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ACÓRDÃO
Documento: 970276 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 24/05/2010 Página 1 de 13
Superior Tribunal de Justiça
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Superior Tribunal de Justiça
HABEAS CORPUS Nº 84.179 - MS (2007/0127518-3)
RELATÓRIO
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Superior Tribunal de Justiça
HABEAS CORPUS Nº 84.179 - MS (2007/0127518-3)
EMENTA
VOTO
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Superior Tribunal de Justiça
HABEAS CORPUS . FURTO QUALIFICADO. IMPOSSIBILIDADE
DE DESCLASSIFICAÇÃO PARA APROPRIAÇÃO INDÉBITA. PEDIDO
DE AFASTAMENTO DA QUALIFICADORA DE ABUSO DE
CONFIANÇA. IMPROCEDÊNCIA. AGENTE QUE SE VALEU DA
CONDIÇÃO DE GERENTE DA EMPRESA-VÍTIMA. RELAÇÃO DE
CONFIANÇA. PENA-BASE. REAJUSTAMENTO. CONSEQUÊNCIAS
DO CRIME.
1. Não comporta guarida o pleito de desclassificação. A uma, porque a
via estreita do habeas corpus não admite o revolvimento aprofundado das
provas coligidas no processo sob o crivo do contraditório. A duas, porque
a sentença, de maneira fundamentada concluiu tratar-se a hipótese de furto
qualificado mediante abuso de confiança.
2. No caso, o paciente teria provocado a retirada, em seu proveito, de
determinado equipamento da empresa da qual era gerente, maquinário este
de que não tinha a posse.
3. Encontra-se justificado o reconhecimento da qualificadora de abuso
de confiança, dado que o paciente ostentava a condição de gerente,
circunstância essencial para a consecução da subtração.
4. A pena-base deve ser fixada concreta e fundamentadamente (art. 93,
IX, CF) de acordo com as circunstâncias judiciais previstas no art. 59 do
Código Penal, conforme seja necessário e suficiente para reprovação e
prevenção do delito.
5. A imputabilidade, a exigibilidade de conduta diversa e o potencial
conhecimento da ilicitude constituem pressupostos da culpabilidade como
elemento integrante do conceito analítico do crime, ao passo que a
"culpabilidade" prevista no art. 59 do Código Penal diz respeito ao grau de
reprovabilidade da conduta do agente, esta, sim, a ser valorada no momento
da fixação da pena-base.
6. Na hipótese, o juiz de primeiro grau teve a culpabilidade do paciente
"em grau alto" com amparo nos mencionados aspectos inerentes à própria
compleição analítica do delito, o que não admite a jurisprudência desta
Casa.
7. No tocante às consequências do crime, a pena-base está
suficientemente motivada, amparando-se o magistrado no prejuízo
contínuo causado à vítima, já que subtraído equipamento seu destinado à
fabricação de discos de aço ou flanges de aperto, deixando a empresa de
produzir e auferir lucro durante todo o período em que esteve privada da
res.
8. Reajustamento da pena-base, levando-se em consideração apenas as
consequências do crime.
9. Ordem concedida parcialmente para reduzir a pena do paciente de 2
(dois) anos e 4 (quatro) meses de reclusão e 13 (treze) dias-multa a 2
(dois) anos e 2 (dois) meses de reclusão e 11 (onze) dias-multa, mantidos o
regime prisional aberto e a substituição de pena.
(HC 90.161/SC, Rel. Ministro OG FERNANDES, SEXTA TURMA,
julgado em 09/02/2010, DJe 08/03/2010)
O intento de obter lucro fácil, de sua parte, é inerente ao próprio tipo penal de
roubo, o que inviabiliza seja utilizado para acrescer a pena-base. Confira-se:
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Superior Tribunal de Justiça
Diante do exposto, concedo parcialmente a ordem, inclusive de ofício, para
reduzir a reprimenda imposta ao paciente nos autos da Ação Penal nº 045.03.000186-7, da 1º
Vara de Sidrolândia/MS, a 7 (sete) anos, 1 (um) mês e 10 (dez) dias de reclusão, e 64
(sessenta e quatro) dias-multa.
É como voto.
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Superior Tribunal de Justiça
CERTIDÃO DE JULGAMENTO
SEXTA TURMA
Relatora
Exma. Sra. Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA
Presidenta da Sessão
Exma. Sra. Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA
Subprocurador-Geral da República
Exmo. Sr. Dr. BRASILINO PEREIRA DOS SANTOS
Secretário
Bel. ELISEU AUGUSTO NUNES DE SANTANA
AUTUAÇÃO
IMPETRANTE : DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL
ADVOGADO : NANCY GOMES DE CARVALHO - DEFENSORA PÚBLICA
IMPETRADO : TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL
PACIENTE : EDSON CARNEIRO DA SILVA (PRESO)
CERTIDÃO
Certifico que a egrégia SEXTA TURMA, ao apreciar o processo em epígrafe na sessão
realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão:
"A Turma, por unanimidade, concedeu parcialmente a ordem de habeas corpus, inclusive
de ofício, nos termos do voto da Sra. Ministra Relatora."
Os Srs. Ministros Og Fernandes, Celso Limongi (Desembargador convocado do TJ/SP)
e Haroldo Rodrigues (Desembargador convocado do TJ/CE) votaram com a Sra. Ministra
Relatora.
Presidiu o julgamento a Sra. Ministra Maria Thereza de Assis Moura.
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