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ADVOCACIA & ASSESSORIA JURÍDICA

DR. ANDERSON ROGÉRIO GRAHL


__________________________________________________________
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR
PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MATO
GROSSO

Autos n.º 1016292-31.2023.8.11.0042

ANDERSON ROGÉRIO GRAHL, Advogado, inscrito na OAB/MT sob


o nº 10.565, com endereço profissional na Rua Marechal Rondon,
403, centro, Porto Esperidião - MT vem, respeitosamente, perante
Vossa Excelência, com fulcro no artigo 5º, inciso LXVIII, da
Constituição Federal, e nos artigos 647 e 648, inciso I, do Código de
Processo Penal, impetrar ordem de
HABEAS CORPUS COM PEDIDO LIMINAR,
em favor de EDIWAGNER JOSÉ LIMA DOS SANTOS, brasileiro,
solte, ajudante de obra, portador da cédula de rg sob o n°
892.888.901-49 e do rg sob o n 12628794 ssp mt, residente e
domiciliado na residencial - avendida dante martins de oliveira -
bloco 1, ap 401 bairro residencial são carlos - Cuiabá/MT,
atualmente recolhido ao Presídio Várzea Grande - MT, contra, data
vênia, ato abusivo praticado pelo nobre Magistrado da 1ª Vara
Especializada em violência Doméstica da Comarca de Cuiabá - MT,
que negou o Direito Constitucional do Paciente em responder ao
processo em Liberdade, haja vista não haver embasamento legal para
a manutenção da sua segregação cautelar, como restará
demonstrado a Vossa Excelência, ante os fatos e fundamentos de
direito a seguir expostos:

DOS FATOS.

Rua: Marechal Rondon nº403, centro, Porto Esperidião – MT CEP. 78.240-000


Fones: (0XX65) 9968-5599 e 3225-1477, andersongrahl@hotmail.com76
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O PACIENTE encontra-se recolhido junto à
Cadeia Pública da Comarca de Várzea Grande - MT, à disposição da
justiça, em virtude de prisão em flagrante pelos suposta pratica do
delito previsto nos artigos Art. 121 §2º VI c/c Art. 14, II da
DECRETO LEI Nº 2.848/40., por supostamente ter ameaçado sua
companheira e lhe causado lesões.
Considerando a fase processual e as provas
colhidas em fase inquisitorial, não é oportuno adentrar no mérito da
demanda, haja vista, QUE O FLAGRANTEADO NÃO COMETEU OS
FATOS DA FORMA COMO FORAM NARRADOS.
O PACIENTE FOI PROVOCADO PELA
VITIMA (EFETUOU 2 TAPAS NA FACE DO REQUERNTE)
CONFORME PRINTS EM ANEXO.
Levando em conta que o réu EM LIBERDADE
NÃO IRÁ PERTURBAR O SOSSEGO DA VITIMA E E SEUS
FAMILIARES, POIS IRÁ RESIDIR EM OUTRO LOCAL (CASA DA SUA
GENITORA), TENDO EM VISTA AINDA QUE SE PERMANECER
PRESO IRA PERDER SEU EMPREGO O QUE IRÁ PREJUDICAR SUA
FAMILIA TAMBÉM.
O ÚLTIMO FATO OCORRIDO EM DESFAVOR
DO PACIENTE FOI NO ANO DE 2016, OU SEJA, JÁ SE PASSARAM
MAIS DE 7 ANOS SEM QUALQUER DISTRIBUIÇÃO EM DESFAVOR
DO PACIENTE.
O PACIENTE NÃO POSSUI CONDENAÇÕES
CRIMINAIS.
IRÁ CUMPRIR COM TODAS AS CONDIÇÕES
IMPOSTAS PELO JUÍZO PARA RESPONDER AS ACUSAÇÕES EM
LIBERDADE.
INFORMA O JUÍZO QUE IRA RESIDIR COM
SUA GENITORA, LONGE DA SUA CONVIVENTE E NÃO IRÁ
PERTURBAR O SOSSEGO DA MESMA E DE SEUS FAMILIARES.
A VITIMA JÁ RETORNOU AO SEU LAR,
CONFORME OS EXAMES ANEXOS NÃO HOUVE GRAVIDADE NAS
LESÕES E A VITIMA JÁ SE ENCONTRA APTA AS ATIVIDADES
NORMAIS.
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Eis os fatos.
2. A DECISÃO.

