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DISCIPLINA:DIREITO PENAL

PROFESSOR: GABRIEL HABIB


MATÉRIA: TEORIA DO CRIME

Indicações de bibliográficas:

 Rogério Greco – curso completo (mais didático)


 Cezar Bithencourt – Tratado de Direito Penal - curso completo

Leis e artigos importantes:

 Art.26, 27, 59 do CP
 Art. 3º da LCP
 Lei 8069/90 (ECA)

Palavras-chave: ESTUDO DA CULPABILIDADE/ TEORIAS DA CULPABILIDADE / ELEMENTOS


DA CULPABILIDADE / IMPUTABILIDADE

TEMA: CULPABILIDADE

PROFESSOR: GABRIEL HABIB

ESTUDO DA CULPABILIDADE –

No estudo da culpabilidade o foco será no agente. A culpabilidade será um juízo de reprovação


pessoal que irá recair sobre o agente que praticou o fato típico e ilícito.

Segundo o professor Santiago Mir Puig a culpabilidade irá prever 3 vertentes:

Será elemento integrante do conceito analítico de crime – fato típico, ilícito e culpável

Será elemento medidor da aplicação da pena – Será um juízo de reprovação

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Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à personalidade
do agente, aos motivos, às circunstâncias e consequências do crime, bem como ao comportamento
da vítima, estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente para reprovação e prevenção do
crime:

Será elemento que visa a afastar a responsabilidade penal objetiva –

Toda responsabilidade penal deve ser subjetiva, sempre perquirindo o dolo ou culpa do agente em
relação ao resultado causado. Se o agente não agir com dolo ou ao menos com culpa, não poderá
ser penalmente responsabilizado.

Versari In Re Ilicitta – Qualquer resultado decorrente da conduta do agente era imputado a ele.
Inclusive os casos resultados de casos fortuitos ou força maior.

Art. 3º da LCP

Art. 3º Para a existência da contravenção, basta a ação ou omissão voluntária. Deve-se,


todavia, ter em conta o dolo ou a culpa, se a lei faz depender, de um ou de outra, qualquer efeito
jurídico.

Parte final não sobrevive ao princípio da culpabilidade nessa terceira vertente

Para que haja a culpabilidade o agente tem que ter os três elementos – imputabilidade, potencial
consciência da ilicitude e exigibilidade de conduta diversa

TEORIAS DA CULPABILIDADE –

 Teoria Psicológica – Para esta teoria a culpabilidade consistia em dados psicológicos, algo
que residia na mente do agente. Culpabilidade consistia no vinculo subjetivo entre o autor
e o delito. Para esta teoria o dolo e a culpa eram a própria culpabilidade.

Santiago Mir Puig - Assim como o nexo causal é o vinculo físico a culpabilidade é um vinculo
psicológico

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Se o dolo e a culpa eram a culpabilidade eles não estavam mais localizados na conduta e sim na
culpabilidade. Então, o dolo e a culpa não eram formas de conduta. A conduta era a ação relevante
que produzia um resultado (inervação muscular).

Na conduta vigorava nessa época a Teoria Causalista. As teorias da conduta e da culpabilidade


evoluíram juntos.

 Teoria Psicológico-Normativa – O dolo e a culpa foram mantidos como dados psicológicos


da culpabilidade. Ela passa a ganhar elementos normativos – imputabilidade, potencial
consciência da ilicitude e exigibilidade de conduta diversa.

O dolo e a culpa estavam localizados na potencial consciência da ilicitude. O dolo é formado por
vontade e consciência. e Passamos a ter no elemento culpabilidade dois elementos: . A a
consciência da potencial consciência da ilicitude e a do dolo.

Quando vigorava esta teoria, ao mesmo tempo, na conduta, vigorava a teoria causalista, pois o
agente agia sem finalidade (Mezger)

 Teoria Normativa Pura – Para esta teoria de Welzel, o dolo e a culpa estão na conduta, e
não na culpabilidade. Aqui se mantem os elementos normativos - imputabilidade, potencial
consciência da ilicitude e exigibilidade de conduta diversa.

(Esta revolução de Welzel é muito conhecida como revolução copernicana do direito penal.
Passagem do causalismo para o finalismo.)

Tendo em vista que o dolo é composto por consciência e vontade, com o deslocamento do dolo
e culpa para a conduta (fato típico), só ficou a consciência da potencial consciência da ilicitude.
Existem dois tipos de consciência -

- A potencial consciência da ilicitude não é real, ela é possível – A ilicitude aqui será de um dos 3
elementos do tipo. A contrariedade da conduta a norma penal. A possibilidade de saber que a
conduta é ilícita, proibida.
Se faltar esta consciência, irá ocorrer erro de proibição.

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A pessoa que praticou o crime tinha como saber que aquilo era ilícito? Essa é a pergunta a
ser feita.

- A consciência – elemento do dolo – é real, plena. Será uma consciência da conduta que você está
praticando.
Se faltar esta consciência, irá ocorrer erro de tipo.

ELEMENTOS DA CULPABILIDADE -

 IMPUTABILIDADE – Possibilidade de se atribuir ao agente a responsabilidade penal pelo


fato típico e ilícito que ele praticou.

Causa de exclusão – Inimputabilidade

Critério Biológico – Menor de 18 anos não irá ser imputável para o crime. (27 do CP)

Art. 27 - Os menores de 18 (dezoito) anos são penalmente inimputáveis, ficando sujeitos às normas
estabelecidas na legislação especial. (Lei 8.069/90 – ECA)

Critério Biopsicológico – Será aqui o doente mental, pessoa com desenvolvimento mental
incompleto ou retardado. (26 CP)

Desenvolvimento mental incompleto são os menores de idade

Desenvolvimento mental retardado é aquele que nunca se completará

Obs. Todas as doenças estão localizadas no SID 10, mas a doutrina utiliza muito nos
exemplos a Oligofrenia

Oligofrenia
Grau Suave – Débeis mentais – mente equivalente a criança de 7 a 12 anos
Grau Médio – Imbecis - mente equivalente a criança de 2 a 7 anos de idade
Grau Grave – Idiota – mente equivalente a criança de 0 a 2 anos de idade

Muito cuidado que o inimputável é somente o INTEIRAMENTE incapaz.

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Art. 26 - É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto
ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter
ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.

Parágrafo único - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, em virtude de
perturbação de saúde mental ou por desenvolvimento mental incompleto ou retardado não era
inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse
entendimento. Se ele possuía alguma capacidade de entender, será semi-imputável – Pode
ser em casos de doenças que não reduzam totalmente a capacidade do agente. Poderá ser
substituída por medida de segurança nesses casos.

OBS – O critério Biopsicológico foi a junção dos dois critérios:

Critério biológico – Reside na aferição da doença mental ou no desenvolvimento mental incompleto


ou retardado.
Critério Psicológico – Necessário verificar se o agente era no tempo da ação ou omissão
inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou determinar-se de acordo com esse
entendimento.

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