1) O réu Luan Perone Rizzi é acusado de posse irregular de munição e desacato.
2) Seu advogado pede absolvição do crime de posse irregular por se tratar de quantidade insignificante sem arma de fogo, aplicando-se o princípio da insignificância.
3) Também pede absolvição dos crimes de desacato e dano por falta de provas suficientes para condenação.
1) O réu Luan Perone Rizzi é acusado de posse irregular de munição e desacato.
2) Seu advogado pede absolvição do crime de posse irregular por se tratar de quantidade insignificante sem arma de fogo, aplicando-se o princípio da insignificância.
3) Também pede absolvição dos crimes de desacato e dano por falta de provas suficientes para condenação.
1) O réu Luan Perone Rizzi é acusado de posse irregular de munição e desacato.
2) Seu advogado pede absolvição do crime de posse irregular por se tratar de quantidade insignificante sem arma de fogo, aplicando-se o princípio da insignificância.
3) Também pede absolvição dos crimes de desacato e dano por falta de provas suficientes para condenação.
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 2ª VARA
DA COMARCA DE ORLEANS - SANTA CATARINA
Ação Penal nº 5001993-17.2020.8.24.0044.
LUAN PERONE RIZZI, já qualificado nesta ação penal, por
intermédio de seu advogado dativo, vem, respeitosamente, a presença de Vossa Excelência, com fulcro no art. 403, §3º, do Código de Processo Penal, apresentar ALEGAÇÕES FINAIS POR MEMORIAIS, nos seguintes termos:
1. DA SÍNTESE PROCESSUAL.
Trata-se de ação penal movida pelo Ministério Público do
Estado de Santa Catarina em desfavor do Sr. Luan Perone Rizzi, pela prática, em tese, dos crimes previstos no art. 14, caput, da Lei nº 10.826/03, bem como, nos artigos 331, e 163, parágrafo único, III, todos do Código Penal, conforme narrou a denúncia.
A peça acusatória foi recebida em 26/10/2020 (evento 3).
Após citado (evento 21), o acusado apresentou resposta à
acusação (evento 40).
A audiência de instrução e julgamento foi realizada em
20/10/2021 (evento 68), na qual foram ouvidas duas testemunhas de acusação, bem como realizado o interrogatório do acusado.
Contatos: (48) 99979-4808 E-mail: marceloadv33372@outlook.com Após a regular instrução do feito, vieram os autos conclusos para apresentação das alegações finais por memorais em nome do acusado, o que se fará na presente oportunidade.
É o relato do necessário.
2. DO DIREITO.
2.1. DA ABSOLVIÇÃO DO DELITO PREVISTO NO ART. 14,
CAPUT, DA LEI Nº 10.826/2003. DA NECESSIDADE DE APLICAÇÃO DO PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA. DA ATIPICIDADE MATERIAL.
Excelência, em que pese tenham sido apreendidas em posse do
acusado 11 (onze) munições calibre .22 e 1 (um) estojo de munição calibre .22, de uso permitido, apenas 6 (seis) das munições deflagraram, conforme o Laudo Pericial nº 9113.19.00520.
Deste modo, a posse de ínfima quantidade de munição de uso
permitido, desacompanhada de arma de fogo, nas circunstâncias do caso concreto, não se reveste da ofensividade necessária para reconhecimento do delito tipificado no art. 14, caput, da Lei nº 10.826/03.
Assim, diante da inexpressividade da lesão jurídica, se faz
mister a absolvição do acusado, em observância ao princípio da insignificância.
Neste sentido, colhe-se o entendimento jurisprudencial:
[...] RECURSO EM SENTIDO ESTRITO. CRIME DE POSSE
IRREGULAR DE MUNIÇÃO (ART. 12 DA LEI N. 10.826/2003).
Contatos: (48) 99979-4808 E-mail: marceloadv33372@outlook.com REJEIÇÃO DA DENÚNCIA. AUSÊNCIA DE JUSTA CAUSA (ART. 395, III, DO CPP). INSURGÊNCIA MINISTERIAL. ADUZIDA INAPLICABILIDADE DO PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA AOS CRIMES PREVISTOS NA LEI N. 10.826/2003. RECENTE MODIFICAÇÃO DO ENTENDIMENTO DAS CORTES SUPERIORES SOBRE O TEMA. ATIPICIDADE MATERIAL RECONHECIDA NAS HIPÓTESES EM QUE APREENDIDA PEQUENA QUANTIDADE DE MUNIÇÃO DE USO PERMITIDO DESACOMPANHADA DE ARMA DE FOGO. TESE APLICÁVEL AO CASO CONCRETO. ABSOLUTA AUSÊNCIA DE PERIGO À INCOLUMIDADE PÚBLICA. REJEIÇÃO DA DENÚNCIA MANTIDA. PRECEDENTES DO STF E DE AMBAS AS TURMAS DO STJ. RECURSO CONHECIDO E DESPROVIDO. (TJ-SC - RSE: 00002862920168240242 Ipumirim 0000286- 29.2016.8.24.0242, Relator: Antônio Zoldan da Veiga, Data de Julgamento: 21/02/2019, Quinta Câmara Criminal) (Grifou-se) [...]