Foi indeferido o pedido de revogação da prisão


preventiva pelo juiz a quo com os seguintes fundamentos:

Trata-se de PEDIDO DE REVOGACAO DE PRISAO PREVENTIVA


formulado pela Defesa de EDWAGNER JOSE LIMA DOS SANTOS,
alegando, em sintese, que o denunciado possui trabalho licito,
tem residencia fixa e foi provocado pela
vitima para agredi-la. Instado a manifestar, o Ministerio Publico
pugnou pela manutencao da custodia preventiva do agressor - id.
132037266. E a sintese do necessario. FUNDAMENTO E
DECIDO. Extrai-se dos autos que EDWAGNER JOSE LIMA DOS
SANTOS foi preso em flagrante em no dia 25 de setembro de
2023, pela suposta pratica dos delitos tipificados no Art. 121 §2º
VI c/c Art. 14, II da DECRETO LEI Nº 2.848/40, estando o
autuado segregado ha 32 (trinta e dois) dias. Analisando
detidamente os autos, verifico que na decisao que decretou a
prisao preventiva do representado, restou evidenciado a presenca
dos indicios de autoria e materialidade delitiva, oportunidade em
que fora destacada a presenca do "fumus comissi delicti" e o
"periculum in libertatis" e, portanto, a necessidade da segregacao
cautelar do autuado para garantia da ordem publica,
notadamente ao se considerar que o delito em voga fora, em tese,
perpetrado com violencia domestica, entendendo restarem
preenchidos os requisitos processuais a ensejar a prisao
preventiva do representado, previstos no art. 312 e 313, ambos do
CPP. Nessa ordem de ideias, entendo que a garantia da ordem
publica permanece extremamente ameacada, porquanto os fatos
ora apurados podem gerar no agente falso sentimento de
impunidade e assim, estimula-lo a pratica de novas infracoes
penais. A jurisprudencia patria e pacifica no sentido da
necessidade da prisao preventiva quando se mostra insuficiente a
adocao de outras medidas mais brandas, restando demonstrado
que e necessaria, justa, razoavel e proporcional a adocao de
medidas mais energicas para garantir a ordem publica e evitar
riscos a integridade fisica das
vitimas. No caso em tela, verifica-se que o agressor bateu a cabeca
da
vitima tantas vezes na parede que causou um corte na parte
superior, vindo a sangrar muito, e perder a consciencia. Sendo a
vitima encaminhada ao pronto de atendimento, posteriormente ao
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hospital municipal de Cuiaba (Id 129961778). O agressor relata
que agiu de tal forma vez que foi provocado pela
vitima com "dois tapas em seu rosto", anexando ao pedido prints
de uma suposta conversa da
vitima com uma amiga sobre o episodio. Ora, ainda que a
vitima tenha desferido "tapas no rosto" do agressor, tal fato nao
justificaria agredir a
vitima de forma animalesca como "bater a cabeca da
vitima na parede, joga-la ao chao, bater sua cabeca ao chao e
asfixia-la", vindo a
vitima a desmaiar. Ademais, e mais que sabido que o proprio
biotipo do homem por si so deixa a mulher em pe de desigualdade
em praticas violentas, e o agressor se valendo disso, usou sua
forca de modo imoderado para agredir a
vitima. E nesse sentido o entendimento do Tribunal de Justica do
Mato Grosso: APELACAO CRIMINAL - LESAO CORPORAL NO
AMBIENTE DOMESTICO
- SENTENCA CONDENATORIA - LEGITIMA DEFESA -
CONFISSAO ESPONTANEA - VIOLENTA EMOCAO APOS INJUSTA
PROVOCACAO DA VITIMA - PRETENSAO RECURSAL DE
ABSOLVICAO OU READEQUACAO DA PENA - USO
IMODORERADO DOS MEIOS - PARECER DA PGJ INTEGRADO -
ACUSADO QUE RESERVOU-SE AO DIREITO DO SILENCIO -
CONFISSAO POLICIAL NAO UTILIZADA PELO JUIZ DA CAUSA -
ARESTO DO TJRS - PENA-BASE FIXADA NO MINIMO LEGAL -
SUMULA 231 DO STJ - NAO CARACTERIZACAO DA VIOLENTA
EMOCAO - JULGADOS DO TJMT - RECURSO DESPROVIDO. "[. .
.] Impossibilidade de reconhecimento da excludente de ilicitude
da legitima defesa, ainda que a
vitima tivesse iniciado as agressoes, tendo em vista o excesso
praticado pelo reu, cujo resultado esta configurado no laudo de
exame de corpo de delito [...]" (TJRS, Ap nº 70073892705).
"Descabida a aplicacao da atenuante da confissao [...], quando o
magistrado nao se utilizou dessa informacao para fundamentar a
condenacao" (TJMT, Ap nº 95817/2017). "A incidencia da
circunstancia atenuante nao pode conduzir a reducao da pena
abaixo do minimo legal" (STJ, Sumula 231). A causa de
diminuicao de pena prevista no § 4º do art. 129 do CP [violenta
emocao apos injusta provocacao da
vitima] somente se caracteriza quando a provocacao do
vitima for "capaz de alterar o estado de animo do agente e retirar-
lhe o discernimento e a isencao que comumente aparenta,
situacao que nao se verifica [...] em que o acusado se encontra em
visivel estado de embriaguez" (TJMT, Ap nº 452/2016). (TJ-MT -
APL: 00025542220148110005 MT,
Relator: MARCOS MACHADO, Data de Julgamento: 30/01/2018,
PRIMEIRA CAMARA CRIMINAL, Data de Publicacao: 02/02/2018)

