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PSICOLOGIA FORENSE

Marcelino Jorge Lira, M.E.


Psicólogo Clínico. Advogado.
EMENTA

1. Conhecimentos básicos em Psicologia para


operadores do Direito.
2. Psicologia jurídica e direito penal.
3. Psicopatologia e processos jurídicos.
CONHECIMENTOS BÁSICOS EM PSICOLOGIA
PARA OPERADORES DO DIREITO
CONHECIMENTOS BÁSICOS EM PSICOLOGIA
PARA OPERADORES DO DIREITO
• Qual a diferença entre o psicólogo, o psiquiatra e o psicanalista?
• O que é psicologia forense?
• Quem pode exercer a psicologia forense?
• De que forma os psicólogos forenses agem nos “processos”?
• Qual a responsabilidade ética e jurídica do psicólogo forense?
CONHECIMENTOS BÁSICOS EM PSICOLOGIA
PARA OPERADORES DO DIREITO
• Percepção – Meio de
captação do meio externo e
interno por meio do organismo.
É um processo ativo e sujeito a
uma série de limitações dos
órgãos sensitivos e do poder
de análise e síntese do
Sistema nervoso central.
CONHECIMENTOS BÁSICOS EM PSICOLOGIA
PARA OPERADORES DO DIREITO
CONHECIMENTOS BÁSICOS EM PSICOLOGIA
PARA OPERADORES DO DIREITO
CONHECIMENTOS BÁSICOS EM PSICOLOGIA
PARA OPERADORES DO DIREITO
• Emoção – É derivada do termo latino
emovere que significa agitar, mexer. É
resposta afetiva com repercussões
fisiológicas percebidas
conscientemente pelo indivíduo. Em
uma análise mais simples do
comportamento animal, a
agradabilidade e da aversividade alguns
comportamentos podem induzir ou
dificultar a sua repetição.
CONHECIMENTOS BÁSICOS EM PSICOLOGIA
PARA OPERADORES DO DIREITO
CONHECIMENTOS BÁSICOS EM PSICOLOGIA
PARA OPERADORES DO DIREITO
• Inteligência – É a função de
adaptabilidade e versatilidade do
indivíduo diante de questões
apresentadas, assim com de aplicar os
conhecimentos adequadamente. O
conceito passou por diversas
reavaliações e não engloba apenas a
inteligência lógico-formal.
CONHECIMENTOS BÁSICOS EM PSICOLOGIA
PARA OPERADORES DO DIREITO
CONHECIMENTOS BÁSICOS EM PSICOLOGIA
PARA OPERADORES DO DIREITO
• Memória – Capacidade de evocar uma
informação, um sentimento, um
acontecimento. É fundamental para
previsão de eventos, reconhecimento
de situações, coisas e pessoas. Ela
pode estar relacionada a uma série de
situações. Conceito, forma, intensidade,
cor, movimento, temperatura, distância,
resposta são apenas algumas
categorias que podem ser evocadas.
CONHECIMENTOS BÁSICOS EM PSICOLOGIA
PARA OPERADORES DO DIREITO
CONHECIMENTOS BÁSICOS EM PSICOLOGIA
PARA OPERADORES DO DIREITO
• Condicionamento – Meio pelo qual
o organismo alinha a sua reposta
comportamental de acordo com os
estímulos que recebe. Desde Pavlov
até os dias de hoje, várias pesquisas
foram realizadas.
CONHECIMENTOS BÁSICOS EM PSICOLOGIA
PARA OPERADORES DO DIREITO
• Processos mentais
inconscientes – As teorias
psicanalíticas defendem que a maioria
de nossos atos conscientes são
governados por processos
inconscientes. Por isso, existem
impulsos, desejos, gostos, sentimentos,
atos falhos, sonhos, chistes, entre
outros, que aparecem “do nada”.
PSICOLOGIA JURÍDICA E DIREITO PENAL
PSICOLOGIA JURÍDICA E DIREITO PENAL

• Imputabilidade

• “É isento de pena o agente que, por doença mental


ou desenvolvimento mental incompleto ou
retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão,
inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito
do fato ou de determinar-se de acordo com esse
entendimento”. Art. 26 do CP.
PSICOLOGIA JURÍDICA E DIREITO PENAL
• Doença mental – Afecção mental, entendida muitas vezes como fora da
normalidade.
• Desenvolvimento mental incompleto ou retardado – Falha no crescimento comum
para a idade do indivíduo.
• Incapaz de entender o caráter ilícito do fato – Refere-se à capacidade cognitiva de
perceber o ato como lícito ou ilícito. Não se confunde com desconhecimento da
norma, mas a falta da capacidade de apreensão da mesma.
• Determinar-se de acordo com o entendimento – Refere-se à capacidade de
autodeterminação diante do dado cognitivo.
PSICOLOGIA JURÍDICA E DIREITO PENAL
• “São penalmente inimputáveis os menores de dezoito anos,
sujeitos às normas da legislação especial.” Art. 228 da CF.

• “São penalmente inimputáveis os menores de dezoito anos,


sujeitos às medidas previstas nesta Lei.” Art. 104 do ECA.

