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DIREITO PENAL

Pré - aula: CULPABILIDADE E SUA EXCLUSÃO

Culpabilidade: juízo de reprovação que recai sobre o agente que poderia agir de modo
diverso (de acordo com o direito) mas não o faz. Possui uma tripla finalidade.
- Fundamento da pena: vez que se o agente não é culpável não pode ser apenado
(ganho de pena)
- Limite da pena: Art. 29 → quem, de qualquer modo, concorre para o crime,
incide, nas penas a este cominadas na medida de sua culpabilidade. → o quão
envolvido você estava?
- Graduação da pena: o juiz atendendo à culpabilidade verifica as penas
aplicáveis e a quantidade da pena.

Elementos da culpabilidade

Imputabilidade penal: capacidade/possibilidade de se atribuir a alguém a


responsabilidade penal por determinado fato
Potencial consciência da ilicitude: é a possibilidade de conhecimento do agente do
caráter injusto de sua conduta
Exigibilidade de conduta diversa: trata-se de auferir se no momento da conduta típica
era exigível comportamento distinto do agente.

Para haver um crime, é necessário que o fato seja típico, ilícito e culpável.
Para que um fato ilícito seja passível de uma punição legal temos que ter como
condições para a aplicação da pena:
- Imputabilidade (maior de 18, mentalmente são)
- Potencial conhecimento da ilicitude (criado dentro de uma cultura/sociedade
que tenha potencial de saber que é crime)
- Exigibilidade de conduta diversa (pode-se exigir conduta não criminosa a
todos, a não ser de alguém sob coação moral irresistível)
Ausência de qualquer dessas menções, traz ao fato a impossibilidade de aplicação da
pena, visto serem pressupostos inerentes a imposição da sanção cominada no tipo
penal.
Precisa haver a culpabilidade para que haja pena e, de certa forma, crime.

Excludentes de culpabilidade:
1. Por ausência do potencial conhecimento da ilicitude - se a pessoa está
acobertada por um erro de proibição inevitável, não poderá ser punido, pois
faltará a potencialidade. Exemplo: quando a pessoa vem de outra cultura. Art
21.
2. Inexigibilidade de conduta diversa - se o agente ativo praticar o ato criminoso
diante de uma coação moral irresistível ou de uma obediencia hierarquica nao
manifestamente ilegal, tambem não podera ser punido.
3. A imputabilidade também é causa excludente de culpabilidade: inimputáveis
são aqueles a quem a lei impede a aplicação de pena, podendo ficar sujeitos a
medidas de segurança, como é o caso dos debilitados em seu desenvolvimento
mental e o alienado, que forem inteiramente incapazes de entender o caráter
ilícito de sua conduta delitiva. A pena será aplicada se tiverem parcial
entendimento do caráter ilícito da conduta, porém com diminuição, estes a lei
denomina de semi-imputáveis.
Inimputáveis: nenhuma capacidade de conhecer o caráter ilícito do fato ou
debilitados ou alienados mentais que não tem nenhuma capacidade de
entendimento. Esses, não tem culpabilidade, serão aplicadas apenas medidas de
segurança.
Os menores de 18 anos que praticam fato típico e antijurídico serão submetidos
apenas à medida de segurança (medida socioeducativa) que pode chegar no
máximo a 3 anos. Completamente inimputável. Considera-se imputável a partir
das 00 horas do dia que ele faz 18 anos. Considera-se crime o momento da
ação, não do resultado.
Doença mental e desenvolvimento mental incompleto ou atrasado: Art 26 →
“É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental
incompleto ou retardado, era, ao tempo de ação ou omissão, inteiramente
incapaz de entender o carater ilicito do fato ou de terminar-se de acordo com
esse entendimento.” Isento de pena → inimputável pleno.
Parágrafo único: “A pena pode ser reduzida de um a dois terços se o agente, em
virtude de pertubarção de saude mental ou por desenvolvimento mental
incompleto ou retardado, nao era inteiramente capaz de entender o carater
ilicito do fato ou de determinar-se de do acordo com esse entendimento.” Ou
seja, relativamente capaz.
Menores de 18 anos: são penalmente inimputáveis, ficando sujeitos às normas
estabelecidas na legislação especial → art 22 do CP.
Emoção e paixão: não excluem a imputabilidade penal → art 28
Embriaguez:
- Voluntária: quando usa para se drogar. Não exclui a imputabilidade
penal
- Culposa: usa acreditando que não ia se embriagar: a pena pode ser
reduzida de um a dois terços se o agente
- Involuntária: caso fortuito ou força maior: isento de pena o agente que
estiver embriagado completamente por caso fortuito ou força maior, era,
no momento da ação ou omissão, inteiramente incapaz de entender o
caráter ilícito do fato.
Coação moral irresistível e obediência hierárquica: art 22 → se o fato for
cometido sob coação irresistivel ou em estrita obediencia a ordem nao
manifestamente ilegal de superior hierarquico, só é punível o autor ou coador
da ordem. Inexigibilidade de outra conduta diversa.
Coação física exclui conduta.
Coação moral se divide em resistível ou irresistível.
Resistível não justifica a ação do agente

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