase do porco (sono ou coma) – Na fase do porco também é possível o
cometimento de crime, em caso de omissão por agente garantidor.
Omissão Imprópria. Crime comissivo por omissão.

APESAR DA CLASSIFICAÇÃO ACIMA CHANCELADA PELOS LIVROS, A


OMS AFIRMA QUE A EMBRIAGUEZ SE PROCESSA EM 4 FASES:

I – Fase pré-alcoólica sintomática ou fase alfa de Jellineck: uso social do
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álcool e estado de gratificação após o consumo. Duração média: poucos


meses a 2 anos

II – Fase prodrômica ou fase beta de Jellineck: instalação do hábito de


beber acompanhado do sentimento de culpa, vergonha, agressividade
com possibilidade de períodos de amnésia

III – Fase crucial ou fase gama: consumo exagerado de álcool,


agressividade, negligência pessoal e com relação ao trabalho. Possível
ocorrência de remissões (parada) e recidivas (retorno);

IV – Fase crônica: decadência física, psíquica e social. Possibilidade de


ocorrer psicose alcoólica, alucinações visuais e delirium tremens.

Ainda no que diz respeito à embriaguez, é importante colacionar o que


prevê o Código de Trânsito Brasileiro, após a edição da Lei 12.971/2014:

Art. 306. Conduzir veículo automotor com capacidade psicomotora


alterada em razão da influência de álcool ou de outra substância
psicoativa que determine dependência:

§ 1o As condutas previstas no caput serão constatadas por:


I - concentração igual ou superior a 6 decigramas de álcool por litro de

6
sangue ou igual ou superior a 0,3 miligrama de álcool por litro de ar alveolar;
ou
II - sinais que indiquem, na forma disciplinada pelo Contran, alteração da
capacidade psicomotora.

§ 2o A verificação do disposto neste artigo poderá ser obtida mediante


teste de alcoolemia ou toxicológico, exame clínico, perícia, vídeo, prova
testemunhal ou outros meios de prova em direito admitidos, observado o
direito à contraprova.

§ 3o O Contran disporá sobre a equivalência entre os distintos testes de


alcoolemia ou toxicológicos para efeito de caracterização do crime
tipificado neste artigo.

Veja que a verificação da alteração da capacidade psicomotora


atualmente poderá ser obtida mediante teste de alcoolemia ou
toxicológico, exame clínico, perícia, vídeo, prova testemunhal ou outros
meios de prova em direito admitidos, observado o direito à contraprova, não
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se limitando ao álcool, pois a capacidade psicomotora pode estar alterada


em razão de qualquer outra substancia entorpecente.

- Diagnóstico de embriaguez:
I – No indivíduo vivo:
Grau de dilatação das pupilas
Se há hipotensão arterial
Se há hálito etílico
Se a face e os olhos estão congestos
Vômitos com odor semelhante a vinagre

 Testes utilizados para auxiliar o diagnóstico:


Conseguir apanhar um objeto minúsculo (coordenação motora)
Realizar marcha ou manter equilíbrio (Sinal de Romberg)
Conseguir manter-se em pé estático com os pés juntos
Conseguir andar sobre uma linha reta (não é sinal de certeza)

II – No cadáver:
exame das vísceras
exame do sangue venoso

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ATENÇÃO: a putrefação produz substâncias que podem
dar resultado falso positivo!

Voltando ao aspecto penal, precisamos voltar a afirmar que o delito em


comento trata-se de crime de perigo abstrato. Conduzir veículo automotor é
dirigir, ou seja, ter sob seu controle direto os aparelhamentos de velocidade
e direção. Considera-se ter havido condução ainda que o veículo esteja
desligado (mas em movimento) ou quando o agente se limita a efetuar uma
pequena manobra. Não estão abrangidas as condutas de empurrar ou
apenas ligar o automóvel, sem colocá-lo em movimento.

A anterior redação exigia como elementar que o veículo fosse conduzido


em via pública. Atualmente, o tipo fala apenas em conduzir veículo
automotor com a capacidade psicomotora alterada, retirando a elementar
em via pública. Agora, mesmo que a condução não se dê em condomínios
fechados, fazendas, estacionamentos particulares, estará caracterizado o
crime.
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CONCURSO: Se o autor do crime de embriaguez (art. 306) também não é


habilitado para dirigir veículo (art. 309), responde apenas pelo primeiro,
aplicando-se, entretanto, a agravante genérica do art. 298, III, do ctb, que
se refere justamente a dirigir sem habilitação. Não se poderia cogitar da
aplicação do concurso material ou formal, porque a situação de risco
produzida é uma só.

EMBRIAGUEZ ENQUANTO INFRAÇÃO ADMINISTRATIVA: A infração


administrativa derivada da embriaguez ao volante é aplicada em qualquer
dose – art. 165.

Ademais, para o estudo do tema, precisamos dialogar com o que dispõe o


art. 45 da Lei de Drogas:

Art. 45. É isento de pena o agente que, em razão da dependência, ou sob


o efeito, proveniente de caso fortuito ou força maior, de droga, era, ao
tempo da ação ou da omissão, qualquer que tenha sido a infração penal
praticada, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de
determinar-se de acordo com esse entendimento.
Parágrafo único. Quando absolver o agente, reconhecendo, por força
pericial, que este apresentava, à época do fato previsto neste artigo, as
condições referidas no caput deste artigo, poderá determinar o juiz, na

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sentença, o seu encaminhamento para tratamento médico adequado.