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No mais, a justificativa que o agressor "nao tem condenacao
criminal desde o ano 2016", nao e indicativo que este e uma
pessoa que possa responder em liberdade apos o delito praticado
(tentativa de homicidio). E o fato deste nao ter condenacao ha
alguns anos e o minimo que o individuo pode fazer para
viver em sociedade, nao sendo isso um "merito" ou um
"favor", a ponto de angariar a benesse da liberdade.
Saliento, ainda, que a Lei nº 11.340/06 objetiva coibir a
violencia domestica e familiar contra a mulher e, para tanto,
preve mecanismos e instrumentos garantidores de sua
eficacia, inclusive a possibilidade da prisao preventiva,
transferindo ao Estado-Juiz, conforme o caso concreto, o
poder/dever de assegurar a integridade da mulher,
mantendo segregado o agressor que imponha risco a
vitima. Vale ressaltar, que no presente caso nao vislumbro a
possibilidade da substituicao da prisao do representado por
qualquer medida cautelar elencada no art. 319 do Codigo de
Processo Penal. Ante o exposto, e em consonancia com o
parecer ministerial, INDEFIRO o pedido da Defesa e
MANTENHO a PRISAO PREVENTIVA do denunciado
EDWAGNER JOSE LIMA DOS SANTOS, por seus proprios
fundamentos. INTIMEM-SE. Ciencia ao Ministerio Publico e
a Defesa. Cumpra-se. Cuiaba, data da assinatura eletronica.

O nobre magistrado a quo desconsiderou


totalmente os fatos trazidos pela defesa, dando total credibilidade ao
depoimento da vítima e dos policiais e testemunhas que em nada
presenciaram os fatos.
3. DO CABIMENTO DO HABEAS CORPUS - DECISÃO ILEGAL –
ANTECIPAÇÃO DE JUÍZO DE CULPABILIDADE – FLAGRANTE
VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO CONSTITUICIONAL DA PRESUNÇÃO
DE INOCÊNCIA
Os dispositivos de ordem Constitucional e
legal, sob o prisma, eminentemente jurídico, militam em favor do
paciente.
Verifica-se que o decreto de prisão preventiva
expedido pela autoridade coatora mostra-se totalmente desprovido de
qualquer fundamentação válida. Devendo o paciente ser posto em
liberdade.

