Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
A ilicitude.
B tipicidade formal.
C culpabilidade.
D tipicidade material.
E punibilidade.
Os sujeitos de uma conduta típica são o sujeito ativo (o que pratica a conduta prevista
no tipo penal), o sujeito passivo (o que tem o seu bem jurídico lesado ou ameaçado de
lesão pela conduta típica) e o Estado. O Estado é sujeito passivo formal em todos os
crimes, pois é o titular do mandamento legal violado. De modo eventual, o Estado pode
ser, em alguns casos, o próprio titular do bem jurídico violado ou ameaçado de lesão,
sendo nestes casos sujeito passivo material. Desta forma, o sujeito ativo, o sujeito
passivo e o Estado são os sujeitos da conduta típica, sendo a presente alternativa
verdadeira.
3. (IBFC - 2022 - PC-BA - Investigador de Polícia Civil) No que se refere à teoria
do crime, assinale a alternativa incorreta.
II. Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar
crime, cessando em virtude dela os efeitos penais da sentença condenatória,
incidindo o princípio da abolitio criminis aos crimes decorrentes de leis penais
excepcionais e temporárias.
III. A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos
anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em
julgado e já iniciada a execução da pena.
A II, apenas.
B I e II, apenas.
C I e III, apenas.
D II e III, apenas.
E I, II e III.
Item I – Correto. O Supremo Tribunal Federal editou a súmula 711 estabelecendo que
"A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime permanente, se a sua
vigência é anterior à cessação da continuidade ou da permanência".
Item II – Incorreto. Abolitio criminis (lei penal no tempo) está previsto no art. 2° do
Código Penal:
Art. 2º - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime,
cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória.
Parágrafo único - A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se
aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em
julgado.
Abolitio criminis é uma lei nova que retira do mundo jurídico (revoga) uma outra lei
que tipifica como crime um determinado fato.
Ex. antes de 2005 adultério era crime tipificado no art. 240 do Código Penal, porém a
lei n° 11.106/2005 (abolitio criminis) revogou esse artigo do CP.
Dessa forma, conforme a redação do art. 2° do CP “Ninguém pode ser punido por fato
que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os
efeitos penais da sentença condenatória”. Contudo, a abolitio criminis não tem
incidência nas leis temporárias ou excepcionais.
Item (A) - A legítima defesa está prevista no artigo 25 do Código Penal, que assim dispõe:
Fala-se em legítima defesa putativa quando o agente, de fato, não age acobertado pela
excludente de ilicitude prevista no artigo 25 do Código Penal. O fenômeno das
discriminantes putativas está disciplinada no § 1º, do artigo 20, do Código Penal, que
assim dispõe:
"É isento de pena quem, por erro plenamente justificado pelas circunstâncias, supõe
situação de fato que, se existisse, tornaria a ação legítima. Não há isenção de pena
quando o erro deriva de culpa e o fato é punível como crime culposo".
Assim sendo, a assertiva contida neste item retrata em tese a legítima defesa putativa,
estando, via de consequência, correta.
Item (B) - Meios necessários são aqueles eficazes e suficientes para repelir a uma
agressão injusta e que estejam ao alcance da vítima sejam eles quais forem. A paridade
de armas, portanto, não é exigível para caracterização da legítima defesa. Assim sendo, a
assertiva contida neste item está correta.
Item (C) - Apenas agressões injustas ou ilícitas podem ser objeto de legítima defesa, nos
termos do artigo 25 do Código Penal, que assim dispõe:
Item (D) - Quando se extrapola na legítima defesa, ou seja, quando agente perpetua a
reação contra o agente originário da agressão, mesmo após de cessada, ingressa-se no
excesso de legítima defesa. Não é lícito ao agente continuar a agir de modo típico nesse
caso, pois fica afastada a incidência da descriminante mencionada. A presente assertiva
contida neste item está correta.
Item (E) - No exame do emprego da legítima defesa, deve-se levar em conta que a
vítima desconhece as intenções do agressor bem como o alcance da agressão. Não se
pode, portanto, exigir-se que sempre se reaja exatamente na mesma proporção da
agressão, notadamente porque a pessoa agredida tem, via de regra, seu estado
psicológico-emocional alterado diante da situação que se impõe.