Destaque-se que na isenção do art. 26, do CP, é obrigatória a determinação


de medida de segurança e no art. 45 da L. 11343/2006 não estaremos diante
de medida de segurança, mas sim da possibilidade que o juiz tem de
determinar tratamento médico adequado a fim de curar a dependência da
substancia entorpecente.

A isenção de pena somente ocorre quando a “influência” da substância


ilícita tornar o agente inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do
fato ou determinar-se de acordo com esse entendimento e essa influência se
dar por dependência química ou por caso fortuito ou força maior. Caso essa
influência, sob as mesmas condições citadas, não retire toda a capacidade
do agente, ou seja, se ele não possuía a plena capacidade de entender o
caráter ilícito do fato ou de determinar-se com esse entendimento, a
consequência será a redução de pena.

MUITA ATENÇÃO: O dependente químico de álcool que pratica crime deve


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ser enquadrado analogicamente no art. 26, caput do CP, sendo submetido


à medida de segurança, diferente do dependente químico de drogas que
não cumpre medida sócio educativa, mas sim será submetido, a critério do
juiz, à tratamento médico.

TOXICIDADE: capacidade inerente de uma substância de produzir risco ou


perigo ao organismo.

TOXICOMANIA E TOXICOFILIA: “Estado de intoxicação crônica ou periódica,


prejudicial ao indivíduo e nociva à sociedade, pelo consumo repetido de
determinada droga, seja ela natural ou sintética” (OMS);

CAUSAS DA INTOXICAÇÃO:

1.Voluntária: homicida / suicida


2.Acidental: doméstica, ambiental, ocupacional, medicamentosa, social
3.Iatrogênica: mau uso de remédios (analgésicos, psicoterápicos,
anorexígenos, etc.) prescritos por médicos, e que acabam por gerar adição
e dependência

PERCURSO DAS DROGAS OU TOXICOCINÉTICA: A droga, após metabolizada,


se direciona para órgãos de sua preferência. A análise do percurso da droga
no organismo deve ser efetivada através de coleta de material biológico

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para toxicologia, sempre em frascos separados para que possa estimar o
percurso e a fixação das drogas nos diversos órgãos do corpo. A literatura
médico-legal traz a seguinte classificação, quanto ao percurso das drogas
no organismo:

Exposição → parenteral, dérmica, oral, pulmonar, mucosa, conjuntiva .


Absorção → passagem de tóxico através das membranas até o sangue.
Excreção → renal, saliva, suor, unha, cabelo, ossos, esperma, mamária, fecal.

Para a perícia e para a análise jurisdicional não se faz importante a


quantidade de sangue que está no estomago ou mesmo na bexiga, mas sim
a quantidade de álcool que está no sangue, em circulação, alcoolemia.
Para fins de análise não devemos coletar o sangue do coração, visto que ele
está muito próximo do estomago e em eventual morte pode ser misturado,
causando falsa impressão de embriaguez. O ideal para análise de
embriaguez é a coleta de sangue em alguma veia profunda: cava inferior
ou femorais. O sangue extravasado deve ser desconsiderado para fins de
análise de alcoolemia.
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- DROGAS EM ESPÉCIE:
A) DROGAS PSICOATIVAS – DROGAS PSICOANALÉPTICAS
São espécies de drogas que tem a função de estimular o sistema nervoso
central, fazendo sumir a fome, cansaço e a dor. Ex. merla, oxi, crack,
cocaína, anfetamina, anorexígenos.

Merla  Oxi  Crack  Cocaína = (da menos pura – mais barata-, para a mais pura, mais cara.)

 São características das substâncias psicoanalépticas:


 Estimulam o sistema nervoso;  Levam à euforia; Prolongam a vigília
 Sensação de incremento da atividade intelectual; Exemplos: anfetaminas
e anorexígenos

B) DROGAS PSICODISLÉPTICAS
São drogas que atuam distorcendo o pensamento e a realidade.
(cogumelos, LSD, maconha, haxixe, tetrahidrocanabinol)

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 São características das substâncias psicodislépticas:
Produzem dissociação do psiquismo; Alteram limites do ego, sem
afastar muito a consciência; Alucinações, delírios.

C) DROGAS PSICOLÉPTICAS OU PSICOCATALÉPTICAS


A droga que não é psicoanaplética ou psicodislépticas será droga
psicoléptica ou psicocatalépticas e tem o objetivo exclusivo de afastar a
dor. São drogas tranquilizantes. (analgésico, anestésico, derivados da
morfina , ópio , heroína e álcool).

 As substâncias psicoléticas deprimem o sistema nervoso, diminuindo a:


Motricidade Sensibilidade Emoções Raciocínio

VOCÊ SABE A DIFERENÇA ENTRE LAUDO DE CONSTATAÇÃO E LAUDO


TOXICOLÓGICO?
Laudo de constatação → não é a perícia, apenas informação após a prisão;
apenas corrobora o APF;
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Laudo toxicológico → exame toxicológico propriamente dito; exame


químico que estabelece o diagnóstico e prova a materialidade do delito

DROGAS LEGAIS (LEGAL HIGHS) – São drogas sintéticas que produzem o


mesmo efeito das drogas ilícitas, porém seus componentes químicos não
estão elencados na PORTARIA 344/98 DA ANVISA.

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