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Tentar justificar a prisão preventiva
afirmando que “O PACIENTE AGIU DE FORMA ANIMALESCA,
NÃO USOU DOS MEIOS MODERADOS APÓS PROVOCAÇÃO DA
VITIMA” configura-se como inaceitável antecipação de juízo de
culpabilidade, com flagrante violação ao princípio constitucional
da presunção de inocência. In casu, a prisão preventiva está
sendo utilizada como antecipação de eventual pena o que,
obviamente, é inadmissível.
A autoridade coatora em um trecho na decisão
relata assim: “que este e uma pessoa que possa responder em
liberdade apos o delito praticado (tentativa de homicidio)”. Ora isso é
uma afirmação, uma antecipação de condenação, o que é ilegal e
constrangedor.
Vale destacar que o magistrado colacionada
julgado que aponta para sentença com pena minima, ou seja, a
manutenção da prisão do paciente é ilegal, pois ainda que condenado
este não permanecerá em regime tão gravoso.
Além das considerações acima tecidas, não
podemos esquecer que a Constituição Federal de 1988, introduziu
em nosso Sistema Jurídico, um Código de Processo Penal,
Garantista, de natureza acusatória, ou seja, visa proteger o
PACIENTE contra atos arbitrários perpetuados contra sua liberdade.
Quanto a analise de substituição da prisão por
umas das medidas cautelares contidas no artigo 319 do CPP, a
autoridade coatora simplesmente relatada o seguinte: Vale ressaltar,
que no presente caso nao vislumbro a possibilidade da substituicao da
prisao do representado por qualquer medida cautelar elencada no art.
319 do Codigo de Processo Penal.
Ora, não se tira da autoriadde coatadora o seu
livre convencimento, mas não vislumbrar possibilidade de substituir
a prisão por uma das medidas cautelares com um rol tão extenso e a
manifesta intenção de antecipação de pena torna a decisão de
indeferimento da revogação da prisão uma decisão totalmente ilegal.
O paciente ja manifestou que não irá mais
continuar com a relação, irá residir distante da vitima, se
comproteme a honrar com todos os compromissos da ação penal,

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possui advogado constituido, o proprio paciente foi quem acionou
a policia militar.
Tais situações devem ser analisadas em favor
do paciente.
4. DA AUSÊNCIA DE GRAVES LESÕES A VITIMA

Assim como a autoridade coatora adentrou ao


mérito antecipando um juízo de de culpabilidade, a defesa do
paciente vem esclarecer ao tribunal que a vitima ainda que tenha
sofrido lesões na cabeça e ter sido encaminhada ao hospital, a
mesma sequer ficou hospitalizada.
Vale destacar que em todos os exames
juntados não existem qualquer tipo de anormalidade, sendo que
todos os exames estão normais.
Não aconteceu afundamento de crânio, não
ficou afastada das suas atividades normais.
Assim, nota-se que a autoridade coatora
torna os fatos mais graves do que eles são.
A agressão sofrida pela vitima nem de longe se
apresenta como a autoridade coatora tem julgado nos autos.
Assim, o paciente busca deste tribunal que a
letra de lei e principios norteadores do direito penal sejam
cumpridos, em especial a presunção de inocência e não deixar que a
autoridade coatora antecipe um juízo de culpabilidade.
5. DA CONCESSÃO DE LIMINAR EM HABEAS CORPUS.
Sendo o Habeas Corpus o remédio
constitucional que protege o mais valioso bem do indivíduo, sua
liberdade, seria inconcebível um Sistema Processual Penal de
natureza acusatória balizado por uma Constituição Garantista,
negar a possibilidade da concessão de ordem de forma liminar,
desprezando-se o Princípio da presunção de Inocência, negando ao
PACIENTE o seu direito fundamental de responder ao processo em
liberdade e subjugando-o às amarguras do cárcere.

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Data vênia, entendimentos contrários a
possibilidade de concessão de liminar em sede de Habeas Corpus, ao
analisarmos o Código de Processo Penal no capítulo referente ao
remédio Jurídico processual em tela, deparamo-nos com dois
dispositivos que explicitamente contemplam a outorga liminar, a
saber: artigos 649 e 660, § 2º. Preconizam esses cânones, com efeito,
que o juiz ou Tribunal “fará passar imediatamente a ordem
impetrada” ou “ordenará que cesse imediatamente o
constrangimento”.
Vale destacar que, as penas mínimas que
incorrem ao paciente são de prisão simples ou detenção, entre 15
dias e 3 meses, podendo ocorrer o antecipado cumprimento da pena,
razão pelo qual se faz necessária a concessão da liminar.

