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ª Carolina Salazar
CULPABILIDADE
É a reprovação pessoal que se faz sobre o autor do injusto penal, embora pudesse atuar de modo
diferente como o fez.
Juízo de reprovação que recai sobre o autor da conduta injusta, que sabia (potencialmente) do conteúdo
da proibição e, embora pudesse atuar de forma diversa, atuou de forma contrária ao Direito.
Culpabilidade como predicado do crime (quando eu digo que o sujeito é culpável, pressupõe-se que
ele praticou um crime - fato típico, antijurídico e culpável) - pressuposto da pena.
2) Limite da pena - impedimento de que a pessoa seja responsabilizada além da medida prevista
pela própria culpabilidade (grau de reprovabilidade)
Juízo individualizado de atribuição da culpa estatal (nulla poena sine culpa)
EX: art. 59, CP
Adoção da teoria normativa pura da culpabilidade, com a extração de todos os elementos subjetivos
da culpabilidade (consequência da adoção da teoria finalista da ação).
Negação da teoria psicológica e a teoria psicológico-normativa
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Este Plano de Aula não pretende abranger todo o assunto tratado em sala de aula; presta-se, tão somente, como
roteiro de aula e de estudo.
Plano de Aula – Prof.ª Carolina Salazar
Obs: inexistência de um dos elementos da culpabilidade gerará uma causa de exculpação (excludente 2
de culpabilidade).
1) IMPUTABILIDADE
é a capacidade mental, inerente ao ser humano de, ao tempo da ação ou omissão, entender o caráter
ilícito do fato e determinar-se conforme esse entendimento.
Não se confunde com responsabilidade, porque os inimputáveis podem responder pelas suas ações.
Apenas não praticam crime e, por conseguinte, não podem receber, a título de responsabilização, pena.
Em alguns casos, entretanto, até mesmo sanção penal lhes pode ser aplicada: é o caso da medida de
segurança imposta ao inimputável por doença mental
Sujeito carece de liberdade e de faculdade para comportar-se de outro modo, com o que não é capaz
de culpabilidade, sendo, portanto, inculpável.
Capacidade geral, por elementos intelectuais e voluntários (indispensável que ambos estejam
presentes, caso contrário - inimputabilidade):
- Capacidade de compreensão do injusto (cognoscitivo ou intelectual) - integridade biopsíquica
(perfeita saúde mental)
- Determinação da vontade conforme essa compreensão (volitivo ou de vontade) - domínio da
vontade: agente pode controlar e comanda os seus impulsos relativos à compreensão do caráter
ilícito do fato.
Brasil: regra geral, adota o critério biopsicológico e, excepcionalmente, adota o sistema puramente
biológico, para os casos de menores de 18 anos (art. 228, CF e 27 do CP).
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Medida de política criminal (art. 227, CF): tratamento adequado compatível com as suas condições de
pessoas.
Responsabilização por ato infracional (art. 103, ECA) e submissão às medidas socioeducativas- art.
112, ECA (ECA - Lei 8069/90).
Inimputáveis
Art. 26 - É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental
incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de
entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.
Redução de pena
Parágrafo único - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, em virtude
de perturbação de saúde mental ou por desenvolvimento mental incompleto ou retardado não
era inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com
esse entendimento.
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Art. 26, caput, CP: Inimputáveis por doença mental
Critério biopsicológico:
Além da doença mental OU desenvolvimento mental incompleto, necessário que seja inteiramente
incapaz de entender o caráter ilícito do fato e/ou determinar-se conforme esse entendimento.
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Obs: Semi imputáveis e a culpabilidade diminuída (art. 26, parágrafo único, CP)
Art. 28, II
Embriaguês = Intoxicação completa e aguda causada pela ingestão do álcool ou de substâncias
análogas.
Estados de inconsciência.
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Critério biopsicológico: necessário que a embriaguez seja COMPLETA e ACIDENTAL (caso fortuito
ou força maior) para excluir a imputabilidade e que, além disso, pessoa, na data do fato, fosse
inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse
entendimento.
Obs: lembrete da culpabilidade diminuída nos casos de embriaguez (art. 28, §2º): a embriaguez pode
ser incompleta e, na data do fato, não possuísse plena capacidade de entender o caráter ilícito do fato
ou de determinar-se de acordo com esse entendimento (culpabilidade presente – incidência de
minorante).
Conhecimento potencial de que a conduta, com todos os seus elementos, é contrária ao Direito
(antijurídica).
Erro de proibição se dá sobre a antijuridicidade do fato, com pleno conhecimento da realização do tipo
(em todas as suas circunstâncias).
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Autor sabe o que faz, mas supõe erroneamente, que estaria permitido: não conhece a norma jurídica
(ou não a conhece bem e interpreta-a mal) ou supõe, equivocadamente, que concorre uma causa de
justificação.
Não será perdoável o erro grosseiro, também chamado de simulacro de erro (essa pessoa não está em
erro).
Conhecimento do injusto não pode ser o único elemento (suficiente) de avaliação da reprovabilidade
do autor.
Somente poderá ocorrer quando, em uma situação concreta, o autor puder adotar a sua conduta
conforme esse entendimento.
Razoabilidade
Autor deve e pode adotar uma resolução de vontade de acordo com o ordenamento jurídico.
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REQUISITOS
1) Grave ameaça - promessa de mal grave e iminente, que o coagido não é obrigado a suportar
- Coagido e, por medo, realiza a conduta criminosa
- Direcionada à pessoa do coagido ou terceiros ligados por intimidade (possibilidade de
estranhos, a depender do contexto - causa supralegal).
- Pouco importa se o coator realmente quer concretizar a ameaça ou não, mas o coagido está
convencido disso.
- Coação age sobre a vontade do agente, viciando-a.
- Direito não pode exigir que as pessoas se comportem de forma heróica.
- Difere da coação física (exclusão da conduta - tipicidade - aspecto volitivo totalmente
eliminado - pessoa é instrumento)
*** Obs: coator (autor mediato) será responsabilizado penalmente pela conduta do coagido e também
pelo crime contra a liberdade individual (constrangimento ilegal)
*** Obs: superior hierárquico (autor mediato) será responsabilizado penalmente pela conduta
*** Caso não haja a exclusão da culpabilidade, agente subalterno terá direito a uma causa de 9
diminuição de pena (atenuante - art. 65, III, c, CP)
ATENÇÃO!!
Aceitação, caso a caso, de causas supralegais de exclusão da culpabilidade, pela inexigibilidade de
conduta diversa.
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