• “Os menores de 18 (dezoito) anos são penalmente inimputáveis,


ficando sujeitos às normas estabelecidas na legislação especial.”
Art. 27 do CP.
PSICOLOGIA JURÍDICA E DIREITO PENAL
• Art. 28 - Não excluem a imputabilidade penal:
• I - a emoção ou a paixão
• II - a embriaguez, voluntária ou culposa, pelo álcool ou substância de efeitos
análogos.
• § 1º - É isento de pena o agente que, por embriaguez completa, proveniente de caso
fortuito ou força maior, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz
de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse
entendimento.
• § 2º - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, por embriaguez,
proveniente de caso fortuito ou força maior, não possuía, ao tempo da ação ou da
omissão, a plena capacidade de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-
se de acordo com esse entendimento.
PSICOLOGIA JURÍDICA E DIREITO PENAL
• Emoção – Viva excitação de sentimento. Sensação intensa e breve
do humor.

• Paixão – É uma cronificação de sentimento. Centraliza a vida do


indivíduo em torno do sentimento.

• Embriaguez – Estado alterado de consciência pelo uso de álcool.

• (Sentido jurídico dos termos)


PSICOLOGIA JURÍDICA E DIREITO PENAL
• Lei n.º 11.343/2006
• Art. 45. É isento de pena o agente que, em razão da dependência, ou sob o
efeito, proveniente de caso fortuito ou força maior, de droga, era, ao tempo
da ação ou da omissão, qualquer que tenha sido a infração penal praticada,
inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-
se de acordo com esse entendimento.
• Parágrafo único. Quando absolver o agente, reconhecendo, por força pericial,
que este apresentava, à época do fato previsto neste artigo, as condições
referidas no caput deste artigo, poderá determinar o juiz, na sentença, o seu
encaminhamento para tratamento médico adequado.
PSICOPATOLOGIA E PROCESSOS JURÍDICOS
PSICOPATOLOGIA E PROCESSOS JURÍDICOS

• Art. 97 - Se o agente for inimputável, o juiz determinará sua


internação (art. 26). Se, todavia, o fato previsto como crime for
punível com detenção, poderá o juiz submetê-lo a tratamento
ambulatorial. CP
PSICOPATOLOGIA E PROCESSOS JURÍDICOS

• Vias de produção de prova comuns:


• Exame clínico
• Exame por testes
PSICOPATOLOGIA E PROCESSOS JURÍDICOS
• 1. Normalidade estatística – Como o próprio nome elucida, é baseada na frequência
de incidência na população. Rege-se pelas leis estatísticas identificando a norma, a
média, mediana, mediatriz, entre outras qualidades. O normal, portanto, é aquela
característica que se encontra com mais frequência.
• 2. Normalidade subjetiva – É a normalidade como senso autoperceptivo do sujeito
sobre a sua própria saúde.
• 3. Normalidade como ausência de doença – É a saúde entendida como ausência de
sintomas, de sinais de doenças. Falha por ser uma definição do negativo.
• 4. Normalidade funcional – O sujeito é considerado normal desde que determinados
sintomas ou doenças não interfiram em sua vida ou produzam sofrimento psíquico.
• 5. Normalidade operacional – São critérios arbitrários com finalidades práticas bem
definidas.
PSICOPATOLOGIA E PROCESSOS JURÍDICOS
• Tipos de estruturas de personalidade, de acordo com a Psicanálise:
• Neuróticas – Possuem boa interação com o meio ambiente. Diferenciam o mundo
interno do externo. Existe uma boa correlação entre o estímulo e a reação. São
capazes de sentir culpa.
• Psicóticas – Possuem uma dificuldade de interação com o meio ambiente.
Possuem dificuldade de diferenciar o mundo interno do externo. Algumas vezes não
há correlação entre o estímulo e a reação.
• Perversas - Possuem boa interação com o meio ambiente. Diferenciam o mundo
interno do externo. Existe uma boa correlação entre o estímulo e a reação. São
incapazes de sentir culpa.
PSICOPATOLOGIA E PROCESSOS JURÍDICOS
• Neuroses comuns
• Fóbicas (Agorafobia, fobia social, fobia específica, ansiedade paroxística episódica
etc.).

• Conversivas (Anestesias, paralisias, cegueira, convulsões dissociativas, amnésias


etc.).

• Psicossomáticas (Psoríase, colite ulcerativa, úlcera, alopecia etc.).

• Obsessivas (Simetria, limpeza, verificação, ritual etc).


PSICOPATOLOGIA E PROCESSOS JURÍDICOS
PSICOPATOLOGIA E PROCESSOS JURÍDICOS
PSICOPATOLOGIA E PROCESSOS JURÍDICOS
PSICOPATOLOGIA E PROCESSOS JURÍDICOS
• Psicoses comuns
• Espectro autista (ensimesmamento).

• Esquizofrenia (Alucinação, delírio, roubo de pensamento, embotamento afetivo etc.).

• Transtornos de humor (Episódio maníaco, episódio depressivo, depressão


recorrente, transtorno bipolar etc.).
PSICOPATOLOGIA E PROCESSOS JURÍDICOS
PSICOPATOLOGIA E PROCESSOS JURÍDICOS
PSICOPATOLOGIA E PROCESSOS JURÍDICOS
• Personalidade Perversa
• (Transtorno de personalidade antissocial)
• Indiferença insensível aos sentimentos alheios
• Atitude de flagrante e persistente irresponsabilidade e desrespeito por normas, regras e obrigações
sociais
• Incapacidade de manter relacionamentos, embora não haja dificuldade de estabelecê-los
• Muito baixa tolerância à frustração e um baixo limiar para descarga de agressão, incluindo violência
• Incapacidade de experimentar culpa e de aprender com a experiência, particularmente com a punição
• Propensão marcante para culpar os outros ou para oferecer racionalizações plausíveis para o
comportamento que levou o paciente ao conflito com a sociedade.
PSICOPATOLOGIA E PROCESSOS JURÍDICOS
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