6. DO DIREITO.
Paciente merece responder a todo o processo
em liberdade, podendo assim provar o que é alegado.
Vale ressaltar que o paciente e vitima irão
residir em locais distintos e distantes, um não sabendo o local de
convivencia do outro.
Logo, observa-se que a decisão do Magistrado
tem sido injusta para o paciente, pois está embasada em
depoimentos mentirosos e unilaterais.
Paciente, sofrendo devido a injustiça que lhe é
aplicada, implora a este juízo para que aguarde em liberdade o
trânsito em julgado, para que possa depor acerca da verdade dos
fatos. Devido a ausência de provas, não havendo elementos
concretos para justificar a medida, requer a liberdade.
Acerca de elementos que justifiquem a prisão,
o STJ concedeu HABEAS CORPUS no HC 312441 SP
2014/0338841-4 (STJ):
PROCESSO PENAL. HABEAS CORPUS. TENTATIVA DE HOMICÍDIO.
VIOLÊNCIA DOMÉSTICA. PRISÃO CAUTELAR. AUSÊNCIA DE
INDICAÇÃO DE ELEMENTOS CONCRETOS A JUSTIFICAR A
MEDIDA. ORDEM CONCEDIDA. 1. A prisão processual deve ser
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configurada no caso de situações extremas, em meio a dados
sopesados da experiência concreta, porquanto o instrumento posto a
cargo da jurisdição reclama, antes de tudo, o respeito à liberdade. In
casu, prisão provisória que não se justifica ante a ausência de
fundamentação idônea. 2. Ordem concedida, a fim de que o paciente
possa aguardar em liberdade o trânsito em julgado da ação penal, se
por outro motivo não estiver preso, aplicando-se, cumulativamente a
medida cautelar prevista no artigo 319 , inciso III , do Código de
Processo Penal , determinando a proibição do réu de manter contato
com a vítima, sem prejuízo de outras medidas que o juízo de primeiro
grau entenda pertinentes, de maneira fundamentada. inquérito
policial infelizmente se baseia em versão unilateral, trazida ao
Estado-juiz por meio de acionamento da polícia civil. A motivação
sabida, apenas agora, se deu em interesses pessoais da suposta
vítima. Ademais, não há nos autos elementos suficientemente
idôneos para se chegar a inarredável conclusão de que a liberdade do
paciente causará alguma insegurança à sociedade, isso pelo fato de
que o estado terá o controle sobre o indiciado, de forma eficiente,
com a aplicação de medidas cautelares alternativas à prisão.
6.1. Da Medida Cautelar.
Observa-se que, a aplicação de medida
cautelar diversa da prisão também terá o condão de impedir o
paciente em que este cometa qualquer espécie de atentado que afete
a regularidade da persecutio criminis.
Vale ressaltar que, caso seja necessário para
assegurar o cumprimento da justiça e a segurança das supostas
vítimas, uma das medidas possíveis e que vem sendo adotada em
crimes de violência doméstica e que pode ser utilizada nesta
situação, é o uso da tornozeleira eletrônica.
6.2. Presunção de inocência.
A presunção de não culpabilidade é garantia
constitucional, prevista no art. 5º, inciso LVII: “Art. 5º. (...) LVII -
ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de
sentença penal condenatória;”
Está disposto também na Declaração Universal dos Direitos
Humanos (Resolução n.º

