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“O Direito Penal serve para defender, pois para punir o Estado não precisa do Direito! ”
TAVARES, Danilo.
Art. 5º
...
LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de
sentença penal condenatória;
A Presunção de Inocência é o princípio primário do Direito Penal, pois ela é o limitador
primário do poder punitivo estatal. Esse princípio veda a IMPUTAÇÃO OBJETIVA, que seria a
capacidade de se alegar que alguém cometeu um crime e ser punido pelo Estado sem haver a
capacidade de defesa do indivíduo e a obrigação estatal de provar que o delito foi realizado por
aquela pessoa.
A Presunção de Inocência NÃO pode ser relativizada, ou seja, deixada de ser aplicada
de modo algum, pois é uma das garantias mais fundamentais para o Estado Democrático de
Direito. Por conta disso, nem mesmo flagrantes de crimes e/ou confissões de crimes não são
formas de possibilitar o Estado punir sem a realização de um processo.
É uma clausula de garantia para o Povo, pois esse princípio garante que o ESTADO
PRECISA PROVAR EM PROCESSO QUE O INDIVÍDUO ACUSADO PELO CRIME É
O CULPADO DO MESMO. SEM ESSA PROVA DE CULPA PRODUZIDA PELO
ESTADO, O ACUSADO INDICIADO É INOCENTE!
Vale ressaltar que o Estado deve provar a culpa do Acusado e não o Acusado que
precisa (ou deve) provar sua inocência!
DO CRIME
Redução de pena
Parágrafo único - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente,
em virtude de perturbação de saúde mental ou por desenvolvimento mental
incompleto ou retardado não era inteiramente capaz de entender o caráter ilícito
do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.
Emoção e paixão
Art. 28 - Não excluem a imputabilidade penal:
I - a emoção ou a paixão;
Embriaguez
II - a embriaguez, voluntária ou culposa, pelo álcool ou substância de efeitos
análogos.
§ 1º - É isento de pena o agente que, por embriaguez completa, proveniente de
caso fortuito ou força maior, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente
incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com
esse entendimento.
§ 2º - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, por
embriaguez, proveniente de caso fortuito ou força maior, não possuía, ao tempo
da ação ou da omissão, a plena capacidade de entender o caráter ilícito do fato
ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.
Art. 5 º
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XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia
cominação legal;
PRINCÍPIO DA TAXATIVIDADE –
Apenas a União pode legislar sobre Direito Penal. Então é apenas o Congresso Nacional
pode alterar a Lei Penal. Assim, dessa forma, apenas através do Congresso Nacional é que pode
ser definido o que é “Crime”.
Essa é uma vedação expressa, não há nenhuma lei penal que seja Estadual ou
Municipal, todas as lei penais são Federais, todas elas tem igual vigência em todo o território
nacional.
PENA
Pena é a resposta do Estado detentor do Monopólio do Uso da Força a uma conduta por
ele reprovada no interior do limite de sua jurisdição penal atingir. Desse modo, se um indivíduo
comete uma ação ou omissão definida por lei como crime ou contravenção penal, o Estado,
seguindo as regras definidas por ele mesmo, tem o poder-dever de apenar esse indivíduo.
As penas possíveis no Brasil são as Pena de Multa, Pena Restritivas de Direitos e as
Penas Privativas de Liberdade. Cada uma dessas pode se dividir em categorias menores, sendo
assim a definindo cada tipo teremos:
Pena de Multa – Envolve a cobrança de um valor pecuniário pelo Estado. Esse valor é
definido em sentença e reunido em um Fundo de administração estatal.
Penas Restritivas de Direitos – Conhecidas também como penas alterativas, servem
para evitar o encarceramento demasiado em crimes de menor potencial ofensivo. São tipos de
penas restritivas as:
Pena de Detenção – Quando a lesão ao bem jurídico é grande, mas não há uma
necessidade de que o condenado fique preso de modo imediato. Por conta disso,
na pena de detenção, o condenado geralmente fica no Regime Semi-Aberto ou
Aberto;
Pena de Reclusão – Quando a lesão ao bem jurídico é extrema, geralmente
envolvendo lesão física ou grave ameaça de lesão física, utilização de armas e
homicídios dolosos. Nesses caso o Condenado fica geralmente no Regime
Fechado.
Art. 5º
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XLVII - não haverá penas:
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84,
XIX;
b) de caráter perpétuo;
c) de trabalhos forçados;
d) de banimento;
e) cruéis;
Art. 5 º
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XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação
de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da
lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor
do patrimônio transferido;
XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as
seguintes:
a) privação ou restrição da liberdade;
b) perda de bens;
c) multa;
d) prestação social alternativa;
e) suspensão ou interdição de direitos;
O condenado é o único que deve ser atingido pela pena. O poder punitivo do Estado não
pode ultrapassar a pessoa do condenado e afetar terceiros de nenhum modo. Ninguém pode ser
chamado a assumir a pena no lugar de outrem, seja a pena qual for.
Isso serve para impedir que a família seja afetada por conta dos crimes cometidos pelo
condenado. Serve por exemplo para impedir que o património de outros familiares seja afetado
pela condenação de um membro da família.
Art. 5º.
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XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu;
Princípio expresso na CRFB/88, significa que se o Réu cometer um crime ou for
condenado baseado numa lei específica ou artigo e uma lei específica e posteriormente lei for
alterada para uma lei mais rígida, seja em uma maior pena pelo crime cometido ou menores
direitos relativos a pena, ela NÃO AFETARÁ o Réu em questão.
Mas se ocorre o oposto e a lei for alterada para uma lei mais benéfica para o Réu, seja
em uma menor pena pelo crime cometido ou maiores direitos relativos a pena, ela AFETARÁ o
Réu em questão, mesmo ele tendo cometido o crime antes ou tendo sido julgado antes da nova
Lei.
Art. 5º
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XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção;
XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe
der a lei, assegurados:
a) a plenitude de defesa;
b) o sigilo das votações;
c) a soberania dos veredictos;
d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida;
Art. 1º. A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos
Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de
Direito e tem como fundamentos:
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III - a dignidade da pessoa humana;
E também
Art. 5º.
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III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou
degradante;
XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral;
L - às presidiárias serão asseguradas condições para que possam permanecer
com seus filhos durante o período de amamentação;
Mais que um Princípios, a Dignidade da Pessoa Humana é um dos Fundamentos da
República Federativa do Brasil. A Dignidade da Pessoa Humana é o Norte que todo o
Ordenamento Jurídico deve seguir. Como um meta-princípio é de difícil definição, mas se tem
claro de que é o cerne da onde brota todos os demais direitos e princípios de defesa dos direitos
dos indivíduos frente ao Estado e em situações não penais, frente uns aos outros também.