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Ementa: APELAÇÃO CRIMINAL. PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO. ART. 14 DA LEI Nº 10.826/03.

CRIME DE PERIGO ABSTRATO. PROVAS DA AUTORIA E MATERIALIDADE. CONDENAÇÃO MANTIDA.


LESÃO CORPORAL. ART. 129 DO CP. DÚVIDA SOBRE O DOLO NA CONDUTA. DISPARO ACIDENTAL. IN
DUBIO PRO REO. ABSOLVIÇÃO. DOSIMETRIA DA PENA. 1. O porte ilegal de arma de fogo é crime de
perigo abstrato e de mera conduta, mostrando-se prescindível a demonstração de perigo concreto.
Precedentes. Na esteira do entendimento dos Tribunais, em especial o Supremo Tribunal Federal, não são
inconstitucionais os crimes de perigo abstrato, a exemplo daqueles previstos na Lei 10.826/03, que teve
sua constitucionalidade assentada na ADI 3.112/DF. 2. A partir da prova produzida, não houve dúvida que
o réu portava arma de fogo em via pública, conduta que foi confirmada pelas testemunhas e confessada
pelo acusado. Condenação mantida. 3. Por outro lado, emerge dúvida a respeito do dolo do disparo
efetuado, que acabou por atingir indivíduo com quem entrou em luta corporal. A conduta se confundiu, na
hipótese, com a legítima defesa, inexistindo, na peça acusatória, descrição da modalidade culposa,
prejudicando-se eventual desclassificação para lesões corporais culposas. Absolvição, na dúvida. 4. As
penas foram aplicadas de modo adequado, no mínimo legal, a pena privativa de liberdade resultando
substituída por restritivas de direitos, o que não poderia ser mais benéfico ao
acusado. APELAÇÃO PARCIALMENTE PROVIDA. (Apelação Crime Nº 70077697811, Quarta Câmara
Criminal, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Julio Cesar Finger, Julgado em 30/08/2018)

Explicação: O réu ligou para a vítima, que foi ofensiva no telefone; logo o réu foi armado para a casa da
vítima, chegando lá a vitima agrediu o réu, que em uma tentativa de cessar com as agressões foi sacar a
arma e acabou disparando contra a vítima, a juíza entendeu que o evento apesar de previsível, não era
querido pelo acusado, pois o que difere o dolo eventual da culpa consciente é exatamente isso. Pelo
exposto, a juíza deu provimento ao recurso para absolver o réu da prática das lesões corporais, com base
no art. 386, VII, do CPP, no entanto, manteve-se a denúncia na questão do porte ilegal de armas.

Ementa: APELAÇÃO CÍVEL. ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE. ATOS INFRACIONAIS


EQUIPARADOS À TENTATIVA DE HOMICÍDIO SIMPLES E RECEPTAÇÃO. 1. APLICAÇÃO SUBSIDIÁRIA DO
CÓDIGO DE PROCESSO PENAL AOS PROCEDIMENTOS AFETOS À JUSTIÇA DA INFÂNCIA E DA
JUVENTUDE. EXAME DOS FATOS EM TAIS PROCEDIMENTOS QUE SE OPERA ATENTANDO-SE ÀS NORMAS
DO PROCESSO CIVIL. 2. PROVA FARTA DA PARTICIPAÇÃO DO APELANTE NOS DOIS FATOS.
ADOLESCENTE APREENDIDO NA POSSE DE AUTOMÓVEL QUE, DADAS AS CIRCUNSTÂNCIAS FÁTICAS,
SABIA SER PRODUTO DE CRIME. EM SEGUIMENTO, DESFERIU DOIS DISPAROS CONTRA O POLICIAL
MILITAR QUE O PERSEGUIA, CONFIGURANDO TENTATIVA DE HOMICÍDIO. LEGÍTIMA DEFESA.
INOCORRÊNCIA. AUSÊNCIA DOS REQUISITOS ELENCADOS NO ART. 25 DO CP (INJUSTA AGRESSÃO,
ATUAL OU IMINENTE, DE DIREITO SEU OU DE OUTREM). APELO DESPROVIDO. (Apelação Cível Nº
70077901114, Sétima Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Jorge Luís Dall'Agnol, Julgado em
29/08/2018)

Explicação: O réu, estava armado dentro de um carro furtado com outros três
meliantes, o apelante foi preso com a res em sua posse, logo inverte o ônus da prova,
logo este ônus não se desincumbiu. A policia junto com o policial Wagner (o qual é
vítima do caso) perseguiu o menor de idade Bruno, os meliantes bateram o veículo e
tentaram fugir, Wagner perseguiu Bruno, este que atirou no servidor público, o policial
revidou com outros disparos na tentativa de cessar a agressão injusta que estava
sofrendo. Diante do fato Bruno não teve reconhecida sua tentativa de legítima defesa,
pois neste caso, não era ele que estava tentando repelir a injusta agressão. Diante do
Art. 25 do CP, não se reconhece nenhum requisito de legítima defesa, dito isso ficou
perpetrado o ato infracional de tentativa de homicídio, a teor do disposto no art. 122,
inciso I, do Estatuto da Criança e do Adolescente.

Alexandre D. Dall’ Alba.


170809.

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