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-A (III), de 10 de dezembro de 1948), artigo XI:
"Todo ser humano PACIENTE de um ato delituoso tem o direito de
ser presumido inocente até que a sua culpabilidade tenha sido
provada de acordo com a lei, em julgamento público no qual lhe
tenham sido asseguradas todas as garantias necessárias à sua
defesa.".
Atualmente, com a Lei Maria da Penha, a falsa
acusação de violência doméstica tem recorrência alarmante.
6.3. Da Reincidência.
No mais, o Magistrado também justifica a
recusa da revogação da prisão preventiva mesmo o paciente não
possuindo delitos desde 2016, relata que isso não pode ser usado
em favor do paciente.
Em verdade, mesmos nestas situações, faz-se
mister que o Magistrado demonstre, concretamente, os motivos da
segregação cautelar amoldada nos ditames do art. 312 da Legislação
Penal.
De outro importe, longas considerações foram
feitas acerca da ilegalidade da decisão, porquanto estipulada sem a
devida fundamentação, maiormente sob ângulo da previsão legal
contida na Carta Magna ( CF, art. 93, inc. IX) e, mais, da Legislação
Processual Penal ( CPP, art. 315).
Em verdade, o Magistrado, ao decretar a
prisão preventiva do Paciente, limitou-se a apreciar a pretensa
gravidade abstrata do delito em exame, sem, contudo, por óbvio,
estipular a devida motivação.
Foram evidenciadas notas jurisprudenciais de
diversos Tribunais Estaduais, todos a delimitar entendimento da
necessidade de fundamentação nas decisões que decretam a prisão
preventiva.
Diante disso, pediu-se medida liminar no
Habeas Corpus, sendo sustentado seu deferimento por definitivo no
plano de fundo.
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HABEAS CORPUS. PROCESSUAL PENAL. DECISÃO MONOCRÁTICA
DE MINISTRO DO STJ QUE NEGOU SEGUIMENTO A PEDIDO EM
RAZÃO DO ÓBICE DA SÚMULA Nº 691/STF. PRISÃO PREVENTIVA.
AUSÊNCIA DE FUNDAMENTAÇÃO VÁLIDA.
À Vista da Súmula nº 691/STF, de regra, não
cabe ao Supremo Tribunal Federal conhecer de habeas corpus
impetrado contra decisão do relator pela qual, em habeas corpus
requerido a tribunal superior, não se obteve a liminar, sob pena de
indevida e, no caso, dupla supressão de instância, ressalvadas
situações em que a decisão impugnada é teratológica,
manifestamente ilegal ou abusiva. Precedentes. A hipótese dos autos,
todavia, autoriza a superação dessa regra procedimental. 2. A prisão
preventiva supõe prova da existência do crime (materialidade) e
indício suficiente de autoria; todavia, por mais grave que seja o ilícito
apurado e por mais robusta que seja a prova de autoria, esses
pressupostos, por si sós, são insuficientes para justificar o
encarceramento preventivo. A eles deverá vir agregado,
necessariamente, pelo menos mais um dos seguintes fundamentos,
indicativos da razão determinante da medida cautelar: (a) a garantia
da ordem pública; (b) a garantia da ordem econômica; (c) a
conveniência da instrução criminal; ou (d) a segurança da aplicação
da Lei penal. 3. No caso, os pacientes permaneceram em liberdade
durante as investigações e a colheita de toda a prova acusatória ao
longo da instrução processual. A medida extrema decretada de ofício,
pois, não se faz indispensável, podendo ser eficazmente substituída
por medidas alternativas, sobretudo se considerado (a) o decurso do
tempo desde a suposta prática criminosa (14 anos); e (b) a ausência
de qualquer demonstração de fato superveniente apto a justificar a
custódia antecipada de réus. 4. A jurisprudência desta Corte é firme
no sentido da impossibilidade de decretação da prisão preventiva
com base apenas em presunção de fuga. Precedentes. 5. Ordem
parcialmente concedida. (STF; HC 127754; Segunda Turma; Rel.
Min. Teori Zavascki; Julg. 29/09/2015; DJE 13/10/2015; Pág. 66)
Acredita-se que fazer uma pré-condenação do
paciente, acreditando nos fatos alegados pela suposta vítima viola a
Constituição Federal e a Legislação Penal vigente, não respeitando o
contraditório e a ampla defesa.
7- DOS PEDIDOS.
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Diante do exposto, em face do verdadeiro
constrangimento ilegal, de que é vítima o paciente, vem requerer que
seja CONCEDIDA A MEDIDA LIMINAR ante a existência de fumus
boni iuris e periculum in mora, determinando a imediata revogação
da prisão preventiva decretada contra o paciente, ocorrendo a
expedição de ALVARÁ DE SOLTURA em favor do paciente,
aguardando em liberdade para que possa responder ulteriores
termos do processo-crime.
Requer ainda:
seja decretado o trancamento da ação penal,
por FALTA DE JUSTA CAUSA;
se necessário, que seja adotada uma medida
cautelar diversa da prisão (uso de tornozeleira eletrônica);
que seja conhecido e provido o pedido de
HABEAS CORPUS, para conceder o pedido de julgado do feito,
tornando definitivos os efeitos da liminar concedida.
Termos em que, Pede deferimento.

Porto Esperidião – MT, 31 de outubro de 2023.

ANDERSON ROGÉRIO GRAHL


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