O excesso de legítima defesa normalmente é punível, todavia, em casos concretos,
devido a determinadas circunstâncias subjetivas, pode ser considerado não culpável
quando a vítima é dominada pelo medo, susto e perturbação, que naturalmente se fazem
presentes quando se suporta uma agressão injusta. Ao analisar o excesso exculpante na
legítima defesa, Guilherme de Souza Nucci, em seu Direito Penal, Parte Geral, Editora
Forense, expõe o tema da seguinte maneira:
"Trata-se de uma causa supralegal de exclusão da culpabilidade, não prevista
expressamente em lei. Como vimos defendendo na possibilidade do reconhecimento de
excludentes supralegais, o excesso exculpante seria o decorrente de medo, surpresa ou
perturbação de ânimo, fundamentadas na inexigibilidade de conduta diversa. O agente,
ao se defender de um ataque inesperado e violento, apavora-se e dispara seu revólver
mais vezes do que seria necessário para repelir o ataque, matando o agressor. Pode
constituir-se uma hipótese de flagrante imprudência, embora justificada pela situação
especial por que passava".
Assim sendo, depreende-se que a proposição contida neste item está correta.
6. (FGV - 2015 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XVII - Primeira Fase)
Durante um assalto a uma instituição bancária, Antônio e Francisco, gerentes do
estabelecimento, são feitos reféns. Tendo ciência da condição deles de gerentes
e da necessidade de que suas digitais fossem inseridas em determinado sistema
para abertura do cofre, os criminosos colocam, à força, o dedo de Antônio no
local necessário, abrindo, com isso, o cofre e subtraindo determinada quantia
em dinheiro. Além disso, sob a ameaça de morte da esposa de Francisco,
exigem que este saia do banco, levando a sacola de dinheiro juntamente com
eles, enquanto apontam uma arma de fogo para os policiais que tentavam
efetuar a prisão dos agentes.
O fato típico pressupõe necessariamente uma conduta, que é a ação ou omissão humana,
consciente e voluntária, dirigida a um fim, consistente em produzir um resultado
tipificado em lei como crime ou contravenção penal. Apontam-se as seguintes hipóteses
como de exclusão de conduta: (i) caso fortuito e força maior; (ii) atos ou movimentos
reflexos; (iii) coação física irresistível; e, (iv) sonambulismo e hipnose.
A ilicitude (ou antijuridicidade), por sua vez, "(...) é a contrariedade entre o fato típico
praticado por alguém e o ordenamento jurídico capaz de lesionar ou expor a perigo de
lesão bens jurídicos penalmente tutelados. O juízo de ilicitude é posterior e dependente
do juízo de tipicidade, de forma que todo fato penalmente ilícito também é,
necessariamente, típico". As causas gerais excludentes da ilicitude previstas no Código
Penal são a legítima defesa, o estado de necessidade, o exercício regular de direito e o
estrito cumprimento de dever legal (artigo 23, CP).
Na questão, nem Antonio nem Francisco estavam em situação de legítima defesa, estado
de necessidade, exercício regular de direito ou estrito cumprimento de dever legal.
Antônio sequer praticou fato típico, não havendo que se falar em análise da ilicitude em
relação a ele, pois a análise da ilicitude pressupõe o juízo de tipicidade.
Logo, Antônio não responderá pelo crime por ausência de tipicidade, enquanto
Francisco não responderá por ausência de culpabilidade. Correta, portanto, a alternativa
C.
O funcionalismo teleológico tem como expoente Claudis Roxin. Trata- se de um novo arco
na evolução do Direito Penal que tem por base a sua reconstrução a partir da premissa de
que a função do Direito Penal é a proteção de bens jurídicos.
Feitas estas observações iniciais, vamos ao exame de cada uma das proposições,
objetivando apontar a que está correta.
(A) Teoria da hostilidade ao bem jurídico ou critério material: Atos executórios são
aqueles que atacam o bem jurídico, criando-lhe uma situação concreta de perigo.
(B) Teoria objetivo-formal: Atos executórios são aqueles que iniciam a realização do
núcleo do tipo. (Frederico Marques) (STJ 5ª turma)
(C) Teoria objetivo-material: São atos executórios aqueles em que se inicia a prática
do núcleo do tipo, bem como os atos imediatamente anteriores, com base na visão de
terceira pessoa alheia à conduta criminosa. (Frank) *ex: apontar a arma.
(D) Teoria objetivo-individual: Atos executórios são aqueles que, de acordo com o
plano do agente, realizam-se no período imediatamente anterior ao começo da execução
típica. (Zaffaroni, doutrina moderna e já encampada pelo STJ)
Questões subjetivas: