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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ...

VARA CRIMINAL
DA COMARCA DE ...

PEDRO, já qualificado nos autos da ação penal n. ... que lhe move a Justiça Pública,
por seu advogado que esta subscreve (instrumento de mandato anexo), vem,
respeitosamente, perante Vossa Excelência, apresentar

RESPOSTA À ACUSAÇÃO

nos termos dos artigos 396 e 396-A do Código de Processo Penal, pelos fundamentos
de fato e de direito a seguir expostos.

I – DA TEMPESTIVIDADE

A defesa fora intimada da denúncia em 06 de dezembro de 2022, terça-feira. Nesse


caso, o prazo para apresentar a resposta à acusação é de 10 dias, conforme artigo
396, do CPP.

Como se trata de prazo processual, o art. 798, §1º, CPP, expõe que não se computará
o dia do começo, porém, será incluído o do vencimento. Desta maneira, o prazo final
será no dia 16 de dezembro de 2022 (sexta-feira).

II – DOS FATOS

O réu foi denunciado pela suposta prática do delito de organização criminosa,


previsto no artigo 2º da Lei 12.850/2013. A peça acusatória foi recebida por esse MM.
Juízo, citando-se o denunciado para oferecer resposta à acusação.

III – DO DIREITO
(APRESENTAÇÃO DA TESE) A denúncia ofertada pelo Ministério Público é
inepta e, portanto, não deveria ter sido recebida. Vejamos.
(PREMISSA MAIOR) Nos termos do artigo 41 do Código de Processo Penal, a
denúncia “conterá a exposição do fato criminoso, com todas as suas circunstâncias”.
Se não preencher esse requisito, a denúncia será inepta, ensejando a sua
rejeição, conforme previsão do artigo 395, inciso I, do Código de Processo Penal.
(PREMISSA MENOR) No caso em apreço, a denúncia ofertada em desfavor
de Pedro não traz narrativa sobre como teria sido praticada o delito de organização
criminosa que lhe é imputado. Com efeito, não contém a descrição da conduta
efetivamente narrada, ou seja, de qual teria sido o seu papel na prática da alegada
organização criminosa.
(CONCLUSAO) Assim, indevido foi o recebimento da denúncia.
(APRESENTAÇÃO DA TESE) De outro lado, verifica-se a atipicidade formal no
caso em tela da conduta imputada ao réu. Vejamos.
(PREMISSA MAIOR) Para a tipificação do crime de organização criminosa ,
nos termos do art. 2º da Lei 12.850/2013, faz-se necessário “Promover, constituir,
financiar ou integrar, pessoalmente ou por interposta pessoa, organização criminosa:”.
Assim, não se pode imputar a prática do delito em questão sem que o agente pratique
um dos verbos do tipo penal.
(PREMISSA MENOR) No caso sob exame, no entanto, o réu negou a prática
do crime em comento em sede policial, esclarecendo que passou pelo local dos fatos
para levar o almoço de seu primo Murilo que trabalhava no local, sendo que não tinha
qualquer conhecimento que tipo de atividade exerciam no local.
Destarte, consta nos autos que de fato fora encontrada uma marmita com o
acusado, bem como as câmaras de filmagem do comércio em frente mostravam
diversas pessoas entrando e saindo da região, mas o réu só foi visto minutos antes
da entrada dos policiais, com a “marmita” em mãos.
(CONCLUSÃO) Portanto, de rigor o reconhecimento da atipicidade formal da
conduta de Pedro.
(APRESENTAÇÃO DA TESE) Subsidiariamente, em caso de não acolhimento
da atipicidade do fato, deve ser desclassificada o crime de associação criminosa,
previsto no art.288, do CP, pelas razões de fato e de direito expostas a seguir.
(PREMISSA MAIOR) Com efeito, prevê o art.288, do CP que constituí crime “
Associarem-se 3 (três) ou mais pessoas, para o fim específico de cometer crimes:”.
Frisa-se que o aludido tipo penal tem pena de reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos.
(PREMISSA MENOR) No caso em questão, a acusação não colacionou
qualquer prova de estrutura ordenada com divisão de tarefas, requisito essencial para
tipificação do delito de organização criminosa, razão pela qual a conduta narrada se
amolda ao tipo penal de associação criminosa.
(CONCLUSÃO) Dessa forma, de rigor a desclassificação para o crime de
associação criminosa, previsto no art.288, do CP.
Por fim, com a desclassificação supramencionada, de rigor anulação e remessa
ao Ministério Público para oferecimento da proposta de suspensão condicional do
processo, nos termos do artigo 89 da Lei 9099/95, vez que se trata de resposta à
acusação, sendo o momento processual oportuno para realizar a presente
desclassificação.

IV – DO PEDIDO
Ante o exposto, pugna-se, preliminarmente, pela rejeição da denúncia, nos
termos do artigo 395, incisos I ou II, do Código de Processo Penal ou pela anulação
ab initio do processo, pela inépcia da denúncia, conforme artigo 564, IV, do Código de
Processo Penal, ou, ainda, pela absolvição sumária pela atipicidade formal com base
no art. 397, III CPP.
Subsidiariamente, requer a desclassificação para o crime de associação
criminosa, nos termos do art. 288 CP, com a consequente anulação, conforme art.
564, IV, do CPP e a remessa ao Ministério Público para oferecimento da proposta de
suspensão condicional do processo, nos termos do artigo 89 da Lei 9099/95
Caso o entendimento de Vossa Excelência seja pelo prosseguimento do
processo, pugna-se pela oitiva das testemunhas ao final arroladas.

Termos em que,
Pede deferimento.

Local, 16 de dezembro de 2022.


Advogado
OAB
ROL DE TESTEMUNHAS
1 – Testemunha, qualificação, endereço;
2 – Testemunha, qualificação, endereço;
3 – Testemunha, qualificação, endereço.
4 – Testemunha, qualificação, endereço.
5 – Testemunha, qualificação, endereço.
6 – Testemunha, qualificação, endereço.
7 – Testemunha, qualificação, endereço.
8 – Testemunha, qualificação, endereço.

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