Ainda:
[...] APELAÇÃO CRIMINAL. CRIMES DE TRÁFICO DE DROGAS (ART.
33, CAPUT, DA LEI N. 11.343/2006) E DE POSSE IRREGULAR DE ARMA DE FOGO DE USO PERMITIDO (ART. 12 DA LEI N. 10.826/2003). SENTENÇA CONDENATÓRIA. RECURSO DA DEFESA. [...] POSSE ILEGAL DE DUAS MUNIÇÕES. APLICAÇÃO DO PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA. ATIPICIDADE MATERIAL RECONHECIDA NA HIPÓTESE EM QUE APREENDIDA PEQUENA QUANTIDADE DE MUNIÇÃO DE USO PERMITIDO DESACOMPANHADA DE ARMA DE FOGO. FALTA DE PERIGO À INCOLUMIDADE PÚBLICA. PRECEDENTES DO STF E STJ. ABSOLVIÇÃO DECRETADA QUANTO A ESTE DELITO. [...] RECURSO CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO. (TJ-SC - APR: 00012744220188240028 Içara 0001274-42.2018.8.24.0028, Relator: Antônio Zoldan da Veiga, Data de Julgamento: 19/09/2019, Quinta Câmara Criminal) (Grifou-se) [...]
Contatos: (48) 99979-4808 E-mail: marceloadv33372@outlook.com Ante ao exposto, diante da atipicidade material da conduta, requer a absolvição do acusado do delito previsto no art. 14, caput, da Lei nº 10.826/03, em observância ao princípio da insignificância. Subsidiariamente, caso Vossa Excelência não entenda pela absolvição, requer a desclassificação do delito previsto no art. 14, caput, para o art. 12, caput, ambos da Lei nº 10.826/03, tendo em vista que o acusado estava com as munições nas dependências de sua residência.
2.2 DA ABSOLVIÇÃO DOS DELITOS PREVISTOS NOS
ARTIGOS 163, PARÁGRAFO ÚNICO, III, E 331, TODOS DO CÓDIGO PENAL.
Excelência, não há provas concretas nos autos de que o
acusado tenha desacatado os policiais militares durante a ocorrência, havendo somente os depoimentos dos agentes.
O acusado em seu interrogatório alega que em nenhum
momento ofendeu os agentes públicos, tendo apenas pedido que tratassem com respeito seus genitores.
Ademais, não se pode afirmar com absoluta certeza que foi o
acusado quem danificou as laterais da caixa da viatura.
Assim sendo, é necessária a absolvição do acusado, em razão
de que inexistem provas suficientes para sua condenação, nos termos do art. 386, VII, do CPP, senão, vejamos:
Art. 386. O juiz absolverá o réu, mencionando a causa na parte
dispositiva, desde que reconheça: [...] VII – não existir prova suficiente para a condenação.
Contatos: (48) 99979-4808 E-mail: marceloadv33372@outlook.com Desta forma, requer a absolvição do acusado dos delitos previstos nos artigos 163, parágrafo único, III, e 331, todos do Código Penal, conforme fatos e fundamentos já expostos. 3. PEDIDOS.
Ante ao exposto, requer:
a) A ABSOLVIÇÃO do acusado do delito previsto no art. 14,
caput, da Lei nº 10.826/03, em observância ao princípio da insignificância, subsidiariamente, caso Vossa Excelência não entenda pela absolvição, requer a desclassificação do delito previsto no art. 14, caput, para o art. 12, caput, ambos da Lei nº 10.826/03, tendo em vista que o acusado estava com as munições nas dependências de sua residência.
b) A ABSOLVIÇÃO do acusado dos delitos previstos nos artigos
163, parágrafo único, III, e 331, todos do Código Penal, com fulcro no art. 386, VII, do CPP;
c) Subsidiariamente, caso Vossa Excelência entenda pela
condenação do acusado, a fixação da pena-base no mínimo legal, bem como, a fixação de regime inicial aberto para o cumprimento da pena, nos termos do art. 33, § 2º, alínea “c”, do Código Penal;
d) Sejam arbitrados honorários dativos para o advogado que
subscreve, em conformidade com o art. 22, § 1º e 2º, da Lei nº 8.906/94, requerendo desde já, que seja expedida e liberada a certidão de URH´s convertida em espécie, a fim de percepção dos honorários a serem fixados;